Dia 8 de novembro, no Auditório do Infarmed
A sociedade científica vai reunir, pela primeira vez, um conjunto de especialistas em Lisboa, no Infarmed, para refletir sobre...

A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) considera ser o momento de debater a “Medicina de Precisão: um futuro incontornável” e contribuir para esclarecer o conceito, os passos, os desafios e o valor para as pessoas. O encontro, que reúne importantes especialistas da área, acontece esta sexta-feira, 8 de novembro, no Auditório do Infarmed, em Lisboa, entre as 14h30 e as 18h. 

Segundo a SPLS, este evento visa esclarecer a importância e a utilidade dos biomarcadores na otimização de tratamentos, tendo em vista a personalização da medicina de acordo com as características individuais dos doentes – como genética, perfil proteico e metabolismo. “Apesar da crescente relevância da medicina de precisão, o seu uso e compreensão ainda é limitado em Portugal. Por este motivo, queremos refletir e promover o diálogo sobre as técnicas que acompanham este tema, destinar sobretudo ao avanço do conhecimento sobre este tema, e áreas de intervenção”, explica a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida.  

De acordo com a presidente da sociedade científica, “a utilização de biomarcadores pode melhorar significativamente a eficácia dos tratamentos e a precisão dos diagnósticos, resultando em vantagens não apenas para os pacientes, mas também para os sistemas de saúde, ao permitir uma maior eficiência na gestão de recursos”. O evento, organizado pela SPLS e apoiado pela Johnson & Johnson, “vem promover, uma vez mais, a literacia em saúde numa área ainda pouco conhecida, tanto para profissionais como para a sociedade civil”, continua.  

O programa inicia com a receção às 14h, seguida pela mesa de abertura às 14h30, com a presença de representantes do Infarmed, da SPLS e da Faculdade de Medicina de Lisboa. O primeiro painel, “Medicina de Precisão – uma mudança incontornável”, vai contar com a participação de importantes especialistas, como o presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, José Luís Passos Coelho, André Mansinho, oncologista da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, e Zacharoula Sidiropoulou, cirurgiã oncologista no Hospital São Francisco Xavier.  

No segundo painel, “Oncologia de precisão e o valor para o doente”, os participantes vão poder ouvir os contributos de Susana Simões, pneumologista na Champalimaud, Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale, e Vasco Fonseca, médico oncologista e representante da Sociedade Internacional de Oncologia Geriátrica (SIOG). 

O terceiro painel vai abordar “Medicina de precisão: a visão dos jovens estudantes e profissionais”, envolvendo jovens líderes da área da saúde, como a representante da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Inês Guerreiro, e o presidente da Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos, Lucas Chambel. O encerramento do evento está previsto para as 17h30.  

“Está na hora de debater a Medicina de Precisão no futuro da saúde. Este encontro é uma oportunidade única para enriquecer o conhecimento em saúde e promover práticas mais eficazes na Medicina de Precisão”, conclui Cristina Vaz de Almeida. A presença no evento será certificada com um diploma a ser entregue a todos os participantes no final. 

Objetivo de divulgar informação sobre a asma grave e defesa dos direitos dos doentes
Acaba de nascer a primeira associação de doentes para representar quem sofre de asma grave em Portugal. A Associação Asma Grave...

A AG foi criada com o propósito de representar os doentes com Asma Grave na defesa dos seus direitos e na divulgação e reconhecimento da doença. É composta por um grupo de doentes, impulsionados pela Unidade Multidisciplinar de Asma Grave do Hospital Santa Maria, que se propõem a divulgar informação sobre a doença e a apoiar quem vive com esta condição.

Estima-se que em Portugal existam cerca de 35 mil pessoas com asma grave, um número significativo, que na sua maioria não se encontra diagnosticada, o que impede o acesso a tratamento adequado. A asma grave é mais perigosa e limita significativamente a vida diária dos doentes, uma vez que os incapacita de fazer tarefas básicas diárias. Além disso, causa também constrangimentos laborais e pessoais, sem que existam apoios  para quem sofre deste tipo de asma.

“A constituição da AG marca um momento muito importante para todos os doentes da asma grave. O nosso foco é assegurar que o diagnóstico correto é realizado e que o tratamento é o adequado. Pretendemos apoiar estes doentes e dar-lhes voz para que os seus interesses e direitos sejam ouvidos e defendidos. Para tal, pretendemos trabalhar para o reconhecimento da doença”, sublinha um dos membros fundadores da AG, Ana Gonçalves.

De forma a combater o estigma e isolamento social que muitas vezes atinge estes doentes, a AG ambiciona ser uma associação de confiança, na qual os doentes de asma grave se possam sentir acolhidos e compreendidos. Assim, a associação compromete-se  a dinamizar ações de divulgação de informação sobre a asma grave, contribuindo para que sociedade esteja mais informada sobre o impacto desta doença e os profissionais de saúde mais despertos para esta realidade.

Plataforma Saúde em Diálogo promoveu a sua conferência anual no passado dia 31, dedicada ao tema
Passar da teoria à ação, mais tempo com os doentes e proporcionar uma experiência melhorada nas unidades de saúde desde o...

O evento decorreu no auditório da PLMJ, em Lisboa, numa discussão profícua sobre os desafios e ações a tomar para se alcançar uma saúde mais humanizada.

Jaime Melancia, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, deu o mote para a discussão, referindo que “a evidência científica tem demonstrado os efeitos positivos da empatia e da compaixão nos cuidados de saúde a vários níveis: desde o nível clínico, à satisfação do doente, à maior segurança e qualidade dos cuidados prestados, à maior adesão à terapêutica, passando pela diminuição nas readmissões hospitalares e diminuição dos custos, à maior confiança nas instituições e a uma maior satisfação dos profissionais de saúde e consequente diminuição de burnout”.

“Tudo isto se traduz em valor em saúde para o sistema, contribuindo para a sua sustentabilidade e, por isso mesmo, a humanização deveria ser incluída nas variáveis a ponderar na contratualização e na avaliação dos resultados em saúde das instituições”, disse.

Já Fernando Regateiro, presidente da Comissão Nacional para a Humanização dos Cuidados de Saúde no SNS, fez um balanço positivo dos trabalhos desta Comissão que se iniciaram em março deste ano, e anunciou que será publicado, nos próximos meses, um livro que reúne as boas práticas de humanização de 20 unidades locais de saúde (ULS), apresentadas em julho, no primeiro seminário desta comissão, e que ficará disponível para toda a comunidade de saúde.

“A humanização acrescenta e ganha em qualidade se tiver bons exemplos. Todos nós somos pilares para a humanização. Só é possível mudar atitudes através dos exemplos externos”, defendeu.

Victor Ramos lançou depois as bases para a discussão que se seguiu sobre como promover uma verdadeira cultura de humanização na saúde. O Presidente do Conselho Nacional de Saúde destacou três pilares instrumentais para a promoção dessa cultura de humanização: a partilha de informação em saúde, promoção da participação cidadã e a medição sistemática da experiência e dos resultados percecionados pelos doentes, destacando ainda a avaliação dos dirigentes e a formação contínua dos profissionais de saúde, como instrumentos auxiliares fundamentais para se alcançar esse desígnio.

Na mesa-redonda, Xavier Barreto, Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, considerou que “a empatia é o grande desafio na humanização dos cuidados de saúde” e criticou a falta de incentivos para se fazer uma avaliação rigorosa da satisfação dos doentes em relação aos cuidados que lhes são prestados: “Temos de criar incentivos financeiros específicos para que isso aconteça”.

Já Susana Magalhães, Coordenadora da Unidade de Conduta Responsável na Investigação no i3S - Universidade do Porto, defendeu a criação de “espaços seguros para a partilha entre profissionais de saúde e doentes”, sublinhando a importância da medicina narrativa na forma como os médicos se relacionam com os doentes.

Catarina Alvarez, Psicóloga da Associação Alzheimer Portugal, referiu que “a humanização ainda não é uma prioridade em Portugal” e que “é preciso dar voz aos doentes”.

“Queremos sistematização e concretização. Que todos em todo o lado tenham o mesmo tipo de acesso a cuidados humanizados. Se há serviços que já o fazem, todos têm de conseguir fazê-lo”, alertou.

Por seu turno, João Pedroso de Lima, médico e fundador do Movimento Humanizar a Saúde em Coimbra, considerou que “a reaproximação da medicina às humanidades está a intensificar-se”, defendendo uma maior promoção da formação em empatia e comunicação para os profissionais de saúde.

“Uma coisa é ser licenciado em medicina e outra é ser médico. Aprendemos a ser médicos à medida que o tempo nos vai aproximando da vida real das pessoas”, disse.

O comentário final ficou a cargo de Maria de Belém Roseira, ex-ministra da Saúde, que exortou os profissionais de saúde a ouvirem o doente e a procurarem compreender o contexto que o envolve.

"Ouvir o doente pressupõe ir à procura das suas determinantes sociais. É diferente ouvir uma pessoa cujo percurso de vida não constituiu uma pressão causadora de doença, ou uma pessoa que sempre teve de contar dinheiro para fazer face às despesas, que não consegue aquecer a sua casa. Isso faz toda a diferença.”

Maria de Belém Roseira defendeu, ainda, “melhores metodologias de trabalho, mais tempo para os médicos falarem com as pessoas”, bem como “aliviá-los de um conjunto de tarefas que não acrescentam valor”.

A conferência contou, ainda, com as intervenções de Eduardo Nogueira Pinto, Sócio e Coordenador da área da Saúde, Ciências da Vida e Farmacêutica, PLMJ, e de Rosário Zincke, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Plataforma Saúde em Diálogo, que reforçaram o apelo a uma cultura de humanização que permita ouvir o doente para melhorar a sua experiência no sistema de saúde.

“Espaços onde vivemos, trabalhamos e circulamos são determinantes para a nossa saúde mental”
Decorre, no dia 28 de novembro, no Hotel Lumen, em Lisboa, o I Encontro de Neuroarquitetura, Bem-Estar e ESG (Environmental,...

O cruzamento destes dois conceitos não é recente, contudo, só desde a década de 90, com o contributo das ferramentas aplicadas nas Neurociências, foi possível gerar evidências robustas que permitem quantificar o impacto dos espaços interiores e exteriores no comportamento e nas emoções humanas. A pandemia veio consolidar, na vida real, os dados provenientes destes estudos.

Segundo Teresa Ribeiro, “já na década de 50, quando tentava desenvolver a vacina contra a poliomielite, Jonas Salk teve necessidade de sair do seu laboratório e viajar para Itália para desbloquear o processo que o impedia de avançar nas suas experiências. Foi junto à Basílica de S. Francisco de Assis que sentiu a inspiração criativa que lhe faltava para concretizar esta importante descoberta da Medicina”. É por isso que, ainda hoje, no Instituto batizado com o seu nome, na Califórnia, todos os laboratórios têm janelas voltadas para o mar. Aliás, é nesse Instituto que, desde 2002, está sediada a ANFA (Academy of Neuroscience for Architecture).

De acordo com a arquiteta e membro da Comissão Organizadora do I Encontro de Neuroarquitetura, Bem-Estar e ESG, “a maioria das nossas decisões não é consciente, contudo, impacta a nossa saúde física e mental. Partindo destes conhecimentos, tentamos, através da Arquitetura e do Urbanismo, que os utilizadores tenham comportamentos benéficos para a sua saúde mental, psicológica e social. Na verdade, há vários fatores que podem ser manipulados e ajustados para que as pessoas tenham melhor qualidade de vida”.

Segundo o evidence based design, há características dos espaços que favorecem a saúde mental e reduzem o stresse e comportamentos negativos. Por exemplo, “o contacto com a natureza e com materiais naturais como a madeira, a exposição à luz solar, o tipo de luz artificial e o seu impacto nos ciclos circadianos. Isto é válido para as nossas casas, assim como para os locais onde trabalhamos”. Além disso, “é válido também para os espaços exteriores porque nenhum espaço é neutro”.

A pandemia e a obrigação de confinamento vieram confirmar os estudos que determinam esta relação. A degradação da saúde mental das populações após a pandemia representa, atualmente, uma preocupação de saúde pública em todas as faixas etárias. “Esse efeito prende-se, obviamente, com a privação da vida social e do contacto interpessoal a que estávamos acostumados, mas também com os espaços onde ficámos confinados. Não é por acaso que muitas famílias saíram dos seus apartamentos em zonas urbanas para fazerem a quarentena em meios rurais, em casas com quintais ou varandas, onde tinham acesso a uma horta, a espaços verdes e a contacto com a natureza”, argumenta Teresa Ribeiro.

Segundo a arquiteta, a Arquitetura aplicada à Neurociência teve um grande crescimento após a pandemia precisamente por causa desse impacto na saúde mental. E mesmo depois da pandemia, “as famílias que procuram habitação, têm agora em consideração alguns critérios que até então não valorizavam: varandas grandes que enchem de plantas, materiais naturais e menos tóxicos e, sobretudo, certificações ambientais e energéticas. Tudo isto contribui para um maior equilíbrio emocional, para uma melhor qualidade de vida e para uma redução do risco de stresse”.

Estes e outros temas estarão em debate no dia 28 de novembro, no Hotel Lumen, em Lisboa, onde estarão reunidos profissionais da área da Arquitetura e Design, da construção, do setor imobiliário e das Neurociências.

“Trabalhamos para um bem comum. Todos queremos ter melhores casas, melhores empresas, melhores hospitais, melhores escolas, melhores cidades. Neste setor, todos temos um papel porque aquilo que construímos vai ficar cá. Vai permanecer mesmo quando não estivermos cá nós. É algo que vamos deixar a quem vem depois. As nossas ações vão ter um impacto em toda a sociedade”, conclui Teresa Ribeiro.

A organização do I Encontro de Neuroarquitetura, Bem-Estar e ESG está a cargo da Academia Portuguesa de Neuroarquitetura, da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários e do Espaço Arquitetura. O evento conta com o apoio da Ordem dos Arquitetos.

Opinião
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), os Objetivos de Desenvolvi

Um desses objetivos, o 1.º, é a Erradicação da Pobreza, que se revela de extrema importância a nível global. Mas afinal, como podemos definir a pobreza? Segundo a ONU, a pobreza envolve mais do que a falta de recursos e de rendimento que garantam meios de subsistência sustentáveis. A pobreza manifesta-se através da fome e da malnutrição, do acesso limitado à educação e a outros serviços básicos, à discriminação e à exclusão social, bem como à falta de participação na tomada de decisões. Mais de 700 milhões de pessoas, 10% da população mundial, vivem em pobreza extrema atualmente, abaixo do limiar internacional da pobreza, com rendimentos abaixo de 1,76 euros por dia, e dificuldades para satisfazer as necessidades mais básicas como a saúde, a educação, acesso a água potável e saneamento. Por outro lado, a pobreza também afeta a capacidade da população aceder aos serviços de saúde e receber o tratamento necessário para recuperar o seu estado de saúde (CIE, 2017).

Em 2024, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, assinalado pela Organização das Nações Unidades (ONU) no dia 17 de outubro, seguiu o lema “Acabar com os maus-tratos sociais e institucionais, agir em conjunto em prol de sociedades justas, pacíficas e inclusivas”. O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza constitui-se como uma oportunidade de manifestar solidariedade para com as pessoas que vivem na pobreza, sendo também uma forma de apelar aos Estados e aos respetivos decisores políticos para que tomem medidas para acabar com esta forma de violação dos direitos humanos e criar condições para viver com dignidade.

Em Portugal, a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030 (Resolução do Conselho de Ministros n.º 184/2021, de 29 de dezembro) enquadra-se no desafio estratégico de redução das desigualdades. Neste documento, a pobreza é assumida como fenómeno complexo e multidimensional, que vai muito além da definição de pobreza enquanto privação de recursos monetários, exigindo uma atuação integrada das diferentes áreas setoriais no domínio da intervenção pública.

Os ODS são um roteiro que estabelece a visão de um mundo saudável, pacífico e próspero, mas estes só podem ser alcançados se forem realizadas mudanças e, os enfermeiros, como os profissionais de saúde com mais contato direto com as populações, têm um papel especialmente importante a desempenhar. A voz dos enfermeiros é a voz das pessoas, das famílias, dos grupos e das comunidades com quem trabalham. É a voz de mais de 20 milhões de enfermeiros que podem fazer a diferença. É uma voz de liderança na transformação do mundo (CIE, 2017).

O papel dos enfermeiros é imprescindível no combate à pobreza e em todas as metas dos ODS, devido à forte relação que a enfermagem tem com as comunidades, especialmente as mais vulneráveis e marginalizadas. Este é um dos aspetos que faz a enfermagem tão única e tão crítica de maneira a garantir o progresso dos ODS.

Sabemos que a pobreza e a saúde estão inter-relacionadas, uma vez que a doença reduz as poupanças do agregado familiar, a capacidade de aprendizagem, a produtividade e diminui a qualidade de vida. A pobreza coloca os indivíduos em maior risco a acidentes ambientais, subnutrição e falta de acesso aos cuidados de saúde adequados. Por outro lado, a saúde pode prevenir a pobreza ou oferecer um caminho para a saída da mesma, uma vez que aumenta a produtividade, conduzindo a uma maior riqueza, além das crianças serem mais capazes de aprender e prosperar.

Mais especificamente, os enfermeiros devem, segundo o CIE (Conselho Internacional de Enfermeiros): defender políticas que deem prioridade às necessidades de saúde dos pobres e de outros grupos de risco; promover a preparação educacional e as práticas de enfermagem que vão ao encontro das populações mais vulneráveis; acentuar nas declarações políticas que a melhoria da saúde dos pobres contribui também para o crescimento económico e para o desenvolvimento; apoiar o desenvolvimento de modelos para sistemas de saúde locais que cheguem àqueles que mais precisam dos cuidados de saúde; empenhamento em aumentar o acesso aos cuidados de saúde, com foco na vacinação, apoio na maternidade e amamentação, programas de apoio às populações mais desfavorecidas, intervenções na saúde pública, educação para a saúde; realizar uma abordagem multissectorial no investimento na saúde de forma a reduzir a pobreza, com foco nos determinantes sociais de saúde e dar resposta às dificuldades, como o emprego, o rendimento, o alojamento, a segurança alimentar, o acesso à educação, água, saneamento, cuidados de saúde e fatores relacionados com o estilo de vida.

As Unidades de Cuidados na Comunidade podem ter um contributo bastante importante para atingir o ODS n.º 1, pois têm como missão a prestação de cuidados de saúde e apoio psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário, às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis em situação de maior risco ou dependência física e funcional, atuando na educação para a saúde, na integração em redes de apoio à família e na implementação de unidades móveis de intervenção. Na UCC Pombal, onde estamos atualmente a realizar ensino clínico, através da operacionalização dos seus programas e projetos de intervenção comunitária, esta unidade contribui para a mitigação do fenómeno da pobreza a nível local, quer através da articulação com os parceiros da comunidade (rede social, comissões socias de freguesias, rendimentos social de inserção/núcleo local de inserção, etc.), quer através do contributo ativo para aumentar os níveis de literacia em saúde da comunidade da sua área de abrangência.


Autores: 

Ana Raquel Rocha Ferreira e Miguel Ângelo Pedrosa Fernandes - estudantes do 3.º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, em Ensino Clínico na Unidade de Cuidados na Comunidade de Pombal (UCC Pombal), sob orientação da Enfermeira Jerusa Gameiro e do Enfermeiro Pedro Quintas.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
‘A Fuga’ de António Faria
O Ispa – Instituto Universitário inaugura a exposição ‘A Fuga’, uma instalação do artista António Faria, que estará disponível...

Com uma proposta estética que combina escalas e contrastes de luz e sombra, ‘A Fuga’ aborda temas como melancolia, silêncio e renascimento, destacando a arte como um caminho para a introspeção. A instalação não só reflete as complexidades da mente humana, mas também propõe a arte como um meio de libertação e busca de significados.

A abertura da exposição promete ser uma viagem estética e simbólica que desafia as fronteiras do espaço físico e mental.

E lança Folheto “Tolerância Zero às Exacerbações” para saber identificar o problema
Crises, agudizações ou ataques do pulmão… São vários os nomes pelos quais são conhecidas as exacerbações da Doença Pulmonar...

“O grande objetivo desta iniciativa é aumentar o nível de conhecimento dos doentes sobre as exacerbações que, dependendo da sua gravidade, podem mesmo obrigar ao internamento, tendo um grande impacto na qualidade de vida do doente e até no prognóstico da doença”, refere José Albino, presidente da RESPIRA. “Estamos a falar de situações que podem aumentar o risco de morte, pelo que é essencial que o doente as saiba prevenir e identificar e ainda que partilhe essas situações com o seu médico para que possa receber os cuidados de saúde adequados”, acrescenta.

O material informativo, disponibilizado também em formato PDF no site da RESPIRA é composto por um questionário que permitirá ao médico dos cuidados de saúde primários, aquando da consulta, “avaliar” e ter maior perceção da evolução da DPOC no seu doente, com base nas suas respostas. Este folheto conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP). 

De acordo com os dados mais recentes, mais de 36 milhões de europeus viviam com DPOC em 2020, estimando-se um aumento para os 49 milhões em 2050. Os doentes  devem conhecer os sintomas das exacerbações, os mais comuns dos quais são a sensação de falta de ar/ seu agravamento, ou pieira pior do que o habitual, aumento da tosse, mais cansaço e  maior produção de expectoração (muco).

Lundbeck é uma empresa centrada exclusivamente na inovação em neurociências
A Lundbeck acaba de anunciar a nomeação de Sara Montero como nova Diretora-Geral da Lundbeck Iberia, com o objetivo de...

Com um sólido percurso na indústria farmacêutica, tanto a nível nacional como internacional, Sara Montero traz uma abordagem centrada no doente e um profundo conhecimento do mercado, o que irá sem dúvida aportar elevado valor à Lundbeck Iberia.

Sara Montero juntou-se à companhia há 10 anos como diretora de vendas, tendo posteriormente liderado a unidade de negócio do Sistema Nervoso Central. Após cinco anos na Lundbeck Iberia, assumiu a Direção-Geral da Lundbeck México, América Latina e Países Andinos, gerindo operações em 19 países.

No seu novo cargo, Sara Montero compromete-se a trabalhar com determinação para que as equipas em Espanha e Portugal possam enfrentar os desafios no tratamento das doenças do cérebro, dando assim continuidade à missão da Lundbeck de melhorar a qualidade de vida dos doentes que sofrem de doenças mentais.

“A neurociência estabeleceu-se como uma das áreas médicas mais importantes para o futuro. A Lundbeck é uma das poucas empresas a nível mundial centrada exclusivamente na inovação em neurociências, com o objetivo de fazer avançar os tratamentos e melhorar a vida das pessoas que sofrem de doenças cerebrais. Para mim, trata-se de uma oportunidade única de fazer crescer a Lundbeck Iberia como uma empresa inovadora com um objetivo claro: transformar a vida dos doentes, o seu ambiente e a sociedade em geral”, afirma Sara Montero.

A Lundbeck Iberia é uma região de grande relevância para a empresa, sendo a segunda subsidiária mais importante a nível mundial, depois dos Estados Unidos.

“Este feito foi possível graças a uma equipa forte, centrada na inovação e na oferta dos melhores tratamentos para as doenças do cérebro. Acredito firmemente que o trabalho de equipa é a única forma sustentável de alcançar grandes resultados. O meu objetivo é que a Lundbeck Iberia não seja apenas líder de mercado, mas também uma referência em inovação, colaboração e excelência, com uma equipa de pessoas que têm a oportunidade de crescer e de se desenvolver”, conclui.

Tomada de posse é esta quarta-feira
A professora Ana Paula Macedo toma posse esta quarta-feira, dia 6, como presidente da Escola Superior de Enfermagem da...

Ana Paula Macedo é licenciada em Enfermagem Médico-Cirúrgica pela Universidade Católica, doutorada em Educação - Organização e Administração Escolar pela UMinho e pós-doutorada em Enfermagem pela Universidade de São Paulo (Brasil). É professora da ESE há 27 anos, onde coordenou pós-graduações, projetos de investigação e foi também presidente (2017/2021). Venceu já o “Droesbeke Caring Award”, da Associação Internacional do Cuidar Humano (EUA) e publicou mais de meia centena de artigos científicos, uma dezena de capítulos de livros e o livro “Supervisão em Enfermagem: construir as interfaces entre a escola e o hospital”.

A ESE-UMinho é considerada uma referência na Enfermagem, tendo já sido premiada pelo Conselho Ibero-Americano em Honra da Qualidade Educativa, pela Organização das Américas para a Excelência Educativa e pelo Município de Braga.

Esta unidade politécnica nasceu em 1912 sob a dependência da Santa Casa da Misericórdia de Braga, com o nome Escola de Enfermagem do Hospital de São Marcos, que mais tarde passou a Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian de Braga, até ser integrada na UMinho em 2004. Possui o Centro de Investigação em Enfermagem e um núcleo da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde. A sua oferta educativa inclui licenciatura, mestrados e cursos breves, promovendo o desenvolvimento científico, técnico, cultural e ético dos seus estudantes. 

Para assinalar os 25 anos de existência da Valormed
A VALORMED assinalou 25 anos de existência no evento em que igualmente atribuiu os Prémios Ambiente 2024. A cerimónia reuniu e...

Ao nível das farmácias comunitárias foram distinguidas as que recolheram mais resíduos de embalagens e medicamentos de origem doméstica entregues e depositados pelos portugueses, tendo sido premiadas perto de 60 farmácias, de norte a sul do país.

O prémio dos distribuidores farmacêuticos foi atribuído à Alliance Healthcare, Empifarma; OCP Portugal; Plural+Udifar por terem apresentado e implementado  nas suas unidades logísticas projetos relacionados com eficiência energética, transição digital e economia circular. Em relação aos Embaladores, o prémio foi atribuído à Sanofi pela aplicação de medidas de ecodesenho aos produtos do seu portefólio. 

“É com muita alegria, mas enorme responsabilidade que celebramos estes 25 anos, em que olhamos para o nosso percurso e reconhecemos que ao longo dos anos temos ​de forma gradual vindo a recolher maiores quantidades de resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso e de prazo. Sabemos que não fizemos este caminho sozinhos o qual só foi possível com o envolvimento e compromisso dos nossos parceiros. Por isso, queremos comemorar com eles e destacar o seu contributo nesta jornada. Olhamos para o passado e projetamos o caminho que queremos continuar a fazer, o que ainda nos falta alcançar, para que todos, em Portugal, entreguem nos pontos de recolha as embalagens vazias e os medicamentos fora de uso e de prazo”, afirmou Luís Figueiredo, diretor-geral da VALORMED.

A cerimónia de comemoração do 25º aniversário e entrega dos Prémios Ambiente 2024 decorreu no passado dia 25 de outubro no Montes Claros Lisbon Secret Spot.

Dia 21 de novembro
Este ano sob o tema “O Cérebro Modificado: Implicações Éticas das Neurotecnologias", o Seminário Anual do Conselho...

A iniciativa irá contar com um painel de especialistas de renome internacional de organismos como a UNESCO, Conselho da Europa, Grupo Europeu de Ética da Comissão Europeia, Fundação Champalimaud e Plataforma Lusófona de Bioética. 

Apesar dos avanços recentes, o cérebro humano ainda tem muitos segredos por explorar. As neurotecnologias podem auxiliar no diagnóstico de doenças, mas também podem ser usadas para influenciar o pensamento e a consciência humana, abrindo caminho para novas formas de controlo. 

Para debater o tema, o evento contará com os painéis “Neurotecnologias: perspetivas presentes e futuras”, “Ética: o Olhar das Instituições” e “Sociedade: O Olhar da Lusofonia”. 

O programa pode ser consultado aqui: https://cnecv.pt/files/1730135092_e6fe743029792f393f69df96f5363ea4_cnecv-seminarioneurotech-programaa4-out2024-v09.pdf.

Campanha “O seu filho tem um dedo que adivinha”
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) já realizou mais de mil testes para avaliar o risco de diabetes tipo 1...

Esta é a primeira vez que uma iniciativa com este propósito se realiza em Portugal e conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência O Presidente da República, o apoio da Direção Geral da Saúde (com o Plano Nacional da Diabetes) e o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e da Sociedade de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria.

Sempre com foco numa mensagem de esperança e positividade, “O seu filho tem um dedo que adivinha” surge para detetar cada vez mais cedo a diabetes tipo 1 e descomplicar o rastreio. Com um simples teste, a partir de uma gota de sangue, é possível conhecer o risco da DT1 em fase inicial.

A campanha foca-se assim na simplicidade da realização de um rastreio que pode mudar as vidas das crianças e jovens em risco de virem a desenvolver DT1. Depois de identificadas, as crianças e jovens em risco e suas famílias passam a receber o acompanhamento necessário por parte da APDP.

“Quando a diabetes tipo 1 entra na vida das crianças e dos jovens, representa uma grande sobrecarga para os próprios, para os pais e cuidadores. Até agora, o diagnóstico é feito em fases tardias graves que podem levar a internamentos”, alerta João Filipe Raposo, Diretor Clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), rematando: “O diagnóstico precoce e a avaliação do risco são as melhores armas para mudar o paradigma da abordagem à DT1.”

Em Portugal, calcula-se que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1, 5 mil das quais serão crianças e jovens. O diagnóstico e a intervenção precoce são, por isso, imperativos para a mudança na gestão da diabetes tipo 1. As estatísticas revelam que 90% dos novos casos surgem sem ligações familiares, o que reforça a importância de um rastreio mais alargado.

A DT1 é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico da própria pessoa compromete o funcionamento das células do pâncreas que produzem insulina. Pessoas com diabetes tipo 1 necessitam de terapêutica com insulina para toda a vida porque o pâncreas deixa de a poder fabricar. A causa deste tipo de diabetes não é, ainda, plenamente conhecida, mas sabe-se que existe um componente genético e não está diretamente relacionada com hábitos de vida ou de alimentação menos corretos. 

LPCE apresenta retrato da epilepsia nos hospitais públicos em Portugal
Um novo estudo publicado na revista científica Epilepsy & Behavior revela o impacto da epilepsia no Sistema Nacional de...

Durante o período em análise, foram internados 49 481 doentes com epilepsia, num total de 80 494 internamentos, perfazendo uma média de 1,6 internamentos por doente. Os dados indicam que a epilepsia constituiu o diagnóstico primário do internamento em 20% dos doentes, com um tempo médio de hospitalização de 8 dias. 

Do total de internamentos, aproximadamente 18,5% dos doentes tinham epilepsias refratárias, isto é, crises não controladas com dois ou mais fármacos anti crises epiléticas, e 26,3% dos doentes foram internados em estado de mal epilético, uma urgência neurológica que frequentemente exige internamento em unidade de cuidados intensivos.  

“O estudo proporciona uma visão abrangente do panorama dos doentes com epilepsia internados em Portugal, contribuindo para uma melhor compreensão do impacto desta doença no SNS. Permitiu apurar dados cruciais para aprofundar o impacto da doença em Portugal.”, afirmou Nuno Canas, neurologista e neurofisiologista clínico e membro da Direção Nacional da LPCE. 

Nos doentes em que a epilepsia foi a principal causa de internamento, a hipertensão arterial, diabetes mellitus,  dislipidémia e doenças psiquiátricas foram as patologias mais frequentemente associadas à epilepsia. Nos restantes 80% dos doentes, a epilepsia foi um diagnóstico secundário, tendo outras patologias sido a causa principal de internamento. Nestes doentes, o tempo médio de hospitalização foi de 13 dias. Durante o período do estudo, foram registados 9 606 óbitos, dos quais 1 345 doentes internados com o diagnóstico primário de epilepsia, sendo que outras causas que não a epilepsia foram a principal causa de mortalidade. 

Os resultados obtidos neste estudo estão alinhados com investigações semelhantes realizadas em países europeus, utilizando uma metodologia comparável. A epilepsia afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo e, apesar de ser uma das patologias neurológicas mais frequentes, ainda é desconhecido o real impacto que tem no Sistema Nacional de Saúde Português.  

 
Revelados resultados da 2.ª vaga do Vacinómetro® época gripal 2024/2025
Os dados da segunda vaga do relatório Vacinómetro®, que monitoriza a vacinação contra a gripe durante a época gripal, revelam...

O relatório mostra ainda que dos 40,4% dos não vacinados, 67,3% tenciona ainda vacinar-se.

Dos resultados desta 2ª vaga, importa destacar que, do total de indivíduos vacinados, pertencentes ao grupo dos doentes crónicos, mais de metade (55,7%) da população com doença cardiovascular já terá sido vacinada, e dos não vacinados 55,1% tenciona ainda vacinar-se; quase metade (49,3%) das pessoas com diabetes já terão sido vacinadas, e das não vacinadas 57,9% tenciona vacinar-se e 42,1% das pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) já se vacinou, sendo que 87,5% o terão feito por saberem que fazem parte dos grupos de risco para esta patologia.

Do total do grupo de indivíduos vacinados, na amostra total estudada, 33,9% afirma ter sido vacinado por recomendação do médico, 33,5% por iniciativa própria, porque procuram estar sempre protegidos. 

17,0% recorreu à vacinação no contexto de uma iniciativa laboral; 8% porque recebeu notificação de agendamento pelo SNS e 7% porque sabe que faz parte dos grupos de risco.

"Estes resultados são assinaláveis. Da amostra total inquirida verificámos um aumento em relação ao ano anterior (34,1% vs 32,3%), o que é ainda mais significativo se considerarmos que na época passada estes dados foram recolhidos já em novembro, o que se traduz num aumento do ritmo de vacinação. E se analisarmos em detalhe os grupos com recomendação, a diferença da cobertura vacinal face ao ano anterior é ainda mais acentuada, passando de 39,7% para 43,6%. A exceção da população alvo 60-64, cuja taxa de vacinação está ligeiramente abaixo do que se verificava na época 2023/24 (-4%)”, revela Nuno Jacinto, Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.

Outro dado que se mostra bastante consistente, não só com a vaga passada, mas também com os dados da época passada diz respeito ao peso que a recomendação do médico tem nos motivos pelos quais os grupos com recomendação se vacinam (60+, 65+, 80+, 85+, doentes crónicos, grávidas).

Também os profissionais de saúde tiveram um acréscimo na taxa de vacinação, quer face à vaga passada, quer quando comparado com o ano anterior e, neste momento, cerca de 40% dos inquiridos desta população já se encontra vacinada. No caso os principais motivos de vacinação prendem-se com iniciativas “no contexto laboral” e porque “procura sempre estar protegido”.

Em relação à vacina de dose elevada que é administrada gratuitamente nas pessoas com 85 ou mais anos de idade, na amostra total estudada, 52,9% não sabe que está disponível uma vacina de dose elevada para esta população.

Os locais preferenciais de aquisição/ administração da vacina em função da população alvo que tenhamos em análise, sendo que a totalidade dos profissionais de saúde inquiridos recebeu a vacina no local de trabalho, revelaram que a população acima dos 80 e 85 anos e as grávidas receberam a vacina maioritariamente no Centro de Saúde e a população entre os 60 e os 64 e acima dos 65 recebeu maioritariamente na farmácia.

Também os dados relativos à intenção de vacinação para aqueles que até ao momento não o fizeram, têm sido bastante consistentes ao longo das épocas vacinais e mostram elevada taxa de intenção vacinal. Ainda em relação à intenção vacinal, é interessante notar que esta aumenta à medida que aumenta também a fragilidade dos grupos em análise, sendo os grupos com maior intenção vacinal, os doentes crónicos, os acima dos 65 anos, acima dos 80 anos e acima dos 85 anos.

Relativamente à coadministração, e tendo por referência os dados da vaga anterior, a taxa de coadministração da vacina contra a gripe/ COVID nos grupos com recomendação diminuiu (passou de 82,9% para 76,6%), ainda que o principal motivo pela decisão de receber ambas as vacinas ao mesmo tempo se mantenha o mesmo (Quero estar protegido| Considero que ambas são importantes para a minha saúde). um decréscimo (passou de 83,1% para 76,6%).

Ainda em relação à coadministração, mas tendo por base os inquiridos que ainda não se vacinaram, mantém-se a tendência da vaga passada em que a maioria pretende vacinar-se levando as duas vacinas ao mesmo tempo (57,7%), tendência que está em linha com os resultados do ano passado, ainda que com valores bastante menos expressivos (85,3% vs 57,7%).

De 7 a 9 de novembro
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) vai realizar o 43.º Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia ...

“Começámos a preparar o 43.º CNOT ainda antes da realização do 42.º, com o objetivo de oferecer um evento que é uma oportunidade única para debatermos o futuro da Ortopedia e Traumatologia e trazermos para Portugal as mais recentes inovações”, explica João Gamelas, presidente da SPOT.

O programa abrange uma vasta gama de temas nas especialidades de Ortopedia e Traumatologia, como ortopedia infantil, ortopedia geriátrica, traumatologia, infeções, tumores do aparelho locomotor, novas tecnologias e terapias, além de abordagens específicas da ortopedia da coluna, ombro, cotovelo, punho, mão, anca, joelho, tornozelo e pé. Entre os temas da atualidade que também serão abordados, destaca-se a utilização da inteligência artificial, com sessões como “Impacto da IA Médica na Cadeia de Valor de Saúde: do Primary Care à Gestão da Doença Crónica”, a cargo do engenheiro António Murta, e “A IA como ajuda aos traumatologistas na urgência”, apresentada pela Gleamer. Paralelamente, serão também abordadas áreas como Biomecânica, Imagiologia e Medicina Legal.

Para além de várias associações e sociedades nacionais, o evento contará ainda com a participação de associações e sociedades internacionais de referência, como a American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS), a European Society for Sports Traumatology, Knee Surgery and Arthroscopy – European Shoulder Associates (ESSKA – ESA), a International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine (ISAKOS), a Sociedad Española de Cirugía Ortopédica y Traumatología (SECOT), a Société Internationale de Chirurgie Orthopédique et de Traumatologie) (SICOT) e a Société Française d’Orthopédie et de Traumatologie (SOFCOT).

O congresso oferece ainda uma gama diversificada de atividades formativas, incluindo cursos básicos de trauma, cursos de trauma para enfermeiros, um curso sobre revistas científicas, workshops sobre correção de deformidades e imagiologia, apresentações de casos clínicos, apresentações de teses de doutoramento, comunicações livres e demonstrações do robô Mako, entre outras.

Evento conta apresentação de um estudo de perceção dos portugueses sobre a Ciência
Para assinalar o seu 25.º aniversário, a AstraZeneca Portugal promove, no dia 21 de novembro, na sua sede em Barcarena, a...

Durante a sessão, serão apresentados os resultados do estudo “Perceções e expectativas dos portugueses sobre a Ciência", que avalia o nível de conhecimento e de interesse dos portugueses na Ciência.

O evento vai contar com especialistas nas áreas da Ciência e Saúde, Ética e Inteligência Artificial, que irão apresentar e debater temas como “o mundo desde 1999” e “os desafios e contributos da ciência nos últimos 25 anos”. No final, haverá uma mesa-redonda que tem como objetivo perspetivar os próximos 25 anos, tentando antecipar algumas conquistas e desafios nesta área.

Projeto de literacia alimentar vai contar com o apoio de 5 instituições sociais
Já arrancou o novo projeto social da Associação Portuguesa de Nutrição (APN) e da Missão Continente, que vai ajudar as famílias...

Nesta fase, são cinco as instituições sociais que estão responsáveis por indicar os agregados familiares que vão fazer parte deste projeto. “Queremos que este projeto possa fazer a diferença na vida destas famílias. Estas instituições, que estão no terreno e conhecem de perto as pessoas, as suas motivações e dificuldades, são essenciais para o sucesso deste projeto. Queremos que esta ação tenha um impacto real na vida das famílias mais vulneráveis, oferecendo-lhes dignidade, autonomia e apoio na tomada de decisão”, explica Nádia Reis, Diretora de Brand Responsibility do Continente. 

“O cabaz alimentar, que até agora era atribuído pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, será substituído pelo Cartão Social, permitindo que os beneficiários – que, segundo o Governo, podem ascender a 120 mil pessoas – escolham o cabaz que melhor responde às suas necessidades. Este projeto reflete o compromisso da Missão Continente em apoiar as famílias mais vulneráveis, alinhando-se com o objetivo de contribuir para a erradicação da pobreza, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Acreditamos que, juntos, podemos construir um futuro mais justo e solidário”, continua a responsável, acrescentando ainda que, com esta iniciativa, será possível apoiar os beneficiários no momento de decisão.  

O projeto de literacia alimentar vai promover escolhas alimentares mais conscientes, informadas e saudáveis através de quatro sessões de capacitação, desenvolvidas por nutricionistas. Estas formações serão focadas em planeamento e gestão alimentar, seleção de alimentos com visita a uma loja de retalho, preparação de refeições com workshop prático e, por fim, uma sessão sobre consumo consciente. 

As instituições terão ainda a responsabilidade de selecionar o local das formações, que podem decorrer nas suas próprias instalações ou noutro local definido pelas mesmas, de forma a garantir a familiaridade dos indivíduos com o espaço. Após a fase de candidaturas, foram selecionadas as seguintes organizações: a Cruz Vermelha da Trofa (Norte), a Cáritas de Tomar (Centro), o Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Conceição da Costa de Caparica (Área Metropolitana de Lisboa), a ADBES (Alentejo) e a Cáritas Diocesana do Algarve (Algarve). 

“Este projeto não se limita a fornecer informações, mas também a criar oportunidades de transformação. Acreditamos que, ao dar às famílias ferramentas práticas para uma alimentação sustentável e acessível, estamos a capacitar as gerações futuras, promovendo uma melhor qualidade de vida”, continua Célia Craveiro. 

O agendamento das sessões junto das instituições selecionadas será adaptado às necessidades locais. Para já, a Associação Portuguesa de Nutrição e a Missão Continente, as entidades responsáveis pela implementação do projeto, esperam que esta iniciativa seja o primeiro passo para uma mudança significativa nos hábitos alimentares das famílias envolvidas, contribuindo para uma sociedade mais saudável e informada. 

“Estamos confiantes de que esta iniciativa irá capacitar as famílias, permitindo-lhes fazer escolhas alimentares mais conscientes e equilibradas, mesmo com orçamentos mais limitados. O nosso objetivo é oferecer-lhes o conhecimento e as ferramentas necessárias para que possam tomar decisões informadas no seu dia a dia, promovendo uma alimentação mais saudável e sustentável. Queremos que estas famílias sintam o poder de fazer escolhas que realmente fazem a diferença na sua qualidade de vida”, conclui Nádia Reis.  

De 14 a 16 de novembro
No ano em que assinala o seu 50.º aniversário, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) organiza, de 14 a 16 de novembro, no...

O marco dos 50 anos não poderia ser esquecido, pelo que, de acordo com António Morais, presidente da SPP, “esta reunião será uma homenagem a todos os pneumologistas que, ao longo destes 50 anos, asseguraram a excelência dos cuidados respiratórios à população portuguesa, com um compromisso permanente e empenhado que lhes permitiu ultrapassar os vários impedimentos relacionados com a escassez de recursos. Teremos várias iniciativas de homenagem aos vários serviços de Pneumologia e a todos os pneumologistas que neles trabalharam ao longo de todas estas décadas”.

Além da comemoração do meio século de existência da SPP, estará em destaque neste encontro nacional “a extraordinária inovação diagnóstica e terapêutica que a Pneumologia apresenta atualmente e a notável dinâmica da Pneumologia Nacional nos vários Centros Hospitalares do país”, refere o médico pneumologista.

Dada a grande variedade de doenças respiratórias que existem, do programa fazem parte sessões dedicadas à asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), cancro do pulmão, doenças respiratórias do sono, insuficiência respiratória crónica, entre outras. O presidente da SPP acrescenta que “a abordagem destas doenças terá sempre a perspetiva da prevenção, o diagnóstico precoce, a monitorização e tratamento”.

O Congresso decorre em simultâneo com o 5.º Congresso Luso-PALOP de Pneumologia e o 10th Union Europe Conference on Lung Health. 

Sistema Urinário
Os cálculos renais, também conhecidos como pedras nos rins, são massas sólidas formadas por cristais

Como surgem os Cálculos Renais?

Os cálculos renais formam-se quando há um aumento na concentração de substâncias como cálcio, oxalato, ácido úrico ou cistina na urina, o que leva à cristalização e formação de pequenos agregados. Estes pequenos cristais podem continuar a crescer, formando pedras. 

A desidratação, causada pela ingestão insuficiente de líquidos, é um dos principais fatores que conduzem ao desenvolvimento de cálculos renais. Isto porque a baixa ingestão de água aumenta a concentração de sais na urina, facilitando a cristalização.

Por outro lado, uma dieta rica em sódio, proteínas animais e oxalato (presente em alimentos como espinafres, beterraba, nozes e chocolate) aumenta o risco de formação de pedras. O consumo excessivo de cálcio pode também contribuir para a formação de cálculos de oxalato de cálcio, o tipo mais comum de cálculo renal.

Sabe-se ainda que pessoas com história familiar de cálculos renais apresentam maior risco de desenvolver a condição. 

Algumas doenças, como a gota, infeções urinárias frequentes e o hiperparatiroidismo, estão associadas à formação de cálculos. Medicamentos específicos, como diuréticos e suplementos de cálcio, também podem aumentar este risco.

Por fim, o sedentarismo e excesso de peso podem elevar a quantidade de cálcio e outras substâncias na urina, aumentando o risco de desenvolvimento de cálculos renais.

Sintomas

Apesar de poderem permanecer assintomáticos, apresentam frequentemente os seguintes sintomas:

  • Dor intensa e aguda: A dor surge subitamente,  geralmente na região lombar ou abdominal com irradiação para a virilha. 
  • Náuseas e vómitos
  • Dificuldade e do ou ardor ao Urinar
  • Sangue na Urina (hematúria) 
  • Necessidade frequente de urinar: a pedra no sistema urinário pode estimular a bexiga, provocando uma sensação frequente de necessidade de urinar.

Tratamento 

O tratamento dos cálculos renais depende do tamanho, localização e composição das pedras, bem como da gravidade dos sintomas. 

Quando o cálculo é pequeno, é possível esperar que o mesmo seja eliminado espontaneamente através da uretra. Nestes casos, podem ser utilizados diversos medicamentos, quer para controlar a dor, quer para facilitar a eliminação do cálculo.

Quando o cálculo apresenta grandes dimensões ou se encontra localizado mais perto dos rins, não progredindo pelo ureter, é necessário recorrer a métodos cirúrgicos, habitualmente, minimamente invasivos, como por exemplo:  

  • Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LEOC): Este procedimento utiliza ondas de choque para fragmentar pedras maiores em partículas menores, que podem ser eliminadas pela urina. É uma opção não invasiva, mas pode causar desconforto durante o procedimento.
  • Cirurgia Endoscópica: A ureterorrenoscopia ou na cirurgia intra-renal retrógrada são opções para remover ou fragmentar as pedras diretamente. Quando os cálculos são muito grandes e não podem ser removidos usando as técnicas anteriores, pode-se recorrer à Nefrolitotomia Percutânea. 

Medidas preventivas 

A prevenção dos cálculos renais é possível através de ajustes no estilo de vida e na dieta, reduzindo o risco de formação de novos cálculos:  

  • Manter uma boa hidratação é a medida preventiva mais eficaz. Recomenda-se a ingestão de cerca de 2 a 3 litros de água por dia para diluir a urina e evitar a cristalização de substâncias.
  • Reduzir o consumo de sal e alimentos ricos em oxalato, como chocolate, beterraba e nozes, pode ajudar a prevenir cálculos. É também importante reduzir o consumo de carne e açúcar refinado.
  • É também importante ingerir uma quantidade equilibrada de cálcio, sem excessos, uma vez que o baixo consumo de cálcio pode aumentar a absorção de oxalato no intestino, contribuindo para a formação de cálculos.
  • Manter um peso saudável e a praticar exercício físico regularmente ajudam a reduzir a excreção de cálcio e outras substâncias formadoras de cálculos na urina.

Fontes: 

Instituto da Próstata. Pedras nos Rins: o que são, quais os sintomas e tratamentos. https://www.institutodaprostata.com/pt/blog/pedras-nos-rins-o-que-sao-quais-os-sintomas-e-tratamentos

CUF. Litíase renal (pedras nos rins): o que é, sintomas e tratamento. https://www.cuf.pt/saude-a-z/litiase-renal-pedras-nos-rins

Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca. Cálculos Renais: causas, sintomas e tratamentoshttps://hff.min-saude.pt/calculos-renais-causas-sintomas-e-tratamentos/

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
HTA é uma das principais causas de doenças cardiovasculares no país
As candidaturas para a 2ª edição do Prémio Missão 70/26, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), com o...

O prémio está aberto a médicos ou equipas de trabalho que incluam, pelo menos, um médico a desenvolver a sua atividade em Portugal, seja no setor público, privado ou social. As inscrições podem ser feitas aqui.  

Além do prémio principal de 15.000€, será também atribuído um segundo prémio de 5.000€, bem como duas menções honrosas no valor de 1.500€ cada. Os vencedores serão anunciados durante o XIX Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, que terá lugar em fevereiro de 2025. 

A hipertensão é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares em Portugal e o seu controlo permanece insuficiente entre os doentes. Rosa de Pinho, Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, defende a importância de investir na educação em saúde para combater este problema: "Através da literacia em hipertensão, podemos capacitar a população para gerir melhor a sua saúde e melhorar o controlo da pressão arterial. A 2ª edição do Prémio Missão 70/26 pretende, precisamente, promover projetos que ajudem a aumentar o conhecimento sobre esta condição, contribuindo para a prevenção de complicações graves e para uma gestão mais eficaz da hipertensão." 

O Prémio Missão 70/26 integra o programa estratégico da Missão 70/26, que tem como objetivo alcançar, até 2026, um controlo da pressão arterial em 70% dos doentes hipertensos, com idades entre os 18 e os 64 anos, vigiados nos Cuidados de Saúde Primários. 

 

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