Mais de mil crianças e jovens realizaram rastreio à diabetes tipo 1
Esta é a primeira vez que uma iniciativa com este propósito se realiza em Portugal e conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência O Presidente da República, o apoio da Direção Geral da Saúde (com o Plano Nacional da Diabetes) e o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e da Sociedade de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria.
Sempre com foco numa mensagem de esperança e positividade, “O seu filho tem um dedo que adivinha” surge para detetar cada vez mais cedo a diabetes tipo 1 e descomplicar o rastreio. Com um simples teste, a partir de uma gota de sangue, é possível conhecer o risco da DT1 em fase inicial.
A campanha foca-se assim na simplicidade da realização de um rastreio que pode mudar as vidas das crianças e jovens em risco de virem a desenvolver DT1. Depois de identificadas, as crianças e jovens em risco e suas famílias passam a receber o acompanhamento necessário por parte da APDP.
“Quando a diabetes tipo 1 entra na vida das crianças e dos jovens, representa uma grande sobrecarga para os próprios, para os pais e cuidadores. Até agora, o diagnóstico é feito em fases tardias graves que podem levar a internamentos”, alerta João Filipe Raposo, Diretor Clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), rematando: “O diagnóstico precoce e a avaliação do risco são as melhores armas para mudar o paradigma da abordagem à DT1.”
Em Portugal, calcula-se que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1, 5 mil das quais serão crianças e jovens. O diagnóstico e a intervenção precoce são, por isso, imperativos para a mudança na gestão da diabetes tipo 1. As estatísticas revelam que 90% dos novos casos surgem sem ligações familiares, o que reforça a importância de um rastreio mais alargado.
A DT1 é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico da própria pessoa compromete o funcionamento das células do pâncreas que produzem insulina. Pessoas com diabetes tipo 1 necessitam de terapêutica com insulina para toda a vida porque o pâncreas deixa de a poder fabricar. A causa deste tipo de diabetes não é, ainda, plenamente conhecida, mas sabe-se que existe um componente genético e não está diretamente relacionada com hábitos de vida ou de alimentação menos corretos.