Posição conjunta SPEO e SPEDM define proposta de intervenção
A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) e a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo ...

20 anos depois do seu reconhecimento enquanto doença crónica em Portugal, a obesidade é hoje uma das maiores ameaças à saúde pública do século XXI, continuando a registar uma tendência crescente de prevalência e, consequentemente, uma elevada carga de doença e de custos para a sociedade. A SPEO e a SPEDM promovem neste dia 28 de outubro a Conferência “Obesidade: é tempo de agir!” na Assembleia da República para debater a necessidade e a urgência de construir um novo modelo de resposta à doença.

Este será um momento que reúne especialistas e decisores técnicos e políticos para uma reflexão objetiva em torno do caminho percorrido nestes últimos 20 anos, do que foi possível conquistar, mas, sobretudo, das políticas de saúde que é hoje urgente implementar para que seja possível desacelerar e mesmo inverter esta alarmante curva de prevalência da obesidade na sociedade portuguesa.

“A Obesidade não pode continuar a ser encarada como uma mera consequência de um estilo de vida desajustado. É urgente que haja uma mudança profunda na forma como o SNS e as políticas de saúde encaram e tratam esta doença crónica e complexa, para que o próprio estigma em torno da doença desvaneça. Temos a oportunidade de transformar a forma como lidamos com a obesidade em Portugal. As condições estão criadas, os instrumentos de política pública estão à vista, e o passo que falta é a implementação eficaz e coordenada de uma estratégia integrada e concertada com os diferentes agentes e níveis de intervenção que permita reduzir a tendência de crescimento da Obesidade na sociedade portuguesa. É tempo de agir”, refere José Silva Nunes, Presidente da Sociedade Portuguesa de Obesidade (SPEO).

"Embora as mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma dieta equilibrada e o aumento da atividade física, sejam fundamentais no tratamento da Obesidade, a evidência demonstra que estas intervenções isoladas acabam por falhara longo prazo. Nesse sentido, a inovação no tratamento médico e farmacológico tem surgido como uma resposta eficaz para apoiar uma perda de peso sustentável, bem como para garantir o acesso equitativo a essas intervenções. É, por isso, essencial que o Serviço Nacional de Saúde se comprometa a reforçar os meios disponíveis, pois sem estas medidas, continuaremos a comprometer a saúde de milhares de pessoas que vivem com Obesidade", destaca Paula Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa de Endrocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM).

No âmbito da conferência, a SPEO e a SPEDM apresentam um call to action composto por quatro linhas de ação que entendem ser essenciais para que o setor e o país como um todo possam, com eficácia, implementar um novo modelo de gestão da obesidade.

O call to action contempla a publicação do Processo Assistencial Integrado (PAI) da Obesidade, previsto pelo anterior Governo em 2023, aquando da publicação de um despacho que traçava o compromisso do executivo em definir um Modelo Integrado de Cuidados para a Prevenção e Tratamento da Obesidade. A sua publicação será no contexto atual um passo fundamental para a consolidação de uma abordagem clínica integrada, universal e eficiente à obesidade por parte do sistema de saúde e em torno do qual os profissionais, as equipas e as instituições de saúde debruçam elevada expectativa.

Por outro lado, apela ao reforço das ferramentas para o acesso e monitorização efetiva do percurso de gestão clínica da Obesidade. Em concreto, "propõe-se uma adaptação dos modelos de incentivo, monitorização e contratualização das várias tipologias de unidades do SNS (a saber cuidados de saúde primários e unidades hospitalares), com vista à inclusão de métricas que impulsionem o reforço da resposta de cuidados no domínio do combate e controlo da Obesidade". E a "criação de condições que agilizem o acesso ao tratamento médico (não cirúrgico) da Obesidade no SNS, paralelamente a um empenho no acesso à cirurgia para os casos com a devida indicação clínica". Para tal acontecer, referem as duas organizações, será necessário otimizar das vias de acesso à consulta especializada e multidisciplinar de Obesidade, bem como garantir a comparticipação do tratamento farmacológico (acompanhando a realidade de outros países europeus), e definir os critérios de acesso aos referidos tratamentos.

Concretização do Programa de Combate e Controlo da Obesidade previsto no Plano de Emergência e Transformação da Saúde (PETS) apresentado em maio deste ano pelo atual Governo, e no qual o combate à Obesidade foi identificado como um dos quatro programas clínicos prioritários, é outro aspeto essencial apontado por estas sociedades Médicas, sendo importante "explorarem possíveis parcerias com o setor privado nos domínios em que o SNS não consiga dar resposta; aprovar, regular e monitorizar os tratamentos específicos disponíveis para a obesidade (sejam estes do ponto de vista médico, cirúrgico ou farmacológico); e investir na prevenção da doença através de estratégias de promoção de literacia em saúde".

“A publicação do Processo Assistencial Integrado para a Obesidade pode e deve conjugar-se com a intenção do executivo de focar esta área de atuação, quer pelo compromisso estabelecido no Plano de Emergência e Transformação da Saúde, quer, mais recentemente, na proposta agora em discussão do Orçamento do Estado para 2025, em que é referida como eixo prioritário a implementação de um Programa de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde em que o combate e controlo da obesidade é destacado”, conclui.

Ingredientes perigosos
Embora o Halloween seja sinónimo de diversão, disfarces e doces para a família, é importante ter em

Ingredientes perigosos para cães e gatos

Durante esta época, é frequente que as casas fiquem cheias de doces, como chocolates e gomas. Para os amigos de quatro patas é muito tentador, contudo muitos destes doces contêm substâncias tóxicas para cães e gatos. É importante garantir que alguns ingredientes são mantidos fora do alcance dos animais. São exemplos disso o chocolate, que contém teobromina, uma substância que, em doses até pequenas, pode ser fatal, causando vómitos, tremores e, em casos graves, convulsões e morte; xilitol, um adoçante presente em gomas e rebuçados sem açúcar que pode causar uma queda brusca dos níveis de açúcar no sangue e insuficiência hepática1; passas e uvas, tóxicas para cães e que podem causar falência renal e nozes de macadâmia e nozes pecan, comuns em sobremesas e que podem provocar fraqueza, vómitos e dificuldades de coordenação2.

A enfermeira veterinária Ana Martins, do AniCura CHV Porto Hospital Veterinário, alerta que “o Halloween é uma altura de festa para muitas famílias, mas é essencial estar atento ao que os nossos animais ingerem. Ingredientes que são inofensivos para humanos podem ser fatais para cães e gatos”.

Garantir um Halloween seguro para os amigos de quatro patas

Para garantir que os animais de companhia também possam desfrutar da festividade de forma segura, recomenda-se guloseimas especificas, adquiridas em lojas especializadas ou feitas em casa. Petiscos saudáveis, como biscoitos de abóbora ou cenoura, são boas alternativas. No entanto, é importante que os cuidadores retifiquem os ingredientes com o médico ou enfermeiro veterinário, para não colocarem ingredientes nocivos como açúcar ou óleo.

Além disso, é importante adotar alguns cuidados durante as celebrações. “Os cães, em particular, são curiosos e têm olfato apurado. Mantenha os doces em recipientes fechados e fora do seu alcance”, acrescenta a enfermeira veterinária.

No caso de ingestão acidental de alimentos perigosos, o ideal é procurar assistência veterinária imediata para evitar complicações graves.

Referências

1American Veterinary Medical Association (AVMA). Halloween pet safety. Disponível em https://www.avma.org/resources-tools/pet-owners/petcare/halloween-pet-safety

2Pet Poison Helpline. Halloween Dangers to Dogs & Cats. Disponível em https://www.petpoisonhelpline.com/pet-owners/seasons/halloween/

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
"Um marco na Saúde em Portugal", diz Bastonário da Ordem dos Médicos
Com a publicação em Diário da República do novo regulamento geral dos Colégios de Especialidade, Secções de Subespecialidade e...

Segundo Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos, “este é um marco na Saúde em Portugal e um sinal de esperança para os médicos que trabalham nas urgências dos hospitais, mais de 20 anos após o início do processo”.

A nova especialidade compreende os conhecimentos e competências necessárias à prevenção, diagnóstico, tratamento imediato e gestão de aspetos urgentes e emergentes das condições resultantes de doença ou trauma, afetando indivíduos de todas as faixas etárias. Visa aliviar, de forma complementar e colaborativa, o trabalho de outras especialidades, atualmente sujeitas a enorme pressão e, desta forma, contribuir para a melhoria global da capacidade de resposta dos Serviços de Urgência.

Carlos Cortes considera que a criação desta especialidade “é um passo importante para uma maior diferenciação e especialização dos médicos que trabalham nos Serviços de Urgência. É fundamental criar melhores condições para os médicos que desenvolvem a sua atividade nas urgências, para tornar esta área mais atrativa. A criação desta especialidade não resolve todas as dificuldades dos serviços de urgência, mas é, certamente, um contributo relevante”.

Resultante de uma proposta apresentada pelo grupo de trabalho com representantes de diversos colégios, nomeado pelo Bastonário Carlos Cortes, a especialidade de Medicina de Urgência e Emergência foi aprovada em Assembleia de Representantes da Ordem dos Médicos, no passado dia 23 de setembro.

Recorde-se que a Assembleia de Representantes aprovou ainda a criação das Secções de Subespecialidade de Urgência e Emergência Médica do Adulto do Colégio de Especialidade de Medicina Interna, a Secção de Subespecialidade de Cirurgia de Emergência e a Secção de Subespecialidade de Urgência e Emergência Pediátrica.

O novo regulamento geral dos Colégios de Especialidade, Secções de Subespecialidade e Colégios de Competências da Ordem dos Médicos, acontece no seguimento das alterações introduzidas pela alteração ao Estatuto da Ordem, que exige a adaptação dos regulamentos ao novo enquadramento legislativo. Esta revisão visou colmatar o vazio normativo resultante das alterações nos Estatutos da Ordem dos Médicos, assegurando desta forma que a composição, competências e funcionamento dos colégios de especialidade estão formalmente estabelecidos no regulamento.

 
2º episódio do ciclo de webinars da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde
O ciclo de webinars “Com a saúde não se brinca”, promovido pela Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), regressa com...

O primeiro episódio da iniciativa, que abordou temas ligados à campanha de vacinação, contou com cerca de 250 espectadores e está disponível para visualização no canal oficial da SPLS. “Esta série de webinars tem-se mostrado um importante espaço de disseminação de conhecimento, especialmente em tempos de grandes desafios para a saúde pública”, acredita a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida. 

A próxima sessão, marcada para esta segunda-feira, tem um foco especial na cardiologia e vai contar com a participação de Fausto Pinto, importante cardiologista. Durante a sessão, serão discutidos, por exemplo, os comportamentos de risco que podem comprometer a saúde do coração, bem como medidas preventivas que podem ser adotadas pelos cidadãos para melhorar a sua qualidade de vida e longevidade. 

“As doenças associadas ao coração, como enfartes e acidentes vasculares cerebrais, continuam a ser uma das principais causas de morte no país. Estar informado sobre os fatores de risco, como a hipertensão, o colesterol elevado, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo, permite que os cidadãos adotem estilos de vida mais saudáveis e, assim, reduzam significativamente a probabilidade de desenvolver essas condições”, sublinha Cristina Vaz de Almeida. 

A sociedade científica acredita que este webinar surge como uma oportunidade para sensibilizar a população sobre a necessidade de agir de forma preventiva. “Ao investir na educação e capacitação em saúde, a SPLS pretende contribuir para a redução da incidência destas patologias, promovendo o bem-estar e a longevidade da população portuguesa”, continua a presidente. 

A SPLS já confirmou também novos episódios nos próximos meses, cobrindo uma vasta gama de temas de saúde relevantes para os tempos atuais. Assim, estão já marcadas uma palestra sobre saúde mental com o psiquiatra Pedro Morgado, e outra sobre vacinação com Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias, e Miguel Arriaga, diretor da Direção de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde da DGS. 

 
“Inteligência Artificial e Smart Hospitals” é o tema da 14.ª Conferência de Valor APAH
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) vai realizar a 14.ª edição da Conferência de Valor APAH, que...

A 14.ª edição da Conferência de Valor APAH contará com a participação de especialistas de várias áreas, que abordarão temas como “O impacto da Inteligência Artificial na prestação de cuidados de saúde”, “Novos modelos de cuidados de saúde impulsionados pela tecnologia”, “Inteligência Artificial e Bioética”, “Aplicação da Inteligência Artificial na saúde em Portugal”, e “Implementação de Inteligência Artificial no SNS”.

De acordo com Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), “com esta iniciativa pretendemos consolidar pontes e sinergias entre todos os parceiros do setor, tendo em vista uma melhoria da qualidade e a excelência dos resultados em saúde e contribuindo para um circulo virtuoso de riqueza e crescimento em Portugal. Nesta 14.ª edição apresentamos um programa inovador e dinâmico, composto por debates subordinados a temas diferenciadores e a painéis com convidados de renome nacional e internacional sobre o futuro da Inteligência Artificial, que permitirá aos participantes enriquecerem a sua experiência e o seu conhecimento”.

 
Doença ocorre em resultado da formação de placas ateroscleróticas
A Doença Arterial Periférica (DAP) é uma condição de saúde subdiagnosticada que afeta o sistema circ

O estreitamento ou bloqueio das artérias que levam o sangue para os membros inferiores, corre em resultado da aterosclerose. 

De acordo com especialista em Cirurgia Vacular, Ana Afonso, a DAP "tem uma prevalência de cerca de 10% e atinge mais os homens que as mulheres". No entanto, admitindo que metade dos casos são assintomáticos, pode dizer-se que é dificil estimar a sua prevelência. 

Quais os fatores de risco?

Segundo a especialista, os fatores de risco para a Doença Arterial Periférica são semelhantes aos das outras doenças cardiovasculares: 

  • Idade: É mais comum em pessoas com mais de 50 anos, com uma incidência crescente com o envelhecimento.
  • Tabagismo: Fumar danifica o revestimento das artérias, acelerando o processo de aterosclerose.
  • Diabetes: Indivíduos com diabetes têm um risco aumentado de desenvolver DAP, devido ao impacto negativo do excesso de glicose nas paredes das artérias.
  • Hipertensão Arterial: A pressão alta danifica as artérias, tornando-as mais suscetíveis à formação de placas.
  • Colesterol Elevado: O excesso de colesterol LDL (o “mau” colesterol) no sangue promove a formação de placas nas artérias.
  • Histórico Familiar: Indivíduos com familiares próximos com história de doenças cardiovasculares têm maior probabilidade de desenvolver DAP.
  • Sedentarismo e Obesidade: A falta de exercício físico regular e a obesidade também são fatores que aumentam o risco de aterosclerose e, consequentemente, de DAP.

Quais os sintomas? 

Nos estagios iniciais a DAP pode ser assintomática, mas à medida que a condição progride, surgem alguns sintomas como:

  • Dor ou cãibras nas pernas ao caminhar, especialmente nos musculos gémeos, coxas ou nádegas. Esta dor geralmente alivia após alguns minutos de repouso.
  • A região afetada, geralmente o pé ou a perna, pode sentir-se fria devido à redução do fluxo sanguíneo.
  • Podem aparecer feridas ou úlceras nos pés ou nas pernas que demoram a cicatrizar, devido à falta de circulação sanguínea adequada.
  • A pele da perna ou do pé afetado pode tornar-se pálida, azulada ou arroxeada.
  • A circulação insuficiente pode levar a alterações no crescimento das unhas e do pêlo na área afetada.
  • Em casos avançados, a dor pode surgir mesmo em repouso, especialmente ao deitar, causando desconforto que melhora ao manter a perna pendente.

Como se trata? 

De acordo com a especialista, o tratamento da DAP "apresenta 4 vertentes: a evicção dos fatores de risco, o tratamento médico da aterosclerose de forma a diminuir o risco cardiovascular, tratamento para melhorar os sintomas de claudicação e o tratamento cirúrgico de forma a revascularizar o membro isquémico".

Deste modo a primeira medida passa por alterar o estilo de vida. Parar de fumar é essencial. A prática de exercício físico regular, como caminhadas supervisionadas, também ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo.

Para o seu tratatamento, podem ser prescritos medicamentos para controlar a hipertensão, o colesterol e a glicose no sangue (para diabéticos), bem como para prevenir a formação de coágulos.

Em casos de bloqueio severo, pode ser necessário um procedimento minimamente invasivo, como a angioplastia com balão, que alarga a artéria, ou a colocação de stents para manter a artéria aberta.

Em casos graves e quando outras opções não são eficazes, pode ser necessária uma cirurgia para criar um “desvio” ao redor da artéria bloqueada.

Como pode ser prevenida? 

Prevenir a DAP passa pela adoção de um estilo de vida saudável e pela avaliação regular, sobretudo quando em presença de fatores de risco. Eis alguns cuidados: 

  • Parar de fumar reduz significativamente o risco de aterosclerose e DAP.
  • Uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, cereais integrais e pobre em gorduras saturadas, ajuda a controlar o colesterol e a manter as artérias saudáveis.
  • A atividade física melhora a circulação, fortalece o sistema cardiovascular e ajuda no controlo do peso.
  • Manter o colesterol, a glicemia e a pressão arterial dentro dos valores normais é essencial para reduzir a formação de placas nas artérias.
  • Especialmente para pessoas com fatores de risco, é recomendável realizar exames regulares, incluindo a avaliação dos pulsos periféricos e, em alguns casos, exames de imagem, como ecodoppler, para detetar sinais precoces de DAP.
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Iniciativa contribui para o diálogo sobre longevidade e inovação na saúde
A FNAC junta-se à primeira Atlantic Health Wellness Summit (AHWS), que decorrerá nos dias 25 e 26 de outubro no Edifício da...

Durante os dois dias da summit, o palco Fórum FNAC acolherá apresentações de livros que exploram temas relacionados com saúde, longevidade e bem-estar, proporcionando aos participantes uma oportunidade de aprofundar conhecimentos e descobrir novas perspetivas nestas áreas.

A AHWS, organizada pelos farmacêuticos Augusto Meneses, Filipe Rebelo e Francisco Faria, pretende ser um marco na discussão sobre o futuro da saúde em Portugal, e reúne mais de 30 oradores e 40 expositores para debater as últimas tendências e desafios do setor. Com o objetivo de reduzir as desigualdades na comunicação entre empresas e profissionais de saúde, o evento aposta na partilha de conhecimento através de exemplos práticos e casos de sucesso.

Cerca de 70% dos portugueses utilizam meios digitais como fonte de informação
Os dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que cerca de 70% dos portugueses utilizam meios digitais como principal...

Com a moderação de Ana Rita Pedro, especialista em literacia em saúde da ENSP NOVA, o episódio contou com a presença do jornalista da SIC João Moleira, com a enfermeira e autora do blog A Mãe Imperfeita, Carmen Garcia, e da consultora de comunicação em saúde, Débora Miranda.

Segundo o jornalista da SIC João Moleira, o papel dos meios de comunicação na promoção da saúde e na promoção da literacia em saúde trata-se de “um papel muito importante, principalmente, porque a saúde é algo que vende (…) É o bem mais precioso que temos, (…) e está em segundo lugar nas prioridades dos portugueses, logo a seguir à família”. No Lado B da Literacia, um dos focos da conversa foi a dificuldade em encontrar fontes credíveis, principalmente em informações disponíveis através das redes sociais, pois embora a saúde seja mediaticamente relevante, “ainda não atingimos um ponto ótimo em termos de acessibilidade às fontes fidedignas”, observou.

Carmen Garcia abordou os desafios das redes sociais na promoção de uma literacia em saúde eficaz, alertando para a proliferação de influenciadores sem base científica: “Cada vez mais, notamos que tudo o que se relaciona com a maternidade ou com outras inúmeras questões relacionadas com a saúde se tornou um negócio. Mas o problema é que, por trás disso, muitas vezes não há qualquer conhecimento real ou científico.”

Por outro lado, Débora Miranda reforçou a ideia de que a literacia em saúde vai além da informação, e que a motivação é essencial para mudar comportamentos: “A pandemia foi uma grande lição de como lidar com a incerteza. As pessoas precisam de confiança para adotar comportamentos saudáveis, e os meios de comunicação podem ser essa ponte.” Sublinhou ainda que “a pandemia mostrou a importância da comunicação na gestão da saúde pública, mas agora é essencial que não se perca esse aprendizado. A comunicação em saúde precisa de ser constante, e não apenas em situações de emergência.”

Durante o episódio, foi ainda discutido o impacto da pandemia na forma como a saúde é comunicada. “A pandemia aproximou-nos dos profissionais de saúde”, disse João Moleira. “Descobrimos excelentes comunicadores que ficaram conhecidos durante este período, mas, infelizmente, a saúde perdeu o protagonismo mediático que tinha na altura.”

Carmen Garcia concluiu que “não podemos educar para a saúde se não estamos onde as pessoas estão. Se deixarmos a desinformação proliferar, acontecem situações como as que ainda vivemos com a vacinação contra a COVID-19. Temos de ir às redes sociais, porque é lá que o público está.”

Dados ainda não foram publicados
A radioterapia é um tratamento comum para o cancro, mas será que também pode ser utilizada para ajudar a tratar alterações do...

Roger Thomsen, um técnico de manutenção reformado de 69 anos, teve o seu primeiro episódio há muitos anos. Após sentir-se tonto, verificou que a sua frequência cardíaca estava em cerca de 200 batimentos por minuto. "Eu avisei à minha esposa e disse: 'Acho que precisamos ir ao médico", conta Roger.

Roger ficou a saber após este episódio que  sofria de uma condição cardíaca chamada taquicardia ventricular, também conhecida como V-tach (sigla em inglês) ou TV.

"A taquicardia ventricular é um ritmo rápido anormal que se origina das câmaras inferiores do coração e pode causar sintomas significativos aos pacientes", explica Konstantinos Siontis, eletrofisiologista cardíaco da Mayo Clinic em Rochester, Minnesota.

Essa condição pode ser fatal. Um tratamento comum para a V-tach é a ablação por cateter, que é, essencialmente, um curto-circuito causado por um tecido cicatricial no coração. Os médicos acedem ao coração através dos vasos sanguíneos utilizando um cateter para criar pequenas cicatrizes com energia térmica e bloquear os sinais irregulares. Roger já passou por várias dessas ablações complexas. 

"Os sintomas voltaram. Eu fui ao hospital duas ou três vezes depois disso", conta Roger, adiantando que há uns anos decidiu inscrever-se num ensaio clínico na Mayo Clinic ,onde seria um dos primeiros de um grupo de pacientes com V-tach a receber uma forma precisa de radiação, normalmente utilizada em tratamentos contra o cancro, chamada terapia de feixe de protões utilizada no coração.

"Não tenho nada a perder", conta Roger.

"O feixe de protões é um tipo único de radiação que é, na verdade, uma partícula carregada. Ele é capaz de fornecer a energia da radiação a uma profundidade ou alvo específico no tecido sem qualquer dose de saída", explica Kenneth Merrell, oncologista radioterapeuta da Mayo Clinic.

"Com a ablação por cateter, existem certas áreas dentro do coração que podem ser de difícil acesso", explica Siontis.

E ao contrário de uma ablação por cateter, a terapia por feixe de protões é completamente não invasiva.

"O paciente não precisa de anestesia. Ele ir para casa no mesmo dia dentro de cerca de 30 minutos a uma hora após a conclusão do tratamento", explica Siontis.

Já faz quase um ano desde que Roger teve um ritmo cardíaco anormalmente rápido.

"Isso fez com que o ritmo voltasse ao normal," diz Roger. Esse é o tipo de resultado que a equipa de investigação da Mayo afirma que pode trazer novas esperanças para alguns pacientes com V-tach.

"Este foi um primeiro passo encorajador", diz Siontis.

Embora sejam necessários mais estudos, os investigadores estão entusiasmados com o futuro. "Muito provavelmente, esta será outra ferramenta para utilizarmos nos pacientes", diz Merrell.

Os resultados completos do ensaio clínico que utiliza a terapia com feixe de protões para tratar a TV ainda não foram publicados. A equipa da Mayo Clinic espera apresentá-los ainda este ano.

Revela estudo
Um estudo, recentemente publicado na revista científica Frontiers, demonstrou que a utilização de células estaminais...

O estudo relata o caso clínico de um doente de 49 anos que, após 14 dias de hospitalização devido a uma cirurgia, desenvolveu uma úlcera de pressão de Grau I (pouco grave) no calcanhar direito. Apesar de várias medidas preventivas e tentativas de tratamento, o tamanho e a profundidade da úlcera de pressão acentuaram-se, o que provocou, após 130 dias de internamento, uma lesão profunda dos tecidos na zona da ferida (passando para Grau IV – mais grave).

Perante a gravidade da lesão e a falta de resposta às abordagens terapêuticas usadas, a equipa médica optou por recorrer a um tratamento experimental que combina células estaminais mesenquimais do cordão umbilical (UC-MSCs) e plasma rico em plaquetas (PRP) obtido a partir de sangue do próprio doente (autólogo). Esta combinação foi administrada através de injeção intradérmica nas margens da úlcera.

Após uma única aplicação deste tratamento, a ferida foi coberta com um penso transparente e antiaderente, não tendo sido utilizados cremes ou pensos com ação cicatrizante. O doente foi mantido em vigilância durante 47 dias e a condição da lesão foi avaliada diariamente. Quatro dias após a aplicação da terapia, observaram-se sinais de cicatrização progressiva da úlcera de pressão. Nos 33 dias seguintes, foi observada a formação de novos tecidos, e ao 47º dia a ferida estava praticamente cicatrizada, tendo a dor diminuído. Durante os 12 meses de acompanhamento, o doente não apresentou nenhum evento adverso, tendo-se assistido a um processo de cicatrização que foi acompanhado por um aumento da formação de novos vasos sanguíneos na área da ferida.

“As características anti-inflamatórias, angiogénicas e regenerativas das células estaminais mesenquimais conjugadas com as propriedades cicatrizantes e regenerativas do PRP posicionam esta terapia como uma abordagem promissora para o tratamento de feridas de difícil cicatrização. Este caso representa mais um avanço na investigação por novas formas de tratamento de feridas crónicas”, destaca Carla Cardoso, Diretora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

Segundo os autores do estudo, este tratamento experimental foi bem tolerado, seguro e eficaz. Contudo, são necessários mais estudos em grande escala, para confirmar a eficácia da utilização de células estaminais mesenquimais ou PRP, isoladamente ou em combinação, e para determinar o melhor plano para a sua aplicação, de modo a melhorar a sobrevivência e qualidade de vida dos doentes com feridas de difícil cicatrização.

Audição e estética
A microtia é uma alteração congénita que afeta o desenvolvimento do pavilhão auricular, ou seja, a p

Prevalência

Estima-se que a microtia ocorra em 1 a cada 6.000 a 12.000 nascimentos. Estes números variam  conforme a região do mundo e o grupo étnico. na América Latina na Ásia, a microtia é mais comum, particularmente no Japão. Em Portugal nascem todos os anos, cerca de 5-10 crianças com esta patologia.

Causas

A causa da microtia , resulta de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A exposição da mãe a certos medicamentos, infecções ou substâncias tóxicas durante a gravidez pode aumentar o risco de a criança ser afetada. Além disso, a microtia pode ocorrer isoladamente ou como parte de síndromes genéticas.

Impacto na Audição e Qualidade de Vida

Além da alteração estética da orelha, a microtia pode estar associada a problemas auditivos, especialmente quando o canal auditivo é afetado. Em muitos casos, a capacidade auditiva é reduzida no lado afetado, o que pode dificultar o desenvolvimento da fala e da linguagem em crianças. Embora as questões de audição possam ser parcialmente resolvidas com o uso de aparelhos auditivos, a aparência da orelha muitas vezes leva a desafios emocionais e sociais, especialmente durante a infância e adolescência.

Abordagens de Tratamento

O tratamento da microtia envolve múltiplas especialidades médicas, incluindo Cirurgiões Plásticos e Otorrinolaringologistas. A reconstrução da orelha é realizada habitualmente após os 8-9 anos. A técnica mais comum envolve a construção de um pavilhão auricular a partir da cartilagem da costela em 2 fases. Na primeira, constrói-se um “esqueleto” de cartilagem que fica numa “bolsa” debaixo da pele, e numa 2º fase “levanta-se” a orelha criada com a pele, para que fique destacada da cabeça. Existem também  materiais sintéticos que podem substituir o uso da cartilagem costal,  e que também são colocados debaixo da pele.  Uma prótese de orelha  “presa” no lugar dela é outra alternativa. Estas últimas opções têm um maior risco de complicações. Além disso, a reconstrução com a própria cartilagem é aquela que dá o resultado mais duradouro e ajuda o doente a sentir a orelha como parte de si. Em casos de ausência do canal auditivo, aparelhos auditivos de condução óssea podem ser indicados para melhorar a audição.

Nota: 
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Para apoio ao desenvolvimento de negócio e comercialização de produtos inovadores
As start-ups, PMEs, hospitais, universidades e instituições de investigação na área da saúde em Portugal - e em 18 outros...

Os inovadores portugueses no domínio dos cuidados de saúde têm uma nova e transformadora oportunidade de expandir os seus negócios: o programa SPICE (Strategic Partnership Initiatives for Competitive Edge). O novo programa lançado pelo EIT Health InnoStars, parte do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), um organismo da União Europeia. Definindo como objetivo a rápida entrada no mercado de soluções de ponta na área dos cuidados de saúde, o SPICE oferece até 100 000 euros em serviços de desenvolvimento e comercialização personalizados e em espécie, bem como 60 000 euros adicionais em mentoria e orientação especializadas para um máximo de 10 equipas.

A apresentação de candidaturas decorre até dia 31 de outubro. Neste novo programa, o EIT Health InnoStars procura empresas em fase de arranque, PMEs e outras instituições Portuguesas, bem como de 18 países da Europa Central, Oriental e do Sul abrangidos pelo Regime Regional de Inovação (RIS) do EIT, onde a taxa de inovação tende a ser mais moderada do que na Europa Ocidental e do Norte.

“O programa SPICE abre novos horizontes para os inovadores em Portugal e em toda a Europa”, afirmou Alessio Smeraldo, responsável pela criação de empresas do EIT Health InnoStars. “Ao proporcionar acesso a serviços personalizados e a orientação especializada, o SPICE permitirá aos inovadores enfrentar os desafios da comercialização no sector da saúde e obter uma vantagem competitiva no mercado. O nosso objetivo é transformar soluções de elevado potencial em empresas bem-sucedidas e escaláveis que possam prosperar no competitivo mercado europeu dos cuidados de saúde.”

Estabelecer ligações duradouras numa rede de elite

Com histórias de sucesso passadas, como a Orgavalue: fundada por estudantes de medicina no Porto, a empresa está a desenvolver um método único para a bioengenharia de órgãos humanos personalizados, descelularizando órgãos do doador e, em seguida, recelularizando a estrutura com células derivadas de pacientes. Este trabalho irá ajudar a reduzir o risco de rejeição do órgão transplantado e eliminar os resíduos de órgãos. Com o objetivo de chegar ao mercado em 2028 irá focar-se, inicialmente, nos transplantes de fígado, que representam um impacto de cerca de 8,8 mil milhões de euros.

“Uma das principais vantagens do SPICE é a oportunidade de os participantes se tornarem membros do EIT Health InnoStars, a maior rede europeia de inovação no domínio da saúde”, acrescentou Alessio Smeraldo, responsável pela criação de empresas do EIT Health InnoStars.

“A adesão a esta rede de elite dá acesso a um vasto leque de recursos a longo prazo, oportunidades de colaboração e parcerias estratégicas que são essenciais para o crescimento de uma empresa de saúde bem-sucedida. Os participantes no SPICE beneficiarão não só do apoio imediato do programa, mas também das ligações e oportunidades duradouras disponíveis através do EIT Health InnoStars.”

Os candidatos elegíveis - startups, universidades, hospitais, PME ou instituições de investigação - devem apresentar soluções inovadoras no domínio dos cuidados de saúde que tenham atingido, pelo menos, o nível 6 de preparação tecnológica (TRL 6), o que significa que as suas soluções se encontram na fase de protótipo e foram demonstradas num ambiente relevante.

Trata-se de um passo crucial para as empresas que estão prontas a ultrapassar o desenvolvimento inicial e a avançar para a aplicação e comercialização no mundo real.

Apoio abrangente para aumentar a escala

Serão disponibilizados até 100.000 euros por equipa sob a forma de serviços em espécie prestados pelos Parceiros de Implementação do SPICE, um grupo de peritos criteriosamente selecionadosem toda a Europa. Estes serviços ajudarão os participantes a enfrentar os desafios mais prementes no seu percurso até ao mercado, incluindo apoio regulamentar, validação clínica, inovação tecnológica, privacidade dos dados e estratégia de comercialização.

Para além do apoio financeiro, os participantes no SPICE beneficiarão de aconselhamento e orientação especializados, adaptados às suas necessidades específicas. Com um montante máximo de 60 000 euros atribuído por equipa, os participantes receberão orientação prática da EIT Health InnoStars Expert Pool, uma rede de profissionais de saúde de renome de toda a Europa. Esta orientação centrar-se-á na superação dos desafios únicos da expansão das inovações no domínio dos cuidados de saúde, desde a garantia de investimento até à navegação na regulamentação dos cuidados de saúde.

Especialistas alertam para uma das principais causas de incapacidade no nosso país
O AVC continua a ser a das principais causas de morte e de incapacidade em Portugal, atingindo três pessoas por hora. Só em...

Assim, e no âmbito do Dia Mundial do AVC, que se assinala a 29 de outubro, especialistas alertam os portugueses para a importância de saberem identificar os sinais de alerta desta doença cerebrovascular, que afeta cerca 25 mil portugueses por ano, e de agir rapidamente, ligando para o 112 para ser ativada a Via Verde AVC pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

João Sargento Freitas, médico neurologista, explica que: “O AVC isquémico, que representa cerca de 80 a 85% dos casos anuais4, ocorre quando há uma obstrução de uma artéria cerebral, geralmente causada por um coágulo sanguíneo (trombo) ou por aterosclerose (acumulação de placas de gordura). Esta obstrução impede o fluxo sanguíneo para uma área do cérebro, privando-a de oxigénio e nutrientes, o que resultar em danos neurológicos.”

Nas primeiras horas após um AVC isquémico é emergente chegar ao hospital, para dois tratamentos principais: a trombólise endovenosa e a trombectomia mecânica, também conhecida como tratamento endovascular. A trombectomia mecânica é uma técnica minimamente invasiva, que utiliza um cateter para desobstruir mecanicamente a artéria afetada. O neurorradiologista Ricardo Veiga destaca que este tratamento “é extremamente eficaz e seguro, oferecendo uma maior taxa de revascularização, melhores resultados clínicos e uma janela de tratamento alargada até 24 horas, dependendo de alguns fatores.”

Apesar das vantagens, nem todas os doentes com AVC são elegíveis para a trombectomia mecânica. “A decisão de realizar este procedimento é  complexa e deve ser tomada por uma equipa médica, considerando cada caso individualmente”, acrescenta Bruno Rodrigues, médico neurologista.

Depois do tratamento de fase aguda é essencial determinar o mecanismo exato que causou o AVC, sendo o período de internamento numa Unidade de AVC crítico para este objetivo, como realça o neurologista Bruno Rodrigues.

As duas causas mais frequentes do AVC isquémico são as causas cardio-embólicas, que muitas vezes resultam de arritmias cardíacas, como a fibrilhação auricular (FA), e a formação de placas de aterosclerose (colesterol) nas artérias cerebrais ou próximas. O AVC pode também ser causado por doenças das pequenas artérias cerebrais, para as quais a hipertensão arterial é o principal fator de risco, como as malformações cardíacas, doenças do sangue e outras alterações sistémicas.

O diagnóstico de algumas destas doenças nem sempre é fácil. A deteção precoce permite iniciar o tratamento com medicamentos anticoagulantes, prevenindo a formação de novos coágulos e reduzindo o risco de um novo AVC. Em alguns casos, a monitorização do ritmo cardíaco é fundamental, existindo atualmente dispositivos implantáveis de monitorização cardíaca de longa duração para detetar episódios assintomáticos de FA, com elevada acuidade diagnóstica.

Luís Elvas, médico cardiologista, refere que “Um destes dispositivos é o registador de eventos implantável, que deteta a atividade elétrica do coração durante um longo período, geralmente alguns anos. Este dispositivo pode ser programado para registar automaticamente eventos, como batimentos cardíacos rápidos ou lentos, ou ser ativado pelo doente quando sentir sintomas. Os dados registados são posteriormente analisados pelo médico, ajudando a diagnosticar com precisão e a determinar o melhor tratamento.”

É fundamental consciencializar a população sobre os sinais de alerta. Os especialistas relembram a importância de estar atento aos 3F: Fala (dificuldade em falar), Face (assimetria facial vulgarmente denominado como ‘boca de lado’) e Força (perda de força num dos braços). Caso se manifeste um destes sintomas, deve ligar imediatamente para o 112, ativando assim a Via Verde AVC e diminuindo até 50% do risco de morte ou de incapacidade.

Acordo permite intercâmbio de boas práticas médicas, investigação e formação
As Clínicas Espregueira celebraram um importante acordo de cooperação com a Sultan Bin Abdulaziz Humanitarian City (SBAHC), uma...

Este acordo reflete um passo significativo no fortalecimento da colaboração entre Portugal e a Arábia Saudita no domínio da saúde, unindo o conhecimento e a excelência clínica de ambas as instituições. A parceria visa promover o intercâmbio de boas práticas médicas, investigação conjunta e formação contínua de profissionais de saúde pela Academia Clínicas Espregueira.

Este contrato é o culminar de quase três anos de conversações, reforçando o compromisso mútuo de colaboração para o avanço na Medicina Desportiva e Reabilitação.

Expressamos o nosso mais profundo reconhecimento e agradecimento pelo valioso apoio da AICEP, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Embaixador Nuno Mathias, cujo contributo foi fundamental para o sucesso desta parceria.

Rogério Pereira, Diretor de Educação e Desenvolvimento das Clínicas Espregueira, e João Espregueira-Mendes, Diretor Clínico e CEO, sublinharam a importância desta colaboração: "Este é um marco importante para as Clínicas Espregueira, que nos permite partilhar conhecimento e experiência com uma instituição de referência internacional, enquanto continuamos a inovar na área da reabilitação e da medicina do futebol e desportiva."

Esta parceria será também uma plataforma para futuros projetos de investigação e inovação na área da saúde, abrindo portas para o desenvolvimento de novas tecnologias e abordagens terapêuticas, com impacto global, sob liderança das Clínicas Espregueira.

Feira conta com rastreios gratuitos
De 25 a 27 de outubro, o Oeiras Parque organizará mais uma edição da Feira “Saúde na Linha”, proporcionando uma oportunidade...

Durante a Feira, para além dos rastreios nas áreas de dermocosmética, higiene oral, visão, audição e nutrição, os visitantes poderão também verificar a tensão ocular, avaliar o risco de diabetes, realizar a avaliação do risco cardiovascular e da intolerância à lactose, e ainda despistar a insuficiência venosa crónica.

Entre as 10h e as 20h, os rastreios serão conduzidos por profissionais da Farmácia Veritas, Widex, André Ópticas, Celeiro e Colunex. Nesta segunda edição, a iniciativa terá como novidade a participação da Clínica HeyDoc, especialistas em Medicina Dentária, Medicina Estética e Cirurgia Plástica, e ainda da Be.U, corner de Beleza presente no shopping, que pretende democratizar os cuidados estéticos do rosto.

A HeyDoc terá disponível um scanner intraoral, responsável por capturar, com precisão, imagens 3D da boca, proporcionando um diagnóstico preciso e permitindo preparar tratamentos dentários, de forma rápida e confortável.

Já no stand da Be.U, os visitantes poderão efetuar uma avaliação de pele através de um analisador facial 3D. Este possibilita o diagnóstico automático da condição da pele, examinando desde o perfil de rugas às manchas e hiperpigmentação. Assim, é possível identificar os tratamentos adequados e necessário para cada pessoa.

O Shopping da Linha conta, em mais um ano, com o apoio do Município de Oeiras nesta iniciativa, tendo a sua presença num stand onde serão divulgados os serviços gratuitos disponíveis na área da saúde.

NutriwellB é um projeto europeu financiado pelo programa Erasmus+
A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCSH) está a liderar em Portugal um projeto...

O projeto, denominado NutriwellB e financiado pelo programa Erasmus+, disponibiliza um curso online gratuito dirigido inicialmente a estudantes universitários e jovens entre os 18 e os 30 anos, com um foco particular no público feminino, que é frequentemente alvo de pressões sobre hábitos alimentares e bem-estar.

O curso, que decorre até 30 de novembro numa fase piloto, está estruturado em três módulos principais: “Pensamento digital crítico e verificação de factos”, “Saúde nutricional” e “Hábitos de bem-estar”. O objetivo é dotar os participantes de competências para avaliar criticamente a informação que circula online, promovendo escolhas informadas e saudáveis.

Para além da formação, o projeto NutriwellB disponibiliza também um e-book gratuito com dicas práticas de fact-checking sobre nutrição e bem-estar, e uma série de vídeos explicativos no canal YouTube do projeto.

De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Dublin apenas 2,1% das informações nutricionais no TikTok eram coerentes com as diretrizes alimentares e de saúde pública acordadas internacionalmente. Atualmente, e segundo o relatório Digital News Report Portugal 2024, mais de 70% dos portugueses estão preocupados em distinguir conteúdo verdadeiro e falso na Internet.

Após o dia 30 de novembro, o NutriwellB será aberto a toda a comunidade.

Descoberto "melanoquerassoma", que preserva a melanina de forma eficaz dentro dos queratinócitos
Uma equipa de investigadores da NOVA Medical School acaba de identificar um novo compartimento nos queratinócitos, células da...

Duarte Barral, Professor da NOVA Medical School e líder do estudo, afirma que “esta descoberta ajuda, em primeiro lugar, a compreender como funciona o processo de pigmentação que confere a cada pessoa um tom de pele característico”, além de “poder, no futuro, contribuir para o desenvolvimento de estratégias que aumentem a proteção contra cancros de pele, como o melanoma, e soluções terapêuticas para distúrbios da pigmentação, como o lentigo solar e o melasma.”

A melanina, que funciona como “protetor solar natural”, é produzida por células da pele chamadas melanócitos, sendo posteriormente transferida para os queratinócitos, onde se acumula de forma estratégica sobre o núcleo destas células, protegendo o ADN contra mutações induzidas pela radiação UV.

No entanto, até esta descoberta, os mecanismos de preservação da melanina nos queratinócitos eram desconhecidos. O compartimento descoberto nestas células pelos investigadores da NOVA Medical School, preserva a melanina de forma eficaz e garante o seu correto posicionamento sobre o núcleo, permitindo que exerça a sua função protetora ao longo da vida útil da célula.

Embora sejam necessários mais estudos, a descoberta deste novo organelo celular, publicada no Journal of Investigative Dermatology representa um marco importante no estudo da biologia da pigmentação da pele, com potenciais implicações tanto para a dermatologia estética, como para a saúde pública.

Saúde Animal
Com a aproximação do fim do mês de outubro, ocorre a habitual mudança de hora para o horário de inve

Assim como os seres humanos, os animais são sensíveis às variações de temperatura, luz solar e ambiente ao seu redor. Segundo João Reis, médico veterinário da AniCura Alma Hospital Veterinário, a alteração de horário e a redução de horas de luz solar afetam o ritmo circadiano dos animais1, provocando mudanças significativas nos seus padrões de sono e comportamento. “Os animais são sensíveis à redução de luz natural e ao frio. Durante o inverno, é comum que eles apresentem uma maior necessidade de sono e procurem ambientes mais quentes e confortáveis para descansar”.

Com a chegada do frio, cães e gatos procuram fontes de calor, optando por locais aquecidos, como cobertores, lareiras ou aquecedores. “Alguns animais podem até demonstrar sinais de letargia e menor disposição para brincar, principalmente se não forem estimulados fisicamente”.

O metabolismo dos animais pode também ser afetado, resultando numa maior necessidade de ingestão de calorias para manter a temperatura corporal. No inverno é comum observar um aumento do apetite dos cães e dos gatos, pois estes precisam de mais energia para se manterem aquecidos2. No entanto, é fundamental que os cuidadores ajustem as necessidades energéticas com a diminuição da atividade física, a fim de prevenir o ganho excessivo de peso.

Entre as preocupações mais comuns estão o ressecamento da pele e dos coxins das patas, devido ao clima mais seco. Animais mais velhos ou com problemas articulares, podem ver os sintomas exacerbados pelo frio2.  “No inverno, os animais com predisposição a doenças articulares, como artrite, podem sentir mais dor, sendo fundamental estar atento a sinais de desconforto e procurar aconselhamento veterinário para tratamentos adequados”, reforça o médico veterinário.

Dicas para garantir o bem-estar dos amigos de quatro patas

Para lidar com estas mudanças e tornar o inverno o mais confortável possível, os cuidadores podem adotar algumas medidas extras:

  • Proporcionar áreas quentes e confortáveis para os animais dormirem, longe de correntes de ar
  • Embora com o frio haja tendência para uma redução dos passeios, é essencial mantê-los ativos com brincadeiras dentro de casa ou caminhadas em horários mais quentes do dia
  • Ajustar a alimentação de acordo com a atividade física, garantindo que os animais recebem calorias suficientes para o gasto energético
  • Verificar se a pele e as patas não estão ressecadas e estar atento a possíveis sinais de dor nas articulações

 

Referências

1Emmer KM, Russart KLG, Walker WH, Nelson RJ, DeVries AC. Effects of light at night on laboratory animals and research outcomes. Behav Neurosci. 2018 Aug;132(4):302-314. doi: 10.1037/bne0000252. Epub 2018 Jun 28. PMID: 29952608; PMCID: PMC6062441.

2Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals Victoria (RSPCA Victoria), 7 hot tips for a cold winter. Disponível em https://rspcavic.org/learn/7-hot-tips-for-a-cold-winter/

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade Portuguesa de Pneumologia – 50 anos de rigor, perseverança e inovação
No ano em que assinala o seu 50.º aniversário, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia lança um livro comemorativo que conta a...

Com autoria da jornalista de saúde Cátia Jorge, com prefácio do atual presidente da SPP, António Morais, e edição da Minerva, o livro será apresentado no dia 25 de outubro, na sede da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, numa cerimónia que reúne alguns dos protagonistas desta história de 50 anos. “Na elaboração do programa para a comemoração dos 50 anos da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a homenagem às direções que a conduziram ao longo destes anos mostrou-se imediatamente como algo de incontornável e de absoluta justeza”, refere António Morais no prefácio do livro.

“Criada a 17 de janeiro de 1974, ainda no período Marcelista, e em vésperas da Revolução de Abril, a SPP cresceu com a democracia e ao abrigo dos mesmos valores da liberdade e da igualdade, tendo contribuído, desde o primeiro dia, para a democratização da saúde, para a melhoria da acessibilidade das populações aos cuidados respiratórios, para a redução das desigualdades regionais e para a atualização científica permanente de todos os profissionais de saúde que se dedicam a esta área”, escreve Cátia Jorge na nota introdutória do livro.

“Nesta evolução, as direções da SPP tiveram um desempenho fundamental, no seu labor diário, na sua liderança, notada particularmente nas situações difíceis e no seu empenhamento e dedicação permanentes em prol da evolução e atualização da formação científica, mas também na defesa da qualidade e proximidade dos cuidados de saúde respiratórios à população. Compete à direção atual, afortunada por ter esta oportunidade, de destacar e honrar este legado e o deixar para a posteridade, objetivo principal deste livro, que oportunamente foi possível realizar e publicar”, acrescenta o presidente da SPP.

A Thomé Villar, pai da Pneumologia Moderna, e aos seus discípulos, se deve a coragem parta desbravar o caminho, ultrapassando todos os obstáculos burocráticos da época e levando a bom porto a criação da SPP. A todas as direções seguintes se deve o crescimento que coloca a SPP entra as sociedades científicas nacionais com maior relevância não só na formação médica, mas também no que respeita à intervenção na comunidade, com campanhas de sensibilização e literacia em saúde, uma revista científica – Pulmonology - no TOP 5 do grupo respiratório do Journal Citation Reports da Clarivate Analytics, posição única e destacada a nível nacional, um dos congressos de maior impacto científico e com um maior número de participantes a nível nacional e manteve sempre uma parceria próxima com a população portuguesa, acompanhando a elevada qualidade dos serviços de assistência respiratória prestados pelos seus membros. “Adicionalmente, os pneumologistas estiveram na liderança das situações epidemiológicas mais difíceis que o pais teve de enfrentar, como foi o caso da tuberculose, ou mais recentemente, a gripe A, em 2009 e a pandemia da Covid-19, em 2020”.

ID Symposium
Realiza-se, no próximo dia 8 de novembro, entre as 9h e as 17h, no Pavilhão do Conhecimento, o evento "ID Symposium",...

Promovido pela Roche, o “ID Symposium” vai contar com quatro painéis de discussão: (i) “Os desafios atuais e futuros na área das doenças infeciosas”; (ii) “Hepatites e HIV”, onde se procurará discutir a eliminação Hepatite C em Portugal, bem como abordar a Hepatite Delta e B e a situação atual das consultas HIV PreP; (iii) o painel “Infeções sexualmente transmissíveis”, que será mais dedicado ao rastreio de clamídia e gonorreia, passando pelas perspetivas atuais para o diagnóstico laboratorial da sífilis; (iv) e, por último, o painel sobre “Infeções Respiratórias”, onde se pretende debater as estratégias articuladas de testagem e gestão dos doentes com infeções respiratórias.

Estes temas vão ser debatido com a ajuda de oradores de renome, nacionais e internacionais, reconhecidos pelo trabalho desenvolvido nas diferentes áreas, o que vai permitir ter diferentes perspetivas a nível clínico e laboratorial, enriquecendo a discussão e a pertinência do evento.

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