Apresentação do Medicina ULisboa – Campus de Torres Vedras
A Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e a Câmara Municipal de Torres Vedras vão apresentar o Medicina...

“Esta é a primeira extensão da FMUL fora do campus do Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML) e estou convicto que, pelas suas caraterísticas singulares, vai revolucionar a visão da investigação e da prestação de cuidados à comunidade, numa perspetiva de saúde global”, refere João Eurico Cabral da Fonseca, Diretor da FMUL.

Na iniciativa, no dia 30 de abril, serão apresentadas as Unidades do Campus: Unidade de Saúde Familiar (USF) Académica, Unidade Interdisciplinar, Centro de Investigação Clínica, Centro de Investigação Tecnológica, Medicina Humanitária e Centro Académico. No final será realizada uma visita às instalações.

Para Laura Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras: “A colaboração com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa neste projeto pioneiro é uma aposta na saúde e investigação a nível nacional, mas também um investimento em Torres Vedras, que vai saber acolher estes profissionais de saúde e equipas multidisciplinares.”

Este novo Campus, num espaço de construção com cerca de 13 mil m2, está localizado no antigo Hospital Dr. José Maria Antunes Júnior, e espera empregar cerca de 400 pessoas entre profissionais de saúde e prestadores de serviços.

“O Medicina ULisboa - Campus de Torres Vedras representa a oportunidade de a Faculdade de Medicina sair das paredes de um grande hospital terciário e poder preparar melhor os seus alunos na abordagem dos problemas clínicos da comunidade,” conclui Joaquim Ferreira, Coordenador do projeto por parte da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

O Medicina ULisboa - Campus de Torres Vedras resulta de um Memorando de Entendimento entre o Município de Torres Vedras e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, assinado a 28 de junho de 2019. A conclusão do projeto está prevista para os próximos cinco anos. 

Aceda ao Programa aqui:  https://www.medicina.ulisboa.pt/apresentacao-do-medicina-ulisboa-campus-de-torres-vedras

Em maio, mês internacional de sensibilização para a doença
Será entregue uma petição à Assembleia da República, exigindo respostas concretas e urgentes para pessoas que vivem com...

No âmbito do Mês Internacional de Sensibilização para a Encefalomielite Miálgica/Síndrome da Fadiga Crónica (EM/SFC), celebrado mundialmente em Maio, a Aliança Millions Missing Portugal, em nome de milhares de doentes, entregará à Assembleia da República uma petição pública que exige:

  • O reconhecimento oficial da EM/SFC como doença multissistémica, grave e incapacitante;
  • A elaboração de diretrizes clínicas nacionais para diagnóstico e acompanhamento;
  • O acesso a consultas especializadas no SNS, com profissionais com formação adequada;
  • O financiamento de investigação científica nacional, incluindo estudos em saúde pública e epidemiologia;
  • A inclusão da EM/SFC nas políticas públicas de saúde e proteção social, com base na evidência científica atual.

A petição já reúne centenas de assinaturas, incluindo médicos, investigadores, profissionais de saúde, cuidadores e pessoas afetadas. Entre os subscritores, destacam-se especialistas portugueses com experiência reconhecida nas áreas clínicas, biomédicas, de saúde pública e epidemiologia, que alertam para a urgência de uma resposta nacional estruturada.

O texto foi revisto por membros do Conselho Nacional Científico para a EM, COVID Longa e Doenças Pós-Virais com Fadiga (CNCPV) e incorpora recomendações da rede europeia EUROMENE, do Instituto de Medicina dos EUA (NAM) e do NICE (Reino Unido).

A EM/SFC é uma condição crónica, grave e altamente incapacitante, que afeta os sistemas imunitário, neurológico, cardiovascular e metabólico. Os sintomas mais frequentes incluem fadiga profunda, mal-estar pós-esforço, disfunção cognitiva, intolerância ortostática e sono não reparador. Em Portugal, milhares de pessoas vivem com EM/SFC sem diagnóstico, sem acesso a cuidados adequados e sem qualquer apoio formal.

 “A ausência de reconhecimento oficial, diretrizes clínicas ou acesso a consultas especializadas deixa os doentes entregues à sua sorte. Esta realidade é eticamente inaceitável e não tem justificação à luz dos avanços científicos nacionais e internacionais.”

A entrega da petição será um marco simbólico e político das ações do mês de sensibilização e pretende romper o silêncio institucional, apelando ao compromisso com a dignidade, o cuidado e a justiça.

A Aliança Millions Missing destaca que esta é uma iniciativa liderada por doentes, construída com base na colaboração entre ciência, prática clínica e experiência vivida. A petição representa um apelo claro: Portugal tem de reconhecer, estudar e cuidar de quem vive com EM/SFC.

Investigação
A resistência ao fármaco é mais complexa do que se pensava, conclui investigação internacional que junta cientistas da UMinho.

Uma equipa científica internacional demonstrou que o parasita da malária está a resistir a tratamento devido às suas múltiplas alterações genéticas e não a uma única mutação, como se julgava até aqui. O estudo saiu na conhecida revista “Nature Communications” e reforça a teoria proposta em 2020 pela equipa de Pedro Ferreira e Isabel Veiga, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho, que participaram no novo trabalho e defendiam a hipótese de alterações nos genes plasmepsin e mdr1.

A recente pesquisa revela que a resistência à piperaquina (um medicamento essencial no tratamento da malária) deve-se a múltiplas alterações genéticas no parasita da malária. Em particular, variações no gene plasmepsin 3 estão associadas a uma eficácia reduzida do tratamento com di-hidroartemisinina-piperaquina e a um maior risco de recorrência da malária, sobretudo entre crianças em países africanos, onde a doença é mais prevalente.

“Esta descoberta confirma o que sugerimos há cinco anos e tem implicações importantes na forma como controlamos e tratamos a malária”, afirma Pedro Ferreira. O estudo sublinha a urgência de métodos avançados para acompanhar e monitorizar a resistência a antimaláricos. As atuais estratégias de vigilância centradas em mutações genéticas individuais podem não ser suficientes.

Tratamento repetido reduz eficácia

A piperaquina permanece no organismo humano durante várias semanas e protege contra novas infeções. Já a di-hidroartemisinina só perdura algumas horas, deixando a piperaquina depois isolada. Ou seja, futuras combinações de medicamentos antimaláricos devem ter uma farmacocinética similar para retardar a resistência do parasita.

Além disso, a vida semi-longa da piperaquina pode deixar de ser uma vantagem se o seu uso for repetido em escala, sobretudo em regiões com muitos casos de malária ou ao ser aplicada habitualmente por prevenção em crianças e grávidas. Isto é, o parasita tende a adaptar-se mais rapidamente e corre-se o risco de haver doentes novamente infetados após o tratamento. Os cientistas alertam que, se nada for feito, a piperaquina pode deixar de ser eficaz como medicamento preventivo em muitos países.

O novo estudo foi coordenado pelo Instituto Karolinska (Suécia) e juntou vinte cientistas, incluindo das universidades do Minho, Lisboa, Nova de Lisboa, Exeter (Reino Unido), Tubingen, Heidelberg (ambas na Alemanha) e de Ciências e Tecnologias de Bamako (Mali), bem como do Centro de Investigações Médicas de Lambaréné (Gabão), do Centro Alemão de Investigação de Infeções e da Fundação Oswaldo Cruz (Brasil).

Esta equipa prepara-se agora para testar alternativas antimaláricas em grávidas, como a sulfadoxina-pirimetamina e a sua eficácia profilática em alternância com a piperaquina, procurando assim formas de manter a proteção sem acelerar a resistência.

Dia Mundial da Luta contra a Malária

25 de abril assinala-se o Dia Mundial da Luta contra a Malária, reconhecendo os esforços globais neste âmbito. Esta doença é transmitida pela picada dos mosquitos Anopheles, contaminados pelo parasita Plasmodium. Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2023 houve 263 milhões de casos de malária, incluindo 597 mil mortes em 83 países. A África está associada a 95% dos casos, 76% dos quais com crianças até 5 anos de idade. A Ásia, a América Latina e, em menor escala, o Médio Oriente e partes da Europa também têm sido afetados.

Heliporto do Hospital de Santa Maria
Os helicópteros de emergência médica da Avincis ao serviço do INEM realizaram 29 aterragens no Hospital de Santa Maria durante...

A reabertura do heliporto constitui um avanço significativo na prestação de cuidados de saúde urgentes, permitindo que os utentes cheguem diretamente à unidade hospitalar sem necessidade de transporte adicional em ambulância. Até então, os helicópteros aterravam noutros hospitais da Grande Lisboa ou no terminal militar do Aeroporto Humberto Delgado.

No primeiro mês após a reabertura, os voos com destino ao Santa Maria representaram 36% da operação dos helicópteros de emergência médica da Avincis ao serviço do INEM e 81% de todos os voos de emergência com destino à capital.

John Boag, CEO do Grupo Avincis, destaca que “nos primeiros seis meses anteriores à reabertura do heliporto do Hospital de Santa Maria, 25% dos voos de emergência médica com destino a Lisboa aterravam na placa militar do aeroporto, o que não era a solução ideal para a comunidade. É muito positivo ver que, apenas um mês após a abertura da nova infraestrutura, esse valor desceu para 8%. Este resultado prova que o investimento feito pela administração do hospital está a dar frutos, permitindo-nos agora levar os pacientes diretamente onde precisam de estar, sem demoras."

Com quase 1.500 camas, o Hospital de Santa Maria é, desde a sua inauguração em 1953, o maior hospital do país. O heliporto, situado ao nível da rua numa área não segregada, foi objeto de um processo de renovação profundo, exigido pelas autoridades de aviação civil para a recertificação da infraestrutura.

José Miranda, piloto e responsável de operações de voo da Avincis em Portugal, acrescenta que "o balanço é muito positivo. O heliporto foi amplamente melhorado, os canais de aproximação estão mais seguros e, tendo em conta a proximidade com o aeroporto e o respetivo tráfego aéreo, os novos procedimentos implementados contribuem para uma operação mais segura."

A administração do Hospital de Santa Maria investiu mais de meio milhão de euros na renovação da infraestrutura. As melhorias incluíram a remoção de obstáculos nas áreas envolventes, instalação de nova iluminação e pavimento e a criação de corredores exclusivos para ambulâncias, veículos de emergência médica e bombeiros que apoiam as operações de aterragem.

Da perda de olfato à esperança
No âmbito do Dia da Rinossinusite Crónica com Polipose Nasal que se assinala amanhã, acaba de ser lançado um novo episódio do...

Neste novo episódio é possível conhecer os desafios enfrentados por quem tem esta doença, que é frequentemente subdiagnosticada, uma vez que os seus sintomas podem identificar-se com os de outras patologias. Apesar disso, Filipe Paço está confiante nos avanços da ciência.

Filipe Paço

Doente com Rinossinusite crónica com pólipos nasais e convidado do Podcast Vidas

Vivo há 10 anos com rinossinusite crónica com pólipos nasais. Os sintomas associados – perda de olfato, obstrução nasal, dificuldade na respiração durante o sono e asma – afetavam a minha qualidade de vida, ao nível das tarefas e das rotinas diárias. Não conseguia sentir o aroma de um perfume, acordava frequentemente à noite, era impossível cheirar a comida e o meu paladar também estava muito afetado. Hoje em dia, graças ao diagnóstico adequado, a um acompanhamento médico e à terapêutica, recuperei a qualidade de vida, já consigo fazer exercício físico, dormir bem melhor e ter paladar. Ou seja, o impacto emocional que a doença tinha em mim foi reduzido.

Há uma grande esperança nos tratamentos biológicos que estão a marcar uma nova era no tratamento da doença, com grande eficácia e benefícios na vida de quem tem esta condição.

A polipose nasal pode afetar qualquer pessoa, contudo é mais comum em pessoas do sexo masculino e a sua prevalência aumenta com a idade, sendo diagnosticada geralmente a partir dos 40 anos, com uma incidência na ordem dos 12%.  Estima-se que cerca de 250.000 portugueses vivam com Rinossinusite Crónica com Polipose Nasal. Os principais sintomas, e que têm um enorme impacto no dia a dia e na qualidade de vida dos doentes, são a congestão e obstrução nasal, dores de cabeça e faciais, dificuldade respiratória, perda olfato e paladar.

Apesar da sua prevalência, a Polipose Nasal e o seu impacto negativo ainda são desconhecidos por grande parte da população. Na verdade, os próprios doentes, muitas vezes, acabam por só ter conhecimento do nome da doença no momento do diagnóstico, dado que os sintomas podem ser comuns a outras patologias.

Este Dia da Rinossinusite Crónica com Polipose Nasal tem como objetivo sensibilizar doentes, profissionais de saúde e a sociedade em geral para a importância de efetuar um diagnóstico atempado, bem como informar que a persistência dos sintomas não deve ser desvalorizada, destacando a importância do acompanhamento por um médico especialista e dos novos tratamentos disponíveis.

O podcast Vidas, que conta agora com 14 episódios, é o primeiro podcast português a focar-se exclusivamente em entrevistas a doentes e aos seus familiares para que estes possam partilhar as suas histórias.

Todas as vidas têm uma história. Conheça melhor a história de Filipe Paço no Youtube ou no Spotify.

Saiba mais sobre a Polipose Nasal aqui

FMUL
A Faculdade de Medicina da Universidade Lisboa (FMUL) celebrou o seu Dia da Faculdade com uma cerimónia solene no Grande...

A cerimónia teve como objetivo celebrar o compromisso da Faculdade com a excelência no ensino médico, reconhecendo publicamente os contributos notáveis da sua comunidade académica. O diretor da FMUL, João Eurico Cabral da Fonseca, ficou responsável pelo arranque, marcado por uma contextualização dos valores, missão e história da faculdade. “Pensamos nas comemorações ao longo de todo o ano, dando voz a vários aspetos. A faculdade alimenta, protege, incentiva, suporta e nunca atrapalha”, destacou.

O presidente da Associação de Estudantes da FMUL, Simão Ribeiro, também foi convidado a discursar, tendo reforçado o “simbolismo” da celebração. “Este Dia da Faculdade sempre foi um marco importante a que nos associamos enquanto alunos porque acredito que estamos num ambiente que só cresce se trabalharmos todos na mesma direção”, concluiu.

A sessão continuou com um agradecimento da presidente do Gulbenkian Institute for Molecular Medicine (GIMM), Maria Mota. “Esta data é sempre muito importante porque é o dia em que nos celebramos a todos, enquanto comunidade”, frisou.

O diretor clínico para a área dos cuidados de saúde hospitalares da Unidade Local de Saúde Santa Maria (ULSSM), Rui Tato Marinho, relembrou o seu percurso naquele hospital e destacou o programa de doutoramento conjunto entre a FMUL e a ULSSM, “um projeto para parar e ter tempo de escrever”, descreveu.

O reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, encerrou a sessão de abertura dizendo que a “instituição vive da coragem e do medo de errar, corrigindo os erros para seguir em frente e melhorar”.

O momento foi seguido por uma intervenção de Victor Oliveira do livro “Arte e História na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa”, publicado em 2022, sobre as temáticas da evolução da saúde em Portugal e a história da FMUL.

Durante a cerimónia, foram atribuídos vários prémios e distinções. O Prémio de Educação Médica da FMUL – Prof. Doutor João Gomes Pedro foi entregue ao Professor Doutor Patrício Aguiar, enquanto o Prémio de Mérito na Área Disciplinar foi atribuído à unidade de Trauma e Doente Crítico, representada pela Professora Doutora Susana Fernandes. Foram ainda atribuídas menções honrosas a docentes e áreas disciplinares que se destacaram no ano letivo de 2023/2024: Paulo Pina (Cuidados Paliativos), Inês Santos (Avaliação Nutricional), Joaquim Ferreira e Ricardo Fernandes (Decisão Terapêutica), e Rui Tato Marinho, Luís Mendes Pedro e Mariana Alves (Introdução à Clínica).

No âmbito do Prémio de Mérito Pedagógico, escolhido diretamente pelos alunos, foram distinguidos docentes dos diferentes anos do Mestrado Integrado em Medicina: Pedro Oliveira (1.º ano), Thomas Hanscheid (2.º ano), João Nave (3.º ano), Inês Chendo (4.º ano), Patrício Aguiar (4.º ano) e Susana Fernandes (5.º ano). Na Licenciatura em Ciências da Nutrição, foram distinguidos Nuno Santos (1.º ano), Telma Nogueira (2.º ano), Filipa Medeiros Almeida (3.º ano) e Inês Asseiceira (4.º ano).

O Programa Brilliant TFM premiou estudantes que alcançaram nota máxima (20 valores) e publicaram os seus trabalhos finais de mestrado em revistas científicas. Foram distinguidas: Anna Kashpor, Catarina Sofia de Freitas Lopes, Diana Sofia Rodrigues Feliciano, Juliana Filipa Fonseca Rochate, Mafalda Rita Avó Bacalhau, Maria Amélia Pereira Antunes e Maria João Mateus da Veiga Estibeiro.

O Prémio FMUL/CGD de Excelência foi entregue a Maria Joana Facha Loureiro de Brito (Ciclo de Estudos Básicos), Beatriz Anjo Santos Lima (Mestrado Integrado em Medicina) e Juliana Martins Monteiro (Licenciatura em Ciências da Nutrição).

Foram ainda entregues Diplomas de Mérito aos melhores alunos de cada ano dos cursos de Medicina e Ciências da Nutrição. No Mestrado Integrado em Medicina, destacaram-se: Valentim Ramalho Rodrigues, João Mota Oliveira, Maria Malta Coelho, Maria Garcia Farinha e Gonçalo Fulgêncio (1.º ano); Tomás Brôco, Pedro Patrício, Marta Herrero, Guilherme Gomes e Guilherme Gouveia (2.º ano); Lucas Mendes, Beatriz Graça, Maria Loureiro de Brito, Catarina Monteiro e Joana Oliveira (3.º ano); Beatriz Loures, Carolina Rodrigues, Miguel Dolores, João Temtem e João Ferreira (4.º ano); Inês Carvalho, Diogo Santos, Madalena Gil, Miguel Patrício e Maria Teles de Macedo (5.º ano); Juliana Rochate, Maria Antunes, Carolina Furtado, Catarina Lopes e Filipe Ramos (6.º ano). Na Licenciatura em Ciências da Nutrição, foram distinguidos: Clara Simões e Laura Pires (1.º ano); Joana Pires e Mariana Leitão (2.º ano); João Sebastião e Sandra Singh (3.º ano); Juliana Monteiro e Lara Tereso (4.º ano).

Esta cerimónia reafirmou o papel histórico e atual da FMUL no ensino da Medicina em Portugal, sendo uma demonstração clara da valorização do mérito, da dedicação e do compromisso com a excelência da educação médica no país.

Ordem dos Médicos e INEM
A Ordem dos Médicos e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) congratulam-se com os importantes avanços na...

A recente publicação dos critérios de admissão por consenso pela Ordem dos Médicos é um passo fundamental no processo e uma forma de reconhecer o percurso e as competências de diversos médicos que há muito se dedicam a essa área do saber e intervenção médica.

Cumpre esclarecer que, de forma consensual, sempre foi entendimento da Ordem dos Médicos que qualquer médico, independente da sua instituição de origem, que cumpra os requisitos exigidos será admitido a essa nova especialidade.

A Ordem dos Médicos e o INEM mantêm a estreita colaboração que têm tido desde o início de todo este processo.

Outras informações serão formalmente divulgadas num documento de esclarecimento (FAQs) na página oficial da Ordem dos Médicos. 

Diretor clínico da APDP
João Filipe Raposo, diretor clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), foi nomeado Presidente-eleito...

A eleição foi anunciada durante o Congresso Mundial da Diabetes, que decorreu este mês, em Banguecoque, e onde também foi apresentado o mais recente Atlas Mundial da Diabetes.

"É uma honra e uma grande responsabilidade ser eleito Presidente da IDF Europa," afirmou o Prof. João Filipe Raposo, garantindo que trabalhará "para fortalecer a resposta à diabetes na Europa, colaborando com organizações da sociedade civil, profissionais de saúde e decisores políticos para promover discussões, boas práticas e políticas públicas que contribuam para uma melhor prevenção, diagnóstico e tratamento da diabetes."

Esta eleição representa um marco importante para Portugal e para a comunidade europeia de diabetes, reconhecendo a liderança e o compromisso do também presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia na luta contra esta doença. Com um percurso dedicado à melhoria da qualidade de vida das pessoas com diabetes, João Filipe Raposo assume este novo desafio com o objetivo de reforçar a missão da IDF Europa em criar um ecossistema da diabetes centrado na pessoa, num ambiente informado e promotor da saúde.

Em todo o mundo, segundo o mais recente Atlas Mundial da Diabetes, a diabetes foi responsável por 3,4 milhões de mortes em 2024, o equivalente a uma morte a cada seis segundos. Atualmente, cerca de um em cada nove adultos (589 milhões de pessoas) entre os 20 e os 79 anos vivem com diabetes, mas estima-se que este número suba para 853 milhões até 2050. Só na Europa, existem cerca de 65,6 milhões de adultos com diabetes (um em cada seis), prevendo-se um aumento de 10% até 2050, para um total de 72,4 milhões de casos.

O relatório estima ainda que, na Europa, 34% dos adultos que vivem com esta doença (252 milhões de pessoas) não estão diagnosticados. Em todo o mundo, esta percentagem sobe para 43%. Perante este cenário, o Atlas Mundial da Diabetes alerta para o crescente impacto da doença em todo o mundo, frisando que Governos e decisores devem adotar medidas urgentes, efetivas e sustentadas para travar as previsões.

O relatório completo, disponível em https://diabetesatlas.org/, apresenta dados detalhados sobre a prevalência, a mortalidade e o impacto socioeconómico da diabetes em todo o mundo.

 

Afasia
Portugal está preparado para apoiar pessoas com afasia? Trazer este tema para a agenda pública é essencial para garantir...

Imagine acordar e perceber que perdeu a capacidade de falar, escrever ou compreender o que lhe dizem. Sem dor, sem aviso prévio, a linguagem — algo que damos por garantido — desaparece. Esta é a realidade de quem vive com afasia, uma perturbação neurológica que afeta a comunicação e que continua a ser profundamente desconhecida pela maioria dos portugueses. Apesar de milhares de pessoas enfrentarem este desafio todos os anos, Portugal ainda está longe de oferecer uma resposta eficaz e inclusiva. 

A afasia não afeta a inteligência, mas altera profundamente a forma como a pessoa interage com o mundo. Falar ao telefone, pedir um café ou simplesmente manter uma conversa torna-se um obstáculo diário. E, além das dificuldades práticas, surgem o isolamento, a frustração e a exclusão social. 

A causa mais comum da afasia é o acidente vascular cerebral (AVC), mas também pode surgir após um traumatismo craniano, tumor cerebral ou outras lesões neurológicas. Apesar de afetar milhares de pessoas em Portugal, a afasia permanece envolta num silêncio institucional e mediático que importa quebrar. Trazer este tema para a agenda pública é essencial para garantir inclusão, acesso a terapias e visibilidade para quem perdeu a capacidade de comunicar, mas não deixou de ter voz. 

É por isso que a Associação IPAFASIA – Associação Portuguesa de Apoio à Pessoa com Afasia levanta uma questão fundamental: Portugal está preparado para apoiar estas pessoas? 

“Mais do que uma condição médica, a afasia é uma barreira social. É urgente garantir respostas terapêuticas consistentes, mas também mudar mentalidades. As pessoas com afasia continuam a pensar, a sentir, a querer comunicar. Só precisam de tempo, compreensão e das ferramentas certas”, sensibiliza Paula Valente, Diretora Executiva da IPAFASIA. 

Formação de profissionais para serviços de saúde mais acessíveis 

Nos últimos anos, a Associação IPAFASIA tem vindo a realizar ações de capacitação dirigidas a centenas de profissionais de saúde, em contextos públicos e privados, com base no método de comunicação com maior evidência científica disponível atualmente. O objetivo? Tornar os serviços de saúde mais acessíveis e inclusivos para todas as pessoas com perturbações da comunicação, como a afasia. 

“Muitas destas pessoas sentem-se frequentemente excluídas dos processos de decisão, incompreendidas e insatisfeitas com os cuidados prestados — não por falta de competência técnica, mas por barreiras de comunicação que podem e devem ser superadas. Por isso, estamos profundamente comprometidos em continuar a disseminar o método de comunicação com maior evidência científica disponível atualmente, promovendo uma prestação de cuidados verdadeiramente centrada na pessoa. Todas as instituições interessadas podem candidatar-se junto da associação para acolher esta formação, que envolve pessoas com afasia como formadoras, num modelo de workshops práticos e participativos”, esclarece Paula Valente.  

Conheça os vencedores do Prémio Missão 70/26
 Uma plataforma que integra tecnologias como a inteligência artificial e a gamificação para tornar o utente de saúde um agente...

O objetivo, distinguir ideias inovadoras capazes de contribuir para melhorar o conhecimento e a gestão da hipertensão arterial em Portugal, foi, segundo Rosa de Pinho, Presidente cessante da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), cumprido. “O balanço é muito positivo. Tivemos a maior parte das candidaturas de equipas jovens e muitos médicos de família, assim como projetos feitos em articulação e parceria com as farmácias, que também é uma mais-valia.”

“Uma das coisas que eu tenho defendido sempre é o trabalho de equipa no seguimento do doente hipertenso. Precisamos de outros profissionais de saúde envolvidos, como os enfermeiros e as farmácias. E cada um destes projetos tem esse propósito, de envolver vários atores, que depois articulam com a comunidade. São projetos muito válidos, ideias excelentes”, acrescenta.

O primeiro prémio, atribuído à plataforma ‘Sem Pressão, Sempre São’, destinada aos utentes, mas também aos profissionais de saúde que os acompanham, apresenta várias funcionalidades - um jogo ‘Sem Pressão’, que incentiva o utilizador a aprender através de desafios e recompensas; uma monitorização personalizada, um assistente virtual, entre outros -, para, como explica uma das suas autoras, Rita Abecasis, especialista em Medicina Geral e Familiar, se aliar “à tecnologia recente para enfrentar o desafio da hipertensão”.

Facilitar o acesso a uma informação de saúde de qualidade, fazer dos doentes agentes ativos da sua própria saúde e melhorar o seu acompanhamento de uma forma acessível e divertida são os grandes objetivos deste projeto, para o qual este prémio, acrescenta Rita Abecasis, “permite que ganhe visibilidade e abre portas a colaborações futuras, para conseguirmos transmitir a ideia de que a hipertensão é um verdadeiro obstáculo a combater e que fazê-lo não tem de ser difícil”.

No 2º lugar ficou o projeto BPM - Basear, Promover, Mudar, desenvolvido por Margarida Rabaça, Nutricionista, e por Hugo Alexandre, Engenheiro Biomédico, uma ideia que, segundo os autores, pretende ser “um ecossistema onde a literacia deixa de ser um conceito distante e passa a ser algo presente no dia-a-dia das pessoas”. Para isso, utilizam uma abordagem “dinâmica, acessível e recompensadora”, suportada em três pilares: ‘Basear’, ‘Promover’ e ‘Mudar’.

O primeiro - Basear - visa “uma consciencialização e captação da atenção da população através de experiências imersivas de inteligência virtual, que permitam a visualização dos efeitos da hipertensão arterial no corpo humano”. Com o segundo pilar, a ideia é “incentivar escolhas mais saudáveis através da implementação de um mecanismo de incentivos:  as opções mais equilibradas serão recompensadas com base num sistema de pontuação, medicamente validado”, com os pontos a poderem ser convertidos em benefícios concretos, como descontos em consultas de nutrição, adesão a ginásios ou serviços gratuitos. Tudo isto para atingir a mudança, “onde pretendemos consolidar hábitos saudáveis através da criação de uma plataforma digital interativa”.

Foram, ainda, distinguidos dois projetos com menções honrosas:

- “A(tensão): alerta silencioso que revela o futuro”, que utiliza realidade virtual para, como refere Rui Rodrigues, especialista em Medicina Geral e Familiar e um dos seus autores, “as pessoas terem a oportunidade de vivenciar, vendo-se a elas mesmas, o impacto das suas escolhas diárias na saúde cardiovascular, através de uma aprendizagem mais envolvente e potencialmente mais eficaz”, terminando com um estímulo às mudanças de comportamento.

- ‘HipertArt’, um projeto desenvolvido por Sara Leite, especialista em Medicina Geral e Familiar, e por Inês Trindade, Interna de Medicina Geral e Familiar na USF Anta, que, segundo as suas autoras, “utiliza uma abordagem digital e inovadora e permite aumentar a literacia na hipertensão, facilitando o acesso a informação clara e baseada na evidência”.

Recorde-se que o vencedor arrecadou um prémio de 15.000€, tendo o 2º lugar conquistado 5.000€ e cada uma das menções honrosas uma distinção no valor de 1.500€ cada.

Opinião
A musculação, tradicionalmente associada a melhorias estéticas, ao aumento de massa muscular e ao de

Sabe-se que o treino de força desempenha um papel crucial no metabolismo da glicose e na sensibilidade à insulina, tornando-se assim um aliado poderoso no combate a esta doença.

Os músculos não são apenas estruturas responsáveis pelo movimento – funcionam também como um importante reservatório de glicose. Durante o exercício de resistência, como o treino com pesos, os músculos utilizam a glicose disponível no sangue como fonte de energia, o que contribui para a redução dos níveis de glicose circulante. Paralelamente, o treino de força melhora a sensibilidade à insulina, permitindo ao organismo utilizar esta hormona de forma mais eficiente no transporte da glicose para o interior das células. Este processo contribui significativamente para a redução da resistência à insulina, um dos principais fatores no desenvolvimento da diabetes tipo 2.

Estudos científicos demonstram que a prática regular de treino de força pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, além de facilitar uma melhor gestão da doença em indivíduos já diagnosticados. O aumento da massa muscular está diretamente associado a um metabolismo mais ativo e a uma maior capacidade de utilização da glicose, ajudando a manter os níveis de açúcar no sangue dentro de parâmetros saudáveis.

Para além dos benefícios metabólicos, o treino de força melhora a composição corporal, promovendo a redução de gordura e o aumento da massa magra. A diminuição da gordura visceral, em particular, está associada a uma menor resistência à insulina e a um melhor controlo glicémico. Além disso, evidências científicas apontam para uma relação direta entre os níveis de força muscular, a qualidade de vida e a esperança média de vida. Indivíduos com maior força muscular tendem a apresentar um risco mais baixo de mortalidade por todas as causas, incluindo doenças cardiovasculares e metabólicas. Estudos indicam que pessoas com níveis reduzidos de força muscular têm um risco até 50% superior de mortalidade precoce, comparativamente com aquelas que apresentam níveis de força mais elevados.

Indicadores como a força das pernas e a capacidade de preensão manual em idosos estão fortemente associados a uma melhor qualidade de vida e maior longevidade.

A introdução do treino de força na rotina de indivíduos com risco de diabetes ou já diagnosticados deve ser feita de forma progressiva e adaptada às suas condições individuais. Exercícios com pesos livres, máquinas de resistência ou mesmo treino com o peso do próprio corpo são opções eficazes. Idealmente, o treino de força deve ser complementado com atividade aeróbica, para um impacto ainda mais positivo na saúde metabólica.

Em suma, investir no fortalecimento muscular não é apenas uma questão estética ou de desempenho físico, é, acima de tudo, uma estratégia eficaz para prevenir e controlar a diabetes. A musculatura ativa é uma aliada poderosa na regulação da glicose, e incorporar o treino de força na rotina diária pode ser um passo decisivo para uma vida mais saudável, equilibrada e duradoura.

Por tudo isto podemos afirmar que o músculo é de facto o órgão da longevidade.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
22 de abril - Dia da Faculdade
A Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) celebra, no próximo dia 22 de abril, o Dia da Faculdade com uma...

Realizado anualmente, o Dia da Faculdade simboliza o compromisso da FMUL com a formação médica de qualidade e com a valorização da sua comunidade académica.

Para o diretor da FMUL, João Eurico Cabral da Fonseca, “o Dia da Faculdade é um momento de celebração que honra a excelência académica, o mérito pedagógico e a identidade institucional. Este ano, é ainda mais especial, porque se insere nas comemorações do bicentenário da nossa instituição.”

O programa conta com diversas intervenções de figuras importantes para a instituição, bem como com a entrega de prémios e distinções. Entre os destaques estão os Diplomas de Mérito, os Prémios FMUL/CGD de Excelência e o Prémio de Mérito Pedagógico, relativos ao ano letivo de 2023/2024, o Prémio de Educação Médica da FMUL – Prof. Doutor João Gomes Pedro, e as distinções atribuídas no âmbito do Programa Brilliant TFM. No total, serão distinguidas mais de 60 pessoas.

O Ensino da Medicina em Lisboa teve início no Hospital de Todos-os-Santos, inaugurado em 1504 e prolongou-se por 250 anos de funcionamento regular até ao terramoto de 1755. Em 1774 passou para o Colégio de Santo Antão-o-Novo, mais tarde batizado como Hospital Real de São José, onde viria a nascer, a 24 de junho de 1825, a Real Escola de Cirurgia que em 1835 se transformou na Escola Médico-cirúrgica de Lisboa, e a 22 de abril de 1911 passou a designar-se Faculdade de Medicina de Lisboa.

Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal
A Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal (ULSAS) aderiu ao “Ligue Antes, Salve Vidas” (LASV), a 17 de outubro de 2024, por...

Volvidos seis meses, destacam-se os resultados positivos já alcançados. Dos mais de 116 mil contactos feitos por utentes da ULSAS com o SNS24:

  • Mais de metade (55%) resultaram em encaminhamento para os cuidados de saúde primários, tendo sido realizadas cerca de 52.600 consultas;
  • 37% foram encaminhados para serviços de urgência da ULSAS;
  • 8% ficaram em autocuidados.

Analisando as admissões nos serviços de urgência da ULSAS (geral, pediátrica e ginecológica e obstétrica) neste período, verifica-se que a grande maioria dos utentes foi referenciado (SNS24, INEM, Cuidados de Saúde Primários, Hospital, entre outros), fixando-se em 23,6% a taxa de utentes que chegaram por meios próprios.

O caminho até aqui percorrido e as etapas alcançadas não seriam possíveis sem o apoio do Ministério da Saúde, e em concreto da Direção Executiva do SNS e dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (e da equipa do SNS24), mas devem-se também, sem dúvida, ao empenho, profissionalismo e envolvimento dos profissionais dos serviços de urgência e dos cuidados de saúde primários da ULSAS, particularmente louváveis num contexto difícil como é a época do inverno.

Esta dedicação e compromisso dos profissionais tem reflexo em inúmeras vertentes, das quais destacamos a significativa taxa de encaminhamento de utentes triados com a pulseira “azul” ou “verde” para os cuidados de saúde primários (perto dos 16% no conjunto das três urgências, no acumulado dos seis meses, e que no caso do Serviço de Urgência Geral tem rondado os 30% desde o início deste ano), fruto do trabalho e esforço acrescidos dos profissionais de enfermagem e dos assistentes técnicos das urgências hospitalares.

De destacar, ainda, o facto de as unidades de cuidados de saúde primários, de forma voluntária, estarem a dar resposta em doença aguda, por via do LASV, também a utentes sem equipa de família. A média de utilização diária de consultas abertas nos CSP ronda as 780 em dias úteis e as 100 aos fins de semana e feriados.

Tratando-se de uma mudança cultural e comportamental é de esperar que os resultados venham a ser cada vez melhores, fruto de um processo contínuo que requer avaliações permanentes e introdução de eventuais melhorias.

Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigação da Universidade de Coimbra (UC) demonstrou o impacto que certas doenças crónicas associadas ao...

Usando técnicas de inteligência artificial e várias bases de dados a nível local e mundial, foi possível diferenciar a idade biológica da idade cronológica, o que representa uma nova forma de medir o impacto destas doenças crónicas que – de forma direta ou indireta – afetam o cérebro. Nos casos de doença de Alzheimer, o envelhecimento pode chegar a mais de 9 anos do que a idade real do doente.

O estudo – que foi publicado recentemente na revista Brain Communications e tem como primeira autora Maria Fátima Dias, investigadora do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde da UC e do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC), sob orientação dos docentes e investigadores Miguel Castelo-Branco (Diretor do CIBIT e docente da Faculdade de Medicina da UC) e Paulo de Carvalho (Diretor do Laboratório de Informática Clínica do CIUSC e docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC) –  parte do novo conceito de brain age gap estimation, a diferença entre a idade cronológica de uma pessoa e a idade cerebral estimada (determinada através de modelos de inteligência artificial que analisaram imagens de ressonância magnética do cérebro), para mostrar o impacto de determinadas doenças no envelhecimento do cérebro. 

“A idade cerebral estimada é a ‘idade biológica’ do cérebro, prevista por modelos que analisam imagens cerebrais. A sua comparação com a ‘idade cronológica’ (a idade real de uma pessoa, medida em anos) permite indicar se o cérebro envelheceu mais ou menos rapidamente do que o esperado. Um valor positivo de brain age gap significa um envelhecimento cerebral acelerado, enquanto um valor negativo é indicador de um cérebro mais jovem do ponto de vista biológico, com envelhecimento retardado”, explica Miguel Castelo-Branco, autor sénior do artigo. 

No estudo, utilizando vários modelos de inteligência artificial, foram obtidos mapas que permitiram interpretar que regiões do cérebro mais contribuíam para o cálculo da idade biológica. E foram estabelecidas métricas que permitiram concluir o impacto médio de cada uma das doenças estudadas (as três estão associadas ou são factor de risco para o declínio cognitivo) no envelhecimento do cérebro. “No caso da esquizofrenia o envelhecimento cerebral é de cerca de 2 anos, na diabetes tipo 2 é de 5 anos, e na doença de Alzheimer atinge os 9 anos”, descreve o investigador e Diretor do CIBIT.

Estas conclusões podem abrir novos caminhos no diagnóstico do declínio cognitivo associado a estas enfermidades. “Na prática será possível usar esta medida como um biomarcador útil no diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas”, conclui Miguel Castelo-Branco.

Este estudo contou com o envolvimento de investigadores da Faculdade de Medicina da UC, do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional, do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde, do Centro de Informática e Sistemas da UC e do Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes.

O artigo publicado está disponível no endereço https://academic.oup.com/braincomms/article/7/2/fcaf109/8069058.

 

Em Portugal, menos de 1% têm acesso
A Reabilitação Respiratória tem um papel fundamental na abordagem das doenças respiratórias, uma vez que é uma das estratégias...

“A Reabilitação Respiratória consiste num tratamento não-farmacológico constituído por dois pilares essenciais: educação sobre a doença e treino de exercício físico. O principal objetivo é melhorar as capacidades de auto-gestão da doença por parte dos doentes e dos seus familiares/cuidadores, de melhorar os seus sintomas, a tolerância ao esforço, diminuir a necessidade de recorrer aos cuidados de saúde, melhorar a qualidade de vida e diminuir a mortalidade”, explica Bruno Cabrita, coordenador da Comissão de Trabalho de Reabilitação Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) . 

Praticamente todos os doentes com patologia respiratória podem beneficiar de alguma estratégia de Reabilitação Respiratória, sendo que os doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) são os que reúnem mais evidência científica dos benefícios desta intervenção, uma vez que também são os mais estudados. Contudo, “outras patologias têm sido estudadas nos últimos anos e demonstrado também significativos benefícios, tais como: asma, bronquiectasias, doenças do interstício pulmonar, cancro do pulmão ou patologias da pleura”.

De acordo com o pneumologista, na DPOC, está bem documentada a melhoria dos sintomas, da qualidade de vida, da capacidade de exercício, da redução do internamento hospitalar e também da mortalidade. Na verdade, “nestes doentes a evidência é tão clara que já nem é considerado ético realizar mais estudos com grupos de controlo aos quais não é oferecida Reabilitação Respiratória”.

Outras patologias têm demonstrado benefícios semelhantes nos últimos anos, mas ainda com menos robustez. São necessários mais estudos, com amostras maiores, tal como realizado na DPOC, embora as orientações terapêuticas recomendem oferecer Reabilitação Respiratória noutras patologias. 

A Reabilitação Respiratória tem sido cada vez mais recomendada para o tratamento da DPOC (em doentes sintomáticos ou exacerbadores apesar da terapêutica inalatória otimizada) e de outras patologias respiratórias, embora esteja ainda subutilizada a nível mundial. “Tem sido bastante fomentada e divulgada, nomeadamente pela SPP, junto da população mas também dos profissionais de saúde, pelo que a tendência de referenciação tem sido crescente”, sublinha Bruno Cabrita.

Ainda assim, a nível global, dados de 2021 reportam que menos de 3% dos doentes com patologia respiratória crónica têm acesso a um programa de Reabilitação Respiratória. “Em Portugal, os últimos dados disponíveis apontam para que menos de 1% dos doentes têm acesso a Reabilitação Respiratória”.

Facilitar o acesso de um maior número de doentes a programas de Reabilitação Respiratória implica o desenvolvimento de mais programas, “sobretudo programas menos tradicionais (comunitários, domiciliários, por telemedicina…), com menos recursos e que possam intervir em doentes mesmo à distância ultrapassando, desta forma, imensas barreiras que continuam a existir”. Outra medida, passa por estimular mais profissionais a dedicarem-se a esta área, bem como sensibilizar e atrair mais financiamento para o desenvolvimento e manutenção dos programas. “É também importante atuar junto da população e sensibilizar para a existência deste tratamento e dos benefícios que a mesma traz, ultrapassando mitos e crenças pouco fundamentadas”, defende Bruno Cabrita.

Dificuldades na integração de doentes em programas de Reabilitação Respiratória

É relativamente fácil um doente ser integrado num programa de Reabilitação Respiratória que já esteja estabelecido. No entanto, de acordo com os dois pneumologistas, existem várias barreiras que estão gradualmente a ser ultrapassadas, mas que ainda persistem. São elas: 

  • A escassa referenciação por profissionais de saúde, que ainda não estão suficientemente sensibilizados para os benefícios da Reabilitação Respiratória;
  • A reticência por parte dos doentes em aceitar realizar um tratamento que inclui exercício físico, quando os seus principais sintomas ocorrem durante o esforço;
  • A dificuldade em conseguir meios de transporte que assegurem visitas hospitalares regulares para realizar Reabilitação Respiratória, embora cada vez mais os programas domiciliários estejam a ser desenvolvidos, bem como o recurso a telemedicina;
  • O escasso número de programas de Reabilitação Respiratória tradicionalmente disponíveis e, por vezes, com escassa capacidade de resposta, embora atualmente esta barreira esteja cada vez mais ultrapassável e a rede de programas nacionais disponíveis seja mais ampla nos últimos anos.

 

Projeto Frota Solidária
Uma dezena de instituições particulares de solidariedade social (IPSS) de todo o país vieram a Lisboa para receber viaturas...

Criada em 2008, a iniciativa Frota Solidária tem por objetivo promover a mobilidade, a inclusão social e o combate ao isolamento e à desertificação, através da atribuição de viaturas adaptadas a instituições que atuam junto dos públicos mais vulneráveis. Ao longo de 17 anos, a Frota Solidária já atribuiu 280 viaturas, concretizando uma devolução de cerca de 4,8 milhões de euros à sociedade civil, que consignou este valor à Fundação Montepio a partir das declarações de IRS. 

Na cerimónia, Virgílio Boavista Lima, presidente da Fundação Montepio, destacou a preocupação da instituição em “combater as desigualdades sociais e contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Este projeto tem, por isso, um lugar de destaque na atividade da Fundação Montepio, por apoiar quem, no terreno, dá corpo à solidariedade: as instituições sociais”. 

As instituições beneficiadas nesta edição atuam em 7 capitais de distrito, de Norte a Sul: Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Faro, Lisboa e Viseu. 

  • Centro Social de Santa Cruz (Aveiro
  • Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso (Braga
  • Fundação Cónego Manuel Joaquim Ochôa (Bragança
  • CACFF – Centro Assistencial, Cultural e Formativo do Fundão (Castelo Branco
  • NECI – Núcleo Especializado para o Cidadão Incluso (Faro
  • Liga dos Amigos do Hospital de Pulido Valente (Lisboa
  • Santa Casa da Misericórdia de Loures (Lisboa
  • Associação 2000 de Apoio ao Desenvolvimento – A2000 (Vila Real
  • Santa Casa da Misericórdia de Santo António de São Pedro do Sul (Viseu

 

A Frota Solidária é o projeto mais emblemático da Fundação Montepio no domínio da responsabilidade social, refletindo o seu compromisso com a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária. 

O projeto é financiado a partir dos valores angariados através da consignação do IRS, permitindo que, sem qualquer custo para os contribuintes, seja possível transformar impostos em impacto social concreto, tal como a entrega de viaturas adaptadas a instituições que apoiam os públicos mais vulneráveis. 

A Fundação Montepio lembra os portugueses que, ao preencherem a declaração de IRS, podem atribuir 1% à Fundação Montepio, com o NIPC 503802808, sem qualquer encargo. Desta forma, o contribuinte poderá contribuir para projetos como o Frota Solidária, que apoia instituições de todo o país. 

Além da Fundação Montepio, que coordena e distribui as viaturas, a iniciativa conta com parceiros fundamentais: a Lusitania Seguros, que oferece a primeira anuidade do seguro automóvel, e a Auto Ribeiro, responsável pela adaptação técnica dos veículos. 

A cerimónia de entrega, realizada no espaço atmosfera m, em Lisboa, contou com a presença de representantes do Conselho de Administração da Fundação Montepio, do Montepio Associação Mutualista, das empresas do Grupo Montepio e dos parceiros do projeto. 

Mais informações sobre o projeto Frota Solidária em https://www.montepio.org/institucional/fundacao-montepio/frota-solidaria/

Perigos da Páscoa
A Páscoa é uma época de celebração e partilha em família. Durante este período, os lares enchem-se de doces e iguarias...

Além dos perigos alimentares, o aumento de visitas, os ruídos intensos e as decorações podem gerar stress e situações de perigo para os animais de companhia. Por isso, é essencial adotar medidas preventivas para evitar acidentes e garantir o conforto dos patudos nesta altura festiva. 

O Dr. João Reis, médico veterinário do AniCura Alma Veterinária Hospital Veterinária, alerta para os principais perigos associados a esta época festiva: 

1. Chocolates e doces

O chocolate contém teobromina, uma substância tóxica para os cães e gatos, podendo provocar sintomas como vómitos, diarreia, aumento da frequência cardíaca e, em casos mais graves, convulsões ou até a morte. Além disso, muitos doces contêm xilitol, um adoçante altamente tóxico para os animais1

2. Ossos e alimentos gordurosos 

Os ossos cozinhados nos pratos tradicionais podem partir-se em lascas e causar obstruções ou perfurações no sistema digestivo. Já os alimentos gordurosos podem levar a problemas gastrointestinais e pancreatite, uma condição grave que requer tratamento veterinário imediato2

3. Plantas tóxicas e decorações

Lírios, narcisos e outras flores típicas da época são tóxicas para os gatos e devem ser mantidas fora do seu alcance3. Da mesma forma, decorações como ovos de plástico, fitas e palha artificial podem ser ingeridas acidentalmente, causando bloqueios intestinais.  

4. Viagens e presença em multidões

Ao planear viajar com o animal de companhia, o ideal é certificar-se de que o meio de transporte é seguro e confortável, com acesso a água e pausas regulares. Para os animais que não estão habituados a deslocações longas, é aconselhável consultar um veterinário para recomendações específicas. Além disso, eventos festivos e grandes ajuntamentos podem ser stressantes para cães e gatos. Sempre que possível, deve-se proporcionar um ambiente tranquilo e seguro, longe do excesso de ruído e movimentação. 

Com alguns cuidados simples, é possível garantir que os animais de companhia desfrutam desta época de forma segura e tranquila. Evitar oferecer alimentos humanos, proporcionar um espaço confortável e longe de agitação e estar atento a sinais de desconforto são medidas fundamentais. Em caso de emergência, o contato imediato com um veterinário pode fazer toda a diferença na saúde do animal”, afirma o Dr. João Reis.  

Para garantir uma Páscoa segura para todos, aconselha-se que os cuidadores:

  • Mantenham chocolates e doces fora do alcance dos animais;
  • Evitem dar restos da refeição aos seus amigos de quatro patas;
  • Optem por snacks apropriados para animais de companhia;
  • Garantam que as plantas e decorações não representam riscos para os seus animais; 
  • Assegurem um transporte seguro e confortável durante viagens;
  • Protejam os animais de ambientes ruidosos e com muitas pessoas;
  • Em caso de ingestão acidental de alimentos ou objetos perigosos, devem contactar de imediato um médico veterinário. 

 

Referências

1People Foods to Avoid Feeding Your Pets. ASPCA. Disponível em https://www.aspca.org/pet-care/animal-poison-control/people-foods-avoid-feeding-your-pets

2Winter holiday pet safety. AVMA. Disponível em https://www.avma.org/resources-tools/pet-owners/petcare/holiday-pet-safety  

3Cats and poisonous flowers and plants. Cats Protection. Disponível em https://www.cats.org.uk/help-and-advice/home-and-environment/dangerous-plants

19 de abril - Dia Mundial do Fígado
O Dia Mundial do Fígado é uma oportunidade única para sensibilizar a população sobre a importância d

O fígado, o segundo maior órgão do corpo humano, realiza mais de 500 funções essenciais à vida e desempenha um papel crucial a vários níveis, nomeadamente na função digestiva, na produção e excreção de bílis, na metabolização e armazenamento de nutrientes provenientes da absorção intestinal, na síntese de proteínas, enzimas e hormonas, no controlo dos níveis de glicose no sangue, na metabolização e excreção de múltiplos compostos orgânicos endógenos e exógenos, entre muitas outras.

Em 2025, a celebração deste dia assume uma particular relevância face ao aumento global da prevalência de algumas doenças hepáticas crónicas, impulsionado por diversos fatores como sejam o consumo excessivo de álcool, a obesidade e as infeções virais.

Atualmente, estima-se que mais de dois mil milhões de pessoas no mundo sofram de alguma forma de doença hepática. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um milhão de mortes anuais são atribuídas a doenças hepáticas, representando uma das principais causas de morte a nível global. Em Portugal, as doenças hepáticas também têm um impacto significativo. Segundo o último relatório do Programa Nacional para as Hepatites Virais 2024 (fonte INE), a mortalidade por doença hepática em Portugal apresenta uma tendência de crescimento em relação à doença hepática crónica/cirrose e, consequentemente, ao carcinoma hepatocelular, traduzindo uma realidade preocupante que urge alterar.

O World Liver Day é uma campanha conjunta de várias associações internacionais para o estudo do fígado e doenças hepáticas e estabeleceu como mote para 2025 “food is medicine”. Esta analogia, “alimentos são medicamentos” não poderia ter sido mais bem escolhida. A doença hepática esteatósica associada à disfunção metabólica (MASLD), anteriormente conhecida como fígado gordo não alcoólico, tem vindo a crescer exponencialmente, em breve afetará cerca de 30 % da população mundial, devido ao aumento das doenças associadas à perturbação do metabolismo, onde se inclui a diabetes mellitus, a obesidade e a dislipidemia, todas elas associadas a estilos de vida pouco saudáveis. Sem uma intervenção adequada na prevenção, seguimento e tratamento destas doenças iremos assistir a um aumento significativo das formas mais avançadas de doença hepática, como a cirrose, e ao aumento da transplantação hepática por esta causa. Além da MASLD não podemos esquecer as outras formas de doença hepática esteatósica associadas à perturbação do uso do álcool, quer de forma combinada (MetALD – doença hepática esteatósica associada a disfunção metabólica e álcool), quer sob a forma isolada de consumo (ALD – doença hepática esteatósica associada a perturbação do uso do álcool), o que torna este problema de intervenção e resolução mais abrangente.

Dentro das outras causas de doença hepática, não podemos esquecer as hepatites víricas, onde se destacam as Hepatites B e C, que continuam a ter um forte impacto na saúde pública, nomeadamente nas suas formas crónicas, apesar da existência de uma vacina eficaz contra a hepatite B e tratamentos curativos para a hepatite C. Embora menos comuns, as doenças hepáticas autoimunes, onde se incluem a hepatite autoimune, a colangite biliar primária e a colangite esclerosante primária, apresentam também elas um impacto significativo na qualidade de vida dos doentes e podem levar a doença hepática crónica se não forem adequadamente tratadas, podendo evoluir para situações mais complicadas, incluindo o carcinoma hepatocelular. Neste último, o diagnóstico precoce continua a ser um dos maiores desafios, sendo essencial o rastreio em grupos de risco.

E que medidas práticas podemos implementar para alterar ou inverter esta realidade? A aposta na prevenção com a promoção de estilos de vida saudáveis, incentivando uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercício físico e a redução do consumo de álcool e tabaco é sem dúvida a mais importante. Mas não podemos esquecer outras medidas, nomeadamente a melhoria do acesso ao diagnóstico precoce nas hepatites virais, da MASLD (que tem de incluir o diagnóstico e controlo dos fatores de risco cardiovasculares) e do carcinoma hepatocelular, garantindo que as populações de risco sejam avaliadas regularmente. Igualmente importante, no caso das hepatites virais, é o objetivo de rastrear pelo menos uma vez na vida.

Não poderia terminar sem destacar um dos principais flagelos da nossa sociedade, a perturbação do uso do álcool. Em Portugal, o consumo excessivo de álcool constitui ainda uma das principais causas de morte por doença hepática. A aplicação de regulamentação nacional e comunitária, cada vez mais restritiva nos mercados das bebidas alcoólicas, tem produzido resultados, mas é necessário ir mais além. O apoio a programas de saúde mental e alcoologia é também uma prioridade que deve intervir em vários eixos, nomeadamente em serviços de apoio para indivíduos com perturbação do uso do álcool, na promoção e acompanhamento da reabilitação e na prevenção da progressão da doença hepática.

Neste Dia Mundial do Fígado, o apelo é claro: a saúde hepática é um compromisso coletivo. As autoridades de saúde, profissionais e cidadãos devem todos eles ser elos ativos nesta dinâmica e unir esforços para promover a prevenção, o rastreio e o tratamento adequado das doenças hepáticas.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Falam os homens abertamente sobre as suas emoções? Metade dos inquiridos no mais recente estudo “O Autocuidado masculino em...

E a análise explica porquê: os homens ainda têm tendência para resolver os seus problemas sozinhos e sentem-se socialmente pressionados a mostrarem-se fortes. Em consequência, muitos deles apenas se manifestam ou procuram ajuda quando já estão num ponto de ruptura.

“No que respeita às suas fragilidades, os homens são muito mais reservados do que as mulheres. Nós somos capazes de aproveitar um jantar para nos queixarmos dos maridos, dos filhos, do trabalho, abrimo-nos a temas privados. Os homens não. Falam de desporto, política, das notícias, mas é raro falarem de intimidades. Só quando já se encontram numa situação mais extrema é que procuram um amigo para desafabar”, comenta Madalena Lupi, Técnica Qualitativa da Netsonda.

Quase um terço dos homens (31%) procura os amigos para expor os seus problemas, mas é no parceiro/a que a maioria (51%) encontra o principal suporte. Por outro lado, nem 10% recorre a um profissional de saúde e um em cada quatro diz que não fala com ninguém quando se sente emocionalmente em baixo.

Analisando os principais stress triggers que preocupam os homens, o estudo evidencia o sucesso profissional/financeiro e a comparação com os pares, sendo que o receio de falhar, seja no contexto de trabalho ou na vida pessoal, é o que mais contribui para a perda de autoestima nos homens.

Madalena Lupi interpreta estas conclusões: “Por um lado, ainda é difícil para um homem lidar com o facto de não ser a principal fonte de rendimento da sua família. No caso das gerações mais novas, nota-se ainda alguma ansiedade por não terem independência financeira para saírem de casa dos pais. Por outro, notamos que os homens sofrem com a comparação com outros homens, nomeadamente ao nível da carreira, ganhos financeiros e aparência física”.

 

Fazer desporto é essencial para o bem-estar emocional dos homens

Para contrariar estes fatores e reforçar a sua confiança, o sexo masculino pratica exercício físico (42%), adota uma atitude pragmática para encontrar soluções para os seus desafios (30%) e cuida da sua aparência (28%). Para 94% dos inquiridos, o desporto desempenha um papel central e muito positivo no seu bem-estar emocional. Daqueles que praticam atividade física, quase dois em cada três fazem-no com bastante frequência - 2/3 vezes por semana.

“Os homens usam a prática desportiva para se sentirem saudáveis, mas mais como escape mental e uma forma de socialização com os seus pares, do que propriamente para melhorar a sua condição física”, reforça a responsável.

No que respeita ao cuidado com a aparência, o mesmo estudo conclui que os homens dão hoje mais importância à sua imagem do que antes, estando muito mais empenhados no autocuidado. Em concreto, cerca de 80% dos inquiridos afirmam que cuidar da sua aparência aumenta a autoestima e contribui para melhorar o seu bem-estar emocional. Hoje em dia, só 15% dos homens considera negativo cuidar bastante do seu físico.

Um dado que vem comprovar esta evolução de mentalidades é também o aumento do uso de produtos de higiene e beleza pessoal nos últimos cinco anos. Quase metade dos homens (48%) investe mais neste tipo de produtos do que antes, principalmente entre os 25 e 34 anos (68%). O shampoo, desodorizante, gel de banho e perfume são essenciais na rotina de cuidado masculina, mas não só: 52% já usa creme de rosto e 40% loção de corpo ou produtos específicos para a barba.

 

Homens ainda acham que mulheres cuidam melhor dos filhos

Embora se verifique uma evolução na mentalidade do sexo masculino em relação a alguns estereótipos, o estudo revela que há ainda um em cada quatro inquiridos que acredita que os homens não são tão capazes de cuidarem dos filhos como as mulheres ou que não devem mostrar sinais de fraqueza em público.

Sobre a pertinência deste estudo, Bernardo Carvalho, Marketing Lead e Media Manager Unilever-FIMA, comenta: “Dove já soma um legado de 20 anos em prol da beleza real, mundialmente reconhecida pelo seu compromisso de dar às mulheres mais confiança e autoestima. Chegou o momento de também incluirmos os homens no nosso propósito. Este estudo é uma iniciativa da marca em Portugal, um primeiro passo para um longo caminho que ainda existe de quebra de preconceitos no que respeita ao autocuidado masculino”.

E acrescenta: “Esperamos que este estudo seja uma porta aberta para muitos homens iniciarem o diálogo sobre as suas emoções e fragilidades. Acima de tudo, queremos dar a todos os homens portugueses mais coragem para cuidar, em primeiro lugar de si, por dentro e por fora, pois homens mais confiantes cuidarão melhor dos outros à sua volta”.

Nesta Páscoa
Durante a Páscoa, os momentos de celebração são recheados de tradições e sabores irresistíveis, como o cabrito assado, o folar,...

Para ajudar a desfrutar desta celebração com mais leveza e conforto, a Opella., referência em autocuidado, partilha dicas práticas para manter a saúde digestiva em dia:

  1. Moderação é a chave

No almoço de Páscoa, procure evitar exageros. Optar por pequenas porções e provar um pouco de cada prato favorece a digestão e ajuda a evitar aquela sensação de enfartamento. Evite repetir e, se possível, use pratos menores para controlar melhor a quantidade. Esteja atento aos sinais do seu corpo e pare de comer quando se sentir satisfeito.1

  1. Aposte em escolhas mais equilibradas

Pequenas substituições podem fazer toda a diferença para a sua saúde digestiva, sem perder o prazer à mesa. Troque batatas fritas por nozes ou sementes ricas em fibras, opte por chocolate negro em vez do de leite e inclua vegetais e frutas frescas como snacks ou acompanhamentos. Na hora da sobremesa, prefira opções mais leves, como gelatinas com frutas, que ajudam a manter o equilíbrio sem abrir mão do sabor.2

  1. Mantenha-se bem hidratado

A hidratação é fundamental para que o sistema digestivo funcione corretamente, auxiliando tanto na digestão quanto na absorção de nutrientes. Tenha sempre um copo de água por perto e beba ao longo do dia, mesmo sem sentir sede. Infusões de ervas, como hortelã ou camomila, também são boas aliadas para o bem-estar digestivo. Por outro lado, evite refrigerantes e bebidas açucaradas, que podem causar inchaço e desconforto.3

  1. Modere o consumo de álcool

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode irritar o estômago e comprometer o equilíbrio da flora intestinal. Para minimizar esses efeitos, alterne o álcool com água ou sumos naturais e evite beber de estômago vazio. Sempre que possível, acompanhe com alimentos leves e opte por bebidas com menor teor alcoólico, como vinho branco seco ou espumante.4

  1. Mexa-se após as refeições

Manter-se ativo depois de comer faz toda a diferença para a digestão. Uma caminhada leve de 15 a 20 minutos ajuda a estimular o trânsito intestinal e evita o desconforto abdominal. Procure não estar sentado durante longos períodos de tempo, pois isso pode dificultar o processo digestivo e causar sensação de peso.5

  1. Preserve a sua rotina

Mesmo em época de celebração, tentar manter alguma regularidade nos horários é importante para a saúde digestiva. Alterações bruscas nas refeições ou no sono podem afetar negativamente o funcionamento do organismo. Planeie os horários das refeições e dos lanches, não salte o pequeno-almoço — essencial para “acordar” o sistema digestivo — e tente manter um horário de sono consistente para ajudar o corpo a funcionar em equilíbrio.1

  1. Mastigue bem os alimentos

Comer devagar e mastigar bem os alimentos facilita a digestão e ajuda a prevenir gases e desconforto. Evite alimentos que sabe que lhe causam mal-estar, como fritos, laticínios ou comidas muito condimentadas. Prefira opções assadas ou cozidas e modere o consumo de doces e sobremesas muito açucaradas.4

 

Referências:

  1. JHoldsworth. (2021, dezembro 3). Understanding your guts at Christmas. Guts UK. Disponível online: https://gutscharity.org.uk/2021/12/understanding-your-guts-at-christmas/. Consultado em abril 2025.
  2. Navigating digestion wellness through the festive season. (2024, dezembro 5). Gastroenterology Associates of the Piedmont (GAP). Disponível online: https://gapgi.com/digestion-wellness-holiday-guide/. Consultado em abril 2025.
  3. Boots.com. Obtido 10 de abril de 2025, disponível online:  https://www.boots.com/healthhub/travel-health-advice/constipation-when-travelling?srsltid=AfmBOorr1po-bIpU-O2ATCulGHzNljF-lFO-iNs1U-WgfEVeT1FUAB2X.
  4. Giaquinto, K. (2023, novembro 15). 7 ways to improve your digestive health this holiday season. National University Of Health Sciences. Disponível online: https://www.nuhs.edu/7-ways-to-improve-your-digestive-health-this-holiday-season/. Consultado em abril 2025.
  5. Lima, C. (2023, dezembro 22). Guia para nutrir a Saúde Digestiva neste Natal. Saude Digestiva; Saúde Digestiva - Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. Disponível online: https://saudedigestiva.pt/guia-para-nutrir-a-saude-digestiva-neste-natal/. Consultado em abril 2025.

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