Summer Medical School - International Program é dirigido a jovens estudantes de todo o mundo
Depois do sucesso a nível nacional e do programa em parceria com o Tecnológico de Monterrey, México (em 2024), a NOVA Medical...

Este programa de verão foi especificamente desenhado para imergir os participantes num ambiente de aprendizagem inovador, focado nas tendências que estão a moldar o futuro da saúde, nomeadamente o desafio da longevidade, uma prioridade política e social para uma sustentabilidade dos sistemas de saúde e da economia. Entre 21 e 25 de julho de 2025, os participantes terão acesso a conteúdos académicos e científicos de excelência, incluindo sessões interativas e workshops hands-on no Kitchen Lab da Instituição.

A Summer Medical School Lifestyle distingue-se pelo seu caráter internacional, atraindo participantes de todo o mundo e preparando os jovens para desempenharem papéis críticos no combate às doenças crónicas e na promoção da saúde populacional, com competências relevantes no autocuidado e literacia em saúde. Esta abordagem global não só enriquece os participantes, como também permite o intercâmbio de ideias e práticas que transcendem fronteiras.

“O que estamos a oferecer é a oportunidade dos participantes mergulharem nos conceitos da Medicina dos 4 P’s: Preventiva, Personalizada, Participativa e Preditiva, com foco na promoção da saúde e na adoção de tecnologias inovadoras no cuidado ao paciente. Inovação, conhecimento e networking internacional são as palavras-chave, sendo o espaço perfeito para reunir jovens com um espírito inovador e curiosidade científica”, explica Conceição Calhau, Subdiretora para a Extensão à Comunidade da NOVA Medical School.

O programa é integralmente em inglês, dando acesso a uma rede de networking internacional, sobretudo com os expertises da NOVA Medical School – líderes de opinião na área da medicina, ciências da nutrição, saúde pública e tecnologias emergentes, que podem manter-se no seguimento das suas trajetórias académicas e profissionais.

A professora Conceição Calhau refere ainda que “é fundamental que as novas gerações sejam preparadas para integrar práticas de saúde baseadas em evidências e estilos de vida adequados. Este programa vai além do ensino tradicional: é uma verdadeira imersão no futuro da saúde global. Pretendemos que estes jovens tenham a oportunidade de expandirem os seus conhecimentos e competências, em particular na prevenção de doenças e nas mais recentes abordagens inovadoras em cuidados médicos, numa experiência única de aprendizagem e inovação”.

Este programa oferece mais do que conhecimento técnico, prático e científico. Proporciona uma experiência social única, onde os participantes aprendem a trabalhar em equipa, desenvolver competências práticas e tornar-se promotores de saúde na sua comunidade. O impacto vai além do presente: forma profissionais conscientes e comprometidos com a construção de um futuro melhor.

O valor da inscrição cobre o alojamento em quartos individuais numa Residência de Estudantes em Lisboa, acompanhamento por monitores da NOVA Medical School, refeições nutricionalmente adequadas – com supervisão de ementas pela equipa de nutrição da escola -, consulta de nutrição, acesso ao programa Académico e Científico com oradores de renome, certificado de participação e, ainda, um sunset que encerra em festa uma semana intensiva de aprendizagem.

Esta iniciativa é, também, um marco importante para a instituição de ensino e posiciona a NOVA Medical School na vanguarda da capacitação de jovens, mesmo antes do acesso ao ensino superior: “A NOVA Medical School é uma das instituições mais prestigiadas a nível internacional no campo da educação e investigação médica e que forma os futuros líderes da saúde. Este programa é o espelho disso, com a participação de professores e especialistas líderes nas suas áreas”, explica Conceição Calhau. A professora não tem dúvidas de que esta “é uma oportunidade única para estes jovens, que irão não só aprender, como também conhecer colegas de várias partes do mundo, criando uma rede internacional que pode perdurar além do verão”.

 
Análise dos investigadores Carolina Santos e Pedro Pita Barros ao Orçamento do Estado
O orçamento do Estado para 2025 reforça o compromisso do Governo com a melhoria contínua do SNS. No entanto, e apesar dos...

A análise é revelada na mais recente Nota do Observatório da Despesa em Saúde – Orçamento do Estado para a Saúde 2025, da autoria dos investigadores Carolina Santos e Pedro Pita Barros, detentor da Cátedra BPI | Fundação ‘la Caixa’ em Economia da Saúde, no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação ‘la Caixa’, o BPI e a Nova SBE.

A análise – baseada na informação disponibilizada no Orçamento do Estado 2025, bem como na Nota Explicativa do Orçamento do Estado 2025 do Ministério da Saúde e no posterior Aditamento à Nota Explicativa – revela que, em 2025, a despesa efetiva consolidada em saúde aumentará 7,2% em termos nominais e 4,5 em termos reais, face ao orçamentado em 2024 e o peso relativo da despesa pública em saúde, no contexto da despesa primária das Administrações públicas, será de 13,3% em 2025. No entanto, e apesar dos reforços orçamentais, persistem desafios como a subexecução da despesa de capital, atrasos no pagamento a fornecedores externos do SNS e riscos de derrapagem na despesa com pessoal (o aumento de 13,79% no orçamento da despesa com pessoal no SNS deixa uma reduzida almofada financeira para cobrir aumentos de despesa que advenham de contratações e valorizações salariais ainda não contempladas).

A análise revela ainda que o Orçamento do Estado 2025 dá continuidade à integração de cuidados iniciada em 2024 e aposta em medidas que visam aumentar a cobertura da população por médicos de família, nomeadamente através da contratualização com os setores privado e social, com a criação das Unidades de Saúde Familiares modelo C. No entanto, e apesar do Orçamento do Estado para 2025 não apresentar estimativas do impacto orçamental das medidas apresentadas para o setor da saúde nem detalhe o contributo que os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência têm nas principais iniciativas apresentadas, o documento inclui iniciativas (hospitalização domiciliária, monitorização do doente crónico à distância, implementação do Registo de Saúde Eletrónico Único) que podem trazer ganhos de eficiência aumentando a produtividade do SNS, "o que poderá ajudar a reverter (ou pelo menos a mitigar) a tendência de longo prazo de perda de produtividade no SNS que se observa pelo menos desde 2015" referem os investigadores. 

As principais políticas de saúde listadas no Orçamento do Estado foram agrupadas e analisadas em cinco grandes domínios:

Reforço e modernização do SNS

O investimento nos profissionais do SNS continuará a ser uma prioridade, com foco na valorização do trabalho, reconhecimento das contribuições e apoio à formação e investigação, promovendo o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional através de melhorias salariais para médicos e farmacêuticos. O documento mantém as políticas de investimento em infraestruturas e equipamentos do SNS (com a conclusão de obras em curso e novos projetos, como os hospitais do Oeste e o novo Hospital Central do Algarve) e prevê um reforço significativo nas infraestruturas destinadas aos Cuidados de Saúde Primários.

A modernização do setor da saúde será impulsionada pelos fundos do PRR (que apoiarão o fortalecimento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, da Rede Nacional de Cuidados Paliativos e da Rede de Cuidados de Saúde Mental) mas, não especifica os encargos futuros associados a estes investimentos realizados com fundos do PRR, o que dificulta uma visão clara da pressão orçamental na área da saúde nos próximos anos.

Melhoria do acesso, qualidade e eficiência

O Orçamento do Estado 2025 apresenta diversas medidas para melhorar o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde. Prevê-se a criação de novos Centros de Referência, o fortalecimento da saúde mental, a promoção da hospitalização domiciliária e a expansão das redes de Cuidados Continuados e Cuidados Paliativos. Serão priorizados o cumprimento dos tempos máximos de resposta para consultas, cirurgias e diagnósticos, com destaque para a introdução de uma prioridade clínica para doentes oncológicos.

Outra novidade é a criação das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo C, que oferecerão maior autonomia e flexibilidade, podendo ser contratualizadas com o setor social ou privado. Para garantir que estas Unidades ampliam a resposta assistencial e não atuam simplesmente como um mecanismo de redistribuição interna dos recursos do SNS, os profissionais de saúde que integram a equipa, bem como os sócios ou acionistas da entidade promotora da USF modelo C, não podem ter ou ter tido qualquer tipo de vínculo contratual por tempo indeterminado ou sem termo, conforme o caso, ao setor público da saúde nos últimos três anos, pelo que, segundo os investigadores "a gestão dos recursos humanos nessas unidades pode ser um desafio e gerar conflitos com a autonomia pretendida".

No que toca à gestão e qualidade, o Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS) será revitalizado para promover melhores práticas no SNS, e as normas de orientação clínica serão reforçadas para garantir cuidados mais qualificados e centrados nas pessoas. Entre as melhorias já implementadas pelo Plano de Emergência e Transformação (PET) do SNS, destacam-se os novos centros para eventos agudos de menor complexidade e o canal SNS GRÁVIDA, que oferece atendimento direto para grávidas. Porém, o Orçamento do Estado 2025 não reporta os efeitos alcançados com estas medidas.

Promoção da saúde e Prevenção da doença 

O Orçamento do Estado 2025 prevê iniciativas específicas nos programas de vacinação contra o vírus da gripe e o vírus sincicial respiratório e o lançamento de um Programa de Prevenção de Doenças e Promoção da Saúde, com foco no combate à obesidade, melhoria da saúde oral e promoção do envelhecimento ativo. "No entanto, não é claro em que medida o Programa de Prevenção de Doenças e Promoção da Saúde vai promover sinergias com o Plano de Ação de Envelhecimento Ativo e Saudável 2023-2026, se haverá duplicação e desperdício de recursos ou se haverá um vazio, adiando-se decisões e ações".

Em relação à prevenção, está prevista a implementação de rastreios oncológicos e não oncológicos, uma meta mais ambiciosa do que a apresentada em 2024, que incluía apenas programas piloto para os cancros do pulmão, próstata e estômago.

Digitalização na saúde

O Orçamento do Estado 2025 destaca iniciativas de digitalização na saúde, com enfoque na uniformização dos sistemas de informação e na criação do Registo de Saúde Eletrónico Único (RSEU), que consolidará dados de saúde atualmente fragmentados entre entidades públicas, privadas e sociais. No entanto, e apesar da importância do RSEU para melhorar a integração de cuidados, os investigadores realçam que não são detalhados os seus ganhos de eficiência nem as suas especificidades. "De facto, dependendo das características do RSEU, as melhorias poderão ir desde a qualidade e quantidade de informação disponível, até à forma como esta é a apresentada e à rapidez com que é transmitida. Em qualquer caso, o desenvolvimento do RSEU é inevitável, e é importante que permaneça relevante na atenção e investimento, político e económico".

O incentivo à monitorização remota de doentes crónicos e a criação da Agência Nacional de Saúde Digital são outras das medidas apresentadas. Contudo, e devido à falta de clareza sobre os objetivos e as competências desta nova entidade – e sobre como se articulará com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) – a nova agência pode agravar fragilidades existentes no sistema de decisão e investimento em saúde digital. "Na ausência de uma estratégia clara de digitalização para o SNS e na atribuição inequívoca de responsabilidades (…) a criação da Agência Nacional de Saúde Digital corre o risco de exponenciar as fragilidades já observadas no SNS em matéria de capacidade de decisão quanto a estratégias e a investimentos em digitalização e sistemas de informação", realçam os investigadores.

Política do medicamento

Embora não sejam especificadas as medidas necessárias para a sua continuidade, manter-se-á a promoção da prescrição de medicamentos genéricos e biossimilares e serão implementadas medidas para acelerar decisões sobre o financiamento de inovações terapêuticas por meio da reformulação do Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde (SiNATS). "Contudo, não foram divulgadas informações adicionais sobre como será conduzida essa reestruturação. Nesse contexto, será essencial compreender em maior detalhe os mecanismos que serão implementados para lidar com a incerteza associada à qualidade e ao valor de novos produtos, bem como a regulamentação que será aplicada a produtos que não configurem inovações terapêuticas."

Em 2025, o orçamento para a saúde registará um aumento significativo, com um acréscimo de 1.132 milhões de euros (7,2%) em relação ao orçamentado para 2024 e 1.351 milhões de euros (8,8%) face à estimativa de execução para 2024. À semelhança do que aconteceu em 2024, a componente com maior peso é a aquisição de bens e serviços (49,8%) e as despesas com pessoal (42,0%). Face à estimativa de execução de 2024 a despesa com pessoal aumentará 6,4% e a aquisição de bens e serviços crescerá 3,3%. "O facto de entre 2015 e 2023 a execução da despesa com pessoal ter ficado, em média, 2,5% acima do orçamentado e a execução da despesa com aquisição de bens e serviços ter ficado, em média, 4,0% acima do orçamentado sugere que terá de ser feito um grande esforço de controlo destas despesas, para que a sua execução em 2025 não supere o orçamentado" referem os investigadores.

 
Conclusões das X Jornadas de Cardiologia e Hipertensão do Algarve
No âmbito das X Jornadas de Cardiologia e Hipertensão do Algarve, realizadas nos dias 15 e 16 de novembro, cardiologistas,...

No simpósio ‘Estenose aórtica. Diagnóstico e Perspetivas terapêuticas’, Rui Teles, cardiologista de intervenção na Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental - Hospital de Santa Cruz, referiu que “a estenose aórtica é uma das doenças mais comuns das válvulas do coração, atingindo uma em cada 15 pessoas em Portugal. Pode ser fatal em 50% dos doentes, dois anos após o diagnóstico, caso não seja devidamente tratada.”

Quando há uma estenose, ou aperto, a válvula aórtica não abre completamente e vai ficando cada vez mais estreita, o que impede o fluxo normal do sangue do ventrículo esquerdo para a artéria aorta, durante a sístole (contração) ventricular. “Os cardiologistas clínicos, os médicos de medicina interna e os médicos de medicina geral e familiar têm um papel importante no diagnóstico atempado e na referenciação dos doentes com estenose aórtica”, acrescenta o cardiologista.

Jorge Mimoso, Diretor do Serviço de Cardiologia na Unidade Local de Saúde do Algarve, e membro da Comissão Organizadora do evento, reforçou que “o tratamento da estenose aórtica é um tema de extrema importância, dada a incapacidade atual do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de dar resposta aos doentes em lista de espera e à crescente taxa de mortalidade”. O especialista frisou ainda: “como diretor do serviço de Cardiologia, tenho trabalhado incansavelmente para que o tratamento desta doença seja uma realidade no Algarve, de forma a permitir que os doentes dessa região possam ser tratados localmente, evitando a necessidade de percorrer mais de 300 km (centro mais próximo para o tratamento da doença) para receber o tratamento adequado”.

De acordo com a iniciativa ‘Valve For Life’ da Associação Portuguesa de Cardiologia de Intervenção (APIC), em Portugal, cerca de 50% dos centros apresentam um tempo de espera médio na ordem dos 150 dias para o tratamento por cateterismo. O cardiologista de intervenção, Rui Teles, refere que “a sobrecarga nos serviços de cardiologia e de cirurgia cardíaca muito tem contribuído para o aumento nos tempos de espera.” Neste sentido, os especialistas sugerem que é imprescindível aumentar a capacidade de oferta para estas técnicas de tratamento.

A estenose aórtica é uma doença grave, que afeta principalmente pessoas com mais de 70 anos, limitando as suas capacidades e diminuindo a qualidade de vida. Se não for detetada atempadamente, pode levar a um desfecho fatal.

Organizado pela Liga dos Amigos do Serviço de Cardiologia (LASC) do Hospital de Faro, uma organização sem fins lucrativos dedicada à prevenção e sensibilização para as doenças cardiovasculares, o evento representou um momento importante para todos os participantes, que puderam debater o panorama nacional dos cuidados na área de Cardiologia.

 
Iniciativa pretende sensibilizar para os cuidados visuais
Este sábado, 30 de novembro, o Centro Cultural de Viana do Castelo será palco do RITMO ÍRIS, uma iniciativa inovadora que une...

O RITMO ÍRIS é a primeira experiência do género em Portugal, oferecendo ao público a oportunidade de explorar a visão através de diferentes ritmos e estímulos sensoriais que promovem uma compreensão mais profunda dos cuidados oculares e da saúde visual. “Este tema é acutilante nos tempos atuais, uma vez que a prevenção da doença ocular e o seu tratamento, desde os casos mais simples de miopia, por exemplo, permitem uma melhor qualidade de vida e bem-estar em todo o ciclo de vida”, explica a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida. 

A iniciativa surge num momento em que as doenças oculares e a perda de visão continuam a impactar milhões de portugueses, reforçando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. "É um evento que procura ser interativo, dinâmico, experiencial baseado nos princípios da literacia em saúde com modelos que evocam a razão e emoção para estimular o início da mudança de comportamentos", continua a especialista em literacia em saúde. 

Durante o evento, os participantes vão envolver-se em várias estações interativas, onde vão vivenciar de forma prática e imersiva as mudanças na visão que ocorrem ao longo da vida. “Em cada etapa do percurso estarão stands dedicados a uma determinada patologia, com especial relevo nessa fase do ciclo de vida”, diz Sérgio Azevedo, coordenador da unidade de gestão e estratégia da SPO e diretor do serviço de oftalmologia da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM). 

“Em cada stand vão ocorrer ainda ações de sensibilização, interação com os participantes, visualização de vídeos, realização de alguns meios complementares de diagnóstico e disponibilizados alguns folhetos informativos sobre a patologia, entre outras atividades”, continua o médico. A experiência é desenhada para todas as idades. 

“Cientes da importância de promover a saúde visual ao longo do ciclo de vida, acolhemos com elevado interesse a realização deste evento no nosso concelho”, acrescenta o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre. “Esta é uma oportunidade para a população vianense participar numa iniciativa que se apresenta com um formato inovador e que proporciona aos visitantes uma experiência singular de promoção da saúde”. 

A primeira edição do evento vai decorrer no Centro Cultural de Viana do Castelo, em colaboração com o Serviço de Oftalmologia da ULSAM, e pretende-se que se possa repetir noutros locais do país. A iniciativa é gratuita e aberta ao público. Para mais informações, consulte o site da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. 

Médica explica
A tendinopatia do ombro é uma condição que afeta os tendões dos músculos do ombro, causando dor, fra

Causas da tendinopatia do ombro 

A tendinopatia do ombro pode ser desencadeada por várias razões, tais como:

  • Idade: O envelhecimento pode resultar na degeneração gradual dos tendões, tornando-os mais suscetíveis a lesões.
  • Atividades repetitivas: Atividades que envolvem movimentos repetitivos do ombro, como certas atividades profissionais ou desportivas com elevação acima do plano do ombro podem causar desgaste nos tendões.
  • Lesões agudas: Uma lesão súbita, como uma queda ou impacto, pode danificar os tendões do ombro.
  • Fatores biomecânicos: Problemas na mecânica do ombro, como uma postura inadequada, podem aumentar o risco de tendinopatia.

Sintomas da tendinopatia do ombro

Os sintomas comuns da tendinopatia do ombro incluem:

  • Dor: Geralmente sentida na parte frontal ou lateral do ombro e que piora com atividades que envolvem o braço. Pode surgir dor noturna que incapacita o sono reparador.
  • Fraqueza: Pode notar uma perda de força no braço afetado.
  • Restrição de movimento: Dificuldade em levantar o braço ou realizar movimentos acima do plano do ombro.

Diagnóstico da tendinopatia do ombro

Se suspeita de tendinopatia da coifa dos rotadores, o diagnóstico deve ser feito por um médico após realizar um exame físico e solicitar exames de imagem, como radiografias e uma ressonância magnética, para avaliar o estado dos tendões e descartar outras lesões.

Um diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz.

Como prevenir a tendinopatia do ombro

A prevenção é fundamental. Aqui estão algumas sugestões para evitar a tendinopatia do ombro:

  • Exercícios de fortalecimento: Manter os músculos do ombro fortes com exercícios específicos , normalmente prescritos por um profissional.
  • Alongamentos: Exercícios de alongamento para melhorar a flexibilidade do ombro.
  • Técnica correta: Quando pratica desporto ou atividades que envolvem o ombro, certifique-se de que está a usar a técnica correta para evitar lesões.
  • Descanso: Dê ao seu ombro o descanso que precisa após atividades intensas.

Opções de tratamento para a tendinopatia do ombro

O tratamento pode variar, dependendo da gravidade da tendinopatia. Pode incluir:

  • Fisioterapia: Exercícios específicos e técnicas de reabilitação.
  • Medicação: Anti-inflamatórios podem ajudar a aliviar a dor.
  • Injeções: Em alguns casos, injeções podem ser recomendadas.
  • Cirurgia: Em situações graves e quando outros tratamentos não são eficazes, a cirurgia pode ser necessária.
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Postais de Natal cantados
A Palhaços d'Opital apresentou hoje na ULS Santa Maria a iniciativa “Tocar Magia” que convida todos os portugueses para,...

Esta iniciativa, que conta com o apoio da Coca-Cola e da Delta Cafés, permite enviar um postal cantado para alguém hospitalizado, espalhando carinho e boas energias através da música.

A proposta é simples, mas poderosa: qualquer pessoa pode aceder a www.tocarmagia.pt, escolher uma versão especial da música “Tocar Magia” criada por Zé Rebola, vocalista dos Anaquim, e interpretada por diferentes artistas portugueses, como Diogo Piçarra, Toy, Mafalda Umbelino Camilo e Zé Rebola, Coimbra Gospel Choir, Tuna Médica de Lisboa e os próprios Palhaços d’Opital.

Este postal musical, personalizado com o nome do destinatário ou até de uma ala hospitalar inteira, será enviado diretamente aos hospitais parceiros, trazendo sorrisos e alegria aos pacientes, aos seus familiares e aos profissionais de saúde. Além do envio direto para os hospitais parceiros, o vídeo pode também ser partilhado via WhatsApp, ampliando o impacto desta iniciativa.

“Ao participar na iniciativa "Tocar Magia", todos têm a oportunidade de oferecer mais do que um simples gesto. É um ato de empatia que ajuda a combater a solidão e a criar momentos de ligação, aliviando o sofrimento emocional de quem, nesta época, merece sentir-se acompanhado. Cada um de nós pode escolher o postal do artista de que mais gosta e enviar diretamente para um familiar, amigo hospitalizado, profissional de saúde, ... para todos aqueles que queremos encher de Magia nesta época! A nossa equipa vai entregar pessoalmente alguns Postais cantados nos nossos hospitais parceiros, durante as visitas, até ao dia de Reis!” refere Isabel Rosado, Cofundadora e Presidente da Palhaços d’Opital.

A responsável acrescenta ainda que: “Todos somos convidados a tocar o dia de amigos, familiares, com o envio de um destes postais, que têm uma mensagem de Esperança e Alegria, com os cheiros do Natal em Família! Esperamos “Tocar” com muita Magia os corações de muitos portugueses, em especial, dos nossos Mais Velhos! Este Natal, a Palhaços d´Opital quer encher os hospitais de norte e sul de Portugal de Alegria, Música, Afetos e muita Magia, lembrando que nesta época, o carinho é o melhor presente.”

Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração da ULS Santa Maria salienta, "A presença dos Palhaços d'Opital nos serviços da Unidade Local de Saúde de Santa Maria trouxe um valor inestimável para os nossos utentes e profissionais, tornando-se em poucos meses num importante pilar da estratégia de Humanização de cuidados da ULSSM.”

A iniciativa conta com o apoio da Coca-Cola e da Delta Cafés, duas empresas que já têm uma relação com a Palhaços d’Opital e que desde logo se quiseram associar ao Tocar Magia.

Para Ana Claudia Ruiz, Diretora Geral da Coca-Cola, “Este ano, a Coca-Cola volta a acreditar que o espírito natalício deve chegar a todos e que um pequeno gesto pode fazer a diferença na vida de alguém, especialmente a quem mais precisa de uma palavra de ânimo e conforto. O 'Tocar Magia' não é apenas um projeto musical, mas uma forma de relembrar que, mesmo nos momentos mais difíceis, há sempre espaço para a esperança e a conexão. Estamos orgulhosos de estar ao lado da Palhaços d’Opital e de apoiar uma iniciativa que toca o coração de tantos, especialmente dos que estão numa situação mais frágil.”

Rui Miguel Nabeiro, CEO do Grupo Nabeiro-Delta Cafés, refere “No Grupo Nabeiro-Delta Cafés o compromisso com a responsabilidade social vai além de um simples valor – é uma missão que se reflete em cada ação da nossa organização. Ao abraçarmos esta iniciativa inspiradora e de impacto real, estamos a proporcionar momentos de alegria neste Natal especialmente aos mais velhos, uma parte da sociedade que, muitas vezes, fica à margem, mas também a todos os pacientes, aos seus familiares e profissionais de saúde. Juntos, vamos espalhar magia e tornar este Natal verdadeiramente inesquecível!”

Além do envio digital dos postais, a Palhaços d'Opital fará a entrega personalizada de alguns postais cantados durante as habituais visitas semanais aos oito hospitais parceiros.

A realidade por detrás da magia: um gesto necessário

Num país cada vez mais envelhecido onde os idosos já representam quase um terço da população, o trabalho da Palhaços d’Opital e iniciativas como “Tocar Magia” tornam-se ainda mais relevantes, promovendo o bem-estar mental e combatendo a exclusão social.

Segundo os resultados do 8º Barómetro de Internamentos Sociais (BIS), que contou com a participação de 29 unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS), num total de mais de 20.000 camas, representando 90% do total do SNS, no espaço de um ano, até março de 2024, havia 2.164 camas ocupadas no SNS devido a internamentos inapropriados, um aumento de 11% face ao período anterior. Também a demora média subiu 2%, registando-se uma média de 175 dias por internamento inapropriado.

Dados apontam que Lisboa e Vale do Tejo e o Norte são as regiões com maior número de internamentos inapropriados, representando 80% do total de internamentos inapropriados e 97% do respetivo total de dias.

Os idosos não só representam o maior número de internamentos inapropriados (76%), como também ficam mais dias internados, após alta médica. Os dados desta edição do BIS revelam ainda que metade dos episódios e metade dos dias registados de internamentos inapropriados têm origem no serviço de Medicina Interna. O sexo masculino é o que regista mais dias de internamento inapropriado, com 60% dos episódios.

Os internamentos sociais, que em março de 2024 representavam 11,1% do total de internamentos nos hospitais públicos, sobrecarregam desnecessariamente toda a estrutura, levam a um esgotamento de recursos muito mais acelerado e traduzem-se na falta de vagas para pessoas que realmente necessitem de assistência e internamento hospitalar.

Dia 7 de dezembro
A DaVita, em parceria com a APIR - Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, vai organizar no próximo dia 7 de dezembro,...

Este workshop pretende educar e inspirar os participantes a cuidarem da sua alimentação de forma criativa e consciente, sem comprometer o prazer de celebrar a quadra natalícia.

Este evento gratuito será conduzido pela nutricionista Inês Moreira, que orientará os participantes na confeção de pratos saborosos e adequados às restrições alimentares associadas ao tratamento de hemodiálise.

Segundo a nutricionista Inês Moreira, “a alimentação desempenha um papel crucial no bem-estar das pessoas em hemodiálise, e queremos mostrar que é possível celebrar o Natal com pratos saborosos e adequados. Este workshop é uma oportunidade para aprendermos, juntos, como trazer equilíbrio e prazer à mesa durante a quadra festiva”.

Os participantes terão ainda a oportunidade de desfrutar de uma prova de degustação especial no final da sessão, tornando esta experiência ainda mais completa e enriquecedora.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através dos emails [email protected] ou [email protected], do contacto 261000840 ou diretamente na Secretaria da DaVita Mafra.

Todos os dias em todo o mundo são descarregadas de 350 000 aplicações móveis de saúde
Portugal precisa de olhar para a urgência de regular a transição digital. As entidades no setor deverão trabalhar para a...

Na Alemanha criaram já a Lei dos Cuidados de Saúde Digitais, introduzindo o conceito de “aplicações mediante receita médica”. Esta legislação surge no âmbito do DiGA – um sistema de reembolso alemão que vários estados-membros da UE têm procurado importar.

O EIT Health Innostars pode ter um papel ativo nesta transição, através de iniciativas transformadoras para os cuidados de saúde e promovendo a preparação de Portugal neste quadro. Portugal precisa de implementar um modelo de comparticipação nacional para as aplicações digitais de saúde. A integração da inovação digital é fundamental para melhorar a equidade e a acessibilidade dos serviços a toda a população e melhorar a eficiência das intervenções. Além disso, a criação de um modelo deste tipo contribui para tornar Portugal um mercado atrativo, incentivando as empresas e PME portuguesas a permanecer no país para desenvolver e testar tecnologias que melhorem o sistema nacional de saúde.

Sendo um país pequeno, pode não se justificar replicar exatamente o modelo DiGA da Alemanha. Podemos beneficiar de quadros de qualidade alternativos, da colaboração pan-europeia e da partilha do trabalho de avaliação com outros Estados-Membros da UE. Esta abordagem permitirá tirar partido das estruturas existentes, adaptando-as ao contexto nacional.

Para implementar com sucesso um sistema de comparticipação no nosso país, é importante investir num processo que inclua envolvimento das partes interessadas, para promover a sensibilização e adoção entre todos os intervenientes desde o início e a definição de um quadro de qualidade, promovendo uma cultura de VBHC (Value Based HealthCare)

Um modelo do tipo Orcha - Organização que faz o review de apps na área da saúde - poderá ser um excelente exemplo de um quadro que poderá ser integrado no SNS, definindo papéis e responsabilidades, principalmente no que respeita às entidades envolvidas na avaliação digital da saúde. Não esqueçamos que de facto o sistema de saúde português e o do Reino Unido têm muitas semelhanças.

Segundo Liz Ashall-Payive, CEO da Orcha –– “há mais pessoas com um smartphone no mundo que com uma escova de dentes. Estamos perante 6.6 biliões de pessoas. Temos de olhar para isso como uma oportunidade. Sabemos que 5 milhões de pessoas fazem o download de apps de saúde todos os dias e que 93% dos médicos acreditam que as tecnologias podem ajudar. É importante maximizar a eficiência destas soluções, através da criação de um processo de teste das apps, também temos de usar a experiência de outros países que já estão mais adiantados, aumentar a educação, providenciar acesso a uma estrutura alinhada com os clínicos e criar um link entre o reembolso e o beneficio”.

Tratamento para a dor crónica
A radiofrequência dos ramos geniculares é um procedimento minimamente invasivo que visa aliviar a do

Como Funciona? 

A técnica de radiofrequência utiliza uma corrente elétrica de alta frequência, administrada através de uma agulha, para aquecer e desativar os nervos geniculares, responsáveis pela sensibilidade dolorosa do joelho. Isto bloqueia temporariamente a transmissão dos sinais de dor ao cérebro. 

Indicações para a Radiofrequência Genicular 

  • Quem tem dor crónica no joelho associada à artrose. 
  • Dor persistente após cirurgias ao joelho, como colocação de prótese. 
  • Pacientes que não obtiveram alívio suficiente com outros tratamentos, como medicamentos, fisioterapia ou infiltrações. 

Vantagens da Radiofrequência Genicular

  • Alívio da dor de longa duração (pode durar entre 6 meses e 2 anos). 
  • Procedimento minimamente invasivo. 
  • Recuperação rápida, permitindo retomar atividades diárias rapidamente. 
  • Redução da necessidade de analgésicos. 

Procedimento Passo a Passo

  • Preparação: O paciente deita-se numa posição confortável e a pele ao redor do joelho é desinfetada. O local será anestesiado para minimizar o desconforto. 
  • Inserção da Agulha: Com a ajuda de imagens de raios-X ou ecografia, o médico posiciona as agulhas nos locais adequados próximos aos nervos geniculares do joelho. 
  • Aplicação da Radiofrequência: A corrente elétrica é aplicada através das agulhas, aquecendo e desativando os nervos geniculares, bloqueando a transmissão da dor. 
  • Conclusão: Após o procedimento, as agulhas são removidas e o paciente pode voltar a casa no mesmo dia. 

Após o Procedimento 

  • Recuperação: A maioria dos pacientes pode retomar as suas atividades normais no dia seguinte. É normal sentir um leve desconforto ou dor no local da injeção, que desaparece em alguns dias. 
  • Resultados: O alívio da dor pode ser sentido após algumas semanas, à medida que os efeitos da radiofrequência se estabelecem. 

Possíveis Efeitos Secundários

Embora o procedimento seja seguro, alguns efeitos secundários ligeiros podem ocorrer: 

  • Inchaço ou hematoma no local da injeção. 
  • Dor leve ou desconforto temporário. 
  • Muito raramente, infecção ou lesão nervosa. 

Quem Não Deve Realizar a Radiofrequência Genicular? 

O procedimento pode não ser adequado para: 

  • Pessoas com infeções no local. 
  • Mulheres grávidas. 
  • Pacientes com problemas de coagulação não controlados. 

Perguntas Frequentes: 

Quanto tempo dura o alívio da dor? 

"O alívio pode durar entre 6 meses e 2 anos, dependendo do paciente". 

Posso fazer atividades físicas após o procedimento? 

"Sim, a maioria dos pacientes pode retomar as atividades normais no dia seguinte, mas deve evitar atividades físicas intensas nas primeiras semanas". 

Posso repetir o procedimento? 

"Sim, em alguns casos o procedimento pode ser repetido se a dor regressar após o término dos efeitos da radiofrequência." 

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo com cerca de 800 doentes quis caracterizar doentes em estadios precoces
A Johnson&Johnson Innovative Medicine celebrou uma parceria com o IPO do Porto, com vista a elaborar um estudo de vida real...

O número de doentes com cancro da próstata tem vindo a aumentar em Portugal, principalmente devido a um aumento no número de rastreios e um maior acesso aos cuidados de saúde no país. No entanto, continua a haver pouca informação, confirmando que é fundamental investir na geração de evidência de vida real.

O estudo PEarlC, realizado pela J&J Innovative Medicine e pelo IPO do Porto, é o primeiro que analisa uma cohort real tão abrangente num estadio mais precoce de cancro da próstata em Portugal.

Após esta análise, que observou 790 doentes com cancro da próstata acompanhados no IPO do Porto, foi possível confirmar que os tratamentos praticados nesta amostra estão de acordo com as recomendações internacionais em vigor.

A intervenção mais comumente realizada nos doentes de menor risco é a prostatectomia radical (39%), sendo a radioterapia concomitante com hormonoterapia mais frequente nos restantes doentes.

O que se desconhece ainda, e que este estudo também corrobora, é que não se sabe qual o melhor tratamento para estes doentes, nomeadamente os doentes com doença mais agressiva.

“Este estudo pretende colmatar a falta de evidência nacional sobre cancro da próstata precoce, mas sabemos que não podemos ficar por aqui, uma vez que ainda há muito por saber para entender a patologia e melhor servir os doentes.”, afirmou Branca Barata, a diretora de acesso ao mercado da J&J Innovative Medicine. Reiterando que a missão da companhia “é reforçar a posição enquanto parceiros dos hospitais portugueses na idealização e implementação destes estudos de caracterização de vida real”.

Após este estudo foi possível aferir que o prognóstico da maioria destes doentes analisados era favorável.

Os doentes com doença de alto risco mostraram piores resultados, nomeadamente a nível da sobrevida a 5 anos (89% vs. 97% nos doentes com menor risco).

Para Isaac Braga, médico urologista do IPO do Porto e coordenador deste estudo, “espera-se que a inovação terapêutica que surja possa melhorar a sobrevivência livre de metástases, bem como a sobrevivência global destes doentes”. É nesse sentido que está a caminhar a investigação de uma forma generalizada e também no IPO do Porto.

O estudo PEarlC conclui que a atual estratégia de tratamento para controlo da doença e melhoria da sobrevida tem elevado sucesso, mas com necessidade de seguimento mais longo do estado do doente.

O IPO do Porto é um dos centros mais relevantes para o tratamento de doenças oncológicas, onde se inclui o cancro da próstata, e é responsável por gerir cerca de 850 novos doentes com cancro da próstata todos os anos, o que representa cerca de 11.3% dos novos casos em Portugal.

Este estudo é da co-autoria de Isaac Braga, Salomé Gonçalves-Monteiro, Rita Calisto, Marta Rangel, Eduardo Medeiros, José Luís Cunha, Alina Rosinha, Ângelo Oliveira, Ana Cristina Fialho, Susana Santos, Patrícia Redondo e Maria José Bento.

Sessão de lançamento decorre amanhã
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares [APAH] vai realizar amanhã, dia 27 de novembro, a Sessão de Lançamento...

Esta publicação enquadra-se na linha editorial dedicada à “Gestão em Saúde”, lançada pela APAH em parceria com a Editora ALMEDINA em 2020. Com coordenação a cargo de Antonieta Ávila (Economista, Administradora Hospitalar, Docente de Auditoria na Saúde e cocoordenadora da pós-graduação em Auditoria da Saúde na Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa), “Auditoria Interna na Saúde” oferece uma análise aprofundada sobre a importância desta atividade para uma gestão eficiente e eficaz do setor da saúde, baseando-se nas normas profissionais, no código de ética e nos manuais de boas práticas que regem a profissão.

É uma obra essencial para gestores, auditores e profissionais de saúde, que reúne reflexões escritas por profissionais altamente experientes neste setor e que visa fomentar uma cultura de transparência, responsabilidade e melhoria contínua nas organizações de saúde em Portugal.

A Auditoria Interna, enquanto atividade independente e objetiva de garantia e consultoria, é fundamental para acrescentar valor e promover a melhoria contínua das operações das organizações. Através de uma abordagem sistemática e disciplinada, a auditoria avalia a eficácia dos processos de gestão de risco, controlo e governação, apoiando as instituições na concretização dos seus objetivos. Esta obra oferece uma visão abrangente sobre o estado da arte da função de Auditoria Interna na saúde em Portugal e a sua relevância crescente nas instituições hospitalares e outras entidades prestadoras de cuidados de saúde.

 
Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde organiza o último episódio do seu ciclo de webinars
A vacinação e os cuidados na época gripal vão estar em destaque no próximo episódio do ciclo de webinars “Com a saúde não se...

Neste episódio, o foco será a vacinação e gripe — tema que arrancou com o primeiro episódio, em setembro, com o médico Ricardo Mexia. Agora, este encontro vai contar com uma perspetiva diferente, desta vez com a presença de Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), e de Miguel Arriaga, diretor da Prevenção da Doença e Promoção da Saúde da Direção-Geral da Saúde (DGS).  

Numa época em que as doenças respiratórias levam muitos utentes às urgências hospitalares, há muitas dúvidas sobre o que fazer, sobre sintomas e comportamentos mais adequados nestas circunstâncias. Por isso, esta sessão pretende sensibilizar as pessoas para a importância da prevenção da doença grave através da vacinação. “Este evento não é apenas uma oportunidade de aprendizagem, mas também um apelo à ação coletiva para fortalecer a literacia em saúde e construir uma sociedade mais consciente e saudável”, explica Cristina Vaz de Almeida, presidente da SPLS.  

"A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde tem vindo a reforçar, em cada sessão do ciclo, o seu compromisso em capacitar a população para tomar decisões mais acertadas e mais informadas sobre a sua saúde. Esta sessão, dedicada à vacinação e gripe, é especialmente relevante, não só pela proximidade do inverno e o aumento das doenças respiratórias, mas também porque nos permite sensibilizar a sociedade para o papel crucial da prevenção na redução de complicações graves e na proteção das populações mais vulneráveis”, continua.  

“A adesão do público e o envolvimento de especialistas de renome demonstram a relevância desta iniciativa no contexto atual. Conseguimos criar um espaço acessível e inclusivo para a partilha de conhecimento, fortalecendo a literacia em saúde como uma ferramenta indispensável para a prevenção e o bem-estar", termina Cristina Vaz de Almeida.  

 
Apresentação decorre hoje
A Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP NOVA) apresenta hoje o Knowledge Center da Ciência da...

Um dos maiores desafios da Saúde Pública moderna é o longo intervalo entre a produção de conhecimento científico e sua aplicação prática. Estudos científicos que comprovam a eficácia de tratamentos, intervenções e políticas de saúde demoram, frequentemente, muitos anos até serem adotados e implementados pelos sistemas de saúde, não se tirando todo o benefício possível do que foi descoberto.

A Ciência da Implementação surge para reduzir essa lacuna, identificando barreiras e facilitadores à integração da inovação nos cuidados de saúde e desenvolvendo estratégias para a sua adoção efetiva. Através de uma abordagem multidisciplinar, analisa e otimiza a operacionalização de políticas e intervenções baseadas em evidências no mundo real, o que contribui para melhorar o impacto na saúde da população, reduzir custos, aumentar a eficiência e diminuir desigualdades. Este campo de estudo desempenha um papel crucial ao enfrentar desafios complexos, promovendo a sustentabilidade e o uso otimizado dos recursos disponíveis, essencial para sistemas de saúde mais equitativos e resilientes.

A criação do Knowledge Center e da Rede Portuguesa de Ciência da Implementação surge, assim, num momento determinante do sistema de saúde em Portugal.

Onde ou como pode atuar a Ciência da Implementação?

Segundo se explica, em comunicado, a Ciência da Implementação desempenha um papel fundamental ao transformar planos de rastreio em ações eficazes. Permite identificar barreiras e ações que facilitam a adesão a estes programas, por parte de diferentes grupos, como populações vulneráveis, sem esquecer as necessidades dos profissionais de saúde e dos sistemas de saúde. Com base nessa análise, propõe estratégias práticas, desenvolvidas em conjunto com todos os stakeholders envolvidos, que garantam que os programas de deteção precoce sejam eficazes na prática, com otimização de recursos, e respondendo às necessidades específicas de cada contexto.

Por outro lado, sublinha-se "é crucial para integrar novas tecnologias, como aplicações móveis para redução de risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 ou de doenças cardiovasculares, nos sistemas de saúde. Analisa barreiras como a adesão dos utilizadores e a aceitação dos profissionais de saúde, propondo estratégias para superar desafios e adaptar as tecnologias ao contexto. Permite também avaliar fatores cruciais para a implementação de novas tecnologias, como a sua aceitação, adoção, custo, viabilidade, penetração no mercado e sustentabilidade, garantindo que as tecnologias são viáveis e sustentáveis na prática real".

E "pode ajudar a transformar a jornada do utente, identificando pontos críticos ou barreiras de acesso, como tempos de espera prolongados ou dificuldades na navegação pelo sistema". Com base nessas análises, explica-se "propõe estratégias para otimizar fluxos, melhorar a coordenação entre diferentes níveis de cuidados e assegurar que os serviços são acessíveis e centrados no paciente. Além disso, avalia continuamente a eficácia dessas estratégias, considerando indicadores como satisfação das pessoas, adesão aos tratamentos e eficiência operacional"

Com o lançamento do Knowledge Center, a ENSP NOVA pretende liderar um movimento nacional para a disseminação e implementação de evidencia científica atual, inovação e boas práticas, com o objetivo final de melhorar a saúde e o bem-estar de todas as populações em Portugal. Com esta iniciativa, a ENSP NOVA cria também uma rede colaborativa e dinâmica com investigadores, profissionais de saúde, decisores políticos e outros intervenientes, fomentando um ambiente de aprendizagem e melhoria contínua. A rede procurará promover práticas inovadoras e sustentadas em evidências científicas, garantindo que estas sejam aplicadas de forma célere e eficaz, tanto no setor da saúde como no social. Esta rede conta já com membros fundadores como a Novartis.

Para Sónia Dias, diretora da ENSP NOVA, "a Ciência da Implementação desempenha um papel fundamental na transformação dos nossos sistemas de saúde. Ao identificar as barreiras e as ações facilitadoras que influenciam a adoção de práticas baseadas na evidência, estamos a capacitar profissionais, instituições e decisores políticos a tomarem decisões mais informadas e eficientes. Com a apresentação do Knowledge Center e o lançamento da Rede Portuguesa de Ciência da Implementação, a ENSP NOVA dá mais um passo decisivo para garantir que a inovação é mais rapidamente implementada e chega às populações, promovendo cuidados de saúde mais eficazes, equitativos e sustentáveis em todo o país. A Academia tem um papel fundamental e acreditamos que o trabalho colaborativo que estamos a promover é o caminho que permitirá responder melhor às pessoas e promover uma melhor Saúde Pública para todos".

Em relação ao evento, que decorre hoje no auditório da ENSP NOVA, reúne vários especialistas nacionais e internacionais, e conta com uma mesa-redonda sob o tema "Ciência da Implementação: Contribuições para a Investigação Clínica, Intervenção Comunitária e Inovação". 

Por projeto na área da estimulação cerebral profunda (DBS)
Manuel Pinto, médico do Serviço de Neurocirurgia da ULS São João, foi distinguido com o 2024 Research Fund da European...

“O projeto consiste concretamente em estudar as ondas de atividade cerebral de doentes com Parkinson, submetidos a cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS). Para tal, utilizamos uma tecnologia recente de elétrodos implantados em regiões cerebrais profundas que, para além de estimularem o cérebro, têm a capacidade de captar e registar as ondas de atividade cerebral dos pacientes, de forma contínua, de segundo em segundo, desde o dia em que são implantados e durante a sua vida quotidiana.”, explica Manuel Pinto. O projeto resulta de uma colaboração interdisciplinar entre os serviços de Neurocirurgia e Neurologia da ULS São João e o grupo de Neuroengenharia e Neurociência Computacional do i3S.

Segundo Manuel Pinto, “Esta investigação representa uma oportunidade única de identificar as adaptações na atividade cerebral ocorridas nas primeiras semanas após a cirurgia, durante um período de bom controlo da doença. Esta informação poderá futuramente guiar novas estratégias de estimulação que permitam melhorar a eficácia da DBS no controlo da Doença de Parkinson e a qualidade de vida dos doentes.”

Paulo Pereira, diretor do Serviço de Neurocirurgia, reforça: “Este prémio é mais uma prova do reconhecimento internacional da investigação de excelência desenvolvida na ULS São João, refletindo a liderança nas áreas de doenças do movimento e neurocirurgia funcional.”

Trata-se de uma bolsa de investigação atribuída anualmente pela Sociedade Europeia de Neurocirurgia, no valor de 10.000€, destinada a financiar projetos de investigação inovadores. A atribuição desta bolsa acontece desde 2017 e já financiou 58 projetos, sendo a primeira vez que é atribuída a um projeto português.

 
Ação reflete o compromisso da empresa com a sustentabilidade
A AstraZeneca Portugal juntou mais de 50 colaboradores numa ação de plantação de 5.500 árvores, no Parque Natural da Serra de...

Esta ação de plantação teve como objetivo compensar as emissões de CO2 anuais feitas pela companhia farmacêutica no nosso país, um compromisso que a empresa tem vindo a reforçar desde 2020. Até ao momento, foram plantadas mais de 20 mil árvores.

“Na AstraZeneca, consideramos que a sustentabilidade e a proteção ambiental são basilares e esta iniciativa é um exemplo do impacto positivo que, enquanto equipa e empresa, procuramos ter no ambiente”, refere Anna Graham, Country President (interina) e CFO da AstraZeneca Portugal. “Este nosso compromisso com a sustentabilidade reflete-se não só nas nossas ações anuais de reflorestação, mas também na transição para a energia renovável e na aposta na mobilidade elétrica.”

A sustentabilidade é um dos principais pilares da AstraZeneca, refletindo-se nas várias ações que a companhia tem promovido, ao longo dos anos, em Portugal. O seu edifício sede opera 100% a energia renovável e tem 795 painéis solares instalados (com uma produção estimada de 400 MWh/ano de energia).

Mais recentemente, toda a frota automóvel da empresa passou também a ser 100% elétrica.

Entrevista | Isabel Magalhães, Presidente da Pulmonale
As abordagens no tratamento do cancro do pulmão têm tido uma evolução muito expressiva nos últimos 1

Como é que, com o avanço que tem sido conseguido em saúde, ainda continuamos a registar 4.800 mortes anuais devido a cancro do pulmão?

O cancro do pulmão continua com uma incidência crescente, na ordem dos 6000 novos casos ano e a mortalidade tem acompanhado essa tendência, atingindo quase 5000 casos por ano.

O facto de os diagnósticos continuarem a ocorrer maioritariamente em estadios avançados, com taxas de sobrevivência ainda reduzidas, impede que os muitos avanços ocorridos na abordagem desta patologia atinjam o patamar desejável.

Mas tem havido alguma melhoria nestes números?

Só haverá melhoria dos números por via da redução da incidência e/ou com uma mudança de paradigma, refletida em diagnósticos em estadios iniciais da doença.

A Pulmonale tem sido bastante vocal relativamente à necessidade de estratégias robustas de rastreio. Quais são as principais medidas preventivas que deveriam ser adotadas?

A Pulmonale tem sido fundamentalmente proactiva no que se refere ao rastreio, sendo a entidade que desde 2021 tem defendido junto das entidades da saúde a implementação deste rastreio populacional, a exemplo do que ocorre com outras patologias oncológicas.

E, como tal , apresentou ainda em 2022, um projeto piloto de rastreio, elaborado por uma equipa multidisciplinar de experts, perfeitamente alinhado com os grandes estudos europeus, mapeado e orçamentado.

O nosso projeto segue um modelo de proximidade ao cidadão, a exemplo do que acontece na Grã Bretanha, onde desde 2019 passaram de projetos locais à implementação do rastreio a nível nacional, assente numa estratégia de proximidade com resultados animadores.

Qual é o impacto do tabaco?

O tabaco é a principal causa de cancro do pulmão, responsável por mais de 85% dos diagnósticos. Desse modo, o cancro do pulmão, embora não exclusivo de fumadores, ocorre maioritariamente em fumadores e ex-fumadores, podendo ser considerada uma doença em grande parte evitável.

De que forma poderia Portugal combater este componente?

A sensibilização para o tabagismo efetuada de forma assertiva e sistemática afigura-se crucial, devendo ser a prioridade.

Num segundo plano surgem as medidas restritivas ao tabagismo, sendo que, a esse nível, o aumento do preço do tabaco tem gerado melhores resultados comparativamente a outras medidas.

Pensando nos fumadores, importa promover a cessação tabágica, nomeadamente através da disponibilização das consultas de cessação tabágica.

Relativamente ao diagnóstico e tratamento, quais são os principais entraves para o sucesso destes?

Como referido, os resultados estão muito associados ao estadio em que o diagnóstico ocorre, sendo fundamental promover o diagnóstico atempado. Porém, muitas vezes os sintomas são leves/inexistentes ou transversais a outras patologias numa fase inicial.

Assim , embora se deva continuar a informar a população sobre esses sintomas, sabe-se que o rastreio do cancro do pulmão será fundamental para que os diagnósticos ocorram em fase inicial, reduzindo a mortalidade em pelo menos 20%.

O rastreio terá de ser visto como um investimento, numa patologia em que o diagnóstico em fase inicial permite mais e melhor qualidade de vida para os doentes e contribui para uma maior sustentabilidade do SNS. Os custos do tratamento em estadios avançados são muito elevados.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
"Tocar Magia"
Amanhã, dia 27 novembro, às 11h00, é apresentado no Hall do Piso 2 do ULS Santa Maria o projeto "Tocar Magia", uma...

O evento conta com a presença de Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração da ULS Santa Maria, Isabel Rosado, Fundadora e Presidente da Palhaços d'Opital.

A Palhaços d’Opital nasceu em 2013 e foi pioneira na Europa a levar o trabalho e missão dos Palhaços d’Opital a Adultos, com foco nos Idosos, em ambiente hospitalar, com visitas semanais e regulares a 8 Hospitais Parceiros.

Com o crescente envelhecimento da população portuguesa, os internamentos sociais são cada vez em maior número (em março de 2024 representavam 11,1% do total de internamentos nos hospitais públicos). Os idosos não só representam o maior número de internamentos inapropriados (76%), como também ficam mais dias internados, após alta médica, o que naturalmente representa uma sobrecarga de toda a estrutura, com as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e o Norte com maior número de internamentos inapropriados.

"Sabemos também que 9 em cada 10 idosos portugueses experienciam algum nível de solidão, algo que a Palhaços d’Opital tem vindo a tentar mitigar através do seu trabalho nos hospitais e que representa um fator de risco para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, como a depressão e a ansiedade", pode ler-se em comunicado. 

Iniciativa decorreu no Unisana Hospitais - Hospital do Oeste Soerad
A Unisana Hospitais realizou 170 rastreios gratuitos de diabetes e de retinopatia diabética no Hospital do Oeste Soerad, em...

A diabetes é uma doença crónica em que o corpo não consegue regular bem os níveis de açúcar no sangue, seja por falta de insulina ou porque esta não funciona corretamente. Esta situação pode causar graves problemas de saúde a longo prazo, mas, com tratamento e cuidados adequados, é possível assegurar qualidade de vida.

Já a retinopatia diabética é uma condição ocular causada pela diabetes, afetando a retina (o fundo do olho) e podendo levar a perda de visão ou mesmo cegueira. Esta doença surge devido a alterações nos vasos sanguíneos da retina, sendo o risco de progressão diretamente ligado ao controlo da diabetes. O diagnóstico é feito através de exames como oftalmoscopia, retinografia (fotografia do fundo ocular), e exames complementares, como angiografia e tomografia.

Na fase inicial, a retinopatia diabética é assintomática e pode progredir sem sinais visíveis. O rastreio permite identificar precocemente lesões ou anomalias, mesmo antes de surgirem sintomas, permitindo intervenções eficazes para proteger a visão e evitar complicações graves. Combinado com outros métodos de prevenção, o diagnóstico precoce é a melhor abordagem para controlar a retinopatia diabética.

Saúde mental
O impacto psicológico da XLH é profundo e multidimensional, afetando tanto os doentes quanto os seus

Os doentes com XLH, frequentemente, enfrentam uma série de desafios emocionais e psicológicos. Desde a infância, as deformidades ósseas e a dor crónica podem levar a sentimentos de isolamento e diferença em relação aos pares. Crianças com XLH podem sofrer bullying ou sentir-se excluídas devido às suas limitações físicas, o que pode resultar em baixa autoestima e ansiedade. Estudos mostram que a dor crónica e as limitações físicas estão fortemente associadas a transtornos de humor, incluindo depressão e ansiedade.1

Além disso, a natureza crónica da doença, que requer tratamento contínuo e acompanhamento médico regular, pode ser uma fonte constante de stresse. A incerteza sobre a progressão da doença e a eficácia dos tratamentos pode gerar sentimentos de impotência e frustração. De acordo com várias análises, adultos com XLH, frequentemente, relatam uma qualidade de vida reduzida devido às dores persistentes e à incapacidade funcional. 2, 3

No entanto, os desafios inerentes a esta patologia, não se limitam apenas aos doentes. Também os cuidadores, especialmente os pais de crianças com XLH, experimentam um stresse considerável. Para além de lidarem com a complexidade da gestão da doença, que inclui a administração de medicamentos e a coordenação de múltiplas consultas médicas, têm de ser capazes de fornecer suporte emocional aos seus filhos. 4

A importância dos Grupos de Apoio

Perante estes desafios, os grupos de apoio desempenham um papel crucial no fornecimento de suporte emocional e prático para os doentes com XLH e seus familiares/cuidadores. Estes grupos oferecem um espaço seguro onde os doentes podem compartilhar as suas experiências e sentimentos com outras pessoas que enfrentam situações semelhantes. A sensação de pertença e a troca de experiências podem reduzir a sensação de isolamento e proporcionar um alívio emocional significativo. 5,6

Os grupos de apoio também são uma fonte valiosa de informação. Eles permitem que os membros se mantenham atualizados sobre os avanços no tratamento e na investigação da XLH, e podem fornecer orientação sobre como lidar com os desafios diários da doença. A troca de dicas e estratégias entre os membros do grupo pode melhorar a gestão da doença e aumentar a autonomia dos doentes. 5,6

Adicionalmente, estes grupos podem ser um poderoso instrumento de advocacy, defendendo os interesses dos doentes com XLH junto das autoridades de saúde e/ ou decisores políticos. Por meio do trabalho conjunto, é possível aumentar a consciencialização sobre a doença e lutar por melhores condições de tratamento e apoio.

No contexto específico da XLH, em Portugal, a Associação ANDO Portugal (https://www.andoportugal.org/ando-portugal/quem-somos.html), ajuda a promover a partilha de informação sobre esta doença e disponibiliza grupos de apoio para que estes doentes não se sintam tão sós na sua jornada.

 

Referências

1. R. Pinheiro; R. Uchida; L. Mathias; M. Perez; Q. Cordeiro. (2014) "Prevalence of depressive and anxiety symptoms in patients with chronic pain". Jornal Brasileiro de Psiquiatria. https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/jMfb36hvgZYkr4Y54tPv8Cc/

2. H. Che, C. Roux, A. Etcheto, A. Rothenbuhler, P. Kamenicky, A. Linglart, K. Briot. (2016) "Impaired quality of life in adults with X-linked hypophosphatemia and skeletal symptoms". European Journal of Endocrinology https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26783348/

3. A. Salcion, J. Herrou , K. Briot. (2021) "Adult rheumatologic features, treatment and complications of X-linked hypophosphatemia". Archives de Pédiatrie. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0929693X21001524?via%3Dihub

4. Jenny C. Atkins & Christine R. Padgett. "Living with a Rare Disease: Psychosocial Impacts for Parents and Family Members – a Systematic Review". Journal of Child and Family Studies https://link.springer.com/article/10.1007/s10826-024-02790-6

5. Rare Disease Research Partners. Psychological Support at Diagnosis of a Rare Disease - Infocop. https://www.infocoponline.es/pdf/220202-Literature-Review-Report.pdf

6. G.Embuldeniya; P. Veinot; E. Bell; M. Bell; J. Nyhof-Young; J. E. M. Sale; N. Britten. (2013) "The experience and impact of chronic disease peer support interventions: A qualitative synthesis". Patient Education and Counseling. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0738399113000530

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O que dizem os especialistas
O linfoma cutâneo é um grupo heterogéneo de linfomas não-Hodgkin que se manifestam primariamente na

1. Higiene e Hidratação

A pele destes doentes é, frequentemente seca, escamosa e propensa a infeções. Manter uma higiene adequada e hidratada são passos cruciais para minimizar o desconforto e evitar complicações.

  • Banhos: Recomenda-se que a água do banho seja morna e que o banho seja curto (não devendo durar mais do que 10 minutos). Devem-se utilizar sabonetes suaves e sem fragrâncias. Os sabonetes hidratantes com pH neutro são os mais indicados.
  • Hidratação: Após o banho, a aplicação de cremes hidratantes é essencial para manter a barreira cutânea. Estudos sugerem que a aplicação de produtos contendo ceramidas e ácidos gordos pode ajudar a restaurar a função de barreira da pele e reduzir a xerose (secura) cutânea.

2. Tratamento de lesões cutâneas

As lesões cutâneas em doentes com linfoma cutâneo variam de placas eritematosas a tumores. O tratamento tópico é uma componente vital na gestão desta patologia.

  • Corticosteroides tópicos: São frequentemente utilizados para reduzir a inflamação e aliviar sintomas. A eficácia dos corticosteroides tópicos foi confirmada em vários estudos, mostrando uma melhoria significativa nas lesões cutâneas e no prurido.

3. Fototerapia

A fototerapia é uma abordagem terapêutica comum para o linfoma cutâneo, especialmente em estadios iniciais. A luz UVB de banda estreita e a PUVA (psoraleno e UVA) são modalidades utilizadas para induzir a apoptose das células linfomatosas.

  • UVB de Banda Estreita: Vários estudos demonstraram que a UVB de banda estreita é eficaz na indução da remissão das lesões cutâneas, com uma boa tolerabilidade e com poucos efeitos secundários.
  • PUVA: Este método combina um medicamento chamado psoraleno com exposição à luz UVA, tendo mostrado eficácia, especialmente em doentes com doença mais disseminada.

4. Cuidados com infeções

Os doentes com linfoma cutâneo têm um risco aumentado de infeções cutâneas, uma vez que apresentam uma barreira cutânea comprometida e um sistema imunitário enfraquecido.

  • Profilaxia e Tratamento: A profilaxia com antibióticos tópicos pode ser indicada para doentes com infeções recorrentes. O tratamento de infeções bacterianas geralmente inclui antibióticos tópicos ou sistémicos, dependendo da gravidade. As infeções fúngicas e virais devem ser tratadas com agentes antifúngicos ou antivirais adequados.

5. Gestão do prurido

O prurido é um sintoma comum e frequentemente debilitante em doentes com linfoma cutâneo. A gestão eficaz do prurido melhora significativamente a qualidade de vida.

  • Antihistamínicos: Antihistamínicos sedativos são frequentemente usados para aliviar o prurido, especialmente durante a noite.
  • Tratamentos Tópicos: Cremes e loções contendo mentol ou pramoxina podem proporcionar alívio temporário do prurido.
  • Terapias Sistémicas: Em casos graves, antidepressivos tricíclicos ou anticonvulsivos podem ser considerados para o controlo do prurido.

6. Controlo dermatológico regular

As consultas de dermatologia regulares são essenciais para observar a evolução da doença, ajustar os tratamentos e detetar complicações precocemente. Diversos estudos sugerem que o acompanhamento dermatológico contínuo pode melhorar os resultados a longo prazo para estes doentes.

 

Referências:

Proksch E, Jensen JM, Elias PM. Skin lipids and epidermal differentiation in atopic dermatitis. Clin Dermatol. 2003;21(2):134-144. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12706331/

Whittaker SJ, Marsden JR, Spittle M, Russell Jones R. Joint British Association of Dermatologists and UK Cutaneous Lymphoma Group guidelines for the management of primary cutaneous lymphomas. Br J Dermatol. 2003;149(6):1095-1107. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14696593/

Duvic M, Lemak NA, Valero V, Hester JP, Farmer KL, Jennings MA. A phase II trial of topical tacrolimus (FK506) for the treatment of cutaneous T-cell lymphoma. J Am Acad Dermatol. 2002;47(4):568-576.

Pascale V M M Diederen 1, Huib van Weelden, Cornelus J G Sanders, Johan Toonstra, Willem A van Vloten. Narrowband UVB and psoralen-UVA in the treatment of early-stage mycosis fungoides: a retrospective study. J Am Acad Dermatol. 2003 Feb;48(2):215-9. doi: 10.1067/mjd.2003.80. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12582391/

Herrmann JJ, Roenigk HH Jr, Hurria A, Kuzel TM, Samuelson E, Rademaker AW. Treatment of mycosis fungoides with photochemotherapy (PUVA): long-term follow-up. J Am Acad Dermatol. 1995;33(2 Pt 1):234-242. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7622650/

Wain EM, Orchard GE, Whittaker SJ, Spittle M, Russell-Jones R. Outcome in 34 patients with advanced-stage mycosis fungoides and Sézary syndrome treated with extracorporeal photopheresis. Br J Dermatol. 2003;149(3):574-581.

Demierre MF, Gan S, Jones J, Miller DR. Significant impact of cutaneous T-cell lymphoma on patients' quality of life: results of a 200-question survey. Cancer. 2006;107(10):2504-2511. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17048251/

Quaglino, P.; Maule, M.; Prince, H.M.; Porcu, P.; Horwitz, S.; Duvic, M.; Talpur, R.; Vermeer, M.; Bagot, M.; Guitart, J.; et al. Global patterns of care in advanced stage mycosis fungoides/Sezary syndrome: A multicenter retrospective follow-up study from the Cutaneous Lymphoma International Consortium. Ann. Oncol. 2019, 30, 494. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29947731/

Bittencourt Mde J, Silva RS, Michalany NS, Neder JA, Alencar JR, Brabo EP. Quality of life in patients with cutaneous T-cell lymphoma. Int J Dermatol. 2009;48(10):1091-1095.

 

"O conteúdo desta entrevista é da autoria do entrevistado, refletindo a sua perspetiva clínica e/ou trabalhos seus não publicados."

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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