Nas categorias de Sustentabilidade Ambiental, Económica, Social e Transformação Digital
A entrega de prémios da primeira edição do Prémio Inovação em Saúde - Todos pela Sustentabilidade decorreu esta quarta-feira,...

Após uma análise cuidadosa por parte do júri do Prémio, constituído por Maria de Belém Roseira, na condição de Presidente, por João Eurico da Fonseca, enquanto Presidente Executivo e também por Eurico Castro Alves, Graça Freitas, Helena Freitas, Nuno Sousa e Ricardo Constantino, reconhecidos pelo seu mérito, idoneidade e reputação, foram atribuidos quatro primeiros prémios e as três menções honrosas em diferentes categorias. 

Na categoria sustentabilidade ambiental, o projeto vencedor é “HidroQapa”, desenvolvido em parceria com o Departamento de Engenharia Química do Instituto Superior Técnico, que tem como objetivo a produção de um bioplástico impermeabilizante a partir de quitosano extraído de cascas de camarão, um resíduo amplamente gerado pela indústria do marisco. Este bioplástico oferece uma alternativa ecológica e sustentável aos impermeabilizantes convencionais, que são compostos por substâncias tóxicas.

Nesta categoria foi também distinguido com uma menção honrosa, o projeto ROSE, do Centro Hospitalar e Universitário de Santo António, Unidade Local de Saúde de Santo António, que tem como objetivo implementar práticas de sustentabilidade ambiental no bloco operatório, focando-se em três áreas principais: gestão de resíduos, redução da libertação de gases anestésicos e fumos cirúrgicos, além da eficiência hídrica e energética.

Na categoria Sustentabilidade Económica foi distinguido como vencedor o projeto Impacto Financeiro dos Ensaios Clínicos no Acesso às Terapêuticas Inovadoras, do Instituto Português de Oncologia do Porto, que visa avaliar o impacto financeiro dos ensaios clínicos no acesso às terapêuticas inovadoras, particularmente no tratamento oncológico. O estudo foca-se nos ensaios clínicos promovidos pela indústria farmacêutica como uma estratégia para mitigar os elevados custos de tratamento, ao mesmo tempo em que aumenta o acesso a terapias inovadoras.

Na categoria Sustentabilidade Social o vencedor foi o projeto LUZIA, da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, que visa resolver a carência no acesso a cuidados oftalmológicos no Sistema Nacional de Saúde (SNS). Através de uma plataforma de cuidados primários pretende levar cuidados oftalmológicos a pessoas que, de outra forma, não teriam acesso, reduzindo desigualdades sociais, melhorando os resultados em saúde e promovendo a integração de cuidados.

Foi também atribuída uma menção honrosa nesta categoria para o projeto Tríade Sustentável, do Instituto Português de Oncologia do Porto, que se foca na promoção de práticas sustentáveis no hospital, englobando três pilares principais: sustentabilidade ambiental, social e económica. 

Na categoria sustentabilidade na transformação digital a vencedora foi a Plataforma de Acompanhamento e Monitorização do Percurso Integrado do Doente com Cancro Colorretal e Cancro de Mama, da Unidade Local de Saúde de São José, que consiste no acompanhamento e monitorização do percurso de doentes com cancro colorretal e cancro de mama, oferecendo uma visão integrada dos cuidados de saúde. A plataforma permite aos profissionais de saúde uma melhor coordenação dos tratamentos, garantindo que os doentes recebem cuidados apropriados em todas as etapas, desde o diagnóstico até ao tratamento e acompanhamento. O objetivo é otimizar a gestão clínica, reduzir os tempos de espera e melhorar os resultados dos doentes, utilizando dados em tempo real para personalizar os tratamentos, numa abordagem centrada no doente.

Nesta categoria foi também atribuída uma menção honrosa ao projeto OncoSleep, da Universidade de Coimbra, que pretende monitorizar e melhorar a qualidade do sono de doentes oncológicos através de uma plataforma digital. O OncoSleep permite aos médicos monitorizar remotamente o sono dos doentes, ajustando as intervenções conforme necessário e melhorando a experiência global do tratamento oncológico.

"Esta primeira edição do Prémio Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade, recebeu perto de uma centena de candidaturas, um número extraordinário, que demonstra a força e a criatividade do ecossistema de saúde português. Estamos muito orgulhosos e gostaríamos de dar os parabéns a todas as entidades reconhecidas pelo seu contributo para a sustentabilidade e futuro da saúde a nível nacional. Quero também reconhecer o caráter inovador e o excelente exemplo e enorme potencial de cada uma destas iniciativas com impacto tangível na saúde e qualidade de vida das pessoas", afirma Helena Freitas, Country Lead da Sanofi Portugal.

O ‘Prémio Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade’ é uma iniciativa da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), da Sanofi e da NTT DATA, dirigida a entidades e indivíduos singulares que desenvolvam projetos ou iniciativas que contribuam para a sustentabilidade na área da saúde, nas suas várias dimensões – social, económica e ambiental e inclui a transformação digital, com o objetivo promover a sustentabilidade na área da saúde, fomentar a inovação em saúde sustentável, promover a introdução de tecnologias e processos inovadores na investigação e prática clínicas, reforçar a aproximação à academia e divulgar boas práticas.

Para além do reconhecimento, estes prémios atribuem, também, um valor pecuniário aos vencedores, através da possibilidade de realização de uma formação na FMUL, o que permitirá o desenvolvimento e aplicação prática dos seus projetos.

Nesta cerimónia foram, também, divulgados os resultados do Barómetro de Inovação Clínica, cujo propósito era apresentar a perspetiva dos Centros de Investigação Clínica acerca da Inovação nas suas instituições, através da consolidação e apresentação de dados relevantes, que contribuam para o desenvolvimento de estratégias promotoras da inovação clínica no nosso país, num contexto em que 88% dos ensaios clínicos são promovidos pela Indústria Farmacêutica.

Bastonário considera urgente rever o sistema de formação e atribuição de vagas
A Ordem dos Médicos (OM) considera que o elevado número de vagas por preencher no concurso de formação de especialidade reflete...

A degradação do sistema de saúde, acentuada nos últimos anos, está a afastar os jovens médicos das especialidades e poderá comprometer a capacidade de formação nos próximos anos.

Para o Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, “o Ministério da Saúde precisa de rever urgentemente o sistema de formação e de atribuição de vagas para que possa ir ao encontro das necessidades e expectativas dos jovens médicos. Se nada for feito, em breve, podemos ter serviços condicionados na sua capacidade formativa de novos especialistas, o que poderá colocar em causa a sustentabilidade e a capacidade de resposta básica do SNS.”

“Estes números vêm, uma vez mais, reforçar a urgência em adotar medidas que valorizem a carreira médica, medidas estruturais que estimulem e atraiam os jovens médicos para o SNS”, alerta Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos. “Nesse sentido, a Ordem dos Médicos apresentou, no âmbito do Orçamento do Estado 2025, um conjunto de propostas aos partidos políticos que visavam inverter esta situação e contribuir para aumentar a atratividade da carreira médica”.

Segundo dados da ACSS, terão ficado por escolher no concurso para o Internato Médico 307 vagas das 2167 que foram disponibilizadas. Áreas de especialização como Medicina Geral e Familiar (168 vagas por ocupar), Medicina Interna (49), Patologia Clínica (32) ou Saúde Pública (15) destacam-se pela menor procura, o que continua a merecer grande apreensão da Ordem dos Médicos.

“A realidade com que muitos estudantes de medicina se deparam nos hospitais pode estar a afastá-los da especialização, e isso coloca em causa a sustentabilidade do SNS,” alerta José Durão, presidente do Conselho Nacional do Médico Interno da Ordem dos Médicos. “O Governo precisa de dar um sinal imediato de que quer valorizar a formação, e isso significa melhorar também as condições de trabalho dos especialistas para que consigam formar mais médicos internos, com a qualidade desejada”, conclui.

Por regiões, a situação é particularmente preocupante no Alentejo, onde ficaram por preencher mais de 50% das vagas, mas também nos Açores (31,4%) e Madeira (21.6%), Lisboa e Vale do Tejo (18,5%) e a região Centro (18.1%).

Entrevista | Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla
A incontinência urinária é uma das principais complicações associadas à Esclerose Múltipla e também

Por muito que se fale em Esclerose Múltipla, ainda há muitas pessoas que não entendem a doença. Neste sentido, em que consiste, quais as principais manifestações clínicas e quais as suas causas? Pode-se falar em fatores de risco? 

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crónica na qual o sistema imunitário do doente provoca a destruição da camada de mielina (daí o termo doença desmielinizante) que reveste as fibras do sistema nervoso central e que é essencial para a condução nervosa normal. Pode afetar o cérebro e a medula espinhal em graus e localizações muito variáveis, com manifestações clínicas distintas, existindo diferentes tipos de EM de acordo com a evolução clínica. O diagnóstico é efetuado mais frequentemente entre os 20 e os 40 anos de idade ainda que possa afetar pessoas de qualquer idade.

A doença parte de uma interação entre múltiplos fatores ambientais e genéticos que, no seu conjunto, despoletam uma cascata de eventos que leva ao processo de desmielinização.  Alguns fatores como infeção pelo Virus Epstein-Barr, défice de vitamina D, obesidade e tabagismo poderão contribuir para o desenvolvimento da doença.

Qual a sua incidência a nível europeu? E, relativamente a Portugal, quantas pessoas se estima que tenham a doença? 

Estima-se que cerca de 700000 pessoas na Europa e 8000 pessoas em Portugal tenham a doença.

Qual o prognóstico da Esclerose Múltipla e suas principais complicações?

O prognóstico é muito variável dependendo do tipo de EM - surto-remissão, primária progressiva ou secundaria progressiva. Apesar de ser uma das causas mais frequentes de incapacidade no adulto jovem, em parte pelas sequelas motoras ou alterações do equilíbrio e da marcha, existem igualmente algumas formas ditas benignas na qual a incapacidade após vários anos de doença é mínima ou inexistente.  Outros sintomas possíveis são, nomeadamente, incontinência urinária, disartria (perturbação da fala), disfunção sexual ou alterações a nível psicológico/psiquiátrico (nomeadamente depressão).

Sendo a Incontinência urinária uma das principais complicações da doença, de que forma esta condiciona a qualidade de vida do doente? 

Mesmo perante um cenário de incapacidade significativa gerada pelos sintomas já referidos, a incontinência urinária tem uma carga emocional e psicológica intrínseca que não deve nunca ser negligenciada. Um doente incontinente tem uma forte probabilidade de evitar o contacto pessoal, social, profissional ou sexual devido à sua condição, agravando ainda mais o impacto da doença em diversas valências da sua vida.

Quais as principais diferenças entre incontinência urinária e bexiga hiperativa? A que sinais devemos estar atentos? 

A bexiga hiperativa é uma síndrome clínica que consiste na ocorrência de episódios de urgência miccional (vontade súbita e inadiável de urinar) que podem ou não ser acompanhados de incontinência urinária (que é o sintoma que consiste na perda involuntária de urina). Nessa perspetiva, podemos falar de uma bexiga hiperativa seca ou molhada. Esta última tem geralmente um impacto maior na qualidade de vida, mas, mesmo quando não está associada a incontinência, a necessidade de ir com muita frequência (por vezes de meia em meia hora) ao WC, com consequente interrupção das atividades, necessidade de planeamento prévio e, frequentemente, de procura antecipada de casas-de-banho ao chegar a qualquer lugar, é geralmente disruptivo para a vida dos doentes. [julgo que os sinais a que se deve estar atentos ficam patentes já na resposta]

Quantos doentes com EM se estima que sofram de incontinência urinária? 

Ainda que em grau variável como já referido, até 80% dos doentes com EM podem ter disfunção do aparelho urinário, incluindo incontinência.

Qual ou quais os tratamentos indicados para a incontinência urinária? Quando os tratamentos de primeira linha “falham” que outra opção pode existir? 

A incontinência urinária associada à EM está geralmente associada a bexiga hiperativa, à qual o tratamento é dirigido. Nessa perspetiva, numa primeira instância é utilizada medicação em comprimidos (existindo duas classes de medicamentos disponíveis). Quando o tratamento inicial e ineficaz, a injeção de toxina botulínica na bexiga ou a implantação de um neuromodulador de raízes sagradas são igualmente tratamentos passíveis de ser utilizados.

Em que consiste a neuromodulação? Tem contraindicações, por exemplo? Quais os cuidados a ter após esta intervenção? 

A neuromodulação de raízes sagradas consiste na implantação de um elétrodo junto às raízes nervosas da cavidade pélvica que é ligado a um gerador de estímulos (semelhante a um pacemaker cardíaco). Desta forma, é possível administrar uma corrente elétrica contínua, de baixa intensidade e imperceptível, modulando e otimizando a condução nervosa a este nível. No contexto da EM não existem contraindicações formais, devendo naturalmente ser feita uma boa escolha dos eventuais candidatos previamente à implantação. A intervenção é realizada sob anestesia local (em dois tempos, um primeiro para a colocação do elétrodo e um segundo para o gerador de estímulos) – o procedimento em si é relativamente rápido e, após a implantação do gerador definitivo, o dispositivo fica alojado na nádega, não exigindo cuidados específicos. De notar que, desde há alguns meses, os elétrodos que implantamos já são compatíveis com a realização de ressonância magnética, o que constitui uma grande vantagem para os doentes com EM que podem necessitar de realizar estes exames periodicamente.

Que resultados se pretendem alcançar com a neuromodulação?

Atendendo a que os doentes com EM para além de bexiga hiperativa têm frequentemente também dificuldade no esvaziamento (nomeadamente micção difícil e esvaziamento incompleto da bexiga), a neuromodulação surge como uma possibilidade para o tratamento simultâneo de ambas as disfunções. O objetivo é reduzir o número de idas à casa-de-banho, redução da sensação de urgência e da incontinência urinária quando presente; por outro lado, permite a melhoria ou normalização do esvaziamento. Nos doentes que tenham incontinência anal é igualmente expectável que ocorra uma melhoria com a neuromodulação sagrada, ao contrário da terapêutica farmacológica e da injeção de toxina botulínica que atuam exclusivamente no aparelho urinário.

Por que motivo ainda há muita dificuldade em abordar a incontinência urinária?  

O estigma associado é ainda um grande obstáculo – existem problemas e doenças sobre os quais as pessoas não gostam de falar, por se sentirem envergonhadas ou diminuídas. Surpreendentemente, os próprios médicos nem sempre questionam o suficiente também. É por isso que batalhamos diariamente pela consciencialização da sociedade para estas questões que devem ser adequadamente diagnosticadas e tratadas.

Para terminar, que mensagem gostaria de deixar no âmbito deste tema? 

Uma mensagem final, sem dúvida, é que a incontinência urinária, incluindo no doente neurológico (com EM ou outra doença de base), tem tratamento. O primeiro passo é reconhecer o problema e procurar ajuda médica diferenciada nesta área. O doente neurológico, porque muitas vezes tem limitações de outra índole, pode cair no erro de relegar este sintoma para um segundo plano, tentando simplesmente aceitá-lo, mesmo que a incontinência fira a sua dignidade e condicione gravemente a sua vida. No entanto, o ganho de qualidade de vida decorrente do tratamento adequado é muito grande e vale a pena envidar todos os esforços nesse sentido.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Iniciativa da Sociedade Portuguesa de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica (SPDMIC)
Desde o dia de ontem que os Serviços de Infeciologia das Unidades Locais de Saúde (ULS) podem concorrer a uma Bolsa de Inovação...

A iniciativa propõe incentivar o desenvolvimento de projetos que promovam uma maior articulação entre as diferentes especialidades e níveis de cuidados que acompanham estes doentes, em número cada vez maior ao longo dos anos, com o objetivo de promover a sua vacinação atempada, garantindo os cuidados ajustados às suas necessidades específicas.  

“Tem sido crescente o número de doentes imunocomprometidos a serem seguidos nos cuidados de saúde, com necessidades específicas em termos de vacinação, onde o infeciologista pode ter um papel fundamental, quer no apoio a outras especialidades, quer como gestor do percurso de vacinação destes doentes nas Unidades Locais de Saúde”, refere Joaquim Oliveira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica.  

“Esta Bolsa de Inovação representa uma oportunidade de otimizar a forma como os cuidados aos doentes imunocomprometidos são planeados e realizados”, afirma Adriana Nascimento, do departamento médico da AstraZeneca. “Ao promover a criação de percursos integrados de imunização, estamos a priorizar soluções que colocam as necessidades dos doentes no centro do sistema de saúde e que oferecem resultados concretos tanto para os doentes como para as instituições”, continua. 

A equipa vencedora será acompanhada num programa exclusivo de consultoria de 60 horas com a nobox, empresa especializada na implementação de projetos de inovação no setor da saúde. A nobox irá trabalhar com esta equipa, apoiando no desenho e estruturação do novo percurso e na sua implementação no terreno.   

“Esta é uma oportunidade única para que as equipas possam trabalhar em novas formas de facilitar a articulação entre as várias especialidades envolvidas nos cuidados a estes doentes (dentro e fora do hospital) e redesenhar por completo a jornada e a experiência do doente imunocomprometido nos cuidados de saúde”, afirma Diogo Silva, médico e cofundador da nobox. “Estamos empenhados em apoiar cada etapa do processo, garantindo que as melhores práticas sejam traduzidas em resultados palpáveis para os doentes e para o sistema de saúde”. 

Os profissionais dos Serviços de Infeciologia ou Doenças Infeciosas das Unidades Locais de Saúde podem candidatar-se até 20 de janeiro de 2025. Para participar, as equipas devem apresentar uma caracterização detalhada da situação atual na imunização dos doentes imunocomprometidos, incluindo a identificação das oportunidades e desafios, bem como a equipa responsável pelo projeto. As candidaturas podem ser submetidas através de um formulário online.

Associações de doentes criam videocast com seis episódios
São ainda muitos os preconceitos associados à esclerose múltipla, uma doença inflamatória crónica e degenerativa que, em...

“O diagnóstico de esclerose múltipla ainda está muito associado a uma sentença de incapacidade e dependência”, confirma Alexandre Silva, presidente da SPEM. “Felizmente, temos tido muitos avanços nos últimos anos e é cada vez mais possível preservar a qualidade de vida. Queremos abordar a realidade de quem vive com esclerose múltipla e eliminar preconceitos. Vamos falar de diferentes esferas da vida, quando se é mais jovem o impacto nos planos para o futuro, numa idade mais avançada os receios associados, e da importância do envolvimento de quem vive com esclerose múltipla na gestão da doença.”

É isso que se propõe fazer o videocast ao longo de seis episódios, partilhados mensalmente até maio, mês em que se assinala o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, e que reúne médicos especialistas e doentes.

Ao longo dos episódios serão abordados temas como a perda cognitiva e as estratégias para lhe dar resposta; a gestão da carga da doença, o impacto da mesma e a depressão; a relação com a fertilidade e o planeamento familiar; consequências do diagnóstico numa pessoa mais velha; a propensão para outras doenças e a forma de as prevenir; os mitos associados à esclerose múltipla e ainda como quebrar o estigma. Os episódios deste videocast vão estar disponíveis em esclerosemultipla.info. O primeiro episódio é dedicado ao tema “O planeamento familiar na Esclerose Múltipla” e conta com a participação de Ana Margarida Lourenço.

A esclerose múltipla, uma doença inflamatória crónica e degenerativa e uma das doenças mais comuns do Sistema Nervoso Central, é a principal causa de incapacidade neurológica nos adultos jovens. A doença surge frequentemente em adultos jovens, com idades entre os 20 e os 40 anos, com maior incidência em mulheres, apesar de nos últimos anos se ter registado um aumento de diagnósticos nas faixas etárias a partir dos 50 anos. Estima-se que em todo o mundo existam cerca de 2.500.000 pessoas com a doença que, em Portugal, afeta cerca de 10.000.

 
Resultados do ‘Inquérito Semestral aos Prazos de Recebimento’ da ANL
Os atrasos nos pagamentos estão na ordem dos 64 dias e representam um constrangimento à prossecução das estratégias...

O inquérito, que contou com uma taxa de resposta representativa de 74% do volume de negócios dos associados da ANL, revela importantes informações sobre os desafios financeiros enfrentados pelos laboratórios convencionados em todo o país, entre janeiro e junho de 2024, assim como o impacto direto que os mesmos têm na sustentabilidade financeira e operacional do setor.

As principais conclusões obtidas neste relatório indicam que o prazo médio de recebimento global é, atualmente, de 64 dias, sendo que 25% dos laboratórios registam atrasos consideráveis. Embora 75% dos laboratórios recebam num prazo inferior a dois meses, existem casos extremos que estão a ameaçar a sustentabilidade financeira do setor convencionado.

No primeiro semestre, o maior prazo médio observado atingiu os 165 dias, com picos até 605 dias (quase 2 anos), o que é alarmante. Quase metade dos laboratórios (45%) chegou mesmo a reportar mais de 120 dias de atraso nos pagamentos.

A análise dos prazos médios de recebimento por entidade revela disparidades significativas, atingindo uma média geral de 66 dias. Contudo, algumas Unidades Locais de Saúde (ULS) destacam-se devido a mais de 90 dias de atraso nos pagamentos, nomeadamente a ULS do Nordeste (146 dias), a ULS do Baixo Alentejo (103 dias) e a ULS da Guarda (98 dias).

Este cenário influencia diretamente os fluxos de caixa, com 35% dos laboratórios a afirmar que os prazos de recebimento têm um impacto significativo ou elevado nas suas finanças, contrastando com apenas 15% que indicam sofrer um impacto ligeiro ou nulo.

Por outro lado mostra que cerca de 50% dos laboratórios associados consideram os prazos praticados no mercado inadequados, apelando para a importância de ser realizada uma revisão das políticas de pagamento em vigor.

E que os problemas não se limitam ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). A ADSE, com prazos médios de 120 dias, empresas de medicina do trabalho e serviços sociais de entidades públicas, como a PSP, também apresentam desafios significativos no cumprimento dos prazos de pagamento.

No geral, as conclusões do inquérito da ANL expressam uma profunda preocupação dos laboratórios clínicos privados no que diz respeito à sustentabilidade financeira do setor, com pequenos laboratórios a enfrentar o risco iminente de rutura devido aos atrasos nos pagamentos. O recurso a soluções como factoring ou outras soluções de cedência dos créditos a instituições financeiras torna-se necessário, acarretando custos financeiros não refletidos nos preços de venda.

De acordo com os laboratórios inquiridos, é urgente rever as políticas de pagamento, de forma a reduzir o prazo para 30 dias, mas também importa rever os preços com base na inflação.

Para a ANL, os resultados do relatório são alarmantes e reforçam a importância de abordar os atrasos nos recebimentos, com o intuito de zelar pela sustentabilidade do setor. Este inquérito será realizado semestralmente, permitindo, assim, acompanhar a evolução dos prazos de recebimento e tomar medidas proativas.

Candidaturas até 31 de dezembro para bolsa de investigação no valor de 15 mil euros
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e o Lions Portugal ampliaram o prazo de candidaturas à bolsa de 15.000 euros para...

A longa parceria da LPCC com o Lions Portugal tem como objetivo substanciar o apoio ao desenvolvimento da produção científica em oncologia pediátrica, essencial ao sucesso do combate à doença, bem como à qualidade de vida das crianças com cancro.

Para o Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vitor Veloso, todos os esforços são poucos para minimizar o sofrimento de uma criança. “Em Portugal, anualmente, são diagnosticadas cerca de 400 crianças com cancro e este número tende a subir”.

Vitor Veloso acrescentou ainda, “queremos chamar a atenção dos cientistas dos vários centros de investigação oncológica do país e sublinhar a importância desta área de estudo, de forma a potenciar candidaturas e projetos que contribuam para o aumento da qualidade de vida das crianças doentes e para o sucesso dos tratamentos oncológicos pediátricos”.

Podem candidatar-se à bolsa de investigação em cancro infantil da LPCC e do Lions Portugal, todos os licenciados que apresentem um projeto de investigação médica ou social em oncologia pediátrica, a desenvolver no âmbito de uma equipa de investigação reconhecida pela LPCC. Esta equipa deverá integrar pelo menos um médico, preferencialmente como investigador principal ou orientador do projeto. 

Dados da 9.ª edição do estudo
Os resultados da 9ª edição do Benchmarking Saúde, estudo de análise da eficiência logística e níveis de serviço deste setor,...

Este estudo de mercado, realizado desde 2016, espelha as perspetivas do mercado e avalia, de forma bidirecional, a satisfação com o serviço logístico e a relação comercial entre os vários canais: parafarmácia de retalho, armazenistas, farmácias, grupos de farmácias e laboratórios. 

“Pretende-se que este estudo seja utilizado como uma ferramenta para reportar e analisar o posicionamento de cada participante, os pontos fortes e a melhorar e, ainda, como ponto de comparação com a concorrência”, explicou Cátia Gouveia, Gestora de Estudos da GS1 Portugal. 

Nesta edição participaram mais de 500 interlocutores: 20 laboratórios, quatro parafarmácias de retalho, oito armazenistas, incluindo ilhas pela primeira vez, 467 farmácias e 13 grupos de farmácias. 

Com base nos questionários e entrevistas realizados a cada um dos interlocutores, o estudo identificou sete grandes tendências no setor: eficiência logística; colaboração; experiência do consumidor; sustentabilidade; transição digital; diferenciação de serviços; e proposta de valor e monitorização do negócio.

“Os resultados do Benchmarking Saúde são essenciais para a definição de linhas de melhoria e evolução por parceiro de negócio”, afirma João de Castro Guimarães, Diretor-Executivo da GS1 Portugal. “Através da comparação dos resultados com a concorrência e com base nas tendências identificadas, cada participante pode definir objetivos para se tornar mais eficiente e melhorar o seu desempenho. Este é o principal propósito da GS1 Portugal em promover este estudo: promover a melhoria contínua como condição de eficiência logística e de nível de serviço no setor da saúde”, acrescenta.

 
Dados do primeiro Barómetro de Inovação Clínica
A consultora global de negócio e tecnologia NTT DATA, acaba de apresentar o primeiro Barómetro de Inovação Clínica, para...

Formação e digitalização concentram prioridades de investimento

A análise conduzida pela NTT DATA revela que as prioridades estratégicas mais relevantes para os CIC são a Capacitação das Equipas (77%) e a Desmaterialização de Processos (71%). Em consonância, as áreas que reúnem o maior investimento financeiro e não financeiro são também a Capacitação das Equipas (71%) e a Desmaterialização de Processos (60%), evidenciando um alinhamento entre objetivos e investimento.

CIC reconhecem autonomia elevada na estratégia e definição de KPIs. Baixa em matéria de contratação e incentivos

A maioria dos CIC (68%) considera ter uma autonomia elevada ou total no que respeita à definição da estratégia e à definição de indicadores de desempenho. No entanto, tal não se verifica na contratação de recursos humanos e na atribuição de incentivos aos profissionais, domínio nos quais a autonomia é considerada reduzida (91%). 83% dos inquiridos defendem que o tempo protegido para investigação é uma prioridade urgente, mas esta dimensão encontra entraves financeiros e operacionais, o que dificulta a criação de condições adequadas para atrair e reter talento nos Centros. Aprofundando o tema da autonomia, o Barómetro revela que 40% das entidades não está confiante de que o novo enquadramento legal dos CIC - Despacho n.º 1739/2024, de 14 de fevereiro – venha a ter impacto no grau de autonomia das instituições.

Elevada cooperação com a Indústria Farmacêutica. Reduzida colaboração com Associações de Doentes

O Barómetro evidência igualmente o reconhecimento de um elevado nível de cooperação dos CIC com a Indústria Farmacêutica - 83% – ao passo que o nível de colaboração com as Associações de Doentes é considerado reduzido pela grande maioria das entidades (86%).

Transformação Digital ‘em estágio’ avançado

A transformação digital é um dos pontos positivos revelados pelo Barómetro, na medida em que 42% dos CIC avalia o seu nível de digitalização como elevado ou muito elevado. Por sua vez, 29% consideram o seu nível de digitalização como baixo ou muito baixo. Quando questionados sobre as prioridades tecnológicas, os inquiridos destacam a necessidade de Plataformas de Gestão dos Processos de Ensaios Clínicos (68%) e a Integração dos Sistemas a nível local (62%).

De acordo com Patricia Calado, Head of Clinical Innovation da NTT DATA Portugal, “o Barómetro de Inovação Clínica permite-nos caracterizar com bastante exatidão a perspetiva dos Centros de Investigação Clínica em Portugal, graças ao elevado número de entidades respondentes, o que nos permite identificar as oportunidades e desafios estruturais da atividade. Fica evidente que o desenvolvimento de competências e a digitalização de processos é uma prioridade, que a cooperação dos CIC com a Indústria Farmacêutica é muito próxima, mas residem ainda desafios do ponto de vista de reconhecimento das instituições, da autonomia operacional e no grau de colaboração com Associações de Doentes. Esperamos que este exercício contribua para desenvolver a atividade dos Centros de Investigação Clínica em Portugal, e que as próximas edições do Barómetro revelem essa evolução. Esta é uma indústria com elevado potencial, que pode contribuir tanto para o desenvolvimento económico, como para a melhoria dos cuidados de saúde da população.”

Barómetro de Inovação Clínica resulta da consulta de 35 instituições

O Barómetro de Inovação Clínica inquiriu a totalidade das ULS – Unidades Locais de Saúde (39) e IPOs (3) do país, bem como quatro grupos privados de saúde, durante os meses de setembro e outubro de 2024, tendo obtido o contributo de 35 entidades. A análise incidiu em quatro dimensões-chave dos Centros de Inovação Clínica: Estratégia e Reconhecimento, Capacidade e Autonomia, Desenvolvimento de Carreiras e Transformação Digital.

O Barómetro foi apresentado durante a atribuição dos Prémios Inovação em Saúde – Todos pela Sustentabilidade, que é uma iniciativa conjunta da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, da Sanofi e da NTT DATA, que teve lugar na aula magna da FMUL.

Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla | 4 de dezembro
Um artigo científico publicado recentemente na revista científica Cell evidencia os resultados promi

A esclerose múltipla é uma doença neurológica autoimune, com impacto significativo na vida dos doentes. É caracterizada pela destruição da bainha de mielina (o revestimento das células do sistema nervoso), causada por uma resposta desequilibrada do sistema imunitário do próprio doente. Esta neurodegeneração impossibilita a comunicação adequada entre o cérebro e o corpo, levando à disfunção neurológica e incapacidade permanente.

A maioria dos casos é diagnosticada entre os 20 e os 50 anos de idade, sendo mais frequente em mulheres. Estima-se que a esclerose múltipla afete 2,5 milhões de pessoas no mundo e mais de 5 mil em Portugal1.

Assinala-se, anualmente, a 4 de dezembro, o Dia Nacional do Doente com Esclerose Múltipla.

De três estudos destacados na referida publicação científica, um refere-se a um ensaio clínico de fase 1, em que foram incluídos 26 doentes, que receberam células estaminais mesenquimais por via intravenosa. Os doentes foram acompanhados durante seis meses, não se tendo verificado efeitos adversos relevantes nem atividade da doença nesse período.

Num segundo ensaio clínico de fase 1/2, 20 doentes foram acompanhados durante 10 anos após a administração das células estaminais mesenquimais, tanto por via intravenosa como por via intratecal (diretamente no fluido espinal). Além de não se terem registado efeitos adversos relevantes, houve alguma reversão da incapacidade, com melhorias na condição global dos doentes.

No terceiro estudo, 20 doentes receberam entre 2 a 5 infusões de progenitores neurais derivados de células estaminais mesenquimais por via intratecal. Durante os 7 anos que se seguiram foi realizado o seu acompanhamento e não se verificou progressão da doença, tendo em alguns doentes sido registadas melhorias na escala de incapacidade. Nos vários ensaios clínicos realizados, verificou-se que as infusões de células estaminais mesenquimais não causaram efeitos adversos relevantes (apenas febre transitória, dores de cabeça ou cansaço).

Apesar da grande evolução da medicina verificada nas últimas décadas, a esclerose múltipla não tem cura. “Os tratamentos disponíveis atualmente apenas atrasam a progressão da doença, além de apresentarem efeitos secundários significativos. Existe, por isso, a necessidade de identificar novas abordagens terapêuticas, mais seguras e eficazes.”, referiu Solange Craveiro, Técnica Superior de Laboratório da Crioestaminal.

“Dada a sua capacidade de autorrenovação, potencial de diferenciação em vários tipos celulares, o facto de não desencadearem resposta imunitária relevante e o seu efeito anti-inflamatório e regulador sobre o sistema imunitário, as células estaminais mesenquimais apresentam-se como uma potencial alternativa no tratamento de diversas doenças autoimunes, como a esclerose múltipla.”, conclui.

 
Referências:
2 Dadfar, S. et al. (2024). The Role of Mesenchymal Stem Cells in Modulating Adaptive Immune Responses in Multiple Sclerosis, Cells, 13, 1556. https://doi.org/10.3390/cells13181556
Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Será uma ferramenta indispensável no planeamento de espaços verdes urbanos”
“Os espaços verdes urbanos são uma estrutura fundamental, contribuindo para a sustentabilidade das cidades e para a saúde e...

Segundo a presidente da SPAIC, no estudo do impacto dos espaços verdes na saúde dos indivíduos, bem como no planeamento e gestão destes sistemas naturais, surge a necessidade de considerar a existência de plantas alergénicas que podem conduzir, ou agravar, doenças respiratórias na população.

O “Guia Prático para o Planeamento de Espaços Verdes Urbanos com Baixo Impacto Alergénico”, elaborado pelo Grupo de Interesse de Aerobiologia da SPAIC, “destina-se a imunoalergologistas e a profissionais, decisores e autoridades públicas envolvidos no desenvolvimento urbano, gestão ambiental e políticas de saúde pública, bem como a todos os cidadãos que frequentam estes espaços e estão preocupados com a qualidade do ambiente urbano”, sublinha Ana Morête.

Este documento, único no nosso país, representa uma “enorme mais-valia, resultante do esforço de diferentes profissionais de saúde que se dedicam ao estudo da patologia alérgica e que certamente se tornará numa ferramenta indispensável no planeamento de espaços verdes urbanos, numa perspetiva integrada”.

Tratamento inovador minimiza efeitos secundários
Realizou-se no Trofa Saúde Braga Centro, pelo Dr. António Pedro Carvalho, médico Urologista, o primeiro procedimento HIFU...

Este tratamento de última geração, que, no norte do país, apenas está disponível na rede de hospitais Trofa Saúde, pode ser a solução mais eficaz para muitos homens que sofrem com a doença. É uma cirurgia robótica de alta precisão que permite tratar a próstata na sua totalidade, apenas uma parte, ou só o nódulo maligno, preservando, desta forma, a próstata saudável.

O cancro da próstata é uma das neoplasias mais comuns entre os homens em Portugal, sendo a segunda causa de morte por cancro no país. A sua prevalência tem vindo a aumentar devido ao envelhecimento da população e à melhoria na deteção precoce através de exames como o Antigénio Específico da Próstata (PSA) e o toque retal. Os sintomas iniciais podem nem existir ou ser discretos, como dificuldades a urinar, jato interrompido, urinar muitas vezes ou levantar-se durante a noite para urinar. A doença, normalmente, exige tratamentos que variam desde vigilância ativa até cirurgias ou terapêuticas hormonais.

O tratamento com High Intensity Focused Ultrasound (HIFU) para o cancro de próstata é "uma abordagem inovadora e minimamente invasiva que utiliza ultrassons, como se fosse uma ecografia, de alta intensidade para destruir as células cancerígenas. Este método tem ganho destaque devido à sua capacidade de direcionar energia de forma precisa, concentrando-se apenas na próstata e minimizando os danos nos tecidos circundantes. Ao ser realizado com recurso a um robô, assegura-se grande precisão no tratamento".

De acordo com o comunicado do Trofa Saúde Braga Centro, o HIFU funciona através da focalização ultrassons num ponto específico dentro da próstata. "Quando a energia é concentrada, ocorre um aumento significativo da temperatura, resultando na coagulação do tecido e morte celular. Esse processo é monitorizado em tempo real, permitindo ajustes durante a aplicação para maximizar a eficácia do tratamento e minimizar os efeitos laterais".

Este procedimento está indicado para doentes com cancro da próstata localizado e em estadio inicial da doença. É ainda uma opção para quem procura uma alternativa aos tratamentos tradicionais, como a cirurgia ou a radioterapia, especialmente no caso de recidivas depois desses procedimentos.

Ministra da Saúde e Ministro da Presidência marcam presença
A Fresenius Kabi realiza, no próximo dia 4 de dezembro, em Santiago de Besteiros, Tondela, a Conferência dos 25 anos da empresa...

“O papel da Indústria Farmacêutica nacional no contexto da estratégia para os medicamentos críticos” será o tema em discussão, num painel constituído por membros da Comissão Europeia, concretamente da Health Emergency Preparedness and Response (HERA), representada por Pierre François Baulieu, um membro da European Medicines Agency (EMA), Mónica Dias, Head of supply and availability of medicines and device, pelo Diretor-Geral da Medicines for Europe, Adrian van den Hoven, pelo Vice-President Governmental Affairs & Public Policy da Fresenius SE, David Jauch, e pelo Infarmed, representado pelo Coronel António Penha Gonçalves, consultor das áreas de industrialização e reservas estratégicas.

A cerimónia termina com a visita inaugural à expansão da Unidade de Produção de Penicilinas.

A expansão desta Unidade, equipada com duas linhas de produção e cerca de 6000m2, representa um investimento de mais de 20 milhões, aprovado em plena pandemia, e que resulta no aumento da capacidade produtiva.

O complexo industrial de produção de medicamentos da Fresenius Kabi é o maior do país, localizado no interior (centro), em Santiago de Besteiros. Conta com mais de 850 colaboradores, constituindo-se como um importante motor de desenvolvimento local e nacional, com produção de um portefólio alargado de medicamentos essenciais para o SNS, contribuindo para a autonomia nacional da produção de medicamentos.

A Fresenius Kabi é um dos maiores exportadores de medicamentos fabricados em Portugal, para mercados em mais de 70 países, especialmente Europa, Canada, Austrália, América Latina e Ásia e um dos maiores fornecedores de medicamentos hospitalares em Portugal. Comercializa cerca de 25% de todas as moléculas que constam da Union List of Critical Medicines da União Europeia.

“É com grande satisfação e orgulho que vamos celebrar os 25 anos da Fresenius Kabi em Portugal. Este marco representa não apenas a nossa história, mas também o impacto que temos produzido no setor da saúde em Portugal e além-fronteiras”, reitera o Diretor-Geral da Fresenius Kabi Portugal, Glenn Luis.

Rui Nunes e Raquel Varela falam sobre IA na saúde e na sociedade no dia 4 de dezembro
“Se existe área que será profundamente impactada pela Inteligência Artificial (IA) é a saúde, desde a gestão do registo de...

As declarações foram prestadas na véspera do debate “Prós e Contras da Inteligência Artificial: IA na Saúde, IA na Sociedade”, em que Rui Nunes, que é atualmente diretor do Centro Pluridisciplinar de Bioética da FMUP, estará com Raquel Varela, historiadora e professora da Universidade Nova de Lisboa.

Esta iniciativa conta com a participação de profissionais de saúde, professores e investigadores de diversas áreas interessados em discutir o impacto da IA na medicina, no sistema de saúde, na saúde pública e na prestação de cuidados.

Segundo Rui Nunes, que preside atualmente à International Chair in Bioethics, com sede na FMUP, “a gestão e a administração do sistema de saúde serão “revolucionadas pela Inteligência Artificial, sendo de esperar uma maior acessibilidade aos serviços de saúde, por exemplo, generalizando o recurso à telemedicina”. 

Além dos aspetos mais positivos da IA, pretende-se falar sobre questões éticas prementes, incluindo o modo como se deverá garantir a privacidade dos doentes e a proteção dos mais vulneráveis da sociedade.

 
Opinião
«Tive uma doença. Tive um acidente.

Vejo a vida das pessoas que me rodeiam no habitual rodopio. As peripécias do dia de trabalho ou na escola invadem o jantar em família. Sinto que não tenho muito a dizer. Penso no trabalho que tinha antes e assolam-me as dúvidas: Será que chegou o momento certo para regressar? Como é que vou dizer que há coisas que não consigo fazer, mas que estou com muita vontade de tentar? Será que vou desapontar os colegas de trabalho? Será que me vou desiludir a mim? Perco-me nos ‘Será que…’ e passa mais um dia, mais uma semana, mais um mês…»

Este texto não foi produzido por inteligência artificial, mas também não é meu. É de muitas pessoas que, depois de uma doença ou acidente (doença oncológica, fibromialgia, esclerose múltipla, doença de Crohn, acidente vascular cerebral, lesão medular, entre muitas outras) se confrontam com a dificuldade de voltarem ao trabalho. 

Quem pode e quem quer, tem direito a voltar ao trabalho. Este regresso ao trabalho não será certamente igual para todos, pois dependerá de aspetos como os impactos físico-funcionais da doença ou do acidente e dos seus tratamentos, da profissão que a pessoa tinha, se no momento está ou não empregada. Voltar ao trabalho pode significar voltar à mesma empresa e para as mesmas tarefas, até ter uma nova profissão, numa nova empresa. Para isso, pode ser necessário desenvolver competências, aprender a fazer as atividades do quotidiano de uma nova maneira, recuperar autoconfiança ou até mesmo re/descobrir um novo propósito para a vida.

Neste caminho, as pessoas não estão sozinhas. Existem serviços de reabilitação profissional, gratuitos, que apoiam as pessoas a reconstruirem os seus projetos de vida, a recuperarem competências, a compensarem limitações, e a voltarem ao trabalho, numa parceria estreita com as entidades empregadoras.

O CRPG – Centro de Reabilitação Profissional, centro de gestão protocolar do Instituto do Emprego e Formação Profissional, IP (IEFP), tem serviços especializados no apoio a pessoas com incapacidades adquiridas durante a vida adulta. Depois de 32 anos em Vila Nova de Gaia, tem agora Delegações em Coimbra e Lisboa, para estar mais próximo das pessoas e dos empregadores.

Muitas pessoas ainda se sentem sozinhas neste caminho de voltar ao trabalho. Como é que podemos mudar esta realidade? Reconhecer que a reabilitação profissional faz parte do processo que se segue a uma doença ou acidente, divulgar os serviços que existem, para que as pessoas lhes possam aceder, e promover contextos de trabalho inclusivos. Contamos consigo?

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha “Este Natal dê um presente ao seu coração”
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a alertar a população para a importância de manter os...

“Na época natalícia há uma tendência para serem cometidos alguns excessos alimentares e verifica-se uma redução de alguns hábitos mais saudáveis. Por esta razão, apelamos a que as pessoas pratiquem atividade física, mantenham hábitos alimentares equilibrados e saudáveis, e que não adiem os cuidados regulares com o coração. Devem seguir as orientações do médico assistente e não se devem esquecer de tomar a medicação habitual para as suas doenças crónicas. Além disso, queremos que as pessoas saibam que a Via Verde Coronária e os laboratórios de hemodinâmica estão a funcionar 365 dias por ano, 24 horas por dia, de forma a assegurar o tratamento, de doentes com enfarte agudo do miocárdio, mesmo no Natal e na passagem de ano”, salienta Rita Calé Theotónio, presidente da APIC.

A doença coronária caracteriza-se pela acumulação de depósitos de gordura no interior das artérias que fornecem sangue ao coração. “Esses depósitos causam um estreitamento ou obstrução das artérias o que provoca uma diminuição dos níveis de oxigénio e nutrientes que chegam às células do músculo cardíaco. As principais doenças coronárias são a angina de peito e o enfarte agudo do miocárdio”, explica Rita Calé Theotónio.

E acrescenta: “Fatores como a hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo contribuem significativamente para aumentar o risco de sofrer de doença coronária. Assim, é primordial garantir a hidratação, não exagerar nos alimentos ricos em açúcar, gordura e sal, evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar. Sobretudo nesta época festiva, é importante continuarmos ativos. Caminhar ou participar em atividades recreativas são excelentes opções para manter o coração saudável”.

O enfarte agudo do miocárdio, ou ataque cardíaco, resulta da obstrução de uma das artérias do coração, que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um coágulo devido à rotura de uma placa de colesterol.

Os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas, são a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Normalmente, os sintomas duram mais de 20 minutos, mas também podem ser intermitentes. Podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente, ao longo de vários minutos.

Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica –112 – e seguir as instruções que lhe forem dadas. Não deve tentar chegar a um hospital pelos seus próprios meios, porque este poderá ser um centro sem capacidade para realizar o tratamento mais adequado.

Uma parceria com a APPDA
A CUF terá 2500 colaboradores capacitados em Atendimento Inclusivo até ao final de 2028, em resultado de uma formação em...

Quando se assinala o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, hoje, dia 3 de dezembro, a CUF anuncia esta parceria com a APPDA, que deu os primeiros passos no último trimestre deste ano, sendo formados perto de 100 colaboradores até ao final de 2024. Ao longo dos próximos quatro anos, a formação irá abranger mais 600 colaboradores por ano, alcançando a meta de 2500 colaboradores das várias unidades da rede CUF formados em Atendimento Inclusivo até ao final de 2028.

A formação em Atendimento Inclusivo destina-se essencialmente aos profissionais com relação direta com o cliente e pretende desenvolver competências para uma relação inclusiva, informada e eficaz no atendimento, acolhimento e encaminhamento das pessoas com necessidades específicas que procuram cuidados de saúde na rede CUF. 

Neste programa formativo, serão abordados os conceitos e as tipologias da deficiência e necessidades especiais, a importância da empatia e da compreensão no atendimento inclusivo e ainda o reconhecimento e atuação perante sinais de desconforto. A formação inclui também um módulo sobre estratégias de comunicação, que integra comunicação adaptativa para deficiências específicas (auditiva, visual, neurodivergente e motora) e, finalmente, um módulo sobre aspetos legais e éticos.

“Para a CUF, é muito importante que todos se sintam respeitados e valorizados independentemente das suas circunstâncias quando necessitam de cuidados de saúde. Esta parceria com a APPDA foi, para nós, um passo natural, mas também necessário para que possamos capacitar os nossos profissionais a prestar um serviço de qualidade cada vez mais personalizado e centrado nas necessidades de quem nos procura”, considera a Diretora de Cidadania Empresarial da CUF, Mariana Ribeiro Ferreira.

No âmbito da sua estratégia, a CUF integra a preocupação com um atendimento humano e personalizado, pretendendo consolidar este compromisso através do robustecimento de uma relação de inclusão mais eficaz e reconhecida pelas pessoas com necessidades específicas que confiam a sua saúde à rede CUF. 

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência foi proclamado através da Resolução 47/3, adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas de 18 de dezembro de 1992. 

Cerimónia de homenagem decorre dia 5 de dezembro
No Dia Internacional do Voluntariado, que se celebra no dia 5 de dezembro, a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional...

Com esta iniciativa, a LPCC-NRS pretende evidenciar e reconhecer o compromisso e a dedicação de centenas de pessoas que, diariamente, oferecem o seu tempo e disponibilizam os seus cuidados às pessoas doentes e às suas famílias/cuidadores, nas mais variadas funções, desde hospitalares a comunitárias.

Marta Pojo, Diretora dos Projetos de Saúde da Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Sul, lembra que a LPCC é uma instituição de e para a comunidade, cujo coração é composto essencialmente por voluntários.

“Estes homens e mulheres prestam um serviço inestimável aos doentes oncológicos, famílias, cuidadores e à sociedade em geral. Podemos vê-los no Peditório Nacional e em outras campanhas de angariação de fundos, nos hospitais e na comunidade, disponíveis para partilhar competências técnicas ou para ajudar quem mais necessita. E, tendo em conta, o aumento da incidência de cancro na população portuguesa, a LPCC vai precisar cada vez mais desta generosidade”, afirma Marta Pojo.

Como funciona o voluntariado na LPCC?

Divididos, primeiro, por áreas de atuação e, posteriormente, por turnos e tarefas, de acordo com a sua disponibilidade, os mais de 3000 voluntários da LPCC distribuem-se pelo Voluntariado Comunitário, Hospital, de Competências e de Entreajuda.

Na comunidade – Voluntariado Comunitário –, realiza-se um trabalho de sensibilização e educação para a saúde, reforça-se o apoio ao doente oncológico e à família e colabora-se na angariação de fundos, essencial para a concretização das iniciativas da LPCC.

Por outro lado, os voluntários hospitalares trabalham nos institutos e hospitais com serviços de Oncologia, no continente e nas ilhas. O principal objetivo do voluntario hospitalar é proporcionar à pessoa doente o acolhimento, conforto e apoio que necessita, contribuindo, com a sua disponibilidade, para a humanização dos cuidados de saúde.

A LPCC desenvolve ainda o voluntariado de Competências e de Entreajuda. O primeiro tem como objetivo a partilha de conhecimentos, com profissionais a disponibilizarem um contributo técnico e de competências, no âmbito das suas atividades ocupacionais. Por último, o voluntariado de Entreajuda é constituído por cidadãos que conhecem a doença na “primeira pessoa” e oferecem o seu testemunho, evidenciando a possibilidade de vencer o cancro.

Profissional vai gerir a unidade de Educação do Grupo
A Malo Clinic acaba de reforçar a sua área de Educação e Formação com a integração de Cristina Palma e a colaboração com a...

Cristina Palma possui um mestrado integrado em Medicina Dentária pelo ISCSEM e pós-graduações em Prótese Fixa e em Ortodontia e Ortopedia Dento-facial. Conta ainda com o Curso Intensivo de Reabilitação Oral Estética com Facetas Cerâmicas e vários outros cursos e formações nas áreas de Reabilitação Oral e Dentisteria Estética. Com prática clínica exclusiva desde 2014 nas áreas de Reabilitação Oral Estética e Dentisteria, em 2018 fundou a CPEducation, organizando cursos nas diversas áreas da Medicina Dentária, a qual é agora integrada na Malo Clinic .

A Malo Clinic Education ministrou 28 cursos a profissionais de medicina dentária de todo o mundo em 2023, sendo cerca de 90% dos participantes estrangeiros. Entre os formandos estiveram representadas mais de três dezenas de nacionalidades, com Polónia, França, Canadá, Estados Unidos da América e Sérvia a liderarem no número de participantes nos cursos da Malo Clinic Education. Em termos de repartição geográfica, 77% vieram de países da Europa, Médio Oriente e África (EMEA), 15% da América do Norte e Central e 8% da Ásia e Oceânia.

Malo Clinic Education reforça presença online

No âmbito da estratégia de crescimento da área de Educação, o Grupo lançou uma nova plataforma online da Malo Clinic Education, que dá a conhecer a sua vasta oferta formativa e a equipa de formação. O novo site https://malocliniceducation.com está desenvolvido em inglês de forma a responder à crescente procura internacional.  Os cursos da Malo Clinic Education destacam-se por terem a participação dos médicos da Malo Clinic, que são especialistas nas áreas onde ministram formação, mas também pela sua forte componente prática. Os participantes têm a oportunidade de acompanhar e visualizar cirurgias em direto e de participar em sessões práticas de hands-on. A colaboração com a CPEDucation vai reforçar a oferta de formação com um conjunto de cursos lecionados por professores de renome internacional.

A Malo Clinic e a sua equipa acumulam um historial único na resolução de casos clínicos complexos, com milhares de intervenções realizadas e estudadas pela sua equipa multidisciplinar. A empresa está entre as 20 melhores clínicas de medicina dentária do mundo para turismo de saúde, de acordo com o Global Clinic Rating Score, e encontra-se presente em Portugal e na Polónia através de consultórios próprios.

O seu corpo clínico e a equipa de investigação e desenvolvimento são reconhecidos internacionalmente, contribuindo para o estatuto da Malo Clinic como uma entidade científica de referência na área da medicina dentária a nível mundial.

O sucesso da área de Educação da Malo Clinic  resulta também do investimento contínuo em inovação, investigação e desenvolvimento, na procura das melhores soluções para os pacientes, tendo mais de uma centena de artigos científicos publicados e originado várias patentes que fazem parte do portefólio da empresa. Através dos programas da Malo Clinic  Education os médicos dentistas e profissionais de saúde oral desenvolvem conhecimento e contactam com as mais inovadoras e pioneiras técnicas, nomeadamente na área da implantologia e da técnica All-on-4.

Plataforma Saúde em Diálogo promove a segunda sessão das “Innovation Talks”, no dia 5 de dezembro
O papel da inovação, bem como os desafios e oportunidades no acesso a tratamentos inovadores, voltam a estar no centro do...

A 2.ª edição das “Innovation Talks”, iniciativa que resulta de uma parceria entre a Plataforma Saúde em Diálogo e a AstraZeneca, decorre no próximo dia 5 de dezembro, pelas 14h, no recém-inaugurado auditório da Ordem dos Farmacêuticos, em Lisboa.

Os medicamentos biológicos são obtidos por processos biotecnológicos que usam organismos vivos (ou parte deles), para a obtenção das substâncias ativas. Atualmente, são uma das maiores fontes de inovação e desenvolvimento da indústria farmacêutica, tendo permitido o tratamento de doenças incuráveis ou doenças cujos tratamentos convencionais já não permitem uma resposta adequada.

São utilizados para tratar diversas doenças, entre as quais doenças oncológicas, artrite reumatoide; espondilite anquilosante; artrite psoriática; doença de Crohn; colite ulcerosa; psoríase; lúpus eritematoso sistémico; esclerose múltipla; asma grave; doença inflamatória intestinal ou dermatite atópica.

João Gonçalves, professor e investigador da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, e orador principal desta sessão, sublinha que “as terapias biológicas estão na vanguarda da medicina personalizada, permitindo tratamentos adaptados ao perfil genético e molecular do doente”.

“Os doentes devem estar bem informados sobre as terapêuticas biológicas para que possam tomar decisões conscientes e participativas sobre o seu tratamento. É importante que saibam que estamos a falar de medicamentos que atuam de forma altamente específica em alvos moleculares ou celulares da doença. Devem compreender os benefícios esperados, que incluem o controlo eficaz de sintomas, a desaceleração da progressão da doença e, em alguns casos, remissão ou cura. Contudo, precisam de estar cientes dos riscos, como reações adversas, maior suscetibilidade a infeções ou possíveis respostas imunológicas indesejadas, como o desenvolvimento de resistência ao medicamento”, considera o investigador.

Ainda segundo João Gonçalves: “Embora as terapias biológicas tenham custos iniciais mais elevados, podem reduzir complicações e internamentos a longo prazo, diminuindo os custos totais do tratamento. No entanto, enfrentam desafios como produção complexa, necessidade de armazenamento especial e o desenvolvimento de resistência por parte de alguns doentes. Ainda assim, avanços em biotecnologia, como o desenvolvimento de biossimilares e novas plataformas (por exemplo, microneedles ou RNA mensageiro), prometem ampliar o acesso e a eficiência destes tratamentos”.

Apesar da reconhecida mais-valia terapêutica que aportam, após a aprovação do seu financiamento pelo INFARMED e respetiva inclusão no formulário hospitalar, a maioria das terapêuticas biológicas passa ainda por um processo prévio de avaliação e aprovação internos pelas Comissões de Farmácia e Terapêutica (CFT) de cada hospital.

Este processo pode variar entre unidades hospitalares, em termos de tempos de resposta/aprovação de utilização, o que pode gerar iniquidades nas condições de acesso a estes medicamentos a nível nacional.

Por outro lado, o Governo publicou recentemente uma portaria que determina que doentes com patologias tais como espondiloartrite axial ― espondilite anquilosante e espondiloartrite axial não radiográfica ―, artrite psoriática, artrite idiopática juvenil poliarticular e psoríase em placas, bem como os doentes com doença de Crohn ou colite ulcerosa, beneficiam de um regime excecional de comparticipação, podendo ser prescritos os medicamentos previstos para estas patologias em qualquer consulta especializada no diagnóstico e tratamento neste âmbito, dentro e fora dos estabelecimentos hospitalares do SNS.

Para Jaime Melancia, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, esta é uma medida que “traz mais justiça a estes doentes, mas é preciso fazer mais”.

“Ainda há doenças que não beneficiam deste regime, como é o caso da dermatite atópica ou do Lúpus Eritematoso Sistémico. Além disso, cada Comissão de Farmácia e Terapêutica funciona de forma independente, sem diretrizes padronizadas, o que introduz muita variabilidade no processo. Torna-se, por isso, essencial debater e desmistificar alguns preconceitos sobre o acesso as terapêuticas biológicas, de forma a torná-lo mais equitativo e uniforme para quem realmente precisa”, defende.

A sessão contará com a presença de João Gonçalves, investigador e docente na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, como keynote-speaker, e com uma mesa-redonda que contará, com as intervenções de Ana Paróla, Farmacêutica Hospitalar na ULS Lisboa Ocidental, Luis Cunha Miranda, presidente do Colégio da Especialidade de Reumatologia da Ordem dos Médicos (a confirmar), Armando Alcobia, em representação da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica, e ainda Jaime Melancia e Joana Camilo em representação das associações de pessoas que vivem com doença: PSOPortugal – Associação Portuguesa de Psoríase e ADERMAP – Associação Dermatite Atópica Portugal, respetivamente.

A sessão é aberta ao público, mas carece de inscrição

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