Doentes
Cerca de 22 mil pessoas foram inscritas e operadas no mesmo dia, mesmo sem cumprirem os critérios de prioridade e de antiguidade.

Cerca de 22 mil pessoas não cumpriram os critérios de prioridade e de antiguidade e foram inscritos e operados no mesmo dia, revela o Jornal de Notícias desta terça-feira. Questionado pelo mesmo meio de comunicação sobre este problema, o Ministério da Saúde não respondeu.

Para além disso, quase 15% dos doentes inscritos para cirurgias no país ultrapassaram os tempos máximos de resposta estipulados na legislação. Através de um relatório de acesso a cuidados de saúde e de dados do Ministério da Saúde, o diário concluiu que houve falhas no sistema. Só em 2016 houve 211 mil pacientes que tiveram de esperar em média 3,3 meses por uma operação – o pior tempo desde o ano de 2011.

“Temos de ser duros face a situações que coloquem em causa o direito de acesso dos doentes”, disse ao JN o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço.

No ano passado, houve 210 906 pessoas inscritas na lista para cirurgias – mais de quatro mil deles com neoplastia malignas. Apesar de apenas se terem realizado 568 mil intervenções cirúrgicas em Portugal, este foi o valor mais elevado desde que o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgia está em funcionamento.

Rios europeus em risco
Relatório da agência da ONU diz que uso inadequado de pesticidas e a produção de alimentos desenfreada contribuíram para a...

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o uso inadequado de pesticidas agrícolas ameaça a qualidade da água no mundo inteiro.

O documento, produzido em parceria com o Instituto Internacional para a Gestão da Água (IWMI), alerta que o aumento da procura de alimentos com grande impacto ambiental, como a carne, contribuiu para a degradação da qualidade da água.

O relatório frisa ainda que o aumento da produção agrícola foi alcançado, nas últimas décadas, através do uso intensivo de adubos químicos e pesticidas, um mercado que movimenta mais de 35 mil milhões de dólares por ano em todo o mundo. "Na maioria dos países em desenvolvimento e emergentes, a poluição agrícola superou a contaminação causada pela indústria e aglomerados urbanos como principal fator para a degradação da água", afirmou o diretor da FAO, Eduardo Mansur.

Além de ser responsável por 70% da extração de água no mundo, a agricultura desempenha um papel fundamental na poluição deste recurso vital. Essa contaminação ocorre com o despejo de produtos químicos, matéria orgânica, sedimentos, nitratos e outras substâncias, lê-se no documento.

Pecuária tóxica

Javier Mateo-Sagata, da IWMI, afirma que, no caso do gado, o principal problema deriva da incorreta gestão dos excrementos, que contêm agentes patogénicos e matéria orgânica que, se acabar nos rios, diminui o oxigénio da água. A criação de gado passou dos 7,3 mil milhões de unidades em 1970 para os 24,2 mil milhões em 2011, sendo que atualmente ocupa 70% do território do planeta usado pela agropecuária, afirma a FAO.

O estudo também aborda outras substâncias contaminantes que, nos últimos 20 anos, surgiram na forma de remédios para animais, como antibióticos, vacinas e hormonas de crescimento. Segundo o relatório, 38% dos cursos de água na União Europeia (UE) correm risco de contaminação agrícola.

Estudo
O Sea Quest Hero parece um jogo eletrónico no qual os participantes enfrentam labirintos, tentam evitar tiros e fogem de...

O jogo, que já pode ser obtido online a partir desta terça-feira, pretende estimular o cérebro dos participantes com uma série de tarefas que exigem capacidade de memorização e de orientação para, ao mesmo tempo, recolher dados sobre os primeiros indícios da doença.

Um dos primeiros sintomas do Alzheimer é a perda de orientação, mas existem poucos dados que comparem as capacidades cognitivas em diferentes idades, uma lacuna que o jogo pretende preencher.

O jogo, catalogado como "o mais amplo estudo sobre a demência de toda a história", foi desenvolvido pela alemã Deutsche Telekom, a organização beneficente britânica Alzheimer's Research UK e por investigadores do University College London e da Universidade de East Anglia.

A versão para smartphones, lançada em 2016, já foi instalada por três milhões de pessoas em 193 países. "Isso deu uma quantidade enorme de informação e realmente já nos permitiu entender como homens e mulheres de diferentes idades navegam pelo jogo", comentou David Reynolds, coordenador de investigação no instituto Alzheimer's Research UK.

Para jogar, os participantes têm que usar "diferentes partes do seu cérebro e as diferentes partes do cérebro são utilizadas de maneira diferente de acordo com os diferentes tipos de demência. Isto também nos permite vincular o que uma pessoa faz ao que acontece ao seu cérebro", acrescentou Reynolds.

Com a versão com tecnologia de realidade virtual os cientistas poderão obter ainda mais informações. "Com esta tecnologia conseguimos detetar para onde a pessoa está a olhar", explicou Lauren Presser, uma das criadoras do jogo.

"Assim sabemos se as pessoas estão perdidas e como se comportam nestas situações (...) Cada um destas experiências ajuda-nos a obter dados sobre a orientação espacial".

Existem quase 50 milhões de pessoas com demência e Alzheimer em todo o mundo. Até 2050, esse número poderá atingir os 132 milhões. O Alzheimer ainda não tem cura.

Análise
Mais de 200 mil pessoas aguardam por uma operação e 31 mil foram operadas fora do prazo. Presidente dos Administradores...

Fizeram-se mais cirurgias, mas o ano terminou com 211 mil portugueses a aguardar por uma intervenção e com os piores tempos médios de espera desde 2011 – ou seja, mais de tês meses.

Os dados são divulgados esta terça-feira pelo “Jornal de Notícias”, que cita o relatório de Acesso aos Cuidados de Saúde de 2016, já entregue no Parlamento.

Segundo o jornal, o tempo de espera dos portugueses por uma cirurgia é o maior dos últimos seis anos, tendo 31 mil pessoas sido operadas fora do prazo. Além disso, quase 15% dos inscritos ultrapassaram os tempos máximos de resposta para cirurgia definidos na legislação.

De salientar ainda os 22 mil doentes que furaram a espera para a cirurgia. No relatório, o Ministério da Saúde admite que o número de doentes inscritos e operados no mesmo dia continua elevado, apesar de estar a baixar desde 2012 (considerado o pior ano).

Segundo o documento, no ano passado foram realizadas 568 mil cirurgias, o número mais elevado desde que existe o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgia (SIGIC, criado em 2004), o que ainda assim não terá sido suficiente para responder ao aumento da procura.

O relatório só não explica porque é que uns doentes passam à frente de outros, furando o critério da prioridade e antiguidade das listas de espera.

Tempos de espera diminuem, mas é preciso dinheiro e pessoas

“O Ministério da Saúde decidiu reduzir o tempo normal de espera por cirurgia dos nove para os seis meses no próximo ano”, anuncia o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares na Renascença.

Aumenta, assim, a “possibilidade de transferência de doentes e de estes terem um acesso mais rápido à cirurgia”, explica, considerando que “este factor vai ter um impacto muito grande na redução” do tempo de espera.

Mas falta mais. “Sem termos um aumento dos níveis de investimento e sem dar autonomia aos conselhos de administração com vista a criar melhores condições de trabalho aos profissionais e mecanismos de motivação, dificilmente conseguiremos responder às necessidades das populações”, cada vez mais crescentes.

Alexandre Lourenço diz que, “ao contrário de outros serviços públicos, os de saúde vão ter cada vez mais procura”, devido ao “envelhecimento populacional, ao aumento das expectativas dos cidadãos e até à tecnologia”.

Por isso, o “aumento do número de doentes em espera resulta também do aumento da procura”.

Ainda assim, destaca, “desde 2010 até agora, aumentámos praticamente em 100 mil doentes operados no [Serviço Nacional de Saúde] SNS”, sendo que, em 2016, os hospitais realizaram “o maior número de cirurgias de sempre”.

Quanto aos 22 mil doentes que furaram a lista de espera foram operados no mesmo dia da inscrição, o presidente dos Administradores Hospitalares diz que representam “4% da actividade cirúrgica”.

“Em muitos casos, os hospitais, para maximizar tempos de bloco, chamam alguns doentes para serem operados no mesmo dia”, explica, adiantando que, nos casos em que tenham havido “ultrapassagem da antiguidade por outro tipo de motivos”, deverão ser “instaurados os procedimentos necessários para encontrar as respostas para isso e, se for necessário, tomar os devidos procedimentos disciplinares”.

No sentido da autonomia dos hospitais, Alexandre Lourenço apoia a criação de centros de responsabilidade integrada, anunciada no início do ano “como uma prioridade” e deseja agora que se encontrem “plataformas de entendimento com os sindicatos e os profissionais, para que [estes centros] sejam uma realidade”.

“Por outro lado, é necessário que existam cada vez mais recursos humanos no sistema. Por exemplo, ao nível da anestesiologia continua a existir uma restrição enorme que limita a capacidade dos hospitais em operar, por falta destes profissionais”, explica.

Noite Europeia dos Investigadores
É já no dia 29 de setembro que a Noite Europeia dos Investigadores volta a encher o país da “Ciência no dia-a-dia”.

Depois do ano anterior, tema repete-se e, obviamente, a Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova (FCT-NOVA) não poderia ficar de fora, fazendo parte do consórcio “SCILIFE Science in Everyday Life – Ciência no Dia-a-Dia” do qual também fazem parte o Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUHNAC-UL), a Universidade Nova, a Universidade de Lisboa, o Instituto Universitário de Lisboa e, ainda, a Escola de Ciências da Universidade do Minho e o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

Os investigadores da FCT-NOVA vão marcar presença no MUHNAC-UL com as mais diversas atividades e experiências que farão as delícias não só dos mais novos mas também de toda a família. Nesta noite, das 18h00 às 24h00, a Noite Europeia dos Investigadores convida todos os curiosos a saber mais sobre a ciência do dia-a-dia, desmistificando os fenómenos mais complexos e quebrando barreiras.

Com entrada gratuita, as atividades vão ser promovidas por cerca de uma centena de grupos de investigação e diversas instituições, percorrendo, em Lisboa, o eixo MUHNAC-UL – Praça do Príncipe Real – Miradouro de São Pedro de Alcântara. Assim, e como é habitual, este evento conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, ao envolver o espaço público nesta iniciativa, sendo a centralizadora das atividades que decorrerão durante essa noite em Lisboa.

Sobre a Noite Europeia dos Investigadores

A NEI é uma iniciativa da Comissão Europeia que, em 2005, lançou a ideia de que uma noite por ano cientistas e público – juntos – podem comemorar a ciência através de uma série de atividades que decorrem em simultâneo pelas várias cidades europeias.

Desde então, nas últimas sextas-feiras de setembro, por toda a União Europeia os cidadãos têm participado em atividades de ‘meter a mão na massa’ fazendo experiências científicas, mas também participando em debates, conversas com cientistas, observações, entre outras, que lhes tem permitido ficarem a conhecer as potencialidades da investigação científica para o desenvolvimento social e económico da sociedade.

Em 2014 e 2015, a colaboração entre cientistas e não-cientistas foi promovida através da apresentação de diversos projetos de investigação que contaram com uma sociedade mais ativa e colaborativa na Ciência.

SPO alerta para cuidados a ter
Uma em cada cinco crianças sofre de problemas oftalmológicos, uma situação que pode agravar-se com o excesso de horas que os...

“As horas passadas em contacto com dispositivos eletrónicos e exposição a ecrãs podem ser prejudiciais”, confirma Alcina Toscano, coordenadora do grupo de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo da SPO. Apesar de, refere a especialista, “não estarem diretamente relacionadas com problemas oculares”, quando em exagero “e em más condições ergonómicas (má postura, luminosidade incorreta, distância inadequada) ”, os ecrãs que conquistam a atenção dos mais pequenos “contribuem para o aparecimento de sinais e sintomas, não só oculares como gerais. Estudos recentes apontam para uma maior incidência de miopia nestas crianças, quando comparadas com crianças que passam mais tempo ao ar livre”.

Recomendam-se, por isso, alguns cuidados. A começar pela atenção dada à posição, iluminação e distância adequada em relação a estes aparelhos, assim como a escolha “de programas de valor educacional”, que devem ser visualizados “em conjunto com a criança, em especial com os mais jovens”. Alcina Toscano aconselha ainda o estabelecimento “de regras e tempos em que estes não devem ser usados (refeições, viagens em família)” e ainda aquilo que define como “a regra do 20/20/20 (sobretudo para os mais velhos): a cada 20 minutos olhar 20 segundos para uma distância de 20 pés (cerca de 6 metros)”.

Lá fora, há também que ter atenção ao sol. Informa a especialista que, neste caso, os cuidados para os olhos são os mesmos que aqueles que se deve ter com a pele: “evitar a exposição direta ao sol nas horas de radiação ambiente mais elevada ou onde houver maior radiação, e proteger a face do sol com uso de boné ou chapéu de abas largas”. No que diz respeito ao uso de óculos de sol, este está indicado para os mais pequenos “quando houver exposição a níveis elevados de radiação UV ou quando a refletividade for elevada”. No entanto, a médica reforça que “óculos com lentes escuras não são sinónimo de proteção ocular. O que cria barreiras aos raios UV é um filtro incorporado na lente e não a coloração”.

Não falando de situações agudas e benignas como as conjuntivites, os problemas oftalmológicos mais comuns entre as crianças são, avança a especialista, os erros refrativos, cujo diagnóstico e tratamento precoces fazem a diferença. ”Podemos prevenir o desenvolvimento de ambliopia. Esta é uma doença exclusiva da idade pediátrica, que ocorre durante o período de desenvolvimento da visão, o chamado período crítico, de maior sensibilidade a qualquer interferência com a visão e maior plasticidade cerebral”, refere.

Salienta que a “primeira avaliação oftalmológica deve ser realizada à nascença e pode ser realizada pelo pediatra, para despiste de patologias congénitas como a catarata”. Uma avaliação que, aconselha a médica, “pode e deve ser continuada pelo pediatra/médico de família, nas consultas de rotina". Para um rastreio oftalmológico "existem atualmente métodos de foto-rastreio, que podem ser realizados por técnicos de saúde, sendo a idade ideal para a sua realização entre os 2 e 2,5 anos e que se pretende que sejam implementados a nível nacional". Não havendo sinais ou sintomas de alerta, “nem história familiar de doença ocular, a primeira consulta de oftalmologia deve ser realizada entre os 3 e os 4 anos, para um exame oftalmológico completo”.

Ácido hialurónico
O preenchimento dérmico com ácido hialurónico é um dos tratamentos mais procurados e também dos mais

1. Se repetir muitas aplicações com ácido hialurónico, o tratamento acaba por perder o efeito.

Não. Os resultados são cumulativos. A qualidade da pele vai melhorando.

2. A região onde o ácido hialurônico é aplicado perde a sensibilidade.

Falso. Transitoriamente, na altura da aplicação pode haver alterações da sensibilidade porque algumas formulações com ácido hialurónico contêm anestésico local para tornar mais comoda a sua aplicação.

3. A aplicação em excesso da substância compromete a expressão facial.

Falso. Não há qualquer interferência com a componente muscular ou nervosa do rosto.

4. O ácido hialurónico não pode ser aplicado em qualquer tipo de pele.

Desde que a pele esteja saudável, não há contraindicações.

5. A aplicação pode deixar hematomas ou edemas na pele.

Verdade. Mas se a aplicação for realizada por profissionais certificados e experientes esse risco é minimizado.

6. Aplicação de ácido hialurónico é mais recomendada que a toxina botulínica

São substancias diferentes com formas de atuação diferentes e com efeitos terapêuticos distintos. Ambas são igualmente recomendadas. São, frequentemente complementares.

7. Só as rugas estáticas podem ser tratadas com preenchimento.

As rugas estáticas podem ser melhoradas com o preenchimento dependendo da sua gravidade. Quando se associam a excesso cutâneo, a melhor solução é, frequentemente cirúrgica. As rugas dinâmicas também podem ser melhoradas com AH. Nas pacientes que não estão confortáveis com a toxina botulínica ou que têm contraindicações para a aplicação da mesma, o AH pode corrigir as rugas da região frontal, por exemplo.

8. A aplicação de ácido hialurónico é dolorosa.

Não. Desconfortável, mas não dolorosa.

9. Todos os ácidos hialurónicos são iguais.

O ácido hialuronico é só um, pode existir em formulações com concentrações ou densidades diferentes que têm também finalidades diferentes.

10. Ácido hialunórico e botox produzem os mesmos efeitos.

Não. Tem formas de atuação distintas: botox relaxa músculos e o AH hidrata a pele e confere volume.

 

*com dra. Ana Silva Guerra, Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
UNICEF
Mais de 180 milhões de pessoas não têm acesso a água potável em países afetados por guerras, violência e instabilidade de todo...

“As pessoas que vivem em situações instáveis são quatro vezes mais propensas a não ter água potável que as populações em situações estáveis: dos cerca de 484 milhões de pessoas que viviam em situações instáveis em 2015, 183 milhões não possuíam serviços básicos de água potável”, de acordo com uma análise recente da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), frisou este último em comunicado.

O diretor do Programa de Água, Saneamento e Higiene da agência especializada da ONU, Sanjay Wijesekera, salientou hoje que “o acesso das crianças a água potável e saneamento é um direito, não um privilégio”, razão pela qual defendeu que “nos países atingidos por violência, com deslocados, conflitos e instabilidade, os meios mais básicos de sobrevivência das crianças – a água – devem ser uma prioridade”.

No Iémen, “um país que se ressente do impacto de mais de dois anos de conflito, as redes de abastecimento de água que servem as grandes cidades estão em risco iminente de colapso devido a danos infligidos pela guerra” e “cerca de 15 milhões de pessoas foram excluídas do acesso regular a água e saneamento”, precisou a UNICEF.

Na Síria, “onde o conflito atinge o sétimo ano, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de água potável, incluindo cerca de 6,4 milhões de crianças”, lê-se no documento, que indica ainda que “a água tem sido frequentemente usada como arma de guerra: só em 2016, houve pelo menos 30 cortes de água deliberados - inclusive em Alepo, Damasco, Hama, Raqa e Dara, com bombas de água destruídas e fontes contaminadas”.

Na Nigéria, nas áreas afetadas pelo conflito, no nordeste do país, “75% das infraestruturas de água e saneamento foram danificadas ou destruídas, deixando 3,6 milhões de pessoas sem serviços básicos de água”, prossegue a UNICEF.

No Sudão do Sul, “onde a violência persiste há mais de três anos, quase metade das fontes de água de todo o país foram danificadas ou completamente destruídas”, refere o documento.

Wijesekera alertou que “quando as crianças não têm água potável para beber e quando os sistemas de saúde são deixados em ruínas, a subnutrição e doenças potencialmente fatais, como a cólera, inevitavelmente se seguirão”.

No Iémen, por exemplo, “as crianças constituem mais de 53% dos mais de meio milhão de casos de suspeita de cólera e diarreia aquosa aguda registados até ao momento; a Somália sofre o maior surto de cólera dos últimos cinco anos, com mais de 77.000 casos de suspeita de cólera/diarreia aquosa aguda; e no Sudão do Sul, o surto de cólera é o mais grave que o país já experimentou, com mais de 19.000 casos desde junho de 2016”, precisa-se no texto.

“No nordeste da Nigéria, flagelado pela fome, na Somália, no Sudão do Sul e no Iémen, quase 30 milhões de pessoas, incluindo 14,6 milhões de crianças, precisam urgentemente de água potável”, sendo que “mais de cinco milhões de crianças estão subnutridas, 1,4 milhões delas em estado grave”, concluiu a agência especializada da ONU.

Investigadores
Uma equipa de investigadores coliderada pelo português Gonçalo Bernardes criou um material esponjoso, a partir de óleo de...

Gonçalo Bernardes, do Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, e cientistas da Universidade de Flinders, na Austrália, obtiveram este material poroso, misturando óleo para fritar alimentos com enxofre, um subproduto da indústria petrolífera, numa solução a 180ºC.

Ao fim de 20 minutos, e após a adição de sal a equipa conseguiu ter um material esponjoso, feito com poluentes, capaz de capturar mercúrio, um outro poluente, existente na água, no solo e na atmosfera.

Gonçalo Bernardes, investigador do laboratório de Biologia Química e Biotecnologia Farmacêutica do Instituto de Medicina Molecular, disse à Lusa que se trata de um material fácil e barato de produzir e "supereficiente para remover mercúrio", bastando "o contacto com superfícies que estejam altamente poluídas".

O cientista assinalou que, apesar de estar em contacto com o mercúrio, o novo material "não é tóxico".

Em novembro, o material poroso de polissulfureto vai começar a ser testado na Indonésia, onde os agricultores fazem a queima de mercúrio durante a recolha de amálgamas de ouro.

Gonçalo Bernardes lembrou, a este propósito, que cerca de 15 por cento do ouro mundial é recolhido, de forma artesanal, por agricultores do Sudeste Asiático e da América do Sul, que levam as amálgamas para casa e as colocam numa panela com água a ferver para que o mercúrio se liberte no vapor.

"E a família, em casa, está a inalar mercúrio, que é altamente tóxico", relatou, acrescentando que "há muita demência" nestas regiões por ação deste poluente, também presente em pesticidas usados nas plantações de cana-do-açúcar do Brasil, da Índia e da Austrália e em oleodutos instalados no fundo do mar.

Os resultados do trabalho desenvolvido pelos investigadores portugueses e australianos foram publicados na revista da especialidade Chemistry.

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
O presidente e um vogal dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) colocaram os lugares à disposição na sequência...

Em comunicado, o Ministério da Saúde adianta hoje que dirigentes dos SPMS, “em particular” os presidente e vogal do Conselho de Administração, colocaram à disposição os respetivos lugares, mas o Ministério entendeu aguardar pelas conclusões da averiguação pedida à Inspeção-geral das Atividades de Saúde (IGAS).

O Ministério adianta que regista “como positiva” a atitude tomada pelos dirigentes de colocarem à disposição os seus lugares, mas entende como adequado esperar pelas conclusões da IGAS, que “habilitarão a uma tomada de decisão definitiva, justa e fundamentada”.

Em causa estão “factos ocorridos em junho de 2015” e que, segundo o Ministério, “carecem de clarificação ao nível do seu contexto ético, jurídico e institucional”.

De acordo com o jornal Expresso, trata-se de uma viagem realizada entre 02 e 06 de junho de 2015, envolvendo cinco dirigentes do Ministério da Saúde. Em fevereiro do mesmo ano, outro destacado funcionário do Estado, Carlos Santos, da Autoridade Tributária, viajou para a China “com tudo pago”.

O jornal cita uma fonte ligada ao processo, segundo a qual a empresa pagou “tudo, mesmo tudo”, incluindo a alimentação.

A viagem incluiu uma visita ao Hospital de Zheng Zhou para observar como funciona o sistema de telemedicina da unidade e outra à sede da tecnológica em Shenzhen, perto de Hong Kong.

“Os altos quadros dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) que viajaram a convite são Artur Trindade Mimoso, vogal executivo do conselho de administração, Nuno Lucas, diretor de sistemas de informação, Ana Maurício, diretora de comunicação, Rui Gomes, diretor de sistemas de informação e Rute Belchior, diretora de compras”, lê-se na notícia do Expresso.

Os SPMS confirmaram ao jornal a deslocação “suportada pela entidade que organizou a visita”, justificando-a com “objetivos prioritários” de adquirir e partilhar conhecimentos sobre "os recursos, modelos e estratégias diferenciadoras utilizadas no âmbito da telemedicina”.

A Huawei é uma empresa chinesa de equipamentos eletrónicos e de telecomunicações.

Estudo
As temperaturas do ar influenciam a incidência de ataques cardíacos, com mais casos no inverno, segundo um estudo hoje...

Apresentado no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, a decorrer em Barcelona, o trabalho indica que há uma relação entre os ataques cardíacos e as temperaturas mais frias mas não deixa claro que seja pelas temperaturas ou por mudanças comportamentais.

“Há uma variação sazonal na ocorrência de ataques cardíacos, com uma incidência decrescente no verão e um pico no inverno”, disse o principal autor do trabalho, Moman Mohammad, do departamento de Cardiologia da Universidade de Lund, na Suécia.

O trabalho de observação, na Suécia, foi feito ao longo de 16 anos o que o torna a maior investigação sobre a relação entre os casos de ataques cardíacos e as condições climatéricas, como a temperatura, a duração do dia, a chuva e a pressão atmosférica.

Durante o período de estudo ocorreram 280.873 ataques cardíacos, que aumentaram de forma significativa quando estava mais frio. Os investigadores reportaram mais quatro ataques cardíacos do que a média quando as temperaturas eram inferiores a zero graus, e constataram também aumentos com vento forte, dias curtos e mais humidade.

O corpo responde ao frio contraindo os vasos sanguíneos superficiais, o que diminui a condução térmica na pele e aumenta a pressão arterial, o que pode desencadear o ataque cardíaco em pessoas que já tenham problemas nas artérias coronárias, admitem os investigadores.

Moman Mohammad fala também das infeções respiratórias e gripes como fatores de risco para os ataques cardíacos, ou ainda da redução da atividade física e mudanças da dieta, fatores ligados ao inverno.

Investigação Médica
Uma investigadora do Porto desenvolveu um sistema para auxiliar os pacientes submetidos à cirurgia artroplastia do joelho no...

KneeRecovery consiste num sistema de baixo custo, que inclui um algoritmo sequencial, projetado para analisar o movimento e obter informações sobre os ângulos do joelho, com recurso a sensores inerciais, disse à Lusa Sara Oliveira, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Para tal, os sensores inerciais (que englobam acelerómetros, giroscópios e magnetómetros) são colocados na coxa e na perna do paciente, sendo determinada a orientação da coxa e da perna relativamente ao sistema de coordenadas da Terra, o que permite estimar os ângulos do joelho, explicou.

De acordo com a investigadora, este tipo de sensores têm sido "amplamente utilizados" na determinação da cinemática (análise dos movimentos) de articulações, por serem "simples, não obstrutivos, de baixo custo, de pequeno tamanho, leves e não restringirem o movimento".

O sistema KneeRecovery surgiu da necessidade de auxiliar a recuperação de pacientes com osteoartrite do joelho, considerada "um dos maiores contribuidores para a incapacidade física a nível global", causando-lhes "dor, limitações nas suas atividades diárias e uma diminuição na sua qualidade de vida".

Em estados mais avançados da doença, os doentes são submetidos, normalmente, à artroplastia do joelho, tendo que fazer fisioterapia para reabilitar o membro.

"Nos últimos anos tem-se verificado uma crescente procura por prestação de cuidados de saúde mais eficientes, o que resultou num aumento da reabilitação realizada em casa", indicou Sara Oliveira.

No entanto, o desempenho dos exercícios de reabilitação em ambiente doméstico pode ficar comprometido pela falta de ‘feedback' em tempo real e falta de adesão por parte dos pacientes, que podem sentir dificuldades na realizar os exercícios sem o auxílio de um profissional da saúde ou executá-los de forma "menos correta".

"Um alinhamento incorreto durante o exercício, uma velocidade inadequada ou uma má qualidade do movimento podem ter impactos negativos na eficácia do exercício", referiu, acrescentando que, para colmatar este problema, a cinemática do joelho (com destaque para o ângulo do joelho conseguido durante os movimentos) tem de ser quantificada.

O KneeRecovery é um dos 14 projetos criados por alunos de diferentes faculdades com o apoio do centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS, sediado no Porto, no âmbito de uma iniciativa anual que lhes permite desenvolver o seu trabalho orientado para a criação de soluções práticas que contribuem para a qualidade de vida da população.

Para a realização deste projeto, Sara Oliveira teve o apoio do professor Miguel Velhote, da FEUP, e da investigadora Vânia Guimarães, da Fraunhofer Portugal AICOS.

Contra a poluição
O Quénia implementou a lei mais dura do mundo contra sacos plásticos, proibindo a sua utilização, fabrico e importação. O...

A partir desta segunda-feira, no Quénia, os cidadãos que utilizem, produzam ou vendam sacos de plástico arriscam uma pena de prisão de até quatro anos ou coimas na ordem dos 40 mil dólares (cerca de 32 mil euros).

Os fabricantes alertam para que a interdição possa custar postos de trabalho. No entanto, o país africano está empenhado em lutar contra a poluição. “Se continuarmos assim, até 2050, teremos mais plástico no oceano do que peixes”, disse Habib El-Habr, especialista em lixo marinho que trabalha com o Programa Ambiental das Nações Unidas no Quénia.

Guiné-Bissau, Camarões, Mali, Tanzânia, Uganda, Etiópia e Malawi figuram entre os países que adotaram ou anunciaram uma interdição idêntica. De acordo com a agência noticiosa Reuters, a nova lei do Quénia permite que a polícia persiga alguém que tenha um saco de plástico na mão. Contudo, o ministro do Ambiente queniano, Judy Wakhungu, disse que a aplicação legal seria inicialmente dirigida a fabricantes e fornecedores.

Aproximadamente 100 milhões de sacos plásticos são distribuídos apenas pelos supermercados no Quénia, segundo a Organização das Nações Unidas. O governo queniano diz que os sacos prejudicam o ambiente, dado que não se decompõem, bloqueando os esgotos.

Prisões
O diretor geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, anunciou hoje a autorização do Ministério das Finanças e da...

Celso Manata falava à margem da inauguração de três quartos para encontros íntimos no Estabelecimento Prisional do Porto, em Custóias, frisando que "a falta de pessoal médico nas prisões é um assunto que já está a começar a ficar menos complicado".

"Já tivemos autorização do Ministério das Finanças e da Justiça para abrir um concurso público externo para médicos e enfermeiros", afirmou, dando ainda conta de outras medidas destinadas a suprir a carência identificada em julho.

O diretor geral esclareceu que os serviços estão "também a aceitar pedidos de mobilidade" de enfermeiros e médicos da Função Pública e admitiu avançar ainda para contratações em regime de "avenças".

"Há passos concretos", frisou Celso Manata, sem indicar o número concreto de profissionais a admitir.

Sobre um relatório do Serviço de Auditoria e Inspeção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, que apontou "falhas grave de segurança" no acesso às prisões Celso Manata deu conta de uma demissão, mas pouco mais.

"Temos tido procedimentos disciplinares, temos tido demissões e há menos de 15 dias demiti uma pessoa por uma coisa dessas", afirmou, informando que os procedimentos para a aquisição de pórticos, de Raio-x e demais equipamentos "estão a correr" e "previstos no orçamento" para o próximo ano.

Lembrando que estes problemas "deviam ter sido resolvidos durante todos os anos", alertou ser "agora mais difícil", porque, em vez de comprar dois ou três equipamentos, "há que comprar 20 ou 30".

"Tudo o que é preciso para o sistema prisional está inventariado e entregue ao poder político. Agora, a resposta não pode ser instantânea, pelo que as coisas têm de ser faseadas", disse, lembrando o anúncio da colocação de câmaras de vídeo vigilância nas portarias das prisões.

Reino Unido
Mais de 100 pessoas receberam assistência médica após uma alegada fuga química que no domingo atingiu a costa sul de Inglaterra...

A praia de Birling Gap, no condado de East Sussex, teve de ser evacuada no domingo, quando os banhistas sentiram dificuldades em respirar e picadas nos olhos, tendo alguns chegado a vomitar, após uma neblina surgir, vinda do mar, disse a mesma fonte.

A polícia de Sussex disse que hoje a neblina já se dissipou e acrescentou estar a investigar as causas, mas os media locais apontam a possibilidade de a neblina ser proveniente de uma unidade industrial em França.

As forças de segurança dizem que os "modelos meteorológicos sugerem que uma fonte no norte da França é muito improvável".

Uma testemunha, Kyle Crickmore, disse à BBC que a praia foi evacuada rapidamente, depois da chegada repentina da neblina, com um forte cheiro a cloro.

"Foi estranho, tendo em conta que estava um dia muito bonito e com o céu limpo", disse Crickmore.

A praia, entretanto reaberta, é muito concorrida nos dias quentes, como no domingo, e espera-se que hoje atraia muita gente, já que é feriado no Reino Unido.

Doenças tropicais
Há cada vez menos empresas a produzir medicamentos contra o veneno de serpentes, cujas picadas já integram a lista das &quot...

Mais de 100 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de picadas de cobra, mas esse número pode aumentar caso não haja mudanças na produção farmacêutica. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS) que denuncia a escassez de soro antiofídico em todo o mundo.

A OMS incluiu este ano a mordedura de cobras na lista de doenças tropicais esquecidas, visando aumentar a consciencialização para o problema.

Esta agência das Nações Unidas está a trabalhar para a produção segura de antídotos efetivos e, por isso, começou a testar antídotos contra picadas de diversas cobras venenosas do continente africano, informa a radiotelevisão alemã Deutsche Welle.

"A primeira fase de testes de laboratório foi concluída. A próxima fase será de testes de eficácia em camundongos", informa Micha Nübling da OMS. "Mas ainda podem ser necessários mais 12 meses para a produção começar", frisa Nübling.

África, onde estão as vítimas mais indefesas

Só no continente africano, 30 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de picadas de serpentes. A farmacêutica francesa Sanofi Pasteur encerrou a produção do fármaco Fav-Afrique em 2014, produto eficaz contra o veneno de muitas serpentes africanas e que combinava antídotos contra o veneno de várias cobras.

Cada veneno precisa de um antídoto específico, já que nem todos os antídotos são eficazes contra todos os tipos de cobra. Quando uma taipan asiática ataca, apenas um antídoto feito a partir do veneno do mesmo género desta cobra é eficaz. Ou seja, o soro do veneno das cobras indianas é ineficaz em África.

"No Gana, quando um produto indiano substituiu o francês em 2004, a taxa de mortalidade por mordeduras de cobra aumentou seis vezes", ressalta David Williams, especialista em serpentes da série Snake Hunter.

II JORNADAS IPA
O Instituto Português da Afasia (IPA) encerrou em grande o mês de consciencialização da afasia, com

Estiveram presentes cerca de 60 pessoas, entre terapeutas da fala, médicos, representantes de variadíssimas organizações do setor social e da reabilitação, membros de diversas associações e sociedades científicas, pessoas com afasia, seus familiares e amigos.

Estas jornadas constituíram o segundo momento de encontro destes diferentes agentes de mudança para refletir e discutir sobre diversas questões relacionadas com a intervenção, na área da afasia, em Portugal.

A sessão de abertura serviu de mote para o restante dia e contou com a participação da Fundação PT, na pessoa do Dr. Paulo Garcez. Posteriormente pudemos ouvir o testemunho emocionante de Maria Mendes – esposa de uma pessoa com afasia e mãe de uma criança de 2 anos, sobre as dificuldades que sente diariamente em viver com alguém que tem afasia, assim como sobre os obstáculos que tem encontrado no processo de reabilitação do seu marido.

Ainda no decorrer da manhã, houve oportunidade de reunir um painel de especialistas de cariz multidisciplinar, constituído pelo Neuropsicólogo Diogo Valadas – Diretor da Associação Nacional AVC, Gorete Vaz – esposa de uma pessoa com afasia, Carolina Oliveira – Terapeuta da Fala do Serviço de MFR do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e, por fim, o Dr. Renato Nunes – Médico Fisiatra, Vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação. Este debate multidisciplinar, moderado pela Terapeuta da Fala Marta Teles da UCCI da Santa Casa da Misericórdia da Guarda, teve como principal objetivo, promover a discussão no sentido de compreender de que forma a intervenção na área da afasia, em Portugal, vai ao encontro das recomendações internacionais de boas práticas nesta área. Neste debate, houve lugar à participação de todos os presentes na plateia, o que permitiu adicionar importantes pontos de vista e reflexões acerca do trabalho que é desenvolvido, mas também ainda falta desenvolver, no nosso país, na área da intervenção com pessoas com afasia e seus familiares.

Posteriormente, após um momento destinado ao convívio informal entre participantes, oradores e convidados, a Terapeuta da Fala e Vice-presidente do IPA Assunção Matos, trouxe-nos as principais conclusões deste debate multidisciplinar.

Estas conclusões prenderam-se essencialmente com a sentida falta de apoio à pessoa com afasia e aos seus familiares e amigos, assim como à falta de informação que ainda existe sobre o tema.

Foi também discutida a assimetria existente na identificação da afasia e consequente intervenção nas diferentes estruturas de apoio, assim como a necessidade de olhar para a afasia como deficiência crónica, com todas as suas implicações do ponto de vista da criação de respostas mais holísticas e sociais.

De igual modo foi realçada a necessidade de modificar políticas, com vista a um maior financiamento das estruturas, maior contratação de profissionais de saúde, definição de guidelines e imposição das mesmas nas diferentes estruturas de apoio.

Por fim, para terminar a manhã em grande, todos os presentes tiveram oportunidade de ouvir as principais aprendizagens e conclusões do Leadership Summit 2017 através de Todd Von Deak, Diretor Executivo da Organização Aphasia Access – parceiro do IPA desde o primeiro momento da sua criação. Após o almoço, integrado na proposta IPA TALKS, subordinados ao tema “A paixão contagia”, todos os presentes tiveram a oportunidade de usufruir das aprendizagens e ideias inspiradoras de um painel de diversos oradores.

Neste momento de partilha, foi possível contactar com temas tão pertinentes como a Comunicação (IN)acessível pela voz da Terapeuta da Fala Ana Serra. Tivemos oportunidade de ouvir o testemunho inspirador da empreendedora e terapeuta da fala por Maura Silverman, Fundadora do Triangle Aphasia Project (Carolina do Norte, EUA) que entusiasmou plateia com o projeto inovador que se encontra a implementar na sua organização.

A reflexão acerca da mudança de paradigma que impera no mundo da intervenção na afasia, não poderia excluir os principais especialistas na afasia – os familiares. Por esse motivo, contou-se com o testemunho de Madalena Alarcão, Psicóloga e Professora na Universidade de Coimbra na área da Família e Intervenção Sistémica, que após tantos anos de experiência no seio da avaliação e intervenção junto de famílias, viu as suas dinâmicas familiares serem alteradas em virtude do AVC que o marido sofreu e que culminou com o confronto com diversas dificuldades a vários níveis, nomeadamente, com a afasia.

 Assim sendo, mais do que um testemunho de uma profissional de saúde de excelência, tivemos a oportunidade de ouvir algumas estratégias importantes de quem vive na pele o que é sobreviver a um AVC e viver com afasia.

No âmbito destes IPA TALKS, os presentes visualizaram também um vídeo protagonizado pelo Encenador e ator português Gonçalo Diniz, que no decorrer do seu percurso profissional teve oportunidade de contactar com pessoas com afasia aquando da encenação de peças de teatro no “Ser em Cena”, no Brasil. No entanto, o testemunho trazido por pessoas do mundo das artes não se ficou por aí. Tivemos ainda a oportunidade de ouvir o testemunho da atriz Sofia Sá da Bandeira que, protagonizou uma personagem numa novela próxima do grande público, que sofreu um AVC e que ficou com afasia.

Sofia, apesar de ter vivido esta realidade apenas na ficção, relatou a dificuldade que sentiu em se adaptar aos contextos e aos colegas de trabalho que “não lhe davam tempo”, estratégia essa, que a atriz percebeu, junto do contacto com pessoas com afasia, como sendo fundamental para ajudar as pessoas a comunicar de forma mais eficaz.

Por fim, pudemos contar com a ideia inspiradora da Terapeuta da Fala Sandra Garcês que nos trouxe a “chave da inclusão”. O seu testemunho foi o culminar de um dia repleto de importantes aprendizagens entre diversos agentes de mudança e que demonstrou que ainda há tanto por fazer no nosso país, no que diz respeito à intervenção na afasia.

Concluiu-se deste encontro a importância e urgência de uma sociedade mais informada acerca desta temática e da necessidade de um trabalho de colaboração estreita entre as diferentes instituições/entidades responsáveis pelos processos de reabilitação e integração social destas pessoas.

Foi também validada a pertinência da existência de soluções como aquela que o IPA vem trazer, complementares aos serviços já disponíveis, sobretudo no acompanhamento e capacitação dos parceiros de comunicação (que são todos os que comunicam com a pessoa com afasia) e abordagens em que a pessoa com afasia – considerada a maior especialista no processo, na sua vida – é o centro na tomada de decisão. Abordagens que se focam nas capacidades e no potencial da pessoa com afasia e que, por isso, trazem esperança para uma Vida com Qualidade, apesar da afasia crónica.

Tudo isto não seria possível sem o fabuloso envolvimento de diversos parceiros e empresas - Pedro Pires Coaching, EKUI Cards, LusoDidacta, MAIS PARTICIPAÇÃO, melhor saúde, Doctor Gummy, Pastéis de Belém, Nestlé, Castelbel, Paupério, Sam Croissants, Confeitaria de Lisboa e a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal - que através do seu apoio contribuíram para o sucesso do evento e para o alcance dos seus objetivos.

A médio-longo prazo o IPA pretende criar núcleos bem como outras respostas diferenciadas, em diversas áreas geográficas do nosso país, de forma a garantir que mais pessoas com afasia e seus familiares tenham oportunidade de complementar a sua reabilitação linguística com outras abordagens que lhes poderão permitir atingir as suas metas de participação e integração social pós-afasia, com consequente melhoria do seu bem-estar e qualidade de vida.

No final, percebeu-se que muito mais haveria para falar e partilhar e que é fundamental criar mais espaços de encontro e discussão como este, que já aconteceu duas vezes em dois anos consecutivos.

Mais informações: http://www.ipafasia.pt
 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Quercus
A associação ambientalista da Quercus alertou hoje que cada português coloca por ano no lixo comum dois quilos de resíduos...

De acordo com um levantamento feito pela Quercus para avaliar o destino final para 56 tipos de resíduos de origem doméstica, "estão a ser colocados nos ecopontos e contentores urbanos pelo menos quatro tipos de resíduos perigosos diferentes que acabam por ser depositados em aterros urbanos ou incinerados", soluções que não são as adequadas para estes resíduos.

Como exemplo da falta de resposta para alguns resíduos em Portugal, a Quercus aponta as agulhas, pequenas quantidades de resíduos perigosos, as cápsulas endoscópicas, os termómetros com mercúrio e as latas de tinta.

"Estamos a falar de resíduos perigosos contaminados com metais pesados, substâncias perigosas ou vestígios de sangue", sublinha a Quercus, que acredita que este cenário possa ser ainda pior, resultado da "inúmera quantidade de contactos que recebe diariamente" a questionar sobre os destinos corretos a dar a alguns produtos.

A Quercus estima que estejam a ser rejeitados juntamente com os resíduos urbanos comuns cerca de 650.000 agulhas por dia, 4.000 cápsulas endoscópicas por ano equipadas com 8.000 pilhas de mercúrio, 8.000.000 de latas por ano cheias com tinta ou diluente, a par de outras substâncias perigosas.

Os ambientalistas da Quercus estimam também que 1% da população portuguesa ainda possua termómetros ou medidores de tensão arterial com mercúrio por rejeitar.

"Estes resíduos estão a ser encaminhados para os sistemas de tratamento de águas residuais, para incineração e para aterro, representando um risco acrescido para a saúde pública, para os trabalhadores destas unidades e para o ambiente", avisam.

A Quercus alerta igualmente para a urgência de serem criados mecanismos e respostas que permitam dinamizar e financiar a entrega destes resíduos em locais próximos das populações, nomeadamente as farmácias, os centros de saúde, os centros hospitalares ou até mesmo os próprios ecocentros, que posteriormente deverão ser encaminhados para destinos licenciados e adequados (entidades gestoras, empresas de gestão de resíduos hospitalares ou os centros integrados de recuperação, valorização e eliminação de resíduos perigosos).

Recorda igualmente que as farmácias não são obrigadas a receber este tipo de resíduos e que as que os recebem voluntariamente têm que suportar os custos do seu encaminhamento.

"A prevenção da perigosidade dos resíduos urbanos está contemplada no Plano Estratégico Nacional para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020)", lembra a Quercus, qua apela aos ministérios do Ambiente e da Saúde para equacionarem uma solução para este problema ambiental e de saúde pública, criando mecanismos e apoios que suportem uma rede de recolha integrada para estes tipos de resíduos perigosos.

Estudo
Glen Fox, discípulo do neurocientista António Damásio, publicou na revista Greater Good da Universidade de Berkeley as suas...

Alguns estudos anteriores já tinham apontado para uma relação directa entre gratidão e aumento da qualidade do sono ou uma resposta mais eficaz do sistema imunitário, mas nenhum tinha ainda encontrado o verdadeiro porquê. Fox decidiu estudar a gratidão a partir da neurobiologia do cérebro, registada através de ressonâncias magnéticas feitas a um grupo de voluntários submetidos a experiências de gratidão.

Glen Fox descobriu que quando alguém experimenta este sentimento, a maior actividade cerebral se concentra numa área do cérebro onde os dois hemisférios se encontram. Esta área está associada a experiências de empatia e alívio. Mas não só. Aqui existe uma forte relação entre a activação de processos de diminuição de níveis de stress de todos os sistemas orgânicos do corpo. Ou seja, quando activada, esta área encarrega-se de baixar a resposta dos órgãos ao stress. Assim o ritmo cardíaco abranda e os músculos relaxam, promovendo uma sensação de bem-estar geral, dando oportunidade ao corpo de se regenerar.

Segundo o cientista, este estudo pretende continuar a desenvolver-se para outras áreas, no sentido de tentar encontrar uma forma de aliviar os sintomas de depressão por vias que não a medicação química.

Sexualidade
Um estudo realizado a 140 mil pessoas de 198 países averiguou como é ser sexualmente ativo na era digital. E descobriu coisas...

Um estudo realizado pelo Instituto Kinsey, integrado na Universidade de Indiana e que se dedica ao estudo da sexualidade e das relações humanas, e pela aplicação de registo de períodos menstruais, Clue, apurou que o sexo e a tecnologia fazem um bom par, pois as pessoas estão a incorporar rapidamente esta na sua vida sexual.

 Inquirindo mais de 140 mil pessoas de 198 países de diferentes culturas, a análise apurou que 30% utilizam aplicações de telemóvel para terem encontros amorosos. Mas não pense que as pessoas usam a tecnologia para terem só encontros casuais, pois esta também está a servir para encontrar o amor, nomeadamente para 15%.

Os dados revelaram também que os suecos são os que mais utilizam aplicações de telemóvel para ter encontros amorosos (46%) e os chineses estão a usar a tecnologia para aprenderem sobre sexualidade (32%). Já os russos ainda não se interessaram muito pela matéria e apenas 3% diz recorrer á tecnologia para encontrar alguém para um encontro amoroso.

 «Hoje em dia, a tecnologia tem impacto em praticamente todos os aspetos da nossa vida. Pode encontrar a sua alma gémea com um clique ou aprender sobre sexo no seu smartphone. O nosso relatório, baseado nas respostas da nossa extensa comunidade permite-nos examinar estes comportamentos e perceber como diferem entre culturas, orientações sexuais e faixas etárias», comenta Ida Tin, CEO da Clue.

Já Amanda Gesselman, investigadora do Kinsey Institute, comenta: «A tecnologia está estreitamente entrelaçada nas nossas vidas diárias, e nós usamo-la para nos ligarmos e gerirmos muitas das nossas coisas importantes. Como mostra a nossa pesquisa, isso inclui amor e sexo – um grande número de pessoas usa a tecnologia não só para conhecer parceiros, mas também para aprender mais sobre sexo, rastrear as suas próprias experiências sexuais e melhorar as suas relações sexuais. Embora existam muitos relatórios sobre as consequências da tecnologia nas nossas vidas privadas, estes resultados mostram uma visão mais positiva: as pessoas apoiam-se na tecnologia para criarem melhores experiências para si e para os seus parceiros».

 E quanto ao famoso sexting? Ou seja, troca de mensagens de cariz sexual. De entre esta amostra, 41% revelou que recorre ao sexting para estimular a sua vida sexual. Os mais aficionados desta prática são os sul-africanos (77%), seguido dos americanos (74%). Japão (34%) e Coreia do Sul (30%) não apreciam particularmente esta prática. O resto dos países fica no meio. Mas já que falamos de sexting, importa referir que um estudo anterior diz que esta prática não será assim tão excitante.  Com a análise foi possível descobrir que existe uma relação estatística fraca entre o sexting e prática de relações sexuais.

Mas voltando ao presente estudo. Quem está numa relação, 12% no geral, diz que usa a tecnologia para apimentar a vida sexual. Mas a percentagem é maior para os homens (23%). E já lhe ocorreu registar quando tem relações sexuais? Pois 40% diz que o faz em aplicações móveis.

 A orientação sexual também foi analisada. Diz o estudo que as aplicações são usadas para encontrar parceiro por 49% dos homossexuais, por 44% dos bissexuais e pansexuais e por 28% dos heterossexuais.

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