Organização Mundial de Saúde
Portugal está acima da média global de suicídios, apresentando uma taxa de 13,7 por cem mil habitantes em 2015, face a uma taxa...

Perto de 800 mil pessoas suicidam-se todos os anos, o que significa uma pessoa a cada quarenta segundos, de acordo com os dados publicados no site da Organização Mundial de Saúde (OMS), que defendeu que a comunicação social deve noticiar estas mortes de forma responsável.

“O suicídio é a segunda principal causa de morte entre os 15 e os 29 anos, globalmente”, diz a OMS.

A OMS diz também que a Europa foi a região do mundo com a mais alta taxa de suicídio (14,1 por cada cem mil habitantes), à frente de África (8,8), Américas (9,6), Sudeste asiático (12,9), Mediterrâneo Oriental (3,8) ou Pacífico Ocidental (10,8).

Dentro da região Europa, Portugal está ligeiramente abaixo da média europeia mas acima da média global, tendo registado, em 2015, uma taxa de 13,7 mortes por suicídio por cada cem mil habitantes, o que significa, tendo em conta os cerca de dez milhões de habitantes, que cerca de 1.370 pessoas ter-se-ão suicidado.

De acordo com a organização, o suicídio é um fenómeno global, apontando que, em 2015, 78% dos casos ocorreu em países com baixos e médios rendimentos.

“O suicídio correspondeu a 1,4% de todas as mortes a nível mundial, tornando-o na 17.ª principal causa de morte em 2015. Os indicadores revelam que por cada adulto que morre por suicídio, haverá mais de 20 tentativas”, diz a OMS.

A propósito destes números e tendo em conta que no próximo domingo se assinala o Dia Internacional da Prevenção do Suicídio, a OMS aproveitou para atualizar o seu guia com recomendações para os órgãos de comunicação social.

Em conferência de imprensa, citada pela agência espanhola EFE, Alexandra Fleischmann, do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substancias, apontou que a OMS considera que os jornalistas podem “melhorar ou dificultar os esforços de prevenção”, apontando que os meios de comunicação social têm um papel importante no momento de informar de forma responsável as mortes por suicídio.

Para a responsável, é importante trabalhar a prevenção com os meios de comunicação social e não só falar do que podem ou não fazer, para que os jornalistas transmitam a mensagem de que o suicídio não é um tabu e que “pode-se falar dele e procurar ajuda”.

O guia da OMS recomenda que se forneçam dados corretos sobre onde se pode procurar e encontrar ajuda, dar a conhecer histórias pessoais sobre como fazer frente a situações difíceis da vida ou a pensamentos suicidas e ter uma especial precaução quando se noticia suicídios de pessoas famosas.

A OMS também recomenda que haja cuidado na hora de entrevistar familiares ou pessoas próximas de alguém que se suicidou, já que podem ser boas fontes sobre como educar outros sobre as realidades destas mortes, não esquecendo que estão numa situação de dor que se deve respeitar.

O guia pede aos meios impressos e digitais que não coloquem em destaque nas suas páginas as notícias sobre suicídios e às televisões e rádios que não abram os seus blocos informativos com este tipo de informação.

Além disso, a OMS considera que os jornalistas não devem usar uma linguagem sensacionalista ou que banalize o suicídio, nem que o mostre como uma solução para possíveis problemas.

Defende também que é melhor não descrever explicitamente o método usado para cometer o suicídio nem o local da morte, acrescentando que deveria evitar-se o uso de fotografias, vídeos ou links digitais.

Alexandra Fleischmann apontou ainda que os principais fatores de risco para o suicídio são a depressão e as desordens associadas ao consumo de álcool, as drogas, a violência, os traumas, as perdas e situações de conflito, bem como o ‘bullying’ escolar.

Ano letivo
A Associação Portuguesa de Conservação da Natureza Quercus alertou ontem que, em vésperas do início do ano letivo 2017/2018, há...

Em comunicado, a Quercus diz não acreditar nos números do Ministério da Educação e pretender saber como está o amianto nas 2.662 escolas sob sua gestão.

"Como está o levantamento sobre a existência de materiais com amianto nas escolas? Foi feito algum diagnóstico e avaliação de risco à exposição de trabalhadores e ocupantes destes edifícios a esta fibra contaminante? Quantos estabelecimentos foram intervencionados para remover amianto?", são questões que a Quercus coloca ao Ministério da Educação.

A Quercus diz ter conhecimento do início trabalhos de remoção de coberturas com amianto em algumas escolas, numa altura em que se prepara o início do ano escolar, mas observa que há ainda muitas que esperam que sejam identificados e removidos todos os materiais que contêm amianto e que põem em causa a saúde de todos.

Em seu entender, é fundamental identificar a totalidade dos materiais com amianto, definir as situações prioritárias e intervir na sua remoção, dando preferência a períodos de pausa escolar, minimizando a exposição de ocupantes à possível libertação de fibras durante estas obras.

"As intervenções deverão ser controladas de acordo com o Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) e monitorizada a qualidade do ar por forma a verificar que os espaços se encontram aptos para reocupação humana, após as conclusões das obras", salienta a Quercus.

A Quercus lembra que o Ministério da Educação tem sob sua tutela 2.2662 escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário (dados Prodata), onde é estimada a existência de amianto em 739 edifícios escolares, tendo já sido removido coberturas de amianto em cerca de 300 escolas.

"O problema é que estes dados correspondem apenas aos materiais em fibrocimento (coberturas), e o amianto foi utilizado em cerca de 3.000 materiais e equipamentos diferentes, desde pavimentos, revestimentos de paredes, condutas, radiadores, depósitos, tubagens para o abastecimento de água ou fornos para cerâmica. Certamente haverá muitos materiais que não constam desta listagem, e por isso é preciso revê-la", adverte a associação ambientalista.

A Quercus recorda ainda que um estudo da Universidade Aberta revela que apesar da obrigatoriedade da lei que apontava para a necessidade da identificação da totalidade dos materiais com amianto, promoção de análises a concentrações de fibras respiráveis e avaliação e informação do risco de exposição dos trabalhadores e ocupantes dos edifícios ao amianto, entre outras exigências, a situação em Portugal "pouco tem evoluído".

O mesmo estudo indicava que a maior parte da Administração Pública não estava preparada e não tinha meios suficientes para aplicar a legislação, notando que não existem memórias descritivas de todos os edifícios públicos.

"O resultado foi um levantamento inicial, efetuado de uma forma muito débil em 2014", lamenta a Quercus.

A Quercus avisa que a exposição a este tipo de fibras poderá ter efeitos na saúde, tais como o desenvolvimento de asbestose, cancro do pulmão, mesotelioma, laringe, ovários e gastrointestinal.

Os números de mesotelioma (cancro provocado exclusivamente por exposição ao amianto) em Portugal rondam os 36 casos/ano referenciados, facto que indicia que muitas situações são mal diagnosticadas ou não é feita a correta relação causal entre a doença e a exposição a este contaminante.

"Aliás, 97% das doenças não são denunciadas. O amianto é a segunda maior causa de contaminação ocupacional do mundo", nota a Quercus.

Um milhão de euros
O Prémio António Champalimaud de Visão, de um milhão de euros, foi atribuído este ano às instituições internacionais...

A Sightsavers, instituição de caridade britânica que trabalha na prevenção da cegueira e na inserção social de cegos, foi distinguida pelo seu programa de tratamento do tracoma, uma doença inflamatória crónica causada por uma bactéria que afeta pálpebras e córnea e cuja disseminação está associada à falta de cuidados de higiene.

O projeto decorre em 29 países de África, América Latina e Caraíbas, onde a taxa de prevalência é maior. Moçambique tem membros da instituição no terreno, em particular na região norte, onde há mais casos de tracoma.

Para o diretor da Sightsavers em Moçambique, Izidine Hassane, o prémio "vem dar um novo fôlego" ao trabalho em curso.

"Significa bastante para nós. Sentimo-nos honrados por uma distinção da Fundação Champalimaud", afirmou.

Depois de ter identificado as zonas no mundo com maior prevalência de tracoma, doença que leva à cegueira se não for tratada a tempo, a Sightsavers foi para o terreno.

Em colaboração com governos, unidades e profissionais de saúde dos países, a instituição encetou uma campanha de tratamento do tracoma e de prevenção da cegueira.

Conforme a gravidade dos casos, são administrados antibióticos (oferecidos por farmacêuticas) ou é feita uma cirurgia corretiva aos doentes.

O trabalho da Sightsavers não se esgota, porém, na terapêutica. Izidine Hassane esclareceu que o programa inclui intervenção nas comunidades em termos de "mudança de comportamentos", como ensinar a lavar bem a cara e a manter as casas e os quintais limpos.

Com os governos, a organização procura promover o saneamento básico e a água canalizada onde faltam.

Além disso, dá formação a técnicos para que possam identificar melhor as situações, contribuindo, nas palavras de Izidine Hassane, para "o fortalecimento do sistema nacional de saúde" dos países.

A avaliação, em Moçambique, da diminuição ou não da prevalência de tracoma, doença que não escolhe idades, será feita no final de 2017 ou em 2018, adiantou.

A Organização Mundial de Saúde definiu como meta a erradicação em 2020 do tracoma, uma das doenças tropicais negligenciadas.

A CBM é uma instituição cristã para o desenvolvimento que tem trabalhado na prevenção da cegueira e na promoção da qualidade de vida de deficientes nos países mais pobres.

Lançado pela Fundação Champalimaud em 2006, o Prémio António Champalimaud de Visão é considerado o maior do mundo na área. Em anos alternados, reconhece a investigação científica sobre doenças dos olhos e o trabalho de instituições na luta contra a cegueira, sobretudo em países subdesenvolvidos.

O júri integra cientistas e personalidades internacionais, como o secretário-geral da ONU, António Guterres, o Prémio Nobel da Medicina Susumu Tonegawa, o ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors e o oftalmologista José Cunha-Vaz.

As duas instituições premiadas vão receber, cada uma, 500 mil euros.

Administração Regional de Saúde do Norte
O Centro de Respostas Integradas de Braga vai ter "instalações condignas" dentro de quatro meses, um investimento de...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) explica que aquela valência funcionou durante "vários anos" em dois edifícios arrendados, resultando desse facto "elevados custos para o erário público", e que os espaços em causa "há muito tempo que manifestavam elevado estado de degradação, eram exíguos e desadequados ao fim a que se destinavam".

Por isso, explica o texto, a ARSN assinou no dia 01 de setembro um contrato de consignação de empreitada "com vista à instalação Centro de Respostas Integradas (CRI) de Braga em instalações condignas, quer para os doentes, quer para os profissionais que nas mesmas vão desempenhar a sua atividade", num investimento superior a duzentos mil euros (203.635,88 euros, mais IVA).

"A realização deste investimento vem proporcionar ganhos de eficiência e economia, além de permitir a unificação dos serviços", lê-se.

As futuras instalações, adianta o texto, "que deverão estar concluídas no prazo de quatro meses a contar desta data, vão dispor de uma área, aproximada, de 505 metros quadrados" e vão incluir 13 gabinetes técnicos, secretaria adequada ao funcionamento com área de atendimento ao público e área de retaguarda, sala de reuniões, secretariado, sala de espera e instalações sanitárias.

Hospital Santa Chiara de Trento
Uma criança de quatro anos morreu de paludismo no norte de Itália, caso que deixou perplexos os médicos italianos, segundo...

“Nunca tinha visto um caso destes, é um mistério. Não deveria ter sido possível contrair o paludismo”, disse à agência AFP Claudio Paternoster, chefe do departamento de doenças infeciosas do Hospital Santa Chiara de Trento (norte de Itália), onde a menina de quatro anos esteve internada.

A menina, que nunca viajou para os países identificados como de risco e passou o verão na região de Veneza, foi internada por outras razões médicas, uma vez que tinha estado em contacto com duas crianças que contraíram o paludismo durante uma viagem ao Burkina Faso.

A criança foi diagnosticada no sábado com paludismo e colocada nos cuidados intensivos, mas o seu estado de saúde rapidamente piorou e os médicos não a conseguiram salvar.

“Apenas certos tipos de mosquitos podem transmitir esta doença e não existem em Itália”, afirmou o médico, adiantando que anualmente são identificados alguns casos no país, mas são contraídos por pessoas que trouxeram de África um mosquito infetado.

“O verão tem sido particularmente quente e com as mudanças climáticas, não podemos excluir totalmente a hipóteses de uma adaptação de certa espécies de mosquitos ou a reintrodução de outros” que podem transmitir a doença, explicou.

O paludismo era uma doença comum em Itália no século XIX, mas foi erradicada em 1962.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), registaram-se 2012 casos de paludismo em todo o mundo em 2015 e 429 mil mortes.

Cerca de 90% dos casos de paludismo e mortes por malária tem origem em África.

10 de setembro - Dia Mundial da Prevenção do Suicídio
Beja é a primeira cidade portuguesa a promover iniciativas no âmbito da Campanha Setembro Amarelo, que decorre anualmente neste...

A campanha, que começou em 2014, em Brasília, capital do Brasil, chega este ano a Beja, "a primeira cidade portuguesa a desenvolvê-la", refere a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).

Com o objetivo de consciencializar a população sobre a prevenção do suicídio, a campanha chega a Beja por iniciativa do Observatório dos Comportamentos Suicidários da ULSBA e da ARIS da Planície - Associação de Reabilitação e Integração Social da Pessoa com Experiência de Doença Mental.

No âmbito da campanha, as duas entidades promovem, durante este mês, em Beja, várias atividades, como tertúlias, para debater o tema da prevenção do suicídio.

Abertas à população, as tertúlias sobre prevenção do suicídio, quatro no total, vão decorrer sempre às quartas-feiras, a partir das 18:00, no Centro UNESCO, em Beja, e contar com a participação de especialistas na área.

A primeira tertúlia vai decorrer na quarta-feira e contar com a presença da psicóloga e investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto Inês Rothes.

No domingo, a partir das 10:00, no átrio do hospital de Beja, vai realizar-se uma cerimónia de comemoração do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, que será seguida do passeio de bicicleta "Juntos a pedalar".

No dia 20, a partir das 11:00, na sala de conferências do hospital de Beja, vai decorrer um "workshop" sobre avaliação do risco suicidário a cargo de dois médicos internos de psiquiatria da ULSBA.

Em todas as sextas-feiras, às 18:00, e em todos os domingos, às 11:00, deste mês, vai ser transmitido, numa rádio de Beja, o programa "Saúde por si", com conteúdos dedicados à campanha.

A campanha inclui também, até dia 16, as iniciativas "De bicicleta pelo mundo fora", com passeios de bicicleta no distrito de Beja, e "Cinco quilómetros pela prevenção do suicídio", nos ginásios da cidade.

O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, criado em 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde, assinala-se no dia 10 de setembro.

Condecoração
O Presidente da República condecorou hoje a equipa que salvou o bebé nascido de uma mãe em morte cerebral, agradecendo a...

"As pessoas não estão aqui - por muito importante que seja o estatuto profissional, e é - por causa do estatuto profissional. As pessoas não estão aqui por causa do conceito social, não estão aqui por causa da publicidade daquilo que fazem", defendeu o chefe de Estado, num discurso de defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e de elogio dos seus profissionais.

Numa cerimónia em que esteve presente o ministro da Saúde, Marcelo Rebelo de Sousa condecorou a unidade de cuidados intensivos neurocríticos do Hospital de São José, em Lisboa, que salvou há mais de um ano um bebé que se desenvolveu no corpo de uma mãe que estava em morte cerebral, e a essa condecoração quis imprimir um "alerta" para o egoísmo de quem agradece apenas o seu caso particular.

"Não foi apenas um testemunho de gratidão a uma equipa alargada, multidisciplinar, foi um alerta, uma chamada de atenção, para nós, que tantas vezes somos egoístas e verdadeiramente só agradecemos quando se trata do nosso caso, no momento que entendemos adequado, da forma que consideramos que é a justa", defendeu.

Assim, sublinhou, as pessoas deverão "olhar um bocadinho para os outros" e considerar "que aqueles que conseguiram fazer aquilo que alguns consideraram o milagre do Lourenço, fazem todos os dias esses milagres".

"No entanto, nós não vos agradecemos todos os dias. Como Presidente da República estou aqui para agradecer esses muitos milagres de todos os dias", declarou, na cerimónia de condecoração, que decorreu no Hospital de São José, em Lisboa.

O Presidente da República ressalvou que atualmente tem "muito cuidado" no apelo aos consensos, para "não ser acusado mais tarde de não ter conseguido por de pé ou ajudar a concretizar consensos que haveria desejado", mas reiterou a sua importância na saúde.

"Também no domínio da saúde todos percebemos que é muito importante a convergência e que começa em todos os portugueses e todas as portuguesas, independentemente das suas preferências de outra ordem, aceitando que não há sociedade verdadeiramente desenvolvida que não tenha na saúde uma prioridade fundamental", declarou.

Distrofia Muscular de Duchenne
“Como ter uma vida normal com Distrofia Muscular de Duchenne?”, “Perfil Clínico e Funcional da Distrofia Muscular de Duchenne”...

Com os recentes avanços, e perspetivas para um futuro melhor para os portadores de DMD e de BMD, A APN sentiu necessidade de informar toda a comunidade envolvida, incluindo os doentes, os cuidadores, os médicos, os técnicos de saúde e, ainda, alguns investigadores. Para tal, convidam todos os interessados a passarem a debaterem livremente os temas mais transversais à doença.

Para o programa, foram convidados, como oradores, os maiores especialistas nacionais, quer na Neurologia de adultos, quer na Neurologia Pediátrica. Muitos convites foram enviados a todas as unidades hospitalares do país, onde estão referenciados portadores desta doença. Será uma excelente oportunidade para se debater, entre todos, alguns dos seus aspetos, ainda desconhecidos.

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) afeta mais de 300.000 pessoas em todo o mundo. A grande maioria dos pacientes com Duchenne é do sexo masculino e, supõe-se, que um em cada 3.500 recém-nascidos sofre da doença; embora de forma muito residual, algumas meninas sofram também desta doença rara. Os seus portadores veem alteradas as suas capacidades durante a infância perdendo a marcha no início da adolescência, assim como a capacidade de usar os braços, impedindo-os de realizar normalmente as atividades diárias tais como escrever ou alimentar-se. A sua capacidade de respirar também se deteriora. À medida que crescem, estes jovens sentem cada vez mais dificuldades em respirar e, normalmente, acabam por sucumbir devido a problemas respiratórios ou insuficiência cardíaca. Nos últimos anos, a esperança média de vida tem vindo a aumentar, graças à formação e à informação distribuída aos seus cuidadores.

Conforme explica o presidente da APN, Joaquim Brites, “o acesso rápido aos tratamentos que vão surgindo, para as mais de 2.000 mutações já identificadas, e que estão disponíveis em forma de medicamentos órfãos, continua a ser uma das maiores preocupações da APN. É fundamental que se ultrapassem algumas barreiras burocráticas nas Autorizações de Introdução no Mercado. Para além disso, é urgente definir a sua taxa de comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde, que se exige de 100%, tal como acontece em outros países da Europa. É, também, o momento de fazer o balanço sobre os ganhos conseguidos nos doentes em tratamento, que fizeram parte da luta do último ano. O mínimo que podemos dizer é que valeu a pena!”

Enquanto as muitas questões relacionadas com os medicamentos não se resolvem, estes pacientes necessitam obrigatoriamente de cuidados ao nível da Medicina Física e de Reabilitação. “Essenciais para evitar o aparecimento de retrações tendinosas ou contraturas dos membros superiores e inferiores, características da doença, estes pacientes precisam de sessões regulares de fisioterapia, que lhes são continuamente negadas pelos Centros Hospitalares, onde são seguidos. Com o argumento da falta de recursos, os responsáveis pelos Centros de Reabilitação sugerem às famílias que solicitem ao seu médico de família a credenciação destes tratamentos para os serviços privados convencionados. Para além de ilegal, este comportamento ‘entope’ todas as clínicas privadas nas quais estes doentes passam a ser meros números estatísticos para o seu financiamento. Acresce a este comportamento, a duplicação de custos por parte do SNS que financia por duas vezes os tratamentos, sem que estes se realizem, e agravando o estado de saúde destas pessoas”, explica o presidente da APN.

Nesse sentido, Joaquim Brites sublinha que “é fundamental um bom diagnóstico e um bom acompanhamento médico através do acesso a centros especializados onde existam grupos multidisciplinares. É também necessário melhorar a situação relativamente à formação e empregabilidade dos portadores de DMD e, sobretudo, criar condições de acessibilidade que permita uma vida o mais ativa e autónoma, possível, libertando-os do isolamento a que, uma grande maioria das vezes, estão sujeitos”.

Para além da melhoria da qualidade de vida destes doentes, estas simples alterações permitiriam prolongar a sua esperança de vida. Atualmente, não há cura para a Distrofia Muscular de Duchenne mas, perfilam-se no horizonte algumas soluções, ainda em fase de desenvolvimento, que trarão uma garantia de maior longevidade e de qualidade de vida aos seus portadores.

Em Coimbra
O 27º Encontro Anual do Grupo de Estudo Europeu de Neuropatia Diabética (NEURODIAB 2017) reúne de 9 a 11 de setembro, em...

Inserido no congresso da European Association for the Study of Diabetes (EASD), o NEURODIAB 2017 tem como principal objetivo promover o avanço do conhecimento sobre a Neuropatia Diabética, através de uma cooperação ativa entre especialistas de várias áreas, tais como endocrinologistas, neurologistas, neurofisiologistas, nefrologistas, gastroenterologistas, especialistas de medicina interna e medicina geral e familiar.

Para Isaura Tavares, Presidente do encontro e investigadora na área da neuropatia diabética “é fundamental apoiar e promover o intercâmbio de conhecimento médico e científico em áreas como a neuropatia diabética, com destaque para as atuais dificuldades sentidas no seu diagnóstico e tratamento, proporcionando assim um debate sobre as futuras perspetivas necessárias para melhorar o estado atual desta situação”.

85% das amputações ocorridas em pacientes diabéticos estão relacionadas com neuropatia sensitivo-motora
O diagnóstico da neuropatia diabética passa pela caracterização de um quadro clínico, com os sinais e sintomas mais típicos, e pela realização de testes neurológicos. Trata-se de um doença que se manifesta através de sintomas como dormência ou sensação de queimadura nos membros inferiores, formigueiro, pontadas, choques, agulhadas nas pernas e pés, desconforto ou dor e perda da sensibilidade táctil, entre outros. Como explica o endocrinologista José Luiz Medina “a neuropatia diabética é uma complicação que evolui de forma traiçoeira, durante algum tempo sem sintomas ou sinais, mas que pode ser causa de grande sofrimento para as pessoas com diabetes, sobretudo pelas dores que pode provocar, pela incapacidade física e pelas repercussões sobre o sistema nervoso autónomo. No caso da neuropatia sensitivo-motora, chega mesmo a ser o principal fator de risco para o desenvolvimento de úlceras no pé diabético, que por sua vez são responsáveis por cerca de 85% das amputações ocorridas em pacientes diabéticos, pelo que o investimento na prevenção é fundamental”.

Impacto socioeconómico da dor crónica é estimado em 4,6 mil milhões de euros/ano
A neuropatia diabética é uma das causas mais comuns de dor neuropática a qual é reflexo da destruição progressiva dos nervos do corpo. É a principal complicação e a mais incapacitante da diabetes. Acontece quando há um aumento do açúcar no sangue nos diabéticos não controlados, o que provoca modificações e até obstrução nos vasos que alimentam os nervos. “A dor crónica é reconhecida como um grave problema de saúde pública com impacto significativo na qualidade de vida das pessoas e enormes custos individuais e sociais. Em Portugal, o impacto socioeconómico da dor crónica é estimado em dois mil milhões de euros/ano em custos com cuidados de saúde, valor que atinge os 4,6 mil milhões de euros quando somados os gastos com incapacidades temporárias, "baixas" e reformas antecipadas”, alerta José M. Castro Lopes, coordenador do estudo epidemiológico sobre dor crónica em Portugal e membro da comissão organizadora do Neurodiab.

Estudo em curso sobre a Neuropatia Diabética em Portugal
Lançado em 2015, pelo Grupo de Estudos da Neuropatia Diabética (GRENEDI) da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), o estudo PREVANEDIA tem procurado calcular a prevalência da neuropatia diabética em Portugal. Trata-se de um estudo que conta com o apoio de inúmeros especialistas de Medicina Geral e Familiar (MGF) que têm contribuído para a recolha e análise de dados. Como explica Rui Cernadas, Médico especialista em Medicina Geral e Familiar e um dos responsáveis pelo estudo PREVANEDIA “sob o ponto de vista médico a neuropatia diabética é a mais vulgar e frequente das complicações, embora subavaliada. A neuropatia diabética é caracteristicamente dolorosa e predominantemente sensitiva, com bem menor envolvimento motor”.

Embora o estudo em curso ainda tenha um número relativamente pequeno de doentes e não abranja a totalidade do território nacional, alguns resultados preliminares indicam que muitos doentes diabéticos apresentam alterações sensitivas características da neuropatia diabética, incluindo dor crónica, mas são poucos os que efetuam terapêutica adequada, o que poderá indiciar um subdiagnóstico desta complicação da diabetes.

O NEURODIAB 2017 irá colocar em discussão os últimos avanços no tratamento e na investigação da neuropatia diabética, temas que serão abordados através de um vasto programa que inclui palestras, simpósios, sessões de apresentações orais e apresentação de posters. Considerado o principal fórum de discussão anual no campo da Neuropatia Diabética, a reunião constitui uma oportunidade para apresentar e discutir novas ideias sobre a causalidade, avaliação e tratamento da neuropatia diabética.

Estudo
Um estudo que traçou o perfil sociodemográfico e as capacidades sensoriais, funcionais, cognitivas e de comunicação reportadas...

O trabalho, publicado na última edição da Acta Médica Portuguesa, revela que cerca de 57% dos “muito idosos” (pessoas com mais de 80 anos) em Portugal reportam dificuldades em andar ou subir escadas, 39,1% apontam problemas de visão, 35,1% falam em limitações na audição, 34,4% queixam-se de dificuldades de memória e de concentração e cerca de um quarto indica constrangimentos na comunicação com os outros.

Estes são alguns dos dados publicados no estudo intitulado “Functional, Sensorial, Mobility and Communication Difficulties in the Portuguese Oldest Old (80+)”, da autoria dos investigadores Daniela Brandão, Óscar Ribeiro e Constança Paul, do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (polo do ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto).

Segundo os investigadores, o objetivo era traçar o perfil sociodemográfico e as capacidades sensoriais, funcionais, cognitivas e de comunicação reportadas pelos “muito idosos” portugueses, visando “aumentar o conhecimento sobre este grupo cada vez mais expressivo da população, estabelecer programas de prevenção adequados e implementar intervenções efetivas”.

A informação tem por base os dados dos Censos de 2011, fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos a todos os residentes em Portugal com 80 anos ou mais, num total de 534.219 pessoas, das quais 530.693 (99,7%) têm entre 80 e 99 anos e 1.526 (0,3%) são centenários.

De acordo com os dados recolhidos, cerca de 65% dos “muito idosos” são mulheres, 54% são viúvos, 46% são analfabetos e 42% têm apenas o 4.º ano de escolaridade. Embora a grande maioria destes idosos (88%) viva em casa, 30,7% vivem sozinhos.

As maiores dificuldades reportadas referem-se à locomoção e à visão. Já a memória e a capacidade de entenderem os outros e de se fazerem não são tão afetadas.

A higiene e a locomoção são as dimensões com uma maior percentagem de incapacidade total: 14,3% dos “muito idosos” são totalmente incapazes de tomarem banho ou de se vestirem sozinhos e 10% não conseguem andar ou subir escadas.

A partir dos 100 anos de idade, todas as incapacidades analisadas assumem números ainda mais expressivos, com cerca 89% dos centenários a referirem que não conseguem ouvir e cerca de 80% sem capacidade ou com muitas dificuldades na realização da sua higiene.

De acordo com os investigadores do CINTESIS, “os muito idosos portugueses apresentam dificuldades significativas nas atividades de vida diária, contudo, as capacidades cognitivas e de comunicação parecem ser comummente mantidas”.

“Estes resultados sugerem a necessidade de assistência funcional, mas que pode ser, em última instância, gerida pelo próprio idoso”, indicam.

Tendo em conta as diferenças observadas entre os centenários e os idosos mais jovens, os autores sugerem ainda que sejam “equacionadas intervenções capazes de responder às necessidades potencialmente específicas de cada grupo”.

Em Portugal, os “muito idosos” representam 5,6% da população e 26,5% da população com mais de 65 anos de idade (mais de dois milhões de pessoas).

Os dados recolhidos revelam que o número de idosos tem vindo a aumentar nas últimas décadas, juntamente com o aumento da esperança média de vida, esperando-se que, em 2060, esta atinja os 84,21 anos para os homens e os 89,88 anos para as mulheres.

A tendência é também para um aumento da esperança de vida aos 80 anos: entre 2045-2050, uma pessoa com 80 anos poderá esperar viver mais 11,5 anos. Em 1980-85 anos, esse número ficava-se pelos 6,5 anos.

Apesar do aumento da longevidade, Portugal ocupa o 21.º lugar no ranking da União Europeia no domínio da independência dos mais idosos, o que sugere “a necessidade de dar mais apoio a este grupo da população”, defendem os investigadores.

Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica
A quantidade de ovos contaminados com pesticida tóxico comprados na Bélgica por um português foi pequena, para consumo e pode...

“Estamos no terreno a avaliar exatamente a quantidade comprada, que foi pequena e, por isso, tudo indica que fosse para consumo”, disse o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, acrescentando: “os ovos podem ter sido consumidos fora do território nacional”.

Pedro Portugal Gaspar disse que a compra terá ocorrido a 19 de agosto, o caso foi identificado como “transacionado para empresa portuguesa”, mas “provavelmente, pela quantidade envolvida, será um cidadão ligado a uma empresa” que não terá comprado mais do que uma dúzia destes ovos.

Segundo explicou, a situação foi transmitida a Portugal através de uma simples “notificação de informação”, uma forma de comunicação entre as autoridades que indica que, à partida, não há risco nem implica uma ação rápida.

“A maneira como nos foi transmitida foi pela chamada notificação de informação, e não por alerta. Como o próprio nome indica, é apenas para informar e mostra que não existe risco nem implica ação rápida”, acrescentou.

Segundo o diretor-geral da ASAE, os dados que as autoridades portuguesas têm em cima da mesa indicam que se trata de uma “transação doméstica” e que o comprador é da zona norte do país.

Quanto ao risco para a saúde, o responsável lembra que o pesticida tóxico fipronil está identificado como de “risco moderado”, logo o consumo meramente pontual não suscita maiores preocupações, mas é proibido o seu uso em produtos destinado a consumo humano.

Este caso colocou Portugal na lista dos 26 Estados-membros afetados pelo comércio ou distribuição de ovos contaminados com o pesticida tóxico fipronil, segundo a mais recente listagem da Comissão Europeia a que a Lusa teve hoje acesso.

Segundo os dados mais recentes, na União Europeia só na Croácia e a Lituânia não foram ainda detetados ovos contaminados, uma crise que atinge ainda a Noruega, o Liechtenstein, a Suíça e a Rússia.

A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016, disse há uma semana a Comissão Europeia, precisando na altura que 34 países, a maioria na Europa, foram atingidos pela situação.

A contaminação de dezenas de milhões de ovos, resultante da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo fipronil, um antiparasitário forte estritamente proibido na cadeia alimentar, foi divulgada em agosto.

Ministério de Agricultura
O Ministério de Agricultura garantiu hoje que não há ovos contaminados com pesticida tóxico à venda em Portugal e que o caso...

Fonte do Ministério da Agricultura sublinhou que "não há ovos contaminados no mercado em Portugal" e que o que lançou o alerta às autoridades europeias foi o caso de uma transação na Bélgica com ovos que estavam sinalizados e foram comprados por um cidadão português.

"Em Portugal não foram produzidos ovos contaminados nem foram detetados produtos confecionados com derivados de ovos contaminados", afirmou a fonte, explicando: "O que houve foi uma transação na Bélgica de ovos que estavam sinalizados".

Segundo a mesma fonte, explicou, desde que começaram a surgir as primeiras notícias sobre o assunto, em julho, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária foi para o terreno e, desde então, não detetou quaisquer ovos com este produto.

De acordo com a mais recente lista da Comissão Europeia, a que a Lusa teve hoje acesso, Portugal é um dos 26 Estados-membros afetados pelo comércio ou distribuição de ovos contaminados com o pesticida tóxico fipronil.

Segundo os dados mais recentes, na União Europeia só na Croácia e a Lituânia não foram ainda detetados ovos contaminados, uma crise que atinge ainda a Noruega, o Liechtenstein, a Suíça e a Rússia.

A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016, disse há uma semana a Comissão Europeia, precisando na altura que 34 países, a maioria na Europa, foram atingidos pela situação.

A contaminação de dezenas de milhões de ovos, resultante da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo fipronil, um antiparasitário forte estritamente proibido na cadeia alimentar, foi divulgada em agosto.

Tumores benignos
Os miomas uterinos, também conhecidos por fibromiomas, são tumores benignos com origem no miométrio

Nesta época do ano, em que habitualmente se desfrutam as férias, é fácil perceber o forte impacto que os sintomas associados aos miomas – que contam com perdas sanguíneas abundantes ou persistentes e dor – podem causar, condicionando ou impedindo a realização de tarefas ou atividades próprias do verão, como desportos aquáticos, caminhadas ou simples passeios. Este impacto é ainda maior se estiver associada a anemia. “O cansaço associado interfere nas atividades diárias e, claro está, no bem-estar geral que se exige para usufruir de forma adequada das férias”, afirma a especialista em ginecologia e obstetrícia, Margarida Martinho.

No entanto, a existência destes sintomas depende do tamanho e localização dos tumores.

“Os fibromiomas são tumores benignos com origem na camada muscular do útero. Têm habitualmente uma forma arredondada e classificam-se de acordo com a zona do miométrico para onde crescem: submucosos, quando crescem para o interior do útero; intramurais, quando crescem no interior da camada muscular, e subserosos, se crescem para o exterior do útero”, explica a especialista do Hospital de São João, no Porto.

Uma menstruação mais abundante ou perdas de sangue fora do período menstrual,e  que podem resultar em anemia, constam da sintomatologia frequentemente associada aos miomas submucosos. “Menos frequentemente podem causar dores abdominais localizadas na região inferior do abdómen e são também os que mais afetam a fertilidade feminina”, acrescenta Margarida Martinho.

Os miomas subserosos quando volumosos podem causar dor abdominal, aumento do volume do abdómen e sintomas de compressão de outros órgãos abdominais, como a bexiga levando a mulher a sentir necessidade de ir à casa de banho com bastante frequência.

“Os miomas designados por intramurais, em função das suas dimensões, podem associar-se à dor abdominal, mas também a perdas de sangue exageradas”, refere a especialista justificando assim o impacto negativo que incorre no dia-a-dia da mulher afetada.

Tendo em conta, no entanto, que a grande maioria dos miomas não apresentam qualquer sintoma, a sua verdadeira incidência não é conhecida, estimando-se que esta varie entre 5 a 80% dependendo da idade e da raça, “com uma prevalência de 20 a 40% nas mulheres em idade reprodutiva e de 70 a 80% aos 50 anos”.

“Têm sido apontados vários fatores de risco para o desenvolvimento de miomas uterinos: idade, menarca precoce, história familiar (1º grau), raça negra, obesidade, hipertensão arterial, dieta (carnes vermelhas, álcool, cafeína) e a mulher que nunca deu à luz”, esclarece.

Sabe-se, por exemplo, que a incidência dos miomas é duas a três vezes superior na raça negra “causando mais vezes sintomas, sendo maiores e em maior número”. No entanto, parecem contribuir para o seu desenvolvimento vários fatores – genéticos, hormonais e de crescimento.

“40% dos miomas apresentam anomalias nos cromossomas”, revela a ginecologista. Por outro lado, alguns estudos sugerem que os estrogénios e a progesterona podem estimular o seu desenvolvimento, bem como algumas substâncias produzidas pelas células da camada muscular do útero podem levar ao seu desenvolvimento.

Fertilidade e saúde sexual

De acordo com Margarida Martinho, o impacto dos miomas na fertilidade é ainda fonte de dicussão entre os especialistas. “No entanto, cada vez mais é consensual que os miomas de tipo submucoso (os que crescem para a cavidade uterina) têm um impacto negativo na fertilidade da mulher e devem ser tratados de forma a aumentar a probabilidade de uma gravidez”, revela. Porém, nos outros tipos de miomas é mais difícil estabelecer essa relação de forma tão consistente.

Quanto ao seu impacto na saúde sexual, os miomas sintomáticos são os que condicionam de forma significativa esta atividade. “As perdas sanguíneas abundantes ou persistentes, muitas vezes associadas à dor abdominal (por vezes agravadas pela atividade sexual) são um fator limitante importante a uma vida sexual ativa e satisfatória”, justifica a ginecologista.

Não obstante, os principais riscos ou complicações associados aos fibromiomas são a anemia grave – com necessidade de tratamento com ferro ou transfusão -, e a necessidade urgente de cirurgia.

No caso de haver necessidade de recorrer a tratamento cirúrgico, este pode consistir na remoção do útero (histerectomia), na remoção do mioma (miomectomia) ou na embololização das artérias uterinas que “alimentam” o tumor.

De acordo com Margarida Martinho, a histerectomia é “neste contexto, o tratamento com maior eficácia, sobretudo a longo prazo, mas também muito radical e com riscos cirúrgicos associados”. “A miomectomia, apesar dos riscos da cirurgia, mantém a fertilidade da mulher”, compara.

No caso da embolização das artérias uterinas ou outras técnicas similares, a especialista afirma, mesmo admitindo que constituem alternativas terapêuticas a considerar, que são ainda bastante controversas.

Quando não é necessário recorrer ao tratamento cirúrgico, o tratamento hormonal é apontado como a principal opção, apresentando bons resultados na diminuição das hemorragias e no tamanho dos miomas. “Os tratamentos hormonais que têm essa capacidade são essencialmente os Agonistas da GnRH que produzem uma menopausa artificial com diminuição das hormonas femininas, mas que pelos seus efeitos secundários relacionados com a diminuição dos estrogénios não podem ser utilizados a longo termo, e o acetato de Ulipristal que interfere com a ação de outra hormona feminina, a progesterona, e que atualmente tem vindo a ser mais usado, uma vez que os estudos têm demonstrado a sua eficácia e segurança clínica”, explica.

Dada a incidência destes tumores, e sobretudo por, na sua grande maioria, não apresentarem qualquer sintoma, a especialista em ginecologia e obstetrícia do Hospital de São João apela a que esteja atenta. “Sendo difícil a sua prevenção, o mais importante é apostar no diagnóstico precoce o que implica a realização de consultas de rotina, pelo menos anuais, e a valorização de sinais e sintomas como o aparecimento de dores abdominais ou de perdas sanguíneas não habituais ou o aumento de perdas menstruais assim como o aumento do volume abdominal”, sublinha. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Fipronil
Portugal é um dos 26 Estados-membros afetados pelo comércio ou distribuição de ovos contaminados com o pesticida tóxico...

Segundo os dados mais recentes, na União Europeia só na Croácia e a Lituânia não foram ainda detetados ovos contaminados, uma crise que atinge ainda a Noruega, o Liechtenstein, a Suíça e a Rússia.

A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016, disse há uma semana a Comissão Europeia, precisando na altura que 34 países, a maioria na Europa, foram atingidos pela situação.

A contaminação de dezenas de milhões de ovos, resultante da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo fipronil, um antiparasitário forte estritamente proibido na cadeia alimentar, foi divulgada em agosto.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental e a Madeira apresentam hoje risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ de exposição à radiação...

Apenas os distritos de Viana do Castelo e Leiria têm risco ‘elevado’, tal como a ilha das Flores, nos Açores.

As restantes ilhas açorianas estão com valores ‘baixo’ ou ‘moderado’

Para as regiões com risco 'muito elevado' e ‘elevado’, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

No caso de risco ‘moderado’ são aconselhados óculos de Sol e protetor solar.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se muito nublado no litoral oeste até ao meio da manhã, podendo essa nebulosidade persistir em alguns locais da faixa costeira a norte do Cabo Raso.

A previsão aponta também para vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando moderado, com rajadas até 60 quilómetros por hora, no litoral oeste e nas terras altas, em especial a partir do início da tarde.

Está também prevista neblina ou nevoeiro matinal, pequena descida da temperatura mínima e pequena subida da máxima.

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se em geral pouco nublado nas vertentes sul da ilha e vento moderado predominando de nordeste, tornando-se moderado a forte nas terras altas a partir da tarde.

No Funchal, as temperaturas vão oscilar entre 20 e 27.

Para os Açores, o IPMA prevê céu muito nublado, com abertas durante a tarde, períodos de chuva ou aguaceiros, que poderão ser fortes durante a madrugada, condições favoráveis a ocorrência de trovoadas durante a madrugada (no grupo central) e vento do quadrante leste fraco a bonançoso.

Em Ponta Delgada (ilha de São Miguel) as temperaturas vão variar entre 21 e 27, em Angra do heroísmo (ilha Terceira) entre 21 e 26 e em Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) entre 20 e 25.

Em Lisboa as temperaturas vão variar entre 17 e 27 graus Celsius, no Porto entre 15 e 24, em Braga entre 14 e 29, em Viana do Castelo entre 14 e 24, em Vila Real entre 14 e 30, em Viseu entre 13 e 30, em Bragança entre 13 e 31, na Guarda entre 13 e 28, em Coimbra entre 16 e 27, em Leiria entre 16 e 24, em Castelo Branco entre 17 e 35, em Portalegre entre 15 e 33, em Santarém entre 16 e 30, em Évora e Beja entre 14 e 34, em Aveiro entre 17 e 22, em Setúbal entre 16 e 30 e em faro entre 19 e 30.

Governo cabo-verdiano
O Governo cabo-verdiano anunciou hoje um reforço de medidas para combater a malária, numa altura em que o país regista 167...

Segundo dados disponibilizados à imprensa pelo diretor do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP) de Cabo Verde, António Moreira, até hoje o país registou um total de 167 casos, entre autóctones e importados.

Os números são os mais altos desde 1991, segundo a evolução de que há registo e disponibilizada no site do Ministério da Saúde, em que o maior número até agora (autóctones e importados) tinha sido 140, registados em 2000, seguido de 125 casos em 1995.

Tal como em anos anteriores, a maioria dos casos surgiu na cidade da Praia, com um total de 153 locais e três importados, o maior número registado na capital cabo-verdiana, cujo máximo tinha sido 102 (95 locais e 7 importados) em todo o ano de 2001.

Segue-se a ilha de São Vicente, com seis casos, todos importados, e com registo de uma morte, de um cidadão de nacionalidade estrangeira que chegou doente à ilha.

António Moreira, que falava à imprensa após um reunião convocada e presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, avançou que há registo de mais três casos na ilha do Sal e dois em Santo Antão, todos também importados.

O ministro da Saúde e da Segurança Social, Arlindo do Rosário, avançou que o Governo, em parceria com todas as instituições com responsabilidade na matéria, vão intensificar as campanhas para tentar eliminar os viveiros e focos de mosquitos, que já estão identificados.

Salientando que as atividades terão maior incidência na Praia, o ministro indicou que serão realizadas ações no terreno, para eliminar águas estagnadas e todas as situações propiciadoras para o desenvolvimento dos mosquitos.

O governante pediu, por isso, envolvimento das várias estruturas do país e da sociedade civil para combater a doença, que tem 24 pessoas internadas no Hospital Agostinho Neto, na Praia.

O ministro recusou a ideia de qua as autoridades de saúde do país terão "baixado a guarda" para o surgimento de dezenas de casos nas últimas semanas, lembrando que o paludismo é urbano e que acompanha o desenvolvimento rápido da cidade da Praia.

Arlindo do Rosário salientou que Cabo Verde tem um "serviço de vigilância que funciona", que "diagnostica atempadamente as situações" e há um seguimento e acompanhamento dos casos, com internamento preventivo durante algum tempo para evitar aumento do parasita no sangue.

O também médico referiu que, apesar do aumento exponencial de casos desde meados de julho, a incidência da malária em Cabo Verde é de 0,25 por mil habitantes, e que um país é considerado de estar em fase de pré-eliminação pelo menos quando existe um caso por 1000 habitantes.

"Cabo Verde continua a ser um país em fase de pré-eliminação, mas em todos os países onde existe o vetor, em determinado momento pode haver surtos epidémicos, o que tem de ser diagnosticado e combatido", afirmou.

Em janeiro, Cabo Verde foi distinguido pela Aliança de Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) com o prémio Excelência 2017, pelos resultados alcançados no combate à doença.

A Organização Mundial da Saúde estima que o país tenha reduzido a sua taxa de incidência e de mortalidade associada à malária em mais de 40% no período decorrente e prevê também que tenha capacidade de eliminar a transmissão regional até 2020.

A malária, também conhecida por paludismo, é uma doença provocada por um parasita do género Plasmodium, que é transmitido aos seres humanos através da picada de uma fêmea do mosquito Anopheles.

Ainda sem vacina, é uma doença "instável", de transmissão sazonal, cujo maior período vai de julho a dezembro, toda a população é vulnerável, mas tem baixo risco de epidemia.

O ministro da Saúde confirmou que o Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) cabo-verdiano, com apoio da OMS e do BAD, está a realizar um estudo sobre a capacidade de resistência dos mosquitos aos produtos utilizados, bem como ao mapeamento dos viveiros.

Palácio de Belém
O Presidente da República visitou ontem a Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, a quem manifestou o...

Marcelo Rebelo de Sousa esteve ao final da tarde de ontem na Casa Acreditar de Lisboa - a associação tem outras duas casas, em Coimbra e no Porto -, que se situa junto ao Instituto Português de Oncologia e vai expandir-se para um edifício ao lado, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa.

No final da visita, o presidente da associação, João de Bragança, disse que esta é "uma casa longe de casa" para muitas crianças e jovens com cancro e para as suas famílias, e referiu que as obras de expansão vão custar à Acreditar cerca de "um milhão e 700 mil euros".

"Contamos com a sociedade civil para nos ajudar", declarou João de Bragança. Depois, dirigindo-se ao chefe de Estado, deixou-lhe um apelo: "Naquilo que nos puder ajudar, fica aqui o nosso pedido de sensibilização".

Marcelo Rebelo de Sousa ouviu também o pai de uma das crianças pedir-lhe para utilizar "a sua influência" para "ajudar esta casa".

Em seguida, rodeado de crianças, o Presidente da República destacou a campanha internacional de sensibilização para o cancro pediátrico "Setembro Dourado", que a Acreditar está a promover em Portugal.

"É uma campanha que se destina a todas as portuguesas e a todos os portugueses, para entenderem e, se o considerarem possível e adequado, apoiarem aquilo que é um trabalho já com muitos anos. Já são 23 anos, e a primeira casa há 15 anos. É muito tempo", afirmou.

"Está dado esse patrocínio, esse apoio a esta campanha e ao vosso trabalho em geral", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa realçou a importância das três casas desta associação "para meninos e meninas e suas famílias que vêm de longe, que vêm de fora, que têm a sua casa noutra casa, mas que utilizam estas três casas para garantirem o acompanhamento dos tratamentos".

"Continuamos a ter meninas e meninos que todos os anos precisam deste tratamento e deste apoio, todos os anos, e por isso é que tem de crescer a capacidade de acolhimento destas casas", considerou.

Antes de se despedir, o Presidente da República convidou as crianças e jovens apoiados pela Acreditar a visitarem-no no Palácio de Belém.

"Não é a minha casa, a minha casa, onde eu moro, é outra. Mas depois trabalho num sítio que se chama Palácio de Belém - é, tem o nome de palácio. Eu trabalho lá. Querem visitar-me um dia no Palácio de Belém?", perguntou.

Marcelo Rebelo de Sousa propôs que fossem todos visitá-lo, com as famílias, e que depois continuassem a visitar-se com frequência: "De vez em quando convidam-me para eu vir cá. Da próxima vez, convidem-me para eu comer qualquer coisa com vocês. Hoje não deu, fui só ver a cozinha. E outras vezes eu convido-os para vocês irem comer comigo".

Projeto de sustentabilidade
O Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães, vai implementar um projeto de sustentabilidade e eficiência no uso de recursos...

Em comunicado a unidade hospitalar vimaranense adianta que o investimento será de 3,6 milhões de euros, sendo que terá comparticipação pelo Fundo de Coesão da União Europeia em 95%, ao abrigo do programa Portugal 2020, e que estará "totalmente implementado em 2019".

Segundo o texto, a poupança será conseguida "através da produção autónoma de energia por fontes renováveis e pela redução do próprio consumo de energia", tendo por objetivo "uma gestão sustentável, integrada e racional da energia nos edifícios" do hospital.

"É um importante passo para o Hospital, quer no que toca à poupança energética, quer na utilização sustentável dos recursos. Será uma grande intervenção nos edifícios do Hospital, mudando de forma radical toda a gestão energética e tornando o hospital mais sustentável e amigo do ambiente", refere o administrador do Hospital, Delfim Rodrigues.

O responsável adianta ainda que a poupança resultante deste projeto "permitirá investirmos noutras áreas de atividade do Hospital, beneficiando os cidadãos que procuram os nossos serviços".

Para cumprir aqueles objetivos, "será feita a aplicação de isolamento térmico nas paredes e coberturas exteriores dos edifícios hospitalares, a substituição de vãos envidraçados por soluções mais eficientes com caixilharia em PVC e aplicação de película sombreadora".

Ao nível dos sistemas técnicos, o novo sistema "prevê a substituição dos atuais chillers, a passagem das caldeiras para biomassa e a colocação de variadores de frequência nos elevadores, a colocação de iluminação led no interior e exterior dos edifícios, a instalação de um sistema de produção de energia elétrica para autoconsumo, baseado em painéis fotovoltaicos e a instalação de um sistema e equipamentos para gestão do consumo de energia (Energy Manager)".

Além da "redução da fatura energética mensal", o investimento terá como "benefícios indiretos" a "poupança em manutenção, o conforto dos utilizadores e a segurança no abastecimento".

Evitar uso abusivo
A Ordem dos Farmacêuticos quer voltar a ter apenas nas farmácias alguns medicamentos não sujeitos a receita médica que hoje se...

Em declarações, a bastonária dos farmacêuticos, Ana Paula Martins, explicou que a proposta da Ordem, que deverá ser entregue ao Infarmed até final do ano, surge “não tanto pelas características farmacológicas das substâncias (…), mas pela sua utilização”.

Ana Paula Martins dá como exemplo a contraceção de emergência, afirmando: “se uma jovem todas as semanas usar contraceção de emergência pode tornar-se uma questão de saúde pública”.

Exemplifica ainda com o paracetamol, “um medicamento com uma das melhores relações beneficio-risco que se conhece” e que no Reino Unido, há uns anos, “começou a ser usado para intoxicação voluntária”.

Para a bastonária, a farmácia “garante uma disponibilização mais cuidada, mais avaliada e mais conscienciosa”.

“Na farmácia existem técnicos, existem farmacêuticos e um diretor técnico, que está lá”, afirmou.

A vontade de aumentar a lista dos medicamentos não sujeitos a receita médica de venda exclusiva em farmácias foi hoje revelada pelo jornal Correio da Manhã, que escreve que Portugal é o país da Europa com mais medicamentos fora das farmácias e critérios de segurança mais permissivos.

A posição da Ordem dos Farmacêuticos surge uma semana depois de a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) ter manifestado a expetativa do setor em alargar a lista de medicamentos não sujeitos a receita médica comercializados nos seus espaços.

"A expectativa do setor da distribuição" é de que "haja aqui um caminho que se faça no sentido de aumentarmos a lista dos produtos dos medicamentos não sujeitos a receita médica que podem ser vendidos e comercializados no espaço da distribuição", afirmou a diretora-geral da APED, Ana Isabel Trigo Morais, na semana passada, na apresentação do barómetro de vendas do primeiro semestre, que decorreu em Lisboa.

Segundo a responsável, "é expectativa dos associados da APED e do setor que os reguladores, nomeadamente o Ministério da Saúde e o Infarmed, revejam esta lista de medicamentos que podem ser vendidos nestes espaços de saúde [da distribuição] e que, à semelhança daquilo que acontece noutros países que começaram a experiência há muitos mais anos, nós possamos ter uma oferta ao consumidor mais diversificada, sempre no cumprimento do que são os requisitos para a realização desta venda".

Ordem/Norte
A secção do Norte da Ordem dos Médicos está a recomendar aos diretores dos hospitais e diretores dos serviços de Ginecologia e...

O presidente da Secção Regional da Ordem dos Médicos/Norte, António Araújo, afirmou que a recomendação, que está a ser feita hoje, visa alertar os responsáveis para a necessidade de “tomarem medidas para que os serviços não sofram diminuição de qualidade” na prestação de serviços à população, “designadamente em Obstetrícia”, face à possibilidade dos enfermeiros especialistas deixarem de integrar as equipas multidisciplinares.

Esta recomendação surge na sequência do protesto dos enfermeiros especialistas, muitos deles a trabalhar em blocos de partos e que estão a entregar na sua Ordem, desde a passada semana, o título de especialidade, o que impede que exerçam funções nos serviços especializados.

Esta ação dos enfermeiros visa exigir a revalorização salarial das suas funções como especialistas.

António Araújo afirmou estar convencido que esta ação dos enfermeiros especialistas “não terá grande impacto” na região Norte, contudo, “se de alguma maneira faltarem enfermeiros [nas equipas multidisciplinares porque entregaram o título], os diretores dos serviços irão reforçar as equipas médicas”.

“Todos os enfermeiros que entregarem a sua cédula deixam de ser especialistas e deixam de poder estar presentes nas equipas multidisciplinares”, sublinhou.

Para o responsável, “as grávidas não deverão ter receio, porque os médicos estão capacitados para exercer todas as funções”.

Questionado sobre a eventualidade de não existirem ginecologistas e obstetras suficientes para o reforço das equipas, António Araújo respondeu que, “nesse caso, alguma atividade dos serviços, sobretudo programada, irá ter que diminuir”.

Na região Norte, a recomendação é enviada para os centros hospitalares Douro e Vouga, Gaia/Espinho, Porto, São João, Vila do Conde/Póvoa de Varzim, Médio Ave, Trás-os-Montes e Alto Douro, unidades locais de saúde de Matosinhos, do Nordeste e do Alto Minho, bem como para os hospitais de Braga e Guimarães.

A OM está preocupada com impacto do protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica, que anunciaram entregar os títulos que os habilita profissionalmente para a especialidade, tendo já aconselhado estes profissionais a reportar casos de falhas nas equipas multidisciplinares que asseguram os partos e que reúnam as condições mínimas de funcionamento dos serviços.

Numa nota hoje publicada no seu ‘site’, o Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos faz recomendações na sequência dos protestos dos enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstétrica, manifestando preocupação com as grávidas e com a qualidade das condições de trabalho das equipas multidisciplinares.

“Sempre que a composição das equipas não esteja assegurada, os médicos podem e devem apresentar por escrito um requerimento dirigido ao Conselho de Administração do hospital, ao diretor clínico, ao diretor de Serviço de Ginecologia Obstetrícia, e com conhecimento do bastonário da Ordem dos Médicos, salientando que a composição da equipa não obedece às condições mínimas de funcionamento dos blocos de partos como se encontram definidas na Norma Complementar 1/2013”, lê-se na nota.

Para tal, a Ordem disponibiliza uma minuta de requerimento no portal da Ordem dos Médicos (www.ordemdosmedicos.pt.).

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