Mais de 20 mil doentes foram beneficiados na lista para cirurgias

Cerca de 22 mil pessoas não cumpriram os critérios de prioridade e de antiguidade e foram inscritos e operados no mesmo dia, revela o Jornal de Notícias desta terça-feira. Questionado pelo mesmo meio de comunicação sobre este problema, o Ministério da Saúde não respondeu.
Para além disso, quase 15% dos doentes inscritos para cirurgias no país ultrapassaram os tempos máximos de resposta estipulados na legislação. Através de um relatório de acesso a cuidados de saúde e de dados do Ministério da Saúde, o diário concluiu que houve falhas no sistema. Só em 2016 houve 211 mil pacientes que tiveram de esperar em média 3,3 meses por uma operação – o pior tempo desde o ano de 2011.
“Temos de ser duros face a situações que coloquem em causa o direito de acesso dos doentes”, disse ao JN o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço.
No ano passado, houve 210 906 pessoas inscritas na lista para cirurgias – mais de quatro mil deles com neoplastia malignas. Apesar de apenas se terem realizado 568 mil intervenções cirúrgicas em Portugal, este foi o valor mais elevado desde que o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgia está em funcionamento.