Onda de calor
O diretor-geral da Saúde ordenou que os delegados de Saúde visitassem, no fim de semana, lares de idosos e unidades de cuidados...

"Determino que os delegados de Saúde de todas as regiões visitem, durante o fim de semana, lares e unidades prestadoras, no quadro do plano de contingência [sazonal]", escreveu Francisco George numa de quatro mensagens enviadas à rede nacional de delegados de Saúde.

Francisco George ordenou ainda a entrada em funcionamento de "medidas imediatas" previstas no plano de contingência, como a "identificação de abrigos climatizados nas unidades prestadoras de cuidados" de saúde.

O diretor-geral da Saúde justifica as determinações com a "previsão do aumento das temperaturas no continente", com as máximas a poderem atingir, entre sábado e o dia de hoje, os 37ºC a 44ºC em alguns distritos.

Nas mensagens, Francisco George lembra ainda a necessidade de proteção contra os efeitos negativos do calor intenso e refere que os cidadãos podem obter informação na página da Direção-geral da Saúde na Internet (www.dgs.pt) ou através da linha Saúde 24 (808 24 24 24).

Estudo alerta para perigos
Os antioxidantes naturalmente presentes na alimentação fazem bem à saúde, mas não devem ser ingeridos como reforço nutricional...

Estudos sobre nutrição são publicados, nos dias de hoje, à velocidade da luz em revistas científicas de referência em todo o mundo, mas algo parece ser consensual: alguns suplementos vitamínicos, sobretudo os ricos em betacarotenos e em vitaminas A, C e E podem acarretar riscos para quem tem hábitos tabágicos ou para quem sofre de doenças como o cancro.

Uma meta-análise publicada em 2006 pelo Instituto de Saúde Pública dos Estados Unidos, com base em 68 ensaios clínicos, iniciava as hostilidades: a prova científica da presença ou ausência de benefícios nos multivitamínicos e suplementos minerais na prevenção de doenças é absolutamente "insuficiente". Mais tarde, em 2013, um estudo publicado pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, demonstra em ratos que alguns antioxidantes podem acelerar o crescimento de tumores, desaconselhando a toma de suplementos ricos em vitaminas A, C e E em doentes com cancro.

Outro estudo da Faculdade de Medicina de Nis, na Sérvia, e publicado pelo Journal of the American Medical Association (JAMA) em 2014, vai ainda mais longe: os betacarotenos e as vitaminas A e E estão associadas ao incremento da mortalidade na ordem dos 7%, 16% e 4%, respetivamente.

"Antes de mais o que há que frisar é que as pessoas devem ter uma alimentação rica em verduras e frutas, porque só e apenas os alimentos naturais contêm a proporção de nutrientes necessários ao ser humano", começa por explicar Javier Aranceta, médico, professor associado da Universidade de Navarra e presidente do Comité Científico da Sociedade Espanhola de Nutrição Comunitária.

"Uma suplementação vitamínima só é precisa quando a pessoa não consegue ingerir a quantidade de vitaminas, minerais e nutrientes de que necessita e deve ser prescrita por um médico e nunca tomada por iniciativa própria", salienta, "sob pena de ter efeitos nocivos".

O perigo dos antioxidantes

É aqui que entra o perigo dos antioxidantes quando tomados como suplementos no caso dos fumadores. "Os antioxidantes em contacto com os componentes do tabaco provocam alterações no corpo, aumentando a atividade proxidante que pode dar origem a doenças oncológicas e doenças cardiovasculares", salienta. "O melhor é procurar esses antioxidantes numa alimentação saudável e variada. E melhor ainda seria largar o tabaco", frisa.

Em relação aos doentes oncológicos, o médico frisa que estes devem ter uma dieta rica em antioxidantes naturais, sobretudo os provenientes dos frutos vermelhos, como os arandos, morangos, uvas, amoras, mirtilos, entre outros. "A maioria dos antioxidantes não estão ainda reproduzidos pela farmacologia, portanto o ideal é procurá-los numa alimentação saudável", assevera.

Carência de vitaminas e nutrientes na população

Para este professor universitário, "na sociedade atual é frequente uma situação de risco de ingestão inadequada de folato, vitamina D, cálcio, magnésio, ferro e zinco, entre outros".

"No Sul da Europa, contrariamente ao que se pensa, existe défice de vitamina D na população e esta é crucial no desenvolvimento do feto na gravidez e na manutenção das funções cognitivas em pessoas mais velhas", alerta ainda o professor.

Javier Aranceta recorda que durante a gravidez a suplementação é muitas vezes necessária. "Tanto o médico como a parteira devem dar orientações necessárias que no caso da alimentação deve ser dada de forma individual e de preferência com o acompanhamento de um nutricionista".

"As pessoas com situações especiais, doença crónica e os idosos podem precisar também de orientações individualizadas. O profissional de saúde deve indicar a possibilidade de complementar a sua dieta normal com alimentos enriquecidos, alimentos funcionais ou suplementos de vitaminas", explica.

Já "os atletas e pessoas com estilo de vida mais ativo podem precisar de um aporte extra de líquidos, nutrientes ou alimentos que deve ser valorizado de forma continuada", acrescenta o especialista.

Novos dados
Um novo estudo publicado na revista “Neurology” sugere que um simples teste de identificação de odores poderá ajudar a...

Na altura em que surgem os primeiros sintomas da Doença de Alzheimer, como a perda de memória, a doença poderá já estar instalada há mais de 20 anos.

Por isso, vários estudos têm tentado encontrar mecanismos para identificar precocemente esta patologia neurodegenerativa, na tentativa de reduzir a prevalência dos sintomas.

Um estudo conduzido por John Breitler, da Universidade McGill, nos Estados Unidos, recrutou cerca de 274 pessoas, com uma média de idades de 63 anos, que se encontravam em risco de desenvolver esta doença incurável.

Os investigadores convidaram os participantes a realizarem um teste de identificação de odores com amostras variadas de produtos como gasolina, pastilha elástica e limão. Destes participantes, 100 voluntariaram-se para serem submetidos a punções lombares para medir a quantidade de proteínas associadas à Doença de Alzheimer no líquido cefalorraquidiano. Concluiu-se que os participantes com mais dificuldades em identificar odores foram os que evidenciaram mais marcadores biológicos da doença.

"Esta é a primeira vez que alguém conseguiu demonstrar claramente que a perda da capacidade de identificar odores pode estar relacionada com os marcadores biológicos que indicam o avanço da doença", comentou Marie-Elyse Lafaille-Magnan, primeira autora, numa nota apensa ao estudo.

"Isto faz sentido porque sabe-se que o bulbo olfatório (envolvido no sentido do olfato) e o córtex entorrinal (envolvido na memória e em nomear os odores) estão entre as primeiras estruturas cerebrais a serem afetadas pela doença", disse ainda.

Obesidade
A obesidade, de facto, afeta a qualidade de vida!

A obesidade é uma doença e um problema de saúde pública desde o seu início.

O eixo verão surge aqui apenas para relembrar que a obesidade é uma doença crónica que afeta múltiplos órgãos e sistemas do organismo e não é apenas no Verão, por as pessoas se desnudarem que o problema surge. A doença obesidade está sempre presente – quer seja Verão ou inverno - desde que se instalou. E as pessoas com obesidade ou pré-obesidade devem encarar o problema de forma crónica, isto é, modificar o seu estilo de vida (padrão alimentar e prática regular de exercício físico) para toda a vida e não apenas nesta época.

De facto, as consequências da obesidade são múltiplas e podem atingir todos os órgãos e sistemas do organismo e vou apenas enumerar algumas das complicações associadas à obesidade: insulino-resistência, diabetes, dislipidemia aterogénica, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, inflamação vascular, apneia obstrutiva sono, doenças gastrointestinais e hepáticas (esteatose hepática, cirrose), síndrome do ovário poliquístico, infertilidade, artroses, insuficiência vascular, depressão, morte cardiovascular e vários cancros como mama, endométrio e próstata.

Mas, se o doente perder peso pode reverter muitas destas complicações. Por vezes, pequenas perdas de peso, na ordem dos 3 a 5% podem concorrer para a melhoria ou controlo destas complicações.

Mas a mensagem mais importante é: a obesidade é uma doença crónica. Procure o seu médico. Não tenha pensamento mágico: não existe nenhuma intervenção miraculosa de curto prazo que trate ou cure uma doença crónica. Seja realista, procure aqueles que estão treinados e capacitados cientificamente para abordar doenças crónicas complexas.


Profª Paula Freitas - Endocrinologista do Centro Hospital de S. João e Professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto 

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Iniciativa APN
A Associação Portuguesa de Nutrição (APN) quer que o tema da alimentação sustentável seja discutido em contexto escolar junto...

"As crianças cada vez não sabem de onde vem o alimento até chegar ao prato. Não há noção do impacto ambiental [consumo de água na produção ou de combustível no transporte, etc.] que o alimento tem no dia-a-dia. E essa mensagem pode ser passada facilmente às crianças e com isso conseguimos modelar os comportamentos dos futuros adultos que teremos", apontou Helena Real à agência Lusa.

Esta ideia integra o conjunto de recomendações que a APN - que sucede à Associação Portuguesa dos Nutricionistas e que foi apresentada em julho no Porto, passando a deter uma função técnico-científica - apresentou, na fase de consulta pública, ao Governo no âmbito da Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável, um documento interministerial que apresenta metas para o período 2017/2020.

Helena Real referiu que a APN ficou "agradada" com o lançamento desta estratégia, até porque "não havia histórico na área da alimentação e nutrição", mas para que "a estratégia seja consolidada, bem pensada e existam resultados", esta associação recomenda o "reforço das mensagens associadas à sustentabilidade alimentar".

"Há aspetos elencados de forma transversal mas devem ser reforçados. Uma alimentação sustentável é uma alimentação saudável e uma alimentação saudável poderá não ser uma alimentação sustentável. A nossa proposta é inserir no eixo de desenvolvimento da literacia e de autonomia da população, a mensagem da sustentabilidade alimentar", referiu a secretária geral da APN.

A associação defende uma intervenção precoce junto da sociedade, ou seja através das crianças, sugerindo a criação de uma disciplina extracurricular no 1.º ciclo de ensino (com enfoque no 3.º e 4.º anos de escolaridade), podendo juntar várias áreas como a saúde, o ambiente, a economia e a agricultura e interligar várias disciplinas como as ciências, a matemática e a geografia.

Como exemplo da pertinência de uma intervenção precoce, a APN lembra que o tema da reciclagem também foi tratado junto deste grupo etário, e sugere que a história do alimento seja contada aos mais novos, somando-se a promoção de visitas de estudo a quintas pedagógicas, entre outros locais.

"É importante que todas estas medidas sejam implementadas por equipas multidisciplinares. É importante haver investimento nos recursos humanos. A estratégia [Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável] é interessante porque é ambiciosa mas há objetivos muito claros a atingir até 2020 e às vezes para haver poupança de recursos é importante que haja investimento em recursos", referiu Helena Real.

Partindo das definições da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), uma alimentação sustentável é uma alimentação mais amiga do ambiente, saudável, acessível à população, ou seja dando acesso facilitado aos alimentos locais e nacionais, e economicamente justa.

Ainda no âmbito deste tema, a APN criou recentemente o "Ebook Sustentabilidade Alimentar", uma espécie de livro digital que está disponível gratuitamente em www.apn.org.pt.

Além de conceitos, esta ferramenta dedica um capítulo a refeições sustentáveis, sendo o objetivo "despertar a população e incentivá-la a fazer escolhas mais informadas".

O ‘ebook' é dedicado à população em geral e a profissionais de saúde, tendo a secretária-geral da APN exemplificado à Lusa o porquê da associação também apostar na sensibilização dos próprios agentes da área: "Hoje em dia já não é suficiente que um nutricionista diga que é importante consumir fruta, é importante que diga que é necessário consumir fruta de preferência fresca, local e sazonal", exemplificou.

Paralelamente, em setembro, a APN retoma o ciclo de conferências mensais com uma iniciativa no dia 08 em Tavira, seguindo-se até ao final do ano Porto, Guimarães e Coimbra.

DECO alerta
O alerta é da associação de defesa do consumidor DECO que analisou a composição e preço de cinco marcas comercializadas no...

Em cinco marcas de sumo de limão para temperar analisadas pela DECO, uma continha mais água do que sumo e todas incluíam sulfitos, químicos que podem provocar reações alérgicas em pessoas mais sensíveis.

"Todas [as marcas analisas] incluem o conservante E224, que pode ser um problema para pessoas com alergias ou intolerâncias alimentares", alerta a associação.

O E224 é um aditivo que funciona como antioxidante, conservante e estabilizador. Tratando-se de um sulfito, pode provocar efeitos secundários em pessoas mais sensíveis. Asma, dores de cabeça, irritação gástrica ou cutânea, eczema, náuseas e diarreia são alguns dos sintomas comuns deste tipo de alergias.

Mais caro, mas menos saudável

Os cinco produtos analisados são mais caros do que o sumo de limão natural. Duzentos mililitros da marca mais barata custam 45 cêntimos. A mesma quantidade de sumo espremido à mão sai por 34 cêntimos, "com a vantagem de ser sumo totalmente puro".

"O sumo espremido à mão é 100% puro e mais barato", recordam os especialistas da DECO.

"O sumo de limão embalado tenta substituir a fruta fresca e pode ser mais prático para temperar a comida no dia-a-dia. Porém, é menos saudável e mais caro. Prefira o sumo natural, para evitar o consumo desnecessário de aditivos. Para não perder tempo a espremer um limão sempre que precisar, pode fazer uma grande quantidade e congelar em cuvetes", sugere a associação.

Pedopsiquiatra explica
É comum observar o uso da palavra brincar quase de forma indiscriminada no dia-a-dia, e até com tonalidade pejorativa, como...

No entanto, brincar apresenta-se como uma atividade fundamental para o desenvolvimento saudável da criança. É através do brincar que as crianças aprendem a compreender o mundo, a conceptualizar soluções para os problemas, a desenvolver a linguagem, a cognição e a capacidade de se relacionarem com os outros.

No contexto social atual, numa tentativa de oferecer às crianças atividades que lhes permitam desenvolver competências físicas e intelectuais, parece que nos vamos esquecendo de lhes dar tempo de brincadeira livre, onde possam ir mentalizando e refletindo as suas vidas internas e relacionais. Está muitas vezes subjacente o receio de que a ausência de atividade concreta possa levar a comportamentos disruptivos e início de atividades “perigosas”.

Porém, a ausência de tempo para brincar é um fator de risco importante para alterações do desenvolvimento e surgimento de sintomas psiquiátricos.

Em paralelo, as crianças de hoje despendem uma quantidade crescente do seu tempo em atividades que implicam a utilização de um ecrã (televisão, vídeos e jogos no PC, tablet ou smartphones). Esta utilização tem vindo a ser associada a atrasos no desenvolvimento da linguagem e a comportamento agressivo.

É, por isso, importante transmitir às crianças conceitos saudáveis do uso digital e os pais desempenham um papel essencial no ensino dos mesmos.

E as brincadeiras em família?

Famílias que brincam juntas, aprendem juntas. A participação das famílias incentiva as interações sociais, fortalece as ligações afetivas e a transmissão de ensinamentos. É uma boa maneira de os pais demonstrarem atitudes e valores familiares, uma oportunidade de compartilharem as suas próprias experiências e de compreenderem como os filhos se estão a desenvolver.

Brincar é por isso fundamental no desenvolvimento da criança, da família e da sociedade.

Comunidade científica não concorda
O alerta parte de um epidemiologista israelita devido à queda para metade, nos últimos 40 anos, do número de espermatozoides...

A espécie humana está em perigo, caso continue a queda abrupta do número de espermatozoides contabilizados nos homens, alerta o epidemiologista Hagai Levine, professos e investigador na Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel.

 Perto de 200 estudos já realizados, entre 1973 e 2011, vão no mesmo sentido e indicam que a contagem de esperma caiu para metade nos últimos 40 anos, sobretudo nos homens da Europa, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.

«Se não mudarmos a forma como vivemos, o meio ambiente e os produtos químicos a que estamos expostos, estou muito preocupado com o que acontecerá no futuro. Eventualmente, podemos ter um problema com a reprodução em geral, e pode ser a extinção da espécie humana», declarou o investigador à BBC.

 Ao fazer uma meta análise a estes dados, Levine descobriu um declínio de 52,4% na concentração de esperma e um declínio de 59,3% na contagem total de esperma em homens da América do Norte, Europa, Austrália e Nova Zelândia. O estudo também indica que a taxa de diminuição é contínua e pode estar a aumentar.

 Porém, por outro lado, não houve declínio significativo na América do Sul, Ásia e África, mas os pesquisadores apontam que muito menos estudos foram conduzidos nestes continentes. No entanto, Hagai Levine está preocupado que, eventualmente, as contagens de esperma também possam cair nesses lugares.

 A comunidade cientifica não está, no entanto, toda de acordo. Segundo a BBC, cientistas não envolvidos no estudo louvaram a qualidade da pesquisa, mas dizem que pode ser prematuro chegar a tal conclusão.

 Muitos estudos anteriores indicaram declínios acentuados similares na contagem de esperma nas economias desenvolvidas, mas os céticos dizem que uma grande proporção deles está errada.Isto porque, alegam, alguns estudos são muito pequenos e incluíam apenas homens que frequentavam clínicas de fertilidade, pelo que são mais propensos a terem baixas contagens de esperma. Também há preocupação de que os estudos que afirmam mostrar um declínio nas contagens de esperma são mais propensos a serem publicados em revistas científicas do que aqueles que não chegam a tal conclusão.

Estudo
Cerca de 80% das crianças tratadas com probióticos e imunoterapia mantiveram-se tolerantes ao amendoim quatro anos após o...

Investigadores australianos fizeram um avanço no tratamento da alergia ao amendoim em crianças, ao conseguirem que dois terços das crianças do estudo não fizessem alergia ao fruto seco ao fim de quatro anos, revela o Murdoch Children’s Research Institute, entidade que procedeu ao estudo, em comunicado.

 O tratamento feito com probióticos e imunoterapia oral mostrou sinais de ser duradouro, uma vez que mantém os seus efeitos ao fim de quatro anos após o início do estudo, mostrando fortes evidências de que uma cura pode ser possível e dando indicações importantes de como atacar a epidemia de alergias alimentares existente atualmente, revela o instituto.

 No final do teste original, em 2013, 82% das crianças que receberam a imunoterapia oral probiótica foram consideradas tolerantes aos amendoins. Quatro anos depois, a maioria das crianças que ganharam a tolerância inicial continuam a ingerir amendoins (80%) e passaram um teste de desafio adicional confirmando a tolerância de longo prazo ao amendoim (70%).

 «Estas crianças comem amendoim livremente sem terem que seguir nenhum programa específico de ingestão de amendoim após o término do tratamento. Mais de metade consome quantidades moderadas ou grandes quantidades de amendoim numa base regular, outros apenas comem amendoins com pouca frequência. A importância desta descoberta é que essas crianças foram capazes de comer amendoim como crianças que não têm alergia e ainda mantêm o seu estado de tolerância», explica Mimi Tang, líder da pesquisa.

 «Estas descobertas sugerem que o nosso tratamento é eficaz para induzir tolerância a longo prazo, até quatro anos após o término do tratamento, e é seguro. Também sugere a possibilidade emocionante de que a tolerância é um alvo realista para tratar a alergia alimentar. Este é um grande passo em frente na identificação de um tratamento eficaz para resolver o problema de alergia alimentar nas sociedades ocidentais», concluiu Tang.

Especialista alerta
Escolher o calçado adequado para cada tipo de pé é meio caminho andado para evitar lesões e usufruir de todos os benefícios da...

"Mais importante que as inúmeras caraterísticas individuais que o calçado deve ter, desde a cor, design, tamanho, formato e marca, há dois aspetos que são fundamentais na hora de escolher o melhor calçado, falamos do peso do desportista e do tipo de piso onde se vai praticar desporto", revela Nuno Côrte-Real.

E acrescenta: "O peso da pessoa é um fator de extrema importância, na medida em que a corrida multiplica o impacto do peso do corpo entre três a seis vezes. Por exemplo, num indivíduo de 60 quilos, o calçado terá de suportar um impacto mínimo de 180 quilos, multiplicado pelo número de quilómetros feitos pela pessoa. Um reforço de dez por cento nos elementos amortecedores, caraterística muito importante a ter em conta já que absorve o impacto inicial, onde se exerce a maior pressão, reduz em cerca de 20 quilos a força no impacto de uma pessoa de 70 quilos".

"O tipo de piso é outro aspeto fundamental mas nem sempre é possível que as pessoas comprem vários tipos de calçado de acordo com o tipo de piso. Deve ser considerado o piso que se utiliza com mais frequência e recomenda-se o calçado com maior tração para a terra batida, com maior capacidade de amortecimento na corrida em alcatrão e, se o local escolhido for a praia, que permita amortecer o impacto na areia", alerta o especialista.

A corrida ou caminhada são atividades aconselhadas a todo o tipo de pessoas independentemente do aporte físico e da idade.

Estes exercícios promovem a melhoria da condição física, ajudam a manter o peso ideal, diminuem os níveis de stress e ansiedade e ajudam a prevenir doenças cardiovasculares. No entanto deve sempre consultar o seu médico antes de iniciar uma atividade desportiva.

SNS
Pelo menos um psicólogo na liderança clínica dos centros de saúde e serviços de nutrição em todos os hospitais são algumas das...

É necessário um reforço dos psicólogos nos cuidados de saúde primários e mais trabalho em equipa, com alargamento de consultas e outras intervenções na área de psicologia que devem dar prioridade a situações de depressão e ansiedade.

Esta é uma das recomendações do grupo de trabalho que organizou uma proposta de prestação de cuidados nesta área no SNS, que está em discussão pública até ao final do mês. O dia 31 de agosto é também o prazo final para a entrega de contributos em torno da proposta da criação de serviços de nutrição em todas as instituições do SNS, desta feita uma proposta da Ordem dos Nutricionistas acolhida pelo ministério da Saúde.

Estas são duas áreas distintas na organização dos serviços de saúde pública que prometem, assim, desenvolvimentos nos próximos meses.

O grupo de trabalho mandatado em novembro do ano passado para estudar a oferta de psicologia no SNS propõe mesmo que a liderança clínica dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) passe a incluir um elemento da equipa de psicologia, “para articulação e planeamento estratégico integrado da intervenção psicológica de proximidade.” Parte da análise do grupo de peritos consistiu num inquérito feito em maio junto dos psicólogos do SNS e que contou com 241 respostas, uma taxa de adesão de 26,1% tendo em conta os 917 psicólogos do SNS. Ainda assim, as respostas sugerem que a maioria dos profissionais considera que o plano de atividades de psicologia nos cuidados primários face aos recursos existentes poderia estar melhor adaptado, situação que se repete nos hospitais. E embora tenham uma visão positiva do trabalho, alguns profissionais consideram que falta colaboração e mais meios para acompanhamento de estágios nas instituições. Uma proposta dos peritos é uma quota anual para acolher psicólogos estagiários no SNS. O relatório revela ainda que as perturbações de ansiedade são as situações mais acompanhadas pelos psicólogos, mas destacam-se ainda situações de luto, vítimas de violência doméstica e perturbações bipolares, frisando-se a necessidade de trabalho na comunidade, incluindo consultas psicológicas no domicílio para apoio a acontecimentos da vida, adesão a medicamentos e autocuidados.

No campo da nutrição, a proposta da Ordem procura responder melhor a uma realidade nacional em que 50% da população sofre de excesso de peso e 11,7% da população tem diabetes, ao mesmo tempo que até 14,9% dos doentes chegam aos hospitais em estado de desnutrição. Os nutricionistas defendem que o serviço de nutrição deverá ser autónomo, dependente do diretor clínico, com competências variadas consoante o tipo de instituição. Poderão estudar, por exemplo, os desequilíbrios alimentares geradores de doença na comunidade e intervir ao nível da saúde pública. Nos hospitais, propõem-se consultas de nutrição associadas a diferentes especialidades ou participar no planeamento do fornecimento de refeições.

Crianças
O alerta já tinha sido feito por uma especialista norte-americana na área da psicologia. Um novo estudo da Concordia University...

As crianças estão a ver muita televisão, o que acaba por comprometer o seu rendimento escolar. A tese é defendida por uma nova investigação da Concordia University, no Quebeque, no Canadá. Nos casos de famílias com baixos rendimentos, o problema tende a ser maior. «Ainda que se tratem de conteúdos de qualidade, é preciso monitorizar a quantidade total [de tempo que consagram à televisão]», adverte Caroline Fitzpatrick.

«Essa atividade rouba tempo a outras [que ajudam ao desenvolvimento da criança]», afirma a investigadora, coautora da pesquisa. A teoria é também subscrita por Lynne Murray. A professora de psicologia do desenvolvimento, autora do livro «Psychocoly of babies», diz mesmo que as crianças com menos de dois anos não vejam televisão, tal como a Academia Americana de Pediatria aconselha.

Segundo esta especialista, as crianças que veem muita televisão ficam com um vocabulário mais pobre e apresentam um rendimento escolar pior. A diferença é que, para Lynne Murray, ao contrário de Caroline Fitzpatrick, esta situação não varia de acordo com a classe social. Além disso, pode levar as crianças a interagir pouco com os irmãos e com os pais e a deixar de brincar com os jogos tradicionais.

Incêndios
A Direção Geral da Saúde (DGS) alertou para os riscos associados à exposição ao fumo causado pelos incêndios florestais, que...

“O fumo proveniente dos incêndios possui elevados níveis de partículas e toxinas que podem ter efeitos nocivos a nível respiratório, cardiovascular e oftalmológico, entre outros. Os principais sintomas incluem irritação nos olhos, nariz e garganta, tosse persistente, sensação de falta de ar, dor ou aperto no peito e fadiga”, escreve a DGS numa nota informativa.

A Direção Geral da Saúde recomenda que se evite a exposição ao fumo, devendo as pessoas manterem-se em casa, com janelas e portas fechadas, em ambiente fresco, e se possível ligarem o ar condicionado para fazer a circulação do ar.

“Evitar atividades ao ar livre, evitar a utilização de fontes de combustão dentro de casa (aparelhos a gás ou lenha, tabaco, velas, incenso, entre outros) e utilizar máscara/respirador (N95) sempre que a exposição for inevitável” são outras medidas aconselhadas.

A DGS pede igualmente que as pessoas mantenham a medicação habitual “se tiverem doenças associadas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC)”, que se mantenham informadas, hidratadas e em locais frescos.

Para mais informações, a DGS pede que se ligue para o SNS 24 (808 24 24 24) ou consulte o ‘site’ do serviço www.dgs.pt, lembrando que em caso de emergência deve ser chamado o 112.

Estudo
Um grupo de cientistas acredita ter descoberto uma forma para voltar a fazer o cabelo crescer.

Um estudo realizado por vários investigadores da Universidade da Califrónia em ratos mostrou que o aumento da produção de lactase - enzima que catalisa a hidrólise da lactose em glicose e galactose - acelera geneticamente as células-tronco nos folículos capilares dormentes, fazendo com que estes voltem a crescer.

Os cientistas acreditam que esta descoberta pode originar a criação de novos medicamentos para ajudar as pessoas que sofrem, por exemplo, de alopecia ou calvície.

De acordo com o Daily Mail, que cita Willim Lowry, professor de biologia molecular na UCLA, e principal autor do estudo, "Antes disto, ninguém sabia que aumentar ou diminuir a lactase teria um efeito nas células-tronco do folículo piloso. Assim que vimos como a alteração da produção de lactase nos ratos influenciou o crescimento do cabelo, isso levou-nos a procurar medicamentos que potencialmente poderiam ser aplicados à pele e ter o mesmo efeito".

A equipa de investigadores, para já, ainda só descobriu duas drogas experimentais que, quando aplicadas na pele dos ratos, têm este efeito de fazer os pelos crescer.

Contudo, ainda serão necessários mais estudos para comprovar esta influência da lactase em humanos.

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Cirurgias
O Instituto de Apoio à Criança (IAC) congratulou-se hoje com a possibilidade de os pais poderem acompanhar os filhos até aos 18...

Este direito foi instituído num despacho do secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, publicado em Diário da República em 02 de agosto, que também é aplicado a pessoas adultas com deficiência ou em situação de dependência.

Num comunicado hoje divulgado, o IAC aplaude esta medida, afirmando que que vai ao encontro do que o instituto defende há 30 anos, designadamente no que respeita ao “direito à assistência médica e aos cuidados de saúde necessários e adequados às crianças”.

Fernando Araújo refere no despacho que “a ansiedade da criança ou jovem e da família tendem a diminuir quando existe suporte emocional no pré-operatório, sendo este importante quer por razões humanitárias e de desenvolvimento, quer porque aumenta a cooperação com a equipa de saúde, quer ainda porque reduz a angústia ao acordar e assim os problemas de comportamento no pós-operatório”.

O IAC apoia esta posição e sublinha que “para a criança, a hospitalização significa a separação da família, a rotura com as suas atividades diárias, doença e tratamentos, ou seja, sofrimento e dor”.

“Estes fatores manifestam-se de diferentes formas e podem ser geradores de ansiedade, pelo que se considera como prioritário a humanização dos serviços de atendimento à criança”, defende no comunicado.

Para o IAC, o “direito aos melhores cuidados é um direito fundamental para o desenvolvimento integral e harmonioso da Criança”.

A este propósito, o instituto lembra que publicou, em 1998, a Carta da Criança Hospitalizada, que reafirma os direitos da criança hospitalizada e expressa “os princípios universalmente aceites”, como “o internamento como último recurso” ou “o acompanhamento pelos pais ou seus substitutos dia e noite”.

O dever de informar as crianças e os pais sobre qualquer tratamento, para os incentivar à participação, decisão e colaboração dos cuidados, e o dever da equipa de saúde responder às necessidades psicológicas e emocionais das crianças e das famílias são outros princípios expressos na carta.

O despacho determina que as instituições hospitalares que realizam intervenções cirúrgicas a crianças e jovens devem implementar as medidas necessárias até 31 de dezembro, para permitir o acompanhamento familiar da criança ou jovem.

Alimentos frescos e saudáveis
Uma tecnologia para conservar os alimentos sem recurso a tratamento térmico nem substâncias químicas foi desenvolvida por...

A finalidade desta tecnologia é "produzir de alimentos mais frescos e saudáveis, que sejam benignos tanto para a saúde como para o ambiente", disse à Lusa o investigador Norton Komora, da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica, do Porto, uma das entidades responsáveis pelo projeto.

Para além disso, com este projeto, pretende-se responder "às novas tendências biológicas e ao perfil cada vez mais ‘conscious consumer’ (consumidor consciente) a nível mundial", indicou.

De acordo com o investigador, muitos dos alimentos processados são submetidos a tratamentos com altas temperaturas (alguns acima dos 70 graus centígrados), como a pasteurização, com o propósito de reduzir ou eliminar a carga microbiana potencialmente nociva à saúde dos consumidores, garantindo a sua segurança alimentar.

No entanto, apesar de a aplicação do calor proporcionar um "alimento seguro", esta tem "um impacto negativo nas características associadas à sua frescura e sabor".

A tecnologia, desenvolvida no âmbito do projeto Bio-Cold Pasteurization, promove a inativação microbiana através da utilização sinérgica de agentes antimicrobianos naturais e alta pressão, a uma temperatura máxima de 20 graus centígrados.

Numa primeira fase, explicou o investigador, os agentes antimicrobianos naturais são incorporados nos alimentos, sendo depois embalados e submetidos a condições mínimas de alta pressão e temperatura de refrigeração.

A tecnologia, que demorou cerca de dois anos a ser desenvolvida, pode ser aplicada a uma vasta gama de alimentos, "diferenciando-se pela sua capacidade de gerar uma multiplicidade de ‘cocktails' de agentes antimicrobianos, formulados à medida, que levam à inativação de diversos agentes patogénicos em diferentes tipos de alimentos", acrescentou Norton Komora.

A ideia para este projeto surgiu da necessidade de atingir a ausência de bactérias patogénicas em alimentos tradicionais que não podem sofrer processamento térmico, pois perdem as suas principais características, como é o caso dos queijos de leite cru, dos produtos de charcutaria frescos e fermentados e dos mariscos.

Para além de Norton Komora participam no projeto os investigadores Cláudia Maciel, Paula Teixeira e Sónia Marília Castro, da ESB, e Jorge Saraiva, do Departamento de Química da Universidade de Aveiro.

O Bio-Cold Pasteurization foi um dos dois projetos premiados, em julho, na primeira edição do Biotech_agrifood Innovation, um concurso da ESB que visa contribuir para a valorização de resultados de investigação no setor agroalimentar.

Investigadores revelam
O cheiro do plástico quando colonizado por bactérias e algas no mar leva os peixes a confundi-los com alimento e a ingeri-los,...

Muitas espécies de peixes engolem restos de plástico, lembram investigadores da Universidade da Califórnia e do Aquarium da baía de São Francisco, num estudo publicado numa revista britânica de ciência.

A ingestão de plásticos pode ser fatal e leva a uma acumulação de substâncias tóxicas ao longo da cadeia alimentar, quando os predadores se alimentam de presas que ingeriram plásticos.

Os cientistas estudaram as reações de um cardume de anchovas na Califórnia ('engraulis mordax') – que se alimentam normalmente de zooplâncton - face a uma mistura contendo partes específicas de plásticos e outra contendo restos de plásticos cobertos de algas.

"Os cardumes de anchovas reagiram ao cheiro de plástico aproximando-se mais", constataram os investigadores. Os resultados "são semelhantes" aos obtidos quando estes peixes estão na presença de alimento ou são confrontados com o cheiro de alimento, explicam.

Erro sensorial

Em compensação, as anchovas não reagiram bem aos restos limpos dos plásticos, o que constitui, de acordo com os cientistas, "a primeira prova experimental de que as anchovas adultas usam o olfato para encontrar comida" e de que a "assinatura química" adquirida pelos plásticos quando cobertos com seres próprios do mar pode levar os cardumes a considerá-los como comida.

Estudo
Um estudo britânico defende que o RhinoChill, usado para evitar situações de hipotermia e danos permanentes após um ataque...

Um grupo de cientistas britânicos descobriu que o RhinoChill, um dispositivo usado para evitar situações de hipotermia e danos permanentes após um ataque cardíaco, desenvolvido no início da década de 2000, é eficaz contra as enxaquecas. Segundo o Journal of Headache and Pain, uma borrifadela do líquido frio que o aparelho distribui em cada narina tende a diminuir as dores de cabeça mais fortes.

Num estudo com 15 voluntários, os especialistas apuraram que seis deixaram de se queixar 20 minutos após a inalação. Sete confirmaram ter sentido um alívio parcial da dor. Os restantes dois admitiram não ter sentido qualquer alteração. O dispositivo está também a ser testado pela NASA, a agência espacial norte-americana, para evitar situações de hipotermia cerebral nos astronautas em missão no espaço.

O arrefecimento cerebral rápido dos pacientes durante os primeiros minutos após um ataque cardíaco pode potenciar a sobrevivência e diminuir o risco de danos neurológicos, que ocorrem quando o cérebro deixa de ser irrigado. Até agora, os investigadores não tinham conseguido fazê-lo de forma a que não afetasse o resto do corpo mas um novo equipamento veio solucionar o problema.

O RhinoChill é um dispositivo portátil desenvolvido nos EUA que arrefece o cérebro ao bombear um líquido refrigerante através do nariz. Assim, a temperatura corporal do paciente é reduzida para cerca de 33º C, sendo diminuído o risco de danos neurológicos. Apesar de exigir mais testes, o aparelho já demonstrou eficácia em 200 voluntários. Calcula-se que pode reduzir em 15% os danos permanentes.

1ª dentição
Os colares de âmbar voltaram a estar na moda em Portugal, alegadamente por diminuírem o desconforto dos primeiros dentes nos...

Não é difícil folhear uma revista de "imprensa cor-de-rosa" e encontrar imagens de crianças, filhas de famosos como Eric Olsen, Rachel Zoe ou Gisele Bündchen, a usarem colares de âmbar. Vendidos em lojas de pedras semipreciosas e na Internet, estes objetos chegam a custar 25 euros e são apresentados como um remédio homeopático tradicional para a dentição do bebé.

"O Âmbar do Báltico é conhecido por reduzir a acidez no corpo humano de uma forma totalmente natural. No bebé, o uso constante do colar ajuda a reduzir os sintomas mais comuns relacionados com a dentição, tais como: vermelhidão nas bochechas, gengivas inchadas, assaduras, febre, erupções cutâneas e febres", refere um dos sites que em Portugal comercializa estes artigos.

Para o pediatra Mário Cordeiro, além de não haver qualquer evidência científica de que ajudam a diminuir desconforto ou inflamação da dentição, os colares, de âmbar ou de outro material, não devem ser usados em crianças antes dos quatro ou cinco anos, pelo menos, por perigo de asfixia.

O médico questionou colegas norte-americanos para saber se conheciam estudos sobre o assunto, mas a resposta foi taxativa: "uma prática a abolir". "Mandaram-me para o departamento de Feitiçaria e Costumes Primitivos, onde me informaram que era uma prática antiga em algumas tribos, mas que não era minimamente eficaz, através de nenhum mecanismo fisiológico, para diminuir os problemas de dores e inflamação da dentição", relatou o médico numa entrevista à agência Lusa.

Dentição em formação

O pediatra explica que a idade da dentição, dos seis meses aos dois anos e meio, a criança mexe-se muito, mudando constantemente de posição e há o perigo de o colar se enganchar em qualquer obstáculo e estrangular a criança. "Não esquecer que no pescoço passam vasos sanguíneos essenciais. Não creio que um resquício de feitiçaria, misturado com moda e status social mereçam o risco de morte ou de asfixia grave", argumenta.

Também a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) considera que não é recomendado que as crianças pequenas andem com fios ou outras coisas à volta do pescoço. "Até os próprios fios da roupa foram proibidos para crianças, por perigo de acidentes de estrangulamento. Em crianças, bebés ou mesmo maiores não se quer nada à volta do pescoço", indicou Sandra Nascimento, da APSI.

SNS
O ritmo da dívida em atraso dos hospitais EPE tem vindo a aumentar desde o início do ano, registando em junho um crescimento de...

De acordo com dados do relatório síntese de execução orçamental de junho, as dívidas em atraso há mais de 90 dias dos hospitais com estatuto de Entidades Públicas Empresariais (EPE), não só mantêm a tendência de crescimento mensal que se tem vindo a registar há mais de um ano, com apenas algumas, raras, exceções, como tem vindo a crescer em valor, fixando-se no final de junho em 806 milhões de euros, mais 67 milhões do que o valor acumulado em maio e mais 125 milhões que em junho de 2016.

A dívida total em atraso da Administração pública fixou-se em 1071 milhões de euros, mais 64 milhões face a maio último e 73 milhões comparativamente a junho de 2016, com a dívida da Saúde a crescer, só este ano, 193 milhões de euros.

A tendência de crescimento da dívida começou a acentuar-se em maio, mês em que o valor da dívida em atraso ascendia a 739 milhões de euros, mais 36 milhões de euros do que o valor acumulado em abril.

O aumento da trajetória de crescimento da dívida em atraso há mais de 90 dias por parte dos hospitais EPE, que teve em junho o crescimento mais acentuado, torna cada vez mais difícil o cumprimento do objetivo do ministro da Saúde, de chegar ao final do ano com um cenário igual, ou mesmo melhor, do que o registado no final de 2016.

Recorde-se que, em dezembro de 2015, os pagamentos em atraso dos hospitais EPE atingiram 451 milhões de euros, menos 93 milhões do que o valor calculado pela Direção Geral do Orçamento para dezembro de 2016.

A manter-se o ritmo de crescimento, que nos primeiros seis meses do ano foi 38,6 milhões de euros/mês, muito mais do que os 24,69 registados de janeiro a dezembro de 2016, o ano encerrará com o stock de dívida em atraso por parte dos hospitais EPE superior a 1000 milhões de euros, quase o dobro do valor em dívida no final de 2016.

Apenas uma regularização extraordinária das dívidas em atraso através da transferência de mais de cerca de 500 milhões de euros permitira a Adalberto Campos Fernandes cumprir a promessa de não agravamento do déficice do setor, algo que no ano passado só foi conseguido graças à injeção extraordinária de verbas para regularização de dívidas. Tal como o Jornal Económico noticiou há duas semanas, também a dívida total dos hospitais públicos às empresas farmacêuticas tem vindo a crescer, tendo registado 19,3% de acréscimo no primeiro semestre deste ano, face a dezembro de 2016, para 930,8 milhões de euros, o valor mais alto desde novembro de 2014. As contas são da APIFARMA, a associação que representa as empresas do setor, dão conta de que a dívida total subiu 20,8% quando comparados os valores verificados no final do primeiro semestre de 2017 com os dos primeiros seis meses do ano passado.

Já quando se analisa a dívida de cada um dos hospitais EPE, constata-se que o hospital “mais cumpridor” é o Magalhães Lemos, do Porto, que, de acordo com os dados mais recentes, acumula uma dívida total à Indústria Farmacêutica de cerca de 200 mil euros. No extremo oposto deste ranking figura, em posição destacada, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, que integra os Hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, com uma dívida total de 146 milhões de euros.

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