Direção-Geral da Saúde
A médica internista Maria do Rosário Rodrigues é a nova diretora do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistência...

Segundo uma nota divulgada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Maria do Rosário Rodrigues é atualmente diretora de medicina interna do Instituto Português de Oncologia do Porto, onde é também coordenadora do Projeto “STOP Infeção Hospitalar!”.

O anterior diretor do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistências a Antibióticos apresentou a sua demissão porque queria estar dedicado a tempo inteiro ao Programa, o que não foi possível, segundo confirmou à agência Lusa o diretor-geral da Saúde, Francisco George, há cerca de uma semana.

Paulo André Fernandes, médico no Centro Hospitalar Barreiro Montijo, queria ter sido substituído no hospital para se poder dedicar integralmente ao programa prioritário da Direção-geral da Saúde, o que não chegou a ocorrer.

Projeto EDUFLUVAC
Este projeto denomina-se EDUFLUVAC e pretende desenvolver uma vacina que possa proporcionar uma proteção mais prolongada, e...

Como é de conhecimento geral, a vacinação anual é a principal forma de prevenção contra a gripe sazonal provocada pelo vírus Influenza. Esta é também a melhor forma de nos protegermos contra potenciais pandemias como a que se registou em 2009 com o vírus H1N1. Contudo, devido à elevada propensão do vírus Influenza para mutações, a composição das vacinas da gripe sazonal necessita de ser atualizada e novas vacinas têm de ser formuladas, produzidas e administradas anualmente, se não com maior frequência em caso de pandemias. O desenvolvimento de uma vacina “universal” para o vírus Influenza, capaz de induzir resposta imunitária contra diferentes estirpes do vírus dentro do mesmo subtipo ou transversal a vários subtipos tornou-se uma prioridade a nível mundial. Este é o objetivo que este projeto pretende alcançar.

“O grande potencial deste projeto passa pela geração de uma vacina da gripe “universal” que consiga proteger de forma eficaz não só os mais vulneráveis (crianças e idosos) como os adultos contra a gripe sazonal que todos os anos nos afeta, especialmente no inverno, e que ainda possa oferecer um grau de proteção elevado contra potenciais pandemias. Em última instancia, a plataforma tecnológica resultante deste projeto poderá permitir a redução dos custos de produção em grande escala de uma vacina da gripe, tornando deste modo esta vacina da gripe mais acessível a países em desenvolvimento” refere Paula Alves, CEO do iBET.

Descrição do projeto e das suas potencialidades
O projeto EDUFLUVAC tem como objetivo a geração de uma vacina da gripe “universal” que seja amplamente reconhecida pelo sistema imunitário e desta forma ofereça proteção contra vários subtipos de vírus Influenza circulantes, aumentando significativamente o tempo de vida útil da vacina (cerca de 5 anos) quando comparada com as tradicionais vacinas da gripe sazonal. Estas novas vacinas serão baseadas em partículas semelhantes a vírus (VLPs), estruturas compostos por uma ou várias proteínas que mimetizam o vírus nativo mas que não apresentam DNA ou RNA, o que torna as VLPs inócuas e boas candidatas a vacinas. As vacinas contra a hepatite B e o vírus do papiloma humano, produzidas pelas empresas farmacêuticas GlaxoSmithKline e Merck Sharpe and Dohme são talvez os exemplos mais marcantes da aplicação de VLPs na área das vacinas.

“As diferentes VLPs que temos estado a fabricar para o projeto EDUFLUVAC estão a ser produzidas no iBET usando células de inseto e baculovirus (vírus que apenas infetam células de inseto), um conceito que apesar de já ter duas décadas de existência apenas nos anos mais recentes tem tido a sua aplicação pratica na indústria como é o caso da vacina da gripe Flublok licenciada em 2013 pela empresa Protein Sciences (EUA)” salienta Paula Alves.

As competências nesta área estão a ser apoiadas pela Unidade Piloto do iBET, uma infraestrutura única na Península Ibérica, que suporta igualmente o desenvolvimento de novos biofármacos e anticorpos para diversas multinacionais da área farmacêutica.

Atualmente já foram produzidas no iBET 31 VLPs desenhadas como potenciais candidatas a vacina universal contra a gripe e que foram já testadas em ratos de forma a avaliar a sua capacidade para gerar anticorpos contra vários subtipos do vírus Influenza e assim proteger estes animais contra doses letais do(s) vírus da gripe. Das 31 potenciais vacinas, 6 apresentaram resultados muito promissores e estão agora em fase de estudos de imunogenicidade em furoes e primatas não-humanos, estudos que se prevêem decorram até ao segundo semestre de 2017. 

Saúde
O presidente da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, a central de compras estatal para a área da saúde, quer seguir o...

Criada em 2013, a plataforma da transparência da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) permite consultar online os patrocínios e apoios concedidos pela indústria farmacêutica a profissionais de saúde, sociedades médicas, associações de doentes e até a hospitais públicos. Obrigatório por lei, este registo que permite detetar eventuais conflitos de interesses somou, entre Fevereiro de 2013 e Fevereiro de 2016 (último balanço global feito pela tutela), mais de 159 milhões de euros em patrocínios declarados.

“Estamos a pensar começar a fazer isto nas próximas semanas para dissipar dúvidas e dar o exemplo de transparência máxima”, explica o presidente do conselho de administração da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Henrique Martins, que pôs o lugar à disposição, na sequência da divulgação da viagem à China de cinco outros dirigentes e funcionários da central de compras, numa visita a convite da Huawei e que foi paga pela NOS, em 2015. 

Além de Henrique Martins, os cinco quadros da SPMS envolvidos puseram o lugar à disposição, quando a notícia do Expresso foi publicada no sábado. Mas, na segunda-feira, o ministro da Saúde disse que ia aguardar pelas conclusões da averiguação pedida com urgência à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para decidir se aceita ou não os pedidos de demissão.

Henrique Martins defende agora que deveriam ser as próprias empresas tecnológicas a divulgar os patrocínios e adianta que há algumas que até estariam dispostas a avançar neste sentido, caso esta atitude fosse generalizada, escreve o jornal Público. “Se a comunicação social tratasse este assunto de uma forma equilibrada e séria tornar-se-ia evidente que não foram só cinco as pessoas a participar em visitas deste tipo. São muitas pessoas”, enfatiza, frisando que houve “altos dirigentes de vários ministérios” a integrar comitivas em visitas deste tipo ao longo dos anos, o que “pode ser consultado online, por exemplo no Facebook de alguns”.

Num “esclarecimento” e “direito de resposta” publicado no site da SPMS esta semana, o conselho de administração da SPMS lamenta que se tenha passado a ideia de que tais práticas “só ocorreram com colaboradores” da central de compras. E adianta que, além da viagem à China em 2015, que serviu para visitar o Zheng Zhou Hospital, “um dos maiores hospitais do mundo com competências em telessaúde”, houve “participações institucionais” de dirigentes e colaboradores da SPMS em sucessivas edições do Open World San Francisco (Oracle), em 2015 (cinco participantes), 2013 (três), no ano seguinte (um ), e ainda em 2016 (seis participantes, entre os quais um membro do conselho de administração, tendo quatro deslocações sido suportadas pela SPMS). A participação de 2016, frisam, mereceu mesmo a aprovação “no circuito da saúde na Secretaria de Estado de Saúde”.

A partir de Setembro passado, quando foi publicado o código de conduta do XXI Governo Constitucional, na sequência da polémica das viagens pagas pela Galp a políticos para irem a jogos do Euro, os governantes e membros dos gabinetes ministeriais deixaram de poder aceitar ofertas superiores a 150 euros, mas Henrique Martins nota que o código prevê exceções a esta regra, caso fique provado “o superior interesse público”.

Estudo
Uma experiência qualificada como a "mais realista até ao momento sobre o aquecimento do oceano" aponta que os efeitos...

Investigadores do Instituto Antártico Britânico e do centro de investigação meio ambiental Smithsonian decidiram aquecer uma fina camada de água do fundo do mar à volta da estação de Rothera, na Antártida, onde foram instalados painéis especiais.

O aquecimento foi de um e dois graus acima da temperatura ambiente, escreve o Sapo, que é o aumento global da temperatura que se acredita que poderá acontecer nos próximos 50 e 100 anos, respetivamente. Como resultado foram observadas "enormes consequências no conjunto marítimo", já que as taxas de crescimento de alguns organismos quase duplicaram.

"Surpreendeu-nos bastante", afirmou em comunicado o membro da equipa Gail Ashton.

Ashton indicou que passou a maior parte da sua carreira a trabalhar em climas temperados, onde as comunidades de organismos experimentam oscilações da temperatura muito maiores e não esperava "uma reação tão grande com apenas um grau de mudança". Predizer como os organismos e comunidades que vivem nestas águas podem responder à mudança climática no futuro "continua a ser um desafio fundamental".

Aumento do tamanho de algumas espécies
A experiência concluiu que, com um aumento da temperatura em um grau, a população de uma só espécie de ectoprocta (Fenestrulina rugula), um pequeno tipo de animal que cria colónias, cresceu rapidamente e acabou por dominar a comunidade, o que levou a uma redução global da diversidade de espécies e à uniformidade em dois meses.

Além disso, os exemplares de um verme marinho conhecido como Romanchella perrieri aumentaram o seu tamanho em 70% em relação àqueles que permaneceram em condições ambientais normais.

Já com o aumento de dois graus centígrados da temperatura, a resposta dos organismos foi muito mais variada e a taxa de crescimento foi diferente dependendo das espécies, da idade e da estação do ano.

O relatório aponta que as espécies cresceram geralmente mais rápido com o aquecimento durante o verão.

Estes resultados sugerem, segundo os cientistas, que a mudança climática "pode inclusivamente ter maiores efeitos nos ecossistemas polares marítimos do que o previsto" e que, à medida que o planeta for se aquecendo, "haverá vencedores - como os ectoproctas - e perdedores", indica o comunicado.

Estudo
Cientistas holandeses dizem ter estabelecido o teto máximo da longevidade humana em 115,7 anos para as mulheres e em 114,1 anos...

Investigadores de estatística das universidades de Tilburg e Roterdão analisaram dados das últimas três décadas de uma amostra de 75.000 holandeses, começa por revelar John Einmahl, um dos três cientistas que dirigiu o estudo.

"Em média, hoje vivemos mais tempo, mas os que têm mais idade não envelheceram mais nos últimos 30 anos", explicou à agência de notícias France Presse John Einmahl.

"Certamente há uma espécie de muro na idade", continuou o cientista. Mas "evidentemente a esperança de vida aumentou", indicou, observando que o número de pessoas que chegaram aos 95 anos na Holanda quase triplicou na última década. "No entanto, o teto em si não mudou", concluiu.

Os resultados deste estudo holandês surgem, segundo o Sapo, depois de dados publicados por um grupo de cientistas nos Estados Unidos, que determinou um limite similar no ano passado. Einmahl e os seus colegas demonstraram que a longevidade máxima não apresentou quase nenhuma flutuação nas últimas décadas.

O investigador acrescentou, no entanto, que ainda havia algumas pessoas que eram exceção à norma, como Jeanne Calment, o ser humano que viveu mais anos entre as pessoas cuja data de nascimento foi certificada. A francesa morreu em 1997, aos 122 anos e 164 dias de idade.

Estudo
Novos estudos confirmam o efeito preventivo dos pelos no rosto. Os especialistas alertam, no entanto, para a necessidade de...

Um estudo publicado na revista Radiation Protection Dosimetry já tinha revelado que os homens que mantêm a barba com cerca de quatro centímetros correm, em comparação com outros que se barbeiam diariamente, menores riscos de vir a ter cancro de pele no rosto. A barba densa e os pelos grossos e/ou encaracolados impedem os raios UV de penetrarem na epiderme, mimetizando um fator de proteção solar de cerca de 90%, escreve o Sapo.

Agora, uma outra investigação, levada a cabo pela Universidade de Queensland, na Austrália, vem defender a mesma teoria, aumentando no entanto a percentagem para os 95%. Os especialistas defendem, contudo, a utilização de produtos fotoprotetores, sobretudo por parte de homens com a barba mais rala, uma situação que lhes cria espaços abertos no rosto e lhes deixa a epiderme mais desprotegida.

Além do uso diário de um protetor solar, independentemente do seu tipo de pele e do tamanho da barba, também devem utilizar diariamente um creme hidratante. “A exposição solar é a causa primária do fotoenvelhecimento e dos danos da epiderme, por isso faz sentido que o rosto esteja coberto por uma barba densa”, defendeu também publicamente Adam Freidmann, um reputado dermatologista.

Coreia do Norte
A China acionou, neste domingo, um plano de emergência para controlar o nível de radiação ao longo de sua fronteira com a...

A medida foi acionada pelo governo de Pequim depois do novo teste nuclear realizado por Pyongyang, anunciou o ministério chinês do Meio Ambiente.

As autoridades chinesas acionaram às 03H46 GMT (00H46 de brasília), pouco depois do teste, o "plano de emergência" para realizar "medidas de controlo de radiação", de acordo com um breve comunicado do ministério, escreve o Sapo.

Dependendo do tipo de radioatividade a que a pessoa foi exposta, esta pode causar queimaduras, cancro, hemorragias, problemas digestivos, infeções ou doenças autoimunes.

A Coreia do Norte anunciou no domingo ter testado, com sucesso, uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental. O anúncio do "total sucesso" do teste de uma bomba de hidrogénio, conhecida como "bomba H", foi feito pela pivô da televisão estatal norte-coreana, horas depois de Seul e Tóquio terem detetado uma invulgar atividade sísmica na Coreia do Norte.

Segundo a KCTV, o ensaio nuclear, o sexto conduzido pelo regime de Pyongyang, foi ordenado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Míssil que sobrevoou Japão
A Coreia do Norte lançou um míssil que sobrevoou território japonês, segundo o governo nipónico.

O projétil foi disparado de Pyongyang na madrugada de terça-feira, cerca das 05:57 locais (21:57 de segunda-feira, em Lisboa). O sistema de alerta do governo nipónico aconselhou as pessoas do norte do Japão a tomar precauções.

Artigo de Opinião
O Dia Mundial da Saúde Sexual instituído, desde 2010, pela Associação Mundial para a Saúde Sexual (W

Várias questões podem ser levantadas nesta área tão sensível e em que muito falta fazer, destas começo por salientar os temas tabu na esfera sexual, os mitos e os preconceitos quer de ordem religiosa quer socio-culturais, sendo necessário e urgente mudar o paradigma.

Num passado muito recente, e exemplo destes preconceitos inaceitáveis, relembro a notícia divulgada nos vários meios de comunicação e que transcrevo a que foi publicada no Jornal Publico: “Portugal foi condenado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem por causa da controversa sentença que reduziu a indemnização de uma vítima de negligência médica, com base no pressuposto de a atividade sexual depois dos 50 anos já não ser assim tão importante para as mulheres.”

O direito à educação sexual, a viver a sexualidade sem discriminação do sexo, orientação sexual, doença ou deficiência e sem “limite” de idade deve ser universal e transversal.

A correta informação e interação em torno da saúde e direitos sexuais deve passar pelo estreitamento da comunicação entre público em geral, media, sociedades científicas e profissionais de saúde provenientes das mais distintas áreas, de modo a sensibilizar para a persistência de vários fatores lesivos da saúde e cidadania sexual.

Outra questão prende-se com o acesso a cuidados de saúde na área da medicina sexual no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, quer nos cuidados primários (Centros de Saúde) quer nos Centros Hospitalares, os quais são escassos ou mesmo inexistentes, limitando e condicionando a procura.

A ausência de comparticipação na maioria das consultas, nos exames auxiliares de diagnóstico, nas terapêuticas (médicas ou cirúrgicas) é uma das causas da não procura de consultas ou aconselhamento, do abandono de terapêuticas ou mesmo do seu início, devido ao preço proibitivo para a maioria da população.

Uma última questão é a informação disponibilizada pela Internet, e que é, sem dúvida, inquietante, pois permite o anonimato, está disponível 24 horas por dia e não requer qualquer interação pessoal. A recolha de informação na rede não obriga a assumir um problema perante outro ser humano, seja ele parceiro sexual ou profissional de saúde, e ao não o assumir, não se torna real.

Na Internet não há vergonha ou exposição, mas também não há regulação, sendo estas revelações preocupantes, pois sabemos que os riscos que a navegação cibernética descontrolada pode trazer a (des)informação, assim como o acesso e consumo de  “medicamentos” contrafeitos  com elevado risco para a saúde.  

No momento atual compete-nos motivar as estruturas de saúde a melhorar as condições de acesso, promover a formação e especialização de profissionais na área da medicina sexual de modo a que esta não seja desvalorizada e criar as pontes necessárias entre os vários profissionais de saúde permitindo promover a saúde sexual como parte integrante da saúde global.

O próprio Estado, que deveria ter um papel protecionista, falha quando se esquece do real valor social e económico de uma boa saúde sexual e como consequência uma boa saúde global pelo que é urgente reverter esta situação.

Não podemos esquecer, nomeadamente num pais em crise, que a saúde é o motor da economia e que sem saúde não há economia que resista nem crescimento sustentado.

Dr. Augusto José Pepe Cardoso

Urologista - Andrologista
Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE
Clinica de St.º António; SA (Grupo Lusíadas)
Presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Andrologia, Medicina Sexual e Reprodução (SPA)
Membro do Conselho Consultivo da Sociedade Portuguesa de Andrologia, Medicina Sexual e Reprodução (SPA)
Membro do Comité Executivo da Sociedade Europeia de Medicina Sexual (ESSM)
Membro do Conselho Consultivo da Associação Ibero-americana de Sociedades de Andrologia (ANDRO)

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos aconselhou hoje estes profissionais a reportar casos de falhas nas equipas multidisciplinares que asseguram...

Numa nota hoje publicada no seu site, o Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos faz recomendações na sequência dos protestos dos enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstétrica, manifestando preocupação com as grávidas e com a qualidade das condições de trabalho das equipas multidisciplinares.

Enfermeiros especialistas, muitos deles a trabalhar em blocos de partos, estão a entregar na sua Ordem, desde a passada semana, o título de especialidade, o que impede que exerçam funções nos serviços especializados, uma ação para exigir a revalorização salarial das suas funções como especialistas.

“Sempre que a composição das equipas não esteja assegurada, os médicos podem e devem apresentar por escrito um requerimento dirigido ao Conselho de Administração do hospital, ao Diretor Clínico, ao Diretor de Serviço de Ginecologia Obstetrícia, e com conhecimento do Bastonário da Ordem dos Médicos, salientando que a composição da equipa não obedece às condições mínimas de funcionamento dos blocos de partos como se encontram definidas na Norma Complementar 1/2013”, lê-se na nota.

Para tal, a Ordem disponibiliza uma minuta de requerimento no portal da Ordem dos Médicos (www.ordemdosmedicos.pt.).

Segundo a Ordem, este processo reivindicativo dos enfermeiros especialistas em Saúde Materna e Obstétrica e a previsão de uma greve dos enfermeiros para os próximos dias 11 a 15 de setembro podem afetar na sua composição as equipas multidisciplinares de assistência às grávidas e dos blocos de partos dos hospitais.

A composição destas equipas, do ponto de vista da qualidade e da segurança dos atos médicos a praticar, segundo a Ordem dos Médicos, deve obedecer às condições mínimas de funcionamento dos blocos de partos, conforme se encontram definidas na Norma Complementar 1/2013 do Colégio de Especialidade de Ginecologia Obstetrícia (homologada pelo Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos em 28.02.2014).

De acordo com a referida norma complementar, os blocos de partos devem cumprir diversas regras, nelas se incluindo a necessidade da presença de dois enfermeiros, um dos quais obrigatoriamente com a especialidade de enfermagem obstétrica.

“O atendimento das grávidas, muitas vezes, é subsumível ao conceito de atendimento urgente/emergente, o que fundamenta o dever de os enfermeiros assegurarem a prestação de serviços mínimos, tal como os médicos, e que, igualmente, se refere no requerimento disponível no portal”, lê-se na nota.

Os enfermeiros especialistas estão em protesto há duas semanas, não cumprindo as funções especializadas pelas quais ainda não são pagos. O protesto seguiu-se a outro, nos mesmos moldes, ocorrido em julho e que foi interrompido para negociações com o Governo.

No final de agosto, os profissionais queixaram-se de ameaças por parte dos conselhos de administração dos hospitais e acusaram o ministro da Saúde de desonestidade e de ter enganado os profissionais.

Em comunicado, o movimento que representa estes enfermeiros anunciou no sábado o endurecimento da luta e a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, disse à Lusa que alguns profissionais já começaram a entregar os títulos que os habilitam para a especialidade.

Ana Rita Cavaco explicou que esta suspensão de título retira-lhes a possibilidade de exercer competências especializadas que só podem ser exercidas por pessoas detentoras do mesmo, sendo-lhe passado o título de generalistas.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
O mês de agosto em Portugal continental foi quente em relação à temperatura e seco no que diz respeito à precipitação, segundo...

De acordo com o resumo do boletim climatológico disponível hoje na página do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) na Internet, o mês de agosto foi o nono mais quente desde 2000.

O documento indica que “o valor da temperatura máxima do ar foi de 30,86 graus Celsius, mais 2,06 graus acima do valor normal, e corresponde ao 7.º valor mais alto desde 2000.

“Os maiores valores da máxima ocorreram em 2003, 2016, 2010, 2005, 2001 e 2013”, é referido no documento.

O IPMA indica também que o valor médio da temperatura mínima do ar (15,19 graus Celsius) foi inferior ao valor normal.

O relatório destaca também que “os dias 03 e 06 e o período de 11 a 26 de agosto foram quentes, com valores altos da temperatura do ar, em particular da máxima”.

Segundo o IPMA, os dias 20 e 21 de agosto foram os dias mais quentes do mês com valores de temperatura média de 27,4 graus Celsius (mais 5,2 graus em relação ao normal) e 27 graus (mais 4,8 em relação ao normal), respetivamente.

No resumo do boletim é também referido que no dia 20, a temperatura máxima foi de 37,3 graus (mais 8,5 em relação ao normal), salientando que neste dia 66% das estações meteorológicas registaram valores superiores a 35 graus Celsius (dias muito quentes).

Ainda no dia 20, o IPMA salienta que 27% das estações meteorológicas registaram valores superiores a 40 graus (dias extremamente quentes).

De acordo com o IPMA nos dias 04 e 21 de agosto ocorreram valores de temperatura máxima superiores a 40 graus nas regiões do Norte e Centro, registando-se valores mais altos em Alvega, distrito de Santarém (43,7 graus) Lousã, em Coimbra (43,6), Santarém (43,3) e Tomar, distrito de Santarém (43,1).

No que diz respeito à mínima, nos dias 20 e 21 de agosto foram registadas temperaturas de 17,5 e 18,6 graus Celsius. Nestes dias, em cerca de 25% das estações observaram-se valores maiores ou iguais a 20 graus (noites tropicais).

Em relação à precipitação, o mês de agosto classificou-se como seco, com um valor médio de precipitação em Portugal continental de 8,2 milímetros, o que corresponde a 60% do valor médio.

“Durante o mês apenas ocorreu precipitação nos últimos dias, em particular nos dias 28 e 29 em que se registaram valores de quantidade de precipitação significativos acompanhados de granizo e trovoada”, é indicado.

Os maiores valores de precipitação diários ocorreram em Coimbra, Montalegre (Bragança), Lousã (Coimbra), Viseu, Elvas (Beja) e Beja.

Saúde materna e obstétrica
A Ordem dos Médicos está preocupada com impacto do protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica, que...

Enfermeiros especialistas, muitos deles a trabalhar em blocos de partos, estão a entregar na sua Ordem, desde a passada semana, o título de especialidade, o que impede que exerçam funções nos serviços especializados, uma ação para exigir a revalorização salarial das suas funções como especialistas.

Em declarações, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, disse que será emitida uma nota aos médicos para que estejam alertados para a situação.

Nesse sentido, a Ordem disponibiliza hoje um requerimento que os médicos devem entregar nos respetivos hospitais no sentido de terem alguma proteção no caso de acontecer alguma coisa fora do normal.

“É uma situação muito preocupante. Tenho tido contacto com colegas de obstetrícia que estão preocupados porque o objetivo principal é assegurar cuidados de saúde às grávidas e as grávidas têm muitas situações urgentes a que os hospitais têm de dar resposta”, disse.

Miguel Guimarães explicou que, se os enfermeiros especialistas deixarem de fazer as suas tarefas, os médicos terão uma pressão maior o que poderá ter consequências negativas para as próprias grávidas.

“O que me preocupa é garantir a segurança das grávidas e o seu bem-estar e de alguma forma também a segurança dos próprios médicos de obstetrícia e ginecologia”, disse.

A nota que será publicada na página da Ordem dos Médicos, explicou Miguel Guimarães, alerta os médicos para a eventualidade de deixarem de ter enfermeiros especialistas nas suas equipas.

Este enquadramento de equipa multidisciplinar na especialidade (médicos e dois enfermeiros, um deles especialista), adiantou, foi criado pela própria Ordem dos Médicos, mas face à situação que agora se coloca não será possível cumprir, diminuindo a qualidade das condições de trabalho.

Os hospitais, frisou, também terão de definir o que fazer relativamente a esta matéria.

Os enfermeiros especialistas estão em protesto há duas semanas, não cumprindo as funções especializadas pelas quais ainda não são pagos. O protesto seguiu-se a outro, nos mesmos moldes, ocorrido em julho e que foi interrompido para negociações com o Governo.

No final de agosto, os profissionais queixaram-se de ameaças por parte dos conselhos de administração dos hospitais e acusaram o ministro da Saúde de desonestidade e de ter enganado os profissionais.

Em comunicado, o movimento que representa estes enfermeiros anunciou no sábado o endurecimento da luta e a bastonária da Ordem dos Enfermeiros disse hoje à Lusa que alguns profissionais já começaram a entregar os títulos que os habilitam para a especialidade.

Ana Rita Cavaco explicou que esta suspensão de título retira-lhes a possibilidade de exercer competências especializadas que só podem ser exercidas por pessoas detentoras do mesmo, sendo-lhe passado o título de generalistas.

“Temos de dar a suspensão do título, porque o título é deles, a vontade é deles e há procedimentos a fazer como a recolha da atual cédula profissional, que é o que os identifica para trabalhar em Portugal ou no mundo inteiro como especialistas”, disse.

O título de especialista, adiantou, é pago pelos próprios enfermeiros, tal como a formação que é feita em horário pós-laboral.

“Eles pagam a formação do seu bolso e até isto está errado. Não entendo como é que um país, um Estado, um Governo que sabe que há uma formação para a qual não contribuiu se acha no direito de usar este benefício em proveito próprio sem lhes dar dinheiro a mais”, disse Ana Rita Cavaco.

Esta situação, adiantou a bastonária, surge porque estes enfermeiros começaram a ser ameaçados pelos conselhos de administração dos hospitais com processos disciplinares, o que levou a Ordem a preparar uma intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias dos enfermeiros.

“Essa tentativa de abertura de processos disciplinares, ameaças e coação diárias começou a acontecer nos hospitais e levou a este limite. Ninguém consegue trabalhar assim”, frisou.

A bastonária sublinhou que os enfermeiros estão exaustos, não têm carreira profissional e levam para casa menos de mil euros por mês, tanto os generalistas como os especialistas, trabalhando 35 ou 50 horas por semana.

Instituto Gulbenkian de Ciência
Num laboratório há sons que se confundem com um instrumento de música, gráficos de computador que parecem arte contemporânea e ...

Durante um mês, a Lusa acompanhou Paulo Durão, Lília Perfeito e Claudia Bank, investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, no processo de testar os efeitos de um composto químico similar a um medicamento para o cancro numa levedura da cerveja e numa bactéria intestinal.

Deste trabalho podem sair pistas sobre o uso do fármaco na quimioterapia contra células cancerígenas com mínimo impacto nas células saudáveis.

A bactéria ‘Escherichia coli’ (E. coli) como a levedura ‘Schizosaccharomyces pombe’ (S. pombe), os organismos-modelo utilizados nesta experiência, são seres vivos simples, com uma só célula.

No decurso da experiência, as culturas de células da levedura cresceram quando expostas ao composto químico, ainda que a um ritmo progressivamente mais lento, conforme aumentavam as dosagens, enquanto as da bactéria não cresceram e apresentaram mutações, alterações no seu material genético, com doses intermédias da droga e decorrido mais tempo.

Conclusão dos investigadores: se as bactérias como a E. coli parecem mais suscetíveis ao composto, podendo ganhar-lhe resistência com o aparecimento de mutações genéticas, poderá ser útil examinar os micro-organismos presentes em doentes com cancro que estão a ser tratados com quimioterapia.

Tudo começa pelo princípio, e esta experiência, como todas as experiências científicas, inicia-se com o planeamento.

Claudia Bank, Lília Perfeito e Paulo Durão dividem tarefas, sentados junto a uma bancada com prateleiras repletas de frascos de diversos tamanhos com líquidos incolores, amarelos e castanhos.

Nesta fase, ressalva Claudia Bank, que lidera o grupo de investigação de Dinâmica Evolutiva, "existem várias possibilidades, qualquer coisa pode acontecer, é indefinido".

A cientista, alemã, tem a incumbência de fazer cálculos, equações e gráficos que permitam antever em que sentido se vai direcionar a resposta à droga de milhões de células da E. coli e da S. pombe.

"As bactérias tendem a surpreender-nos com os resultados", adverte Paulo Durão, a realizar o seu segundo pós-doutoramento, desta vez, e depois de ter passado pela Alemanha, no grupo de trabalho de Biologia Evolutiva, coordenado pela cientista Isabel Gordo, perita no estudo da E. coli.

Paulo Durão vai perceber mais adiante que tem razão: a E. coli desenvolve pouca resistência ao químico na dose mais alta, ao contrário do que faria supor o historial da resistência das bactérias a certos antibióticos.

A ideia é ver se é possível "minimizar o efeito da droga e o aparecimento da resistência", assinala Lília Perfeito, investigadora-principal do grupo de Evolução e Estrutura Genómica.

No laboratório, como na cozinha, seguem-se receitas, neste caso para preparar as placas de Petri, alimentar as células e contá-las. Os ingredientes são vários: água destilada ou desmineralizada, glicose, aminoácidos, sais, vitaminas, minerais ou ágar, uma espécie de gelatina.

Os frascos que contêm as soluções líquidas com os ingredientes foram esterilizados numa 'panela de pressão' com água a 120 graus, tarefa que no IGC, está a cargo de funcionárias que todos os dias entregam às equipas de investigação os recipientes prontos a serem utilizados.

Os microrganismos são congelados a 80 graus negativos antes de serem manipulados pela primeira vez.

Pelos corredores do IGC passam cientistas com caixinhas de esferovite. Têm gelo lá dentro para conservar o material de trabalho retirado do congelador.

Há quem use auscultadores para ouvir música enquanto trabalha, mas a banda sonora que mais se ouve nos laboratórios de biologia é o som produzido por bolinhas de vidro quando as placas de Petri são agitadas, fazendo lembrar o som emitido por um ‘xequeré’ (instrumento musical africano feito com uma pequena cabaça seca).

As esferas, que são também esterilizadas para poderem ser reutilizadas, são colocadas nas placas para dispersar as células embebidas numa solução aquosa, para que depois possam ser melhor identificadas.

Lília Perfeito e Paulo Durão numeram com uma caneta de feltro azul as colónias de células, com e sem droga, que injetaram nas placas de Petri com uma pipeta, sem luvas calçadas, porque tanto a bactéria como a levedura são inofensivas, mas com a chama do bico de Bunsen acesa, para evitar a contaminação do material em estudo.

"Não queremos bactérias que não são convidadas", ironiza Paulo.

À vista desarmada, as colónias de células são gotas esbranquiçadas. Apesar dos cuidados, ao fim de uma semana surge um fungo numa das placas.

"Um erro técnico", reconhece Paulo. "Às vezes, temos convidados inesperados", afirma, com humor.

Semana após semana, há gestos que se repetem: colocar as culturas de células da E. coli e da S. pombe nas placas de Petri, selar as placas com fita, conservá-las a 32 graus numa estufa com a aparência de um minifrigorífico, esperar uns dias para ver se as células crescem, e, se sim, como aconteceu com a levedura, raspar as gotas que entretanto secaram, verter o material celular para uns tubinhos de plástico e calcular a biomassa das células registando a sua densidade ótica com um espectrofotómetro, depois de agitar as células numa solução líquida para as manter estáveis.

É o lado menos cativante, para Paulo Durão, de uma experiência científica, mas que é necessário para validá-la.

"O resultado tem de ser estatisticamente significativo", justifica. Trabalho de paciência? O cientista responde que sim, acenando com a cabeça.

Num gabinete fora do alcance de Lília e Paulo, e sentada em frente a um computador, Claudia Bank conta que, na véspera, esteve oito a dez horas a construir um modelo de uma célula a crescer e com uma mutação genética.

Na verdade, o que se vê, à medida que a investigadora vai discorrendo as imagens no ecrã, são uma espécie de desenhos gráficos, cuja configuração se vai aprimorando. Como se, assume a própria, de uma obra de arte se tratasse.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica identificou 85 menores nos festivais de verão que decorreram nos meses de junho...

Durante as ações de fiscalização em festivais de verão em Oeiras, Porto, Crato, Zambujeira do Mar, Costa da Caparica, Paredes de Coura e Vilar de Mouros, no âmbito das suas competências na área da segurança alimentar e saúde pública, bem como das práticas comerciais, foram fiscalizados 457 operadores económicos nos recintos dos eventos.

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) explica que nesta operação intitulada “Summer Sound” foram instaurados 62 processos de contraordenação e oito processos crime, tendo ainda sido identificados 85 menores com idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos de idade no âmbito da fiscalização da lei do álcool.

Como principais infrações de natureza contraordenacional a ASAE destaca a venda, facultar ou colocar à disposição bebidas alcoólicas, em locais públicos, a menores de idade e a inexistência de processo ou processos baseados nos princípios do HACCP (uma sigla internacionalmente reconhecida para Hazard Analysis and Critical Control Point ou Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos).

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica destaca ainda o incumprimento das regras de acesso aos espetáculos de natureza artística, a falta de afixação de informações obrigatórias, a falta de mera comunicação prévia, e, como principais infrações de natureza as criminais, a especulação na venda de bilhetes, a venda, circulação ou ocultação de produtos ou artigos contrafeitos, a imitação e uso ilegal de marca e uso de documentação de identificação alheio.

Foram ainda apreendidos diversos produtos entre bebidas alcoólicas, bilhetes de espetáculo, vestuário, bijutarias e/ou acessórios.

Pedrógão Grande
O Município de Figueiró dos Vinhos anunciou que em conjunto com a associação Dignitude vai apoiar na aquisição de medicamentos...

Segundo a vice-presidente da autarquia de Figueiró dos Vinhos, Marta Brás, foi assinado um protocolo com a associação Dignitude, no sentido de apoiar cidadãos afetados e/ou desalojados pelos incêndios de junho de 2017, assumindo o Município 50% do valor dos medicamentos da parte que não é comparticipada pelo Ministério da Saúde.

Os outros 50% serão pagos pela Dignitude, adiantou Marta Brás, "o que permitirá às famílias sinalizadas como vítimas dos incêndios terem acesso gratuito à medicação de que necessitam".

A vice-presidente explicou que esta instituição contactou o Município de Figueiró dos Vinhos antes dos incêndios, "no sentido de protocolar um programa que visava disponibilizar aos munícipes carenciados apoio na aquisição dos medicamentos".

Apesar de essa ajuda já existir através de programas da Câmara e da Segurança Social, "há uma parte da população que se encontrava fora, nomeadamente pessoas no ativo e crianças".

No entanto, "com os incêndios, mudou-se a urgência do protocolo e direcionou-se o apoio para as famílias que estão a passar dificuldades".

Marta Brás adiantou que os 32 agregados familiares foram sinalizados com a ajuda da Segurança Social e das próprias farmácias, "onde as pessoas pedem para fracionar a receita ou para irem pagando o valor".

O protocolo assinado terá a duração inicial de três meses e vigorará até novembro.

O Programa Abem, rede solidária do medicamento, é o primeiro programa dinamizado pela Associação Dignitude, que tem sede em Coimbra e que pretende dar resposta aos problemas de acesso ao medicamento motivados pelo atual contexto socioeconómico.

Esta associação e o programa Abem ambicionam atingir 25 mil beneficiários até ao final do próximo ano e 50 mil até ao final de 2019.

A criação da Associação Dignitude, em novembro de 2015, foi promovida pela Associação Nacional de Farmácias, Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, Cáritas e Plataforma Saúde em Diálogo e resulta de várias parcerias instituídas com entidades a nível local, autarquias, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e outras instituições da área social.

Os beneficiários do programa Abem têm acesso a medicamentos sem qualquer discriminação em relação à generalidade dos cidadãos, na mesma rede de farmácias, com a mesma qualidade, segurança e confidencialidade, garante a associação.

Todas as doações são integralmente aplicadas na aquisição de medicamentos para os cidadãos necessitados que são beneficiários e os custos logísticos e administrativos são suportados na totalidade pela Associação Nacional das Farmácias (ANF) e pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), fundadores da Associação, juntamente com a Cáritas Portuguesa e a Plataforma Saúde em Diálogo.

A 03 de agosto, foi anunciado que o antigo secretário de Estado da Saúde José Martins Nunes, ex-presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, vai presidir ao comité de “fundraising” (angariação de recursos) do programa Abem, da Associação Dignitude, que procura combater a exclusão no acesso ao medicamento.

Migrações
A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras denunciou e as detenções arbitrárias de migrantes, requerentes de asilo e...

De acordo com a Médicos Sem Fronteiras (MSF) – que há mais de um ano oferece cuidados médicos a pessoas retidas em sete centros de detenção em Tripoli -, as condições em que elas se encontram “não são nem humanas nem dignas”, razão pela qual a organização apelou para o fim das detenções arbitrárias.

“As pessoas detidas são despidas de qualquer dignidade humana, sofrem maus tratos e não têm acesso a cuidados médicos”, disse o médico Sibylle Sang, consultor da MSF, em comunicado.

“Vemos diariamente quanto sofrimento desnecessário está a ser causado pela detenção de pessoas nessas condições, mas não podemos fazer muito para reduzi-lo”, acrescentou.

Segundo o texto, os profissionais da MSF estão a tratar mais de mil detidos por mês que apresentam “infeções do trato respiratório, diarreia aquosa aguda, infestações de sarna e piolhos e infeções urinárias”, doenças que “são diretamente provocadas ou agravadas pelas condições de detenção”.

“Muitos dos centros de detenção estão perigosamente superlotados, com o espaço por pessoa tão limitado que os detidos não conseguem deitar-se à noite, e não há luz natural nem ventilação”, descreve a organização humanitária no documento, precisando que “a escassez de comida causou subnutrição aguda em adultos, com alguns doentes a precisar de hospitalização urgente”.

Embora defenda o fim deste “sistema de detenção perigoso e abusivo”, a MSF apercebe-se da dificuldade de tal acontecer num futuro próximo, já que “não há Estado de direito na Líbia, há uma preocupante ausência de supervisão e prestação de contas, e salvaguardas básicas legais e práticas para impedir torturas e maus tratos não são respeitadas”.

“Como não há um registo nem controlo formal dos detidos, depois de as pessoas entrarem num centro de detenção, não é possível acompanhar o que lhes acontece - isso torna muito difícil monitorizar os pacientes: De um dia para o outro, as pessoas podem ser transferidas para outros centros de detenção ou para locais desconhecidos”, explica a MSF no comunicado.

“Alguns pacientes simplesmente desaparecem sem deixar rasto, e os cuidados médicos que os Médicos Sem Fronteiras podem fornecer nessas circunstâncias são extremamente limitados”, prossegue a organização.

O acesso aos centros de detenção é restringido quando há confrontos entre milícias fortemente armadas em Tripoli, refere a MSF, além de que “a gestão dos centros de detenção pode mudar de um dia para o outro, o que significa que qualquer negociação já feita para ter acesso aos pacientes detidos precisa de ser reiniciada”, havendo “centros de detenção que continuam inacessíveis para a Médicos Sem Fronteiras, devido à violência e à insegurança”.

Para a organização humanitária internacional, só o aumento do financiamento “não é solução para aliviar o sofrimento dos refugiados e migrantes nos centros de detenção”.

“Uma abordagem apenas centrada em melhorar as condições de detenção e que feche os olhos à complexa situação da Líbia atual ameaça legitimar e perpetuar um sistema em que as pessoas são presas.

Fundação EDP
Os participantes no segundo grupo do projeto “Incluir”, promovido pelo Departamento de Psiquiatria do Hospital de Santarém, vão...

O projeto, financiado pela Fundação EDP, tem por principal objetivo reduzir o estigma e promover a integração de pessoas com doença mental, constituindo a pintura das caixas elétricas uma forma de participação numa iniciativa que está a acontecer na cidade, deixando uma marca num espaço público e, ao mesmo tempo, um elemento de identificação dos participantes com esse espaço, disse um membro da organização.

Carla Ferreira, enfermeira da equipa dinamizadora do projeto “Incluir – Oficinas para Todos e Cada Um”, afirmou que a iniciativa constitui a primeira ação pública do grupo de 15 pessoas – nove doentes, duas pessoas em risco de exclusão e quatro da comunidade – que começou em junho a frequentar a oficina orientada pelo artista plástico João Maria Ferreira.

O projeto iniciou-se em dezembro de 2016, com um primeiro grupo (também integrando doentes acompanhados pelo Departamento de Psiquiatria, pessoas indicadas pela Santa Casa da Misericórdia e elementos da comunidade), que, além de várias oficinas realizadas em espaços públicos da cidade, mostrou em maio os seus trabalhos em três exposições.

O grupo que está agora a frequentar as oficinas com João Maria Ferreira irá mostrar o resultado desse trabalho numa exposição a realizar em novembro, disse.

Carla Ferreira afirmou que o projeto constituiu um “passo à frente” no trabalho que o serviço tem desenvolvido no sentido da inclusão e da redução do estigma, ao permitir criar grupos em que pessoas com doença mental trabalham lado a lado com pessoas que sofrem outro tipo de estigma e outras perfeitamente integradas.

O impacto do projeto, que termina no final de novembro, vai ser avaliado num estudo que conta com a colaboração de alunos da Escola Superior de Tecnologias da Saúde, do Instituto Politécnico de Santarém - na aplicação de inquéritos (antes e depois) na comunidade e no próprio grupo para avaliar os níveis de estigma e os impactos na autoestima dos doentes -, e de um professor de estatística da Escola Superior de Gestão do IPS para tratamento dos dados, afirmou.

Os resultados do estudo terão uma primeira apresentação numas “pré jornadas” que se vão realizar em dezembro na Casa do Brasil, estando agendadas para 26 de janeiro as primeiras Jornadas “Arte & Inclusão”.

O trabalho do grupo tem ainda sido acompanhado pelo artista plástico Mário Rodrigues, que aceitou ser curador do projeto.

A evolução do projeto pode ser acompanhada em https://www.facebook.com/Incluir-Oficina-para-todos-e-para-cada-um-67715... ou no blogue criado por João Maria Ferreira http://cavernadaandorinha.blogspot.pt/.

Infarmed
Os medicamentos genéricos alcançaram um recorde de utilização em julho deste ano, passando para 47,8% da quota de medicamentos...

Em janeiro deste ano a quota dos genéricos era de 47,1%, tendo passado para 47,8% em julho, de acordo com dados da Autoridade do Medicamento (Infarmed) que ainda são provisórios.

De acordo com fonte oficial do Infarmed, os 47,8% de quota atingidos em julho são um valor recorde.

A subida da quota de embalagens vendidas em 0,7% num semestre deveu-se, segundo a Autoridade do Medicamento, ao envolvimento dos médicos, farmacêuticos e doentes.

Podem ter contribuído para este aumento também medidas recentes como a do pagamento de um incentivo de 35 cêntimos por cada embalagem dispensada na farmácia.

O objetivo é que os genéricos alcancem 50% da quota de medicamentos vendidos em Portugal.

A quota de medicamentos genéricos “veio contribuir para a redução da despesa dos utentes com medicamentos, que atingiu cerca de oito milhões de euros nos últimos dois anos”.

Entre janeiro e julho de 2017, os utentes gastaram 407,6 milhões de euros com medicamentos, menos 7,8 milhões de euros face ao mesmo período de 2015.

“Ao tratar com medicamentos que têm a mesma composição, efeitos, qualidade e segurança, mas que são mais baratos, contribui-se para uma melhor gestão dos recursos disponíveis permitindo que mais doentes, aqueles que necessitam, tenham acesso aos medicamentos verdadeiramente inovadores”, refere o Infarmed.

Pedrógão Grande
Duas unidades móveis estão a auscultar, de porta a porta, a população das aldeias afetadas pelo incêndio de Pedrógão Grande,...

Durante dois meses, estas duas viaturas vão transportar técnicos da Segurança Social, do Notariado e Registo e da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro e percorrer 213 localidades dos três concelhos.

O objetivo, segundo Sofia Pereira, do Instituto de Segurança Social, é proporcionar "um contacto mais próximo com as pessoas", sobretudo com aquelas que não se conseguem deslocar aos serviços locais da Segurança Social, e dar uma resposta mais integrada às necessidades da população.

As pessoas "procuram algum acompanhamento social, apoio no preenchimento de requerimentos de prestações sociais e de algum subsídio e, fundamentalmente, apoio para a agricultura", sublinhou a responsável nacional pela área da ação social.

As unidades móveis, que foram cedidas pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, estão apetrechadas com equipamentos informáticos e permitem um atendimento mais calmo e personalizado à população.

Este serviço começou na segunda-feira e até ao final de quinta-feira tinha visitado 17 localidades e atendido 130 pessoas, a maioria nas aldeias de Nodeirinho e Figueira, no concelho de Pedrógão Grande, duas das mais afetadas pelo incêndio que deflagrou a 17 de junho.

Hoje de manhã, as duas unidades saíram novamente para o terreno a partir da Segurança Social de Figueiró dos Vinhos.

A agência Lusa acompanhou a viatura que se deslocou para Outão, no concelho de Pedrógão Grande, uma aldeia com cerca de duas dezenas de habitantes, e assistiu ao atendimento de quatro pessoas, que se queixam dos poucos apoios financeiros para os prejuízos que tiveram.

"Ardeu-me tudo, o pinhal, o trator, as hortas e uma casa de arrumos, que dá um prejuízo de 9.500 euros, mas só me querem dar cinco mil euros. Para receber mais tenho de me coletar, mas já não tenho idade para isso", enfatiza Guilhermina Santos, de 80 anos.

A octogenária, que reside sozinha, vai ter agora de aguardar por dois técnicos agrícolas para mostrar o que o fogo lhe destruiu.

As dúvidas de José Fernandes Lopes, de 90 anos, também se prendem com o valor a receber dos prejuízos causados pelo incêndio, que lhe destruiu propriedades agrícolas e florestais, uma casa de arrumos e ainda um barracão.

"Só para restaurar a casa 20 mil euros não chegam e, no resto, não sei dar um valor. Querem-me dar 10 mil euros para tudo [estragos nas propriedades agrícolas e casa de arrumos]", dos quais cinco mil euros para arranjar a casa", contou.

Conformado com a situação, José Fernandes Lopes desabafa: "o que hei de fazer, mal de quem fica mal".

Maria Madalena de Jesus, que hoje completa 38 anos, uma das pessoas mais novas a ser atendidas na unidade móvel, quis saber o que aconteceu à sua ficha de prejuízos, que não tinha dado entrada no sistema informático.

Apesar de contabilizar prejuízos ao nível florestal e de árvores de fruto que rondam os 20 mil euros, Maria Madalena de Jesus disse que também só vai avançar com o pedido de apoio até aos cinco mil euros para o setor agrícola.

O mesmo sucede com Albano Assunção Graça, representante de Maria do Carmo Sacramento, de 79 anos, a quem ardeu pinhal, árvores de fruto e um barracão, cujos prejuízos também atingem alguns milhares de euros.

"Então a minha tia vai-se coletar para receber mais de cinco mil euros?", questiona Albano Graça, proprietário de uma empresa de comércio e montagem de pneus, que também sofreu milhares de euros em prejuízos, que ainda não estão contabilizados.

A maioria dos produtores agrícolas, adianta, estão a optar pelo processo simplificado de apoios até cinco mil euros "porque já estão saturados de ir a reuniões e de serem obrigados a coletarem-se".

Câmara de Cascais
A interdição de banhos na praia de Carcavelos, em Cascais, foi hoje levantada, após serem conhecidos os resultados das análises...

"Tal como esperávamos, a qualidade da água é excelente e, portanto, já foi hasteada a bandeira verde na praia e as pessoas podem ir a banhos à vontade. Sempre soubemos que estava tudo bem", disse à Lusa o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, ao final da manhã.

O autarca do PSD lamentou a decisão "despropositada e inconsequente" do delegado regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval, a quem acusou de ser um "'boy' do Bloco de Esquerda".

"Prova uma forma negativa de fazer política. Querem atacar a câmara, mas só atacam os interesses dos munícipes. O que vale é que as pessoas têm confiança em nós e não nestes pseudopolíticos", afirmou Carreiras.

Confrontado com as acusações do autarca de Cascais, Mário Durval lembrou que é autoridade de saúde há mais de 40 anos e que "nunca ninguém ousou fazer declarações dessas", considerando que "as discussões partidárias não são para se ter neste âmbito".

"Compreendo que nesta altura de eleições [autárquicas] ele se terá excedido. Ele devia ter respeitado um pouco mais a Autoridade Regional de Saúde. Tomamos decisões com base na defesa da saúde das populações e, neste caso, foi com base no princípio da precaução", sustentou.

A praia de Carcavelos, no distrito de Lisboa, estava interditada a banhos desde as 09:00 de quinta-feira.

Na quinta-feira, o delegado regional de Saúde, Mário Durval, responsável pela decisão de interditar os banhos naquela praia, explicou que a medida "foi absolutamente necessária para garantir a segurança dos banhistas", uma vez que "não havia garantias que a água não estivesse contaminada".

No Porto
O Centro Hospitalar de S. João, no Porto, mandou encerrar uma sala operatória do serviço de obstetrícia, devido ao aparecimento...

Numa nota de imprensa, o Centro Hospitalar de S. João (CHSJ) refere que durante o processo normal de verificação pré-cirúrgico de uma das duas salas do Bloco Operatório de Obstetrícia, na passada terça-feira, detetou-se a existência de piolho de pombo junto a uma janela.

"Determinou-se o encerramento imediato dessa sala operatória para realização do processo de desinfestação e limpeza e foram verificadas condições de total segurança na outra sala operatória", refere a mesma nota.

Segundo a mesma fonte, o trabalho do serviço de obstetrícia está a realizar-se em total normalidade, tendo sido disponibilizada uma outra sala operatória, com iguais condições de qualidade e segurança, para a eventualidade de ser necessário realizar dois procedimentos cirúrgicos em simultâneo.

"Não houve, em nenhum momento, risco acrescido para qualquer utente ou processo, nem foram postos em causa os elevados padrões de qualidade e segurança que caracterizam o CHSJ e os seus profissionais", assegura o Hospital, adiantando que a sala operatória que foi encerrada deverá ser reaberta na próxima segunda-feira.

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