Estudo
Um estudo da universidade norte-americana Carnegie Mellon, na Pensilvânia, revela que o consumo de frutas e vegetais aumenta a...

O estudo compara o custo ambiental da produção de vegetais com outro tipo de alimentos, como a carne de porco, e conclui que a alimentação vegetariana é a mais prejudicial para o meio ambiente no que toca à emissão de poluentes e consumo de recursos naturais.

Uma caloria de alface, por exemplo, "é três vezes pior em termos de emissão de gases com efeito de estufa do que [uma caloria de] bacon", dizem os investigadores, citados pelo jornal diário The Independent.

Além da alface, escreve o Sapo, o estudo nomeia o cultivo da beringela, aipo e pepino como alguns dos mais prejudiciais para a sustentabilidade ambiental.

Mais saudável, mais poluente
Por outro lado, a mesma investigação conclui que desde o cultivo ao consumo, a alimentação recomendada pelas autoridades de saúde norte-americanas provocaria um aumento de 38% no consumo de energia, 10% de água e 6% na emissão de gases com efeito de estufa.

A criação de gado continua a ser responsável por 51% da emissão de gases prejudiciais para o meio ambiente, mas "não se pode presumir que a dieta vegetariana tenha pouco impacto no meio ambiente", comenta Paul Fischbeck, um dos autores do estudo.

DGS
A Direção-Geral da Saúde aconselhou as grávidas a não viajarem para a ilha de Santiago, em Cabo Verde, e os viajantes que não...

As indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgadas num comunicado disponibilizado no ‘site’ da instituição, surgem depois de em agosto a Organização Mundial da Saúde ter confirmado a ocorrência de um surto de malária na cidade da Praia, ilha de Santiago (Cabo Verde).

Se a grávida não puder adiar a viagem, a DGS aconselha a fazer consulta do viajante, uma recomendação que se estende a todos os que viajem para aquela ilha e que deve ser seguida pelo menos quatro semanas antes da partida.

As restantes recomendações da DGS passam pela aplicação de repelentes em adultos e crianças, ao longo do dia, de acordo com as instruções do fabricante e tendo em conta a duração do efeito repelente.

“Se utilizar protetor solar juntamente com repelente, deverá aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente”, explica a DGS.

É igualmente aconselhado o uso de redes mosquiteiras nos carrinhos de bebé e nos berços, assim como se deve optar por um alojamento com ar condicionado, pelo uso de vestuário preferencialmente largo, de cores claras fibras naturais e que diminua a exposição corporal à picada de mosquito (mangas compridas e calçado fechado).

Para além das medidas acima descritas, a Direção-Geral da Saúde recomenda ainda os viajantes que regressem de Cabo Verde e apresentem nos seis meses após a chegada sintomas sugestivos de infeção por malária (febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e mal-estar) a contactarem a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou consultarem o médico assistente, informando da viagem.

A malária é uma doença provocada por um parasita que é transmitido aos seres humanos através da picada de mosquitos.

Ainda sem vacina, é uma doença de transmissão sazonal, cujo maior período vai de julho a dezembro.

Até ao momento, já foram contabilizados 116 casos na cidade da Praia, números nunca antes registados na capital cabo-verdiana, onde o número máximo tinha sido de 95 casos em todo o ano de 2001, seguido de 48 no ano de 2006.

EUA
Um especialista norte-americano em saúde pública, Joon Lee, alertou para o perigo de um súbito e significativo aumento na...

Em declarações citadas pela AP, este médico entomologista, especialista em insetos, diz que as enxurradas originadas pela passagem da tempestade tropical Harvey podem desalojar os insetos dos seus 'habitats' naturais, levando-os para águas paradas onde se reproduzem mais depressa.

De acordo com este entomologista do Centro para as Ciências da Saúde da Universidade do Norte do Texas, as populações de mosquitos vão aumentar significativamente durante as próximas duas semanas, permanecendo em números anormalmente elevados durante um mês ou dois.

Isso pode significar, acrescentou, um aumento da transmissão de doenças potencialmente mortais como a encefalite; o aumento de casos de pessoas com zika ou febre do dengue é também possível, mas essas doenças teriam de ser originadas por alguém que já estivesse infetado.

O número de vítimas mortais direta ou indiretamente relacionadas com a tempestade tropical Harvey subiu para 33 na noite de quarta-feira para ontem, com a descoberta de mais dez corpos face aos 23 anteriormente reportados.

A morte destas dez pessoas foi confirmada em várias cidades no sudeste do Texas, enquanto outros 23 óbitos "estão potencialmente relacionadas com o Harvey", disse a porta-voz do Instituto de Medicina Legal de Harris, o condado que inclui a cidade de Houston, particularmente afetada por esta tempestade, na quarta-feira.

A chuva que caiu em Houston, no Texas, desde a chegada do Harvey – furacão de categoria 4 numa escala de 5, que se transformou em tempestade tropical -, atingiu em quatro dias a altura de 127 centímetros, causando inundações sem precedentes na cidade de 2,3 milhões de habitantes.

Segundo as agências federais e locais, mais de 13.000 pessoas foram resgatadas em Houston ou em áreas adjacentes.

O autarca de Houston anunciou um recolher obrigatório na cidade a partir das 22:00 de terça-feira (04:00 de quarta-feira em Lisboa). O recolher obrigatório, que durará até nova ordem, será levantado todos os dias às 05:00 locais.

Publicado em Diário da República
O novo regime da carreira de técnico superior de diagnóstico e terapêutica foi ontem aprovado, harmonizando o percurso de...

Em comunicado, o Ministério da Saúde dá conta da aprovação do novo regime, que entra hoje em vigor, através da publicação em Diário da República de dois diplomas, um abrangendo os trabalhadores com contrato de trabalho em funções públicas e outro para os profissionais com contrato individual de trabalho.

A tutela explica que com a aprovação do novo regime de carreira procurou garantir que, independentemente de existirem dois regimes de vinculação diferentes, os técnicos das áreas de diagnóstico e terapêutica das instituições sob responsabilidade do Serviço Nacional de Saúde tinham “um percurso comum de progressão profissional e de diferenciação técnico-científica”.

Desta forma, o ministério garantiu também “a mobilidade interinstitucional, com harmonização de direitos e deveres, sem subverter a autonomia de gestão do setor empresarial do Estado”.

Com o novo regime, o Ministério da Saúde definiu que “nos serviços e estabelecimentos de saúde onde existam, pelo menos, três profissões de diagnóstico e terapêutica, deve ser criado um conselho técnico que apoia a gestão e integra todos os responsáveis de cada área de técnico superior de diagnóstico e terapêutica (TSDT)”.

“O novo regime prevê ainda que, quando exista um conselho técnico, deve ser nomeado um técnico superior diretor, o qual preside a esse mesmo conselho técnico”, lê-se no comunicado.

O ministério aproveita para explicar que os TSDT desempenham atividades técnicas de diagnóstico e tratamento de doenças em estabelecimentos de saúde, como hospitais e centros de saúde, onde realizam análises, exames, radiografias, fisioterapia ou desenvolvem e aplicam próteses.

“Consideram-se TSDT os técnicos de ciências biomédicas, imagem médica e radioterapia, fisiologia clínica, terapia e reabilitação, visão, audição, saúde oral, farmácia, ortoprotesia ou saúde pública”, diz o ministério.

A carreira destes profissionais, seja qual for o vinculo que têm, tem três categorias, começando em técnico superior para depois passar a técnico superior especialista e terminar em técnico especialista principal.

No novo regime, em matéria de funções de coordenação, continua a ser necessário que existam, pelo menos, quatro técnicos superiores das áreas de diagnóstico e terapêutica.

“Nos casos em que não seja possível cumprir esta regra, podem ser agregadas mais do que uma área profissional, em função da respetiva afinidade”, acrescenta o ministério.

Governo
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde disse que a candidatura do Porto a receber a nova sede da Agência Europeia do...

Fernando Araújo falava no final de uma visita às instalações da Agência Europeia do Medicamento (EMA), em Londres, onde decorreram reuniões com responsáveis e profissionais da Agência Europeia do Medicamento, para darem a conhecer a candidatura portuguesa à relocalização da EMA.

A EMA tem sede em Londres mas será transferida para outro país na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia. Portugal candidatou a cidade do Porto para receber a nova sede da Agência.

“Temos a noção clara que a decisão é política mas também temos a noção clara de que a informação da EMA e do seu ‘staff’ também será relevante para a decisão politica”, disse o secretário de Estado acrescentando que dos encontros ficou a ideia de que “o Porto constitui para a EMA uma das opções mais valiosas”.

A delegação portuguesa que esteve na EMA integrou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, e elementos da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e da Câmara Municipal do Porto.

A secretaria de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, disse também em declarações à Lusa que na apresentação da candidatura houve oportunidade para esclarecer dúvidas sobre questões como a habitação, saúde e empregos para os cônjuges dos funcionários da EMA.

A decisão agora é política, frisou, mas passa também por uma negociação europeia.

“Uma decisão destas não vai ser tomada contra a vontade do ‘staff’ e os interesses da própria agência”, disse, adiantando que agora a Comissão Europeia elaborará uma lista de cada uma das candidaturas, seguindo-se um debate político.

Na quarta-feira o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, garantiu que a escolha da nova sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA) será feita com critérios objetivos e transparentes, e que algumas cidades cumprem plenamente os critérios.

Tajani reuniu-se com o diretor executivo da EMA, Guido Rasi, com quem debateu o papel da Agência na proteção e inovação na saúde e a futura saída do Reino Unido.

“A escolha da nova sede da EMA deve basear-se em critérios objetivos elaborados a nível europeu”, procurando uma solução o mais económica e eficiente possível, no interesse dos nossos cidadãos, disse Antonio Tajani após o encontro, segundo um comunicado do Parlamento Europeu.

O responsável, segundo o mesmo comunicado, referiu os seis critérios identificados pela Comissão e pela EMA para a nova localização, como a garantia de que a Agência estará totalmente operacional quando o Reino Unido sair da UE, a facilidade de acesso em termos geográficos, a disponibilidade de escolas para 600 estudantes, filhos dos funcionários, e o acesso ao mercado de trabalho e cuidados médicos para 900 famílias, além da distribuição geográfica de outras agências europeias.

Segundo Tajani algumas cidades candidatas cumprem esses critérios na totalidade. Quase duas dezenas de cidades candidataram-se a receber a sede da EMA (sigla do nome da agência em inglês).

União Europeia
A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016, disse a Comissão Europeia,...

“Dispomos de indicações de que este uso ilegal de fipronil (para desinfetar explorações de galinhas poedeiras) se arrastava desde 2016”, disse Sabine Julicher, diretora da Direção Geral de Segurança Sanitária da Comissão Europeia.

“Isto começou, segundo sabemos, em setembro de 2016”, precisou perante o Parlamento Europeu, explicando que se baseia nos registos históricos de certas empresas.

A contaminação de dezenas de milhões de ovos, resultante da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo fipronil, um antiparasitário forte estritamente proibido na cadeia alimentar, foi divulgada em agosto.

Esta crise afetou 22 países da União Europeia (Bélgica, Holanda, Alemanha, Suécia, França, Reino Unido, Áustria, Polónia, Roménia, Itália, Luxemburgo, Irlanda, Eslováquia, Eslovénia, Dinamarca, Espanha, Hungria, Finlândia, Bulgária, República Checa, Grécia e Estónia), mas também a Suíça, a Noruega e o Liechtenstein.

Nove países não europeus (Hong Kong, Líbano, Qatar, Arábia Saudita, Libéria, Rússia, África do Sul, Angola e Iraque) importaram igualmente lotes de ovos contaminados, segundo a Comissão Europeia.

A fraude foi sobretudo praticada na Holanda e na Bélgica, onde respetivamente 258 e 93 explorações foram interditadas pelas autoridades.

Administração Regional de Saúde do Centro
A Administração Regional de Saúde do Centro disponibiliza, a partir de hoje, 46 vagas em cuidados continuados integrados em...

"São dois projetos-piloto que vinham a identificar necessidades evidentes nesta área, que representam um investimento de 557.923 euros", disse o presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), José Tereso.

Com duração de um ano, os projetos são desenvolvidos pela Fundação Beatriz Santos (Coimbra), que tem atribuídas 30 vagas em unidade sócio ocupacional e oito vagas na equipa de apoio domiciliário, e pela Associação Quinta das Pontes (Penela), com oito vagas em residência de apoio moderado.

Segundo José Tereso, "com a experiência adquirida nestes dois projetos-piloto, vai-se tentar ampliar o número de vagas no próximo ano".

Nesta área dos cuidados continuados em saúde mental, o presidente da ARSC revelou que existem 32 candidaturas em análise na região, "umas com viabilidade e outras inviáveis, por não obedecerem ao cumprimento da legislação".

A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados na região Centro tem atualmente uma capacidade de oferta de 2.308 camas destinadas a internamento e 826 vagas para apoio domiciliado, distribuídas por 66 equipas de cuidados continuados integrados, iniciando, a partir de hoje, o seu alargamento à área da saúde mental.

As 46 vagas disponíveis são suportadas financeiramente pelo Ministério da Saúde e Centro Distrital de Coimbra da Segurança Social.

Desfrutar do sol com segurança
Em Portugal são diagnosticados, todos os anos, cerca de mil novos casos de cancro de pele, muitas ve
Homem e mulher sentados à beira mar

O melanoma é o tipo de cancro de pele mais perigoso e que tem origem nas células que produzem melanina – a substância responsável pela cor da pele. “No seu estado normal, as células da pele crescem e dividem-se em novas células que são formadas à medida que vão sendo necessárias, num processo denominado de regeneração celular”, começa por explicar Rita Teixeira de Sousa, oncologista no Centro Hospitalar Lisboa Norte e Hospital Lusíadas Lisboa.

Quando envelhecem ou são danificadas, estas células morrem naturalmente. O problema surge quando elas perdem o mecanismo de controlo e sofrem alterações no seu genoma. “Tornam-se cancerígenas e multiplicam-se de forma descontrolada, resultando na formação do cancro”, esclarece a especialista adiantando que ao contrário do que acontece com as células normais, “as células tumorais têm a capacidade de se dissiminar para outras localizações”, atingido sobretudo o cérebro, pulmões ou fígado.

Apesar de existirem três tipos principais de cancro de pele, o melanoma é considerado o mais raro e também mais agressivo.

“O carcinoma basocelular é a forma mais comum, mas também a menos perigosa deste tipo de cancro. Pode surgir de uma lesão saliente e com coloração ou como uma ferida que persiste em não cicatrizar”, explica. Quando não tratado, este tipo de cancro pode atingir tecidos mais profundos.

O segundo tipo mais comum de cancro de pele é o carcinoma espinocelular, surgindo em áreas da pele muito exposta ao sol – cara ou couro cabeludo. “Pode ulcerar e localmente pode ser muito invasivo, pelo que deve ser excisado com margens de segurança”, acrescenta.

Por fim, o melanoma pode atingir qualquer faixa etária e qualquer pessoa, independetemente da sua cor de pele. Quando detetado numa fase inicial, pode ser tratado.

Embora seja possível identificar alguns fatores de risco, as causa das doença ainda não foram estabelecidas.

 “O risco de aparecimento de cancro de pele/melanoma está relacionado com o padrão e duração de exposição solar, mas pode ocorrer tanto em pessoas com exposição contínua como intermitente, pelo que são essenciais cuidados adicionais”.

Por outro lado, alguns tipos de pele são mais sensíveis à exposição UV. Peles claras (sobretudo com sardas) e pessoas com olhos claros são as que mais riscos correm.

A idade, a história familiar ou a imunossupressão constam ainda da lista de fatores favoráveis ao desenvolvimento de cancro.

“Porém, é importante salientar que qualquer pessoa pode desenvolver este tipo de cancro, até mesmo pessoas com tons de pele mais escuros”, reforça


"Com o acumular de danos, a pele torna-se mais frágil e propensa ao desenvolvimento de melanoma", sublinha a oncologista 

Os sinais a que deve estar atento

O melanoma pode desenvolver-se a partir de sinais que já existem no corpo, pelo que a especialista afirma ser imprescindível fazer uma vigilância adequada dos mesmos, procurando alguma alteração quer em termos de tamanho, forma, cor ou textura.

O aparecimento de crostas, comichão ou hemorragia podem indicar a doença.

“O cancro de pele pode-se apresentar de várias formas. Enquanto alguns carcinomas podem apresentar todos os sintomas, outros podem apenas ter uma ou duas características incomuns”, ressalva Rita Teixeira de Sousa.

De modo a avaliar possíveis alterações, deve recorrer sempre à ferramenta “ABCDE”: A – Assimetria; B – Bordo irregular; C – cor (há variação de uma região para a outra ou alternar de um tom escuro para um tom mais claro); D – Diâmetro (tamanho superior a 6 mm) e E – evolução (alteração do seu aspeto).

O diagnóstico partirá da observação de lesão suspeita, confirmando-se o resultado com recurso a biópsia.

A excisão do tumor é o passo seguinte. No entanto, “mesmo que a lesão seja totalmente excisada, é necessária nova intervenção cirúrgica posterior, para retirar pele à volta, de forma a ser obtida uma margem de segurança, que evita uma recidiva local do melanoma”, explica a oncologista.

Radioterapia, quimioterapia, terapêutica dirigida ou imunoterapia são consideradas quando a doença já se encontra numa fase mais avançada.

“Felizmente, o tratamento do melanoma tem evoluído muito nas últimas décadas, nomeadamente com o aparecimento de terapêutica alvo para um subtipo de melanoma (melanoma com a mutação BRAF) ou com a imunoterapia, cujos dados obtidos têm revelado cada vez maior eficácia no controlo do tumor” revela Rita Teixeira de Sousa.

Este tratamento veio aliás mudar o paradigma do tratamento do melanoma. “O cancro adapta-se, tendo diversos mecanismos para fugir ao controlo do sistema imunitário. Com a imunoterapia é possível reeducar o sistema imunitário, de modo a que este reconheça o cancro como elemento estranho induzindo uma resposta anti-tumoral”, explica a especialista.

Com este tratamento, para além de ser possível controlar a progressão da doença, é possível aumentar a qualidade de vida dos doentes.

No entanto, e em última análise, a prevenção continua a ser a melhor forma de diminuir a incidência do melanoma. “Embora se verifiquem alterações positivas de comportamento por parte dos portugueses é essencial continuar a apostar na consciencialização para os perigos da exposição solar incorreta e excessiva, e sensibilizar as pessoas a vigiarem os seus próprios sinais”, afirma a especialista.

O uso de chapéu de sol, o uso regular de protetor solar com fator de proteção adequado ao tom de pele, evitar a exposição solar na horas de maior calor e manter a hidratração ao longo do dia são os principais conselhos para esta época do ano. “As pessoas desejam desfrutar de um bom dia de praia ou na piscina, passear no campo e apostar em atividades ao ar livre sem preocupações. Podem fazê-lo, mas recomenda-se que adotem medidas de segurança”, reforça Rita Teixeira de Sousa, oncologista. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Delegado regional de Saúde
O delegado regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo afirmou hoje que a interdição da praia de Carcavelos, em Cascais, foi ...

A praia de Carcavelos, no distrito de Lisboa, está interditada a banhos desde as 09:00 de hoje.

Em declarações à agência Lusa, o delegado regional de Saúde, Mário Durval, responsável pela decisão de interditar os banhos naquela praia, explicou que a medida “foi absolutamente necessária para garantir a segurança dos banhistas”.

“Depois de na terça-feira ter chovido como choveu e de nos termos deparado com um cenário em que tínhamos as águas sujas, ratazanas mortas, não hesitei em mandar interditar a praia. Não havia necessidade de correr riscos desnecessários”, sublinhou.

A decisão foi tomada sem a realização de análises, que foram, entretanto, solicitadas pela Câmara Municipal de Cascais.

O resultado será conhecido na sexta-feira.

“Se as análises determinarem que não há risco a praia é reaberta. Caso contrário, permanecerá interditada até que os resultados sejam positivos”, ressalvou.

Já esta tarde, em declarações, o comandante da Polícia Marítima de Cascais, Mário Domingues, perspetivou que a situação pudesse ficar normalizada já na sexta-feira.

Água está a ser analisada
A praia de Carcavelos, em Cascais, está interditada a banhos desde as 09:00 de hoje, perspetivando a Polícia Marítima que a...

A informação foi dada pelo comandante da Polícia Marítima de Cascais, Mário Domingues.

A decisão de interditar os banhos na praia de Carcavelos, no distrito de Lisboa, partiu do delegado regional de Saúde, segundo Mário Domingues.

“Na sequência das fortes chuvas de terça-feira a água galgou os açudes colocados nas ribeiras e trouxe águas sujas para a praia. Por precaução foi determinada a interdição a banhos, mas esperamos que amanhã [sexta-feira] já possa tudo voltar ao normal, quando tivermos os resultados das análises”, explicou.

As análises foram feitas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pela Câmara Municipal de Cascais.

O responsável pela Polícia Marítima de Cascais ressalvou ainda que não houve qualquer queixa por parte dos banhistas a eventuais efeitos adversos das águas e sublinhou que houve compreensão por parte destes à decisão de interdição.

Entretanto, contactada pela Lusa, fonte da Câmara Municipal de Cascais remeteu uma tomada de posição para mais tarde.

No Porto
Investigadores do Porto estão a desenvolver sensores óticos para detetar gases nocivos e explosivos e controlar a qualidade do...

Os sensores óticos são ferramentas analíticas "particularmente atrativas", que permitem a deteção e quantificação de substâncias específicas, em tempo real e com alta sensibilidade, mesmo quando presentes em misturas complexas, disse à Lusa a investigadora Ana Silva, da REQUIMTE - Rede de Química e Tecnologia, laboratório que resulta de uma parceria entre a Universidade do Porto e a Universidade Nova, de Lisboa.

No entanto, segundo indicou, a maioria dos detetores disponíveis responde indiscriminadamente a várias substâncias, estando sujeitos a problemas de calibração e baixa durabilidade, sendo "urgente" o desenvolvimento de novos materiais seletivos e viáveis para a deteção de substâncias específicas.

Para contornar essa questão, os investigadores envolvidos neste projeto estão a criar sensores óticos, a partir de materiais novos e outros já existentes, dotados de propriedades óticas que respondam à presença de substâncias específicas, através da alteração da sua cor.

Depois de integrados num dispositivo portátil, esses sensores podem ser utilizados como sistemas de aviso e alerta à presença de gases nocivos, vapores químicos e explosivos, explicou Ana Silva, que faz também parte do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

De acordo com a investigadora, vários estudos realizados demonstraram que a poluição do ar está muitas vezes relacionada com doenças cardiopulmonares crónicas problemas de demência, sendo, por isso, necessário controlar a sua qualidade.

Por outro lado, e face aos sucessivos atentados terroristas ocorridos ultimamente na Europa e nos Estados Unidos, "assiste-se hoje à necessidade imperativa de desenvolver detetores precisos, confiáveis e de fácil utilização para controlo da libertação de gases tóxicos e explosivos, que possam pôr em perigo vidas humanas", acrescentou.

Os dispositivos podem ser assim utilizados pelo público no geral - nas casas, escritórios e salas de aula -, nas fábricas e indústrias e pelas organizações governamentais, criando oportunidades de diálogo e discussão em torno do tema da deteção de gases em setores como o ambiente e a defesa.

O projeto, que se prolonga até 2019, é financiado pela Rede Europeia M-ERA.NET, contando ainda com a participação da Ação COST CM1302 e com o apoio da REQUIMTE.

Para além da REQUIMTE, e do Departamento de Química e Bioquímica da FCUP, participam no projeto investigadores dos Centros de Investigação Madrid Institute for Advanced Studies in Nanoscience (IMDEA, Madrid) e da Universidad Pablo de Olavide (UPO, Sevilla), e a empresa Sondar.i - ISQ Group.

Universidade de Verão do PSD
A ex-ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz defendeu hoje que o recurso à eutanásia deve ser um direito, que não implica...

Num debate na Universidade de Verão do PSD, iniciativa de formação de jovens quadros, Teixeira da Cruz foi uma das protagonistas do debate “Eutanásia: Sim ou Não?”, com o médico e deputado do PSD Ricardo Baptista Leite a assumir a posição contrária à morte medicamente assistida.

Baptista Leite defendeu que o Estado tem de assumir o investimento em cuidados paliativos – que disse não chegarem a 80% dos portugueses – antes de “desistir” e oferecer a morte terapêutica como solução e disse "desconhecer" se um instrumento já existente desde 2014 como o testamento vital está a ser verdadeiramente respeitado no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Somos do pior do mundo ocidental em cuidados paliativos, não estamos dispostos a investir nisto, mas estamos dispostos a investir numa solução com menos custos?”, criticou, considerando que não se podem "saltar barreiras" antes de aprofundar outras possibilidades.

Questionados por um dos participantes na Universidade de Verão sobre a necessidade de uma revisão constitucional caso a legalização da eutanásia avance, Teixeira da Cruz e Baptista Leite divergiram.

“Parece-me que uma legalização da morte a pedido teria de levar a alterações constitucionais e até deontológicas para os médicos”, defendeu o deputado e médico.

Para Baptista Leite, a legalização da eutanásia vai contra o juramento de Hipócrates e considerou que colocar a morte terapêutica como uma opção, “ao lado da quimioterapia ou sedação”, abalaria a confiança da relação entre médico e doente.

Já Teixeira da Cruz rejeitou terminantemente a necessidade de uma revisão constitucional, neste caso relacionada com os artigos 24 e 64, que determinam, respetivamente, a inviolabilidade da vida humana e o direito à proteção da saúde.

“O que é inviolável é a vida humana, não é a vida biológica, nós não somos só tecidos”, defendeu.

Sobre o direito à proteção da saúde, a deputada social-democrata manifestou dúvidas que esteja atualmente a ser cumprido “com todos os cortes que têm sido feitos, com as listas de espera e as ausências de uma série de cuidados que deviam presidir ao Serviço Nacional de saúde (SNS)”.

“Quando o PSD esteve no governo, se o SNS estivesse no estado que está neste momento, nem imagino o que seria dito”, criticou.

Paula Teixeira da Cruz concordou com Baptista Leite na necessidade de um maior investimento em cuidados paliativos mas considerou que estes podem coexistir com a eutanásia, definindo-a como “a boa morte”.

“Para mim é extremamente simples, eu tenho de ter esse direito, não posso ter essa porta fechada”, defendeu, considerando que deve prevalecer a liberdade como valor supremo.

No entanto, a antiga ministra da Justiça salientou que esse deve ser um direito “extremamente restrito” para que não se corra o risco de alargar a eutanásia a casos que já não o são, defendendo que qualquer decisão deve passar por um órgão multidisciplinar.

Baptista Leite acentuou o risco da chamada “rampa deslizante” que aconteceu em outros países onde a eutanásia é legal e sublinhou a necessidade de se prever, numa eventual lei, o direito de objeção de consciência dos profissionais de saúde, com o qual Teixeira da Cruz concordou.

A ex-ministra da Justiça recusou, por outro lado, que a eutanásia seja uma questão fraturante ou uma bandeira do BE, lembrando que o debate do tema começou com uma petição de cidadãos, que assinou.

“O que aconteceu foi muita propaganda… eu não gosto de dizer da geringonça, prefiro chamar Frankenstein, geringonça ainda tem arte, o Frankenstein são bocados mal colados e mal feitos”, ironizou.

Em fevereiro, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, assegurou que o partido terá uma posição oficial sobre o tema da eutanásia, mas será dada liberdade de voto aos deputados do partido quando existirem iniciativas legislativas.

“É futurologia dizer se vai ser aprovado na Assembleia da República (…) Se a ideia for baralhar e dar de novo e arrastar até 2019 se calhar até lançam o referendo, o que vai estupidificar o debate”, defendeu Baptista Leite, que disse acreditar que a legalização da eutanásia não será uma realidade.

Ordem
A Ordem dos Médicos Veterinários alerta para o crescimento de casos de falsos profissionais que tratam animais sem habilitação...

Em entrevista, o bastonário dos Veterinários, Jorge Cid, relatou que, só este ano, já chegaram à Ordem mais de uma dezena de queixas documentadas de falsos veterinários, mas estes casos são apenas a ponta de um icebergue, porque há muitas outras situações que não resultam em queixa formal.

A própria Ordem dos Veterinários já apresentou ao Ministério Público casos de falsificação de vinhetas de médicos veterinários e de crime de usurpação de funções. Até ao momento só houve uma condenação porque “os processos demoram muito tempo”.

“É preciso alertar a população em geral para que qualquer tratamento, qualquer vacina, qualquer atestado passado por um médico veterinário tem de ter uma vinheta, que é emitida pela Ordem”, avisa Jorge Cid. As exceções são apenas os médicos veterinários municipais e o Ministério da Agricultura, mas que usam documentos oficiais para o efeito.

Os casos de falsos veterinários ocorrem em animais de companhia, mas também entre animais de produção, em que há situações de criadores de animais ou auxiliares a praticar indevidamente medicina veterinária.

“Com estes falsos médicos veterinários está a ser posto em causa o respeito pela vida animal, a saúde do animal e, acima de tudo, a saúde pública”, sublinha o bastonário.

Jorge Cid descreve casos de animais “encharcados em antibióticos”, o que promove a resistência aos antimicrobianos e pode potenciar bactérias multirresistentes, sendo uma situação que deve ser encarada como “uma luta de todos em prol da saúde pública”.

A resistência aos medicamentos antimicrobianos para uso humano e animal tem sido um problema de saúde crescente nível mundial. Muitos dos agentes antimicrobianos usados em animais são igualmente utilizados em seres humanos e alguns desses agentes são essenciais para tratamento de infeções potencialmente fatais nos seres humanos.

Alexandre Dias está na prova IRONMAN
Mais de dois mil participantes vão invadir a vila de Cascais já no próximo fim de semana para a primeira edição em Portugal da...

Alexandre Dias será o representante do clube nesta prova de resistência que consiste em 1900 metros a nadar, 90 quilómetros a pedalar e 21 quilómetros a correr e servirá de preparação para a prova IRONMAN, que se realiza em Barcelona a 30 de setembro e que compreende 3,8 Km de natação, 180 Km de ciclismo e 42 Km de corrida.

Sobre a sua participação na IRONMAN em Cascais, nos dias 2 e 3 de setembro, Alexandre Dias declara “Sinto-me bastante positivo e confiante e acredito que será um teste importante, principalmente a prova de natação. 

Esta participação do EM’Força insere-se no IronEM, um projeto que tem por missão divulgar o que é a EM, desmistificar a doença e mostrar a realidade de quem vive com ela diariamente.

Estudo
Ensaios clínicos com humanos podem começar já em 2018. Investigação confirmou eficácia e segurança da terapia com células...

Uma equipa de cientistas no Japão e Suécia conseguiu reparar, em macacos, a função de neurónios afetados pela doença de Parkinson através de uma terapia com células estaminais, segundo um artigo publicado esta quinta-feira na revista científica Nature. Os animais envolvidos neste estudo pré-clínico foram acompanhados durante dois anos, confirmando-se a segurança e eficácia da técnica. Jun Takahashi, da Universidade de Quioto, no Japão, e principal autor do artigo, adianta ao jornal Público que espera avançar para um ensaio clínico em humanos no final de 2018.

Os cientistas usaram as chamadas células estaminais pluripotentes induzidas (células adultas que são reprogramadas e que, assim, reconquistam a capacidade de originar qualquer tipo de tecido do organismo e que são conhecidas pela sigla iPS) para reparar a função neurológica de macacos com doença de Parkinson. Neste caso, as células estaminais humanas foram reprogramadas para se tornarem neurónios dopaminérgicos, que são afetados pela doença de Parkinson. Segundo os cientistas, até agora não era conhecido nenhum estudo que tivesse avaliado a longo prazo o recurso a neurónios dopaminérgicos produzidos a partir de células iPS em qualquer modelo de primata com a doença de Parkinson. Neste trabalho, foi investigada a doença de Parkinson esporádica (sem história familiar e que é a forma mais comum).

Tendo em conta os resultados obtidos nesta experiência, os cientistas acreditam que a técnica agora experimentada com sucesso em macacos com Parkinson pode ser benéfica para os humanos e para outras doenças neurodegenerativas. Mas, afinal, o que fizeram? Os investigadores inseriram as células estaminais humanas nos cérebros de macacos (da espécie Macaca fascicularis, ou macacos-cinomolgos) com Parkinson. Tratavam-se de linhas celulares que vieram de quatro pessoas saudáveis e três doentes. Uma vez reprogramadas e implantadas no cérebro dos macacos, estas células funcionaram de forma idêntica.

Com este transplante foram substituídos os neurónios afetados pela doença que se caracteriza pela perda destas células nervosas (numa zona chamada “substância negra”) e que se tornam incapazes de produzir dopamina. A morte celular desencadeada pela doença causa problemas motores, sendo que estudos publicados indicam que, quando os sintomas são detetados, a pessoa já terá perdido mais de metade dos seus neurónios dopaminérgicos.

O procedimento com células estaminais usado agora fez com que os macacos recuperassem vários movimentos, relata o artigo na Nature, adiantando-se que foi feita uma avaliação recorrendo a uma escala neurológica e a vídeos onde se observou a evolução dos movimentos espontâneos dos animais.

Desenvolvimento de neurónios (a branco dentro da área a tracejado) em quatro momentos: antes do transplante e 3, 6 e 12 meses depois. Em baixo, a vermelho, a progressão da produção de dopamina Universidade de Quioto

Além do efeito que este tratamento teve nos sintomas da doença, a equipa observou também que as células iPS implantadas nos macacos funcionaram como neurónios dopaminérgicos durante, pelo menos, dois anos (período de duração desta fase pré-clínica do estudo. “Espero que as células enxertadas sobrevivam mais de dez anos com uma função normal. Existem vários relatos de transplantes feitos com células fetais para doentes com Parkinson que mostram que estas células sobreviveram e funcionaram mais de dez anos”, refere Jun Takahashi ao jornal Público.

Apesar de já terem sido feitas algumas experiências que recorreram a células dopaminérgicas de fetos para transplantes em doentes com Parkinson, a abordagem com tecidos fetais é mais complexa e controversa. O facto de ser relativamente simples obter células estaminais a partir de amostras de sangue ou da pele, será uma das principais vantagens da técnica proposta agora pela equipa de Jun Takahashi. No capítulo da segurança desta terapia não foram observados quaisquer efeitos secundários relevantes, tais como a formação de tumores no cérebro.

A doença continua lá
Mas, mesmo com a reparação dos neurónios, a doença continua lá. Ou seja, será que estes “novos” neurónios não vão inevitavelmente ser também, mais tarde ou mais cedo, afectados pela doença? “Sim, é possível. Existem vários relatos que mostram que a alfa-sinucleína [proteína associada à doença de Parkinson] se volta a acumular nos neurónios fetais [que foram transplantados para doentes com Parkinson em experiências anteriores]. Mas isso nem sempre significa que o efeito dos enxertos foi perdido”, acredita o cientista.

Além da função dos neurónios que, tanto quanto sabemos, se manteve normal durante os dois anos desta experiência, os investigadores avaliaram a sobrevivência das células inseridas nos cérebros dos macacos. Nem todas sobreviveram. “O número de neurónios dopaminérgicos sobreviventes variou entre os animais e os autores identificaram assinaturas genéticas que podem afectar a sua sobrevivência, o que poderá ser usado para seleccionar as melhores linhas celulares num cenário clínico”, refere o resumo da Nature.

Num outro artigo assinado também por Jun Takahashi, mas publicado na revista Nature Communications, são apresentadas algumas estratégias para melhorar a sobrevivência destes neurónios após o transplante, minimizando a resposta do sistema imunitário do receptor. Para já, um dos principais pontos de partida é que mais do que a quantidade de células que sobrevivem o mais importante será mesmo a qualidade das sobreviventes. Por outro lado, entre as 11 assinaturas genéticas que podem ajudar a identificar as “melhores” células para transplante também já foi identificado um marcador que se parece destacar: o gene Dlk1.

A investigação que pretende levar as células iPS para a prática clínica promete continuar. Passo a passo. Se tudo correr bem como esperam, no final do 2018 será o momento decisivo para avançar para os testes em humanos.

Leucemia
Um tratamento inovador para a leucemia, que modifica o ADN das células do sistema imunitário do próprio doente para matar as...

A terapia consiste na utilização das células do sistema imunitário, mais precisamente os linfócitos T, presentes no corpo do próprio doente. Estas células são retiradas do doente e enviadas para um laboratório para serem geneticamente modificadas com o auxílio de um vírus. As células ganham informação genética que lhes permite detetar e matar as células cancerosas. Depois, as células são reintroduzidas no organismo do doente, passando a ter a capacidade de reconhecer e matar a fonte da doença, escreve o jornal Público.

Esta terapia será usada especificamente para a leucemia linfóide aguda - um tipo de leucemia que ocorre na medula óssea e em que as células cancerosas são as precursoras das células do sistema imunitário. A doença ocorre principalmente em crianças. A maioria dos doentes são curados com quimioterapia ou radioterapia, mas quando há recaídas normalmente não há cura para.

Por isso, só se recorre à nova terapia se os primeiros tratamentos não tiverem sucesso. Os ensaios clínicos da nova terapia mostram que 79% das pessoas tratadas sobrevivem mais um ano, e a maioria não tem nenhuma recaída, adianta a CNN.

“A FDA emitiu uma ação história disponibilizando a primeira terapia genética nos Estados Unidos, inaugurando uma nova abordagem no tratamento do cancro e outras doenças sérias e possivelmente mortais”, anunciou a agência em comunicado. “A FDA aprovou o Kymriah para certos doentes pediátricos e jovens adultos com uma forma de leucemia linfoblástica aguda”.

O comissário da FDA, Scotti Gottlieb, destaca também no mesmo comunicado o passo histórico dado pela agência norte-americana: “Estamos a entrar numa nova frente da inovação médica com a capacidade de reprogramar as células do próprio paciente para atacar um cancro mortal.”

Stpehan Grupp, director de imunoterapia oncológica do Hospital Pediátrico de Filadélfia, que liderou esta investigação, diz que isto é algo nunca visto no tratamento do cancro: “Nós nunca vimos nada como isto anteriormente e acredito que esta terapia pode tornar-se o novo padrão de cuidados para esta população de pacientes”.

A FDA avisa ainda que os hospitais e clínicas que queiram colocar em prática o procedimento devem possuir um certificado para o efeito. Isto porque o tratamento pode originar uma reacção do sistema imunitário que faz diminuir excessivamente a pressão sanguínea podendo matar o doente. Ora, as instituições que queiram utilizar o Kymriah terão de estar preparadas para responder rapidamente a este efeito secundário.

A Novartis, farmacêutica responsável pelo Kymriah, revelou ainda que o preço base deste tratamento situa-se nos 475 mil dólares (mais de 395 mil euros) mas os pacientes que não melhorarem no primeiro mês após o tratamento ficarão isentos de qualquer custo. A empresa terá de continuar a realizar estudos para garantir a segurança do Kymriah a longo prazo.

Nutricionistas alertam
Nutricionistas da América Latina condenam a crescente "demonização" dos alimentos, assim como dos seus ingredientes,...

Desmistificar a visão dos alimentos como um "veneno" é um dos temas do Congresso da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) realizado esta semana em São Paulo.

Substitutos do açúcar em muitas dietas, os adoçantes não devem ser encarados com medo, segundo a maior especialista sobre o tema no Brasil, a engenheira alimentar Maria Cecília Toledo. "Alguns conceitos incorretos estão a ser transmitidos sobre o adoçante e sobre o açúcar. A ideia de que o aspartame provoca efeitos deletérios ao organismo não é verdadeira e a era das redes sociais ajuda a viralizar essas demonizações", argumentou.

De acordo com Maria Cecilia Toledo, escreve o Sapo, a explosão de influenciadores digitais e bloggers ajuda a disseminar "ideias erradas" sobre alimentos como o adoçante, comummente associado ao cancro e que ela vê como uma "ferramenta no combate à obesidade".

A especialista enfatiza ainda que a generalização dos malefícios é proveniente, muitas vezes, de interpretações erradas de estudos ou falhas nas investigações.

O problema está na quantidade ingerida
É preciso prestar atenção à ciência e não à ideologia e nunca fazer generalizações. É o que explica esta especialista: "Isso faz com que a população fique confusa e não saiba o que comer: hoje é o açúcar que faz mal, amanhã o sal... Existe uma grande confusão", comentou, ressaltando que o verdadeiro problema é a quantidade consumida.

Para a nutricionista Márcia Terra existe a necessidade urgente de reinterpretar a inclusão ou não de alimentos nas dietas e estas não devem ser tratadas como sinónimos de restrição.

Sobre os ácidos gordos, o professor da Universidade de São Paulo, Jorge Mancini, destacou que a composição entre os diversos tipos é muito similar. "O advento do óleo de coco eclodiu com a perda de peso da população na Indonésia, que tinha problemas de circulação... No entanto essa população não consome só óleo de coco, mas coco em geral. Esta dieta tradicional é caracterizada por um baixo consumo de açúcar e alimentos processados, sendo mais focada em peixe e fibras, produtos recomendados para uma dieta saudável", explicou Mancini.

"Não existe uma dieta humana ideal, o homem pode adaptar-se a diferentes habitats e consumir diversos alimentos", enfatizou, por outro lado, Márcia Terra.

Grupo de Ativistas em Tratamentos
O Grupo de Ativistas em Tratamentos – GAT – está a lançar a CheckMe, a primeira app móvel portuguesa de saúde sexual para...

Esta aplicação nacional pretende disseminar informação correta e ajustada à promoção da saúde sexual dos homens que têm sexo com homens e conjuga várias funcionalidades de apoio à gestão da saúde individual, tais como: mapas de locais de socialização e de prevenção; informação sobre infeções sexualmente transmissíveis (transmissão, prevenção e ferramentas de prevenção); gestão e adesão a medicação de profilaxia de pré e pós exposição e tratamento antirretroviral como prevenção; lembretes para marcações e gestão de saúde (consultas, testes e outros); histórico de parceiros e encontros; notificação anónima de parceiros; contactos úteis.

O desenvolvimento da CheckMe (https://checkme.gatportugal.org/) teve por base o crescimento exponencial, desde 2009, da utilização de apps para facilitar o encontro entre homens que têm sexo com homens (HSH), tornando-se numa importante ferramenta de divulgação na área da saúde.

“O lançamento desta app é um fator inovador e que permite elevar a literacia em saúde sexual” afirma Diogo Medina, coordenador científico do CheckpointLX.

E acrescenta: “O objetivo é ir mais além da prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e prestar também esclarecimentos úteis e credíveis tais como riscos associados aos comportamentos, profilaxia e ajuda na gestão do tratamento. Esperamos que com a utilização desta app haja uma maior consciencialização para a importância da monitorização da saúde em homens que têm sexo com homens.”

Em Portugal, o CheckpointLX (www.checkpointlx.com), centro de rastreio comunitário do GAT, tem disponibilizado serviços que promovem a saúde dos HSH desde 2011.

Com o desenvolvimento da CheckMe o GAT pretende chegar a um público maior, continuando a investir na oferta de um leque completo de ferramentas de prevenção para este grupo.

A app CheckMe é financiada pela Direção-Geral da Saúde e promovida pelo GAT, associação membro da Coalition Plus e parceira da AHF Europe.

Estudo
Estudo coordenado pela Universidade do Minho foi publicado na prestigiada revista “Translational Psychiatry”, do grupo Nature.

Uma equipa liderada pelo Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho (UM) mostrou pela primeira vez que o cérebro de doentes com Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) apresenta padrões atípicos de conetividade mesmo quando está a descansar ou a dormir e que estes padrões se relacionam com alterações da própria estrutura cerebral.

O estudo, segundo o Sapo, foi divulgado na revista "Translational Psychiatry", do grupo Nature, podendo abrir pistas para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais eficientes. Esta doença afeta 4,4% da população portuguesa.

Com recurso a uma abordagem baseada em ressonância magnética funcional, o grupo de trabalho analisou a atividade cerebral de doentes com POC e de indivíduos saudáveis, enquanto estes se encontravam num estado de repouso.

Incapacidade de regular a ansiedade
Concluiu-se que as pessoas obsessivo-compulsivas têm uma menor sincronia cerebral em duas sub-redes principais: a primeira formada por regiões do córtice orbitofrontal, polos temporais e córtice cingulado anterior; a segunda constituída por regiões dos córtices sensoriomotor e occipital. "Esta configuração parece estar associada a um processamento emocional alterado nestes doentes, o que conduz a uma incapacidade de regular e diminuir a ansiedade provocada pelos pensamentos obsessivos", explica Pedro Morgado, responsável pelo estudo e professor da Escola de Medicina da UMinho.

A investigação revelou, ainda, que esses doentes apresentam uma híper-sincronia numa rede constituída pelo tálamo e regiões occipitais.

"Estes padrões estão relacionados com uma capacidade de tomada de decisão ineficiente, motivada por hábitos, e não por objetivos, que resulta de uma perceção inadequada da recompensa", acrescenta o cientista. Os dados obtidos constituem um avanço significativo no estudo da POC, pois permitem uma maior compreensão da doença e o estabelecimento de terapias mais eficazes.

O estudo, intitulado "The neural correlates of obsessive-compulsive disorder: a multimodal perspective", foi realizado por Pedro Moreira, Paulo Marques, Ricardo Magalhães, José Miguel Soares, Nuno Sousa (todos do ICVS), Carles Soriano Mas (Instituto de Saúde Carlos III, Espanha), além do coordenador Pedro Morgado.

Sobre a doença
A POC afeta entre 2 a 3% da população mundial. Caracteriza-se por pensamentos repetidos e intrusivos que causam ansiedade (obsessões) e provocam a necessidade de ações repetidas para aliviar o sofrimento (compulsões).

A doença manifesta-se em todas as idades, sobretudo em adultos jovens, e afeta igualmente homens e mulheres. A Organização Mundial da Saúde considera-a uma das dez patologias mais incapacitantes na redução da qualidade de vida e dos rendimentos.

União Europeia
Os aspiradores ruidosos e ineficazes deixam de ser permitidos no mercado da União Europeia a partir de sexta-feira, revelou a...

A Zero lembra que deixam de ser permitidos no mercado aspiradores que consumam mais de 900 watts e excedam os 80 decibéis de ruído e que o barulho provocado por diversos equipamentos domésticos “excede o de um camião a passar próximo ou [o de] locais mais ruidosos de trânsito em grandes cidades como Lisboa e Porto”.

As novas regras, ao não permitirem no mercado modelos que excedem os 80 decibéis, também evitarão “efeitos adversos para a saúde relacionados com a poluição sonora e a reemissão de poeira”, recorda a Zero, lembrando que, no entanto, a venda de aparelhos em stock com indicadores acima do agora permitido continuará a ocorrer.

As regras definidas em 2013, que também incluíram uma proibição em 2014 de aspiradores com potência acima dos 1.600 watts, “economizarão no total da União Europeia cerca de 20 terawatt-hora por ano até 2020”, o que equivale a 40% do consumo anual de eletricidade de Portugal.

“A Comissão Europeia estimou que os consumidores da UE podem economizar até 70 euros nas contas de energia ao longo da vida de um produto mais eficiente”, escreve a Zero, que sublinha igualmente o quão prejudicial o excesso de ruído pode ser para a saúde.

“De acordo com especialistas, a exposição repetida a altos níveis de ruído na ordem de 85 decibéis pode causar perda auditiva permanente e outros problemas”, recorda.

Na UE, apenas um ano após a entrada em vigor dos novos padrões, uma avaliação do mercado mostrou que produtos mais eficientes em termos de energia estão a substituir rapidamente os modelos ineficientes.

“Em 2015, produtos de classe A eficientes em termos de energia já representavam 39% das vendas”, sublinham os ambientalistas, que chamam a atenção para a necessidade de algumas melhorias nesta área.

Entre elas estão as metodologias de teste de eficiência utilizadas por alguns fabricantes, que segundo a Zero ”precisam de refletir melhor as condições reais da vida”.

“O problema é que os testes laboratoriais são atualmente executados exclusivamente com sacos de pó vazios, embora o pó possa afetar a eficiência energética de um aspirador e, portanto, resultar num desempenho mais fraco à medida que os sacos acumulam pó”, exemplifica.

A Zero aponta ainda o facto de o longo processo de consulta ter arrastado a manutenção de rótulos de eficiência energética para aspiradores confusos (A +, A ++, A +++), enquanto a legislação mais recente da UE sobre rotulagem energética reverteu a etiqueta para a escala original fechada (de A a G), que os ambientalistas consideram mais direta.

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