Incêndios
Os apicultores estão preocupados com o efeito dos incêndios na redução da área de alimento para as abelhas e consequentemente...

Este é precisamente um dos assuntos que vai estar em debate no Fórum Nacional da Apicultura que decorre entre 07 e 10 de setembro, em Vila Pouca de Aguiar.

Duarte Marques, presidente da Aguiarfloresta e um dos organizadores do fórum, disse hoje à agência Lusa que os incêndios representam “uma grande ameaça” para a apicultura porque destroem diretamente colmeias, mas também porque estão a reduzir a área de pasto - ou seja, de alimento das abelhas.

“O que se traduz em maiores dificuldades a nível de produção de mel e derivados e da sustentabilidade e viabilidade das explorações apícolas”, afirmou.

Nas últimas semanas têm sido relatados vários estragos causados pelos fogos em colmeias.

“Muitos incêndios destroem apiários e abelhas. Mesmo que não consumam as caixas e as colmeias, o excesso de calor acaba por afetar as abelhas que acabam muitas vezes por morrer por sobreaquecimento”, explicou Duarte Marques.

O responsável destacou também que os incêndios têm implicação direta na redução da área de floração, logo de pólenes e néctares.

“Quando arde o mato está-se a perder área de pasto, de alimento, para as abelhas. É uma perda efetiva para a apicultura”, frisou.

Duarte Marques explicou que as abelhas têm uma área de ação limitada, podendo ir buscar alimento apenas a três ou quatro quilómetros de distância.

Isso implica que, por vezes, seja necessário mudar a localização das colmeias ou recorrer à alimentação artificial para se manterem as colónias vivas.

“É um esforço e há custos acrescidos, com implicações na rentabilidade das explorações. Os custos de produção tornam-se mais elevados do que os proveitos”, salientou.

O dirigente referiu que, para além dos incêndios, este setor possui outras “ameaças e fragilidades”, desde o clima, as doenças e pragas, como a vespa asiática que “está em crescendo em Portugal”.

A seca teve, este ano, um efeito direto na produção de mel.

Duarte Marques referiu que 2017 “foi um ano mau”. “Depende das regiões mas aqui, no Alto Tâmega, a quebra de produção andará à volta dos 50% comparativamente a um ano normal”, sustentou.

O fórum nacional é considerado o “grande evento da apicultura” em Portugal, que serve fazer o “ponto de situação do setor”.

“É um momento de encontro em que se faz uma avaliação das dificuldades do setor e as novas oportunidades, também as investigações e as inovações”, frisou.

O evento inclui a realização da XVI Feira Nacional do Mel e da Feira de Inovação da Apicultura.

O fórum é promovido pela Federação Nacional dos Apicultores de Portugal e conta com vários parceiros institucionais na região, como a associação florestal e ambiental Aguiarfloresta, com sede em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.

Fipronil
A retirada de alimentos contaminados do circuito comercial é frequentemente "tardio ou nem acontece” na Alemanha, devido a...

Apontando 92 casos de contaminação de alimentos ao longo de um ano, a organização observa que os fabricantes envolvidos "quase nunca usam todos os meios disponíveis para alertar os consumidores”.

A Foodwatch aponta também erros às autoridades, que acusa de lançarem os alertas tardiamente, o que aconteceu pelo menos "em 47%" dos casos.

Sendo certo que o número de ordens para retirar alimentos contaminados tem vindo a aumentar na Alemanha, muitas vezes, acusa a organização, o único alerta é feito através de comunicados divulgados pelos media

Quanto ao tipo de caos, em 38% trata-se de contaminação microbiológica, em particular por bactérias do tipo salmonela ou listeria, em 27% há presença de corpos estranhos nos alimentos, incluindo pedaços de vidro ou plástico, e menos frequentemente faltam informações sobre o seu conteúdo ou há violação do dever legal de informação.

O problema, de acordo com a Foodwatch, está tanto na demora em retirar os alimentos como na forma como é feito, sendo que a única regra aprovada na União Europeia, em 2002, prevê apenas que “os produtos que não são seguros não devem ser colocados em circulação”, não existindo instruções específicas.

"A falta de informação por parte das autoridades no escândalo de ovos contaminados com fipronil ilustra, mais uma vez, este problema", diz a Foodwatch, que preconiza a promulgação de regras obrigatórias e específicas.

Sindicato Independente dos Médicos
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) quer que o Ministério da Saúde tenha em conta no número de utentes atribuídos a cada...

O pedido surge depois da divulgação de um estudo feito pelo SIM em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto que avaliou 228 mil consultas de Medicina Geral e Familiar em 2016.

Segundo a análise, os doentes dos 80 aos 89 anos com diabetes, hipertensão e depressão vão ao médico de família quase 8 vezes por ano.

O número mínimo de consultas é atingido nas idades entre os 10 e 19 anos, aumentando gradualmente a partir dessas idades à medida que os utentes ficam mais velhos. Os dados levam o secretário-geral do sindicato a pedir, que nas ponderações que existem na lista de utentes por médico de família, se passe a ter em conta não apenas a idade mas também as doenças diagnosticadas, escreve a TSF.

"Não diminuindo a carga de trabalho. A carga mantém-se para acompanhar devidamente os doentes mais idosos", diz Jorge Roque da Cunha, médico de família e secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos.

Segundo a referida rádio, no entender do sindicato, esta seria uma forma de levar todos os médicos de família a responder a tempo, horas, sem listas de espera e com qualidade aos pedidos de consulta dos utentes.

Depois da passagem da troika por Portugal, o número de doentes por médico de família passou de 1500 para 1900.

Esta sexta-feira está marcada uma nova reunião daquele sindicato com a secretária de Estado da Administração Pública, mas Roque da Cunha não está otimista. "Aquilo que o ministério da Saúde e o ministério das Finanças propôs ainda não foi nada e estamos a ser empurrados para a greve", admite.

Segurança rodoviária
No período de um ano e meio, entre 2016 e os primeiros seis meses de 2017, foram realizados 4236 testes para controlar o...

Em média, quatro condutores por semana são apanhados sob efeito de estupefacientes. No período de um ano e meio, entre 2016 e os primeiros seis meses de 2017, foram realizados 4236 testes para controlar o consumo de drogas na estrada e 261 deram positivo.

Os números foram apresentados esta quinta-feira pelo Jornal de Notícias, que contactou o Comando Geral da Guarda Nacional Republicana (GNR). A informação da polícia portuguesa dá conta de que, só em 2016, dos 2017 testes feitos 162 deram positivo. Já este ano, no primeiro semestre, totalizam-se 76 positivos num universo de 823, conforme nota a edição de hoje do matutino portuense.

Uma das preocupações das autoridades policiais é o crescimento das “novas drogas sintéticas”, de acordo com o que explicaram ao JN fontes do ramo. Assim, dizem, o investimento na detecção destas substâncias também deverá acompanhar esse crescimento. “A fiscalização também tem de evoluir”, acrescentam.

Observando os números, pode perceber-se que entre 8% e 9% dos condutores são apanhados com droga nos rastreios policiais da GNR e da Polícia de Segurança Pública (PSP). Os três distritos onde se verificou a maioria das ocorrências foram Braga (35), Faro (30) e Leiria (23). A canábis é a substância mais detetada nos testes.

Consumo em excesso
O consumo excessivo de álcool aumenta nas férias e constitui um sério problema de saúde pública, causando inúmeras doenças,...

As bebidas alcoólicas contêm etanol, uma substância psicoativa que afeta a função e neurotransmissão cerebral, e que possui propriedades intrínsecas capazes de induzir dependência.

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 3,3 milhões de pessoas morrem anualmente, em todo o mundo, como consequência do consumo abusivo de álcool, ocupando o quarto lugar no ranking de causas de morte.

"Com a chegada do bom tempo e do período de férias chegam também as atividades ao ar livre, as festas regionais e os festivais de música, circunstâncias que apelam ao consumo de bebidas alcoólicas, tradicionalmente associado ao relaxamento e à diversão", admite a médica Mónica Almeida.

"O efeito de desinibição social intrínseco ao álcool pode também ser motivo de procura em pessoas com maiores limitações na interação social, sobretudo jovens, como os que sofrem de fobia social, grupo de risco para desenvolver problemas relacionados com o álcool", recorda a psiquiatra.

No entanto, a especialista deixa um alerta: "O consumo excessivo de álcool constitui um sério problema de saúde pública, atuando como fator causal em inúmeras doenças".

"Aumenta exponencialmente o risco de acidentes em meio aquático, como afogamentos, acidentes de viação, consumo de outros estupefacientes, comportamentos sexuais de risco, comportamentos violentos" assim como "aumenta a exposição a várias doenças psiquiátricas", indica.

"O aumento do consumo de bebidas alcoólicas no período de férias é sobretudo preocupante nos jovens, por variadas razões, das quais se realça poder precipitar um padrão de consumo regular e problemático que se perpetua após este período", acrescenta Mónica Almeida, psiquiatra na Unidade Psiquiátrica Privada de Coimbra.

A especialista aconselha "limitar o seu consumo de álcool nestas férias e ficar atento ao mesmo por parte dos filhos". "Depois da prevenção, o reconhecimento do problema e intervenção precoces são o principal fator de bom prognóstico a médio e longo prazo, logo, não hesite em procurar ajuda especializada aos primeiros sinais de suspeição de dependência do álcool", avisa.

Harvard
As pessoas idosas que foram tratadas por médicas do sexo feminino tiveram taxas de sobrevivência significativamente maiores e...

As descobertas, publicadas na revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA) Internal Medicine, foram baseadas na análise dos registos médicos de uma amostra de mais de um milhão de pessoas, referentes ao período de 2011 a 2014.

Os pacientes com médicas tinham uma probabilidade significativamente menor de morrer num período de 30 dias a partir da data de internamento ou de ser readmitidos nos 30 dias após a alta.

Se os homens conseguissem obter a mesma taxa de sucesso que as mulheres neste campo, haveria menos 32.000 mortes por ano apenas entre os pacientes do programa de assistência de saúde Medicare, um grupo que inclui pessoas com mais de 65 anos. Os números constam do referido estudo.

"A diferença nas taxas de mortalidade surpreendeu-nos", concluiu o autor principal do estudo, Yusuke Tsugawa, do Departamento de Política e Gestão de Saúde da Universidade de Harvard. "O género do médico parece ser particularmente significativo para os pacientes mais doentes", acrescentou.

O estudo foi descrito como a primeira avaliação nacional deste tipo a comparar os resultados entre os pacientes de médicos de sexos opostos. A investigação conclui que os pacientes tratados por uma médica do sexo feminino tinham um risco 4% menor de morrer prematuramente em comparação com os pacientes tratados por um médico homem.

Menor risco de reinternamento

Os pacientes atendidos por médicas também tiveram um risco relativo 5% mais baixo de serem readmitidos num hospital nos 30 dias seguintes à alta médica. A análise científica não aprofunda razões para as diferenças observadas, mas recorda que estudos anteriores mostraram que as médicas do sexo feminino tendem a seguir as diretrizes clínicas mais rigorosamente do que os homens e que as mulheres oferecem uma comunicação mais centrada no paciente.

Uma melhor compreensão das diferentes abordagens é agora mais importante do que nunca, conclui ainda o autor sénior do estudo, Ashish Jha, professor de política de saúde e diretor do Instituto de Saúde Global de Harvard.

Estudo
Uma dieta mediterrânica rica em legumes frescos, azeite e fruta pode ajudar a preservar a massa cerebral e a prevenir doenças...

Já sabíamos que a Dieta Mediterrânica prevenia o aparecimento da diabetes e de doenças cardiovasculares, só não tínhamos a certeza é que esta era também uma das opções mais saudáveis para o cérebro, nomeadamente para a prevenção das doenças neurodegenerativas.

De acordo com o último estudo sobre a matéria, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, a dieta dos povos do sul da Europa - leia-se Portugal, Espanha, França, Itália, Croácia, Chipre e Grécia - é saudável e pode ajudar a preservar a saúde cerebral a longo prazo. Este estudo inclui ainda um dado inovador: não é o peixe o segredo dos benefícios da Dieta Mediterrânica, classificada Património Imaterial pela UNESCO.

O estudo não esclarece exatamente porquê, salienta apenas que as saladas frescas vestidas de azeite, a fruta, o hummus, o feijão e as massas são a chave do sucesso.

O grupo de investigadores da área da neurologia observou  ressonâncias magnéticas ao cérebro de 401 pessoas, primeiro aos 73 e depois aos 76 anos.

Perda de massa cinzenta

O estudo, baseado na observação do volume do cérebro, conseguiu estabelecer uma relação entre a alimentação e a perda de volume e células cerebrais, duas das principais causas de demência, nomeadamente da Doença de Alzheimer.

De acordo com as conclusões da investigação, quem aderiu à Dieta Mediterrânica sofreu menos efeitos decorrentes do natural processo de envelhecimento cerebral comparativamente a qualquer outra dieta, uma vez que o cérebro não diminuiu de tamanho no período de estudo.

Em contrapartida, o estudo mostra que os que adotaram a dieta do Sul da Europa tinham mais dez milímetros de volume total de cérebro do que aqueles que optaram por outro tipo de alimentação.

IPMA
Vários concelhos nos distritos de Bragança, Guarda e Castelo Branco estão hoje em risco máximo de incêndio, de acordo...

Com risco muito elevado de incêndio estão vários concelhos nos distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e Faro. Já em concelhos dos distritos de Braga, Porto, Coimbra, Leiria, Santarém, Portalegre, Évora e Beja o risco é elevado.

Nos distritos de Aveiro, Lisboa e Setúbal o risco de incêndio é moderado.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre o "reduzido" e o "máximo".

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para hoje, no continente nebulosidade matinal no litoral Norte e Centro, que poderá persistir em alguns locais e descida de temperatura. As temperaturas vão variar entre os 23º no Porto e os 34º em Évora e Beja.

Para os Açores aguardam-se períodos de céu muito nublado com abertas e aguaceiros fracos. Ponta Delgada vai chegar aos 26º.

A Madeira, o céu vai apresentar-se com períodos de muita nebulosidade. o vento soprará fraco a moderado (10 a 30 km/h) de nordeste, soprando por vezes forte (até 40 km/h) e com rajadas até 55 km/h no extremo leste da ilha da Madeira. No Funchal, os termómetros vão subir aos 28º.

Devido à previsão de temperaturas elevadas, as regiões montanhosas da Ilha da Madeira mantêm-se hoje sob aviso laranja, o segundo mais grave de uma escala de quatro.

O ‘aviso laranja’, o segundo mais grave de uma escala de quatro, indica uma situação meteorológica de risco moderado a elevado e estará em vigor nas regiões montanhosas da ilha da Madeira até às 20:59 de hoje.

Também devido à previsão de temperaturas elevadas, estão sob aviso amarelo, o terceiro mais grave, a costa sul da ilha da Madeira e a ilha de Porto Santo. Este aviso está também em vigor até às 20:59 de hoje.

Comunicado
A Ordem dos Enfermeiros (OE) manifestou ontem o seu apoio ao protesto dos enfermeiros de saúde materna e obstetrícia,...

Em comunicado, a OE considera que o ministro da Saúde “perdeu a oportunidade de honrar a sua palavra”, dando o seu aval ao protesto dos enfermeiros especialistas que a partir de quinta-feira suspendem algumas funções e podem provocar constrangimentos em blocos de parto.

A Ordem afirma mesmo que o protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia “deve estender-se também às restantes especialidades”.

“Vamos defender os especialistas até às últimas consequências”, afirma a bastonária dos Enfermeiros na nota divulgada à comunicação social.

A OE está a preparar a impugnação da homologação do parecer do conselho consultivo da Procuradoria-geral da República que considerou que esta forma de protesto dos enfermeiros especialistas, que já tinha ocorrido em julho, pode motivar processos de responsabilidade disciplinar e civil, bem como levar os profissionais a incorrer em faltas injustificadas.

A Ordem dos Enfermeiros contesta este parecer por considerar “que foi elaborado com base em informações erradas fornecidas pelo ministro da Saúde”.

Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia regressam quinta-feira ao protesto que pode afetar blocos de parto e maternidades.

O movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia (ESMO) decidiu retomar o protesto que passa por deixar de realizar as funções de especialista, pelas quais estes profissionais ainda não são pagos.

Carreira
Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia regressam hoje ao protesto que pode afetar blocos de parto e...

O movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia (ESMO) decidiu retomar o protesto que passa por deixar de realizar as funções de especialista, pelas quais estes profissionais ainda não são pagos.

O protesto tinha ocorrido já durante quase todo o mês de julho, tendo sido interrompido para negociações com o Governo.

Hoje, os profissionais especialistas retomam o protesto por “falta de resposta política do Governo”, segundo o porta-voz do movimento, Bruno Reis.

Os enfermeiros especialistas exigem a criação de uma categoria específica na carreira, bem como a respetiva remuneração pelas funções especializadas que desempenham.

Consultas de vigilância da gravidez, blocos de partos, internamentos de alto risco, interrupção voluntária da gravidez ou cursos de preparação para a parentalidade são algumas das funções específicas destes profissionais que serão suspensas no protesto.

O ministro da Saúde chegou a pedir um parecer sobre o protesto realizado em julho, tendo o conselho consultivo da Procuradoria-geral da República (PGR) concluído que os enfermeiros especialistas podem ser responsabilizados disciplinar e civilmente, bem como incorrer em faltas injustificadas.

Balanço DGS
Portugal tem 435 casos confirmados de hepatite A, num total de 454 notificados, desde 01 de janeiro, de acordo com o balanço...

Segundo os dados da DGS, disponíveis no ‘site’ daquela entidade, dos 454 casos notificados, a grande maioria (88%) diz respeito a homens, e em mais de metade (52%) o contágio deu-se por contacto sexual, tendo 26% “sido adquirida [a doença] por via desconhecida”.

A maioria dos casos notificados (74%) ocorreu na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Há um mês, Portugal tinha 402 casos confirmados de hepatite A, num total de 425 notificados desde o início deste ano.

A DGS, tendo em conta o surto de hepatite A, reforçou da vacinação antes dos grandes festivais de verão e aconselha a adoção de medidas de prevenção durante estes eventos e, após, a vigilância de sintomas compatíveis com os da hepatite A.

Em maio, a DGS atualizou a norma sobre a hepatite A e os viajantes deixaram de precisar de submeter o pedido de vacinação à Direção-geral da Saúde, bastando ter a prescrição do médico.

Em abril, com o país em pleno surto de hepatite A, os viajantes com destino a países endémicos para a doença só eram elegíveis para vacinação a título excecional e o médico prescritor da vacina tinha de contactar previamente a autoridade de saúde.

Esta medida prendeu-se, na altura, com uma necessidade de controlar o ‘stock’ de vacinas, de modo a que chegassem aos grupos prioritários, como contactos íntimos ou familiares de infetados e homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.

No que respeita a estes grupos prioritários continua a não ser necessária qualquer validação da vacina por parte da DGS, sendo a imunização gratuita, a cargo do Serviço Nacional de Saúde.

Segundo a DGS, desde 03 de abril foram administradas cerca de três mil vacinas, das quais 80% na região de Lisboa e Vale do Tejo, a quase totalidade em contexto de pré-exposição.

Na Unidade Móvel de vacinação (campanha em Lisboa, Bairro Alto e Terreiro do Paço) foram administradas 150 vacinas nos dias 27, 28 e 29 de abril, 164 nos dias 05 e 06 de maio e 130 no dia 24 de junho.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não se torna crónica e dá imunidade para o resto da vida.

Estudo
Os doentes dos 80 aos 89 anos com diabetes, hipertensão e depressão vão ao médico de família 7,6 vezes por ano, em média,...

O número de consultas por ano varia de acordo com a idade, havendo um aumento progressivo com o avançar da faixa etária, quer para os utentes com diagnóstico de doenças crónicas quer para os que não têm doenças diagnosticadas.

Contudo, os utentes com diagnóstico de diabetes, hipertensão ou depressão apresentam um número de consultas por ano “muito superior” aos utentes sem diagnóstico em qualquer uma das faixas etárias, revela o estudo feito com o apoio do Gabinete de Estatística, Modelação e Aplicações Computacionais da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Neste estudo foram utilizados dados de seis unidades funcionais dos cuidados de saúde primários, envolvendo mais de 85 mil utentes e quase 230 mil consultas em 2016.

A análise permitiu perceber que os utentes que têm dois diagnósticos (entre a diabetes, hipertensão e depressão) apresentam mais consultas do que os doentes com apenas uma patologia diagnosticada.

O número de consultas por ano, segundo o estudo a que a agência Lusa teve acesso, varia entre 1,1 consultas nos utentes entre os 10 e os 19 anos sem diagnósticos e 7,6 consultas nos doentes dos 80 aos 89 anos com os três problemas diagnosticados.

Na primeira infância, dos 0 aos 9 anos, o número de consultas por ano é em média de 2,2, semelhante ao que ocorre nos utentes entre os 40 e os 59 anos sem problemas diagnosticados. Entre os 10 e os 50 anos, os utentes sem patologias vão duas ou menos vezes por ano ao médico de família.

Os médicos têm reclamado que as listas de utentes passem para um máximo de 1.500 doentes por médico de família, pretendendo que haja fatores de ponderação com base na idade e nos diagnósticos de diabetes, hipertensão e depressão.

“Torna-se necessário determinar novos fatores e critérios de ponderação com vista à normalização da carga de trabalho associada a cada lista de utentes”, frisa o Sindicato Independente dos Médicos.

O secretário-geral do Sindicato, Roque da Cunha, considera fundamental introduzir as patologias mais frequentes como ponderação nas listas dos utentes, indicando que o estudo agora divulgado vem “fundamentar a necessidade de reduzir as listas a um máximo de 1.500 utentes por médico”.

Aliás, a redução da lista de utentes tem sido uma das principais reivindicações dos sindicatos médicos e esteve também na origem da greve nacional de maio passado. Além disso, continua na lista de prioridades das organizações médicas nas negociações que decorrem com o Governo.

As listas de utentes por médico de família passaram de 1.500 para 1.900 utentes em 2013, no período de assistência financeira a Portugal e de intervenção da ‘troika’, tendo na altura o acordo dos sindicatos, com a condição de que seria por um período limitado de tempo.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) recorda que este aumento representou um acréscimo de 27% na dimensão das listas de utentes, a que veio acrescer um aumento de 22% de utentes efetivamente utilizadores das unidades de cuidados de saúde primários, quando foram expurgadas das listas os utentes que não frequentam os centros de saúde.

“No total assistiu-se a um aumento de 55% do número de utentes utilizadores nas listas de utentes”, refere o SIM, considerando que este “aumento desastroso na carga de trabalho dos médicos” implicou “estado elevado de exaustão emocional e impossibilidade de cumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos”.

Aliás, segundo o sindicato, mesmo as unidades de saúde familiar (USF) acreditadas apresentam mais de 75% das consultas marcadas por iniciativa do utente com tempo de espera acima do máximo legalmente estabelecido.

O secretário-geral do SIM apela ao Ministério da Saúde para que seja célere a abrir os concursos para os médicos recém-especialistas, de forma a dar médicos de família a mais utentes.

Roque da Cunha sustenta que o Ministério da Saúde tem o dever de criar condições para tornar mais atrativa a medicina geral e familiar, fazendo com que os clínicos permaneçam mais tempo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e evitando saídas antecipadas.

Novas conclusões
Já se sabia que ser obeso era um fator de risco para várias doenças, mas um estudo da Universidade de Cambridge traz novas...

Lucy Cheke e os colegas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, convidaram um grupo de voluntários para fazer uma espécie de "caça ao tesouro".

Os participantes foram convidados a navegar num ambiente virtual a partir de uma tela de computador, escondendo vários objetos pelo caminho. Em seguida, tinham de responder a uma série de perguntas para testar as lembranças acerca do que tinham acabado de fazer, notícia a BBC.

Ao analisar o que pode ter influenciado o desempenho de cada um, seria lógico imaginar que Lucy Cheke estaria mais concentrada no QI do participante do que no tamanho da sua barriga. Mas foi precisamente no excesso de peso que a investigadora se concentrou.

A cientista encontrou uma ligação evidente entre o Índice de Massa Corporal (IMC), usado para indicar o nível de obesidade, e um aparente défice de memória: quanto mais alto o IMC do voluntário, pior o desempenho na tarefa. A referida investigação conclui ainda que o excesso de peso pode contribuir para o desenvolvimento de distúrbios neurodegenerativos, como a Doença de Alzheimer, escreve a televisão britânica.

Surpreendentemente, o estudo também mostra que a relação entre a obesidade e a memória é uma via de mão dupla: estar acima do peso não só tem um impacto sobre o que somos capazes de recordar como também pode influenciar o comportamento alimentar no futuro, ao alterar as lembranças de experiências passadas.

Mais quilos, menos memória

Cheke partiu da hipótese de que a obesidade poderia afetar a capacidade de imaginação, pois outros estudos já comprovaram existir uma relação entre a memória e a imaginação - o nosso cérebro tende a unir fragmentos de lembranças para prever como serão eventos no futuro.

Em 2010, cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, relataram que adultos de meia-idade saudáveis, mas com mais gordura abdominal, tendem a ter um cérebro menos volumoso. O problema é mais evidente no hipocampo, uma estrutura cerebral profunda que tem a função de aprender e guardar memórias - muito menor em obesos do que em pessoas mais magras.

Um estudo mais recente que realizou tomografias cerebrais em mais de 500 voluntários confirmou que há uma ligação entre estar acima do peso e apresentar um grau mais avançado de degeneração cerebral por causa da idade. Esses efeitos eram mais acentuados em pessoas de meia-idade, nas quais as mudanças provocadas pela obesidade correspondem a um aumento de cerca de dez anos de "idade mental".

A obesidade é um distúrbio complexo, causado por múltiplos fatores. Não se sabe por isso como é que este fator afeta a estrutura cerebral e a sua função. "A gordura corporal é o principal indício de obesidade, mas há outros problemas, como a resistência à insulina e a hipertensão", explica Cheke.

"Tudo isto anda de mãos dadas com fatores comportamentais, como comer demasiado ou fazer pouco exercício. Tudo isso pode provocar alterações no cérebro", conclui a investigadora em declarações à BBC.

Doenças cardíacas
Um novo estudo mostra que pessoas hipocondríacas ou com altos níveis de ansiedade em relação à saúde correm mais riscos de...

Os médicos deviam levar os hipocondríacos mais a sério. É o que conclui um estudo publicado na revista científica BMJ Open. A investigação, desenvolvida na Noruega, vincula a forma mais comum de doença cardíaca, a cardiopatia isquémica – ou doença arterial coronária – à hipocondria ou nosomifalia, condição caracterizada por uma preocupação excessiva com a saúde.

No estudo, mais de 7 mil pessoas responderam a perguntas relacionadas como o estilo de vida, educação e saúde. Cada uma delas foi submetida a um exame físico.

Os participantes com altos níveis de ansiedade em relação à saúde foram identificados usando o Whiteley Index, um teste para diagnosticar a hipocondria, e controlados ao longo de 12 anos. Até agora, vários estudos apontavam para o facto das pessoas hipocondríacas correrem menos riscos de saúde, por serem mais propensas a detetarem sintomas e a ajustarem o seu estilo de vida com o objetivo de evitar doenças.

Mais propensão para doenças do coração

No entanto, agora "provámos que os participantes que relataram por conta própria altos níveis de ansiedade em relação à saúde tinham 70% mais hipóteses de desenvolverem doença cardíaca isquémica, quando descontados outros fatores de risco", diz Line Iden Berge, investigador que liderou o novo estudo.

"A ansiedade em geral tem um efeito fisiológico sobre o coração, assim como outros fatores de stress", aponta o cardiologista Thomas Klingenheben citado pela radiotelevisão alemã Deutsche Welle.

"As pessoas com ansiedade têm uma frequência cardíaca muito maior do que outras – talvez em torno de 80 [batimentos por minuto], quando a pessoa média pode ter uma frequência cardíaca de 60."

Klingenheben, que não participou neste estudo, explica que esse aumento do risco de doenças pode ser causado pelo aumento da atividade do sistema nervoso: quando a ansiedade desencadeia essa hiperatividade, pode causar danos vasculares.

Preocupação na base do inquérito
A Comissão Europeia anunciou a abertura de uma investigação aprofundada sobre a compra da norte-americana Monsanto, produtora...

O executivo europeu refere "preocupações preliminares" relacionadas com a possibilidade de a aquisição "poder reduzir a concorrência em diferentes mercados, levando a preços mais altos, menos qualidade, menos escolha e menos inovação".

A investigação de mercado inicial identificou preocupações nomeadamente nas áreas dos pesticidas e das sementes.

O projeto de aquisição da Monsanto pela Bayer, uma operação no valor de 66 mil milhões de dólares (cerca de 56 mil milhões de euros), anunciada em setembro de 2016, "levará à criação da mais importante empresa integrada mundial nos setores dos pesticidas e das sementes", realça a Comissão.

Por outro lado, acrescenta, a operação iria ocorrer em áreas de atividade "já concentradas a nível mundial".

A Comissão foi notificada sobre esta aquisição em 30 de junho, e tem agora 90 dias úteis, até 08 janeiro de 2018, para tomar uma decisão.

A 31 de julho, a Bayer e a Monsanto entregaram declarações direcionadas para as preocupações listadas pela Comissão, no entanto, esta considera aquelas informações insuficientes para clarificar as suas dúvidas. Desde o início do ano, a Comissão Europeia já autorizou duas mega fusões no setor agroquímico, sob condições.

No final de março, Bruxelas autorizou a fusão dos grupos norte-americanos Dow e Dupont, que vai dar origem à DowDuPont, um gigante que vale 130 mil milhões de dólares (110,6 mil milhões de euros) no mercado bolsista.

Dez dias depois, foi a decisão sobre a compra da suíça Syngenta pelo grupo chinês ChemChina por 43 mil milhões de dólares (40 mil milhões de euros, na altura, ou 36,5 mil milhões de euros atualmente), a maior compra de sempre lançada por um grupo da China no estrangeiro.

As novas empresas comprometeram-se junto da União Europeia a vender algumas das suas atividades de modo a garantir a concorrência no mercado europeu.

No ano passado, a Bayer teve um lucro de 4,5 mil milhões de euros e um volume de negócios de 46,8 mil milhões de euros.

A Monsanto apresentou no exercício 2015/2016 um resultado líquido de 1,3 mil milhões de dólares (850 milhões de euros), para um volume de negócios de 13,5 mil milhões de dólares (11,5 mil milhões de euros).

Deslocalização durante o verão
À segunda edição, o Programa de Mobilidade Especial do Ministério da Saúde só cativou quatro médicos para reforçar a região do...

Apenas quatro médicos aceitaram reforçar a região do Algarve durante os meses de verão, ao abrigo da segunda edição do Programa de Mobilidade Especial do Ministério das Finanças, avança o DN.

Este programa é voluntário e não contempla qualquer aumento das remunerações nem alteração dos horários dos médicos que a ele adiram. A única contrapartida está nas ajudas de custo, que oscilam entre os 50 e os 200 euros, dependendo da necessidade de subsídio de transporte e de pernoita na zona.

Joaquim Ramalho, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), afirma ao DN que os quatro médicos estarão na região até meados ou final de setembro, tendo provido de Lisboa, Viseu, Bragança e Açores, e sendo especialistas de anestesia, ortopedia, neurologia e medicina geral e familiar.

Ramalho adianta ainda não esperar a chegada de mais médicos ao CHA: “O regime foi notificado no início do verão e quem estava interessado e tinha disponibilidade já a manifestou”. Ainda assim, o responsável acredita que o esforço trouxe ganhos, pois “em termos de custo direto, podemos ter aqui, em média, uma economia de 20% a 30% em relação ao que seriam os custos das prestações de serviço para cumprir o mesmo número de horas”.

A segunda edição deste programa de reforço de médicos para a região algarvia durante o verão, altura em que a população da zona triplica, atingindo os 1,5 milhões de habitantes, foi menos sucedida que a primeira. Em 2016, foram sete os médicos a aceitar a deslocalização durante o verão.

Estudo
O consumo prolongado de doses elevadas de vitamina B aumenta o risco de cancro de pulmão nos homens, triplicando ou...

A investigação foi conduzida por epidemiologistas de centros do cancro nos Estados Unidos e em Taiwan, que analisaram dados de mais de 77 mil doentes que participaram num estudo de longo prazo para avaliar a relação entre o risco de cancro e a ingestão de vitaminas e outros suplementos.

O estudo agora publicado é o primeiro a debruçar-se sobre o risco de cancro do pulmão e os efeitos do consumo prolongado de doses elevadas de suplementos de vitamina B6 e B12, apresentados pela indústria como produtos que aumentam os níveis de energia e melhoram o metabolismo. A ingestão de vitamina B foi anteriormente associada à diminuição do risco de cancro.

A equipa de epidemiologistas baseou-se em informação sobre consumos de vitamina B reportada nos últimos dez anos por pessoas entre os 50 e os 76 anos, recrutadas no estado norte-americano de Washington.

Os investigadores tiveram em conta diversas variáveis, como o histórico pessoal de fumador, de cancro ou doença crónica do pulmão, antecedentes familiares de cancro do pulmão, idade, raça, educação, tamanho corporal, consumo de bebidas alcoólicas e uso de medicamentos anti-inflamatórios.

"Os nossos dados mostram que tomar doses elevadas de B6 e B12 durante um longo período de tempo pode contribuir para a incidência do cancro do pulmão em homens fumadores", afirmou um dos epidemiologistas, Theodore Brasky, citado em comunicado pelo centro para o estudo do cancro na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos.

Os autores do artigo hoje publicado concluíram que o risco de cancro do pulmão é duas a quatro vezes superior nos homens que ingerem grandes quantidades de suplementos de vitamina B.

O risco triplica nos fumadores que tomaram, durante dez anos, mais de 20 miligramas diários de B6 e quadruplica nos que consumiram 55 microgramas de B12.

Um novo estudo pretende avaliar os efeitos do consumo de vitamina B em mulheres em pós-menopausa, sobre as quais uma recente investigação revelou que não existe risco elevado de cancro do pulmão.

IPMA
Praticamente todo o território português, excetuando duas ilhas nos Açores, está hoje sujeito a um risco de exposição muito...

À exceção da ilha Terceira e da ilha do Faial, no arquipélago dos Açores, onde o risco é elevado, todo o território nacional apresenta risco de exposição muito elevado à radiação UV.

Para as regiões com risco 'muito elevado', o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje céu geralmente pouco nublado ou limpo, apresentando-se temporariamente muito nublado. O vento deverá soprar em geral fraco, soprando moderado no litoral oeste e nas terras altas a partir do início da tarde.

Para hoje está também prevista neblina ou nevoeiro matinal.

As temperaturas máximas irão variar entre os 25 graus centígrados no Porto e os 38 em Castelo Branco, Évora e Beja.

Investimento
O concelho de Cascais, em Lisboa, vai ter duas novas unidades de cuidados de saúde primários e melhorias nas restantes no...

Segundo a ARS de Lisboa e Vale do Tejo, o investimento, a realizar entre 2017 e 2020, será de “cerca de seis milhões de euros”.

O objetivo é “reforçar os cuidados de saúde primários na área geográfica do município de Cascais e adequar as infraestruturas existentes às necessidades da população”, indicou a ARS num comunicado.

Além da beneficiação e ampliação de instalações existentes, o acordo prevê a construção de duas novas unidades de saúde em Carcavelos e Cascais.

De acordo com a minuta do protocolo a subscrever entre a presidente da ARS, Rosa Valente de Matos, e o presidente da autarquia, Carlos Carreiras (PSD), as duas entidades procederam “ao diagnóstico, ao cálculo das necessidades e das carências em equipamentos de cuidados primários de saúde”.

No documento, a que a Lusa teve acesso, estão previstas, até à construção do novo polo de saúde de Carcavelos, instalações provisórias para a Equipa de Tratamento (ET) da Parede, e a ampliação da Unidade de Saúde Familiar (USF) de Carcavelos, com até dois contentores.

Uma nova USF no centro de saúde de S. Domingos de Rana, no último piso da unidade existente, está também contemplada no acordo.

O futuro polo de saúde de Carcavelos, com uma área bruta de construção até 1.800 metros quadrados, incluirá a USF, a ET da Parede, do eixo Oeiras/Cascais do Centro de Respostas Integradas (CRI) de Lisboa Ocidental e serviço de pedopsiquiatria.

No documento está ainda prevista a construção da nova unidade de saúde de Cascais, que poderá ser de raiz ou mediante adaptação de edifícios existentes.

Uma fonte oficial da ARS adiantou à Lusa que o investimento no âmbito do protocolo está estimado “em cerca de seis milhões de euros”, principalmente para os dois novos centros de saúde.

A ARS assume o compromisso de “elaborar os programas funcionais” para as unidades de saúde, instalar equipamentos e mobiliário e “proceder à alocação de recursos humanos”, para “garantir a cobertura tendencialmente completa dos utentes do município de Cascais com médico de família até ao final de 2020”, estipula a minuta do acordo.

O município compromete-se a “diligenciar pela localização dos terrenos para construção de infraestruturas e equipamentos de saúde”, na elaboração dos projetos, lançamento de concursos e construção ou reabilitação das instalações.

“Este investimento conjunto permitirá requalificar as condições de funcionamento das unidades de saúde do concelho e aumentar a capacidade de atração de novos profissionais para o ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] de Cascais”, salienta a nota da ARS.

A ARS de Lisboa e Vale do Tejo é responsável pela prestação de cuidados de saúde a cerca de 3,6 milhões de utentes.

A importância do diagnóstico
Em Portugal já se trata a Hepatite C há cerca de 30 anos, no entanto, o sucesso da cura continua a d

A hepatite C é uma infeção causada por um vírus que se aloja no fígado, levando à inflamação e destruição progressiva deste orgão. Estima-se que 3% da população mundial esteja infetada pelo VHC.

Em Portugal desconhece-se o número preciso de casos, estimando-se que a percentagem de portugueses “com teste positivo” ronde 1% - aproximadamente 100 mil casos. “Poucos países têm dados muito concretos. Na atualidade, talvez seja um número inferior”, começa por dizer Rui Tato Marinho, hepatologista e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

O European Centre for Disease Prevention and Control, agência da União Europeia, divulga, por exemplo, que em França a prevalência do anticorpo da hepatite C é de cerca 0,8%, e em Espanha, 1,1%.  “Portugal não deve andar muito longe desses números”, adianta.

“De qualquer modo, dos casos positivos (anti-VHC positivo) apenas três quartos têm o vírus positivo (carga vírica positiva) com consequente risco de evolução de doença”, esclarece acrescentando que, em Portugal, já se trata a hepatite C há 30 anos. “Mais importante do que insistir muito em estimativas é identificar potenciais infetados que o desconhecem e tratá-los”.  É que, de acordo com este especialista, estes doentes têm “direito ao que de melhor existe a nível de tratamentos e a serem tratados para uma doença que os pode afetar de modo muito impactante”.

A transmissão do vírus VHC pode acontecer através da contaminação com sangue que contenha o vírus. “Pode ser no contexto da partilha de material usado no consumo de drogas, em tatuagens, relações sexuais de risco, desprotegidas sem preservativo, transfusões antes de 1992”, explica o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. “Os profissionais de saúde também são um grupo de risco devido à sua atividade profissional”, adverte.

Tratando-se de uma doença silenciosa – a maioria dos doentes não apresenta qualquer sintoma – o diagnóstico, feito através de análise específica (anti-VHC) comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde, é essencial para um bom prognóstico clínico.


"Temos de ser pragamáticos e «executivos» na cura de uma doença potencialmente grave", afirma Rui Tato Marinho

“A hepatite C é uma doença assintomática que pode não apresentar qualquer sinal durante anos ou mesmo décadas”, esclarece o especialista.

Quando apresenta sintomas, “como dores e aumento do volume abdominal, vómitos com sangue derivado de rotura de varizes do esófago, alterações mentais como confusão mental, agressividade (encefalopatia hepática) ou um nódulo maligno (carcinoma hepatocelular)”, a doença já se encontra numa fase avançada.

A cirrose é a principal complicação desta patologia e resulta, quase sempre, em transplante hepático, apresentando um risco de 10 a 40% de evoluir para cancro. Porém, não é a única. “Nalguns casos, felizmente raros, mas que existem, a pessoa pode ter complicações noutros órgãos apesar do fígado não ter ainda cirrose: problemas visuais, renais, na pele, linfomas, problemas neurológicos (nervos, medula ou cerebrais)”, acrescenta Rui Tato Marinho.

Eliminação definitiva do vírus em 96% dos casos

“A hepatite C é considerada uma infeção crónica e oncogénica. Já se cura a hepatite C há cerca de 30 anos, mas com menor eficácia”, afirma o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia revelando que em 1986 o seu tratamento resultava em 6% dos casos.

De acordo com o especialista, durante muito tempo, “o tratamento para combater o vírus era feito com recurso a injeções associadas a cinco ou seis comprimidos de Ribavirina que se estendia pode seis meses a um ano”. Pecava por inúmeros efeitos secundários e nem todos os doentes podiam receber o tratamento e alguns não o conseguiam aguentar.

“Na atualidade, a eficácia na eliminação do vírus é superior a 95% e a maioria dos tratamentos dura 12 semanas”, revela o médico.

No entanto, nos casos em que a doença já se encontra numa fase avançada, o tratamento pode não acabar com a eliminação do vírus. “Para quem tem cirrose, é mandatório realizar uma ecografia abdominal de seis em seis meses para toda da vida dado o risco de cancro se manter (apesar de inferior a 1% por ano). Quem já tem varizes necessita também de ser seguido em consulta especializada”, explica Rui Tato Marinho.

A nova terapêutica introduzida e comparticipada pelo estado veio permitir, deste modo, que qualquer pessoa infetada com o  vírus VHC possa ser tratada. “O Estado português colocou à nossa disposição a hipótese de tratar as pessoas com os medicamentos mais modernos, de uso exclusivamente oral, quase sem efeitos secundários e com uma eficácia na eliminação definitiva do vírus em 96% dos casos”, revela o clínico que admite que este é um resultado sem paralelo na Medicina.  “As outras doenças crónicas e oncogénicas não são passíveis de cura, apenas controlo, como é o caso da hepatite B e da infeção VIH”, afirma face a esta conquista.

Não obstante, o diagnóstico de doentes infetados continua a constituir o principal desafio nesta área. 

“Os benefícios de identificar e tratar as pessoas infetadas são múltiplos, dos quais os mais importantes são a eliminação definitiva do vírus e anulação da transmissão de uma doença infeciosa, a par da redução dos riscos de evolução para cirrose e da cirrose para cancro do fígado. Em muitos casos, estavamos a falar de salvar vidas”, reforça o especialista que considera de extrema importância a realização do teste da hepatite C, pelo menos uma vez na vida.

“É crucial apostar na prevenção e informação sobre esta doença, designadamente através de uma mensagem de esperança na eliminação do vírus para toda a vida”, acrescenta. “Mesmo em quem tem a doença mais avançada há muito a fazer. Se tiver acompanhamento adequado, as consequências da hepatite C podem ser minimizadas ou mesmo anuladas”, conclui. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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