Incêndios
A Direção-Geral da Saúde lembra à população que deve evitar a exposição ao fumo dos incêndios florestais, mantendo-se dentro de...

A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu um comunicado em que recorda os riscos para a saúde associados à exposição a fumo resultante de fogos florestais, lembrando as informações e conselhos mais importantes.

A população é aconselhada a tentar evitar a exposição ao fumo, mantendo-se dentro de casa com janelas e portas fechadas, em ambiente fresco. Se possível, ligar o ar condicionado no modo de recirculação de ar.

É ainda recomendado que sejam evitadas fontes de combustão dentro de casa, como aparelhos a gás ou lenha, velas, incenso ou tabaco.

Sempre que não seja possível evitar atividades no exterior, é aconselhado o uso de máscara ou respirador.

A população deve ainda manter-se hidratada e fresca e ir acompanhando as informações que vão surgindo.

A DGS lembra que o fumo resultante dos incêndios florestais tem “altos níveis de partículas e toxinas que podem causar lesões a nível respiratório, cardiovascular e oftalmológico”.

Podem surgir sintomas em pessoas saudáveis e que até requeiram tratamento médico. Nos doentes respiratórios crónicos, a exposição ao fumo pode agravar o estado de saúde.

A concentração de monóxido de carbono resultante do incêndio só tem efeitos nocivos para a saúde de quem estiver próximo da linha de fogo. O monóxido de carbono pode provocar cefaleias, alterações visuais, náuseas, fadiga ou falta de coordenação. Nos casos de concentrações muito elevadas, pode levar à morte.

Incêndios
A Associação Nacional de Farmácias ativou o seu plano de emergência para garantir a continuidade da assistência às populações...

Numa declaração escrita, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) indica que as equipas das farmácias que foram afetas pelos incêndios estão a montar alternativas de atendimento.

“A ANF expressa a sua profunda solidariedade e envia uma palavra de encorajamento às populações, profissionais de saúde e agentes de Proteção Civil no terreno”, acrescenta a associação.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 27 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Incêndios
A Ordem dos Médicos lançou hoje um apelo aos clínicos para que se disponibilizem para apoiar as populações e as autoridades nas...

“Perante o cenário dramático dos incêndios que assola o Norte e Centro do país, a Ordem dos Médicos apela aos médicos para que se disponibilizem no apoio às populações vítimas dos incêndios nas regiões Norte e Centro do país”, escreve a Ordem num comunicado.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, vincou que o apelo é dirigido a todos os médicos “para ajudarem no que for necessário”, disse.

“Apelo aos médios das regiões afetadas que se unam no sentido de colaborarmos juntos nesta missão complexa de solidariedade nacional”, acrescentou o bastonário.

Há cerca de quatro meses, na altura do fogo que matou 64 pessoas na zona de Pedrógão Grande, a Ordem lançou um apelo semelhante e centenas de médicos voluntariaram-se para ajudar as vítimas dos fogos.

Também hoje os dois sindicatos médicos já anunciaram que suspenderam a greve que estava marcada para a região Centro na quarta-feira.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 27 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Empresas
A Associação Portuguesa de Empresas de Dispositivos Médicos avisou hoje que uma contribuição extraordinária de 2,5% a 7,5% vai...

A posição da Associação Portuguesa de Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) surge após ser conhecida a intenção do Governo de criar uma contribuição extraordinária de 2,5% a 7,5% a aplicar aos dispositivos médicos em 2018, com a qual espera arrecadar 24 milhões de euros.

Além do “encerramento de algumas empresas do setor”, o “novo imposto” terá como consequência a “descontinuação de um grande número de produtos”.

A “diminuição da qualidade e da quantidade de serviços e de suporte técnico prestados” deverá ser outro resultado da medida, contemplada no Orçamento do Estado para 2018.

Para a APORMED – que representa cerca de 70% do mercado do setor das tecnologias para a saúde -, a contribuição levará a uma “certa disrupção de fornecimento de dispositivos médicos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o respetivo impacto preocupante e negativo para o doente, para os profissionais de saúde e com impacto em saúde pública”.

A associação declina, “perante a população, qualquer responsabilidade por falhas que possam ocorrer no SNS resultantes do impacto” desta contribuição extraordinária (…) aplicada a um setor que, nos últimos anos, foi severamente castigado por medidas administrativas desta natureza que têm conduzido a uma degradação das condições de fornecimento de dispositivos médicos”.

Dor na Coluna
As lombalgias e as cervicalgias, consideradas como a 2ª causa em Portugal de visita ao médico, são t

A lombalgia define-se como a dor numa area posterior do corpo, entre a ultima costela e a região glutea, com ou sem irradiação pelo membro inferior (ciática), sendo aguda se a duração for de um dia até 6 semanas, subaguda até as 12 semanas e após esta consideramos estar perante uma lombalgia crónica.

Em relação ao curso habitual da doença, 50 a 60% recuperam numa semana, 95% em 3 meses e apenas 5 a 10% dos casos desenvolvem lombalgia crónica, sendo que esta afeta 3 a 4 vezes mais a população entre os 50 e os 60 anos de idade com uma  prevalência cerca de  50% mais alta na mulher.

Quanto as causas temos de estar alertas para casos de infeção, de patologia tumoral ou alterações estruturais como escolioses que se possam manifestar deste modo, sendo que o mais habitual é serem consequência de alterações degenerativas dos discos inter-vertebrais.

Estas alterações dentro do disco podem facilitar a extrusão ou saída do seu constituinte interno (nucleo culposo), rompendo as fibras do disco e provocando a hernia discal, São normalmente de caráter genético, que se agravam por vezes precocemente, formando uma cascata degenerativa progressiva, manifestada por vezes na sequência pequenos esforços, em rotação ou em flexão do troco e/ou do pescoço.

Quanto à hernia discal, seja cervical ou lombar, tem normalmente um bom prognostico pois 90% dos paciente recuperam sem necessidade cirúrgica. Contudo, outros casos que não remitam com o tratamento conservador (e aqui temos de considerar os efeitos adversos de alguns medicamentos usados para a dor), com défice neurológico estabelecido ou progressivo ou englobando outras patologias acima consideradas podem ter indicação cirúrgica. Esta é normalmente efetuada por via minimamente agressiva, possibilitando um internamento curto, um inicio muito precoce da marcha e um rápido retorno á vida profissional ativa. Consegue-se assim evitar atrofias musculares, perda de equilíbrio e postura, manter a estabilidade familiar, evitar estados depressivos ou ansiosos secundários á incapacidade, à perda de emprego e diminuir o absentismos laboral.

Contudo, alguns casos no entanto progridem para a lombalgia crónica, sendo este um problema multidisciplinar onde também devemos considerar várias vertentes:

  1. Estado psicológico
  2. Ansiedade, depressão, stress das responsabilidades, stress psicológico no trabalho
  3. Fatores psico-sociais
  4. Insatisfação no trabalho, profissão “monótona”
  5. Intensidade da actividade física no trabalho
  6. Movimentos repetidos de rotação, exposição a vibração
  7. Tabaco, obesidade
  8. Insatisfação no trabalho e a perspectiva de ganho secundário (seguros)

Finalmente, alguns conselhos de modo a evitar estes sintomas:

  1. Fortificar a  musculatura paravertebral, abdominal e glútea, exercícios de alongamento e estiramento
  2. Evitar uma vida sedentária - Exercícios cardiovasculares – andar, correr, bicicleta, natação
  3. Evitar a posição sentada, esforços em anteflexão do tronco e rotação
  4. Evitar fumar
  5. Tratar a Obesidade – parece facilitar progressão para cronicidade
  6. Tratar a osteoporose reforçando a estrutura óssea
  7. Tratar os factores psico-sociais como estados depressivos ansiosos e de insatisfação no trabalho
  8. Diminuir a exposição a vibrações
  9. Efetuar o despite da Escoliose
  10. Tratar as doenças primárias e desse modo evitar a manifestação secundária ou sua extensão à coluna (doenças reumáticas, tumores, infecções como p.ex. tuberculose)
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
16 de outubro - Dia Mundial da Alimentação
São considerados o BI de cada um dos produtos que escolhemos, compramos e colocamos à mesa. É nos rótulos que constam as...

No Dia Mundial da Alimentação, que se celebra neste dia 16 de outubro, a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) aproveita para chamar a atenção para a importância de uma leitura e interpretação atenta dos rótulos, que fornecem “um conjunto de informações importantes, às quais deveríamos dar mais atenção”, como a lista de ingredientes, a tabela nutricional e a informação sobre intolerâncias e alergias. E dá algumas dicas. “Na lista de ingredientes tem de constar tudo o que compõe um género alimentar, obrigatoriamente por ordem decrescente. Esteja atento à localização nessa lista do sal, açúcar e gorduras. Desconfie sempre que se encontram nas primeiras posições”, aconselha a especialista.

Na tabela nutricional, “a informação tem de estar discriminada por cada 100g/ml de produto

e por embalagem ou por porção média ingerida. Para além do valor energético, isto é, a quantidade de Kcal do produto, também tem de constar o teor total de lípidos (gordura), bem como de ácidos gordos saturados, os hidratos de carbono totais, com destaque para a quantidade de açúcar, e a proteína. Inclusão obrigatória ainda para o sal ou cloreto de sódio”, acrescenta.

A mensagem, neste dia que se celebra a alimentação, é simples: “só com uma leitura atenta do rótulo podemos fazer escolhas mais conscientes e informadas”.

Dicas para a leitura dos rótulos:

  • Há elementos de caráter obrigatório nos rótulos (nome do produto, quantidade líquida, lista de ingredientes, tabela de informação nutricional, data de validade, condições de utilização e de conservação, identificação do lote, informação da empresa produtora);
  • Há que escolher os alimentos pobres em açúcar, em gordura saturada e em sal;
  • Os primeiros elementos que constam da lista de ingredientes são sempre os que estão em maior quantidade;
  • Se os primeiros ingredientes da lista forem açúcar, gordura e sal, estes devem ser substituídos por alternativas mais saudáveis;
  • Atenção que os açúcares e gorduras podem aparecer disfarçados;
  • Devem evitar-se alimentos com muita gordura, mas sobretudo gordura saturada;
  • Valores elevados de fibra, desde que não sejam acompanhados de muito açúcar e gordura, são benéficos.
Estudo
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e do Centro Hospitalar e Universitário de...

A hipertensão arterial pulmonar é uma doença rara que, se não for diagnosticada e tratada atempadamente, pode levar à morte dos doentes, em menos de três anos.

O estudo, já publicado na revista “Cardiovascular Research”, foi realizado em duas fases. Primeiro em contexto clínico, envolvendo perto de uma centena de doentes e um grupo de pessoas saudáveis (para efeitos de controlo), e posteriormente em laboratório, com recurso a modelos animais de hipertensão pulmonar.

Henrique Girão, investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e coordenador do estudo, explica que a hipertensão arterial pulmonar é uma doença em que há uma disfunção ao nível da vasculatura pulmonar, com consequências no coração, “e o que o Rui Baptista, médico e primeiro autor deste estudo, identificou na componente clínica deste trabalho, utilizando doentes com hipertensão arterial pulmonar, foi uma molécula - MicroRNA-424(322) - que está presente em maiores quantidades no sangue dos doentes quando comparado com pessoas saudáveis”.

Após o estudo das alterações observadas nos doentes, a equipa prosseguiu o trabalho em laboratório, para investigar as causas e implicações do aumento da MicroRNA-424(322) na doença. Os resultados obtidos permitiram identificar a forma como as alterações iniciais, ao nível do pulmão, são transmitidas ao coração.

A compreensão dos mecanismos de comunicação entre órgãos, neste caso entre o pulmão e o coração, “é muito importante para se poder ter uma visão mais integrada da doença. Assim, foi possível conhecer melhor como é que as modificações ao nível dos vasos do pulmão, que estão normalmente na base da doença, são transmitidas ao coração, em particular ao ventrículo direito, cujas paredes começam a ficar mais grossas e menos elásticas”, sublinha Henrique Girão. 

Este fenómeno, denominado hipertrofia, faz com que “o coração perca alguma da sua capacidade de contração, levando ao falecimento dos doentes por insuficiência cardíaca”, prossegue o investigador da FMUC.

O passo seguinte da investigação passa por aumentar o número de amostras de doentes, para haver uma validação consistente com vista a uma utilização clínica do marcador agora descoberto. “A ideia poderá ser, num futuro próximo, por exemplo num contexto de diagnóstico clínico, fazer a recolha de sangue, ir à procura deste MicroRNA e, consoante os níveis detetados, podermos antecipar e prever de que forma é que a doença vai evoluir”, sugere.

Além da importância clínica e qualidade científica da descoberta agora publicada, Henrique Girão destaca ainda o facto de “este trabalho ter contado com a participação ativa, na componente de natureza laboratorial, de um clínico, o que é fundamental para o sucesso do estabelecimento da ponte entre a investigação fundamental e a investigação clínica”.

Estudo
A maioria dos portugueses operados à coluna em unidades de saúde públicas encontrava-se em idade ativa, sendo a maior parte...

“Este estudo vem comprovar que o principal alvo das cirurgias à coluna não é a população mais idosa mas sim a população em idade ativa, que aqui representa a maior franja das intervenções cirúrgicas realizadas”, segundo o presidente da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPN), Paulo Pereira.

A SPN é uma das organizações que, juntamente com a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral e a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, promovem um estudo para divulgar este tipo de procedimento, bem como a forma como em Portugal se tratam cirurgicamente os problemas da coluna.

“Quem são os doentes, de onde são, quais as patologias alvo destas cirurgias, que tipo de abordagens cirúrgicas são realizadas e como tem sido a evolução dessa atividade em Portugal, são algumas das questões que vão encontrar resposta nesta investigação”, indica um comunicado da SPN.

As primeiras conclusões do estudo serão divulgadas hoje, Dia Mundial da Coluna, e indicam que “mais de metade (52%) dos portugueses operados à coluna no SNS são indivíduos em idade ativa e a maioria são mulheres (55%)”.

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, Manuel Tavares de Matos, “estes são pacientes que, não tratados, representam visitas frequentes aos hospitais, absentismo laboral ou até reformas antecipadas, com consequentes implicações não só na sua saúde mas também na produtividade e na economia do país”.

“Ao tratarmos os problemas da coluna de forma cirúrgica nos doentes que para tal tenham indicação, estamos a promover uma recuperação mais rápida e a resolução do seu problema inicial”, adiantou.

O coordenador da Secção da Coluna da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, Nelson Carvalho, considera que “a inovação que temos assistido nos últimos anos, nas cirurgias à coluna, tem trazido inúmeras vantagens para a qualidade de vida do doentes, nomeadamente a redução do tempo de regresso ao trabalho e da retoma das atividades diárias”.

Estes dados são relativos a 2015 e contemplam as cirurgias à coluna - artrodeses, artroplastias, descompressões, discectomias, fixações dinâmicas, vertebroplastias e cifoplastias - realizadas em hospitais do SNS.

Estudo
Cerca de 40% dos consumidores portugueses não compreendem a informação nutricional básica contida nos rótulos dos alimentos,...

O estudo do Instituto Português de Administração de Marketing, realizado a pedido da Direção-Geral da Saúde (DGS) e com validação da Organização Mundial da Saúde, foi efetuado com base numa amostra de 1.127 consumidores e vai ser divulgado hoje, Dia Mundial da Alimentação.

Mais de metade da população inquirida refere que consulta os rótulos dos alimentos no momento da compra e fá-lo sobretudo para conhecer o prazo de validade, as instruções de uso e também recolher alguma informação sobre os nutrientes.

O estudo procurou conhecer com mais detalhe o nível de compreensão dos rótulos por parte da população, não se baseando apenas na perceção de autoconhecimento dos consumidores, mas organizando grupos focais para uma compreensão objetiva.

Nessa análise, verificou que 40% dos inquiridos não compreendiam realmente a informação nutricional básica que pode permitir fazer escolhas mais saudáveis.

O estudo conclui também que há uma relação “estatisticamente significativa” entre as habilitações escolares e o conhecimento objetivo dos rótulos, sendo esse conhecimento mais elevado quando os consumidores têm qualificações superiores.

Aliás, uma das barreiras identificadas tem a ver com os baixos níveis de literacia da população portuguesa, que antecipam “dificuldade de compreensão da informação nutricional”, referem os autores do estudo, que contou com o contributo da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.

Os consumidores revelam falta de conhecimento sobre matérias como os limites diários máximos recomendados de sal e açúcar, que são atualmente de cinco gramas e 50 gramas, respetivamente, para um adulto.

Num comentário a este estudo, o diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS considera que a análise veio validar a necessidade de mudar a forma de apresentar os rótulos para sistemas visualmente apelativos e que “não impliquem cálculos e recálculos por parte dos cidadãos”.

No fundo, haver um sistema que permita uma rápida descodificação dos rótulos dos alimentos para “facilitar tomadas de decisão” por parte dos consumidores.

A DGS lançou recentemente online uma proposta de descodificar de rótulos que usa um sistema dividido em três cores: vermelho, amarelo e verde. A ideia é os consumidores optarem maioritariamente por alimentos e bebidas com nutrientes da categoria verde e evitarem os da categoria vermelha.

As cores são distribuídas de acordo com os teores de gordura, açúcares e sal.

“É preciso adotar um sistema que funcione como descodificar de rótulos. O ideal é que um país chegue a um consenso sobre um determinado modelo para que as empresas depois o adotem. O modelo deve ser sempre o mesmo e uniforme, mesmo que a adoção por parte das empresas seja voluntária. Mas quem o adotar tem de usar o mesmo sistema, para não haver, por exemplo, uma alteração das cores que pode ainda confundir mais os consumidores”, afirmou Pedro Graça em declarações à agência Lusa.

O diretor do Programa da DGS recorda que, hoje em dia, é necessário “fazer muitas escolhas de alimentos num curto espaço de tempo”, o que torna a leitura dos rótulos “mais importante para tomar melhores decisões”.

A partir de 2018
O teor de sal no pão vai baixar ainda mais a partir do próximo ano, de acordo com um protocolo que será hoje assinado entre o...

Segundo o texto do protocolo, a que a agência Lusa teve acesso, haverá uma redução gradual do teor de sal no pão entre o próximo ano e 2021.

Atualmente, a lei determina um teor de 1,4 gramas de sal por 100 gramas de pão, que vai baixar para 1,3 gramas já em 2018. No ano seguinte, essa quantidade desce para 1,2 gramas, em 2020 para 1,1 e até final de 2021 chegará ao 1 grama de sal por 100 gramas de pão.

Esta redução será maior e antecipada no pão fornecido nas escolas que, até 31 de dezembro de 2018, deve ter menos de um grama de sal por 100 gramas de pão.

As medidas visam ajudar a cumprir a meta de reduzir em 10% a média de quantidade de sal presente nos principais fornecedores alimentares de sal à população.

O pão já tinha visto o teor de sal ser reduzido em 2010, quando a legislação impôs um máximo de 1,4 gramas.

No caso dos pães considerados “produtos tradicionais com nomes protegidos” - como o Pão de Mafra, o Pão Alentejano ou a Broa de Avintes – o protocolo estabelece que seja feito um trabalho de caracterização e monitorização dos seus teores de sal e que se avance com um plano para a redução gradual.

No protocolo que será assinado hoje, Dia Mundial da Alimentação, a indústria da panificação e pastelaria compromete-se a reduzir os ácidos gordos trans (artificiais) dos seus produtos para valores inferiores a dois gramas por 100 gramas de gordura ou a 0,5 gramas na dose de produto consumida. Esta redução deve atingir-se no final de 2019.

A par destas reduções, será dinamizada uma campanha nacional para promover o consumo de pão.

A população portuguesa apresenta um consumo médio de sal de 7,3 gramas, um valor acima das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de cinco gramas por pessoa, por dia.

Cancro
Uma em cada três pessoas em tratamento no Instituto Português de Oncologia, no Porto, acaba por pedir o apoio da psico...

As mulheres são quem mais recorre àquele serviço, o que decorre do facto de o cancro da mama continuar a ser, a par do cólon, o que mais atinge a população atendida.

Além do Instituto Português de Oncologia (IPO), a psico-oncologia é disponibizada nos centros hospitalares de São João e do Porto (que inclui Hospital de Santo António) desde a fase de diagnóstico e, em alguns casos, só cessam para além do momento da alta médica.

Em declarações a responsável pela equipa de psicologia do serviço de psico-oncologia do IPO, Eunice Silva, explicou que a prática segue "o que se passa por toda a Europa", funcionando desde 2004 e dispondo atualmente de quatro psicólogos e três psiquiatras.

"Não é por ter doença oncológica que tem de ser referenciado pela psico-oncologia. Ela pode acontecer mais tarde por indicação do médico ou do enfermeiro", explicou.

Disse ainda que “cerca de 30% das pessoas em tratamento acabam por pedir a intervenção” da equipa de psico-oncologia “por não estarem a conseguir lidar com a situação, entrando em quadros de depressão, pânico, problemas existenciais ou confronto com as perdas".

Ao todo, desde 2004, foram atendidas 52 mil pessoas pelos quatro psicólogos no IPO, que regista por ano 10 mil novos casos, num atendimento, explicou Eunice Silva.

O diretor do serviço de Oncologia do Centro Hospitalar do Porto, António Araújo, realçou o facto de o cancro ter "um grande impacto físico na pessoa que sofre", requerendo por vezes apoio para além da família.

"Há mais de 12 anos disponível" naquele centro hospitalar que inclui o Hospital de Santo António, o serviço psico-oncologia tem atualmente um psiquiatra e uma psicóloga, números insuficientes para António Araújo que reclama "pelo menos mais três de cada especialidade".

Salientando que "muitos dos doentes estão referenciados", especificou que "cerca de 2.400 dos 4.000 novos casos por ano" aderem às consultas.

"A psico-oncologia deve fazer parte do acompanhamento dos doentes oncológicos desde o diagnóstico", defendeu o diretor do serviço, alertando que as consultas, por vezes, vão para além da alta médica devido às "cicatrizes de nível psicológico".

Psicóloga do serviço de oncologia médica do Centro Hospitalar São João, Susana Samico considera que o doente "tem de ser visto de uma forma holística" e a parte psicológica "é fundamental para a adesão aos tratamentos".

"Aqui, nem todos passam pela consulta, pois há alguns que estão ajustados e nem necessitam da mesma abordagem", argumentou, revelando que em 2016 o “São João” acompanhou 426 novos casos num total de 1803 novos doentes oncológicos.

Com duas psicólogas a fazer as consultas num serviço a funcionar desde 1993 no maior hospital da região Norte, "uma grande maioria dos doentes continua a ser seguida após receber a alta".

Este facto "obriga a uma gestão muito grande de agendas e de horários" buscando uma resposta à procura, revelou a psicóloga, não excluindo que “a chegada de mais colegas ajudaria no acompanhamento".

São as doentes do cancro da mama, "que tal como os do cólon, são em maior número, quem mais acorre ao serviço", explicou Susana Samico, sendo também frequente a presença de doentes de cancros hepatobiliares, "que, devido à agressividade dos tratamentos, acabam por procurar apoio".

Reunidas em livro
O mais antigo sobrevivente de um transplante de medula em Portugal submeteu-se a esta intervenção há 30 anos, aos três anos de...

A história de Joel é a primeira de 30 que constam de um livro que será lançado no próximo dia 18, com o qual a Unidade de Transplante de Medula (UTM) do Instituto Português de Oncologia (IPO) Lisboa está a assinalar o pioneirismo da instituição nesta área.

Tal como Joel, outros 29 doentes dão o seu testemunho nesta publicação, que conta ainda com um depoimento do médico que dirige o departamento de hematologia e o serviço de transplantação de progenitores hematopoiéticos neste IPO, Manuel Abecassis, responsável pelo primeiro transplante.

O médico recorda que, “ao longo destes 30 anos, realizaram-se no IPO de Lisboa 1.858 transplantes (1.061 autólogos e 797 alogénicos), o que corresponde a um total de 1.665 doentes tratados”, sendo que “alguns foram submetidos a mais de um transplante”.

A celebração deste 30º aniversário ocorre numa altura em que a UTM se prepara para dar uma resposta mais adequada à procura, tendo em conta que atualmente nem todos os doentes que precisam encontram a devida resposta, por falta de capacidade.

“A resolução deste problema passa pelo aumento da capacidade de resposta da UTM, com a construção de uma nova unidade de internamento para doentes transplantados, um investimento de um milhão de euros”, segundo o IPO de Lisboa.

Este hospital adiantou que “a UTM será aumentada para 12 quartos individuais, todos adequados às especificidades dos doentes que necessitam de internamentos de longa duração, em ambiente de baixo teor microbiano (isolamento) e com os níveis de conforto, higiene e segurança recomendados”.

“Com este investimento, conseguiremos melhorar a qualidade dos serviços prestados aos doentes, que passarão a ser transplantados e internados em instalações adequadas, com conforto e em segurança. Os ganhos de produção também serão significativos: a abertura de mais cinco camas permitirá a realização de mais cinco transplantes por mês, 61 por ano, o que quase duplica a capacidade de resposta do IPO Lisboa”, indica a instituição.

A construção desta nova unidade de transplantação de medula deverá permitir a realização de 147 transplantes no primeiro ano e 156 transplantes a partir do segundo ano, após o período de adaptação da equipa de saúde à nova estrutura de internamento.

Francisco Ramos, presidente do conselho de administração do IPO de Lisboa, escreveu no livro “30 anos – 30 escolas” que a sua equipa está determinada “a continuar a fazer história”.

“Queremos continuar na vanguarda das atividades médica, científica, assistencial e de formação. Queremos responder em tempo útil às necessidades dos doentes que precisam de ser transplantados. Queremos responder em tempo útil às necessidades dos doentes que precisam de ser transplantados. Queremos continuar a prestar cuidados de saúde de qualidade. Queremos continuar a tratar e a cuidar com humanidade e a ser merecedores da confiança que os doentes e a sociedade depositam”, lê-se no livro.

No dia do lançamento deste livro será igualmente lançada a Agenda Solidária 2018, cuja verba resultante das vendas contribuirá para a construção da nova UTM do IPO de Lisboa.

O livro conta com o alto patrocínio do Presidente da República – que estará presente no lançamento do livro “30 anos – 30 histórias” e da Agenda Solidária 2018 – e reúne textos de 12 personalidades que partilham uma história importante sobre uma “primeira vez” que fez a diferença no seu percurso de vida e na sua entrega aos outros.

Guilherme de Oliveira Martins, Rita Blanco, Frei Fernando Ventura, Fátima Lopes, Rodrigo Guedes de Carvalho, Maria Manuel Mota, Rui Patrício, Patrícia Reis, Zé Pedro, Clara Ferreira Alves, Bruno Nogueira e Maria Teresa Horta são os autores dos 12 textos.

Rumo
A importância de dar apoio psicológico em português a quem vive longe do país fez surgir a plataforma online Rumo, que em breve...

A ideia surgiu ao doutorando na Universidade de Leicester, no Reino Unido, na sequência de uma experiência pessoal, quando necessitou de se submeter a um processo psicoterapêutico, em 2015.

"Comecei à procura em Leicester, onde estava há oito meses, e comecei a perceber que não havia serviço de psicoterapia só para emigrantes. Havia algumas clínicas que faziam online, mas não um serviço exclusivo dedicado à emigração", recordou.

Valente Gonçalves acabou por ser acompanhado em inglês na própria universidade mas, confessou, "havia muitas situações em que queria dizer alguma coisa e não sabia como traduzir”, apesar de o seu inglês “ser bom".

Em discussão com colegas de várias nacionalidades, perceberam que "falar na própria língua poderia ter alguns benefícios" e formulou a ideia de oferecer terapia no chamado Síndrome de Ulisses, a inteligência cultural.

Juntamente com Carolina Oliveira Borges, começaram a trabalhar numa plataforma ‘online’ [www.rumo.solutions], em que é possível marcar uma sessão e escolher o profissional com quem pretende ter a consulta, que é feita através do programa de comunicação à distância Skype.

A Rumo foi lançada publicamente em dezembro de 2016, no Fórum Anual de Graduados Portugueses no Estrangeiro, realizado em Coimbra e desde então atraiu cerca de 40 “clientes”, termo usado pelos psicólogos para designar os seus pacientes.

A maioria é da área da academia e da ciência, com um perfil de trabalho especializado, e em cargos de chefia, como líderes de investigação, ou a realizar doutoramentos e pós doutoramentos no Reino Unido.

"Nos académicos ou pessoas de cargos de chefia sente-se muito a exaustão, a necessidade de resolver conflitos com pessoas de outras culturas. É interessante pôr as pessoas a pensar e a promover a inteligência emocional e a empatia para conseguirem resolver esses conflitos num meio onde estão culturalmente integrados, ou sem tanta empatia, e com pessoas com as quais não partilham a cultura", refere Valente Gonçalves.

Um outro grupo de "clientes" são trabalhadores com profissões menos qualificadas, cujos problemas estão sobretudo relacionados com o isolamento social e ansiedade do quotidiano.

O psicólogo disse que, para "essas pessoas faz sentido falar na própria língua”. “Tivemos um cliente que nos disse: vocês dão conforto cultural".

Recentemente, a Rumo também promoveu experiências no campo da responsabilidade social, a pessoas sem capacidade económica ou em duas ocasiões excecionais este ano, na sequência do atentado terrorista de Manchester, em maio, e do incêndio na torre de Grenfell, em junho.

Francisco Valente Gonçalves encontra-se a terminar a tese de doutoramento relacionada com ciências forenses, mas entretanto iniciou atividade como consultor de recursos humanos com trabalho, em Portugal.

Porém, mantém-se empenhado neste projeto, no qual o investimento inicial de 60.000 euros já foi recuperado.

Até ao final do mês, a equipa vai triplicar e em breve será aberto um programa piloto em língua inglesa, francesa e alemã, em parceria com grupo hospitalar de Loulé, onde existem muitos emigrantes.

"Só vamos meter novos profissionais porque já percebemos que isto resulta", vincou. 

Associação Zero
Os portugueses vão poder ter acesso a informação, através do telemóvel, sobre a presença de substâncias químicas perigosas nos...

A Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, é o parceiro para Portugal do projeto Life AskReach, financiado pelo Programa Life da União Europeia (UE), liderado pela Agência Ambiental Alemã e envolvendo 13 países.

O objetivo da iniciativa é sensibilizar os cidadãos e as empresas para a "necessidade de estarem informados sobre a presença de substâncias químicas perigosas em artigos e promover a sua substituição", permitindo tomar decisões responsáveis, refere um comunicado da Zero.

Os consumidores poderão usar uma aplicação para 'smartphone' e obter informação sobre estas substâncias ou enviar pedidos de esclarecimento aos fornecedores.

Realçando que se trata de divulgar artigos com menos químicos perigosos, a associação ambientalista explica que nem todos os cidadãos têm conhecimento que alguns dos artigos comprados, como roupa, calçado, móveis, materiais de construção e mesmo livros, "poderão não ser tão seguros como parecem".

Os produtos podem conter substâncias que 'Suscitam Elevada Preocupação' (SVHC), incluindo "carcinogéneos, desreguladores endócrinos" e elemento que podem afetar o ambiente.

Além de informar os cidadãos europeus, o projeto Life AskReach pretende sensibilizar a indústria e os retalhistas para a presença daquelas substâncias, promovendo a sua substituição.

O regulamento europeu sobre substâncias químicas - REACH – determina que, se uma substância classificada como SVHC está presente num artigo com uma concentração acima de 0,1%, essa informação tem que ser comunicada ao longo da cadeia da produção e fornecimento.

"Os consumidores também têm o direito a solicitar esta informação e podem usá-la para tomar decisões informadas quando vão adquirir um produto ou artigo", realça a Zero.

A associação avança que várias grandes empresas "já expressaram o seu apoio ao projeto e serão os primeiros" a colocar a sua informação numa base de dados, sobre a presença ou não de substâncias químicas que suscitam elevada preocupação nos seus produtos.

Entre os 20 parceiros do projeto estão entidades cuja atividade está relacionada com esta assunto, institutos de investigação, organizações não-governamentais de ambiente e organizações de defesa dos consumidores.

Opinião
Hoje é o Dia Mundial da Alimentação.

Se nós somos o que comemos, então devemos fazê-lo de uma forma que nos permita manter jovens e saudáveis.

Se o homem é um ser eminentemente inteligente porque não aplica essa característica à sua nutrição? A escolha dos alimentos deve, assim, ser uma opção informada e preocupada não só com o nosso próprio bem-estar e prevenção de doenças, mas também com a preservação do planeta e, acima de tudo, das gerações futuras.

Se podemos fazer escolhas porque não optar por uma alimentação biológica que nos fornece maior riqueza vitamínica, mineral e antioxidante, que contribui para um stress oxidativo mais controlado, para um menor aporte tóxico, para favorecer a desintoxicação hepática e para otimizar o perfil inflamatório.

São já muitos “ses” que devem desaparecer rapidamente do nosso quotidiano.

O aumento da taxação dos produtos com maior teor de sal e açúcar previsto no Orçamento de Estado de 2018 pode ajudar a evitar a sua aquisição, mas não lhes retira a vontade. Afinal, trata-se apenas de um pequeno passo de uma maratona que ainda falta percorrer; é preciso apostar muito forte em informação e prevenção que passam pela formação e pela consciencialização.

Se a isto acrescentarmos boas práticas e cumprimento e fiscalização das regras que devemos autoimpor-nos, então já teremos percorridos uns bons quilómetros dessa prova que nos conduzirá à saúde e ao bem-estar.

Torna-se, pois, cada vez mais imperativo a criação de uma corrente de opinião que alerte para a necessidade da criação de uma consciência da importância que a alimentação biológica e inteligente tem para a saúde humana. E esta convicção permitirá ao ser humano um futuro com mais saúde e com melhores condições de vida. O Estado, por seu lado, também sairá beneficiado porque reduzirá fortemente os custos associados ao tratamento das doenças crónicas.

Com a alimentação inteligente e Biológica podemos prevenir mais de 50% das doenças cronicas, reduzir os gastos com medicamentos e despesas medicas.

Alimentação saudável – a única opção para viver mais e manter-se jovem e saudável!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Deloitte
O preço dos cereais, batatas fritas e bolachas pode aumentar até 65% no próximo ano devido ao novo imposto sobre o elevado teor...

De acordo com a proposta de OE2018 entregue na sexta-feira à noite ao parlamento, o Governo quer criar um novo imposto de 0,80 euros por quilo sobre as bolachas, biscoitos, batatas fritas e desidratadas e flocos de cereais, quando estes alimentos tiverem mais de 1 grama de sal por cada 100 gramas de produto.

A taxa é devida pelos produtores ou por quem introduza no consumo este tipo de produtos e, segundo uma análise da consultora Deloitte, assumindo que os produtores e comerciantes passarão a totalidade do custo com o novo imposto para os consumidores, poderá haver aumentos até 65% nestes produtos.

A Deloitte dá o caso de um pacote de 200 gramas de bolacha Maria: neste caso, o novo imposto será de 0,16 euros, ao qual terá de se adicionar o IVA correspondente, ou seja, um total de 0,20 cêntimos adicionais por cada pacote.

"Considerando que existem no mercado pacotes de bolacha Maria com um preço de venda ao público de 0,30 euros, passarão a custar 0,50 euros, um aumento superior a 65% no preço do produto", explica o fiscalista Afonso Arnaldo.

Já no caso de uma embalagem de 'corn flakes' de 500 gramas, que até aqui custaria cerca de um euro, o novo imposto será de 0,40 euros, o que significa um aumento de 0,49 euros (incluindo os 0,09 euros de IVA). Assim, a partir de 2018, este produto passa a custar 1,49 euros, um aumento de 49,2%.

No exemplo de um pacote de batatas fritas, pode haver aumentos de 16,4% no preço final do produto. Se até aqui, o consumidor paga 1,50 euros por um pacote de 250 gramas, com este novo imposto passa a pagar 1,75 euros (0,20 euros do novo imposto mais 0,05 euros do IVA).

Segundo a proposta de OE2018, o Governo prevê que novo imposto sobre os alimentos com elevado teor de sal renda aos cofres do Estado uma receita de 30 milhões de euros, que é "consignada ao Serviço Nacional de Saúde, para a prossecução dos programas para a promoção da saúde e para a prevenção da doença".

Instituto de Medicina Molecular
No biobanco do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, que guarda milhares de amostras de sangue, soro ou tumores para...

Criado há seis anos, o biobanco ocupa um espaço exíguo no mesmo edifício que alberga o instituto.

Passando uma porta, logo à entrada, Fabiana Rodrigues, técnica responsável pela gestão de pedidos de amostras, extrai com uma pipeta porções de soro recolhidas de doentes com artrite reumatoide, uma doença autoimune e uma das várias patologias crónicas representadas no biobanco.

O pedido de amostras de soro de doentes com artrite reumatoide chegou de um investigador que, como noutras situações, pretende testar um medicamento ou pesquisar novos biomarcadores da doença.

Por detrás de Fabiana Rodrigues, em cima de prateleiras, dispõem-se frascos com as tampas coloridas de pequenos tubos de plástico que hão de receber as novas amostras que chegarem ao biobanco.

Ângela Afonso, uma outra técnica, que faz a gestão da base de dados, explica que, para facilitar o trabalho, as diferentes doenças, às quais estão associadas as amostras, são identificadas pela cor das tampas dos tubinhos.

O laranja é para os cancros, o verde para os acidentes vasculares cerebrais e outras doenças neurológicas, o castanho para as pulmonares, o azul para as relacionadas com o movimento, o rosa para as patologias do sangue, o preto para as do aparelho gástrico, o roxo e o vermelho para as reumáticas.

Há ainda as tampas amarelas para as amostras de material biológico de crianças e as transparentes para as amostras de dadores saudáveis.

Ao todo, o biobanco do Instituto de Medicina Molecular (IMM) reúne cerca de 167 mil amostras biológicas - sangue e soro, em maior número, osso, tecidos tumorais, ADN, saliva e líquido de cartilagens - doadas por quase 16 mil pessoas, a maioria doentes.

No caso das amostras dos doentes, o principal fornecedor do biobanco, pela sua localização próxima, é o Hospital de Santa Maria, que, com o Instituto de Medicina Molecular, a Faculdade de Medicina e o Hospital Pulido Valente, forma o Centro Académico de Medicina de Lisboa.

A colheita das amostras de controlo, de pessoas saudáveis, tem sido feita na própria faculdade, em associações e empresas.

A próxima campanha de recolha decorrerá em 30 e 31 de outubro, por iniciativa do Fundo IMM-Laço, destinado à investigação sobre o cancro da mama, e que desafia os cidadãos, de boa saúde ou não, a darem sangue no instituto.

No biobanco, que a equipa técnica arrisca a dizer que é único em Portugal, dada a diversidade de amostras de material biológico disponíveis, as coleções distribuem-se, num minúsculo compartimento, por quatro arcas congeladoras e dois potes com azoto líquido, que, quando abertos, fumegam.

Nas arcas conservam-se a 80 graus negativos amostras mais recentes, até cinco anos. Numa delas estão 48.000 tubinhos e numa outra 60.000, conta a técnica Ângela Afonso, depois de abrir, com duas grandes luvas azuis calçadas, uma das arcas.

Lá dentro, depois de aberta uma das gavetas, não se vislumbra quase nada devido ao gelo, a não ser as cores das tampas dos tubinhos, arrumados em caixas.

Nos potes, as amostras, que são retiradas dos recipientes com uma pega fininha, são preservadas a 196 graus negativos e por mais tempo. No pote mais pequeno estão 3.500 e no maior 6.000, precisa Ângela Afonso.

Para saberem exatamente em que parte das caixas e em que sítio da arca ou do pote estão os tubos com as amostras pretendidas, os técnicos do biobanco socorrem-se de um 'software' informático, o mesmo que dá um código a cada amostra, para salvaguardar a identidade do dador, e o associa à informação clínica da pessoa.

Regularmente, são feitos testes de qualidade às amostras para verificar o estado das proteínas ou do ADN, esclarece um dos codiretores do biobanco, Sérgio Dias.

São sobretudo cientistas que trabalham em Portugal quem mais procura os serviços do biobanco. Mas já tem havido solicitações da Alemanha, Espanha, França e dos países nórdicos, adiantou, acrescentando que os pedidos de amostras (que são pagas) são avaliados por uma comissão ética e científica tendo em conta a pertinência da investigação.

O biobanco não é um mero armazém, segundo Sérgio Dias. Pretende estar à disposição dos cientistas, pelo que a ideia é ter "o maior número possível de coleções atraentes para os investigadores fazerem perguntas", sublinhou.

Além de reunir coleções de material biológico, com as quais é possível acompanhar a evolução da doença de um dador, o biobanco do Instituto de Medicina Molecular isola células do sangue e de tumores e cultiva, a partir de biópsias de pele, fibroblastos, células que têm a capacidade de se diferenciarem noutras, como as de tecido muscular, ósseo, cartilaginoso e adiposo, sendo por isso importantes para a regeneração de órgãos.

Em marcha está a possibilidade de o biobanco vir a recolher e guardar cérebros, peças de estudo preciosas para os neurocientistas.

Sérgio Dias gostava que o serviço que dirige tivesse também equipamentos para conservar amostras de fezes, essenciais para estudar o microbioma (a população de microrganismos, como as bactérias, que vive no intestino).

Mas, para tal, assinalou, serão necessárias instalações mais amplas do que as atuais, que, ao contrário das tampas dos tubinhos com as amostras, são praticamente monocromáticas.

ASAE
Cerca de 21 toneladas de pescado congelado, no valor de 64 mil euros, foram apreendidas pela Autoridade de Segurança Alimentar...

Segundo a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), foram alvo das ações de fiscalização, um entreposto frigorífico em Montemor-o-Novo e uma indústria de preparação e transformação de produtos da pesca, no concelho de Viseu, sendo o objetivo das operações “garantir o cumprimento dos requisitos gerais em termos de Segurança Alimentar”.

Como resultado destas ações foram instaurados dois processos de contraordenação por falta de requisitos em géneros alimentícios e por se encontrarem prontos para serem introduzidos no mercado pescado congelado e marisco, cuja rotulagem omitia da lista de ingredientes os aditivos utilizados na sua vidragem, adianta a ASAE em comunicado.

Na sequência das fiscalizações, foram “apreendidas cerca de 21 toneladas de pescado congelado, num valor total que ronda os 64 mil Euros”.

As ações foram realizadas pela Unidade Regional do Sul da ASAE e pela brigada especializada de fiscalização das indústrias de produtos de origem animal da Unidade Regional do Centro.

A ASAE afirma no comunicado que “continuará a desenvolver ações de fiscalização, no âmbito das suas competências, em todo o território nacional em prol de uma sã e leal concorrência entre operadores económicos e de forma a garantir a Segurança Alimentar dos produtos”.

Estudo
Mais de 90% dos inquiridos num estudo sobre cuidados paliativos disseram saber o que são estes cuidados, mas apenas 75%...

O estudo “Cuidados Paliativos: o que sabem os portugueses”, promovido pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP)e que envolveu 795 pessoas, com 18 ou mais anos, visou conhecer a realidade portuguesa face ao desenvolvimento dos cuidados paliativos nos últimos dez anos em Portugal.

As conclusões do estudo, apresentadas sábado, no seminário “Vida com dignidade e qualidade até fim”, na Fundação Gulbenkian, revelam que existe um “bom conhecimento acerca do conceito, objetivos e forma de trabalho dos cuidados paliativos”.

Contudo, ainda há 6,6% que pensa que estes cuidados visam atrasar ou adiar a morte, um número que preocupa a APCP, promotora do estudo divulgado no mês dos Cuidados Paliativos (outubro).

“É preocupante termos perto de um milhão de pessoas [traspondo os números para a população em geral] que acha que os cuidados paliativos são apenas para atrasar a morte, isto contraria um princípio filosófico”, disse o presidente da APCP, Manuel Capelas.

“É preciso todos nós fazermos mais para clarificar verdadeiramente o que são os cuidados paliativos”, porque “não basta as pessoas saberem só a definição”, defendeu.

Para o responsável, é necessário “levar uma mensagem mais adequada” às pessoas, tendo em conta a idade, as habilitações literárias e o nível socioeconómico, para que “entendam em que é que constam este tipo de cuidados” e saibam que têm direito a usufruí-los e a exigi-los junto dos profissionais de saúde.

Segundo o estudo, 90,4% dos inquiridos entendem o que são os cuidados paliativos.

As mulheres são as que apresentam o melhor nível de entendimento, assim como os mais novos, os solteiros e pessoas com habilitações literárias mais elevadas e maiores rendimentos, adianta o estudo.

Para Manuel capelas, estes dados indicam que há “uma grande franja da população que tem dificuldade em perceber e não entende o que são os cuidados paliativos”, o que exige um “maior dinamismo de disseminação destes conhecimentos junto da população”.

Os dados apontam também que 64,9% nunca tiveram qualquer contacto com equipas de cuidados paliativos, embora já tivessem ouvido falar delas, enquanto 6,7% desconheciam a sua existência

Cerca de 19% já tinham contactado com estas equipas por motivos familiares, 5,3% por motivos pessoais e 4,6% por motivos pessoais e familiares.

Mais de 80% disseram que gostariam de ser cuidados (84,6%) ou que o seu familiar (85,7%) fosse cuidado por uma equipa de cuidados paliativos.

Mais de metade dos inquiridos (51,9%) associou os cuidados paliativos às palavras médicos, 50,2% ao bem-estar, 49,2% à tranquilidade, 46,8% ao hospital e 43,8% ao sofrimento.

Houve ainda pessoas que associaram estes cuidados às palavras psicólogos (42,3%), morte (41,6%), fármacos (38,6%), cancro (36,9%), esperança (20,9%), vida (17,1%), vontade (15,1%), lares (13,6%), alegria (8,1%), centro de saúde (7,8%) e cura (4,5%).

Manuel Capelas observou que as pessoas não associam estes cuidados às palavras "casa" e "centros de saúde", o que "até faz uma certa antítese com o local em que as pessoas desejam morrer e ser cuidados, que é na própria casa".

OE2018
O Governo fixou em 0,80 euros por quilo o valor da taxa do imposto para os alimentos com elevado teor de sal, com a qual espera...

“A taxa do imposto é de 0,80 euros por quilograma”, lê-se no documento entregue pelo Governo na sexta-feira à noite no parlamento.

Este valor representa uma alteração face aos 0,80 cêntimos que constava numa versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), noticiada pela Lusa e datada de quinta-feira.

Ficam sujeitos a este imposto “bolachas e biscoitos pré-embalados, alimentos que integrem flocos de cereais e cereais prensados, pré-embalados, batatas fritas ou desidratadas, pré-embaladas, própria para alimentação nesse estado”.

Estão isentos de imposto os produtos que tenham um teor de sal inferior a 1 grama por cada 100 gramas de produto.

A proposta de OE contempla aumentos do imposto sobre a cerveja, as bebidas espirituosas e os vinhos licorosos em torno de 1,5%.

As cervejas vão passar a pagar um imposto que começa nos 8,34 euros por hectolitro para os volumes de álcool mais baixos e que vai até aos 29,30 euros por hectolitro no caso dos volumes de álcool mais elevados.

Com a entrada em vigor do Orçamento do Estado de 2017, o imposto aplicado às cervejas começava nos 8,22 euros e ia até aos 28,90 euros por hectolitro, o que significa que, no próximo ano, o Governo quer aumentar o imposto sobre a cerveja em cerca de 1,5%.

No caso das bebidas espirituosas, nas quais se inclui gin e vodka, por exemplo, a taxa de imposto aplicável também vai sofrer um aumento, mas de 1,4%, passando dos 1.367,78 euros por hectolitro atualmente em vigor para os 1.386,93 euros por hectolitro em 2018.

A taxa de imposto aplicável aos produtos intermédios, ou seja, os vinhos licorosos, aumenta de 75,05 euros por hectolitro para 76,1 euros, uma subida de 1,4%.

Por sua vez, as bebidas fermentadas, como os espumantes, vão pagar um imposto de 10,44 euros por hectolitro, um aumento de 1,4% face aos 10,30 euros por hectolitro durante 2017.

Nos refrigerantes, o Governo avança com um aumento até 1,5% do imposto a pagar e define uma nova reforma de taxar os concentrados.

O Governo pretende taxar a 8,34 euros por hectolitro (100 litros) as bebidas cujo teor de açúcar seja inferior a 80 gramas por litro e a 16,69 euros por hectolitro as bebidas cujo teor de açúcar seja igual ou superior a 80 gramas por litro.

Isto representa um aumento de 1,5% do IABA (o imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas e sobre, desde 2017, as bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes) sobre os refrigerantes.

Quanto às bebidas concentradas, se para 2017 a taxa definida foi igual à estipulada consoante as gramas de açúcar por hectolitro (8,22 euros por hectolitro até 80 gramas de açúcar e 16,46 euros por hectolitro acima dessa quantidade de açúcar), para 2018 o Governo pretende que os concentrados sejam tributados também consoante a sua forma (líquida ou sólida).

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