Durante seis a nove meses
Cerca de cinco mil utentes de centros de saúde portugueses vão participar no primeiro estudo que vai avaliar as causas da...

Segundo a Sociedade Portuguesa de Nefrologia, Portugal tem cerca de 12 mil pessoas a necessitar de diálise e todos os anos surgem perto de dois mil doentes a precisar destes tratamentos de substituição da função renal. Além disso, há cerca de seis mil doentes transplantados do rim.

“Este estudo é pioneiro em Portugal e tenta dar resposta a uma questão que é colocada a nível nacional, pelo facto de termos uma prevalência muito elevada de insuficiência renal nos estádios mais graves”, afirmou o presidente da Sociedade de Nefrologia, Aníbal Ferreira.

A doença renal atravessa cinco níveis de gravidade, de 1 a 5, com este último a equivaler a uma falência renal.

Enquanto em vários países desenvolvidos com os quais Portugal se pode comparar a insuficiência renal tem uma prevalência de cerca de 6% no total, estima-se que entre os portugueses esses 6% digam respeito apenas aos doentes já em fases mais graves (fases 3 a 5 da doença).

Esta maior prevalência em Portugal trouxe a necessidade de “perceber epidemiologicamente quais as causas que a justificam”, embora Aníbal Ferreira recorde que há causas expectáveis, como a maior prevalência da diabetes e mais hipertensão, duas das principais razões que conduzem à doença renal crónica.

Mas existirão outros motivos, como “condições particulares de organização da sociedade em termos de apoio médico e de acesso às diálises e aos centros de saúde que justificam estes números tão elevados”, considera o presidente da Sociedade de Nefrologia.

Este estudo pretende assim avaliar cerca de cinco mil utentes de cem unidades de cuidados de saúde primários (centros de saúde) que sejam representativos da realidade nacional.

Durante o estudo, que deve levar de seis a nove meses, vão ser recolhidos dados demográficos e dados clínicos baseados em análises laboratoriais de sangue e urina.

O nefrologista Aníbal Ferreira sublinha que este estudo “não é só de doentes” mas sim uma avaliação de prevalência em utentes, no qual o expectável é encontrar uma esmagadora maioria de pessoas sem qualquer grau de insuficiência renal.

O estudo resulta de uma colaboração entre a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Sociedade de Nefrologia, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e a Sociedade de Diabetologia, sendo apoiado por um laboratório farmacêutico.

Programa de Saúde Prioritário na área da Saúde Mental
A maioria dos jovens entre os 13 e os 18 anos que tomou psicofármacos fê-lo através de prescrição médica, o que leva...

A ideia é levantada no relatório do Programa de Saúde Prioritário na área da Saúde Mental – 2017, que será hoje apresentado em Lisboa.

De acordo com o documento, o maior consumo de psicofármacos, nomeadamente tranquilizantes e sedativos, deu-se já perto dos 18 anos, idade em que 17,2% dos jovens consumiram estes medicamentos, mediante receita médica, e 6,1% sem a prescrição do clínico.

Aos 17 anos, a prescrição com receita médica destes fármacos atingiu os 15,6% e os 6,4% sem receita.

Os jovens com 15 anos registam uma percentagem de 12,7% com receita e cinco por cento sem prescrição.

Perante estes valores, os autores do relatório referem que “quando se verificam os resultados abaixo e que em todos os grupos etários a maioria acedeu a psicofármacos através de prescrição médica, é inevitável questionar sobre a racionalidade da prescrição destes fármacos”.

“O Sistema Nervoso Central tem um amadurecimento lento e complexo que estará concluído pelos 18 anos, o que justifica a recomendação de evitar a utilização de substâncias psicoativas até então”, lê-se no documento.

Os autores referem um aumento do consumo de medicamentos associados à área da saúde mental, em todos os grupos farmacológicos, entre 2012 e 2016, e uma “ligeira redução desde 2014” no grupo dos “Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos”.

O relatório cita dados do Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, segundo o qual “o álcool é a substância psicoativa com maior prevalência de consumo experimental (ao longo da vida) entre a população geral em Portugal com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos, oscilando entre um mínimo de 73,6% (registado em 2012) e um máximo de 86,3% (registado em 2016/17)”.

Os autores indicam que o registo de utentes com perturbações mentais – perturbações de ansiedade, depressivas e demências - nos cuidados de saúde primários tem vindo a aumentar desde 2011.

A proporção de doentes com maior registo de perturbações de ansiedade e de demência encontra-se no centro e Alentejo.

Os autores identificaram uma “ligeira redução” do número de internamentos hospitalares.

Relativamente à mortalidade de saúde mental, esta “é baixa e está relacionada quase exclusivamente com o suicídio (3,1% em 2015)”.

“O suicídio verifica-se sobretudo em pessoas com doenças mentais graves, na sua maioria tratáveis (depressão major e perturbação bipolar) e integra o grupo das mortes potencialmente evitáveis, desde que o diagnóstico da patologia de base seja realizado em tempo útil e a abordagem terapêutica eficaz”, lê-se no relatório.

Para 2020, os responsáveis do Programa Nacional para a Saúde Mental (PNSM) pretendem aumentar em 25% o registo das perturbações mentais nos cuidados de saúde primários e inverter a tendência da prescrição de benzodiazepinas na população através da sua estabilização.

Outra meta passa por apoiar a criação de 1.500 lugares para adulto e 500 para crianças/adolescentes em cuidados continuados integrados de saúde mental e ainda aumentar em 30% o número de ações no âmbito dos programas de promoção da saúde mental e de prevenção das doenças mentais, desenvolvidos pelo PNSM.

Dia Mundial da Saúde Mental
A depressão é classificada pela OMS como o maior contribuinte da incapacidade para a atividade produ

A depressão é uma doença psiquiátrica que se caracteriza por tristeza, diminuição do interesse e do prazer nas atividades habituais, alterações do apetite e sono, agitação ou lentificação física e psíquica, fadiga ou diminuição da energia, perda da autoestima/confiança ou sentimentos de culpa, diminuição da concentração ou da capacidade de tomar decisões e ideias recorrentes de morte, de suicídio ou comportamentos suicidários.

Estes sintomas estão presentes durante pelo menos 2 semanas, ocorrendo na maioria dos dias e causam sofrimento significativo ou têm implicação negativa no desempenho social, ocupacional ou noutras áreas do funcionamento pessoal.

A depressão classifica-se em leve, moderada ou grave. A perigosidade da depressão associa-se à incapacidade e limitações pessoais/sociais e profissionais que desencadeia e no limite ao risco de suicídio.

A prevalência da depressão é de 20% na população geral e o seu início surge por volta dos 27 anos, sendo que a depressão grave é mais prevalente na faixa etária dos 18 aos 44 anos.

A depressão surge de uma conjugação de fatores que englobam a vulnerabilidade genética, as características da personalidade, as vivências na infância, o ambiente social, as características psicológicas e os próprios fatores biológicos que envolvem alterações na atividade neuronal e no eixo hipotálamo-hipofisário que modificam a atividade dos circuitos neuronais envolvidos na regulação do humor.

Os tratamentos mais aconselhados no tratamento desta patologia são farmacológicos e psicológicos. Relativamente à terapêutica farmacológica opta-se por antidepressivos. Atualmente utiliza-se com maior frequência uma classe específica de antidepressivos chamada de Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina por serem eficazes, seguros e com poucos efeitos adversos.

A abordagem psicológica depende do próprio doente e inclui terapia de suporte, cognitivo-  comportamental, interpessoal, familiar ou psicodinâmica.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em Coimbra
No próximo dia 14 de outubro a cidade Coimbra vai ser “a capital” da Vitamina D. Tudo por causa da realização de mais uma...

Tem dúvidas sobre a Vitamina D? Na sua dosagem, benefícios e aplicação? Então o Fórum D 2017 vai responder a todas as suas questões. Agendado para o dia 14 de outubro (sábado), no Hotel D. Inês, em Coimbra, a 3ª edição deste evento pretende, acima de tudo, dar a conhecer a realidade atual da Vitamina D e o seu progresso na sociedade atual.

José António Pereira da Silva, da Comissão Organizadora do Fórum D 2017 e Professor de Reumatologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, salienta quais os principais objetivos do evento: “Vamos abordar vários aspetos relacionados com a Vitamina D, nomeadamente o progresso recente do conhecimento da Vitamina D, perspetivando a sua aplicação na prática clínica. O objetivo principal da edição deste ano é ajudar os médicos a definir estratégias de atuação relativas à Vitamina D nas mais variadas doenças.”

Conforme explica o Professor Pereira da Silva, o Fórum D “destina-se a todos os médicos já que nenhuma especialidade pode, hoje em dia, dizer que nada tem a ver com a Vitamina D. Isto é particularmente verdade para as especialidades que lidam com uma grande variedade de doenças como é o caso da Medicina Geral e Familiar, Medicina Interna e Pediatria. Contudo, todos os médicos poderão colher aqui informação relevante para a sua prática. O Fórum D é também relevante para profissionais de saúde ligados à análise da Vitamina D e ainda para os que estão envolvidos em educação para a saúde, com destaque para os enfermeiros.”

Em termos de temas em evidência, o médico reumatologista revela: “Este ano vamos tratar das especificidades da análise de Vitamina D no sangue e ainda a sua relação com as doenças cardiovasculares e a mortalidade em geral. Abordaremos ainda, o impacto da Vitamina D em doenças de pele, alergias, doenças reumáticas e do tubo digestivo.”

Por fim, destaca um ponto que considera igualmente importante para quem participar neste evento: “Gostaria ainda de ressalvar, e no âmbito de algumas polémicas surgidas, que vamos também debater e resolver controvérsias recentes relativas ao doseamento e prescrição da Vitamina D em Portugal.”

Mais informação em: www.forumd.org

Estudo
Investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência descobriram uma nova população de células do sistema imunitário que contribui...

As células em causa destroem a norepinefrina, um neurotransmissor (substância química) libertado pelos neurónios simpáticos (células do sistema nervoso) e que induz a redução de massa gorda.

A estas células específicas a equipa liderada por Ana Domingos, do Laboratório de Obesidade do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), deu o nome de macrófagos SAMs.

Os macrófagos são células que, quando funcionam normalmente, protegem o organismo de infeções. Ganharam, no entanto, a designação de SAMs, por estarem em contacto com os neurónios simpáticos, interferindo no processo de perda de massa adiposa.

Ana Domingos comparou estes macrófagos a um aspirador que suga a norepinefrina com um tubo de sucção, a proteína SIc6a2, e que depois a destrói como se fosse uma incineradora.

A proteína foi identificada depois de feita uma análise genética aos macrófagos, por comparação com outras células muito parecidas, adiantou.

Numa experiência com ratinhos, a equipa de investigadores verificou que os roedores obesos, por manipulação genética ou alimentados com uma dieta rica em gorduras, tinham mais macrófagos SAMs do que os que possuíam peso normal.

Posteriormente, confirmou, a partir de análises a amostras de tecido nervoso humano, que o mesmo tipo de células imunes e o mecanismo a elas associado de eliminação do neurotransmissor responsável pela redução da gordura também existem nas pessoas, perspetivando novos tratamentos para a obesidade.

Segundo Ana Domingos, citada em comunicado do IGC, a proteína SIc6a2, que transporta a norepinefrina libertada pelos neurónios para os macrófagos, constitui, por isso, um novo alvo terapêutico, direcionado a estas células, "e que poderá superar os efeitos secundários nocivos de vários medicamentos".

Os cientistas estão a testar até que ponto as anfetaminas, drogas com efeitos nocivos no cérebro, podem ser benéficas numa zona mais periférica, no tecido nervoso, uma vez que bloqueiam a ação desta proteína.

Os resultados da investigação, realizada pelo Instituto Gulbenkian de Ciência em colaboração com instituições italianas, alemãs e norte-americanas e os hospitais de Santa Maria e Curry Cabral, em Lisboa, foram publicados na revista científica Nature Medicine.

Centro Hospitalar Cova da Beira
Amanhã, dia 10 de outubro em alusão ao Dia da Saúde Mental, a Semana do Bebé do Centro Hospitalar Cova da Beira promove uma...

Esta iniciativa terá lugar no Serviço de Pedopsiquiatria do CHCB e a dinamizar os diferentes ateliers que a compõem estão: os Serviços de Pediatria e Pedopsiquiatria do CHCB, o Projeto Remy, a escola de dança Petit Tutu e o Departamento de Psicologia da UBI.

A dinâmica desta ação contempla a visualização de excertos do filme “Divertidamente” por forma a demonstrar que é ao nível do cérebro que tudo o que fazemos e sentimos é controlado. A cada um dos 5 ateliers dinamizados estará alocada uma emoção, tal como “medo”, “raiva”, “tristeza”, “alegria” e “nojo” e nestes, as crianças irão interagir e expressar aspetos positivos e negativos de cada emoção, sensações físicas e emocionais sentidas e outros aspetos de relevo.

O objetivo desta iniciativa consiste em demonstrar que não há emoções positivas ou negativas. Todas são importantes, contudo umas são agradáveis, outras desagradáveis. Todas elas sendo passageiras não devem ser evitadas, pois têm uma função de proteção, ao dar-nos ferramentas essenciais para lidar com os demais problemas e situações inusitadas que surgem ao longo da vida.

Até dezembro
A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos inicia no próximo dia 12 de Outubro o 8.º Ciclo de Cinema da SRNOM. “Decantando...

Este 8.º ciclo arranca com a projeção de Sanma No Aji (O Gosto do Saké), o último filme de Yasujiro Ozu. Numa fase da vida em que o realizador Yasujiro Ozu, doente, sabia que morreria em breve, este filme fala-nos de Hirayama, ex-capitão da marinha japonesa, agora gerente de uma fábrica e que mora com a filha Michiko, de 24 anos, e o filho Kazuo. Viúvo, Hirayama procura direcionar a filha para o casamento. No entanto, Michiko prefere concentrar as suas forças e tempo nos cuidados ao pai, enquanto este for vivo.

Datado de 1962, esta história desenrola-se num Japão em plena mutação, mas com as memórias da II Guerra Mundial ainda bem presentes. Porém, esta é uma sociedade onde as mulheres procuram já conquistar o seu estatuto social à conta de um papel cada vez mais ativo no mercado do trabalho. Em vez dos casamentos negociados já se coloca a possibilidade de estes ocorrerem da atração amorosa entre os noivos.

Coordenado pelo Dr. António Vieira Lopes, as sessões do 8.º Ciclo de Cinema iniciam-se às 21h15, com uma breve apresentação do filme e terminam com uma tertúlia.

As sessões são gratuitas e abertas ao público.

Programa Completo:

12.Outubro.2017 | 21h15
Sanma No Aji / O Gosto do Saké [Yasujiro Ozu, 1962]

19.Outubro.2017 | 21h15
8 ½ / 8 ½ [Federico Fellini, 1963]

26.Outubro.2017 | 21h15
Au Hasard Balthazar / Peregrinação Exemplar [Robert Bresson, 1966]

9.Novembro.2017 | 21h15
Viskningar Och Rop / Lágrimas e Suspiros [Ingmar Bergman, 1972]

23.Novembro.2017 | 21h15
Nostalghia /Nostalgia [Andrei Tarkovsky, 1983]

30.Novembro.2017 | 21h15
Russkiy Kovcheg / A Arca Russa [Alexandr Sokurov, 2002]

7.Dezembro.2017 | 21h15
Syndromes and a Century / Síndromes e um Século [Apichatpong Weerasethakul, 2006]

16 de outubro - Dia Mundial da Coluna
Cerca de 40% das pessoas ficam em pé menos de 30 minutos por dia, no seu período laboral, evitando sair da secretária para...

Esta realidade é cada vez mais transversal, e Portugal é um país onde o número de horas laborais ultrapassa a média Europeia (41 horas por semana versus 28). Luís Teixeira, médico ortopedista especialista em patologia da coluna vertebral e presidente da associação sem fins lucrativos Spine Matters alerta, neste dia mundial da coluna, para a importância de termos atenção aos hábitos e comportamentos no ambiente laboral. O especialista aponta 9 alterações simples que podem prevenir problemas de coluna e músculo-esqueléticos. 

A conduzir, nos transportes, à secretária no escritório ou no sofá. Os cenários mudam, o ato é o mesmo - estar sentado. Faça as contas, quantas horas por dia passa sentado? Os números surpreendem e os problemas que pode causar são reais: “Desconforto, dormência, desalinhamento da coluna, lesões nas articulações e má circulação sanguínea são apenas algumas das consequências, a longo prazo, de períodos prolongados em posição sentada, estática, pouco natural para o corpo humano”, começa por explicar o médico, especialista em patologia da coluna vertebral, que indica: “O nosso corpo não está preparado para ser sedentário.” Também de acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Queensland, na Austrália, por cada hora que uma pessoa passa sentada, depois dos 25 anos de idade, reduz a esperança média de vida em 21 minutos.

“Estar sentado implica uma distorção da curva natural da coluna, pela nova distribuição de peso que é imputada ao corpo humano, habituado a sustentar-se em pé. Essa razão leva a que novos músculos tenham que realizar esse trabalho, para que nos mantenhamos com o tronco levantado e contra a gravidade”, explica Luís Teixeira. “O preço a pagar é altíssimo. A inatividade do local de trabalho e o número de horas que passamos sentados compromete seriamente a nossa saúde e é preciso encontrar alternativas para nos levantarmos ou pagaremos por isso num curto espaço de tempo”.

1.       Não cruzar as pernas - Estar sentado com as pernas cruzadas dificulta a circulação e sobrecarrega os músculos ao redor da pélvis.

2.       2 Atenção ao telefone - Se passa muitas horas ao telefone, não o apoie no pescoço e ombros. Evite fazer multi-tasking em chamadas telefónicas e utilize um auricular para qualquer conversa que dure mais do que cinco minutos.

3.       Cabeça para cima - Procure manter a cabeça e o pescoço alinhados. O ecrã do computador deve estar ao nível dos olhos e o mesmo se aplica a tablets ou ecrãs de telefone. É aconselhável, também, que mantenha uma distância de 40 a 70 cm do seu monitor e que o rato e o teclado estejam colocados lado a lado.

4.       Pés no chão - Posicione os seus joelhos num ângulo de 90ºC e mantenha os pés apoiados e planos no chão e afastados à medida da largura dos ombros de forma a evitar tensão nas articulações.

5.       Posição na cadeira - Garanta que as suas costas estão bem apoiadas e que não ficam demasiado retas. Evite também estar sentado à ponta da cadeira para prevenir uma má postura.

6.       Levante-se de hora a hora – Faça pausas de forma a reduzir a pressão nos discos vertebrais e a promover a circulação. Levante-se a cada 50-60 minutos para ir à casa de banho, beber água, atender telefonemas ou, simplesmente, para esticar as pernas. Aproveite reuniões para estar de pé ou para dar um passeio, prefira as escadas ao elevador, estacione o carro mais longe.

7.       Exercite-se - Tente fazer alguns alongamentos durante o dia. Rode os ombros, o pescoço, estique os braços. A atividade física é crucial para contrariar os vícios posturais do local de trabalho. Fazer modalidades que reforcem a musculatura como pilates, natação ou ioga são boas opções.

8.       Hidrate-se - A água ajuda a manter as articulações e os músculos devidamente lubrificados e a evitar rigidez no pescoço, joelhos e articulações.

9.       O tipo de cadeira -  Se puder escolher a sua cadeira invista numa com as dimensões apropriadas para o nosso corpo e que não seja rígida. O assento deve ser firme e profundo o suficiente para suportar as nossas coxas sem forçar o ângulo posterior dos joelhos, ter apoio para os antebraços e as bordas anteriores do assento devem ser arredondadas.

Ordem dos Psicólogos
Um terço dos doentes com perturbações mentais graves não recebe os cuidados de saúde adequados, um dado divulgado pela Ordem...

Baseando-se em dados oficiais relativos a 2016, a Ordem dos Psicólogos refere que quase 65% de pessoas com perturbações mentais moderadas e 33,6% com perturbações graves “não recebe cuidados de saúde mental adequados”.

Para o bastonário dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, continua a haver “muitos défices na capacidade de resposta” na área de saúde mental, mesmo para as perturbações mais graves.

“Estamos a falar de muita gente que não recebe o acompanhamento adequado ou em continuidade para as necessidades das pessoas”, afirmou o bastonário na véspera do Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala terça-feira, dia em que devem ser divulgados estes e outros novos dados relativos à área em Portugal.

Para Francisco Miranda Rodrigues “não basta divulgar o número de consultas realizadas na área da saúde mental sem perceber o significado desse número, sem compreender ou medir o resultado dessas intervenções”.

“Temos de ter indicadores que permitem perceber em que medida as nossas intervenções contribuem para melhorar a eficácia da saúde dos cidadãos”, defendeu, sublinhando que o financiamento das unidades de saúde é depois feito também com base nos dados de produção de consulta, sem que se aposte em atividades preventivas na área da saúde mental.

Os dados oficiais divulgados pela Ordem dos Psicólogos, grande parte referentes a 2016, mostram que há uma “elevada prevalência anual de perturbações mentais” entre os portugueses, na ordem dos 22%, com maior predomínio para as perturbações de ansiedade e do humor.

Quanto aos casos de suicídio, situam-se numa média de três por dia, representando cerca de mil casos confirmados num ano.

De acordo com o mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde sobre o assunto, divulgado em setembro, Portugal registou em 2015 uma taxa de 13,7 mortes por suicídio por cada cem mil habitantes, o que significa que cerca de 1.370 pessoas ter-se-ão suicidado.

Ordem dos Psicólogos
Os portugueses compraram cerca de 20 milhões de embalagens de psicofármacos no ano passado, o que corresponde a um gasto de 216...

De acordo com a Ordem, que cita dados oficiais, o encargo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na comparticipação de psicofármacos em 2016 foi de 122 milhões de euros, o que representa 56% do valor gasto nestes medicamentos para a área da saúde mental.

O bastonário da Ordem dos Psicólogos lamenta a falta de estratégia e de intervenção preventiva que evite o aumento de consumo de psicofármacos, considerando que algumas vezes são apenas uma solução mais rápida, mas que só promove a redução de sintomas.

Para Francisco Miranda Rodrigues, faltam estratégias de combate a problemas mentais que possam ser prevenidos ou rastreados de forma precoce, o que pode ser feito nomeadamente nos cuidados de saúde primários.

“Continua a não existir uma estratégia na área da saúde mental”, refere o bastonário à agência Lusa, lembrando que se passaram já dez anos da criação do Plano Nacional de Saúde Mental, sem que haja uma “verdadeira estratégia integrada para a promoção da saúde mental e para a prevenção das perturbações mentais”.

O representante dos psicólogos portugueses afirma que “não é possível inverter a situação atual” na saúde mental sem que haja investimento, nomeadamente de recursos humanos.

A Ordem dos Psicólogos recorda que no Serviço Nacional de Saúde (SNS) existe apenas um psicólogo para cada 16.500 portugueses e que se continua a aguardar que a tutela avance com a contratação de 55 psicólogos que tinham sido assumidos pelo Governo.

“Trata-se efetivamente de investimento. Porque na área da saúde mental, ao investirmos, estaremos a prevenir tanto o sofrimento das pessoas como a prevenir outros custos, como com psicofármacos”, referiu o bastonário.

Francisco Miranda Rodrigues reconhece que muitos dos psicofármacos prescritos e consumidos serão sempre necessários para casos de perturbações mais graves, mas considera que algumas perturbações de ansiedade ou depressivas podiam ser prevenidas ou encaminhadas de outras formas.

Associação Portuguesa de Dislexia
Muitos alunos com dislexia menos grave não recebem o devido apoio nas escolas por falta de recursos humanos com formação...

A propósito do Dia Mundial da Dislexia, que se assinala terça-feira, a Associação Portuguesa de Dislexia (Dislex) lança uma campanha de sensibilização com o objetivo de “derrubar ideias erradas e preconcebidas que existem em torno desta disfunção neurológica”.

Em declarações, a presidente da Dislex, Helena Serra sublinhou a importância de as crianças serem atempadamente diagnosticadas e, principalmente, de terem a resposta adequada que passa por professores que receberam a devida e específica formação.

O que não acontece, segundo Helena Serra, a uma grande quantidade de crianças que, após suspeita, são avaliadas, mas “num grau com relativa suavidade”.

“Os casos mais graves são acompanhados por professores que receberam a devida formação, embora este acompanhamento varie consoante a região onde é localizada a escola. Mas os outros casos de dislexia menos grave apenas recebem apoio educativo não especializado e que se baseia na correção de erros e outros trabalhos que aumentam a frustração do aluno”, disse.

Para Helena Serra, Portugal é, em matéria de resposta à dislexia, “uma manta de retalhos”, embora a especialista reconheça alguns avanços.

Faltam, contudo, recursos humanos específicos, sem os quais é impossível um acompanhamento eficaz destas crianças, que permita a identificação do seu “dom”, que pode não passar pelas letras, mas que tende a manifestar-se ao nível das artes, desporto ou outro.

É nesse sentido que a campanha recorda alguns génios como Einstein, Picasso, Da Vinci, Agatha Christie, Van Gogh, Churchill, todos eles disléxicos.

A dislexia é uma perturbação que afeta 600 milhões de pessoas no mundo inteiro. Em Portugal, atinge mais de 5% da população.

Com o lema “Disléxicos como Nós”, a campanha será composta por um cartaz e um vídeo que reflete os vários cenários deste problema em contexto real.

Herbicidas
A Comissão Europeia anunciou hoje ter recebido uma iniciativa de cidadania europeia para proibir o uso de herbicidas à base de...

O executivo comunitário vai pedir aos responsáveis pela iniciativa – que, à data da submissão, foi apoiada por cidadãos de 22 Estados-membros, excluindo Portugal, Eslováquia, Estónia, Reino Unido, República Checa e Roménia – que apresentem, num período de três meses, as suas propostas.

A iniciativa de cidadania europeia, a quarta a ser apresentada, pede a Bruxelas que “proponha aos Estados-membros a proibição do glifosato, reforme o procedimento de aprovação de pesticidas e estabeleça, ao nível da UE, metas de redução obrigatórias para a utilização de pesticidas”.

A iniciativa Proibição do glifosato e proteção das pessoas e do ambiente contra pesticidas tóxicos angariou 328.399 euros de financiamento e mais de um milhão de apoiantes.

Uma iniciativa de cidadania europeia é um convite para que a Comissão Europeia apresente uma proposta legislativa em domínios em que a União Europeia tem competência para legislar.

Uma iniciativa de cidadania deve ter o apoio de, pelo menos, um milhão de cidadãos da UE provenientes de, no mínimo, sete dos 28 Estados-Membros e obter em cada um desses países um número mínimo de subscritores.

Depressão e Ansiedade
No âmbito do dia Mundial da Saúde Mental, que todos os anos se assinala a 10 de outubro, o Atlas da

Considerada como um método de curta duração, a Terapia do Bem-Estar  (TBE) centra-se na auto-observação e interação entre paciente e terapeuta, com o intuito de promover o bem-estar psicológico e a resiliência de pacientes com depressão e ansiedade. 

Apesar de ter sido originalmente desenvolvida com o intuito de evitar recaídas na fase residual da depressão, esta terapia tem revelado resultados positivos com outro tipo de patologias, como perturbação de ansiedade generalizada, mudanças de humor, agorafobia, pânico e perturbação de stress pós-traumático, sem que os pacientes estejam medicados.

Atlas da Saúde  - Professor, em que consiste a Terapia do Bem-Estar? Quais os seus principais benefícios?

Giovanni Fava: A Terapia do Bem-Estar (TBE) é uma técnica psicoterapêutica de curta duração que se baseia na auto-observação do bem-estar psicológico e que utiliza métodos de restruturação cognitiva e comportamental.

AdS -  Que “ferramentas” são utizadas pelo terapeuta e paciente nesta terapia? Quais as principais diferenças entre esta nova técnica psicoterapêutica e a Terapia Cognitivo-Comportamental?

Giovanni Fava - A principal diferença reside no facto de as outras estratégias psicoterapêuticas se basearam no sofrimento, na angústica. São orientadas para o sofrimento, apesar terem como fim a promoção do bem-estar psicológico. Já a Terapia do Bem-Estar incide específicamente sobre o bem-estar, recorrendo à sua monitorização.

A TBE foca-se em seis domínios de funcionamento pessoal: controlo ambiental, crescimento pessoal, propósito de vida, autonomia, autoaceitação e relações positivas com os outros, com o propósito de atingir o equílibrio pessoal.

AdS - A TBE pode substituir a terapia convencional, ou seja, a Terapia Cognitivo-Comportamental?

Giovanni Fava - Não. Ela pode ser complementar ou assumir-se como alternativa.

AdS – Em termos de eficácia, pode dizer-se que é mais eficaz que a Terapia Cognitivo-Comportamental?

Giovanni Fava – A Terapia de Bem-Estar não é mais eficaz que a Terapia Cognitivo-Comportamental. Ela segue um “caminho” diferente, no entanto, três ensaios clínicos diferenciados mostraram que esta técnica reduz a taxa de recaídas na depressão.

AdS – Que patologias ou distúrbios podem beneficiar desta nova técnica psicoterapêutica?

Giovanni Fava – Alguns estudos mostram que esta terapia tem revelado resultados positivos na redução da taxa de recaídas na fase residual da depressão, mas também noutras patologias como perturbação de ansiedade generalizada, mudanças de humor, agorafobia, pânico e perturbação de stress pós-traumático.

AdS – Quantas sessões são necessárias?

Giovanni Fava – Entre 8 a 16 sessões, geralmente em semanas alternadas.

 AdS – O que é que pacientes “aprendem” com esta nova abordagem terapêutica? De que forma a TBE muda as suas vidas?

Giovanni Fava – Os pacientes aprendem a viver sob uma nova perspectiva. Há esperança na depressão!

*a Editora PACTOR acaba de disponibilizar a primeira tradução em português do livro “Terapia de Bem-Estar – Psicoterapia breve para o bem-estar psicológico”, da autoria do psiquiatra Giovanni Fava. Um manual destinado a especialistas na área da Saúde Mental e outros que pretendam aprofundar o conhecimento sobre o tema, que contou com a revisão técnica de António Barbosa, Professor Catedrático de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e coordenador do Núcleo de Psiquiatria de Ligação do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar Lisboa Norte EPE.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Internacional da Alimentação - 16 de Outubro
Excesso de peso, Obesidade, Hipertensão arterial e Diabetes: 4 fatores de risco para a doenças cardiovascular ligados a...

Já há quem designe o século XXI como “o século tamanho XXL”. A verdade é que, de acordo com os dados relativos ao consumo alimentar da população portuguesa, obtidos através do Inquérito Alimentar Nacional e relatado no relatório anual do consumo alimentar e do estado nutricional apresentado pelo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde, é possível concluir que o consumo de bolos, doces, bolachas, snacks salgados, pizzas, refrigerantes, néctares e bebidas alcoólicas representam cerca de 21% do consumo total. Ora, estes alimentos têm, invariavelmente, sal e açúcar em excesso!

No Dia Internacional da Alimentação, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia alerta para a importância de monitorizar a ingestão de sal e açúcar na alimentação. Um dos grandes desafios da política alimentar e nutricional portuguesa, para os próximos anos, será devolver a tradição alimentar mediterrânica ou uma adaptação.

O programa nacional para as doenças cérebro-cardiovasculares destaca, como um dos objetivos a atingir em 2020, a redução do consumo de sal, 3-4% ao ano, durante os próximos 4 anos.

Impacto da redução do consumo de açúcar e sal na saúde cardiovascular:

Em Portugal, a obesidade infantil, apresenta números elevados face à media europeia, e a obesidade em idade adulta continua a aumentar, constituindo um dos principais problemas de saúde pública com o qual Portugal terá que lidar nos próximos anos.

Cerca de 14% das crianças portuguesas, entre os 7 e 9 anos de idade, são obesas. Nos adultos, a prevalência da obesidade é de 22%, a nível nacional, sendo superior no sexo feminino e com maior expressão nos indivíduos idosos. Relativamente ao excesso de peso, também designado de pré-obesidade, tem uma prevalência de 35%.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), reduzir a ingestão de açúcar para menos de 10% e ingerir menos de 5g de sal por dia, são hábitos alimentares que designam uma dieta saudável e que reduzem o risco de obesidade, de hipertensão, de diabetes e, consequentemente, de doença cardiovascular.

Além do sal (ou cloreto de sódio) que adicionamos à comida, há que ter em atenção que muitos dos alimentos que já têm um elevado teor de sódio. Por exemplo, por cada 100 gramas, o leite tem 50 miligramas de sódio, os ovos 80 e o pão 250. Os níveis de sódio elevados associam-se a um aumento do risco cardiovascular, sublinha a OMS.

Neste dia, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia deixa um desafio: Controle e monitorize o que come e bebe! Não deixe nas mãos de terceiros o que consome e escolha com cuidado os alimentos que compra para a sua casa e para a sua família."

Bastonário
A Ordem dos Médicos quer travar a publicidade enganosa na saúde. Por isso propôs ao Ministério da Saúde a criação de uma...

"É importante que sejam cumpridas regras das boas práticas e não existam publicidades disparatadas, que colocam em risco a saúde", defende o bastonário dos médicos, fazendo referência a suplementos vitamínicos e de cálcio e que são vistos como "soluções milagrosas".

"A Ordem sozinha tem pouca capacidade de resposta quando falamos de publicidade enganosa ou matérias semelhantes. Temos o conhecimento para perceber se existe ou não validade científica, se a publicidade está ou não a enganar as pessoas, mas não temos capacidade de investigar e de atuar. Podemos atuar sobre médicos que estejam a prevaricar, mas não podemos atuar sobre não médicos", diz Miguel Guimarães ao Diário de Notícias, para explicar a necessidade de uma unidade multiprofissional "que possa avaliar e conduzir este tipo de processos no sentido de parar a publicidade se for caso disso".

"Penso que todos já perceberam que as questões relacionadas com a publicidade enganosa são uma das maiores ameaças que temos à saúde pública. Não podemos continuar a deixar que as coisas sigam este rumo e não fazermos nada", reforça o bastonário, acrescentando que um dos focos da preocupação são os "produtos que levam, por exemplo, a um consumo exagerado de algumas substâncias que podem fazer mal à saúde. Estou a pensar em produtos relacionados com o cálcio, vitamina D, uma série de proteínas, ou questões como a que surgiu com uma clínica em Lisboa - entretanto encerrada - em que as pessoas faziam soros que não se sabia bem o que tinham e recuperavam fisicamente ao fim de 24 horas. Estou a falar em coisas que são um estimulante. As pessoas têm necessidades e gostam de soluções que sejam milagrosas".

E também como são anunciados. "A forma como se faz a publicidade, do género de compre um produto e leva dois. Percebo quando se faz com iogurtes ou leite, não percebo que se faça com determinado tipo de medicamentos ou produtos que se consumidos em excesso, ou se não necessários, podem ter efeitos nocivos para a saúde. Quando falamos de produtos como vitaminas ou cálcio é importante explicar quais são exatamente as vantagens e os inconvenientes. Isto não é possível em publicidade, cujo efeito é estimular o consumo. E no caso do cálcio era uma coisa brutal. Ainda por cima feito com figuras públicas, com uma capacidade de influência acima da média", afirma, referindo-se a um produto de cálcio vendido por telefone e anunciado em programas televisivos de grande audiência, alvo de uma providência cautelar da Ordem dos Farmacêuticos, rejeitada pelo tribunal.

Proteger a prevenção
A preocupação da Ordem estende-se também à atuação de médicos que promovam mensagens contra a prevenção, como o que aconteceu com as vacinas ou em relação à medicação para o colesterol, referindo-se a uma entrevista dada pelo médico Manuel Pinto Coelho "com as afirmações de que o tratamento do colesterol que mata e se deve beber água salgada. Quando são matérias destas, que por indução podem colocar em perigo a saúde pública, são abertos inquéritos disciplinares. Baixar o nível colesterol no sangue significa que vai ter muito menos risco de ter um enfarte e de desenvolver um Acidente Vascular Cerebral (AVC), duas das situações que mais matam em Portugal", diz o bastonário, adiantando que a proposta da criação de uma unidade especial foi apresentada ao ministério há cerca de um mês.

A Ordem vai lançar ainda este mês no seu site uma área com informação sobre os temas mais polémicos relacionados com a saúde. Tal como uma equipa a triar sites nacionais e internacionais e dizer quais têm validade científica para a população geral procurar informação sobre saúde.

Genética
O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde anunciou que um projeto europeu que ajuda a identificar sinais de problemas...

O projeto Gen-Equip, que integrou uma equipa de investigadores do Centro de Genética Preditiva e Preventiva (CGPP) e do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), foi selecionado pelo “alto nível de inovação e pelo valioso contributo para a formação de profissionais de saúde na Europa”.

A ideia base do projeto galardoado, que conta com mais cinco parceiros europeus, é disponibilizar, online e gratuitamente, conteúdos educativos para profissionais de cuidados de saúde primários.

Desta forma, esclarecem os promotores do Gen-Equip, os cuidados prestados a pacientes, que têm ou estão em risco de ter alguma condição de saúde de base genética, serão “grandemente melhorados e adequados”.

Segundo Milena Paneque, investigadora do i3S e do Centro de Genética Preditiva e Preventiva (CGPP), que coordenou a equipa portuguesa, “os serviços de saúde primária são a primeira linha de apoio a estes pacientes, mas frequentemente sentem dificuldades em resolver questões simples, mesmo de orientação dos pacientes”.

Por isso, sustenta, “disponibilizamos ferramentas básicas e essenciais para orientar esses profissionais quando prestam apoio nesses casos”.

Na plataforma online do projeto podem encontrar-se, entre outros, tutoriais, casos de estudo práticos, sinais de alerta e indicadores que facilitam o diagnóstico precoce de várias doenças hereditárias.

Por exemplo, há módulos que ajudam a identificar situações de gravidez que deverão ser referenciadas para consulta de Genética, outros que ensinam a identificar sinais de alerta quando existe um atraso no desenvolvimento da criança, e outros ainda sobre indicadores de várias condições hereditárias no adulto, tais como o cancro da mama, o cancro coloretal ou doenças cardiovasculares.

Os profissionais poderão fazer formação online para estas patologias em qualquer altura e em qualquer fase da carreira.

O projeto Gen-Equip foi lançado em 2014 integrado e financiado pelo programa Erasmus+ e foi desenvolvido numa lógica de colaboração entre académicos, profissionais de saúde e pacientes de vários países europeus.

Em Portugal, de acordo com Milena Paneque, “o número de profissionais a realizarem algum destes oito módulos temáticos só é ultrapassado pelos participantes do Reino Unido”.

A realização de dois workshops para a aproximação entre os especialistas da Genética e da Medicina Geral Familiar, em Lisboa e no Porto (i3S), “já começam a dar os seus primeiros frutos com a recente proposta de criação do Núcleo de Estudos em Genética dentro da própria Associação Portuguesa de Medicina Geral Familiar”, acrescenta.

O European Health Forum Gastein (EHFG) atribui o prémio European Health Award para reconhecer projetos transnacionais que contribuem para a melhoria da saúde pública e dos sistemas de saúde na Europa.

José Martins Nunes
O ex-secretário de Estado da Saúde Martins Nunes defende que a lei da transplantação de 1993 mudou o paradigma da doação de...

Este foi, de acordo com o então secretário de Estado da Saúde, José Martins Nunes, o maior avanço civilizacional nesta área: “São potenciais dadores todos os cidadãos nacionais e os apátridas e estrangeiros residentes em Portugal que não tenham manifestado junto do Ministério da Saúde a sua qualidade de não dadores”.

José Martins Nunes está a coordenar o livro "A lucidez da ousadia - A propósito da lei da transplantação 12/93", no âmbito das comemorações dos seus 25 anos, que será apresentado em breve na Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Nesta compilação, recorda-se que a Lei 12/93 foi um avanço notável para a atividade de transplantação em Portugal, já que definiu as formalidades de certificação de morte com as adaptações à prática da colheita, estabeleceu que o critério de certificação de morte para efeito de colheita de órgãos para transplante é o critério de morte cerebral (cuja definição e atualização é da responsabilidade da Ordem dos Médicos sob parecer do Conselho Nacional de Ética Para as Ciências da Vida), definiu o princípio da gratuitidade, proibiu a comercialização de órgãos ou tecidos e regulamentou a colheita em vida.

Este trabalho tem depoimentos do então ministro da Saúde, Arlindo Carvalho, do então secretário de Estado da Justiça, Borges Soeiro, deputados que participaram na discussão e aprovação da lei e outras personalidades que estiveram envolvidas, como Vítor Feytor Pinto, então membro do Conselho Nacional de ética para as Ciências da Vida e Coordenador da Pastoral da Saúde.

A lei diz também que a obtenção do consentimento para dadores vivos tem os mesmos requisitos de qualquer outro tipo de intervenção médica a realizar no corpo humano.

São impostas restrições para menores e para incapazes, sendo que no primeiro caso o consentimento é dado pelos pais e pelos tribunais e, no segundo caso, o consentimento é dado pelos tribunais, para as situações de colheita ‘post mortem’ (dador cadáver).

Alexandre Linhares Furtado
O antigo cirurgião Alexandre Linhares Furtado, responsável pelo primeiro transplante hepático com sucesso em Portugal,...

"Hoje já se faz clonagem e é possível um dia fazerem-se clonagens e a modificação genética de células do fígado do próprio doente, e criar, por vários métodos, um fígado que possa ser implementado a partir de um animal", disse o médico de 84 anos.

Linhares Furtado liderou em 26 de outubro de 1992 a equipa que efetuou o primeiro transplante hepático com sucesso.

"O que eu esperaria que nesta altura fosse uma realidade era a utilização de fígados de animais", defende, explicando que o porco, "por variadíssimas razões, foi o animal mais escolhido, por ser mais parecido em certas condições com o fígado do ser humano".

Em medicina, sustentou, “estas coisas demoram muito tempo, porque a passagem de experiências do animal para o homem requer muitas décadas e muito cuidado".

O antigo cirurgião fala em avanços técnicos muito grandes nestes 25 anos, com critérios "muito mais apertados e resultados que melhoraram muito".

"As indicações para transplante estão muito melhor definidas, há muita patologia hepática que transplantávamos na altura e que reduziu o número de doentes e o aproveitamento de órgãos de cadáveres é melhor", explicou.

"Na transplantação, hoje é vulgar que centros que não arrisquem muito em doentes de alto risco tenham resultados de 90% de sobrevida. Quando comecei, tínhamos uma sobrevida de 78 a 80%, com muita mortalidade, pois transplantávamos casos que hoje seriam oficialmente recusados", acrescentou.

Linhares Furtado foi também o primeiro cirurgião português a realizar o primeiro transplante de órgão em Portugal, em 20 de julho de 1969, quando não havia lei, tendo transplantado um rim de um dador vivo, da irmã do doente.

Sobre a atual lei da transplantação, o médico salientou que se tratou de uma legislação "muito à frente no tempo", que motivou também a criação dos centros de transplantação.

"Foi um passo muito grande e, é curioso, não foi muito discutido. Só este ano, em janeiro, é que a França o adotou", disse.

A lei de 1993, que começou a ser trabalhada em 1991, é inovadora, ao aplicar o princípio da solidariedade presumida e ao criar o registo de não dadores, para as pessoas que não desejam doar órgãos após a morte.

"Os nossos indicadores de transplantação eram muito maus em 1991. Eram péssimos e melhoraram bastante, quer na colheita de órgãos, em que passámos a ser um dos melhores países a nível de colheita, quer na transplantação, em que também somos - julgo que só superados pela Espanha e por mais um ou outro país", salientou José Martins Nunes, antigo secretário de Estado da Saúde, um dos responsáveis pela Lei da Transplantação, aprovada, por unanimidade, na Assembleia da República, em 1993.

Para o presidente da secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a transplantação "é uma grande odisseia que nem só pode ser considerada como um feito do ponto de vista técnico, científico e médico”.

“Mas também uma história de luta contra as adversidades que todos conhecemos e continuamos a conhecer, obviamente num enquadramento diferente, que são as insuficiências do Serviço Nacional de Saúde".

Em declarações, Carlos Cortes lamenta que Coimbra tenha muitas dificuldades em recursos humanos e apela ao Ministério para que resolva "muito rapidamente este problema, já que foi o responsável por muitas pessoas que necessitam de fígados fossem desviados para outros centros de transplantação".

Canadá
Mais de duas mil pessoas com doenças incuráveis recorreram à ajuda médica para morrer no ano seguinte à legalização desta...

Entre a legalização desta possibilidade, em junho de 2016, e 30 de junho de 2017, houve 1.982 pessoas que recorreram à ajuda médica para morrer, segundo o Ministério da Saúde canadiano.

A grande maioria destas pessoas sofria de cancro.

No primeiro semestre deste ano, este recurso foi usado por 1.179 pessoas, o que “representa cerca de 0,9% do total de mortes à escala nacional”.

O Quebeque já autorizava esta ajuda médica para morrer desde dezembro de 2015, tendo sido usada por cerca de 200 pessoas antes da adoção da lei federal.

O recurso à ajuda médica para morrer está reservado aos adultos atingidos por “um problema de saúde grave e irremediável” e consiste em uma injeção letal, dada pelo pessoal médico, ou na ingestão de comprimidos que provocam a morte do paciente, no hospital ou em casa.

Depois da divulgação do relatório, a ministra da Saúde, Ginette Petitpas Taylor, saudou a colaboração das províncias na coleta de informação, admitindo que se trata de uma “questão complexa e sensível”.

EUA
A administração norte-americana liderada por Donald Trump anulou uma disposição legal que obrigava as entidades empregadoras a...

A decisão de Trump representa um duro golpe na lei de saúde que foi promovida pelo ex-Presidente Barack Obama, que ficou conhecida como ‘Obamacare’, uma vez que alarga o regime de exceção da disposição, já aplicado a instituições religiosas, a todas as empresas comerciais.

O novo regulamento “alarga as exceções para proteger as convicções morais de certas entidades e indivíduos, cuja cobertura de saúde está sujeita à disposição sobre contraceção” do ‘Obamacare’, precisou um comunicado publicado pelo Departamento de Saúde dos Estados Unidos.

Esta nova medida poderá afetar milhões de mulheres norte-americanas, cujos métodos de contraceção são integralmente reembolsados pelas respetivas entidades empregadoras ao abrigo do ‘Obamacare”, a reforma do sistema de saúde que foi uma das bandeiras políticas de Barack Obama e que o atual Presidente prometeu revogar.

A disposição agora anulada era objeto de duras críticas por parte de grupos conservadores, que contestavam a medida desde a promulgação da lei em 2010.

Após uma longa batalha legal, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos deu razão, em 2014, a duas empresas que recusaram, em nome das suas convicções religiosas, cumprir a lei.

Em maio passado, Donald Trump assinou um decreto sobre a liberdade religiosa que previa, nomeadamente em decisões da própria administração norte-americana, a aplicação da figura de “objeção de consciência” em matérias relacionadas com a contraceção.

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