EUA
O governador da Califórnia, Jerry Brown, declarou, na sexta-feira, o estado de emergência devido a um surto de hepatite A, que...

A medida tem como objetivo aumentar o fornecimento de vacinas para imunizar a população, a “ferramenta mais eficaz” para prevenir a propagação do vírus, afirmou a diretora do Departamento de Saúde Pública da Califórnia (CDPH), Karen Smith.

O surto começou em novembro de 2016 na área de San Diego, no sul do estado, onde, desde então, 490 pessoas foram infetadas, das quais 342 tiveram de ser hospitalizadas e 18 morreram.

O condado de Los Angeles declarou que o surto chegou à região oficialmente em 19 de setembro, após ter sido sinalizada a ocorrência de dois casos sem relação com o surto ocorrido em San Diego.

O de Santa Cruz, no norte da Califórnia, contabiliza mais de 70 casos.

Desde o início do ano, as autoridades da Califórnia distribuíram mais de 80 mil vacinas, sendo que a declaração do estado de emergência permite ao Departamento de Saúde Pública daquele estado a compra de doses adicionais diretamente aos fabricantes.

“O pedido de hoje [sexta-feira] ajudará a assegurar que se possa continuar a entregar as vacinas onde são mais necessárias”, sublinhou Karen Smith em conferência de imprensa.

O anterior surto de hepatite A nos Estados Unidos remonta a 2003, à Pensilvânia, com mais de 900 casos de contágio.

A hepatite A é uma infeção aguda que tem como principal modo de transmissão a via fecal-oral através da ingestão de alimentos ou água contaminados ou por contacto próximo com pessoas infetadas.

OE2018
O Governo conta arrecadar 166 milhões de euros através de medidas como a criação de uma contribuição extraordinária dos...

Segundo a proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018, entregue na sexta-feira pelo Governo na Assembleia da República, estão definidas seis medidas do exercício de revisão da despesa com efeito orçamental.

Através da revisão de preços e comparticipações, o executivo conta reunir 15 milhões de euros. Com a revisão do Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde, a receita deverá ser de nove milhões de euros e de 23 milhões de euros na área dos dispositivos médicos e reagentes.

As medidas transversais na área do medicamento deverão resultar numa verba de dez milhões de euros, a contribuição extraordinária dos dispositivos médicos dará 24 milhões de euros e o reforço da monitorização orçamental e poupança associada ao pagamento de dívidas renderão 75 milhões de euros.

Com o combate à fraude, o governo deve obter ganhos de dez milhões de euros em 2018, a mesma verba que estava prevista para o Orçamento do Estado deste ano.

No documento lê-se que, em 2017, foi criado o Grupo de Prevenção e Luta contra a Fraude, que “está a aperfeiçoar mecanismos de monitorização e prevenção da fraude na área da saúde, tendo identificado e reencaminhado para o Ministério Público e para a Polícia Judiciária, no primeiro semestre de 2017, um conjunto de casos que perfazem 21 milhões de euros”.

Ao nível do investimento em equipamentos e infraestruturas, a aposta do Ministério da Saúde passa pela “reabilitação e reequipamento das unidades de saúde (unidades de cuidados de saúde primários e cuidados de saúde hospitalares)” e o “lançamento do concurso do Hospital de Lisboa Oriental”.

A construção do Hospital de Sintra e o início dos projetos do Hospital de Évora e do Seixal estão igualmente previstas nesta proposta.

Em relação às Parcerias Público Privadas (PPP), os valores constantes do Orçamento do Estado para 2018 “preveem um aumento dos encargos com as PPP da saúde”, face aos valores previstos para 2017.

Tal subida é explicada “sobretudo por uma revisão das projeções de produção, em linha com a tendência que tem sido verificada no setor”.

Para o próximo ano, o Governo “prevê a continuidade e o aprofundamento das políticas seguidas em 2016 e 2017, de modo a prosseguir o aumento sustentado da capacidade de resposta” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Prosseguirá a expansão da rede de cuidados de saúde primários, aumentando progressivamente o número de portugueses com médico de família atribuído, criando novas Unidades de Saúde Familiar (USF) e promovendo o desenvolvimento de um novo tipo de respostas, para que seja possível ao cidadão, num só local, obter a consulta e os meios de diagnóstico e de terapêutica, evitando as constantes deslocações para unidades longínquas e dispersas”, lê-se na proposta de lei.

O documento define que durante o próximo ano a quota dos medicamentos genéricos deve aumentar para 53%, medida em volume de unidades.

Os medicamentos genéricos atingiram no primeiro semestre deste ano um recorde de utilização, chegando aos 47,8% em julho.

Este Orçamento do Estado é ainda marcado pela criação de uma taxa a aplicar a alguns alimentos com teores de sal mais elevados.

OE2018
O Ministério da Saúde terá para gastar no próximo ano 10.289 milhões de euros, o que representa um aumento de 2,4% face ao...

Segundo a proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 entregue na sexta-feira pelo Governo na Assembleia da República, trata-se de um aumento de 360 milhões de euros face ao orçamento de 2017.

“Este aumento de despesa no Programa Saúde tem associado uma previsão de aumento de investimento de 16,1%”, refere o documento.

A maior parte da despesa da área da saúde vai para a aquisição de bens e serviços, com um peso de 55,3%, aqui incluindo-se as compras de medicamentos e meios complementares de diagnóstico e terapêutica, bem como os encargos com as parcerias público-privadas.

Já as despesas com pessoal representam 38,4% de toda a despesa consolidada, totalizando 3.951,2 milhões de euros, a que acrescerá em 2018 um reforço proveniente de dotação centralizada com o descongelamento das carreiras.

No universo das entidades públicas requalificadas, onde se incluem 39 entidades públicas empresariais como hospitais ou unidades locais de saúde, vai haver um crescimento de 4%, correspondendo a 206,2 milhões de euros.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2018 entregue na sexta-feira à noite pelo Governo no parlamento, o executivo prevê um défice orçamental de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e um crescimento económico de 2,2% no próximo ano.

Relatório revela
A gripe e a vaga de frio terão sido responsáveis por 4.467 óbitos durante a última época gripal (2016/2017), segundo o...

O documento, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em colaboração com a Direção-Geral da Saúde (DGS), refere que durante a época de gripe 2016/2017 se terá registado um excesso de 4.467 óbitos em relação ao esperado.

Este excesso de mortalidade “coincidiu com um período epidémico da gripe e com um período em que se registaram temperaturas extremamente baixas, estimando-se que 84% dos excessos sejam atribuíveis à epidemia de gripe sazonal e 16% à vaga de frio”.

O relatório indica que, a nível hospitalar, “foi nos indivíduos adultos, com mais de 64 anos que se detetou uma maior percentagem de casos de gripe”.

“Foi também nos doentes mais velhos (com 65 ou mais anos) que se verificou a maior taxa de internamento hospitalar e em unidades de cuidados intensivos”, prossegue o documento, avançando que “a febre, as cefaleias, as mialgias, a tosse e os calafrios foram os sintomas mais frequentemente associados a casos de gripe confirmados laboratorialmente”.

Ao nível dos grupos de risco, “foi nos doentes com obesidade, diabetes e doença respiratória crónica que se observou a maior proporção de casos de gripe confirmada laboratorialmente, seguindo-se dos indivíduos com doença cardiovascular e doença renal crónica”.

“Nas mulheres grávidas foi observada uma maior proporção de casos de infeção pelo vírus da gripe quando comparadas com mulheres do mesmo grupo etário não grávidas”, lê-se no relatório.

Os autores lembram que “a vacina como a principal forma de prevenção da gripe é fortemente recomendada para pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos, grávidas e profissionais de saúde”.

OE2018
O ministro da Saúde sublinhou que as taxas sobre produtos menos saudáveis visam melhorar o consumo e a saúde dos portugueses e...

Questionado sobre a proposta para taxar alguns produtos com maior teor de sal que figura numa versão preliminar do Orçamento do Estado para 2018, Adalberto Campos Fernandes disse que o importante não é a receita que se venha a angariar.

“O mais importante é induzir a transformação dos agentes económicos e dos consumos”, declarou aos jornalistas à margem do Congresso dos Farmacêuticos, em Lisboa.

“Temos direito a dar aos portugueses uma vida melhor”, afirmou, aludindo à prevalência da diabetes e da hipertensão em Portugal.

O ministro da Saúde recusou referir aspetos concretos do Orçamento do Estado enquanto o documento não é entregue no parlamento, mas afirmou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai ter um reforço significativo.

Segundo uma versão preliminar da proposta de Orçamento de Estado para 2018 (OE2018), datada de quinta-feira, dia da reunião do Conselho de Ministros, e a que a agência Lusa teve hoje acesso, o Governo quer introduzir uma nova taxa sobre os alimentos, consoante o seu nível de sal.

Assim, ficam sujeitos a este imposto as bolachas, biscoitos, cereais e batatas fritas, “quando tenham um teor de sal igual ou superior a um grama por cada cem gramas de produto” ou dez gramas por quilo.

Cada quilo destes alimentos pagará uma taxa de 0,80 cêntimos, lê-se na versão preliminar a que a agência Lusa teve acesso, ficando isentos as bolachas, batatas fritas e cereais com menos de um grama de sal por cada cem gramas de produto.

Recentemente, Adalberto Campos Fernandes revelou que os portugueses vão consumir este ano menos 4.225 toneladas de açúcar graças à taxação de bebidas açucaradas, que levou a indústria a vender alternativas mais saudáveis, disse o ministro da Saúde.

O ministro sublinhou o sucesso desta taxação que, mais do que os impostos arrecadados, fez com que os portugueses ingerissem menos açúcar.

Refluxo ácido
A azia é também conhecida como refluxo ácido e ocorre quando acontece o refluxo dos ácidos gástricos
Mulher com azia

Porque acontece a azia?

O estômago está protegido da acção dos ácidos gástricos pelo muco gástrico. Quando há refluxo dos ácidos para o esófago é quando ocorrem alguns sintomas desconfortáveis, como o ardor, devido à inexistência de qualquer camada protectora, da acção dos mesmos, no esófago.

Sintomas da azia

Normalmente a azia caracteriza-se pelo ardor e sensação de desconforto na garganta ou no peito. Estes sintomas poderão agravar-se se estiver deitado ou dobrado, e poderão fazer-se sentir com maior ou menor intensidade de pessoa para pessoa.

Esta é uma situação que costuma ocorrer, na maior parte das vezes, após as refeições e pode ser desencadeada pelo consumo de alguns alimentos, álcool, o stress e também durante a gravidez.

Causas da azia:

  • Comer em demasia;
  • Comer muito rapidamente;
  • Comer antes de se deitar;
  • Ingerir alimentos gordurosos;
  • Refeições muito condimentadas com picante, tomate ou cebola;
  • Ingerir bebidas com cafeína, álcool ou de citrinos;
  • A toma de alguns medicamentos para o coração, asma ou hipertensão;
  • Excesso de peso;
  • Fumar.

Como prevenir a azia:

  • Não exagere às refeições;
  • Coma devagar e mastigue bem os alimentos;
  • Evite beber café e outras bebidas estimulantes;
  • Evite comer chocolate;
  • Evite refeições muito condimentadas, os picantes e os fritos;
  • Beba bastante água ao longo do dia;
  • Evite fazer intervalos muito longos entre as refeições;
  • Durma com o tronco numa posição mais elevada;
  • Tente manter sempre uma postura direita.

Artigos relacionados

10% dos portugueses sofre de azia e enfartamento

Dispepsia

Esofagite

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Entidade Reguladora da Saúde
A Entidade Reguladora da Saúde recebeu 32.562 reclamações de utentes no primeiro semestre deste ano, com os procedimentos...

Segundo um relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) relativo ao sistema de gestão de reclamações nos primeiros seis meses de 2017, 70,5% das queixas foram dirigidas a prestadores do setor público.

No mesmo período de 2016, chegaram à ERS 29.014 reclamações, dos quais 71,4% dirigidas a prestadores do setor público.

Já este ano, a seguir aos procedimentos administrativos, que incidiram particularmente sobre “a qualidade da informação institucional disponibilizada”, os tempos de espera merecem o maior número de reclamações.

Neste capítulo, predomina “o tempo de espera para atendimento clínico não programado superior a uma hora”.

Em terceiro lugar ficou a “focalização no utente”, ou seja, “as questões relacionadas com delicadeza/urbanidade do pessoal clínico”.

Segundo o documento, o setor público reuniu também a maioria (54,7%) dos 4.165 elogios submetidos à ERS.

“A maioria dos elogios foi dirigida ao funcionamento dos serviços clínicos das instituições, com 29,3% de ocorrências em 45,4% dos louvores, seguindo-se os louvores ao pessoal clínico”, lê-se no documento.

Em matéria de sugestões, chegaram à ERS 555 processos, dos quais 64% referentes a estabelecimentos do setor público.

“A maioria das sugestões foi dirigida à qualidade das instalações, com 28,2% de ocorrências em 31,5% dos processos”, prossegue o texto do relatório.

Alentejo Litoral
A deteção de um cavalo infetado com o vírus do Nilo Ocidental, em Alcácer do Sal, levou a Autoridade de Saúde do Alentejo...

"A situação [de infeção de um equídeo] foi identificada no âmbito das ações de vigilância dos serviços veterinários relativamente aos cavalos", disse hoje em declarações à agência Lusa a delegada de Saúde do Alentejo, Filomena Araújo, que esclareceu não existir informação de qualquer pessoa infetada até ao momento.

No entanto, para prevenir situações de eventual infeção, a Autoridade de Saúde do Alentejo Litoral emitiu esta semana um comunicado no sentido de "informar a população", bem como de divulgar "recomendações" de "medidas de proteção" em relação aos mosquitos, "que são os transmissores do vírus do Nilo".

Aplicar repelente de insetos, em particular ao amanhecer e entardecer, colocar o repelente após a aplicação do protetor solar, proteger janelas, carrinhos de bebé e berços com redes mosquiteiras, usar calças, camisolas de manga comprida e calçado fechado são as recomendações feitas pela entidade responsável pela Saúde Pública na região.

A Autoridade de Saúde recomenda ainda "eliminar os locais de reprodução de mosquitos, como poças e charcos".

"Neste momento não temos informação de haver pessoas infetadas nem de ter mosquitos também identificados", indicou Filomena Araújo, que esclareceu estar em curso a nível nacional "um programa de vigilância de mosquitos que possam transmitir este tipo de doenças" e que "também funciona na zona de Alcácer do Sal".

"Havendo esta ocorrência, importa-nos alertar as pessoas de modo a saberem como proceder para eventual risco", acrescentou a mesma responsável, que assegurou que a "situação está neste momento sob controlo".

OE2018
A bastonária da Ordem dos Nutricionistas aplaudiu hoje a taxa prevista no próximo Orçamento do Estado para alguns alimentos com...

De acordo com uma versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), a que a Lusa teve acesso, o Governo quer taxar bolachas, biscoitos, cereais e batatas fritas que tenham um teor de sal igual ou superior a 1 grama por cada 100 gramas de produto.

Defensora da medida, a bastonária Alexandra Bento entende, no entanto, que o Governo não se deve limitar a apresentar “medidas fiscais isoladas” mas sim um conjunto de iniciativas “que incentivem a população a ter uma alimentação saudável”, tais como aumentar a disponibilidade de alimentos saudáveis e de literacia nesta área.

Também o diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável acolhe positivamente a nova taxa, lembrando que “o consumo excessivo de sal é um dos principais problemas de saúde pública em Portugal”.

Pedro Graça salienta a elevada prevalência da hipertensão em Portugal, bem como o facto de as doenças do cérebro e cardiovasculares, como o AVC, serem um dos principais problemas no país.

O responsável do Programa da Direção-geral da Saúde espera que haja uma “reformulação dos produtos com excesso de sal que circulam nos supermercados”, tal como aconteceu com a taxa aprovada no ano passado para as bebidas açucaradas.

“Espero que os produtos sejam reformulados para que os cidadãos tenham umas toneladas a menos de sal à sua mesa ao fim do ano”, afirmou Pedro Graça em declarações à Lusa, ressalvando contudo que não teve ainda acesso ao conteúdo da proposta de Orçamento do Estado para 2018.

Segundo a versão preliminar, as bolachas, batatas fritas e cereais com menos de um grama de sal por cada 100 gramas de produto ficam isentos da taxa que terá um valor de 0,80 cêntimos por cada quilo de alimentos.

Esta nova taxa é aditada ao Código dos Impostos Especiais de Consumo (IEC) e a receita obtida é “consignada à prossecução dos programas para a promoção da saúde e para a prevenção da doença geridos pela Direção-Geral da Saúde”.

Em declarações à Lusa, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas defendeu que “a verba da taxa devia ser aplicada diretamente no assunto relacionado com a taxa”, ou seja, em melhoria dos hábitos alimentares dos portugueses.

Por isso, a ON entende que os eventuais "milhões de euros" arrecadados devem ser canalizados para campanhas de promoção da alimentação saudável, para ter nutricionistas que possam atender a população, para conseguir acordos de autorregulação com a indústria alimentar e ainda conseguir envolver a restauração coletiva.

Em vigor no Centro Hospitalar de São João
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou hoje o alargamento do programa de colheita de órgãos em dador em paragem...

Fernando Araújo, que falava na apresentação de resultados da fase experimental deste programa, em vigor há um ano no Centro Hospitalar de São João, afirmou que foram ultrapassadas “todas as expectativas”.

“Temos mais dadores, mais órgãos que foram recolhidos e sobretudo mais doentes que foram transplantados, do que era expectável há um ano”, sublinhou.

O secretário de Estado salientou que, “felizmente, 30 doentes foram transplantados, melhorando a sua qualidade e quantidade de vida”.

“Com este programa e face ao seu elevado sucesso, reconhecido por todos, vamos agora alargar a Lisboa central e Lisboa norte, de forma a aumentar a capacidade nacional de recolha de órgãos”, acrescentou.

Fernando Araújo disse ainda que no final do próximo ano, quando for feito o balanço do programa em Lisboa, será avaliado o seu alargamento à região centro.

“Face à sua densidade populacional, Lisboa é, agora, o nosso grande objetivo”, frisou, referindo que a população abrangida por este programa passa a ser de três milhões.

O protocolo subscrito há um ano pelo Centro Hospitalar de São João, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) envolveu, além do São João, os hospitais de Gaia, de Matosinhos e o Santo António (Porto).

Com o seu alargamento a Lisboa, passam a integrar o programa os hospitais de Santa Maria, São José, São Francisco Xavier, Garcia de Orta, Cascais, Almada e Loures.

“É verdade que temos dos melhores indicadores de saúde a nível mundial, mas temos sempre áreas que podemos melhorar, e esta é uma delas”, disse o secretário de Estado.

Em declarações aos jornalistas, o coordenador deste programa, Roberto Roncon, salientou que “no Hospital de São João, estes 30 transplantes representam 40% da atividade de transplantação renal do hospital, somando os dadores vivos, os dadores em morte cerebral e os dadores em paragem cardiocirculatória”.

“Começamos por aquilo que é menos complexo, em termos logísticos e de resultados. É fácil perceber que se um transplante renal não tiver sucesso, isso não põe em risco a vida imediata desse doente”, mas as perspetivas futuras, segundo Roberto Roncon, são “a expansão da atividade deste tipo de dador em paragem cardiocirculatória para o fígado e para o pulmão”.

Cintesis
Uma equipa de investigadores do Cintesis – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, com sede no Porto, vai...

O Cintesis anunciou hoje que este projeto, de caráter interventivo, vai envolver mais de 700 crianças entre os 6 e os 12 anos de idade de um agrupamento de escolas no centro de Lisboa e arranca na semana de 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação.

O estudo integra-se no IoGeneration – um projeto europeu que recebeu meio milhão de euros de fundos europeus para avaliar o estado do iodo em Portugal.

“Os resultados dessa avaliação foram alarmantes. O IoGeneration revelou que um terço das crianças portuguesas com idades entre os 6 e os 12 anos apresenta níveis insuficientes de iodo, o que pode comprometer o seu desenvolvimento cognitivo”, salienta, em comunicado, Conceição Calhau, investigadora do Cintesis e professora da Nova Medical School, em Lisboa.

Por essa razão, a líder do IoGeneration decidiu que o projeto deveria ter continuidade e, depois de apresentar uma proposta de suplementação nacional junto da Comissão Parlamentar da Saúde, juntou esforços com a Direção Geral da Educação (DGE), a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) e com o Agrupamento de Escolas D. Filipa de Lencastre (Lisboa) para operacionalizar um estudo-piloto, de caráter interventivo, que permita testar uma estratégia para corrigir os níveis de iodo das crianças.

“O objetivo é que esta estratégia venha apresentar resultados positivos na saúde das crianças, devendo depois ser replicada por todo o país”, sublinha Conceição Calhau.

Assim, na semana que tem início com o dia mundial da alimentação (16 de outubro), a equipa de investigação dá o pontapé de saída do projeto com a recolha das primeiras amostras de urina dos alunos. O objetivo é avaliar os níveis de iodo das crianças antes da alimentação escolar ser alterada.

Depois, durante todo o ano letivo, os investigadores vão apoiar a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) no acompanhamento das refeições na cantina da escola, para garantir que os estudantes ingerem pelo menos uma refeição rica em iodo.

Serão ainda realizadas sessões educativas com os pais para os sensibilizar para os problemas decorrentes da carência de iodo e para as melhores formas de contrariar esse défice. A ideia é aumentar consideravelmente os níveis de literacia dos pais e dos educadores relativamente ao consumo de iodo e alavancar mudanças de comportamento.

Os testes finais, que permitirão comparar os níveis de iodo e o desenvolvimento geral das crianças antes e depois do estudo de intervenção, serão realizados no final do ano letivo.

Segundo os investidores, a necessidade diária de iodo situa-se entre as 90 a 150 microgramas, em função da idade da criança. Este é um micronutriente fundamental para o desenvolvimento saudável do cérebro e do sistema nervoso, nas crianças.

Cuidados Paliativos Pediátricos
Os Cuidados Paliativos Pediátricos constituem um direito humano básico para todas as crianças, em pa

O avanço tecnológico ao serviço da saúde e o consequente aumento da esperança média de vida resultam num incremento de doenças crónicas e degenerativas de evolução lenta, que irão gerar um compromisso funcional na realização das atividades de vida diária e um aumento da dependência.

Estamos, também, perante um aumento do número de casos de cancro e de HIV+. Para além destes fatores, existe uma clara reorganização familiar, com famílias cada vez mais reduzidas e/ou a residir sozinhas e a necessitar de cuidados de saúde.

Deste modo, os cuidados paliativos assumem uma importância fundamental e prioritária para promover a qualidade de vida, prevenir e aliviar o sofrimento de doentes e famílias, diante de doenças que ameaçam a própria vida.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Cuidados Paliativos como os cuidados que visam melhorar a qualidade de vida de doentes e famílias, que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, nomeadamente a dor, mas também psicológicos, sociais e espirituais.

Estes cuidados não devem ser apenas acionados nos últimos dias de vida, mas sim, logo que a doença é identificada como incurável ou progressiva. Por outro lado, não devem ser considerados como cuidados exclusivos, devendo e podendo ser utlizados em concomitância com as terapêuticas dirigidas à doença como por exemplo, cirurgias, quimioterapia e radioterapia.

Importa ainda referir que os cuidados paliativos não se destinam apenas a adultos ou idosos, podendo e devendo também, direcionar-se a crianças, sendo que, na realidade, Portugal é um dos países da Europa com pior cobertura de cuidados paliativos pediátricos.

Assim sendo, quem está abrangido e deverá ser alvo de cuidados paliativos são:

  • Crianças e adultos com malformações congénitas ou outras situações que dependam de terapêutica de suporte de vida e/ou apoio de longa duração para as atividades de vida diárias;
  • Indivíduos com qualquer doença aguda, grave e ameaçadora da vida (tais como traumatismos graves, leucemia, acidente vascular agudo) onde a cura ou reversibilidade é um objetivo realista, mas a situação em si própria ou o seu tratamento tem efeitos negativos significativos dando origem a uma qualidade de vida fraca e/ou sofrimento;
  • Pessoas com doença crónica progressiva, tal como doença vascular periférica, neoplasia, insuficiência renal ou hepática, acidente vascular cerebral com significativa incapacidade funcional, doença cardíaca ou pulmonar avançada, fragilidade, doenças neurovegetativas e demência;
  • Pessoas com doença ameaçadora da vida, que escolheram não fazer tratamento orientado para a doença ou de suporte/prolongamento da vida e que requeiram este tipo de cuidados;
  • Pessoas com lesões crónicas e limitativas, resultantes de acidente ou outras formas de trauma;
  • Pessoas seriamente doentes ou em fase terminal (demência em estádio final, cancro terminal, acidente vascular gravemente incapacitante) que não têm possibilidade de recuperação ou estabilização e, para os quais, os cuidados paliativos intensivos são o objetivo predominante dos cuidados no tempo de vida remanescente.

Os cuidados paliativos devem envolver uma equipa multidisciplinar, pois só assim é possível satisfazer todas as necessidades do doente, bem como da família. Com uma abordagem multidisciplinar e coordenada é possível melhorar a qualidade de vida de todos os intervenientes e influenciar de forma positiva a trajetória da doença. Deste modo, devem fazer parte desta equipa Médicos, Enfermeiros, Psicólogos, Nutricionistas, Fisioterapeutas e Assistência Espiritual (ex: Padre), entre outros.

Os cuidados paliativos podem ser realizados no domicílio, se assim for o desejo do doente e da família. O facto destes cuidados serem prestados em casa podem representar inúmeros benefícios, entre os quais se destacam:

  • A maior privacidade, isto é, ser cuidado no seu ambiente e rodeado de família, amigos e dos seus objetos significativos;
  • Poder manter as rotinas, com redução de deslocações a consultas médicas e idas à urgência por descompensação de sintomas, minorando (entre outros), os riscos de infeções hospitalares;
  • Possibilidade de envolver e integrar a família nos cuidados prestados e na adaptação à doença, apoiando a família também na fase de luto.

Porém, são necessárias mais equipas de cuidados paliativos no domicílio, uma vez que a oferta deste tipo de serviço, com qualidade e com equipas especializadas, é reduzida. As barreiras nesta área são inúmeras. Claramente, verifica-se uma baixa prioridade política e ausência de um planeamento estratégico que garanta a equidade no acesso a estes cuidados e uma relutância em aceitar os cuidados paliativos no processo terapêutico.

Existe ainda o pensamento que a medicina é omnipotente, conseguindo todas as curas e quando tal não acontece é a perda de uma batalha contra a fatalidade da doença. Contudo, importa ainda referir que existe uma baixa capacitação técnico-científica dos profissionais de saúde, em geral, relativamente aos cuidados paliativos.

Apesar das dificuldades, estes cuidados visam o alívio da dor e outros sintomas geradores de sofrimento, afirmam a vida e consideram a morte como um processo natural pelo que são cada vez mais procurados por doentes e suas famílias, sendo o objetivo cuidar da pessoa como pessoa até ao fim da sua vida.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
OE2018
O Governo quer taxar os alimentos com elevado teor de sal, como batatas fritas e bolachas a partir do próximo ano, segundo uma...

Segundo uma versão preliminar da proposta de Orçamento de Estado para 2018 (OE2018), datada de quinta-feira, dia da reunião do Conselho de Ministros, e a que a agência Lusa teve hoje acesso, o Governo quer introduzir uma nova taxa sobre os alimentos, consoante o seu nível de sal.

Assim, ficam sujeitos a este imposto as bolachas, biscoitos, cereais e batatas fritas, “quando tenham um teor de sal igual ou superior a 1 grama por cada 100 gramas de produto” ou 10 gramas por quilo.

Cada quilo destes alimentos pagará uma taxa de 0,80 cêntimos, lê-se na versão preliminar a que a agência Lusa teve acesso, ficando isentos as bolachas, batatas fritas e cereais com menos de um grama de sal por cada 100 gramas de produto.

Esta nova taxa é aditada ao Código dos Impostos Especiais de Consumo (IEC) e a receita obtida é “consignada à prossecução dos programas para a promoção da saúde e para a prevenção da doença geridos pela Direção-Geral da Saúde”.

Nos próximos anos
A Unidade de Intervenção Cardiovascular do Hospital dos Covões, em Coimbra, pretende aumentar nos próximos anos o número de...

"Estamos a falar de uma intervenção bastante sofisticada, que se integra na estratégica de promover a elevada diferenciação dos procedimentos e da oferta de tratamentos e diagnósticos aos doentes, e que tem sempre à frente a primazia da qualidade", disse Gonçalves, diretor do serviço de cardiologia daquele hospital integrado no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O acidente cardiovascular cerebral (AVC) é um problema de saúde pública "gravíssimo", que é a primeira causa de incapacidade prolongada dos doentes em Portugal, sendo que mais de 20% dos casos "tem uma relação direta com a fibrilhação auricular", explicaram os médicos Lino Gonçalves e Marco Costa.

"Uma parte substancial desses AVC tem origem cardioembólica, ou seja há um trombo que sai do coração e pode obstruir uma artéria no cérebro. Este cardioembolismo tem muito a ver com a fibrilhação auricular (arritmia), que afeta mais de 140.000 pessoas em Portugal (cerca de 2,5% da população com mais de 40 anos)", precisou Marco Costa.

Segundo o cardiologista, esta arritmia é tratada com fármacos anticoagulantes, que são a "primeira escolha" para os doentes, embora, "infelizmente, tenham alguns problemas e contraindicações", que impedem alguns doentes de beneficiar desta terapêutica.

Os doentes que não podem beneficiar dos fármacos anticoagulantes podem sujeitar-se à intervenção de encerramento do apêndice auricular esquerdo, onde, "de acordo com os estudos, 90% dos trombos podem ter origem".

"Se encerrarmos este apêndice auricular esquerdo, estamos a ajudar a que não se formem os trombos que podem causar um AVC", frisou.

Este tipo de intervenção teve início há seis anos no Serviço de Cardiologia do Hospital dos Covões, quando estava a começar "em todo o mundo", e, em setembro, atingiu o número 100.

O cardiologista Marco Costa salienta que os resultados hoje são francamente satisfatórios devido ao amadurecimento e simplificação da técnica, que permite atualmente uma taxa de complicações "muitíssimo baixa e uma probabilidade de benefício do doente muitíssimo alta, nomeadamente quanto à redução dos AVC e complicações hemorrágicas".

Mas o objetivo é aumentar o número de intervenções para 50 por ano, sublinhou o médico, que considera o número atual de intervenções "muito aquém", quando o serviço tem capacidade de resposta para "fazer mais e melhor".

"Cinquenta intervenções por ano na zona Centro parece-nos que seria uma boa resposta para as necessidades", perspetivou.

Associada à questão da diferenciação e da qualidade desta intervenção, o diretor do serviço de cardiologia B do Hospital dos Covões realçou também a internacionalização do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra na abertura de dois centros em França e na Bélgica, "onde estão a ser utilizadas algumas técnicas usadas como rotina neste serviço, nomeadamente nesta área do encerramento dos apêndices do auricular esquerdo".

Lino Gonçalves destacou ainda que aquela unidade é um dos quatro Centros de Referência Nacional em Intervenção Estrutural e, desde há vários anos, um centro de treino nacional e internacional, por onde já passaram cerca de três dezenas de médicos de vários países europeus.

"Face aos relevantes resultados obtidos, tendo como razão primeira o elevado empenho e saber de profissionais integrados numa equipa altamente motivada, reitero o firme apoio a esta área de intervenção", realçou o presidente do conselho de administração do CHUC.

De acordo com Fernando Regateiro, "é com atividades diferenciadas e de qualidade como esta, que se constrói, no dia-a-dia, a confiança dos doentes e se garante o futuro sustentável do CHUC".

Governo
O secretário de Estado do Ambiente disse que, com 6.600 mortes associadas à poluição do ar por ano, Portugal está "numa...

"No contexto das 400 mil situações identificadas para a Europa, as 6.600 identificadas para Portugal, colocam o país, apesar de tudo, numa das melhores situações do ponto de vista europeu", afirmou Carlos Martins.

Um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês), divulgado na quarta-feira, com base em dados de 2014, estima que em Portugal morram prematuramente 6.630 pessoas devido a problemas associados à má qualidade do ar.

O governante especificou que aquele indicador "não mede diretamente uma relação inequívoca entre uma coisa e outra, trata-se de uma questão de morte prematura".

"Relativamente ao número português, é uma tendência que não sofre uma alteração de grande significado relativamente àquilo que é o passado recente, ou seja, anos anteriores àquele agora avaliado", acrescentou.

"Foram identificadas em Portugal duas situações com alguma criticidade, alguns eixos centrais de Lisboa e Porto, sempre associados à questão do transporte e aos veículos e também há uma ou outra situação ligada à questão do ozono, que tem muito a ver com as situações climáticas", explicou.

Este ano, continuou, regista-se "uma situação adversa dos incêndios que veio perturbar um pouco a qualidade do ar porque há mais partículas em suspensão", conjugadas com as temperaturas elevadas e ausência de vento.

"Portugal, felizmente nessa matéria, até pela sua situação geográfica, mas também pelo seu tecido industrial, pelas medidas que tem vindo a ser tomadas pelas indústrias para reduzir as emissões, tirando Lisboa e Porto, não tem uma situação que mereça grande preocupação", insistiu Carlos Martins.

Por isso, naquelas duas cidades, admitiu que em algumas condições climáticas mais desfavoráveis "possam ter de vir a ser tomadas medidas complementares".

O secretário de Estado disse que o Governo "conhece bem a situação" relacionada com a poluição do ar e já publicou uma estratégia nacional para a qualidade do ar, com um conjunto de medidas e orientações em várias áreas como o conhecimento e informação, iniciativas setoriais para reduzir as emissões atmosféricas, investigação e desenvolvimento e governança.

A rede de recolha de dados da qualidade o ar está a ser modernizada, com um investimento superior a dois milhões de euros, através do Fundo Ambiental e de fundos das cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

A associação ambientalista Zero alertou que, na terça e quarta-feira, a avenida da Liberdade, em Lisboa, registou excedências do valor máximo permitido em dois poluentes e defendeu a necessidade de avisar a população, mas também de avançar medidas preventivas, como restringir o trânsito.

Em termos de qualidade do ar, os dois parâmetros - as partículas inaláveis e os óxidos de azoto - afetam a saúde humana.

Através da Direção-Geral da Saúde (DGS), as autoridades alertaram hoje para "uma persistência das condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes, nos próximos dias, com efeitos adversos na qualidade do ar, e a ocorrência de eventos naturais de partículas nas regiões do Alentejo e Algarve".

Governo
Lisboa e Vale do Tejo terá até ao final do ano um plano para situações de poluição do ar, estando a ser ponderadas medidas como...

"Estamos em véspera de ter aprovado na CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] de Lisboa e Vale do Tejo, um plano orientado para esse tipo de [ações], ou seja, conforme a criticidade da situação [de poluição do ar] assim sejam adaptadas um conjunto de medidas, sobretudo para a cidade de Lisboa", disse o secretário de Estado do Ambiente.

Carlos Martins referiu estar convicto que, "até final do ano, o plano estará aprovado e passará a ser a referência de conduta relativamente a este tipo de problemas".

Entre as medidas previstas no plano, está a possibilidade de "inibir os veículos de irem para determinadas zonas da cidade, inibir mesmo a sua entrada, reduzir o número de veículos através das matrículas ou através do combustível que consomem", explicou o governante.

"O plano está em vias de ser aprovado e passar a ser uma referência para a política do ar em Portugal, esperamos que essas medidas possam ser levadas a outras cidades", num desafio em conjugação com os municípios, acrescentou.

Esta é uma das decisões do Governo que também já aprovou uma estratégia nacional para a qualidade do ar e iniciou a modernização da rede de recolha de dados para controlar as situações de poluição atmosférica, com um investimento superior a dois milhões de euros, através do Fundo Ambiental e de fundos das cinco CCDR.

A avenida da Liberdade, em Lisboa, registou excedências do valor máximo permitido em dois poluentes, na terça e quarta-feira, revelou a Zero, que defende a necessidade de avisar a população, mas também de avançar medidas preventivas, como restringir o trânsito.

Com condições climatéricas excecionais, com vento fraco, temperaturas elevadas, pouca dispersão de poluentes, e mais tráfego, há concentração de poluentes, como partículas finas ou dióxido de azoto que afetam a saúde, principalmente dos grupos mais frágeis.

"Foram identificadas em Portugal duas situações com alguma criticidade, alguns eixos centrais de Lisboa e Porto, sempre associados à questão do transporte e aos veículos, e também há uma ou outra situação ligada à questão do ozono, que tem muito a ver com as situações climáticas", apontou o secretário de Estado do Ambiente.

Este ano, "tivemos uma situação adversa dos incêndios que veio perturbar um pouco a qualidade do ar porque há mais partículas em suspensão que conjugada com as temperaturas elevadas e com ausência de vento", acrescentou.

Por isso, "em conjugação com a saúde [fizemos sair] um aviso à população para ser mais cuidadosa, para ter medidas que possam minimizar a exposição a essa situação", disse ainda Carlos Martins.

Através da Direção-Geral da Saúde (DGS), as autoridades alertaram para "uma persistência das condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes, nos próximos dias, com efeitos adversos na qualidade do ar, e a ocorrência de eventos naturais de partículas nas regiões do Alentejo e Algarve".

Associação Zero
A avenida da Liberdade, em Lisboa, registou na terça e quarta-feira valores superiores aos permitidos de dois poluentes, revela...

Nesses dois dias, "ocorreram 12 excedências do valor máximo permitido”, disse Carla Graça, da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, acrescentando que “por lei só são permitidas, por ano, 18 excedências [de partículas inaláveis] e, neste momento, já estamos nas 20".

Sete excedências aconteceram na quarta-feira e cinco na terça-feira, ou seja, "dois terços das excedências permitidas por ano [aconteceram] em dois dias", alertou.

Também os valores de óxido de azoto, calculados com base na média observada ao longo do ano, "até agora já excedem em muito o valor permitido médio e dificilmente recuperaremos o défice que existe" até final de dezembro, explicou a ambientalista.

Em termos de qualidade do ar, estes dois parâmetros - as partículas inaláveis e os óxidos de azoto - "são críticos para a saúde humana", resumiu Carla Graça.

Para a Zero, "é necessário, além dos avisos à população - que não estão a acontecer -, tomar medidas de emergência e até preventivas", para tentar, pelo menos, diminuir o impacto do tráfego automóvel na qualidade do ar.

As condições climatéricas excecionais, com vento fraco, temperaturas elevadas, pouca dispersão de poluentes, e mais o tráfego, levam a "uma concentração de poluentes e não há condições para a dispersão", especificou Carla Graça.

A ambientalista defendeu que "isto era previsível até pelas próprias indicações do instituto de meteorologia [Instituto Português do Mar e Atmosfera - IPMA] que já previa as condições atmosféricas".

Entre as medidas de emergência que a Zero defende estão a proibição de circulação e de estacionamento de automóveis em determinadas zonas, a disponibilização gratuita de transportes públicos ou a redução obrigatória de velocidade em zonas alargadas.

Carla Graça recordou que a situação se verificou na estação de monitorização da avenida da Liberdade, em Lisboa, "uma zona bastante bem servida de transportes coletivos".

A Zero considera, assim, que Lisboa e Porto, à semelhança de outras cidades europeias, como Madrid, Paris ou Bruxelas, com episódios de poluição semelhantes aos verificados nos últimos dias em Portugal, devem ter um plano de emergência, a ser ativado com a brevidade possível.

O dióxido de azoto, em concentrações elevadas, pode causar irritação dos olhos e garganta, afetar as vias respiratórias, provocando diminuição da capacidade respiratória, dores no peito, edema pulmonar e danos no sistema nervoso central e nos tecidos, afetando principalmente as crianças, os asmáticos e os indivíduos com bronquites crónicas.

As autoridades alertaram, através da Direção-Geral da Saúde (DGS), para "uma persistência das condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes, nos próximos dias, com efeitos adversos na qualidade do ar, e a ocorrência de eventos naturais de partículas nas regiões do Alentejo e Algarve”.

Relatório
Os centros de saúde “não estão preparados nem equipados” para dar resposta a uma tragédia como a ocorrida durante os incêndios...

A comissão designada para analisar estes fogos ouviu os responsáveis pelos centros de saúde de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, tendo alguns deles referido a “dificuldade em garantir alguns consumíveis”.

“Os centros de saúde não estão preparados nem equipados para responder a uma emergência desta dimensão. Por esse motivo, a complementaridade com o INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) foi bastante relevada”, refere o relatório.

Entre 17 e 22 de junho, o INEM prestou assistência a 198 pessoas no incêndio de Pedrógão (distrito de Leiria) e a 57 no de Góis (distrito de Coimbra). O relatório refere que, além das 64 vítimas mortais, o INEM registou 48 bombeiros, três elementos da GNR e um outro militar feridos gravemente e 87 evacuações de unidades de saúde.

No que respeita ao incêndio de Pedrógão Grande, segundo o relatório, no dia 17, os centros de saúde encerraram às 18:00, mas reabriram antes das 24:00.

“Não se verificaram contactos com o PCO (Posto de Comando Operacional) nem daí receberam quaisquer indicações. O trabalho foi articulado e coordenado com o INEM, estando ao cuidado deste as situações de maior gravidade”, explica.

No documento pode ler-se que “alguns recursos médicos tiveram dificuldade em chegar aos centros de saúde por força do corte dos acessos motivado pelos incêndios”, tendo a abertura do de Castanheira de Pera sido garantida por um médico dentista.

“Houve médicos, enfermeiros e auxiliares que se mantiveram em funções durante longos períodos de tempo, garantindo que, durante todo o fim de semana, os centros de saúde permanecessem abertos”, acrescenta.

O INEM teve sempre um oficial de ligação junto do PCO, “foram-lhe atribuídas as respetivas missões e, a partir daí, fazia o despacho de meios de acordo com a necessidade dos pedidos”, explica.

No caso do incêndio de Pedrógão Grande, foi instalado junto do PCO de Avelar um Posto Médico Avançado. Para esta ocorrência foram mobilizados 37 operacionais, 16 veículos e um helicóptero.

O relatório refere que “a atuação do INEM contou com o apoio prestado pelas unidades de saúde locais e pela Segurança Social e também pelas instituições particulares de solidariedade social”.

No incêndio de Góis, a área médico-sanitária foi igualmente coordenada pelo INEM, tendo sido mobilizados 31 operacionais, 14 veículos e um helicóptero.

“No âmbito dos contactos realizados, foi igualmente sublinhado o apoio prestado pelas unidades de saúde locais, Segurança Social e outras instituições de solidariedade social. As iniciativas do INEM beneficiaram de um forte envolvimento da Cruz Vermelha Portuguesa”, pode ler-se no relatório.

Para prestar apoio às operações de evacuação, além das ambulâncias dos corpos de bombeiros, “foram mobilizados dois grupos de evacuação sanitária, sempre devidamente articulados com o INEM”, sendo “um do distrito de Lisboa, com 13 ambulâncias de socorro, e outro de Castelo Branco, com seis ambulâncias de socorro”, acrescenta.

O fogo que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho só foi extinto uma semana depois, tal como o incêndio que teve início em Góis. Os dois fogos, que consumiram perto de 50 mil hectares em conjunto, mobilizaram mais de mil operacionais no combate às chamas.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, tendo alastrado a vários municípios vizinhos, causou 64 mortos e cerca de 200 feridos.

Cientistas portugueses
Cientistas portugueses identificaram um mecanismo molecular que mantém ativa uma proteína existente na bactéria que causa a...

Uma equipa liderada pelo investigador do Instituto de Medicina Molecular (iMM) Gonçalo Bernardes identificou uma molécula de água que mantém funcional a proteína fosfatase, presente em bactérias patogénicas como a 'Mycobacterium tuberculosis', na origem da maior parte dos casos de tuberculose.

A molécula de água "evita a degradação da proteína", sintetizou à Lusa o cientista, coordenador do laboratório de Biologia Química e Biotecnologia Farmacêutica do iMM, acrescentando que a descoberta permitirá "desenhar estratégias para atacar" a proteína envolvida em diversas doenças infecciosas, nomeadamente a tuberculose.

Numa nota de imprensa, o iMM adianta que "para desenhar novos medicamentos, é essencial compreender os mecanismos moleculares por trás do funcionamento de proteínas presentes em bactérias patogénicas".

Para identificarem a molécula de água, os cientistas modificaram quimicamente os componentes da família proteínas fosfatases, recorrendo a técnicas de química orgânica, bioquímica, biofísica e computação biológica.

Os resultados da investigação, que envolveu a participação da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, foram publicados na revista científica Chem.

Programa Abem
O programa Abem, da Associação Dignitude, que procura combater a exclusão no acesso ao medicamento, distribuiu 36.616 fármacos...

O projeto conta com a adesão de 280 farmácias, de 21 concelhos, referiu a diretora executiva Maria João Toscano, citada num comunicado da instituição enviado à agência Lusa, no âmbito da atribuição de uma Menção Honrosa ao programa, na categoria de "Sustentabilidade Económico-Financeira".

A responsável salienta que é preciso unir esforços "no sentido de se encontrar uma solução para o problema que representa para todos, enquanto sociedade, o facto de um em cada cinco portugueses não ter acesso aos medicamentos de que necessita".

"A Menção Honrosa atribuída ao Programa Abem na categoria de Sustentabilidade Económico-Financeira foi para nós não só um reconhecimento importante do trabalho que vem sendo desenvolvido junto dos nossos beneficiários, mas também um meio precioso para dar maior visibilidade à missão e objetivos do programa", sublinhou.

O reconhecimento do Programa Abem "aumenta a responsabilidade social” da organização e dá um “maior estímulo para junto com os parceiros se continuar no caminho de unir esforços para ajudar a diminuir o sofrimento de quem mais necessita", referiu, por seu lado, José Martins Nunes, presidente do comité de "fundraising" (angariação de recursos) do projeto.

“O Programa Abem, desenvolvido pela Associação Dignitude, visa garantir que as pessoas não deixem de ter acesso aos medicamentos que lhes são indispensáveis por razões de insuficiência de rendimentos. Como sabemos, o abandono ou o não início de uma terapêutica necessária tem graves consequências na saúde de uma população, para além dos enormes prejuízos do ponto de vista social e económico. Graças ao Programa Abem, os mais de três mil beneficiários já apoiados, em cerca de nove distritos do país, não precisaram de escolher entre comer ou tomar os medicamentos de que necessitam”, refere Maria de Belém Roseira, uma das fundadoras.

O Programa Abem, rede solidária do medicamento, é o primeiro programa dinamizado pela Associação Dignitude, que tem sede em Coimbra e que pretende dar resposta aos problemas de acesso ao medicamento motivados pelo atual contexto socioeconómico.

Esta associação e o programa Abem ambicionam atingir 25 mil beneficiários até ao final do próximo ano e 50 mil até ao final de 2019.

A criação da Associação Dignitude, em novembro de 2015, foi promovida pela Associação Nacional de Farmácias, Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, Cáritas e Plataforma Saúde em Diálogo e resulta de várias parcerias instituídas com entidades a nível local, autarquias, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e outras instituições da área social.

Além de Ramalho Eanes, António Arnaut e Maria de Belém Roseira, são embaixadores da associação os farmacêuticos Odette Ferreira, Francisco Carvalho Guerra, João Gonçalves da Silveira e João Cordeiro.

Páginas