Liga Portuguesa Contra o Cancro
De acordo com o Centro Internacional de Investigação do Cancro, da Organização Mundial da Saúde, estimou-se que podiam ser...

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) vai promover nos próximos dias 10 e 11 de novembro, em Coimbra, um Congresso sobre o Código Europeu Contra o Cancro (CCECC). Desenvolvido pelo Centro Internacional de Investigação do Cancro (IARC), da Organização Mundial da Saúde, este código incide nas medidas que os cidadãos podem tomar sozinhos ou pelas suas famílias para reduzir o risco de cancro. A atual formulação do código é constituída por 12 recomendações que a maioria das pessoas pode seguir sem necessitar de qualquer aptidão ou aconselhamento especial. De acordo com o IARC, quanto mais recomendações forem seguidas, tanto menor será o risco de contrair cancro.

Com a realização deste congresso, a Liga Portuguesa Contra o Cancro prossegue as iniciativas de divulgação de uma versão adaptada do Código que tem desenvolvido desde 2016 junto da população e que, desta vez, numa iniciativa nacional de âmbito científico, dirige a profissionais das áreas da saúde e educação como, por exemplo, médicos de Medicina Geral e Familiar e professores dos ensinos básico e secundário.

Contando com a participação de especialistas nacionais e europeus, o Congresso sobre o Código Europeu Contra o Cancro tem como grande objetivo a contextualização da evidência científica subjacente a cada mensagem preconizada pelo Código.

O Congresso decorre nos dias 10 e 11 de novembro, sexta-feira sábado, no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra, e tem o valor de inscrição de 20 euros, que habilita a almoço volante nos dois dias. A inscrição pode ser feita aqui, sendo possível obter informações adicionais através do número 239 487 490 / ou do email [email protected].

O primeiro dia começa com uma conferência sobre Prevenção Primária do Cancro na Europa, com a intervenção inicial de Sakari Karjalainem, da European Cancer Leagues, seguida de painéis temáticos sobre tabaco. Ainda de manhã, Roland Herrero, da International Agency for Research on Cancer, aborda “O Código Europeu Contra o Cancro - A harmonização das recomendações fundamentadas na evidência Científica e na disparidade da realidade social na Europa”. Do programa da tarde fazem parte temas como a Alimentação Saudável e Atividade Física, Exposição a Radiações e termina com uma conferência sobre Cancro profissional.

O dia seguinte acompanha várias das recomendações do código e promove intervenções sobre temas como cancro e ambiente hormonal, Álcool e carcinogénese, HPV - carcinogénese e vacina, Riscos e Benefícios do rastreio de cancro. Durante a tarde, deste segundo dia, decorre um painel sobre rastreio de cancro, onde se abordam os rastreios de cancro da mama, do colo do útero e colorretal.

No dia anterior ao Congresso, 9 de novembro, quinta-feira, decorrem dois workshops pré-Congresso sobre Educação para a Saúde (com Felisbela Lopes, Universidade do Minho; Irma Brito, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e Maria Piedade Brandão, Universidade de Aveiro) e Voluntariado em Saúde (Susana Queiroga, Instituto São João Deus; Margarida Pinto Correia, Fundação EDP e Sofia Crisóstomo, MAIS PARTICIPAÇÃO, melhor saúde), para os quais a participação está sujeita à inscrição prévia e lotação da sala.

Ainda no âmbito deste congresso será apresentada a nova APP da Liga Portuguesa Contra o Cancro sobre Cancro Colorretal.

8º Colóquio Envelhecimento, Saúde e Cidadania
Conferência, dia 27 de outubro, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Dor, sono, dieta e atividade física são outros...

É possível envelhecer sem dor? É a perda de memória inevitável? E quando dormir é um problema! A estas e outras questões vão procurar dar respostas alguns especialistas em Medicina e em Enfermagem, convidados para o 8º Colóquio Envelhecimento, Saúde e Cidadania, que decorre, no próximo dia 27 de outubro, nas instalações da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) - polo B, em S. Martinho do Bispo.

Maria da Conceição Bento (Presidente da ESEnfC), Manuel Alves Rodrigues (coordenador da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem) e Maria de Lurdes Almeida (coordenadora da Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem do Idoso) darão as boas-vindas na sessão de abertura do colóquio (09h15), após a qual se seguirá o painel “Portugal sénior: que desafios em saúde” (09h40), para falarem, sobre aqueles temas, Carla Retroz Marques (anestesiologista), Joaquim Cerejeira (psiquiatra) e José Moutinho dos Santos (pneumologista e diretor do Centro de Medicina do Sono do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra).

“Bem viver, bem envelhecer” e “Comunicação e compromisso cognitivo” são as temáticas dos outros dois painéis do colóquio, o primeiro, às 11h20 – falarão Helena Loureiro, sobre “A dieta mediterrânica numa perspetiva de saúde”, e Raul Martins, acerca do “Envelhecimento, atividade física e saúde cardiovascular” – e o segundo pelas 14h15 – “Estratégias terapêuticas para aumentar a eficiência da comunicação” (Isabel Gil e João Apóstolo) e “A comunicação entre os profissionais de saúde e a pessoa idosa” (Lia Sousa) são os assuntos a tratar. Pelo meio (12h10), Cristina Batista, ortodontista e smile coach, proferirá a conferência “Como sorrir quando a vida não nos sorri?”

«Portugal encontra-se na lista dos países a envelhecer de forma mais rápida», de acordo com a Organização das Nações Unidas, segundo a qual, «em 2050, cerca de 40% da população portuguesa terá mais de 60 anos», refere a Unidade Científico-Pedagógica (UCP) de Enfermagem do Idoso, da ESEnfC, responsável pelo colóquio.

De acordo com esta UCP, «estes dados determinam a tomada de consciência não apenas do impacto socioeconómico desta situação, mas igualmente da importância de medidas que preparem a sociedade, no seu todo, para a realidade de que a vida terá de prosseguir num mundo em que as pessoas idosas se constituem como metade da população». Daí que, prossegue a organização do evento, “a acessibilidade, os meios de comunicação, a saúde, a arquitetura urbana, o lazer, bem assim como a teia de relações e a representação social da pessoa idosa, terão de ser adaptadas para aquele panorama”.

Mais informações sobre o 8º Colóquio Envelhecimento, Saúde e Cidadania podem ser obtidas no sítio do evento na Internet, em www.esenfc.pt/event/8cesc.

Acupuntura
Considerada uma terapia milenar, com origens na China, a acupuntura consiste na aplicação de agulhas

Estas agulhas, quando aplicadas sobre algumas regiões específicas produzem efeitos terapêuticos em inúmeras doenças como a artrite, enxaqueca, alergias, doenças degenerativas como o Parkinson ou Alzheimer, mesmo problemas como a depressão, ansiedade.

Segundo o Artur Morais, responsável pela Clínica de Acupuntura Artur Morais, “a acupuntura é hoje em dia uma técnica clínica reconhecida pelas mais altas instâncias da saúde. Para se perceber a importância desta técnica milenar, a Unesco declarou em 2010 a acupuntura como património cultural mundial. Também a Organização Mundial de Saúde distinguiu desde 1979 a sua eficácia em mais de 40 doenças físicas e psicológicas”.

A Acupuntura consiste na estimulação de pontos precisos do corpo, seja com agulha, massagem ou laser, tendo como objetivo tonificar os mecanismos de auto-cura e de auto-regulação do organismo. Estes mecanismos são estimulados pela ação das agulhas no sistema nervoso, vascular e endócrino justificando os efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, miorelaxantes, ansiolíticos e regeneradores da Acupuntura.

Artur Morais, destaca que, “atualmente, devido ao aperfeiçoamento das diferentes técnicas aplicadas na acupuntura, podemos perfeitamente dizer que qualquer pessoa pode realizar este tipo de tratamento. Mesmo em casos de tratamentos aplicados a crianças é possível realizar um tratamento de acupuntura sendo nestes casos aconselhado o uso de laser, evitando assim um possível medo de agulhas”.

Uma técnica multidisciplinar

A acupuntura atua em diversas áreas da saúde. Podemos destacar as 4 grandes áreas de atuação desta técnica da seguinte forma:

Acupuntura Clínica - consiste na estimulação de pontos precisos do corpo, seja com agulha, massagem ou laser, tendo como objetivo tonificar os mecanismos de auto-cura e de auto-regulação do organismo. Estes mecanismos são estimulados pela ação das agulhas no sistema nervoso, vascular e endócrino justificando os efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, miorelaxantes, ansiolíticos e regeneradores da acupuntura saúde mental (ansiedade, depressão, gestão do stress, crises de pânico). Situações clínicas como problemas do sono, alergias, doenças digestivas e degenerativas (Alzheimer, Parkinson e outras demências) ou doenças auto-imunes são algumas das áreas de dor onde o efeito da Acupuntura eficaz.

Acupuntura estética - tem como objetivo regularizar os desequilíbrios funcionais, sejam eles metabólicos, endócrinos ou emocionais, que estão na origem do excesso de peso, preparando o organismo para um emagrecimento sustentado e equilibrado. Estas terapias atuam sobretudo em situações de procura de emagrecimento no Homem ou Mulher e na prevenção e controlo de problemas como celulite através da Acupuntura Lipolítica.

Acupuntura na Fertilidade – é uma das áreas mais interessantes desta terapia aplicando-se aos casais que não tenham um motivo clínico conhecido para a sua baixa fertilidade. Outra das vertentes prende-se com a acupuntura na fertilidade Assistida, destinada a casais que tenham um motivo clínico conhecido para a baixa fertilidade ou que estejam a efetuar técnicas de procriação medicamente assistida. As sessões de acupuntura neste caso são especificamente criadas  como um complemento a estas técnicas de procriação medicamente assistida aumentando a sua taxa de sucesso.

Acupuntura no Desporto - A procura de melhores desempenhos em atletas amadores e profissionais, nas mais diversas modalidades desportivas, originou um aumento substancial nas cargas de treino físico. Estima-se que as cargas de treino aumentaram cerca de 20% na última década. Perante este cenário os índices de saturação física e mental poder originar lesões. Com a acupuntura desportiva é possível melhorar significativamente o desempenho desportivo e aumentar a capacidade de recuperação de lesões ou potenciar a resistência cardiorrespiratória.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um quarto das mulheres e um sexto dos homens com mais de 65 anos na Europa terão uma qualquer incapacidade física em 2047,...

A proporção manter-se-á durante as próximas três décadas mas os números absolutos vão aumentar "significativamente à medida que as populações europeias envelhecem", concluíram os investigadores no artigo publicado na edição online do British Medical Journal.

Os investigadores reuniram dados de inquéritos ao rendimento e condições de vida na União Europeia realizados entre 2008 e 2014 e projeções de esperança de vida para homens e mulheres feitas pelas Nações Unidas.

Em todos os 26 países analisados, a proporção é semelhante, e esta tendência terá que ser acompanhada de ações concretas: "poderá exigir várias medidas para atender às necessidades de um número cada vez maior de pessoas com limitações à sua atividade, tal como alargar as infraestruturas para pessoas com deficiências nos setores público e privado, bem como na formação de médicos e cuidadores", defendem os autores.

Nas suas conclusões, referem que mais mulheres que homens sofrem de incapacidade grave em resultado de problemas de saúde prolongados, além de as mulheres terem maior esperança de vida.

No entanto, tanto nos homens como nas mulheres se verifica que a saúde piora com idade ao mesmo ritmo.

Os investigadores tomaram em conta o tipo de sistemas públicos de cuidados de saúde nos países e questões culturais de cada país, notando, por exemplo, que uma em cada 10 mulheres suecas com mais de 65 anos dizem ter incapacidades graves, enquanto apenas uma em cada três dizem isso na Eslováquia.

Em Bruxelas
A organização ambientalista Greenpeace reuniu-se ontem com dois comissários europeus em Bruxelas para apresentar uma petição,...

O encontro com o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia (CE), Frans Timmermans, e com o comissário europeu responsável pelas pastas da Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, decorreu dois dias antes de os 28 Estados-Membros votarem uma proposta de Bruxelas para renovar a licença de utilização deste herbicida por mais dez anos.

Após a reunião, o diretor para a Europa da Greenpeace, Jorgo Riss, acusou a CE de "privilegiar os interesses a curto prazo das empresas químicas”, em detrimento da saúde das pessoas e do meio ambiente.

Citado pela agência France-Presse, o responsável da organização não-governamental considera que Bruxelas “não agiu para responder às preocupações de cientistas independentes, de parlamentares e de mais de um milhão de europeus" sobre glifosato. “É uma vergonha!”, afirmou.

“A investigação científica e a experiência de milhares de agricultores biológicos mostram que os pesticidas e o glifosato não são necessários”, acrescentou o responsável da Greenpeace.

A petição apresentada ontem à CE exige “uma proibição do glifosato, uma redução geral da utilização dos pesticidas e mais transparência e independência nas avaliações dos riscos dos pesticidas”.

Após verificação, a petição assinada por mais de um milhão de pessoas deve ser discutida pela CE.

Na semana passada, a comissão de Ambiente e Saúde do Parlamento Europeu pediu ao executivo da União Europeia (UE) que retirasse a sua proposta e que pedisse a eliminação gradual do uso da substância nos próximos três anos.

O documento da UE será levado hoje a votação numa sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo, mas, segundo a Greenpeace ainda não é claro se a proposta vai receber apoio suficiente (por maioria qualificada), sendo que França, Itália, Áustria e Luxemburgo planeiam votar contra e outros países, como a Alemanha, deverão abster-se.

Esta petição, baseada num estudo da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro, um órgão da Organização Mundial de Saúde, que o classificou como "carcinogénico provável para o ser humano" em 2015, ao contrário das agências europeias para a Segurança Alimentar e dos Produtos Químicos, volta a trazer a público a controvérsia científica em torno do debate sobre o glifosato,

O texto destaca também as centenas de queixas arquivadas nos Estados Unidos contra da multinacional Monsanto, cujo principal produto, o herbicida 'RoundUp', utiliza o glifosato como ingrediente ativo.

Comportamento
Testes comportamentais para determinar a influência de drogas nos condutores e a pouca atenção que este assunto desperta nas...

O especialista Mário Dias, do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, disse à agência Lusa à margem do terceiro simpósio internacional sobre condução sob o efeito de drogas que "tem que haver perceção na população e nos condutores" dos riscos para a condução.

"Toda a gente tem ideia de que conduzir sob o efeito do álcool traz problemas, mas como não se fala muito sobre as drogas, se calhar as pessoas não têm a mesma perceção", afirmou.

Mário Dias indicou que há que passar a informação da perigosidade das drogas na condução, indicando que se existem no sangue substâncias psicoativas, "têm potencialmente efeito sobre a capacidade do indivíduo".

Em Portugal, só um teste sanguíneo tem valor legal para demonstrar a presença de drogas, que, além de ser contraordenação, passa sempre para esfera penal, num regime de "tolerância zero".

Com vários enquadramentos legais em países diferentes, há outro problema que se avoluma quando se vai para a fronteira entre o uso recreativo de canábis e os novos medicamentos que usam a substância como princípio ativo.

Richard Compton, diretor do gabinete de pesquisa comportamental do departamento dos Transportes norte-americano, afirmou que estão em fase de investigação testes comportamentais que poderão um dia ser usados pelas autoridades quando abordam condutores em controlos rodoviários.

O responsável destacou que é difícil criar testes específicos para despistar se um condutor está sob a influência de drogas e para avaliar se tem de facto as suas capacidades diminuídas.

Entre os aspetos que podem ser analisados estão os processos inibitórios de decisão, que podem levar a demorar mais tempo a arrancar quando um semáforo fica verde ou até processos emocionais como o reconhecimento de emoções em expressões faciais, com que as pessoas sob o efeito de uma droga como a canábis têm dificuldades.

Richard Compton indicou que o pico da influência da canábis é atingido poucos minutos depois do consumo mas que os efeitos mais nocivos para a condução são atingidos cerca de 90 minutos depois, quando os níveis no sangue já são muito inferiores.

Além disso, destacou, o princípio ativo da canábis, o THC, deposita-se nos tecidos adiposos do corpo e pode continuar a ser libertado para a corrente sanguínea quando uma pessoa não consome há várias semanas.

Proposta
A Ordem dos Enfermeiros defende a integração destes profissionais na estrutura da Proteção Civil e vai solicitar uma audiência...

Em comunicado, a Ordem mostrou vontade em "participar na reforma da Proteção Civil".

Como justificação para a integração de enfermeiros na estrutura da Proteção Civil, a Ordem recorda alguns "relatórios já conhecidos sobre os incêndios de junho" que apontaram "falhas no socorro às vítimas".

"O relatório do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, publicado na página do Ministério da Administração Interna, refere a possibilidade de ter havido pessoas feridas que não sobreviveram por falta de socorro", lê-se no comunicado.

A Ordem refere que apresentou, no ano passado, "uma proposta ao Ministério da Saúde e Liga dos Bombeiros para integrar as ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) nas corporações de bombeiros, ao invés dos Serviços de Urgência Básica (SUB) dos centros de saúde) e, deste modo, integrar enfermeiros nas corporações.

Esta proposta é uma mais‐valia para todos, até porque muitos bombeiros são enfermeiros mas não estão nas corporações nessa qualidade. Nestes incêndios, teria sido decisivo, tal como refere o relatório", refere a bastonária.

"A Ordem dos Enfermeiros considera que, de uma vez por todas, tem de se ouvir quem conhece o terreno e o que é preciso fazer. Tem se ouvir as pessoas e não os teóricos de gabinete. A vida real das pessoas não espera por eles", prosseguiu Ana Rita Cavaco.

Em junho, a Ordem dos Enfermeiros mobilizou mais de 400 enfermeiros, que prestaram apoio às vítimas em regime de voluntariado.

Sudorese Noturna
A sudorese noturna pode ter diversas causas e, apesar de nem sempre ser preocupante, em alguns casos
Homem na cama com as mãos na cara

Suar muito durante a noite não tem de ser sinónimo de doença. O aumento da temperatura corporal que está na sua origem pode ser causada por diversos fatores, como a prática de exercício físico, a temperatura ambiente, o consumo de alguns alimentos, como a pimenta, gengibre, álcool e cafeína – conhecidos por serem termogénicos -  ou ainda pela utilização de determinados medicamentos. Sabe-se, por exemplo, que alguns antipiréticos, anti-hipertensivos e antipsicóticos promovem o aumento da temperatura corporal.

Por outro lado, as oscilações hormonais que ocorrem em períodos pré-menstruais, ou durante a menopausa, são capazes de aumentar a temperatura basal do corpo e provocar episódios de sudorese. Uma condição benigna que tende a passar com o tempo e que atinge também o sexo masculino. De acordo com vários estudos, cerca de 20% dos homens com mais de 50 anos podem sofrer de suores noturnos, um sintoma associado à andropausa, como consequência da queda dos níveis de testosterona.

No entanto, caso este sintoma seja intenso e não apresente uma causa aparente deve procurar conselho médico, uma vez que a sudorese pode sintoma de um problema de saúde mais ou menos grave.

É  o caso de algumas infeções, agudas ou de evolução crónica, como a Tuberculose, a Histoplasmose, Endocardite, VIH ou Absesso Pulmonar que, para além de sudorese noturna, apresenta outros sintomas associados como a febre, a perda de peso, fraqueza ou a presença de gânglios inchados.

Por outro lado, os picos de hipoglicemia que atingem os doentes diabéticos podem estar na origem dos suores noturnos.

A apneia do sono pode ser outra das causas de sudorese noturna. Este distúrbio do sono, em que a pessoa para de respirar, por alguns segundos, diversas vezes durante a noite, é potencialmente grave e muitas vezes subdiagnosticado. A queda de oxigenação do sangue decorrente leva a ativação do sistema nervoso e pode provocar suores noturnos.

Por outro lado, algumas doenças neurológicas podem também estar na origem deste problema. Alguns distúrbios do sistema nervoso autónomo, responsável pelo controlo de funções que não dependem da nossa vontade, como é o caso da respiração, pressão arterial, respiração ou temperatura do corpo, podem provocar sintomas como sudorese, queda súbita de pressão ou palpitações, por exemplo.

Doenças como Parkinson, Esclerose Múltipla, Alzheimer, tumores cerebrais ou outras doenças genéticas, cardiovasculares ou endócrinas estão intimamente ligadas a estas alterações do sistema nervoso autónomo.

Também alguns tipos de cancro podem apresentar como sintoma frequente o suor noturno. É o caso do linfoma e leucemia. Perda de peso, gânglios aumentados e baixa imunidade são alguns dos sintomas associados.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Porto
Joana Barroso, aluna do doutoramento em Neurociências da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e investigadora...

Atribuída pela Fundação Grünenthal, a bolsa permitirá dar continuidade a um trabalho que visa, através de ressonâncias magnéticas, estudar os circuitos cerebrais de doentes com dor crónica e a forma como estes se relacionam com a dor.

“A dor crónica é uma condição que, em Portugal, afeta cerca de 30% da população. É comum que mesmo depois de uma intervenção, que à partida resolveria a patologia, o doente continue a sentir dor. Atualmente acreditamos que o cérebro não só se adapta à dor crónica como também são as suas características individuais que influenciam o desenvolvimento da mesma” explica, em comunicado, Joana Barroso.

“Queremos explorar de que forma esta condição está ligada ao cérebro para, assim, melhorar não só o diagnóstico, mas também o tratamento de problemas de dor crónica”, acrescenta a investigadora que está a trabalhar com pacientes que sofrem de dor associada a artrose do joelho.

SICAD
As redes encriptadas na internet, conhecidas como “darknet”, estão a ser usadas para o tráfico de droga em Portugal,...

A “darknet” é um dos temas que serão debatidos na segunda Conferência Europeia sobre Comportamentos Aditivos e Dependências, que decorre entre terça e quinta-feira, em Lisboa, tal como os últimos desenvolvimentos em relação às drogas ilícitas, o álcool, o tabaco, o jogo e a internet.

João Goulão, diretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), sublinhou a importância deste evento, que contará com 1.200 participantes de 71 países.

O especialista sublinhou a abrangência de temas que serão discutidos nesta conferência, entre os quais a “darknet”, que consiste em redes encriptadas na internet utilizadas para, entre outras coisas, traficar droga.

Esta área, “relativamente emergente” em Portugal, está já a merecer a atenção das autoridades judiciárias, pelo que João Goulão sublinha a importância da troca de experiências, nomeadamente com especialistas de países onde o fenómeno tem maior expressão.

A conferência “Lisbon Addictions 2017”, coorganizada pelo SICAD, a revista Addiction, o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA) e a International Society of Addiction Journal Editors (ISAJE), vai ter quatro temas: “Da ciência para a política e da política para a ciência”, “avaliando dependências — uma questão de escala”, “limites da adição” e “futuros desafios nas dependências”.

Matérias como a epidemiologia, as políticas públicas, a investigação clínica, a psicofarmacologia e as ciências sociais e comportamentais serão igualmente discutidas no evento que contará com a participação de organizações internacionais como as Nações Unidas, o Conselho da Europa e a Comissão Europeia.

Orçamento do Estado
São menos 51,3 milhões de euros para fazer face às despesas do SNS. Menos 0,6% de um total correspondente a 4,25% do PIB...

A despesa total consolidada do Programa da Saúde prevista inscrita na proposta de orçamento geral do Estado para 2018 é de cerca de 10,3 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 2,4% face ao estimado para 2017 e a um aumento de 4,4% (360,2 milhões de euros) face ao orçamento de 2017. Já a despesa efetiva consolidada será de menos 92,7 milhões de euros do que o valor total inscrito.

Um acréscimo orçamental, pelo menos aparente, explicado com o “aumento substancial de despesa no SNS em 2017, estando implícito um reforço do orçamento ao longo do ano de 2017”, lê-se no documento.

E aparente porque do total da despesa consolidada do Programa da Saúde, as transferências para o SNS perfazem 8.427,4 euros, menos 51,3 milhões de euros do que em 2017.

Um valor que não convence os agentes do setor, que apontam o aumento da dívida em atraso e a dilatação do prazo de pagamento (dívida vencida) como um obstáculo que a previsão orçamental não cobre. Pelo contrário, dificulta, já que haverá menos dinheiro para a aquisição de bens e serviços correntes.

Refira-se que de acordo com o último relatório de execução orçamental, a tendência de crescimento da dívida em atraso, que já se vem a registar desde 2015, tem-se mantido em 2017, a um ritmo ainda mais acelerado do que o verificado até final de 2016.

No final de agosto, a dívida vencida, reportada pela direção Geral do Orçamento, ascendia a 903 milhões de euros, mais 51 milhões do que no mês anterior e mais 290 milhões do que em janeiro.

A manter-se este crescimento, 2017 encerrará com a dívida em atraso a ultrapassar a barreira dos mil milhões de euros, ultrapassada pela última vez em dezembro de 2011 (mês em que atingiu 1.616 milhões de euros).

Na transferência prevista para 2018, a aquisição de bens e serviços correntes, onde se incluem a aquisição de medicamentos, dispositivos médicos, meios de diagnóstico e terapêutica e os encargos com as parcerias público-privadas são as que mais pesam, representando 55,3% do orçamento global.

O aumento dos encargos com as PPP da saúde, face aos valores previstos no Relatório do OE2017 é explicado, sobretudo, por uma revisão das projeções de produção, em linha com a tendência que tem sido verificada no setor”, informa o documento.

Com peso muito significativo, também, as despesas com pessoal, que absorvem 38,4% (3.951 milhões de euros) do total, explicados com a necessidade de dotação centralizada com o descongelamento das carreiras. Um valor que também não convence os agentes do setor, desde logo porque inferior, em 41 milhões de euros, ao inscrito no OE2017.

De salientar que de acordo com o documento, o aumento de despesa no Programa Saúde tem associado uma previsão de aumento do investimento de 16,1%. Na estrutura de distribuição das despesas pelas seis medidas inscritas no Programa Saúde, destacam-se as destinadas aos Hospitais e Clínicas, aos Serviços Individuais de Saúde e à Administração e Regulamentação, as quais absorvem a quase totalidade do programa (97,4%).

As parcerias Público/Privados foram contempladas com 447,2 milhões de euros no Programa Saúde, e o Simplex apenas com 2,6 milhões.

Comissão independente
Bastonário dos médicos vai liderar uma comissão independente que terá por missão avaliar a fiabilidade dos dados que têm sido...

Na semana passada foi tornada pública uma auditoria do Tribunal de Contas que denuncia que os indicadores têm sido falseados através da eliminação administrativa de pedidos de consulta hospitalar com maior antiguidade. A Administração Central do Sistema de Saúde repudiou a suspeita, indicando que se tratou de eliminar erros administrativos.

Tal como o SOL avançou no passado fim de semana, o governo optou por criar uma comissão independente para proceder à verificação externa dos dados, indo ao encontro da recomendação do Tribunal de Contas. Depois do relatório do TdC ser tornado público, a Ordem dos Médicos tinha solicitado também uma auditoria independente, que agora avança.

De acordo com o diploma hoje publicado em Diário da República, o grupo técnico independente tem por incumbência avaliar a fiabilidade dos sistemas informação e monitorização do acesso ao SNS. Deverá emitir recomendações para a "melhoria da transparência, coerência e qualidade da informação neste contexto". O governo solicita um relatório no prazo de dois meses.

Além do bastonário dos médicos, a comissão incluirá representantes dos  Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde,  Inspeção-Geral de Atividades em Saúde, Entidade Reguladora da Saúde, Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, um representante das associações dos doentes e um representante da comunidade académica.

Crianças
Um estudo publicado na revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA) conclui que houve um aumento de 40...

Anualmente mais de 16.000 pessoas em todo o mundo, sobretudo crianças, são expostas a sustâncias químicas nefastas presentes nas cápsulas de detergente líquido, segundo a Agência Espanhola de Consumo, Segurança Alimentar e Nutrição (Aecosan), que em 2015 participou numa campanha mundial para alertar para os potenciais riscos destes produtos.

"As queimaduras químicas oculares são uma causa significativa de problemas e perda de visão nos Estados Unidos, podendo deixar sequelas para a vida", alertam os investigadores neste novo estudo publicado em março deste ano.

Os cientistas da Johns Hopkins University, em Baltimore, nos Estados Unidos, analisaram relatórios relativos a casos de queimaduras químicas oculares e conjuntivites datados de 2010 a 2015. Os investigadores focaram-se nos registos relativos a crianças entre os 3 e os 4 anos e concluíram que, nesta faixa etária, houve só naquele país um total de 1.201 casos de queimaduras oculares causadas por detergente encapsulado.

O número destas queimaduras registou um aumento de 40 vezes, sendo que mais de um quarto das queimaduras oculares associadas a esta faixa etária deveu-se a este tipo de detergente. "Apesar de estarmos à procura destes dados, não esperávamos estes números", diz R. Sterling Haring, médico e principal autor do estudo.

"Se estes químicos entrarem em contacto com a vista do seu filho, a primeira e mais importante coisa a fazer é dirigir-se ao lavatório e enxaguar o olho durante vinte minutos em água fria", acrescenta o investigador e clínico à BBC.

Em caso de contacto com a pele, o detergente líquido encapsulado pode provocar dor, irritação e queimaduras. Apesar de serem compostas por químicos semelhantes aos do detergente líquido, as cápsulas possuem apenas 10% de água, em oposição aos 50% do concorrente líquido, o que as torna mais concentradas e, consequentemente, mais tóxicas. A sua ingestão acidental pode provocar vómitos, alergias e, em casos extremos, paragens respiratórias.

Universidade do Porto
Um estudo do Porto demonstrou que as hormonas presentes nas pílulas e lançadas nas águas residuais, em conjunto com o aumento...

Este estudo teve como principal objetivo avaliar os efeitos interativos entre o aumento de temperatura e as hormonas presentes nas pílulas, usadas também em terapias hormonais de substituição (utilizadas em doentes com cancro, por exemplo), na reprodução e na descendência do peixe zebra, explicou à Lusa a investigadora Patricia Cardoso, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto.

"As hormonas estudados neste trabalho imitam o papel da progesterona, uma hormonal natural, são frequentemente detetadas em águas de superfície e são provenientes dos esgotos das habitações e dos hospitais, não sendo eficazmente eliminadas através dos sistemas de tratamento de águas", indicou.

Embora sejam lançadas para o ambiente em concentrações muito baixas, esta situação verifica-se diariamente e "não tem tido a atenção que merecem", revelou a investigadora.

De acordo com Patrícia Cardoso, os resultados deste estudo revelam que o aumento de temperatura (mais três graus centígrados) potenciou o efeito da hormona, conduzindo a um atraso na reprodução do peixe zebra e potencial inibição, mesmo com concentrações que presentes em concentrações muito baixas.

Para a investigadora, o grande problema, atualmente, é que as estações de tratamento de águas residuais (ETAR) não são eficientes na retenção destes compostos, o que significa que estes compostos são constantemente lançados para os cursos de água e, podendo causar danos significativos ao nível da reprodução dos organismos aquáticos.

"Durante o último século, o aquecimento global tem promovido o aumento da temperatura de várias massas de água", sendo esta uma das variáveis ambientais "mais importantes, uma vez que controla o funcionamento geral das comunidades aquáticas".

Os organismos ectotérmicos, como os peixes, são especialmente afetados por alterações ambientais, visto que equalizam a sua temperatura interna com a do meio envolvente, continuou.

Segundo a investigadora, embora já existam alguns estudos focados na ação destes compostos, este é o primeiro que conjuga os dois fatores que influenciam negativamente a reprodução desta espécie - as hormonas lançadas para o ambiente e as alterações climáticas, especialmente o aumento da temperatura.

"A indústria farmacêutica está constantemente a lançar novos compostos para o mercado e é importante perceber se os mais recentes, por exemplo, poderão ter menos impacto negativo relativamente a compostos mais antigos, mas que ainda continuam a ser consumidos", disse ainda Patrícia Cardoso.

Barómetro Saúde Oral
Os portugueses aumentaram as visitas ao dentista, mas 42% não marcam consulta há mais de um ano e há 27% que nunca vão ao...

Em comparação com 2015, ano do anterior barómetro de saúde oral, este ano houve um crescimento de 5,4% dos portugueses que dizem ter ido a pelo menos uma consulta de medicina dentária nos últimos 12 meses.

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, reconhece, em declarações à agência Lusa, esta “ligeira melhoria”, mas considera que no geral se mantém “a velha questão da acessibilidade” à saúde oral, havendo “um longo caminho a percorrer”.

O barómetro mostra aliás que há 42% de portugueses que não visitam o dentista há mais de um ano e 27% dos portugueses inquiridos dizem que nunca vão ao dentista ou só vão em caso de urgência.

Os dados recolhidos no verão deste ano apontam ainda para uma relação significativa entre a regularidade de visitas ao dentista e a manutenção de dentes naturais. Há 68% dos portugueses a quem falta dentes naturais, segundo indica o barómetro.

Dos portugueses que não vão ao dentista ou que vão menos de uma vez por ano, quase 45% afirmam não sentir necessidade e há outros 42% que se queixam de não ter dinheiro para ir.

O barómetro revela também que 90% dos portugueses não recorrem ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) para tratar da sua saúde oral. Da percentagem que recorreu às urgências hospitalares, só cerca de metade viu o seu problema resolvido.

“Nos hospitais o problema de fundo não é resolvido. A dor dentária que leva as pessoas ao hospital é resolvida com recurso a analgésicos e a antibióticos e não com uma intervenção na boca da pessoa. Só resolve muito temporariamente o problema”, explica o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.

O estudo, realizado a pedido da Ordem dos Médicos Dentistas, salienta ainda que mais de sete em cada dez portugueses desconhecem que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) já disponibiliza medicina dentária em vários centros de saúde.

A Ordem considera fundamental que o Ministério da Saúde se esforce na divulgação, junto das populações, dos centros de saúde que já dispõem de cuidados de saúde oral.

O bastonário recorda que está em curso há um ano um projeto-piloto que integrou 54 médicos dentistas em cerca de meia centena de centros de saúde.

Numa análise ao barómetro, o bastonário destaca a “grande confiança que as pessoas têm no seu médico dentista” e ainda o facto de “muito poucas pessoas hoje em dia referirem ter medo de ir ao dentista”.

“É uma mudança radical ao longo dos últimos anos”, sublinha o responsável.

O barómetro de saúde oral, feito a pedido da Ordem, tem validade estatística e foi realizado através de 1.102 entrevistas presenciais em todas as regiões portugueses, incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Estudo
Menos de um terço dos portugueses tem a dentição completa e a mais de 12% faltam mais de oito dentes, segundo o barómetro da...

No total, há 68% dos portugueses a quem faltam dentes naturais, sendo que 37% têm falta de um a cinco dentes, a mais de 10% faltam seis a oito dentes, a 12,9% faltam mais de oito dentes e a 6,2% da população faltam todos os dentes.

O barómetro, realizado a pedido da Ordem dos Médicos Dentistas e a que a agência Lusa teve acesso, mostra ainda que mais de metade dos portugueses (57,6%) com falta de dentes naturais não tem nada a substituir os dentes em falta. A contabilização da falta de dentes naturais excluiu, neste barómetro, os dentes do siso.

A percentagem de portugueses com dentes em falta e que nada têm a substituí-los tem aumentado, ainda que ligeiramente, em comparação com os dados de 2014 e de 2015.

No atual barómetro, destaca-se que dos portugueses com mais de seis dentes em falta há mais de um terço que não têm nenhuma prótese, dentadura ou implante.

“Não queremos ter metade do país desdentado”, assume o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas em declarações à agência Lusa.

Orlando Monteiro da Silva sublinha que “as pessoas com recursos têm muito mais dentes e as pessoas com menos recursos são muito mais desdentadas”.

“Temos dois pesos e duas medidas. É uma saúde oral totalmente a duas velocidades. Um país que tem acesso a cuidados tem muito menos dentes perdidos e melhores hábitos de higiene. E o país que não tem acesso tem mais dentes perdidos e piores hábitos. Esta dicotomia, esta diferença, todos temos a responsabilidade de combater”, afirmou o bastonário à Lusa.

O barómetro de saúde oral, feito a pedido da Ordem, tem validade estatística e foi realizado através de 1.102 entrevistas presenciais em todas as regiões portugueses, incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Projeto Europeu
Investigadores portugueses da Faculdade de Motricidade Humana ajudaram a desenvolver uma aplicação para telemóvel que permite...

A aplicação para dispositivos Android (telemóveis ou ‘tablets’) foi criada no âmbito de um projeto de investigação europeu que envolve 11 organizações de seis países: Portugal, Grécia, Bélgica, Alemanha, Suécia e Reino Unido.

José Alves Diniz, responsável pelo projeto em Portugal, explicou à agência Lusa que o objetivo central da aplicação é “conseguir fazer uma deteção precoce da doença de Parkinson”.

“Até agora, desde que os primeiros sinais aparecem até que se possa fazer um diagnóstico, pode demorar 15 anos ou mais. Estamos a trabalhar para conseguir - e essa aplicação é decisiva - realizar uma deteção mais precoce da doença e passar a ser possível intervir mais cedo”, afirma à agência Lusa o investigador.

A aplicação recolhe dados durante a interação diária dos utilizadores, como quando falam, digitam texto ou enviam uma mensagem.

“Do ponto de vista da voz existe uma característica específica dos doentes de Parkinson. A aplicação, do ponto de vista da análise da voz, deteta se esse padrão está ou não presente”, explica José Alves Diniz.

A aplicação envia para uma base de dados apenas a informação relativa à ausência ou presença desses sinais específicos. A conversação é analisada em tempo real pela aplicação e só é enviada informação sobre a deteção dos sinais, não sendo reproduzida qualquer conversa, assegura o investigador da Faculdade de Motricidade Humana.

“Não é de maneira nenhuma um espião que envia tudo para uma base de dados. Capta a informação, faz o tratamento da informação e envia dados que são anónimos e só reproduzem o que são os sinais de presença ou ausência da possibilidade de ter a doença de Parkinson”, frisa.

A aplicação faz ainda a análise da forma como se manuseia o dispositivo móvel ou como usa o teclado, aproveitando os sensores dos aparelhos, o que pode permitir detetar alguns tremores que são caraterísticos da doença.

Caso sejam detetados indícios ou sintomas, a pessoa é contactada para saber se quer ser seguida pela equipa médica que integra o projeto, que é quem pode ou não concretizar um diagnóstico.

José Alves Diniz lembra que as pessoas que queiram e aceitem usar a aplicação “estão a contribuir para ampliar o acesso a dados para desenvolvimento da ciência”.

Especialista afirma
Portugal registou um dos episódios mais graves de poluição do ar de 06 a 17 de outubro, conjugando meteorologia, partículas do...

"Este, ao nível de Portugal, é capaz de ter sido um dos episódios mais graves em termos de poluição, envolvendo diferentes poluentes e diferentes causas", disse hoje à agência Lusa Francisco Ferreira do Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE) da FCT-NOVA (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova).

No verão, é normal assistir-se a ultrapassagens do limiar de informação do ozono e ter concentrações elevadas de partículas vindas do norte de África.

Mas "haver ultrapassagens do dióxido de azoto, algumas ultrapassagens do limiar de informação do ozono e concentrações de partículas elevadíssimas, por razões naturais e por razões que legalmente não são consideradas naturais - os incêndios -, foi um caso, não direi único, mas extremamente improvável e grave para a saúde pública e para o ambiente", resumiu o especialista em qualidade do ar e também líder da associação ambientalista Zero.

Francisco Ferreira falou de uma semana "muito complicada do ponto de vista meteorológico", com vento fraco, influência de partículas vindas do norte de África, temperaturas muito elevadas e "a altura da camada de mistura" relativamente reduzida em algumas zonas, impedindo a mistura de poluentes.

Por isso, o investigador do CENSE salienta que os problemas já eram graves antes dos incêndios, principalmente na zona de Lisboa, e em poucos dias foi ultrapassado o limite de horas permitido pela legislação no que respeita ao dióxido de azoto.

Foram também registadas em algumas zonas do país, devido à elevada temperatura, ultrapassagens do ozono, algumas delas em horas "muito pouco prováveis, como foi o caso da zona de Sintra", Mem Martins, que aconteceu durante a noite.

Entretanto, surgem os incêndios principalmente a 15 de outubro, que provocaram mais de 40 mortos e destruíram vastas áreas de floresta, casas e unidades industriais, levando a que, em determinadas zonas do país, fossem atingidas "médias praticamente recorde" de poluentes ao longo do dia.

Francisco Ferreira exemplifica com as concentrações de mais de 200 microgramas por metro cúbico de média diária quando o valor limite é 50, situação que se "nota muito bem de domingo para segunda" (de 15 para 16 de outubro).

No dia 16 de outubro, a região centro atingiu o nível 'mau', o pior do índice de qualidade do ar, devido aos incêndios, e registou-se uma ultrapassagem ao limite diário de partículas em todo o país.

O ar cheio de fumo acabou por ser transportado para o norte de Espanha e até Inglaterra, devido ao furacão Ophelia.

Antes, dia 10 de outubro, foram sete as ultrapassagens verificadas - de ozono, de dióxido de azoto, enquanto as partículas estavam elevadas em todo o país, mesmo em áreas mais distantes, como Fundão.

Francisco Ferreira insistiu que, no caso dos incêndios, com zonas "fortemente afetadas com concentrações absolutamente brutais, com consequências para as pessoas mais debilitadas, crianças, idosos", e das partículas do norte de África, não é possível tomar medidas preventivas.

Mas, acrescentou, quando se trata do dióxido de azoto, "temos a obrigação de tomar medidas" e Bruxelas, Paris, Madrid ou Londres têm planos ativados e medidas implementadas para impedir essas ultrapassagens.

Em Lisboa isso não acontece, e nos vários dias com a mesma situação meteorológica de ultrapassagens ao final da tarde, em zonas de maior tráfego, "limitamo-nos a um aviso da Direção-Geral de Saúde e não a tomar medidas de forte redução de tráfego e permitir uma utilização mais facilitada dos transportes públicos", defendeu.

Incêndios
Cinco das 44 pessoas que morreram nos incêndios florestais que deflagraram há uma semana, em várias zonas do país, estão ainda...

O instituto explicou que já fez a identificação médico-legal de 38 pessoas e tem ainda por confirmar a identidade de cinco vítimas, algumas por terem ficado gravemente carbonizadas, aguardando confirmação por recolha de ADN. No INML não deu entrada ainda o corpo da pessoa que morreu na sexta-feira no Hospital de Coimbra.

Já foram entregues às famílias os corpos de 36 vítimas, adiantou o INML.

Em comunicado, o instituto refere que o trabalho de identificação médico-legal está a ser dificultado porque "os incêndios do passado fim-de-semana infligiram severa destruição em alguns dos corpos, que se mostra muito superior à registada em junho", numa referência aos fogos que vitimaram 64 pessoas em Pedrógão Grande.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

Investigação
A causa de morte do poeta chileno Pablo Neruda, em 1973, não foi um cancro na próstata, o que contraria o que está declarado na...

Quatro anos depois da exumação do corpo do escritor - por terem sido levantadas dúvidas sobre as causas da morte -, uma equipa internacional de investigadores anuncia que não foi o cancro da próstata que o matou, mas desconhece as verdadeiras razões.

Pablo Neruda, poeta, político e membro do Partido Comunista chileno, morreu aos 69 anos em Santiago do Chile a 23 de setembro de 1973, poucos dias depois do golpe militar que levou ao poder Augusto Pinochet, aparentemente em resultado de um cancro da próstata de que padecia.

Em 2011, o Partido Comunista chileno apresentou em tribunal uma queixa, exigindo que a morte do poeta fosse investigada. A queixa teve por base declarações de Manuel Araya, antigo motorista do escritor, segundo as quais Pablo Neruda teria sido envenenado.

O corpo do Nobel da Literatura 1971 foi exumado em abril de 2013 e os exames e perícias médico-legais afastaram numa primeira instância a intervenção de terceiros na sua morte. Ainda assim, o juiz responsável pela investigação, Mario Carroza, manteve aberto o processo por considerar que os resultados não eram conclusivos e ordenou a realização de novos exames.

A equipa internacional de especialistas que examinou os restos mortais de Neruda divulga agora os resultados, que contrariam o que ficou declarado na certidão de óbito, mas ainda assim não rejeita liminarmente a tese de assassínio.

Os investigadores não confirmam, mas também não excluem a possibilidade de Pablo Neruda se ter contaminado, de forma voluntária e deliberada, com toxinas bacterianas.

Isto porque, nas análises feitas, dizem ter descoberto uma nova bactéria não cancerígena, que está a estudada em laboratórios no Canadá e na Dinamarca.

Familiares de Pablo Neruda levantaram a hipótese de a sua morte estar relacionada com a inoculação do “estafilococo dourado”, uma bactéria altamente agressiva e resistente à penicilina, que acelerou a sua morte.

Esta bactéria foi utilizada frequentemente pela ditadura militar de Pinochet (1973 – 1990) para eliminar os opositores do regime.

Os restos mortais de Pablo Neruda foram a enterrar em definitivo em 2016, na Isla Negra.

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