Conselho Português de Ressuscitação
O Conselho Português de Ressuscitação vai ensinar as técnicas de Suporte Básico de Vida a polícias, nas escolas e até em...

Em comunicado, o Conselho Português de Ressuscitação (CRP) informa que as iniciativas estão previstas para Porto, Torres Novas, Lisboa, Cascais, Évora e Funchal, decorrendo sob o lema "A comunidade salva vidas".

Representante em Portugal do European Resuscitation Council, o CRP participa no esforço de "consciencialização das pessoas para a problemática da paragem cardíaca", numa iniciativa que tem o apoio do Parlamento Europeu.

Anualmente, "milhares de homens e mulheres colapsam e morrem de enfarte do miocárdio" na Europa, lembra o CRP, frisando que tal poderia "ser evitado se os serviços de emergência fossem ativados de imediato e a reanimação cardiopulmonar iniciada imediatamente".

“Uma rápida e coordenada resposta da comunidade é a chave para o aumento da taxa de sobrevivência nas paragens cardiorrespiratórias que ocorrem fora do hospital", alerta a associação sediada no Porto.

A distribuição das iniciativas de segunda-feira pelas várias cidades permite também um âmbito mais alargado de alvos, sendo que em Lisboa estão previstas formações em massa de Suporte Básico de Vida no Centro Hospitalar Lisboa Central (Hospital D. Estefânia), tendo como destinatários os agentes do Comando Metropolitano de Lisboa.

No jardim interior do Hospital da Luz, as formações não terão público-alvo específico, mas todas as pessoas que se dirijam aquela unidade.

Nos comboios, haverá ações para os próprios passageiros, enquanto em Cascais, na Escola dos Salesianos de Manique, a formação dirige-se a alunos, pais, professores e outros convidados de escolas do concelho e da Câmara Municipal.

Em Torres Novas, Abrantes e Tomar as iniciativas distribuem-se por três escolas secundárias, com o apoio do Centro Hospitalar Médio Tejo, para cerca de 300 crianças.

Em Évora, o núcleo de formação da Escola Superior de Enfermagem S. João de Deus fará uma ação em frente à Câmara Municipal e tendo por público-alvo funcionários municipais até um máximo de 100.

No Funchal, um grupo de instrutores vai procurar ensinar transeuntes enquanto no Porto se farão também formações em massa na estação de metro da Trindade.

“Manifesto pela Eliminação da Hepatite C”
Representantes do Governo Português, políticos, especialistas, médicos e associações de doentes e grupos de ativistas na área...

O evento sucede a primeira Cimeira Política Europeia dedicada à eliminação do vírus da Hepatite C na Europa que aconteceu em Fevereiro de 2016, em Bruxelas, e durante a qual foi apresentado o Manifesto pela Eliminação da Hepatite C, que delineava questões políticas para a eliminação da hepatite C na Europa até 2030.

Carlos Zorrinho, deputado do Parlamento Europeu, anfitrião do evento, comentou: “Saúdo o facto da Cimeira sobre a eliminação da Hepatite C ser a primeira a dar concretização à Estratégia Europeia para erradicar a Hepatite C até 2030, isso é possível não apenas pela consciência da importância do problema em Portugal mas também porque os serviços de saúde e as associações de pacientes portugueses têm criado um vibrante dialogo procurando encontrar as melhores soluções”.

Fernando Araújo, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde de Portugal, sublinhou que "Portugal teve extraordinários progressos na abordagem à Hepatite C nos últimos anos. O Governo Português está profundamente empenhado em acabar com a epidemia da Hepatite C até 2030 e acreditamos que iremos atingir esse objetivo antes dessa data.

De forma a faze-lo, a primeira Estratégia Nacional para as Hepatites Virais em Portugal foi lançada este ano. Baseia-se na universalidade (acesso ao tratamento a todas as pessoas com hepatite C, elegíveis para tratamento), na equidade (harmonização do tratamento a nível nacional) e na qualidade (o tratamento mais adequado segundo a evidência cientifica), mas também focado na prevenção, informação, conhecimento e rastreios dirigidos.

Adicionalmente, pela primeira vez, foi dada atenção especial aos grupos vulneráveis: reclusos, trabalhadores do sexo, sem-abrigo e emigrantes, que têm tido dificuldade no acesso ao tratamento. De agora em diante, esta realidade irá mudar: juntos conseguimos atingir os objetivos de 2030!”

Ricardo Baptista-Leite, membro do Parlamento de Portugal, afirmou: “No seguimento da liderança que Portugal assumiu em termos de acesso sustentável ao tratamento universal em 2015, existe agora a necessidade de se assumir a eliminação da hepatite C como um objetivo de saúde pública o que exige que se tenha uma liderança determinada, um reforço do papel dos cuidados de saúde primários e maior investimento em prevenção, rastreios, diagnóstico e ligação aos cuidados de saúde. Existe uma necessidade particular de desenvolver programas dirigidos, juntamente com as associações não-governamentais da sociedade civil, particularmente para populações específicas como reclusos, pessoas que injetam drogas e migrantes.”

Luís Mendão, Presidente do GAT- Grupo de Ativistas em Tratamentos, Diretor do EATG - European AIDS Treatment Group e da Coalition Plus, comentou, "Portugal deu passos gigantes na sua resposta à hepatite C desde fevereiro de 2015. Os restantes desafios para garantir a eliminação da hepatite C até 2030 estão relacionados com melhor conhecimento, prevenção e rastreio baseados no conhecimento, nos direitos humanos e no acesso universal ao tratamento a custo comportável (não deixando para trás as pessoas que injetam drogas e as pessoas nas prisões) – tudo isto é fazível com liderança política. As autoridades Portuguesas podem, nesse caso, contar com o apoio da sociedade civil, das comunidades chave e das pessoas que vivem com a doença e todos os stakeholders devem estar prontos para trabalharem em conjuntos na obtenção deste objetivo comum.”

“Depois de 25 anos de pesquisa, os investigadores desenvolveram os meios para se curar a hepatite C com eficácia, tornando a eliminação da hepatite C na Europa na próxima década uma possibilidade genuína. Mas a ação política ao nível nacional tem de tornar isto possível, especialmente num País como Portugal onde a infeção por hepatite C é um enorme desafio de saúde pública,”, afirma o Prof Angelos Hatzakis, Presidente da Associação Hepatitis B and C Public Policy. “O nosso Manifesto pela Eliminação serve de plataforma de reunião para políticos e ativistas Europeus e nacionais. Se agirmos agora, a Europa estará livre da hepatite C em 2030,” continuou o Prof Hatzakis.

Sobre a Hepatite C na Europa e Portugal
VHC é um grave problema global de saúde pública com taxas significativas de morbilidade e mortalidade. Cerca de 180 milhões de pessoas estão infetadas mundialmente. Entre 350,000-500,000 pessoas morrem anualmente de causas relacionadas com VHC.

Na Europa, 15 milhões de Europeus estão infetados e morrem mais pessoas com o VHC do que com HIV.

Apesar do controlo efetivo Europeu da epidemia, o VHC continua a propagar-se de forma não detetável, como uma “pandemia silenciosa” na Europa, pois as pessoas raramente têm sintomas durante os primeiros 20-30 anos. Adicionalmente ao sofrimento dos doentes, o custo económico da doença é significativo devido aos custos diretos da saúde e indiretos com a perda de produtividade de trabalho.

Em Portugal, a partir de Julho de 2017, mais de 17,591 pessoas foram diagnosticadas com VHC crónica e incluídos no registo nacional de VHC. Todos os seus tratamentos foram autorizados e, desses, 11.792 pessoas com VHC já começaram o tratamento. Por fim, 6.639 pessoas com VHC estão clinicamente curados com taxa de resposta de 96,5% SVR.

Como apresentado na Conferência do EASL, o programa de tratamento, desde fevereiro de 2017, assegurou que fossem evitados 3.477 mortes prematuras por doença do fígado, 339 transplantes do fígado, 1.951 cancros do fígado e 5.417 casos de cirrose. 62.869 anos de vida foram ganhos e 271.4 milhões de Euros em custos complicações relacionadas com o tratamento da hepatite c foram poupados. Por tudo isto, tratar pessoas com a infeção pelo vírus VHC hoje vai não só evitar dor e sofrimento desnecessários, mas também ser mais custo efetivo e de poupança para o futuro do Serviço Nacional de Saúde Português.

Sobre a Eliminação
A eliminação de uma doença destina-se a reduzir a zero a incidência de uma doença específica em uma área geográfica definida como resultado de esforços deliberados.

A eliminação do VHC foi tornada possível por avanços terapêuticos recentes, que tornaram o vírus curável na maioria dos casos - as taxas de cura evoluíram de 6% em 1991 (primeiro tratamento com interferão aprovado para VHC) para mais de 90% em 2014 (antivirais de ação direta introduzidos).

Abordagens e estratégias holísticas para melhorar o conhecimento geral, aumentar os testes para pessoas em risco e encaminhar as pessoas infetadas a cuidados de saúde específicos precisam de ser desenvolvidos.

Sobre o “Manifesto pela Eliminação da Hepatite C”

Signatários
Os signatários do Manifesto pela Eliminação da Hepatite C comprometem-se a:

- Tornar a hepatite C e sua eliminação na Europa uma prioridade clara de saúde pública a ser perseguida a todos os níveis
- Assegurar que doentes, grupos da sociedade civil e outras partes interessadas sejam diretamente envolvidas no desenvolvimento e implementação de estratégias de eliminação de hepatite C
- Dar especial atenção à ligação entre a hepatite C e a marginalização social
- Introduzir uma Semana Europeia de Consciência sobre a Hepatite

O Manifesto pela Eliminação é apoiado pelas seguintes organizações:

European Liver Patients Association (ELPA)
European Association for the Study of the Liver (EASL)
Viral Hepatitis Prevention Board (VHPB)
The Correlation Network
The International Center for Migration Health and Development (ICMHD)
The World Hepatitis Alliance (WHA)
Hepatitis B and C Public Policy Association

Os autores principais do “Manifesto pela Eliminação da Hepatite C” são:

Prof Jeffrey V. Lazarus, University of Copenhagen (Denmark)
Prof Mark Thursz, Imperial College, London (UK)
Prof Pierre Van Damme, Viral Hepatitis Prevention Board, Vaccine and Infectious Disease Institute, Antwerp (Belgium)
Prof Angelos Hatzakis, Athens University Medical School (Greece)

Polícia Judiciária
A Polícia Judiciária deteve quatro homens por suspeitas de corrupção envolvendo organismos do Sistema Regional de Saúde dos...

Um comunicado da Polícia Judiciária (PJ) adianta que "o Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada, no âmbito de um inquérito dirigido pela secção de Ponta Delgada do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) dos Açores, cuja investigação se iniciou em 2015, deteve quatro homens e constituiu outros dois como arguidos, por suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva e associação criminosa".

Segundo a PJ, os detidos, entre os 46 e os 57 anos, têm "ligações profissionais às áreas médica, de gestão e comercial".

No decurso da operação, designada Asclépio, que ocorreu nas ilhas de S. Miguel e Terceira, foram realizadas 25 buscas, entre domiciliárias e não domiciliárias, que envolveram "todo o efetivo de inspetores deste DIC, dois inspetores da UNC3T e cinco magistrados", segundo o comunicado da PJ.

Além das detenções, foram "apreendidos diversos equipamentos informáticos e de comunicações, bem como acervo documental com interesse probatório, relacionado com a prática das atividades criminosas em investigação".

De acordo com a PJ, "estão, sobretudo, em causa práticas ilícitas que visavam obter posições indevidas de privilégio na realização de contratos de fornecimento de bens a organismos prestadores de serviços de saúde, a troco de contrapartidas pecuniárias e outras, lesivas do interesse público".

Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação de medidas coativas tidas por adequadas.

Na quarta-feira, o Governo dos Açores emitiu uma nota a informar que a Polícia Judiciária (PJ) "desencadeou" esta manhã "um conjunto de diligências em várias estruturas do Serviço Regional de Saúde sobre processos de aquisição de bens e serviços".

A mesma nota sublinhava que "a secretaria regional da Saúde reforçou as orientações a todas as unidades orgânicas do Serviço Regional de Saúde para o cumprimento reforçado e diligente de todos os colaboradores no fornecimento de todas as informações e elementos que sejam solicitados".

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Uma concentração de poeiras vindas do Norte de África entrará durante o dia de hoje em Portugal continental, segundo o...

Segundo Patricia Gomes, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), de acordo com a informação disponível no final da manhã, estas poeiras vindas do Norte de África “entram na circulação de um anticiclone que está centrado na região de Cádis” e deverão subir por Portugal continental, podendo chegar até à Madeira.

Contudo, sublinhou a meteorologista, a camada de poeiras é pouco espessa e, mesmo podendo alastrar para Norte, a maior concentração será sempre na região Sul.

A especialista do IPMA disse ainda que estas poeiras deverão manter-se em Portugal continental até meio do dia de sábado.

Numa nota disponível no site da Direção-Geral da Saúde (DGS) a propósito da poluição atmosférica, as autoridades já tinham alertado para “uma persistência das condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes, nos próximos dias, com efeitos adversos na qualidade do ar, e a ocorrência de eventos naturais de partículas nas regiões do Alentejo e Algarve”.

Na mesma informação, recordam que nos últimos dias foram excedidos o limiar de informação ao público do ozono e os valores-limite de dióxido de azoto e partículas em suspensão nalgumas zonas do território do continente.

Atribuindo a situação às condições meteorológicas e à influência dos incêndios florestais, as autoridades lembram que esta libertação de poluentes para a atmosfera tem efeitos na saúde humana, sobretudo nas populações mais vulneráveis: crianças, idosos, grávidas, pessoas com problemas respiratórios crónicos e doentes do foro cardiovascular.

Dia Mundial da Visão
Metade dos portugueses tem problemas de visão, apontou hoje a Direção-Geral da Saúde, que destaca a importância de rastrear...

Assinalando o Dia Mundial da Visão, que hoje se assinala, a DGS indica que, a partir de 2018, haverá em todo o país rastreios.

Os rastreios decorrem, desde o ano passado, em unidades de saúde na região Norte com o Programa de Rastreio da Saúde Visual Infantil.

Em Portugal, "cerca de 20% das crianças, tal como 50% dos adultos, sofrem de erros refrativos significativos", salienta a DGS.

Nos dados globais da Organização Mundial de Saúde, há 36 milhões de pessoas cegas em todo o mundo e 217 milhões com problemas moderados ou graves.

A organização internacional considera que 80% das causas destes problemas podem ser evitados ou tratados.

‘Debaixo do Seu Nariz’
A Operação Nariz Vermelho vai assinalar o 15.º aniversário com uma exposição centrada na figura do palhaço, e espera, até ao...

A exposição ‘Debaixo do Seu Nariz’, na Gare Marítima da Rocha de Conde d’Óbidos, em Alcântara, patente até 19 de novembro, tem abertura ao público marcada para dia 14 deste mês.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que concedeu o Alto Patrocínio da Presidência da República à exposição, recebe hoje num encontro informal, uma comitiva da associação Operação Nariz Vermelho (ONV), por não poder marcar presença no evento inaugural, dia 13.

De acordo com Carlota Mascarenhas, porta-voz da ONV, esta exposição que se centra na figura do palhaço pretende abordar a personagem em diferentes facetas, com “vários enfoques” e chegar a diferentes públicos, de diferentes idades.

“Com esta exposição, o que tentámos fazer foi criar várias frentes do contacto com quem segue o nosso trabalho e apoia, e deixar que se relacionassem connosco da forma que lhes faz mais sentido”, explicou, precisando que a exposição se centra numa mostra de arte contemporânea, mas que será acompanhada de outros eventos, como debates sobre o impacto do trabalho dos ‘doutores palhaços’ no setor da saúde, atuações dos palhaços com humoristas nacionais convidados como Pedro Tochas, Maria Reuff ou Ana Bola, e ‘workshops’ para crianças e famílias.

Em 15 anos a ONV chegou a 41 mil crianças em 14 hospitais do país, e pretende até ao final do ano atingir a meta dos “15 anos, 15 hospitais”, disse Carlota Mascarenhas, que acrescentou que o crescimento da presença dos palhaços que trabalham com crianças nos hospitais, com o objetivo de minimizar o impacto dos internamentos, aconteceu sempre de forma gradual, para que os “doutores palhaços” nunca tivessem de sair de hospitais onde tenham chegado.

Os 23 profissionais que desempenham este trabalho já passaram por mais de 80 serviços de internamento de crianças, com características diferentes que exigiram formação específica e uma profissionalização deste trabalho, mas garantiram à ONV “o reconhecimento e credibilidade do setor da saúde”, disse a porta-voz.

Na sombra trabalham para a ONV outros 12 profissionais, os quais asseguram o orçamento anual mínimo de 800 mil euros para manter a operação a funcionar, angariados através de donativos de empresas, mas cada vez mais de particulares.

O peso dos donativos particulares é já de 40% e o objetivo é que em dois anos seja de 50%, ficando a par dos donativos empresariais.

Especialista alerta
Os portugueses apresentam atualmente um nível de carência de vitamina D, que pode ser produzida através do sol, superior às...

"Não basta estar sol lá fora. É preciso expor a nossa pele ao sol e os portugueses são pouco dados a isso, pois quando está bastante calor tendem a fugir do sol", disse à agência Lusa Pereira da Silva.

O especialista, que integra a comissão organizadora da terceira edição do "Fórum D", que decorre no sábado em Coimbra, salientou que os "nórdicos quando está sol e calor apanham-no, porque sabem que não têm muitas oportunidades".

Já os portugueses, acrescentou, se apanhassem sol com alguma regularidade, dado que o clima proporciona vários meses de exposição solar, "deviam, de facto, ter menos falta de Vitamina D do que esses países".

"O que se passa é que tradicionalmente em Portugal não apanhamos sol nas horas de maior calor, que são aquelas em que o sol é mais capaz de produzir a vitamina D, que é entre as 11:00 e as 16:00, entre abril e outubro, e nas quais evitamos fazê-lo", sublinhou.

Uma situação que contrasta com o apelo das autoridades de saúde para que as pessoas evitem a exposição solar naquelas horas, mas que o professor Pereira da Silva considera que a mensagem deveria ser no sentido das pessoas terem cuidado "com a exposição excessiva ao sol".

"A dose necessária [de sol] para produzir a vitamina é muitíssimo inferior à dose necessária para causar uma queimadura ou para aumentar o risco de cancro da pele", frisou o médico.

Segundo o especialista, a falta de vitamina D é diretamente responsável por doenças como a osteoporose, "que já é um problema de saúde pública", e a osteomalacia, consequência direta de falta de vitamina D, o equivalente no adulto ao raquitismo.

"Um estudo indica que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) atende cada ano mais de 10 mil pessoas com uma fratura da anca, o que significa, a preços muito económicos, qualquer coisa como 260 milhões de euros de custos só para tratar estas fraturas, e esse número vai aumentar muito, porque está muito relacionado com a idade", prevê Pereira da Silva.

A osteoporose tem uma "relação muito direta com a falta de vitamina D, pois quem não tiver boa vitamina D não consegue absorver cálcio da alimentação e não havendo cálcio a entrar no sangue o organismo vai buscá-lo aos ossos, enfraquecendo-os".

O especialista em reumatologia disse ainda há uma quantidade enorme de estudos por todo o mundo que relacionam níveis baixos de vitamina D com uma variedade muito grande de doenças, entre elas a diabetes, enfarte do miocárdio, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, certas formas de cancro e de infeção.

Relativamente à relação entre as doenças oncológicas e certos tipos de infeção, o médico considera que a prova "não é absolutamente sólida, pelo que não se sabe se a falta de vitamina D é a causa ou apenas o acompanhante destas patologias".

Contudo, acrescenta, há uma relação muito forte com a longevidade.

"As pessoas que têm níveis mais baixos de vitamina D morrem mais cedo e respondem pior aos tratamentos oncológicos", adiantou o professor da Universidade de Coimbra (UC), acrescentando que a suplementação é "muito barata e segura" e que muitos países europeus já o fazem na população mais idosa.

O "Fórum D", que é o único evento totalmente dedicado a esta temática em Portugal, vai juntar duas centenas de médicos no sábado, numa unidade hoteleira de Coimbra, para "os ajudar a definir estratégias de atuação relativas à vitamina D nas mais variadas doenças".

Visão
A síndrome do Olho Seco é uma doença que afeta entre 10% a 20% da população, com uma prevalência ass

Os sintomas do Olho Seco são vários, entre os quais o ardor, a sensação de corpo estranho, a fotofobia (sensibilidade à luz), a irritação, o olho vermelho e a turvação momentânea e repetitiva de visão que melhora com o pestanejar seguida de lacrimejo, mas de forma excessiva.

A produção do filme lacrimal é afetada por fatores hormonais, pela poluição, por alérgenos ou traumatismos vários.

Nesta síndrome, o filme lacrimal está deficitário, ou porque há uma produção insuficiente de lágrimas ou porque há uma evaporação excessiva de lágrima. Esta segunda forma, a evaporação excessiva, é responsável por cerca de 80%-85% dos doentes com olho seco.

De uma forma sucinta, podemos dizer que o filme lacrimal é constituído por três camadas: camada mucínica, camada aquosa e camada lipídica, a mucínica junto à córnea (interna), a aquosa a do meio e a lipídica a camada em contacto com o ar. Uma camada lipídica deficitária facilita uma evaporação da camada aquosa. Esta camada lipídica é produzida pelas glândulas de meibomius. A deficiência da camada lipídica leva a uma excessiva evaporação das lágrimas, instabilidade do filme lacrimal e a uma resposta inflamatória da conjuntiva.

A síndrome do olho seco representa ainda um impacto financeiro considerável na sociedade e é responsável pelo decréscimo da qualidade de vida nos doentes que dela sofrem.

Até ao momento, a solução disponível era a colocação de gotas de uma lágrima artificial, várias vezes ao dia, de forma repetitiva, com custos elevados e sobretudo com uma instabilidade do filme lacrimal que pode permitir o desenvolvimento de doenças mais graves como sejam infeções conjuntivais ou micro-ulcerações do epitélio corneano.

Hoje, assistimos ao aparecimento de um aparelho que produz a emissão de uma luz pulsada policromática usando uma nova tecnologia IPL (Intense Regulated Pulsed Light) e capaz de gerar uma sequência calibrada de emissões. Este impulso vai estimular as glândulas de meibomius de forma segura e, como tal, a glândula reinicia a sua produção lipídica, restaurando o filme lacrimal com o consequente desaparecimento dos sintomas.

Estudos clínicos demonstram a eficácia de 84% depois do primeiro tratamento e uma satisfação acima de 86% dos doentes intervencionados.

No estudo clínico recente apresentado no ESCRS, comprova-se que a tecnologia da IPL melhora a qualidade do filme lacrimal e reduz os sintomas associados ao olho seco; que não foram encontrados efeitos adversos em nenhum dos doentes tratados até agora e que este tratamento produz resultados mais duradouros do que os tratamentos convencionais.

Pioneiros no tratamento a laser para o Olho Seco, com mais de 400 tratamentos feitos em menos de um ano, revelamos uma taxa de satisfação acima dos 90% e, em mais de 90% dos casos, assistimos ao desaparecimento da sintomatologia.

O tratamento a laser, que se iniciou na Europa no ano passado, está agora a ser implementado na Ásia, na América do Norte e na América do Sul.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Pressão elevada agravada pelo excessivo número dos que procuram os serviços de urgência.

Há muito que a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) alerta para o problema: há um excesso de recurso dos portugueses aos serviços de urgência. “Somos o país em que os cidadãos mais recorrem às urgências hospitalares. Cerca de sete em cada dez portugueses recorre a estes serviços, enquanto a média europeia é menos de metade deste valor. Além disso cerca de metade destes doentes poderia ter resposta fora das urgências”, confirma Luís Campos, presidente da SPMI. No III Congresso Nacional da Urgência, que se realiza nos dias 14 e 15 de outubro, no Centro de Congressos Bissaya Barreto, em Coimbra, o tema volta a estar em cima da mesa, assim como as consequências para os profissionais que trabalham num ambiente onde se a pressão já é grande, agrava-se ainda mais pelo excesso de doentes. “É óbvio que a pressão para quem trabalha no serviço de urgência é muito maior do que noutros serviços”, confirma João Porto, internista e presidente do congresso. “E a pressão é de tal forma forte que temos muitos colegas que, assim que conseguem, deixar de trabalhar naquele serviço.”

O volume de trabalho e o stress é elevado. Assim como os casos de burnout - os dados do estudo nacional da Ordem dos Médicos, ‘Burnout na Classe Médica’ revelam que 66% dos médicos inquiridos encontravam-se num nível elevado de Exaustão Emocional -, um problema que vai estar em destaque no congresso, na mesa redonda ‘O Burnout associado à Urgência’, e que dará também enfoque sobre as melhores formas de evitar esta situação. “O ritmo na urgência é muito difícil de controlar, já que o número de urgências é muito superior ao que deveria ser. No serviço onde trabalho, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, temos em média 450 urgências por dia e chegamos às 600 no inverno. Um valor muito acima do que deveria ser. E isso determina um acréscimo de trabalho, que também atrasa tudo: situações que poderiam ser resolvidas em duas horas demoram quatro ou mais”, refere João Porto.

Luís Campos reforça a mensagem da necessidade de reduzir o recurso às urgências, através de um aumento da capacidade dos cuidados primários e da informação à população. “É preciso consciencializar os cidadãos para a necessidade de uma melhor utilização dos recursos e criar respostas para os doentes crónicos, que são complexos, descompensam facilmente, e têm sido tratados de uma forma fragmentada, reativa, episódica e através das urgências. Para estes, são necessárias novas formas de organização, programas integrados de cuidados com equipas multidisciplinares lideradas por médicos de família e internistas, que façam a ponte entre o hospital e os cuidados primários.”

Este é, de resto, um dos temas que Luís Campos vai abordar no congresso, na conferência de encerramento ‘Uma visão sobre os serviços de urgência em Portugal’, em que chamará a atenção para uma “abordagem sistémica do problema das urgências”.

Realizado pelo terceiro ano consecutivo, o Congresso Nacional da Urgência é dirigido aos internistas, internos de Medicina Interna e não só. “Quisemos alargar a outras especialidades”, refere João Porto, salientando uma aposta que parece ter sido ganha. “Organizamos sete cursos pré-congresso, já que o tema principal é a formação e competência em urgência, e estão todos cheios. E se, no ano passado, já tivemos mais de 200 pessoas a assistir, este ano acreditamos que vamos ultrapassar as 300.”

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde recomenda a consulta do viajante para quem pretenda viajar para a região de Lázio, no centro de Itália...

Numa nota disponível no site, a Direção-Geral da Saúde (DGS) lembra que a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou a ocorrência de um surto desta doença transmitida por mosquitos na Região de Lazio, nomeadamente na cidade de Roma e nas áreas costeiras de Anzio e Latina.

Foram igualmente notificados novos casos na Região de Calábria, município de Guardavalle.

A DGS recomenda a consulta do viajante antes da partida, sobretudo a pessoas com artrite, hipertensão artéria, doença cardíaca ou diabetes, viajantes com mais de 65 anos e grávidas em estado avançado de gravidez, “devido ao risco de doença grave para o recém-nascido cujo parto ocorra durante a doença da mãe”.

Aconselha igualmente esta consulta a viajantes com estadia prolongada, como pessoas que visitam amigos e familiares, a trabalhadores de ajuda humanitária e missionários.

Como medidas de proteção, é recomendado o uso de repelente de mosquitos em adultos e crianças, ao longo do dia. A DGS sublinha que o repelente deve ser aplicado após o protetor solar.

Aconselha igualmente a proteção das crianças em carrinhos de bebé e berços com redes mosquiteiras e o uso de vestuário largo, de cores claras e que diminua a exposição corporal à picada dos mosquitos (camisas de manga comprida, calças e calçado fechado).

A DGS diz igualmente que os viajantes devem optar por alojamento com ar condicionado. Caso não seja possível, devem usar redes mosquiteiras nas camas.

Já os viajantes que regressem das regiões afetadas e apresentem sintomas como febre, dores articulares, dores de cabeça, dores musculares e fadiga até 2 semanas após o regresso, devem contactar a Linha SNS (808 24 24 24) ou consultar o médico assistente logo que possível, referindo a viagem.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde recomenda à população mais vulnerável que tenha cuidados redobrados na exposição ao ar livre por causa...

Numa nota conjunta, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) recordam que ocorreram nos últimos dias “excedências ao limiar de informação ao público do ozono" e "aos valores-limite de dióxido de azoto e partículas em suspensão em algumas zonas do território do continente”.

Este episódio de poluição atmosférica está associado à situação meteorológica atual, que tem “condicionado a dispersão dos poluentes atmosféricos, sendo também resultado da influência dos incêndios florestais que têm deflagrado nos últimos dias, com libertação de poluentes para a atmosfera”, refere a informação disponível no site da DGS.

Estes poluentes libertados para a atmosfera têm efeitos na saúde humana e, como a qualidade do ar é considerada fraca, a DGS aconselha cuidados redobrados às populações mais vulneráveis, designadamente “crianças, idosos, grávidas, pessoas com problemas respiratórios crónicos, principalmente asma, e doentes do foro cardiovascular”.

Os doentes crónicos devem manter os tratamentos médicos em curso e, em caso de agravamento de sintomas, contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou procurar uma unidade de saúde.

A população em geral deve evitar a exposição a fatores de risco, tais como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes, recorda a DGS.

Tanto a APA como a DGS alertam para “uma persistência das condições meteorológicas, desfavoráveis à dispersão dos poluentes, nos próximos dias, com efeitos diretos na qualidade do ar e a ocorrência de eventos naturais de partículas nas regiões do Alentejo e Algarve”.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde aconselhou quem pretende viajar para Madagáscar a marcar antes uma consulta de medicina do viajante,...

De acordo com uma nota disponível no site da Direção-Geral da Saúde (DGS), no início deste mês a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou as autoridades de saúde da existência de um surto de peste, que já provocou a morte a pelo menos 45 pessoas.

Segundo a DGS, as áreas mais afetadas pelo surto de peste incluem a capital, Antananarivo, e Toamasina, na costa leste, onde fica o principal porto de Madagáscar.

Por prevenção, a DGS aconselha quem pretende viajar para Madagáscar a marcar uma consulta de medicina do viajante ou consultar o médico assistente e, quando chegar ao destino, evitar “o contacto com animais e indivíduos doentes ou mortos”.

Entre as medidas de prevenção estão o uso de repelente de insetos, para evitar a picada de pulgas.

Segundo a OMS, a peste reaparece todos os anos em Madagáscar, entre setembro e abril, mas este ano afeta as áreas urbanas do país desde agosto, contrariamente às epidemias anteriores.

A epidemia deste ano gerou uma onda de pânico entre a população, especialmente na capital.

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde de Madagáscar, foram confirmados mais de 387 casos no território da ilha.

A bactéria da peste desenvolve-se em ratos e é transportada por pulgas. A forma bubónica da praga é a menos perigosa do que a pulmonar.

Nos seres humanos, a forma pulmonar da doença é transmissível através da tosse e pode ser fatal em apenas 24 a 72 horas.

Bastonária
Mais de 600 farmacêuticos emigraram nos últimos anos devido aos baixos vencimentos em Portugal, onde farmácias foram obrigadas...

Ana Paula Martins falava aos jornalistas a propósito do Congresso Nacional dos Farmacêuticos, que decorre entre quinta-feira e sábado, em Lisboa, este ano dedicado ao tema “Medicamentos para todos”.

A emigração destes profissionais foi uma das consequências da crise que afetou o setor nos últimos anos, nomeadamente durante a aplicação do memorando da troika, que resultou em penhoras e insolvências para 600 farmácias, tendo encerrado 75.

Nesse período, adiantou a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, as farmácias tiveram de despedir 800 farmacêuticos, os mais qualificados, pois eram estes que auferiram maiores vencimentos.

“Estes despedimentos foram feitos para impedir que as farmácias fechassem as portas e a rede [de farmácias] acabasse”, disse.

Para contornar a falta deste pessoal especializado, foram contratados farmacêuticos recém-formados, mas com vencimentos menores.

Muitos desses jovens farmacêuticos optaram por emigrar, tendo a Ordem conhecimento de 604 que seguiram esse caminho, o que conduziu a uma outra situação: “Atualmente há farmácias que precisam de novos farmacêuticos e não encontram”, disse.

Em Portugal existem atualmente nove cursos a produzir farmacêuticos.

Ana Paula Martins encontra sinais de algum “desafogamento” no setor, depois de um período especialmente difícil, nomeadamente entre 2011 e 2016.

Neste período, e segundo dados da Ordem, “o mercado nacional de medicamentos teve uma redução de 869,4 milhões de euros em valor e de 11,9 milhões de embalagens”.

Os mesmos indicadores referem que, entre 2011 e 2014, “o setor da distribuição teve uma perda de margem de quase 323 milhões de euros, um valor 6,5 vezes superior aos 50 milhões de euros definidos no memorando de entendimento assinado entre o Estado português e a troika”.

Neste congresso, a bastonária irá defender um novo modelo de financiamento das farmácias, pois considera que estas empresas “não podem viver só da margem [de comercialização dos medicamentos], mas também dos serviços que prestam e outros que poderão vir a prestar e que devem ser remunerados”.

“Temos de pensar no futuro”, disse Ana Paula Martins, convencida de que o que o setor fez nos últimos anos não poderia ser feito agora, uma vez que não só as margens dos medicamentos baixaram, como o seu preço também.

Sobre o acesso ao medicamento, tema do congresso, a bastonária mostrou-se otimista com “a vaga de inovação” que já está a chegar aos hospitais e com “sobrevivências muito interessantes”.

Alguns cancros, como o melanoma e o do pulmão, a infeção pelo VIH e o vírus da hepatite C são algumas das doenças que mais têm beneficiado com esta inovação, disse.

Sistema Musculoesquelético
As doenças reumáticas, vulgarmente conhecidas por “reumatismo”, englobam todas as patologias do sist

Ao longo dos tempos, a população habituou-se a ouvir falar no seu quotidiano em “reumatismo” como expressão da descrição de dor nas articulações em virtude do envelhecimento do ser humano, sendo habitualmente rotulada como uma doença que atinge as pessoas mais idosas. Contudo, cumpre esclarecer que tal noção se mostra manifestamente errada, não só porque na realidade o termo reumatismo é usado indiscriminadamente como significado de qualquer doença reumática, mesmo que se tratem de patologias muito diferentes, mas também porque as doenças reumatológicas podem atingir crianças, jovens, adultos e idosos.

Na verdade, as doenças reumatológicas, vulgarmente referidas por “reumatismo”, englobam todas as patologias do sistema musculoesquelético, ou seja, as patologias do osso, da articulação, da cartilagem, dos tendões e dos músculos. Desta forma, constituem um grupo muito numeroso de patologias, existindo mais de 200 doenças reumáticas diferentes, que podem apresentar alguns sintomas em comum (como por exemplo, a frequente dor articular), mas com características próprias, grau e gravidade de evolução diversos, com tratamentos diferentes, e que surgem em todas as idades desde a criança ao idoso.

Fazem parte deste grupo de patologias não só as que surgem com maior frequência na população mais idosa, como a osteoporose e a osteoartrose, mas também outras que abrangem todas as faixas etárias, como as lombalgias, as patologias tendinosas e, ainda, as doenças inflamatórias crónicas imunomediadas, como a artrite reumatóide, as espondilartropatias, o lúpus eritematoso sistémico, vasculites, miosites e artrites juvenis.

Segundo o Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas, publicado em 2004, as doenças reumáticas são o primeiro motivo de consulta nos cuidados de saúde primários e são também a principal causa de incapacidade temporária para o trabalho e de reformas antecipadas por doença/invalidez.

Se por um lado algumas das patologias reumáticas continuam a estar associadas a elevada incapacidade funcional e laboral, por outro nos últimos anos assistiu-se a revolução nas opções terapêuticas disponíveis, nomeadamente nas bioterapias utilizadas nas doenças reumáticas inflamatórias que vieram permitir uma melhoria significativa da sobrevida e da qualidade de vida destes doentes. Contudo, o reconhecimento e o diagnóstico precoce continuam a ser os factores mais importantes para a obtenção de um bom prognóstico.

Sendo reconhecida a elevada prevalência destas patologias na população geral e o seu elevado impacto económico, a reumatologia acaba por desempenhar um papel de destaque na prestação de cuidados de saúde. Além disso, a crescente investigação na área médica, as especificidades do diagnóstico, a necessidade de estreito seguimento clínico e a inovação terapêutica, têm contribuído para um maior impacto desta especialidade nos cuidados do doente.

Dra. Rita Fonseca e Prof.ª Iva Brito
Unidade de Reumatologia – Hospital Lusíadas Porto

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
OE2018
As empresas de dispositivos médicos vão passar a pagar uma contribuição extraordinária que pode ir dos 2,5% aos 7,5% consoante...

De acordo com uma versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado, datada de 10 de outubro, é aprovado um regime que cria uma contribuição extraordinária sobre os fornecedores de dispositivos médicos e reagentes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De acordo com o documento, esta contribuição tem por objetivo “garantir a sustentabilidade do SNS”.

Estão sujeitos a esta contribuição as empresas, fabricantes, intermediários, distribuidores ou comercializadores que faturem ao SNS o fornecimento de dispositivos médicos e reagentes.

“A contribuição incide sobre o valor das faturas de aquisições de dispositivos médicos pagos por entidades do SNS, deduzido do IVA”, define a versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado.

Os dispositivos médicos com preço unitário até 50 euros terão uma contribuição de 2,5%, os de 50 a 100 euros contribuem com 3,5%, os de 100 a mil euros têm uma contribuição de 5,5% e os que custem como preço unitário mais de mil euros contribuem com 7,5 por cento.

Esta contribuição é para vigorar a partir de janeiro de 2018 e os preços dos dispositivos médicos não podem ser superiores aos preços praticados durante o ano de 2017.

Ficarão isentas desta contribuição as entidades que venham a aderir a acordos celebrados com o Estado para definir valores máximos de despesa pública com a compra de dispositivos médicos e de reagentes, à semelhança dos que existem para a indústria farmacêutica.

Bruxelas
A candidatura do Porto à sede da Agência Europeia do Medicamento colheu ontem elogios de vários eurodeputados do Partido...

Por iniciativa do eurodeputado social-democrata Paulo Rangel, após sugestão da comissão da candidatura do Porto à Agência Europeia do Medicamento (EMA), um grupo de 20 pessoas, entre reitores de instituições públicas e privadas de ensino superior do Porto, representantes de estruturas culturais da cidade, da Área Metropolitana do Porto e da Associação Comercial do Porto estiveram ontem à tarde no Parlamento Europeu a apresentar o que a cidade tem para oferecer.

O encontro decorreu com Manfred Weber, presidente do grupo do Partido Popular Europeu (PPE), e com os eurodeputados Alain Lamassoure (França), Esteban Gonzalez Pons (Espanha), Dubravka Suica (Croácia) e Andrey Kovatchev (Alemanha). Esteve também presente o eurodeputado polaco do Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus Kazimierz Ujazdowski.

Esteban Pons disse abertamente que, depois de atribuir a pontuação máxima (três votos) a Barcelona, cidade que está entre as 19 candidatas à sede da EMA, os eurodeputados espanhóis do PPE escolherão o Porto (atribuindo-lhe dois votos).

Para Paulo Rangel, “é nessa contabilidade dos votos segundos que talvez se faça a diferença para saber quem passa a uma fase seguinte”.

“Eu diria que está tudo em aberto, não tanto no sentido de ganhar, mas de passar à fase seguinte. Não vamos entrar em triunfalismos bacocos”, disse aos jornalistas.

Rangel admitiu ter ficado surpreso com o elogio feito pelos eurodeputados ao facto de a apresentação envolver a sociedade civil do Porto, afirmando que isso significa que há “toda uma cidade que está unida em volta” do projeto.

O social-democrata destacou ainda o “empenho forte e genuíno” do Governo e dos embaixadores nesta candidatura, lembrando que a diplomacia portuguesa conta já com “dois grandes feitos”, designadamente ter Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia durante 10 anos e António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas.

Eurico Castro Alves e Ricardo Valente, da Comissão da candidatura do Porto à sede da EMA, fizeram um balanço positivo desta iniciativa.

“Este momento foi muito importante, porque com a ajuda dos eurodeputados [portugueses], todos sem exceção, sentimos um empenhamento grande. Falámos com pessoas que são estratégicas para a decisão final, porque são influenciadores. Passámos a nossa mensagem e acabámos de vez com aquele mito de que o Porto não cumpre com os requisitos”, disse Eurico Castro Alves.

O vereador da Câmara do Porto Ricardo Valente destacou também a importância de demonstrar aos decisores em Bruxelas “as valências do Porto”.

“O próximo mês é para trabalhar junto dos decisores finais e dar a conhecer a parte menos conhecida do Porto, que tem a ver com o ‘health cluster’ e as universidades” existentes e suas ofertas, disse.

Serviço Nacional de Saúde
A Associação das Termas de Portugal vai entregar, hoje, na Assembleia da República, uma petição com mais de 6.000 assinaturas...

A petição, iniciada em agosto e que contou com o apoio das autarquias com termas, apela à Assembleia da República (AR) que aprove “as disposições legislativas necessárias para que sejam repostos os reembolsos diretos das despesas com os tratamentos termais dos utentes do Serviço Nacional de Saúde”.

As comparticipações foram suspensas em 2011 em resultado “de imposições da ‘troika’", mas, segundo Teresa Vieira, presidente da Associação das Termas de Portugal, “não teve o efeito de poupança pretendido”, mas sim a deslocalização da despesa “para outras alternativas terapêuticas”.

De acordo com a Associação, a suspensão das comparticipações levou a que “mais de 30.000 utentes tenham deixado de ter acesso” aos tratamentos termais e à “desvalorização enquanto atos médicos e terapêuticos”, situação que os subscritores do documento pretendem reverter.

A reposição das comparticipações dos tratamentos termais é uma das medidas propostas por um grupo de trabalho interministerial (que reúne os ministérios da Economia e da Saúde] num relatório que avança um conjunto de ações para dinamizar a atividade termal, e que Teresa Vieira admitiu à Lusa ter trazido “uma expetativa positiva” ao setor.

Mas ainda assim, a Associação considera vital “concluir o processo” iniciado com a recolha de assinaturas para que a reposição seja discutida em plenário, “até como forma de sensibilizar os deputados para a discussão caso as comparticipações venham a ser repostas no próximo Orçamento do Estado”.

Na petição, os subscritores sustentam a reposição com fundamentos como o reconhecimento das indicações terapêuticas das Águas Minerais Naturais pelo Ministério da Saúde e a definição legal dos estabelecimentos termais como unidades prestadoras de cuidados de saúde, enquadrados no âmbito da Entidade Reguladora de Saúde e tuteladas.

Lembram ainda que a integração da prestação de cuidados de saúde nos balneários termais no conceito de “atos clínicos e terapêuticos”, é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e “conduzida por médicos com competência em Hidrologia Médica, cuja atribuição é da responsabilidade da Ordem dos Médicos”.

A Associação das Termas de Portugal representa 42 balneários afiliados e visa a promoção e o desenvolvimento técnico, económico e social do termalismo e das termas portuguesas.

12 de outubro - Dia Mundial das Doenças Reumáticas
As doenças reumáticas estão entre as doenças mais frequentes na nossa população e representam um elevado peso económico e...

Em Portugal, cerca de 50% da população adulta sofre de uma doença reumática. Dentro deste grupo de patologias, a osteoartrose (OA) destaca-se pela sua elevada prevalência. De acordo com o EpiReumaPt, o maior estudo nacional desenvolvido para traçar o panorama epidemiológico das doenças reumáticas, 12,4% da população portuguesa adulta sofre de OA do joelho, 8,7% tem OA da anca e 2,9% de OA da mão.

Na data em que se assinala o Dia Mundial das Doenças Reumáticas (World Arthritis Day), a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR) alerta para o elevado grau de incapacidade associado à osteoartrose, que consigo arrasta o abandono precoce da atividade profissional, seja por desemprego ou por reforma antecipada devido a invalidez. De acordo com a Prof.ª Doutora Helena Canhão, “a osteoartrose é a doença reumática mais comum na população adulta, sendo responsável por uma elevada incapacidade funcional que limita ou impede os doentes a executarem atividades simples do dia-a-dia, tais como agarrar objetos, subir degraus, caminhar ou trabalhar”.

Além disso, “está igualmente associada a dor e a uma perda significativa da qualidade de vida”, alerta a reumatologista do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, coautora do estudo EpiReumaPt e Vice-Presidente da LPCDR. Neste contexto, a OA acarreta importantes custos indiretos que resultam do absentismo laboral, das reformas antecipadas e do desemprego.

Num subestudo do EpiReumaPt, que teve como objetivo determinar o impacto económico da OA e o seu reflexo em termos de abandono precoce da atividade profissional, verificou-se que, “sobretudo a artrose do joelho, é causadora de uma elevada taxa de incapacidade para o trabalho. Os outros tipos de artrose não têm um impacto tão significativo em termos laborais”.

De acordo com os resultados desta análise, 51% das pessoas com idades entre os 50 e os 64 anos não estão a trabalhar. Destes, 30% têm osteoartrose, dos quais 18,6% no joelho (26% mulheres e 11,5% homens).

Para melhor esclarecer a população sobre a artrose do joelho, a LPCDR lançou, no início deste ano, o projeto O Joelho Dói (www.ojoelhodoi.pt), uma plataforma única, simples e diferenciadora que pretende sensibilizar a população para as patologias do joelho e responder às questões mais frequentes de quem sofre desta condição. Através desta plataforma, os utentes podem encontrar informação genérica sobre dor no joelho, sobre fatores de risco, medidas de apoio para uma melhor qualidade de vida, e até apresentar questões diretamente a especialistas da área.

ONU
A professora universitária portuguesa Alice Cruz foi nomeada pelas Nações Unidas como relatora especial para a eliminação da...

Em comunicado hoje divulgado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português congratula-se com a nomeação da antropóloga, pelo Conselho dos Direitos Humanos da Nações Unidas, como “relatora especial para a eliminação da discriminação contra as pessoas afetadas pela lepra e seus familiares”, que ocorreu no passado dia 29 de setembro.

Alice Cruz “é a primeira relatora especial das Nações Unidas cujo mandato é dedicado à promoção e proteção dos direitos das pessoas com lepra, um grupo particularmente vulnerável a violações de direitos humanos”, destaca a nota do Palácio das Necessidades.

A nova responsável, que atualmente leciona na faculdade de direito da Universidade Andina Simón Bolívar, em Quito, Equador, “possui um notável percurso académico e profissional na área da eliminação da lepra e dos estigmas que lhe estão associados”, refere o MNE.

“Esta designação constitui o justo reconhecimento das qualificações académicas e profissionais da nomeada, a par da sua vasta experiência de campo, profundo conhecimento do quadro internacional de direitos humanos e trabalho desenvolvido no âmbito da discriminação das pessoas com lepra”, considera ainda o Governo português.

Zero
A organização ambientalista Zero alertou hoje que a mortalidade associada à qualidade do ar é "muito significativa" e...

"A mortalidade associada à qualidade do ar ainda é muito significativa", refere um comunicado da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, acrescentando que, em 2016, a média anual de dióxido de azoto foi superior ao permitido pela legislação europeia e nacional em locais de Lisboa, Porto e Braga.

O ano "2016 foi genericamente melhor do que 2015, mas ainda problemático em termos de qualidade do ar", resumem os ambientalistas.

A estação de monitorização da qualidade do ar da avenida da Liberdade, em Lisboa, segundo a associação, "apresentou melhorias, mas a média anual de dióxido de azoto registada (57,3 mg/m3) [miligramas por metro cúbico] foi ainda bastante superior ao permitido pela legislação europeia e nacional" que é de 40 mg/m3.

"Esta média foi ainda mais superada no Porto, na estação de Francisco Sá Carneiro/Campanhã (74,8 mg/m3) e em Braga, na estação de monitorização de Frei Bartolomeu Mártires – São Vitor (55,3 mg/m3)", acrescenta a Zero, citando dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A Zero comenta um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês), hoje divulgado e que, com base em dados de 2014, estima que em Portugal morram prematuramente cerca de 6.630 pessoas devido a problemas associados à má qualidade do ar.

Deste total, 3.710 pessoas morrem devido às elevadas concentrações de partículas finas (PM2.5), 2.410 ao dióxido de azoto (NO2) e 280 ao ozono.

Estes dados revelam "um elevado aumento de mortalidade face à estimativa feita para 2013 no que respeita ao dióxido de azoto, passando de 150 para 2.410 mortes prematuras anuais", alertam os ambientalistas.

Para Portugal, "tal traduz-se em quase 38 mil anos de vida perdidos associados às partículas finas, cerca de 27 mil anos de vida perdidos associados ao dióxido de azoto, e 2.900 associados às elevadas concentrações de ozono", segundo as contas da Zero.

Estas situações de ultrapassagem de valores-limite devem-se principalmente ao tráfego rodoviário, pelo que os ambientalistas consideram ser "indispensável a tomada de medidas para redução das concentrações em causa da responsabilidade fundamentalmente das autarquias das zonas afetadas".

A associação defende a implementação de "medidas profundas" que promovam formas suaves de mobilidade, o transporte público e a mobilidade elétrica, a par de alternativas de fiscalidade verde com "forte penalização" da utilizaçã de combustíveis fósseis.

Quando é feita a comparação tendo em conta a população de cada país, salienta a Zero, o valor estimado para Portugal "é dos mais elevados no contexto da União Europeia a 28, apesar dos dados indicarem que, no que respeita às concentrações médias de vários poluentes, está abaixo da média europeia".

A Zero aponta ainda que Portugal "tem de melhorar a recolha e envio de dados, nomeadamente porque é um dos poucos países que não reportou dados referentes a um poluentes obrigatório e considerado carcinogénico, o benzo(a)pireno".

Páginas