Parlamento
As regras de rotulagem para os organismos geneticamente modificados e o direito dos consumidores a serem informados sobre a...

Os deputados vão debater em plenário três projetos de lei do partido Pessoas Animais e Natureza (PAN), do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), que defendem mais transparência nas regras de rotulagem e de fiscalização relativas à presença de organismos geneticamente modificados, assegurando aos consumidores o acesso à informação.

Para o PAN “todos os estabelecimentos comerciais que operem com alimentos não pré-embalados” devem prestar informação aos consumidores sobre a utilização destes produtos, “uma vez que a rotulagem com referência a organismos geneticamente modificados (OGM) já é obrigatória e conhecida pelas empresas que confecionam alimentos”.

No projeto de lei, o PAN “aponta uma lacuna na lei” relativamente ao consumo de carne, leite e ovos, cujos animais foram alimentados com rações que contenham OGM, e pede que a informação sobre estes organismos introduzidos na cadeia alimentar através das rações dos animais chegue a quem mais interessa: o consumidor final.

Adicionalmente e por “razões de transparência e de confiança nos rótulos”, o PAN propõe ainda que deve ser apresentado e divulgado anualmente um relatório das fiscalizações efetuados pelas entidades competentes, devendo ainda serem identificados publicamente os infratores.

No seu projeto de lei, o PEV defende “a obrigatoriedade de todos os produtos que contêm OGM, independentemente da percentagem, serem devidamente identificados na rotulagem, mesmo no caso de produtos relativamente aos quais não seja de excluir existência fortuita e tecnicamente inevitável de vestígios” de transgénicos.

“É igualmente obrigatória a rotulagem, com indicação de presença de OGM, de produtos e subprodutos com origem em animais alimentados com produtos transgénicos”, defendem os Verdes na proposta.

Os deputados do BE realçam, no seu projeto de lei, a necessidade de “rever a legislação relativa à rotulagem, de forma a garantir o direito à informação dos consumidores”, uma vez que a comercialização de organismos geneticamente modificados já é uma realidade no país.

“Existem ainda fundadas preocupações que o Tratado Transatlântico (de comércio livre) possa levar a liberalizar o cultivo e importação de OGM, bem como a normas que impeçam a rotulagem obrigatória destes produtos. É assim essencial garantir um enquadramento legal que garanta a informação a toda a população sobre a existência ou possibilidade de existência de OGM nos alimentos à venda”, afirma o BE no documento.

Opinião
As novas tecnologias são um tema da atualidade, sendo tanto a nova realidade como uma inevitabilidad

A tecnologia tem gerado um olhar mais introspetivo do “eu”, criando um fechar das pessoas nas suas casas, alcançando cada vez mais informação e conhecimento do conforto do seu sofá. De uma forma generalizada, verifica-se uma desumanização global, em que tudo é feito através de ecrãs de computadores, tablets ou smartphones.

Mas o ser humano é um ser social, e ele necessita desta humanização, de um sentido de comunidade. E por isso as tecnologias desenvolvem-se cada vez mais no sentido de criar um equilíbrio entre o real e o digital. As novas tecnologias dos “wearables” que permitem uma maior monitorização dos parâmetros e indicadores de saúde são um excelente exemplo dessa tendência. E são uma distinta forma de monitorização e acompanhamento médico, desde que do outro lado do monitor se encontre um profissional de saúde, capaz de analisar os dados que lhe são entregues por via digital, mas olhando para estes da forma como apenas um humano consegue analisar, tendo em consideração o contexto e as condições circundantes.

Gerar dados de saúde é fácil, analisar os mesmos é um pouco mais complicado. Poder dispor duma tecnologia que analisa os dados e lhes dá algum significado, é algo complexo mas exequível, dando um output através de um algoritmo previamente trabalhado e adaptado à patologia em questão. Este é um dos exemplos do futuro das novas tecnologias. Robots dotados de inteligência artificial que são capazes de auxiliar os profissionais de saúde no diagnóstico e seleção de tratamento para um doente com um conjunto de parâmetros introduzidos. Mas este trata-se apenas disso mesmo, um robot que auxilia o profissional de saúde, de modo semelhante aos meios complementares de diagnóstico que são isso mesmo, meios complementares e não meios de diagnóstico. O lugar do médico não poderá ser substituído por tecnologia, pois à inteligência artificial falta-lhe a intuição, e a capacidade de gerir informação sensível que poderá ser relevante para o diagnóstico e o tratamento do doente. É necessário assegurar que não existe confusão neste facto.

Podemos, e devemos, no entanto, aproveitar as tecnologias que temos à nossa disposição para humanizar as nossas relações médico/doente. Um exemplo é o uso da tele-saúde. Um serviço que permite ao profissional de saúde estar mais próximo do doente, sem se verificar a necessidade de o doente sair do conforto do seu lar. Com o envelhecimento global das populações, assiste-se a um somatório progressivo de doenças crónicas passíveis de serem acompanhadas à distância, depois duma avaliação inicial completa presencial. Deste modo, a tele-saúde poderá não fazer sentido em todas as consultas, mas é uma forma de assegurar uma monitorização e acompanhamento mais próximo do doente, sem este necessitar de se deslocar ao centro de saúde ou hospital em todas as visitas.

Estes são apenas alguns exemplos de como a evolução do mundo digital está a impactar a Medicina e a área da Saúde em geral.

É pois imperioso, cada vez mais, que a medicina se adapte ao mundo digital, não podendo agarrar-se ao convencional, mantendo a importância do momento de diálogo entre o médico e o doente, chave-mestra para assegurar que é efetuado o diagnóstico correto e definido o melhor tratamento possível para cada doente individual.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Infarmed
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor pediu ao Infarmed a retirada do mercado do creme ‘Depuralina Celulite’, por...

De acordo com um comunicado da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), o creme é comercializado pelo laboratório TheraLab – Produtos Farmacêuticos e Nutracêuticos, Lda e o ingrediente encontrado (isobutylparaben) é suspeito de ser desregulador endócrino.

“O Comité Científico da Segurança dos Consumidores, devido à falta de informação, considerou que o risco deste composto para a saúde humana não podia ser avaliado e, por isso, recomendou que este ingrediente fosse proibido em todos os produtos cosméticos”, explica a DECO.

A Defesa do Consumidor recomenda que quem tenha o ‘Depuralina Celulite’ não o utilize e aconselha os consumidores e ler sempre atentamente o rótulo dos produtos para verificar se existem componentes que podem causar reações alérgicas.

Diz ainda que informou a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) sobre esta matéria e solicitou a retirada do produto do mercado.

7.º Congresso de Cuidados Paliativos
O Instituto Português de Oncologia do Porto anunciou hoje que vai lançar a sua primeira pós-graduação em cuidados paliativos...

Este curso, que será apresentado durante o 7.º Congresso de Cuidados Paliativos, que se realiza na sexta-feira e no sábado, pretende satisfazer as necessidades formativas dos profissionais que trabalham em cuidados paliativos e incidirá numa vertente prática que dará a conhecer os principais desafios que se colocam aos profissionais desta área.

“A experiência adquirida ao longo de 23 anos permite-nos organizar um curso intensivo que satisfaça em pleno as necessidades formativas, sobretudo, dos profissionais que já trabalham em cuidados paliativos ou dos serviços da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados”, explicou Ferraz Gonçalves, diretor do Serviço de Cuidados Paliativos do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto).

Segundo Ferraz Gonçalves, a “chamada de atenção” do presidente da República, no Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, “foi importante para estimular o desafio da igualdade social perante os cuidados paliativos”.

Na sessão de encerramento do seminário "Vida com dignidade e qualidade até ao fim", na data em que se assinalou o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos (14 outubro), Marcelo Rebelo de Sousa fez "uma chamada de atenção" aos responsáveis políticos para "que se empenhem mais no domínio dos cuidados paliativos", uma "causa fundamental" que se quer alargar a todo o país.

No 7.º Congresso de Cuidados Paliativos, a realizar no Auditório Principal do IPO-Porto serão também debatidos temas como Dispneia, Investigação, Ética, Ventilação não invasiva na Esclerose Lateral Amiotrófica, Burnout, Luto nos Profissionais e A Morte e as Religiões, entre outros.

O Instituto Português de Oncologia do Porto dispõe de um serviço de cuidados paliativos desde 1994. Atualmente tem 40 camas de internamento e, para além da consulta externa e equipa intra-hospitalar, dispõe de um serviço de assistência domiciliária.

Em 2016, registaram-se 1.043 internamentos, 1.241 consultas externas, 1.757 consultas internas e na assistência domiciliária cerca de 1.084 visitas de enfermagem e 557 visitas médicas.

Na sexta-feira
As terceiras jornadas técnicas das Residências Montepio, que se realizam na sexta-feira em Coimbra, vão debater a reabilitação...

Depois de Lisboa e Porto, Coimbra recebe cerca de 100 profissionais de saúde para debater o papel e as técnicas de reabilitação na melhoria da qualidade de vida da população, numa iniciativa intitulada "Reabilitação - Pontes com a sociedade".

"A reabilitação tem muito a ver com o aumento da esperança média de vida, embora depois a qualidade de vida não seja assim tão boa, pelo que o nosso objetivo é reabilitar as pessoas [com necessidades] para que possam sair das nossas residências com maior mobilidade", disse o diretor executivo das Residências Montepio.

Segundo António Gouveia, a instituição aposta muito na reabilitação e nas unidades de cuidados continuados, com equipas multidisciplinares, "no sentido de as pessoas saírem melhor do que quando entraram".

O responsável exortou as pessoas com mais de 65 anos a manterem-se ativas e a preocuparem-se com a alimentação e a preparação mental, de forma a manterem a qualidade de vida na terceira idade.

"Com estas jornadas pretende-se também que os profissionais de saúde possam sair mais enriquecidos com as novas tendências e transmitir às pessoas o trabalho de reabilitação que é feito", sublinhou.

Abertas à sociedade, as terceiras jornadas técnicas pretendem igualmente refletir sobre os contributos da reabilitação para a integração social, a articulação dos diversos agentes na promoção da reabilitação e como conceptualizar uma relação de reabilitação.

As Residências Montepio gerem seis unidades nacionais, com várias tipologias em unidades da rede nacional de cuidados continuados integrados, com 820 utentes, em que trabalham 520 profissionais de saúde.

Universidade de Coimbra
Maria João Rodrigues, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, foi eleita presidente da European Academy...

Trata-se da mais prestigiada organização europeia desta área do saber que reúne membros de 20 países e cuja admissão, para além da apreciação curricular, decorre de duas provas públicas.

Para a docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), a eleição para presidente da European Academy of Craniomandibular Disorders, que muito a honra, resulta do reconhecimento da sua capacidade «para dar continuidade ao prestígio e respeito que esta Academia granjeou entre os pares da comunidade científica internacional».

A European Academy of Craniomandibular Disorders (EACD) tem propósitos científicos e pedagógicos, promovendo o desenvolvimento da área de dor orofacial e disfunções craneomandibulares com base em evidência científica.

Durante o mandato de Maria João Rodrigues, a exercer em 2018, decorrerá o congresso mundial promovido pela EACD em conjunto com as suas congéneres mundiais, designadamente: American Academy of Orofacial Pain; Asian Academy of Craniomandibular Disorders; Australia & New Zealand Academy of Orofacial Pain Academia Ibero Latinoamericana de Disfuncion Craneo-mandibular Y Dolor Facial.

Corrida e Caminhada Vital Contra o AVC
Este ano, a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular elegeu a atividade física como tema central das atividades de...

“Além dos já conhecidos efeitos sobre o corpo, como a redução da massa gorda, melhoria cardiorrespiratória e controlo de tensão arterial, o exercício físico promove a libertação de substâncias químicas cerebrais que aportam uma sensação de bem-estar e felicidade” destaca a Dr.ª Carla Ferreira, coordenadora da Unidade de Acidente Vascular Cerebral (AVC) do Hospital de Braga e membro da comissão organizadora. No que toca à prevenção do Acidente Vascular Cerebral (AVC), primeira causa de mortalidade e incapacidade no nosso país, a prática regular de atividade física é uma das medidas preventivas a adotar, a par com escolhas alimentares saudáveis, controlo do peso corporal e dos valores de pressão arterial, entre outras medidas.

Desta 4.ª edição, cujo mote volta a ser “Seja mais rápido que um AVC”, espera-se “um sucesso, com participação de atletas, público em geral e pessoas que tenham sofrido um AVC, sensibilizando para esta patologia e para a importância não apenas de a prevenir, mas de detetar os principais sinais de alarme”, comenta a neurologista. Face ao aparecimento de um dos sinais de alerta, os chamados 3 F’s (falta de força num braço, dificuldade na fala e desvio da face), deve ser acionado de imediato o número de emergência através da chamada para o 112. Responder rapidamente aos sinais de alerta pode fazer a diferença entre a recuperação e a incapacidade, pois o sucesso do tratamento de fase aguda depende do tempo entre o início dos sintomas e a chegada do doente ao hospital.

No próximo dia 29, para além da corrida de 9km e da caminhada de 3km, haverá uma sessão de rastreio de fatores de risco vascular. Todas as pessoas estão convidadas a participar na caminhada, sendo que as inscrições na corrida estão limitadas a maiores de 18 anos.

A atividade é coorganizada pelo Hospital de Braga, o Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM), a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) e a Câmara Municipal de Braga.

500 000 portugueses afetados
No dia 20 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Osteoporose e a Sociedade Portuguesa de Reumatologia relembra: A osteoporose...

Para o Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Dr. José Canas da Silva, “é importante alertar para o facto de a Osteoporose ser uma doença esquecida, apesar de continuarem a morrer muitas pessoas com fraturas associadas à mesma.”

A osteoporose é uma doença do esqueleto, causada pela diminuição da densidade óssea e alterações da qualidade do tecido ósseo, o que leva a uma maior fragilidade do esqueleto e, consequentemente, a um maior risco de fratura. Estas fraturas podem ocorrer após um pequeno traumatismo, que o doente pode sofrer sem que tenha consciência, por exemplo, a estender roupa molhada muito pesada ou a pegar nos sacos das compras. De forma geral, as fraturas que mais ocorrem são as vertebrais, da anca e do punho, embora possam acontecer em qualquer osso do corpo.

Os principais fatores de risco modificáveis para esta doença são o tabagismo, consumo excessivo de álcool, baixo índice de massa corporal, tratamento com corticoides, e doenças inflamatórias crónicas como a artrite reumatóide.

Assim, os principais cuidados a ter para prevenir o aparecimento da osteoporose passam por fazer uma dieta equilibrada (rica em cálcio e proteína), praticar exercício regularmente (sempre adaptado ao grau de gravidade da doença) e expor-se ao sol nas horas recomendadas, para haver produção de vitamina D por parte do organismo.

O tratamento da osteoporose passa por adotar medidas que previnam as fraturas e, simultaneamente, fazer terapêutica farmacológica.

Unicef
Cerca de 15 mil crianças com menos de cinco anos morreram em 2016 em todo o mundo, e 46% destas morreram nos primeiros 28 dias...

Apesar de se ter registado uma descida da mortalidade nos primeiros cinco anos de vida, de 9,9 milhões de mortes em 2000 para 5,6 milhões em 2016, a proporção de recém-nascidos entre os falecidos aumentou de 41% para 46% neste período.

“Desde o ano 2000 salvou-se a vida de 50 milhões de crianças com menos de cinco anos, um testemunho do sério compromisso em lidar com as mortes infantis que podem ser evitadas”, indicou em comunicado o chefe de saúde da Unicef, Stefan Swartling Peterson.

“No entanto, a menos que façamos mais para evitar que bebés morram no dia do seu nascimento, este progresso permanecerá incompleto. Temos o conhecimento e a tecnologia necessária, apenas precisamos que chegue aos que mais precisam”, acrescentou.

O relatório prevê que, se se manterem estas tendências, 60 milhões de crianças com menos de cinco anos vão morrer entre 2017 e 2030.

O estudo foi elaborado pelo Grupo Interinstitucional para a Estimativa da Mortalidade Infantil das Nações Unidas, que inclui a Unicef, a Organização Mundial de Saúde e o Banco Mundial.

“Apesar do progresso, ainda existem amplas disparidades na sobrevivência infantil entre regiões e países. No entanto, muitas das mortes nestas idades podem evitar-se com intervenções rentáveis, antes, durante e depois do nascimento”, disse o subsecretário para os Assuntos Económicos e Sociais da ONU, Liu Zhenmin.

As disparidades entre países ficaram refletidas na concentração de mortes de recém-nascidos, com 39% na região do sudeste asiático, das quais 24% na Índia e 10% no Paquistão.

A África subsariana, por seu lado, representou 38% das mortes de recém-nascidos no mundo, das quais 9% ocorreram na Nigéria. Nesta região, estimou-se que morreu um recém-nascido em cada 36, enquanto nos países mais ricos morre um em cada 333.

Entre os menores de cinco anos as principais causas de morte foram a pneumonia e a diarreia, responsáveis por 16 %e 8% das mortes, respetivamente.

Perante este cenário, o relatório indica que as soluções passam por melhorar o acesso a profissionais de saúde durante a gravidez e o nascimento, por intervenções em matéria de imunização, aleitamento, medicina de baixo custo, além de aumento o acesso a água e instalações de saúde.

Cirurgia Estética
O peeling químico é uma técnica ancestral bem conhecida para tratar diversas alterações ou imperfeiç

Atrasar o envelhecimento, manter a jovialidade e um aspeto saudável são os principais motivos que levam muitas mulheres (e também muitos homens!) a recorrer a tratamentos de estética para corrigir imperfeições.

O facto de não necessitarem de um bloco operatório para que possam ser realizados e não deixarem marcas, faz com que os tratamentos não invasivos associados à medicina estética sejam cada vez mais procurados.

No entanto, a especialista em Cirurgia Estética e Reconstrutiva, Ana Silva Guerra, alerta para a necessidade de escolher profissionais reconhecidos e com larga experiência na área, a fim de evitar complicações. “Muitas vezes erroneamente associadados à ausência de risco, estes procedimentos comportam riscos como qualquer técnica ou intervenção e por isso a importância de serem realizados por profissionais qualificados e certificados para o efeito”, afirma.

Os peeling químicos, que consistem na aplicação de substâncias químicas sobre a pele que induzem uma renovação celular, são um dos tratamentos indicados para tratar diversas alterações da pele. “Fotoenvelhecimento, manchas pigmentadas, cicatrizes de acne, flacidez cutânea, estrias, poros dilatados, rugas finas”, enumera a especialista.

Para além de estimularem o crescimento de uma nova pele, os peelings melhoram a textura e a aparência do rosto.  No entanto, “os resultados variam com o tipo de peeling. Peelings profundos e médios podem ter uma longevidade de anos enquanto o peeling superficial deve ser renovado várias vezes ao ano”, esclarece Ana Silva Guerra.

Do mesmo modo, o  tempo de recuperação depende da profundidade de ação do tratamento. “Mas há sempre um tempo de recuperação, quanto mais não seja porque a pele fica mais sensível depois da ação química”, afiança.

O que deve saber sobre os peelings

A pele cai sempre depois de um peeling?

Nem sempre, e se assim for não significa que os componentes químicos do peeling não tenham atuado.

O peeling pode causar queimaduras no rosto?

Pode. Uma má preparação da pele a tratar, a escolha incorreta do produto aplicado (tipo de formulação química, concentração) e uma má técnica podem causar problemas graves. É fundamental que estes tratamentos sejam realizados por profissionais certificados e experientes. Só assim as condições de segurança ficam garantidas.

Os peelings só servem para rejuvenescer o rosto?

Os peelings são uma arma terapêutica importante no rejuvenescimento facial, porém podem ser uma ferramenta terapêutica quando há hiperpigmentações cutâneas e cicatrizes.

Não posso apanhar sol depois de fazer um peeling?

Não. É fundamental a evicção solar nos primeiros 15 dias depois de um peeling, assegurando sempre a colocação de protetor solar fator 50 quando ocorrer a exposição solar.

Os peelings só são indicados para quem tem uma pele mal tratada?

Os peelings têm uma ação preventiva muito eficaz no processo de envelhecimento e quando devidamente aplicados, por profissionais certificados e experientes são ótimos aliados da saúde da pele.

Os peelings são permanentes?

Não. Nunca deverão ser agressivos ao ponto de causar resultados permanentes.

Qualquer um pode fazer um peeling?

Atualmente existem formulações muito seguras e por isso podemos dizer que sim, qualquer um pode fazer um peeling.

Basta uma sessão de peeling para alcançar resultados?

Uma sessão já permite que se vejam alguns resultados mas é o trabalho cumulativo, ao longo de algumas sessões que nos traz o resultado pretentido. Como já foi dito, estes tratamentos são temporários e não queremos uma agressividade tal que deixe marcas permanentes por isso, é mais seguro e correto uma abordagem gradual e controloda.

O peeling deixa cicatrizes?

Se for realizado por profissionais certificados e experientes não.

Limpeza de pele e peeling são a mesma coisa?

São incomparáveis.

                                                                                     

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório revela
A Beira Baixa é uma das regiões mais envelhecidas dos países da OCDE, segundo um relatório que retrata Portugal como um dos...

O relatório “Prevenir o Envelhecimento de Forma Desigual”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), revela que a população está a envelhecer de forma cada vez mais acelerada e que as gerações mais jovens irão viver situações de maior desigualdade na velhice.

Portugal não é exceção e surge como uma das regiões com mais idosos mas também um dos cinco países onde a população está a envelhecer mais rapidamente, ao lado da Coreia do Sul, Grécia, Itália e Espanha, revela o estudo onde o Japão é apontado como o mais envelhecido.

“As regiões da OCDE com maior percentagem de idosos, que excede as médias nacionais, são a Evrytania, na Grécia (33%), Akita, no Japão (32%), Halliburton, no Canada (31%), Orense, em Espanha (39%), Beira Baixa, em Portugal (29%), e Savona, em Italia (28%)”, lê-se no documento hoje divulgado.

Os futuros idosos vão viver mais tempo mas estarão em situações mais diversas: haverá quem tenha estado desempregado em algum momento da sua vida e vivido com salários baixos, enquanto outros terão desfrutado de rendas mais altas e empregos mais estáveis.

O relatório analisou também as pensões e descobriu que em um terço dos países da OCDE mais de 85% das desigualdades salariais acabam por se refletir nas pensões. Portugal surge neste grupo ao lado de países como a Turquia, Finlândia, Itália, Espanha, França ou Alemanha.

Além de rendimentos díspares, os relatores falam também em desigualdades na educação, saúde e emprego que começam a aumentar a partir de idades precoces: “Um homem de 25 anos com formação universitária pode esperar viver quase mais oito anos do que alguém com a mesma idade mas com menos formação académica”.

Portugal volta a surgir no capítulo sobre saúde para ser apresentado como um dos cinco países que em 2014 apresentava maiores disparidades regionais de camas hospitalares, juntamente com o Canada, Polónia, Turquia e os EUA.

“A região do Alentejo tem muito poucas camas e médicos - respetivamente, nove e dez por cada mil idosos”, lê-se no documento que aponta como medida positiva os programas educacionais para os adultos que foram lançados nos últimos anos.

'Waves of Drawings'
Um grupo de estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto criou uma plataforma online que agrega desenhos da...

Os desenhos ilustram a visita do papa Francisco a Fátima por ocasião do centenário das aparições, no passado dia 13 de maio.

"De fácil navegação e bastante intuitivo", o ‘site’ está preparado para ser apresentado em cinco diferentes línguas (português, inglês, francês, italiano e espanhol) e possibilita a consulta dos desenhos através da navegação do mapa de Portugal dividido em distritos, explica a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em comunicado.

O projeto, denominado 'Waves of Drawings', foi desenvolvido por sete estudantes da FEUP, cinco do Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação e dois do Mestrado em Multimédia, que realizaram todo o trabalho em regime extra curricular. O grafismo da plataforma ficou a cargo da ‘designer’ Emília Dias da Costa.

A FEUP esclarece que “o pontapé de saída do 'Waves of Drawings', projeto nacional agregador de todas as pediatrias do Serviço Nacional de Saúde (SNS), foi dado pelo Centro Hospitalar de São João”, do Porto, que coordena.

“Após ter organizado, em 2015, uma exposição de desenhos de 28 serviços de pediatria dos estados-membros da União Europeia (UE), decidiu organizar uma outra, desta vez com desenhos de todas as pediatrias do SNS, apresentada no passado mês de setembro, à presidente do Hospital ‘Bambino Gesù’, Mariella Enoc, em Roma”, refere.

O Bambino Gesú, também conhecido como o ‘Hospital do Papa’, é um hospital pediátrico tutelado administrativamente pela Secretaria do Estado do Vaticano e é considerado “um ponto de referência no tratamento de crianças não só de Roma como de toda a Itália”.

Em Berlim
O reitor da Universidade de Coimbra e o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra...

Em comunicado, a Universidade de Coimbra (UC) adianta que o reitor João Gabriel Silva e o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Regateiro, tomaram posse dos respetivos cargos na terça-feira, em Berlim, na Alemanha.

"O posicionamento da UC como universidade global fica mais sólido, sendo um grande reforço da necessidade de usarmos sempre patamares de qualidade global", destacou o reitor.

Por seu lado, Fernando Regateiro salientou "o reforço da projeção internacional do CHUC, a par do reconhecimento do elevado nível dos seus profissionais e dos cuidados de saúde que prestam".

Portugal, representado pelo consórcio CHUC e UC, foi admitido a 11 de outubro de 2015 na Aliança M8, considerado o G8 da Saúde, cuja rede é a base académica de excelência e na qual está assente a organização da Cimeira Mundial de Saúde, fórum anual para o diálogo sobre os cuidados de saúde.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global, promovendo a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

A conferência intercalar da Cimeira Mundial de Saúde de 2018 vai realizar-se em Coimbra, a 19 e 20 de abril, dedicada ao tema da "Medicina de Fronteira".

De acordo com o consórcio português CHUC/UC, são esperados na conferência intercalar de abril de 2018 cerca de 700 especialistas provenientes de todo o mundo, da Europa à Ásia, passando pela África, Médio Oriente, América do Norte, Central e do Sul, que se vão reunir no Convento São Francisco.

Os tópicos principais em análise serão as abordagens das doenças infecciosas nos países em desenvolvimento; as políticas globais de saúde que melhor respondem às necessidades desses países; os desafios e as oportunidades associadas à translação da inovação para os cuidados de saúde; e ainda, num mundo em mudança, o melhor modo de fazer educação médica e biomédica.

Parlamento
O parlamento vai debater na quinta-feira projetos de lei para a criação de uma Ordem dos Técnicos de Saúde e de uma Ordem dos...

O PS e o CDS apresentaram projetos de lei que visam a criação de uma Ordem dos Fisioterapeutas, que teria como missão o “controlo do exercício e acesso à profissão de fisioterapeuta”, a elaboração de normas técnicas e deontológicas e o exercício do poder disciplinar sobre os seus membros.

A criação de uma Ordem dos Fisioterapeutas tinha sido já apresentada pelo CDS em anteriores legislaturas e o partido considera que “é altura de retomar a iniciativa”. Atualmente existem em Portugal cerca de 10 mil fisioterapeutas.

Quanto à criação de uma Ordem dos Técnicos de Saúde, o projeto de lei do PS considera que o “exercício liberal ou não assalariado destas profissões das tecnologias da saúde” e a sua crescente complexidade “tornam imperiosa a necessidade de se dispor de uma efetiva regulação profissional”.

Para o PS, é necessário que os profissionais das tecnologias da saúde “detenham as competências específicas para o efeito e que estejam sujeitos a regras técnicas, de ética e deontológicas no seu exercício profissional como sucede nas demais profissões regulamentadas da saúde”.

Assim, segundo o projeto de lei socialista, a Ordem dos Técnicos de Saúde terá “personalidade jurídica e gozará de autonomia científica, disciplinar, administrativa, financeira e regulamentar”.

Deve competir a esta Ordem criar códigos deontológicos e normas técnicas específicas a quem exerça uma das profissões representadas.

A Ordem deve agregar os licenciados nas áreas das tecnologias da saúde, uma opção que “se afasta de uma indesejável diversidade de estruturas representativas das profissões”, que no limite levaria à criação de tantas ordens quantas as profissões que representa.

O PS considera assim que não era possível criar ordens para cada uma das profissões das tecnologias de saúde, optando por agregar todas numa só Ordem.

Em Portugal existem atualmente 16 ordens profissionais, segundo informação disponível no site do Conselho Nacional das Ordens Profissionais.

Na área da saúde existem oito ordens: a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Enfermeiros, a Ordem dos Médicos Dentistas, a Ordem dos Veterinários, a Ordem dos Farmacêuticos, a Ordem dos Biólogos, a Ordem dos Nutricionistas e a Ordem dos Psicólogos.

No Porto
Investigadores do Porto estão a utilizar as propriedades bioativas dos pigmentos que conferem a cor vermelha ao vinho do Porto...

As antocianinas, que são consideradas bons antioxidantes, estão associadas à prevenção de doenças e ao combate ao envelhecimento precoce, disse o investigador Nuno Mateus, do Laboratório Associado REQUIMTE, sediado no Departamento de Química e Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

Segundo o investigador, estas atuam na captação de radicais livres, em propriedades antimicrobianas e em atividades de cicatrização e quimio-preventivas, no entanto, a sua estabilidade é "muito afetada por fatores como o pH, a luz e a temperatura".

Devido a isso, para além das antocianinas nas suas formas nativas (com cor vermelha), os investigadores vão utilizar alguns dos seus derivados, que sejam mais estáveis mas que mantenham a bioatividade e exibam cores atrativas (como o laranja e o azul), para incorporar os produtos para de prevenção e cuidados de pele.

Para testar os compostos desenvolvidos, a equipa utiliza um sistema elétrico não-invasivo que permite quantificar a adesão celular, a proliferação, a mobilidade e a resposta celular a um estímulo externo, denominado ECIS (Electric Cell-substrate Impedance Sensing).

Este método possibilita igualmente induzir danos (como por exemplo uma ferida num modelo de pele), registar o processo de cicatrização e monitorizar de forma contínua mono-camadas de células, que desempenham um papel essencial na regulação do livre movimento de moléculas entre os diferentes tecidos.

"Em várias doenças, assim como nos estados inflamatórios, estas barreiras ficam comprometidas, e desta forma, a monitorização da permeabilidade de células tratadas com compostos naturais é de elevado interesse", disse o investigador.

De acordo com Nuno Mateus, a utilização de métodos que utilizem modelos de pele ou epiderme humana reconstruídos surge como uma alternativa para o uso de modelos animais.

"Estes são modelos biológicos reprodutivos, acessíveis e similares ao local de aplicação final (pele), permitindo avaliar as matérias-primas e as formulações finais", explicou.

Alguns dos próximos passos do projeto, que está no segundo ano, passam por estudos de proteção do envelhecimento celular da pele na presença dos derivados de antocianinas e os danos UV, o seu efeito no crescimento do microbiota da pele e a otimização das formulações finais e estudos da estabilidade à luz, temperatura e humidade.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), finaliza em março de 2019 e envolve professores, investigadores, bolseiros de pós-doutoramento e alunos de doutoramento.

O grupo de investigação do qual Nuno Mateus faz parte tem-se dedicado durante os últimos 20 anos à recuperação de antocianinas de agro resíduos e ao estudo da química de diferentes classes de compostos presentes em matrizes alimentares, mais concretamente no vinho tinto.

Vacinómetro
Mais de 560 mil portugueses com 65 ou mais anos já se vacinaram contra a gripe desde o início deste mês, mas a taxa de...

Segundo os dados do “Vacinómetro”, que monitoriza a vacinação contra a gripe em grupos prioritários da época gripal, os dados para os grupos avaliados mostram uma taxa de vacinação inferior em relação ao mesmo período do ano passado.

Esta diminuição pode ser “explicada pelas condições ambientais, com temperaturas mais elevadas que têm sido registadas neste outono”, refere o comunicado que divulga os primeiros dados do “Vacinómetro”, que permite monitorizar em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Vacinaram-se desde o dia 1 de outubro 27,7% das pessoas a partir dos 65 anos, 22% das pessoas portadoras de doença crónica e 19% dos profissionais de saúde com contacto direto com doentes.

Entre os que têm idades entre os 60 e os 64 anos vacinaram-se nas primeiras semanas de outubro cerca de 14,5% dos portugueses.

“Destacamos ainda que dentro da população não vacinada, 43,7% tenciona vacinar-se contra a gripe, durante esta época”, refere o comunicado.

Os dados indicam também que, do total do grupo inquirido, foram vacinados, pela primeira vez, 16,9 % das pessoas pertencentes aos grupos prioritários para a vacinação.

De todo o grupo dos vacinados, mais de metade levou a vacina por recomendação do médico. Um quarto fê-lo por iniciativa própria e os restantes ou por iniciativas em contexto laboral, ou por recomendação do farmacêutico ou porque sabem fazer parte de um grupo de risco.

A vacina contra a gripe é “fortemente recomendada” para grupos como pessoas com idades acima dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos a partir dos seis meses, grávidas e profissionais de saúde ou prestadores de cuidados em lares de idoso. Recomenda-se também a pessoas com idade entre os 60 e os 64 anos.

O “Vacinómetro” é promovido pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia, pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio de um laboratório farmacêutico.

OCDE
O “envelhecimento desigual” diminuiu na atual geração, que tem rendimentos mais elevados e corre menores riscos de pobreza que...

Num relatório hoje divulgado, sob o título “Para Impedir o Envelhecimento Desigual”, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) explica que a tendência para o agravamento das condições de desigualdade na velhice das gerações mais novas se prende com uma maior esperança de vida, a par de condições mais precárias oferecidas pelo mercado de trabalho e do aumento da desigualdade na distribuição de rendimentos e nos orçamentos familiares.

“Envelhecer de forma desigual é prejudicial para o futuro crescimento económico, sobretudo quando a desigualdade de oportunidades desemboca em privilégio ou exclusão, minando a mobilidade social intergeracional e pondo em causa a coesão social”, lê-se no documento, a que a agência Lusa teve acesso.

De acordo com os relatores, novos dados sobre a mortalidade na velhice mostram que as condições socioeconómicas têm maior impacto na desigualdade da longevidade do que antes se verificava.

E também que os problemas relacionados com a desigualdade na velhice são mais agudos em economias emergentes, sendo que muitas delas enfrentam um rápido envelhecimento da população numa fase relativamente embrionária do desenvolvimento, têm maiores desigualdades em matéria de saúde que os países da OCDE e um sistema de proteção social menos eficiente.

Quanto à crescente desigualdade de rendimentos de uma geração para outra, o relatório indica que apesar de, neste momento, na maioria dos países, o rendimento médio das pessoas ser ainda mais elevado do que o das anteriores quando tinham a mesma idade, essa situação já não se verifica para os nascidos de 1960 em diante, quando comparado com o rendimento das gerações nascidas uma década antes.

“A desigualdade de rendimento na mesma idade tem estado a acentuar-se de uma geração para outra em dois terços dos países, em particular entre os grupos mais jovens, para quem a desigualdade é agora muito mais elevada que para os mais velhos”, sublinham os relatores.

As desvantagens no acesso à saúde, à educação, ao trabalho e a um salário produzem um efeito de dominó e refletem-se no curso da vida das pessoas: em todas as idades, homens e mulheres com problemas de saúde trabalham menos e ganham menos quando trabalham, sendo que, na totalidade da vida laboral, a falta de saúde reduz os rendimentos obtidos em 33% por homens com pouca instrução e em 17% naqueles com instrução superior, ao passo que os efeitos nos rendimentos das mulheres não são tão significativos.

O documento conclui também que as pessoas com baixos níveis de instrução habitualmente se reformam quando atingem a idade de reforma, enquanto as que têm mais instrução tendem a trabalhar para além desse limite etário.

A falta de saúde é um dos fatores que levam os trabalhadores mais velhos a pedir a reforma antecipada, mas, no entanto, a saúde só até certo ponto explica a acentuada queda da taxa de emprego a partir dos 55 anos, o que aponta para a importância de outros fatores, tais como o modo como funciona a formação profissional, o funcionamento dos mercados de trabalho e os sistemas de cálculo das pensões.

Segundo este relatório, a desigualdade de rendimento na velhice e a transposição dessa desigualdade para as pensões varia muito entre países.

Em média, cerca de dois terços da desigualdade nos rendimentos obtidos durante a vida laboral são transpostos para a desigualdade nas pensões – de menos de 25% em muitos países anglo-saxónicos até mais de 85% em cerca de um terço dos países da OCDE.

As pessoas com salários e, depois, pensões menores tendem a ter uma esperança de vida menor do que aquelas que têm rendimentos mais elevados, e isso reduz ainda mais 13% o total das pensões que auferem.

Os autores deste estudo concluíram ainda que a dependência na velhice é sentida de forma mais aguda pelos grupos socioeconómicos mais baixos e que, apesar de ter diminuído o fosso do emprego entre homens e mulheres, persistem “grandes desigualdades entre géneros”, com o pagamento anual de pensões para pessoas com mais de 65 anos a ser, em média, cerca de 27% mais baixo para as mulheres e a pobreza na velhice a atingi-las muito mais que aos homens.

Opinião
A passagem da idade fértil para a menopausa, algo perfeitamente natural, fisiológico, e que deverá a

A mulher atual, e felizmente mercê da evolução dos cuidados de saúde, tem uma esperança de vida que leva a que mais de 1/3 da vida seja passado em pós-menopausa.

Mas tão ou ainda mais importante é dar qualidade de vida. Dar mais vida aos anos e não apenas mais anos à vida.

A passagem da idade fértil para a menopausa, algo perfeitamente natural, fisiológico, e que deverá acontecer entre os 45 e os 55 anos está muitas vezes, em mais de 70% das mulheres, acompanhado de sintomas que chegam a ser incapacitantes para o desempenho das tarefas quotidianas. E tudo isto acontece numa altura da vida em que aquela mulher está no auge da carreira, pode também coincidir com a saida dos filhos de casa, o sindrome do ninho vazio.

Num curto prazo a redução ou mesmo ausência da produção de estrogénios está associado a sintomas vasomotores, os famigerados calores - afrontamentos, alterações cognitivas e do humor. Ainda com o passar dos anos as complicações cardiovasculares, osteoporose, manifestações genitourinárias e diminuição das funções cognitivsa, como é exemplo a alteração da memória.

Ainda que possa ser encarado como algo natural, também é  verdade que existem terapêuticas que podem reverter todo o processo e que com a devida individualização quer na dose, quer na via de admnistração, poderemos voltar a dar aquela mulher a alegria de vida que tinha e que perdeu.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde oral
Cerca de 3 em cada 4 pessoas sofrem de alguma forma de “doença das gengivas”.
Boca saudável

As doenças periodontais dividem-se em dois grupos:

Gengivite

Há apenas inflamação da gengiva e é facilmente tratável. São muito frequentes e muitas vezes passam despercebidas porque não provocam dores.

Periodontite

Todos os tecidos periodontais são afetados e há destruição irreversível do osso e do ligamento que suportam os dentes. Com o tratamento o processo destrutivo é detido. Se não se efetuar o tratamento, os dentes vão perdendo o seu suporte, podem abanar e até cair.

Em geral, as periodontites, não provocam quaisquer dores, mesmo em casos avançados: são doenças muito “silenciosas”.

As Periodontites (antigamente conhecidas por “piorreia”) são a principal causa de perda de dentes nos adultos.

Quais as causas?

As gengivites e as periodontites são infeções. São provocadas por bactérias da placa bacteriana (que é a massa esbranquiçada que se vai acumulando sobre os dentes ao longo do dia). Se esta placa não for removida com a escovagem (2 vezes por dia no mínimo), acumula-se e calcifica, formando o tártaro. O tártaro como é rugoso e está colado aos dentes leva a que mais placa bacteriana se forme e dificulta a limpeza. Neste ponto, quando temos tártaro e a escovagem já não consegue fazer uma limpeza eficaz, é necessário fazer uma destartarização ou uma limpeza mais profunda.

Só algumas das bactérias da placa bacteriana é que provocam as doenças periodontais: as que se acumulam no sulco que existe entre a gengiva e o dente.

Quem é afetado?

Gengivite

Toda a população está em risco de desenvolver Gengivite, caso, ao lavar os dentes, não remova eficazmente a placa bacteriana do sulco existente entre a gengiva e o dente. Fatores que podem agravar as gengivites:

  • Gravidez, puberdade e contracetivos;
  • Alguns medicamentos;
  • Próteses ou restaurações mal desenhadas que dificultam a higiene oral.

Periodontite

Nem todos os indivíduos com má higiene oral e Gengivite desenvolvem Periodontite.

O que determina a destruição dos tecidos de suporte dos dentes é uma característica das defesas da gengiva de cada indivíduo, chamada “suscetibilidade” ou tendência para a infeção do periodonto, que herdamos da nossa família.

Para além disso, há situações em que a suscetibilidade à periodontite está aumentada:

  • Tabagismo;
  • Stress emocional;
  • Diabetes e outras doenças que levam à diminuição das defesas.

Existem riscos para a saúde geral?

Atualmente sabe-se que a Periodontite pode colocar-nos numa situação de risco acrescido para certas doenças sistémicas, na medida em que são infeções de longa duração. As doenças em que esta associação está mais comprovada são:

  • Diabetes;
  • Doenças Cardiovasculares.

Quais os sinais de alarme?

Muitas vezes esta doença passa despercebida porque não provoca dor.

É necessário estar atento a:

  • Gengivas que sagram espontaneamente;
  • Gengivas que sagram à escovagem (o que muitas vezes não notamos pois tendemos a evitá-lo, como defesa, o que só agrava o problema);
  • Gengivas vermelhas e aumentadas de volume (“inchadas”);
  • Gengivas “deslocadas” dos dentes;
  • Dentes “descarnados” (raízes expostas);
  • Dentes que mudaram de posição ou que ficaram inclinados.

Como se desenvolvem as doenças Periodontais?

A gengiva saudável é fina, firme e não sangra (nem com a escovagem).

Ainda que não tenhamos consciência disso, existe um sulco com cerca de 2 mm entre a gengiva e o dente (sulco gengival). Nas radiografias é visível o osso suportando toda a raiz.

Gengivite

Por desconhecermos a existência do sulco gengival, facilmente deixamos acumular aí placa bacteriana: a gengivite surgirá por esse motivo. A gengiva inflama para se defender desta infeção, fica avermelhada e sangra com facilidade. Esta hemorragia pode ser detetada pelo doente ao escovar as gengivas ou pelo dentista.

Como apenas a gengiva esta afetada, nas radiografias o osso vê-se intacto.

Periodontite

Nos indivíduos com “suscetibilidade”, se a Gengivite não for tratada, evolui para Periodontite. Na Periodontite, os tecidos que suportam o dente (osso e ligamento que une a raiz a este) são destruídos ao “fugir” da placa bacteriana e os dentes ficam com mobilidade. O sulco gengival transforma-se em bolsa periodontal, com placa bacteriana, pus e tártaro sobre as raízes. Nas radiografias é visível a destruição óssea. 

Será possível evitar o aparecimento das doenças Periodontais?

Sim. Limpando com eficácia a placa bacteriana que se acumula entre os dentes e as gengivas.

Como?

Escovando os dentes pelo menos 2 vezes por dia e utilizando um dentífrico com flúor.

  • É importante que coloque a escova de forma a que os filamentos entrem no sulco gengival.
  • Escove todas as superfícies, pelo lado de fora (dos lábios e bochechas) e pelo lado de dentro (da língua e palato ou céu da boca), em pequenos movimentos de vai-vém.

É necessário também limpar os espaços entre os dentes. A limpeza interdentária deve ser efetuada 1 vez por dia, com fio / fita dentária ou, se os espaços forem largos, com escovilhões interdentários.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Venezuela
A escassez de medicamentos básicos destinados a tratamentos de doenças como a hipertensão, diabetes, diarreia e infeções...

Os dados foram divulgados pela Convite AC, uma Organização Não Governamental (ONG) que monitoriza o sistema de saúde venezuelano e promove os direitos sociais para todas as pessoas.

Segundo a Convite, a média de escassez de medicamentos para a diabetes é de 91,7%, com a cidade de Maracaibo a registou o maior falta (96,1%), seguida por Nueva Esparta (91,7%), a Área Metropolitana de Caracas (91,1%), Barquisimeto (87,7%) e Mérida (78,2%).

Por outro lado, a média de escassez de medicamentos para a hipertensão é de 94%, tendo sido registada a maior ausência em Caracas e Maracaibo, ambas cidades com 97,5% cada, seguindo-se Nueva Esparta (88,9%), Barquisimeto (85,8%) e Mérida com 73,1%.

Com uma média 96,8% de escassez de medicamentos para tratar da diarreia, a cidade de Caracas e Maracaibo registam as maiores faltas (99% cada), seguidas por Nueva Esparta (95,8%), Barquisimeto (92,1%) e Mérida (76,9%).

Segundo a Convite, há ainda 95,3% de escassez de medicamentos para tratar as infeções respiratórias agudas, uma situação que afeta principalmente Mérida (97,1%), seguindo-se Nueva Esparta (96,4%), Caracas e Maracaibo (95,8% cada) e Barquisimeto (92,1%).

"Em geral, os dados conseguidos pelas investigações são similares aos índices de escassez global de medicamentos, que têm sido feito públicos por agrupações não governamentais e câmaras farmacêuticas", explica.

Na Venezuela é cada vez mais frequente as queixas da população sobre dificuldades para conseguir medicamentos, no mercado local, tanto para tratamentos especializados como para básicos.

São também cada vez mais frequentes as queixas de altos preços dos produtos, por exemplo para a diabetes, para os quais é necessário 40% do salário mínimo nacional, para 15 dias de tratamento, por exemplo com Metformina.

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