Estudo conclui
Um grupo de investigadores norte-americanos concluiu que o consumo de framboesas promove a fertilidade nos homens e nas...

A responsabilidade é do alto nível de antioxidantes presentes neste fruto, que protegem o esperma de stress oxidativo.

Para além do controlo do peso, as framboesas revelam, assim, novos benefícios para a saúde. As conclusões são de um estudo levado a cabo pelo Departamento de Energia do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley que diz que, a chave está nos altos níveis de vitamina C - um nutriente fulcral na fertilidade masculina -e de magnésio - que contribui para a produção de testosterona - deste fruto vermelho.

Segundo a investigação, os homens com mais de 44 anos que ingeriram uma maior quantidade de Vitamina C revelaram menos 20% de problemas a nível do ADN do esperma, do que aqueles que não ingeriram esse tipo de alimentos.

"As framboesas são fonte de nutrientes essenciais para promover a fertilidade tanto nos homens como nas mulheres", diz a nutricionista Juliet Wilson.

Ácido fólico promove fertilidade feminina

A especialista acrescenta que o mesmo tipo de nutrientes pode ser encontrado em alimentos como brócolos e batatas: "as framboesas ainda não são devidamente reconhecidas pelos benefícios que apresentam para a saúde. Além de muitas outras coisas, é um “snack” perfeito para os casais que quiserem ter filhos".

"Juntamente com o seu alto teor de vitamina C - uma única porção de framboesas fornece a mesma quantidade que 173 uvas - são uma excelente fonte de ácido fólico, que é essencial para as fases mais importantes da fertilidade feminina e para desenvolvimento inicial do embrião", explica Juliet Wilson.

Segundo a nutricionista, as framboesas são ainda um excelente controlador de peso, devido ao baixo teor de açúcar, lenta absorção do organismo e alto teor de fibras, que ajudam a diminuir a fome.

Saiba quais são
A diminuição do número de doenças profissionais e/ou acidentes de trabalho está intimamente ligado a
Vários trabalhadores ilustram factores de risco das doenças profissionais

As estatísticas de acidentes de trabalho e de doenças profissionais constituem-se como as únicas fontes de informação anual, disponíveis para efeitos de avaliação das condições de saúde e segurança no trabalho. Por isso, o estudo dos factores de risco laborais é essencial para que se compreenda a problemática dos acidentes e doenças profissionais e a forma como estes afectam a performance das organizações e da sociedade em geral.

Assim, as organizações devem dotar-se dos recursos necessários para combater e diminuir os acidentes de trabalho e doenças profissionais, nomeadamente através de processos de avaliação e prevenção dos riscos, bem como do desenvolvimento e adopção de políticas que fortaleçam e incrementem uma cultura de saúde e segurança organizacional.

Nos locais de trabalho, os riscos profissionais são inerentes ao ambiente ou ao processo operacional das diferentes actividades. Estes reflectem as condições inseguras do trabalho, capazes de afectar a saúde, a segurança e o bem-estar do trabalhador.

As condições inseguras relativas ao processo operacional - por exemplo, pisos molhados ou escorregadios, degradação do equipamento, utilização de material/equipamento frágil, etc. - são designadas por riscos de operação. Já as condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho - por exemplo: presença de substância/preparação perigosa/restrita, presença de ambiente térmico inadequado, presença de ruído, etc. - são chamadas riscos de ambiente.

Por outro lado, os agentes agressivos do ambiente que podem afectar a saúde dos trabalhadores são de quatro tipos: químicos - poeiras, fibras, fumos, neblinas, aerossóis, gases e vapores -; físicos - ruído, vibrações, ambiente térmico, radiações ionizantes e não ionizantes, pressões anormais -; biológicos - vírus, bactérias, fungos, etc. - e ergonómicos - relacionados com factores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das actividades profissionais.

Principais factores de risco

Os principais factores de risco, aos quais os trabalhadores se encontram expostos no desenrolar da sua actividade de trabalho, são os seguintes:
- Riscos associados a agentes físicos;
- Riscos associados a agentes químicos;
- Riscos associados a agentes biológicos;
- Riscos associados ao posto e local de trabalho;
- Riscos associados a equipamentos;
- Riscos associados à movimentação de cargas;
- Riscos específicos (eléctricos, incêndio e explosão);
- Riscos ergonómicos;
- Riscos organizacionais;
- Riscos associados ao tempo de trabalho;
- Riscos psicossociais;
- Riscos pessoais ou individuais.

Intimamente relacionados com estes factores de risco, mas dotados de grande especificidade, estão os factores de risco associados ao tempo de trabalho, como seja, o número de horas de trabalho, o trabalho por turnos, o trabalho nocturno, o trabalho ao fim-de-semana e padrões de tempo de trabalho irregulares.

As maiores dificuldades no estudo dos factores de risco profissionais têm lugar quando deparados com os factores de risco psicossociais, pela impossibilidade de estabelecer um nexo causal entre as condições de trabalho e a manifestação de patologias psicossomáticas, devido à interferência de múltiplas variáveis entre as quais os factores pessoais ou individuais.

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Dicionário de A a Z
As análises clínicas são um dos mais importantes meios utilizados para fazer um correcto diagnóstico
Análises

As análises clínicas consistem no estudo de material biológico de pacientes, aos quais se pretende diagnosticar uma doença.

São vários os materiais biológicos que se recolhem para efectuarem análises. A pedido de um médico, as análises podem ser feitas ao sangue, à urina, às fezes, à saliva, etc.

Cada um destes materiais biológicos são importantes de modo único, pois podem fornecer informação específica sobre a causa suspeita de uma doença

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Como funciona
A produção de vacinas exige um enorme conhecimento técnico e um controlo de qualidade sem paralelo.
Fabrico vacinas

As vacinas têm um processo de produção complexo, combinando métodos de fabrico biológicos e farmacêuticos, sendo por isso designados de produtos biofarmacêuticos. Os lotes produzidos são de grande dimensão e contêm geralmente mais de 100 mil doses, sendo que são diversos os procedimentos de controlo que garantem que cada lote apresente um padrão de qualidade elevado e homogéneo.

Há duas fases principais na produção das vacinas:

A fase biológica,

que envolve a preparação dos antigénios. Nesta fase identificam-se e fazem-se culturas dos microrganismos (bactérias ou vírus), que são posteriormente purificados e atenuados ou inactivados (mortos).

A fase farmacêutica,

que consiste na obtenção final do produto pronto a usar. Nesta fase adicionam-se outros componentes para obter uma formulação final com características ideais para o enchimento e embalagem, com vista à posterior administração.

Ciclos de produção longos

Dependendo da vacina em questão, são necessários seis a 22 meses para produzir um único lote. Os ciclos de produção são muito mais longos do que os dos outros medicamentos. Por exemplo, são necessários nove a 10 meses para fabricar a vacina contra o tétano e 11 meses para a vacina contra a difteria.

Combinar diferentes antigénios para proteger de várias doenças complica um pouco mais a produção. As vacinas combinadas são, assim, o fruto de muitos anos de pesquisa e desenvolvimento e são o mais recente avanço tecnológico resultante da perícia na produção de vacinas.

Não se trata de uma simples mistura das várias vacinas existentes. Uma vacina pentavalente, por exemplo, previne cinco doenças (difteria, tétano, poliomielite, tosse convulsa e infecções invasivas a Haemophilus influenzae do tipo b e, na realidade, exige a produção de 11 antigénios (um para a difteria, um para o tétano e um para o Haemophilus influenzae do tipo b, três para a poliomielite e cinco para a tosse convulsa).

São realizados testes com diferentes composições para estudar a estabilidade e a compatibilidade dos componentes e dos adjuvantes, de modo a obter-se a formulação final.

O facto dos ciclos de produção serem muito mais longos que na indústria farmacêutica tradicional, é principalmente explicado pela necessidade de rigoroso controlo de qualidade dos produtos biológicos. Ou seja, cerca de 70 por cento do tempo total de fabrico é ocupado pelo controlo de qualidade, uma em cada três pessoas de uma unidade de produção está envolvida no controlo de qualidade, são necessários mais de 50 testes de controlo durante a produção de um lote de vacina e em média, são necessários 14 dias para realizar um controlo de esterilidade. Qualquer alteração detectada durante um controlo exige a realização de mais análises, prolongando a duração do ciclo de produção e, consequentemente, um potencial atraso no fornecimento do produto.

A vacina contra o Haemophilus influenzae do tipo b (Hib) é um bom exemplo. São necessários 21 controlos de qualidade ao longo do processo de fabrico. O tempo total dispensado no fabrico é de 20 dias, sendo necessários 192 dias para os controlos de qualidade.

A partir dos anos 70, as evoluções no campo da biologia molecular e engenharia genética abriram as portas para novas tecnologias de produção de vacinas, as vacinas recombinantes. Neste tipo de vacina o antigénio é produzido por outros microrganismos (por exemplo, leveduras).

A cadeia de frio na produção e distribuição

Respeitar a cadeia de frio significa trabalhar, com algumas excepções, com grandes limitações logísticas.

As vacinas devem ser mantidas a uma temperatura entre os +2ºC e os +8ºC e são distribuídas em embalagens próprias para suportar condições extremas, desde temperaturas muito elevadas a temperaturas negativas.

O correcto acondicionamento das vacinas, desde a sua produção até à administração é fundamental para assegurar a sua estabilidade. Devem, portanto, existir equipamentos adequados que suportem a cadeia de frio em todas as etapas da distribuição: fabricante, distribuidor, armazenista, farmácia (comunitária ou de unidade de saúde) e utente.

Assim, a elevada competência e perícia na produção de vacinas englobam vários aspectos fundamentais e intrínsecos a estes produtos: rigorosos procedimentos de controlo de qualidade, perícia na cultura de bactérias e vírus, matérias-primas de elevada pureza e estabilidade na cadeia de frio.

Os processos de fabrico têm os níveis mais exigentes da indústria farmacêutica tendo de cumprir as Boas Práticas de Fabrico Europeias, bem como os padrões da Food and Drug Administration (FDA), dos EUA.

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Cientistas Portugueses concluem
Investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência descobriram que os rearranjos dos cromossomas, existentes em várias situações...

Os resultados de um estudo do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), liderado por Miguel Godinho Ferreira, referem que "alguns rearranjos cromossómicos são benéficos enquanto outros são prejudiciais" e, quando se altera o ambiente de crescimento, "os rearranjos aparentemente prejudiciais podiam tornar-se benéficos", refere o site Notícias ao Minuto.

"Vimos que basta alterar as posições dos cromossomas de um lado para o outro, sem alterar mais nada, que algumas células começam a dividir-se mais rápido, outras a dividir-se mais lentamente, e, só pela mudança dos cromossomas, algumas têm vantagens e outras desvantagens, [um trabalho que] o que nunca tinha sido feito", disse hoje Miguel Godinho Ferreira.

O cientista referiu que as alterações "podem ser neutras e as pessoas nascem, vivem, têm filhos e morrem sem alguma vez saberem que havia rearranjos nos seus cromossomas", no entanto, há mudanças que têm efeitos, não só no cancro, mas também em outras situações como, por exemplo, na fertilidade.

A investigação, resultado da colaboração dos grupos de biologia de cancro, de Miguel Godinho Ferreira, e de evolução em biologia, coordenado por Isabel Gordo, concluiu que "estas mudanças são totalmente dependentes do ambiente em que estão os cromossomas, ou seja, pode ser que esta arquitectura dos cromossomas seja [negativa] neste ambiente, mas se mudarmos as condições, passa a ser benéfica".

"Podemos agora inferir como as células cancerígenas, com rearranjos cromossómicos, conseguem adaptar-se e crescer mais depressa do que as células normais, como pessoas com diferentes cromossomas podem ter problemas de infertilidade sem se aperceberem, e como estes rearranjos cromossómicos podem ser mantidos na população sem serem eliminados", segundo uma informação divulgada pelo IGC, citando o investigador.

O trabalho também abre um campo "muito interessante" relacionado com a evolução das espécies, pois estes rearranjos "podem ter vantagens para um organismo que, no meio dos outros, pode começar a proliferar, a ter mais descendência", dando-lhe uma vantagem, e no futuro "dar origem a uma nova espécie", avançou o cientista do IGC.

Os investigadores estudaram como a variabilidade dos cromossomas influencia a viabilidade das células e a sua capacidade para se dividirem, tanto as que vão dar origem à descendência como aquelas dentro do mesmo organismo.

Quando se dividem, as células podem ter problemas, fazer erros, depois transformados em doenças, como o caso do cancro.

"Há mutações destes rearranjos que vêm connosco, dos nossos pais, podemos ou não saber que existem, mas há mutações que acontecem ao longo da nossa vida e estas são aquelas que pensamos estão associadas ao cancro", explicou Miguel Godinho Ferreira.

O trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo Howard Hughes Medical Institute, dos EUA e os resultados publicados na revista Nature Communications.

Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud
Um estudo levado a cabo pelo Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud revela que os problemas de memória ou de...

Os graves problemas de memória ou de aprendizagem podem estar relacionados com a incapacidade de eliminar espinhas dendítricas, estruturas existentes nas ramificações dos neurónios. A conclusão é de um estudo levado a cabo pelo Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud.

Liderada por Inbal Israely, a investigação dá conta de o "atraso mental" está directamente relacionado com as alterações físicas que acontecem no cérebro quando as ligações entre os neurónios se tornam mais fracas.

A Fundação Champalimaud explica que as memórias são armazenadas no cérebro em estruturas microscópicas, localizadas ao longo das ramificações dos neurónios denominadas espinhas dendítricas. A redução ou eliminação destas estruturas é um processo activo necessário para a aprendizagem e para o armazenamento de novas memórias. Por isso mesmo, a incapacidade de eliminar espinhas dendríticas irrelevantes poderá resultar em graves problemas de aprendizagem e memória.

"Há evidência da ocorrência de alterações na estrutura e na quantidade das espinhas dendríticas em pacientes com atraso mental e, por isso, é fundamental perceber quais os mecanismos que controlam o aparecimento e desaparecimento destas estruturas”, refere Inbal Israely. Para a especialista, "quanto melhor percebermos como a estrutura das espinhas dendríticas muda quando aprendemos, mais saberemos sobre a base fisiológica deste tipo de doenças.”

Diabetes
Um inalador de insulina provou ser mais eficaz no controlo da diabetes do que as injecções tradicionais e a medicação oral....

Um pequeno dispositivo (afrezza) do tamanho de um apito que liberta insulina em pó para regular os níveis de glicose no sangue de adultos com diabetes tipo 1 e 2 de forma simples e indolor, demonstrou ser mais eficaz no controlo da diabetes do que as injecções tradicionais e a medicação oral. A conclusão foi apurada em dois ensaios clínicos, cuja confirmação do sucesso dos testes poderá significar uma melhoria da qualidade de vida de milhões de doentes.

Entre os resultados dos ensaios clínicos estão uma redução dos níveis de glicose no sangue medidos em jejum e uma menor incidência de episódios de hipoglicemia, um efeito secundário da administração de insulina que se caracteriza níveis de glicose demasiado baixos e, consequentemente, perigosos.

O primeiro ensaio clínico comparou o "Afrezza" com um dispositivo para injecções de insulina, o NovoLog, e demonstrou que a eficácia do novo inalador era idêntica à do mesmo. Já os restantes testes mostraram que o produto era mais eficiente a reduzir os níveis de A1C (um dos elementos tidos em conta no controlo da glicose) do que os fármacos orais.

A companhia que desenvolveu o inalador espera enviar os dados dos ensaios clínicos para a Food and Drug Administration (FDA) até ao final do ano, depois de, em 2011, a mesma ter rejeitado o produto, exigindo a realização prévia dos testes agora concluídos.

Esta não é a primeira vez que uma empresa tenta colocar um inalador de insulina no mercado. Em 2007, a Pfizer retirou de circulação o inalador "Exubera", cujo conceito era semelhante mas cujas vendas ficaram abaixo do esperado devido às grandes dimensões do dispositivo e ao preço proibitivo.

Medicamento experimental nos EUA
Foi há cerca de três semanas que surgir a notícia de uma criança, nos EUA, ter contraído uma infecção rara causada por uma...

A confirmar-se a eficácia do medicamento experimental, o rapaz Zachary Reyna, de 12 anos, será apenas a quarta pessoa a sobreviver a este parasita em 50 anos.

"É uma pequena vitória, mas sabemos que a batalha ainda não acabou", escreveu o pai de Zachary Reyna numa página no Facebook dedicada à luta do filho contra a normalmente fatal ameba.

Zachary foi a segunda criança a contrair a mesma infecção rara em menos de um mês. A primeira foi uma menina do Arkansas, Kali Hardig, também de 12 anos, medicada com um fármaco experimental que a tornou na terceira pessoa, em 50 anos, a sobreviver a esta ameba, que ataca o cérebro.

Actualmente, Kali Hardig já se senta sozinha e conseguiu escrever algumas palavras, conforme anunciou a família, na semana passada. Já antes, exames mostraram a ausência da ameba no organismo da menina.

No caso de Zachary, o que se sabe, para já, é que os danos cerebrais são extensos, estando os médicos à espera de sinais de que o cérebro ainda esteja activo.

O menino ficou infectado depois de, no dia 3 de Agosto, ter estado a brincar com os amigos numa vala cheia de água perto de casa, na Florida. Quando passou o dia seguinte quase todo a dormir, a família estranhou e levou-o ao hospital, onde foi operado e diagnosticado com meningoencefalite amebiana primária, causada pela ameba Naegleria Fowleri - encontrada em água doce e quente

Segundo dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano (CDC na sigla americana) dos 128 casos de infecção rara causada por este tipo de ameba no último meio século, apenas dois doentes sobreviveram. Três, contando já com Kali, ou quatro, conforme esperam os familiares e médicos de Zachary.

"Esta infecção é uma das mais graves que conhecemos. 99% das pessoas que contraem a doença morrem", admite Dirk Haselow, do Departamento de Saúde do Arkansas.

Os sintomas iniciais desta rara infecção aparecem ao longo dos primeiros sete dias depois de a doença ter sido contraída e progridem rapidamente. Geralmente provoca a morte dentro de um a 12 dias.

Experiência com cobaias
Uma equipa de cientistas brasileira conseguiu estabelecer uma relação entre os sonhos e a esquizofrenia utilizando para isso...

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico que em muitos aspectos lembra o estado onírico, gerando ideias desconexas e alucinações, e um estudo com ratos acaba de revelar como essa confusão acontece no cérebro.

A descoberta foi resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), que desenvolveu um método para gravar impulsos eléctricos no sistema nervoso de ratos e criou um modelo para estudar a esquizofrenia em cobaias.

A verdade é que reproduzir este transtorno psiquiátrico em animais sempre foi um desafio. Colocava-se a questão de como saber se um animal sente algo similar à esquizofrenia sem lhe poder perguntar se está a alucinar e sem poder avaliar sintomas clínicos como a conversa confusa e paranóia? Pois para estudar este problema os cientistas utilizaram ratos a quem injectaram o anestésico quetamina, que em pequenas doses é conhecido por induzir delírio e sintomas psicóticos. Depois, mediam as "ondas cerebrais” geradas pelas variações de impulsos eléctricos, enquanto analisavam o comportamento dos animais.

"É claro que o rato não tinha como dizer se estava a sonhar ou a ter alucinações”, diz Adriano Tort, líder do grupo de investigação. "Mas o padrão de ondas que encontramos estava alterado, e era um padrão que já tinha sido visto antes em sono REM, o momento do sono associado aos sonhos”.

O resultado - que analisou ondas cerebrais do hipocampo, estrutura cerebral importante para a memória e a consciência - corroborou uma suspeita que já existia. Psicólogos já tinham observado semelhanças entre o estado onírico e o tipo de alucinação que ocorre nos casos de esquizofrenia.

Estudo escocês revela:
Actividades como a dança, a leitura ou as idas ao teatro têm um "impacto positivo" na saúde. A conclusão é de um novo...

O estudo, que teve por base as informações obtidas a partir do Household Survey daquele ano que se debruçou sobre um total de 14.358 agregados familiares, descobriu que os indivíduos que participavam com frequência em eventos culturais tinham mais probabilidade de relatar "boa saúde e satisfação com a vida" do que os que não o faziam.

Além disso, a investigação realizada comprovou que estes benefícios se faziam sentir independentemente de elementos como a idade, o estatuto económico, os rendimentos ou a educação, mostrando que a participação cultural é, em todos os casos, positiva para a saúde e o bem-estar.

De acordo com os resultados obtidos, a dança é a actividade com efeitos positivos mais significativos na saúde dos escoceses: entre todos os inquiridos, 62% dos que dançavam com frequência reportaram boa saúde. Também a ida a eventos culturais surge associada a uma boa saúde, com 60% dos disseram frequentar este tipo de actividade a relatarem bem-estar geral.

"Começar desde cedo e receber encorajamento no sentido de fazer parte da cultura desde tenra idade torna mais provável que os benefícios da participação em actividades culturais se façam sentir na idade adulta", comentou Fiona Hyslop, secretária da cultura escocesa, a propósito do estudo.

Hyslop salientou ainda os programas governamentais desenvolvidos no país no sentido de financiar actividades "que encorajam pais e filhos a ler em conjunto desde o nascimento" ou que incentivam os progenitores "a introduzir os bebés à alegria da música".

Conheça
A descoberta da vacinação tem permitido manter sob controlo mais de uma dezena de doenças infecciosa
Vacinas

A vacina é vulgarmente considerada um agente – microrganismo ou substância – que, introduzido no corpo de um indivíduo, por via oral ou injectado, provoca a imunidade para determinadas doenças.

A história refere vários métodos e experiências até se chegar ao que hoje conhecemos como vacina. Apesar de os vários registos históricos que evidenciam a tentativa de se proceder a uma vacinação, é a Edward Jenner que se atribui o mérito da vacinação, dado o rigor científico com que este médico inglês apoiou as suas experiências.

Em 1796 vacinou uma criança com o pus da mão variólica duma mulher. Passadas seis semanas, inoculou o rapaz com a varíola e não verificou qualquer reacção transmissível da doença. Um ano mais tarde, realizou nova inoculação e esta contraprova revelou-se inofensiva. Vinte e três vacinações são realizadas e o resultado destas experiências publicado num livro que marca a história da ciência, em 1798.

Mas foi só em 1796, que um médico inglês, Edward Jenner, estabeleceu as primeiras bases científicas. O trabalho de Edward Jenner, com a vacinação por varíola bovina, é a primeira tentativa científica para controlar uma doença infecciosa através de uma inoculação deliberada e sistemática. Esse trabalho lançou os fundamentos da vacinologia, cuja primeira teoria é baseada na geração espontânea. Assim, a luta da humanidade contra as doenças, com um modo de vacinar contra a temida doença da época – a varíola, iniciou uma nova era da medicina, há mais de 200 anos.

Esta era a única vacina até chegar Louis Pasteur, 90 anos depois, já no final do século XIX. Pasteur é frequentemente recordado por ter descoberto a vacina contra a raiva. Pasteur foi o primeiro a compreender o papel dos microrganismos na transmissão das infecções. Usou processos variados para atenuar a virulência, isto é, reduzir a infecciosidade dos microrganismos que utilizava para inocular os animais das suas experiências iniciais. Assim, ao provocar uma doença de forma muito atenuada, Pasteur ajudava o animal a defender-se das formas graves dessa doença.

Uma primeira vacina contra a raiva foi testada por Pasteur em 1885, num rapaz mordido por um cão raivoso, com extractos de medula espinal de um cão com a doença. Foi a primeira pessoa a sobreviver à doença. Além desta vacina, Pasteur desenvolveu a vacina contra o bacillus anthracis e contribuiu, de maneira determinante, para a utilização dos vírus atenuados em vacinas.

Em 1888, é fundado o Instituto Pasteur, centro de investigação biológica, principalmente na luta contra as doenças infecciosas. Graças às escolas francesa e alemã, a vacinação regista progressos notáveis. No início do séc. XX, foram desenvolvidas vacinas contra doenças infecciosas como a tuberculose, a difteria, o tétano e a febre-amarela. Após a 2ª Guerra Mundial, desenvolveram-se vacinas contra a poliomielite, o sarampo, a papeira e a rubéola.

Actualmente existem mais de 50 vacinas em todo o mundo. As várias campanhas de vacinação lançadas em diversas zonas do mundo permitiram a protecção contra doenças infecciosas que, em tempos, mataram milhões de pessoas.

Um dos maiores sucessos das campanhas de vacinação foi a eliminação da varíola, declarada como erradicada em todo o mundo pela Organização Mundial de Saúde em 1976. No entanto, à medida que as doenças infecciosas mais graves praticamente desapareceram, as pessoas deixaram de as temer e tornaram-se menos vigilantes.

Por este motivo e devido ao aparecimento de novas doenças, os desafios na vacinação são enormes. À SIDA juntou-se a malária, a poliomielite ainda está presente em vários países, principalmente em países do Hemisfério Sul. A difteria reapareceu na Europa de Leste e o sarampo voltou a ser uma fonte de preocupação das Autoridades de Saúde em toda a Europa.

Portugal acompanhou a história da vacinação. Em 1812 é publicada a primeira recomendação para vacinação universal gratuita (vacina contra a varíola), sendo disponibilizada na região de Lisboa. O Programa Nacional de Vacinação (PNV) arranca oficialmente em 1965, incluindo vacinas contra a tuberculose, tosse convulsa, poliomielite, varíola, difteria e tétano, tendo como grande impulsionador o Prof. Doutor Arnaldo Sampaio, o qual viria posteriormente a ocupar o cargo de Director Geral da Saúde.

O Plano Nacional de Vacinação tem sido actualizado ao longo dos anos com a inclusão de mais vacinas adaptando-se à evolução da ocorrência de diversas doenças na população portuguesa e reconhecendo o inestimável benefício das vacinas. No entanto, para a vacinação ser bem sucedida é necessário haver uma mobilização concertada de vários intervenientes: Autoridades, profissionais de saúde, políticos e sociedade.

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Dicionário de A a Z
A Alcoólicos Anónimos (AA) define-se como uma comunidade de homens e mulheres que partilham entre si

O único requisito para ser membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro da AA não é necessário pagar taxas de admissão nem quotas. São auto-suficientes pelas suas próprias contribuições. A AA não está ligada a nenhuma seita, religião, instituição política ou organização; não se envolve em qualquer controvérsia; não subscreve nem combate quaisquer causas. O seu propósito primordial é manterem-se sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançar a sobriedade.

A Alcoólicos Anónimos pode também ser definida como uma comunidade informal, actualmente com mais de 2.000.000 de alcoólicos em recuperação um pouco por todo o mundo (em mais de 150 países). Estes homens e mulheres reúnem-se em grupos locais que variam em dimensão, desde pequenos grupos, em certas localidades, a grupos maiores que integram dezenas de membros.

Actualmente, as mulheres correspondem a cerca de 35% dos membros. Cerca de 5% são jovens com menos de 21 anos.

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O estudo que está a ser realizado sobre o impacto do acidente nuclear de 2011 sobre a saúde dos residentes da província japonesa de Fukushima detectou 18 casos de menores diagnosticados com cancro da tiróide.

A comissão responsável por realizar os exames médicos em Fukushima já analisou desde o acidente nuclear, em Março de 2011, cerca de 360 mil menores de 18 anos na região.

No âmbito destes exames, 18 menores foram diagnosticados com cancro da tiróide e outros 25 apresentaram sintomas da mesma doença.

Mantenha-a nos valores certos
A hipertensão arterial é um reconhecido factor de risco das doenças cardiovasculares.
Máquina digital para medir a tensão arterial

A hipertensão arterial é uma doença crónica que afecta quase 25 por cento da população adulta mundial, ou seja, um em cada quatro indivíduos. Em Portugal, atinge 42,1 por cento dos indivíduos adultos, sendo que destes apenas metade tem conhecimento de que tem pressão arterial elevada e apenas 11,2 por cento estão controlados.

À pressão com que o sangue é bombeado pelo coração chamamos pressão arterial, que é determinada pela quantidade de sangue que o seu coração bombeia e pela resistência que as suas artérias oferecem ao fluxo sanguíneo. Assim, quanto mais sangue o seu coração bombear e quanto mais estreitas forem as suas artérias, mais alta será a sua pressão arterial.

Então, designam-se de hipertensão arterial todas as situações em que se verificam valores de tensão arterial aumentados. Para esta caracterização, consideram-se para os adultos valores de tensão arterial sistólica superiores ou iguais a 140 mm Hg (milímetros de mercúrio) e/ou valores de tensão arterial diastólica superiores a 90 mm Hg. Com frequência, apenas um dos valores surge alterado. Quando os valores da “máxima” estão alterados, diz-se que o doente sofre de hipertensão arterial sistólica; quando apenas os valores da “mínima” se encontram elevados, o doente sofre de hipertensão arterial diastólica. A primeira é mais frequente em idades avançadas.

Convém salientar que a pressão arterial, ou seja a força com que o sangue é bombeado pelo seu coração, varia de momento para momento: quando estamos de pé, deitados, a comer, enfim, varia de acordo com as acções do nosso dia-a-dia. Varia inclusive com as estações do ano e à medida que envelhecemos. É por este motivo que quando vai medir a sua pressão arterial obtém sempre valores diferentes.

Causas

Na maior parte dos casos, a causa da hipertensão arterial é desconhecida e classifica-se como "primária" ou "essencial". Em apenas alguns casos (menos de 10 por cento), a hipertensão tem causas identificáveis, tais como doenças dos rins ou das artérias renais, algumas doenças endócrinas (da glândula supra-renal ou da tiróide), ou a utilização de alguns fármacos. Neste caso falamos em hipertensão arterial secundária, que tem de ter um tratamento especial e que por vezes tem cura.

Existem no entanto factores de risco que predispõem à hipertensão arterial. São factores de risco modificáveis ou não modificáveis. Ou seja, podemos fazer algo para alterar os primeiros, mas os segundos são condições inalteráveis, como é o caso da predisposição hereditária (familiares com Hipertensão), idade avançada, raça negra ou sexo masculino.

Isto significa que se houver predisposição para ser hipertenso, deve redobrar os cuidados de forma a evitar o aparecimento da hipertensão. Desde logo, evitar comer com demasiado sal e gorduras, evitar engordar, não ingerir álcool em excesso e não fumar. Por outro lado deve comer fruta fresca e vegetais e fazer exercício físico.

Sintomas

Na maioria dos casos a hipertensão não produz sintomas, pelo que o doente pode não perceber que tem a doença. Em alguns casos, quando a pressão arterial sobe para valores significativos, pode causar sintomas como tonturas, visão enevoada, dor de cabeça, confusão, sonolência e falta de ar.

Se a pressão for continuadamente alta, as artérias adoecem, tornam-se rígidas e, no seu interior, formam-se placas de gordura, a chamada aterosclerose. Nessa altura, o sangue vai passar com dificuldade por estas artérias "entupidas" até às células do coração, originando a angina de peito, ou até mesmo o enfarte do miocárdio.

Se as artérias se rompem ou não conduzem o sangue até às células do cérebro, surgem as hemorragias e as tromboses cerebrais - acidente isquémico transitório (AIT) ou o acidente vascular cerebral (AVC).

Diagnóstico

A única maneira de saber se é ou não hipertenso é através da medição da pressão arterial. Trata-se de um método rápido e indolor. Deve manter o hábito de medir a pressão arterial de forma regular e registar os valores para mostrar ao seu médico.

Uma única medição acima dos 140/90 mmHG indica que a pressão está alta naquele momento, mas não é suficiente para diagnosticar hipertensão. Para este diagnóstico, é normalmente necessário repetir a medição em diferentes circunstâncias e durante determinado período de tempo.

Tratamento

Para manter a pressão arterial dentro dos valores normais, é importante adoptar um estilo de vida saudável. No entanto, quando as mudanças de estilo de vida não são suficientes é necessário recorrer à terapêutica medicamentosa. Esta deverá ser administrada pelo seu médico que lhe indicará a mais adequada ao seu caso.

Cuidados para baixar a pressão arterial

• Coma alimentos saudáveis – aumente o consumo de frutas, vegetais, grãos inteiros (pão rico em cereais, cereais, arroz e massas), leite e derivados lácteos pobres em gordura, bem como a diminuição da ingestão de gorduras.
• Diminua a ingestão de sal - É aconselhável diminuir o sal na alimentação, uma vez que aumenta a pressão arterial.
• Mantenha um peso saudável – evite ficar com excesso de peso, mantendo uma alimentação equilibrada.
• Pratique exercício físico - a actividade física diária pode ajudar a descer a sua pressão arterial e a manter o seu peso sob controlo.
• Limite o consumo de álcool - mesmo nas pessoas saudáveis o álcool eleva os valores da pressão arterial. Se escolher continuar a consumir álcool, faça-o com moderação: 1 bebida por dia se for mulher ou tiver mais de 65 anos de idade e até duas se for homem.
• Não fume - o tabaco lesa as paredes dos vasos sanguíneos e acelera o processo de rigidificação das artérias.
• Reduza o stress o mais possível.
• Vigie a pressão arterial em casa - a medição da pressão arterial no domicílio permite-lhe seguir de perto a evolução da sua doença e verificar se a medicação está a surtir efeito.
• Siga os conselhos do seu médico - tome os seus medicamentos tal como este lhe indicou.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Doença infecciosa potencialmente grave
A febre tifóide é uma doença infecciosa, mais frequente em regiões com deficiente saneamento básico.
Ilustração de salmonella

Esta doença apresenta sintomas semelhantes a uma gripe ou constipação, nomeadamente febre, dores de cabeça, dores abdominais, obstipação e, em alguns casos, diarreia.

A febre tifóide é uma doença infecciosa potencialmente grave, causada por uma bactéria, a Salmonella typhi. Caracteriza-se por febre prolongada, alterações do trânsito intestinal, aumento de vísceras como o fígado e o baço e, se não tratada, confusão mental progressiva, podendo levar ao óbito.

É uma doença exclusivamente humana cuja transmissão ocorre principalmente através da ingestão de água e de alimentos contaminados. Mais raramente, pode ser transmitida pelo contacto directo (mão-boca) com fezes, urina, secreção respiratória, vómito ou pus proveniente de um indivíduo infectado. Após a contaminação, as bactérias invadem o intestino e daí espalham-se pela corrente sanguínea para diversos órgãos.

O tempo entre a exposição e o início dos sintomas (período de incubação) pode variar de 3 a 60 dias, ficando entre 7 e 14 dias na maioria das vezes. A infecção pode não resultar em doença.

A febre tifóide tende a ser mais grave em pessoas que permaneceram doentes por tempo mais prolongado, em desnutridos, em imunodeficientes, em portadores de doenças da vesícula biliar e em indivíduos com certas características genéticas.

A doença tem distribuição mundial, sendo mais frequente nos países em desenvolvimento, onde as condições de saneamento básico são inexistentes ou inadequadas. Estima-se a ocorrência de 12 a 33 milhões de casos por ano no mundo, com aproximadamente 600 mil óbitos.

Causas

A febre tifóide é provocada pela Salmonella typhi que penetra no organismo através do tudo digestivo.

Embora o contágio se costume efectuar através do consumo de líquidos ou alimentos contaminados, também pode ser realizado por contacto directo com os pacientes ou portadores saudáveis que não respeitem as devidas normas de higiene.

A acidez gástrica é o primeiro mecanismo de defesa do organismo contra a bactéria, mas quando consegue resistir à acidez do estômago, a Salmonella typhi chega ao intestino delgado, onde compete com as bactérias da flora normal intestinal. Se sobreviver, a Salmonella typhi invade a parede intestinal e alcança a circulação sanguínea. A presença da bactéria no sangue determina o início dos sintomas.

Embora o processo infeccioso costume desaparecer ao fim de um ou dois meses, período ao longo do qual as bactérias são eliminadas em cerca de 10 a 15 por cento dos indivíduos afectados, os microrganismos estabelecem-se de maneira persistente na vesícula biliar e, mesmo que não gerem complicações, continuam a ser eliminados essencialmente com as fezes - por isso, existem portadores saudáveis.

Diagnóstico

A confirmação do diagnóstico de febre tifóide é feita através de isolamento da bactéria, feito geralmente a partir de sangue, fezes, urina ou biopsia das lesões de pele. O isolamento de amostras da bactéria é fundamental, pois torna possível determinar a sua susceptibilidade aos antimicrobianos.

Sintomas

A maioria das pessoas infectadas pela Salmonella typhi permanece assintomática durante o período de incubação, usualmente 10 a 14 dias após ingestão de água ou alimentos contaminados, embora seja possível (em 10 a 20 por cento dos casos) a ocorrência de diarreia transitória.

Após esse período surge a febre, inicialmente baixa, mas torna-se progressivamente mais alta. Também é comum nesta fase a ocorrência simultânea de dor de cabeça (cefaleia intensa frontal ou difusa), dores pelo corpo, dor no abdómen, fadiga, perda de apetite, náuseas e alteração do trânsito intestinal - diarreia ou prisão de ventre. É também frequente a queixa de dor de garganta transitória e, por vezes, o surgimento de tosse seca.

Para além destas, existem outras manifestações que aparecem cerca de uma semana após o início dos sinais e sintomas, entre as quais se destacam um aumento do tamanho do baço e do fígado, o aparecimento de uma camada esbranquiçada na superfície da língua (língua saburrosa) e a erupção cutânea de pequenas manchas rosadas que revestem o abdómen e, por vezes, se estendem ao tórax, persistindo alguns dias.

Embora a doença costume desaparecer ao fim de quatro semanas sem originar complicações, existem casos em que, sobretudo quando não se procede ao devido tratamento, surgem complicações graves, por vezes mortais, entre as quais é possível destacar as hemorragias e perfurações intestinais, que podem originar uma peritonite e choque cardiovascular.

Pode-se igualmente produzir um quadro de desidratação, problemas neurológicos significativos e processos infecciosos localizados, tais como meningite, otite, colecistite, entre outros.

Tratamento

O tratamento baseia-se na administração de antibióticos activos contra o microrganismo causador da febre tifóide, medicamentos antipiréticos e anti-inflamatórios, que deve ser complementado com as medidas de apoio para melhorar o estado geral, como repouso, uma dieta ligeira e reposição de líquidos.

Nos casos leves e moderados, o médico pode recomendar que o tratamento seja feito em casa, com antibióticos orais. Os casos mais graves devem ser internados para hidratação e administração venosa de antibióticos de forma a prevenir e tratar oportunamente as eventuais complicações e, também, para manter o paciente isolado, de modo a evitar a propagação da infecção.

Por vezes, é necessário recorrer à realização de uma intervenção cirúrgica de emergência, por exemplo em caso de perfuração intestinal. Caso não surjam complicações, o tratamento costuma ter três ou quatro semanas de duração.

Sem tratamento adequado, a febre tifóide pode ser fatal em até 15 por cento dos casos. Para além disso, cerca de 2 a 5 por cento das pessoas, mesmo quando tratadas, tornam-se portadoras crónicas e podem eliminar a bactéria nas fezes durante até mais de um ano. Esta situação é particularmente frequente em menores de 5 anos, idosos e mulheres com doenças biliares.

Prevenção

O fundamental da prevenção desta doença consiste na realização de um controlo bacteriano da água de consumo, uma medida realizada regularmente nos países desenvolvidos, mas que nos países em vias de desenvolvimento ainda não é, infelizmente, muito comum, o que justifica o facto de a febre tifóide ser uma doença endémica nesses países.

Quando se viaja para estes países, é essencial adoptar várias medidas de precaução, tais como beber água previamente fervida, submetida a um processo de desinfecção, comer apenas alimentos cozinhados e não consumir frutas e verduras com casca.

A selecção de alimentos seguros é crucial. Em geral, a aparência, o cheiro e o sabor dos alimentos não ficam alterados pela contaminação com agentes infecciosos. Por isso, o viajante deve alimentar-se em locais que tenham condições adequadas ao preparo higiénico de alimentos. A alimentação na rua, com vendedores ambulantes, constitui um risco elevado. O consumo de alimentos como leite, manteiga, queijo e peixes são considerados de alto risco, pois possuem o pH ideal (4,4 a 7,8) para o crescimento da Salmonella typhi.

Por outro lado, as pessoas que pretendam viajar para áreas endémicas e as que nelas vivem devem vacinar-se contra a febre tifóide. Existem vacinas deste tipo, de administração oral ou parentérica, normalmente administradas em duas doses, embora actualmente exista uma vacina administrada numa única dose que, à semelhança das restantes, proporciona imunidade durante um ano.

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Infecções por bacilos

Diarreia do viajante

Cólera

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Infecção bacteriana
A cólera é uma infecção intestinal aguda causada por uma toxina produzida por uma bactéria.
Cólera

A cólera é uma infecção do intestino delgado causada pela bactéria Vibrio cholerae que produz uma enterotoxina (toxina) que desencadeia diarreia forte. Ou seja, as bactérias da cólera produzem uma toxina que faz com que o intestino delgado segregue quantidades imensas de um líquido rico em sais e minerais.

Existem cerca de 190 subtipos desta bactéria, sendo que apenas dois são produtores da enterotoxina -Vibrio colerae 01 (conhecido por "el tor") e Vibrio colerae 0139.

Embora o bacilo possa sobreviver nas águas doces e salgadas por algum tempo, o homem é o principal reservatório, sendo a transmissão feita por ingestão de alimentos ou água contaminada com fezes de doentes ou de portadores assintomáticos. Portanto, a cólera transmite-se ingerindo água, mariscos ou outros alimentos contaminados pelos excrementos de pessoas infectadas.

Esta doença aparece habitualmente em zonas da Ásia, Médio Oriente, África e América Latina, sendo que os surtos de doença verificam-se nos meses de calor e a incidência maior é entre as crianças. Noutras zonas, as epidemias podem ocorrer em qualquer época do ano e a doença pode afectar qualquer idade. A população que vive nas zonas onde a cólera é frequente (endémica) desenvolve gradualmente uma imunidade natural.

O risco para os viajantes é baixo, mesmo em países onde ocorrem epidemias de cólera, desde que respeitadas medidas de higiene pessoal e alimentar. Contudo, em situações que se prevêem de risco elevado, poderá recorrer-se à vacinação. Esta vacina existe no mercado português, trata-se de uma vacina oral e consiste na administração de duas ou três doses antes da exposição. Pode ser administrada a crianças com idade superior a dois anos.

Sintomas
Os sintomas, que começam de um a três dias após a infecção pela bactéria, oscilam entre um episódio de diarreia ligeira e sem complicações, cerca de 90 por cento dos casos e uma doença grave, potencialmente mortal em 10 por cento dos casos. Acontece também que alguns doentes afectados não apresentam sintomas.

Em geral, a doença começa com uma diarreia súbita, indolor e aquosa, além de vómitos. Nos casos graves chega a perder-se quase um litro de líquido por hora, mas usualmente a quantidade é muito menor. Nessas situações graves, a grande diminuição de água e sal provoca uma desidratação acentuada, com sede intensa, cãibras musculares, debilidade e uma produção mínima de urina.

A grave perda de líquidos nos tecidos faz com que os olhos se encovem e a pele dos dedos se enrugue de forma extrema. Se a infecção não receber tratamento, os graves desequilíbrios no volume sanguíneo e a maior concentração de sais podem conduzir a insuficiência renal, choque e coma.

Os sintomas costumam desaparecer em três a seis dias. Os indivíduos afectados libertam-se, geralmente, do microrganismo em duas semanas, mas alguns convertem-se em portadores permanentes.

Diagnóstico
O diagnóstico de cólera confirma-se isolando as bactérias a partir de amostras de líquido provenientes do recto ou de matéria fecal fresca. Uma vez que a bactéria Vibrio cholerae não cresce nos meios de cultura rotineiros para as fezes, deve requerer-se uma cultura especial para os microrganismos do género Vibrio.

Prevenção
Segundo a Organização Mundial de Saúde, desde 1993 que nenhum país exige a vacinação como condição para ser fornecido visto de entrada. Isto porque a imunidade concedida pelas vacinas não é absoluta, conferindo apenas protecção parcial: as injectáveis têm uma eficácia de 50 por cento, durante apenas três meses e as orais de 85 por cento, por três anos.

Portanto a adopção de medidas gerais de higiene são a melhor forma de prevenir esta doença. A começar na purificação dos abastecimentos de água e a correcta eliminação dos excrementos humanos.

Outras precauções essenciais para prevenir a cólera incluem:
- Lavar as mãos com sabão depois de cada utilização das instalações sanitárias, antes da preparação de alimentos e antes das refeições
- Utilizar somente água da rede geral de abastecimento público (que, por razões especiais de segurança, pode ser fervida – ebulição durante, pelo menos, cinco minutos). Nunca usar água de outras origens (por exemplo poços ou minas)
- Consumir somente gelo preparado com água da rede geral de abastecimento público (que, por razões especiais de segurança, pode ser fervida ou desinfectada)
- Consumir de preferência leite pasteurizado. O leite fresco deve ser sempre fervido antes de ser ingerido
- Não consumir alimentos crus ou mal cozinhados, não preparar os alimentos com fervuras, cozeduras ou frituras muito rápidas, nem usar o "banho-maria". Todos os alimentos devem ser sempre bem cozinhados, especialmente mariscos, peixes, legumes e hortaliças
- Não consumir alimentos preparados com ovos crus ou de origem duvidosa, nomeadamente maioneses, alguns molhos e sobremesas. Todos os alimentos devem ser consumidos quentes
- Não consumir frutas previamente descascadas ou com a pele parcialmente destruída. Frutas, saladas, hortaliças e legumes só devem ser consumidos crus se forem previamente lavados com água corrente e desinfectados
- Não consumir alimentos de proveniência duvidosa, nem comer em estabelecimentos sem requisitos de higiene. Não consumir quaisquer alimentos preparados ou provenientes de estabelecimentos ilegais ou de vendedores ambulantes. Consumir de preferência alimentos cozinhados no domicílio
- Bebidas como chá quente ou café, vinho, cerveja, bebidas carbonatadas (gasosas) ou sumos de fruta previamente empacotados, são geralmente seguras
- Eliminar mosquitos e moscas do interior das habitações e evitar, sobretudo, o seu contacto com os alimentos

Tratamento
O tratamento faz-se, sobretudo, à base de reidratação (oral nos casos suaves e por via intravenosas nos mais graves), podendo ser administrados antibióticos nas infecções severas. A rápida recomposição dos fluidos corporais, sais e minerais perdidos é uma parcela fundamental do tratamento.

Não devem ser usados medicamentos anti-diarreicos, uma vez que têm um efeito de incremento da concentração do microrganismo.

Habitualmente a recuperação é completa, ocorrendo rapidamente, podendo, no entanto, o indivíduo continuar a eliminar o Vibrio colerae nas fezes durante mais cerca de 20 dias, em média.

Sem tratamento adequado, pode ocorrer baixa da pressão sanguínea, falência renal, coma e até morte em 50 por cento dos casos não tratados, contra apenas 2 por cento dos assistidos medicamente.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Infecção pela bactéria Bacillus anthracis
O antraz, ou carbúnculo, é uma doença infecciosa aguda causada por uma bactéria e potencialmente mor
Antraz

O antraz, ou carbúnculo, é uma doença causada pela bactéria Bacillus anthracis, que pode infectar a pele, os pulmões e o aparelho gastrointestinal. Esta bactéria pode assumir uma forma mais resistente chamada de esporo (bactéria inactiva), que pode sobreviver no solo e nos produtos animais (como a lã) durante anos e até décadas.

Habitualmente, transmite-se às pessoas através de alguns animais, em especial as vacas, as cabras e as ovelhas. Trata-se de uma doença altamente contagiosa e potencialmente letal. Apesar de a infecção ocorrer através da pele, pode também acontecer que as pessoas sejam infectadas através do consumo de carne contaminada ou da inalação de esporos ou de bactérias.

O antraz é uma doença rara nos países onde há uma regulamentação sanitária adequada, no entanto, nos últimos tempos existe grande preocupação em relação ao facto de o antraz poder ser utilizado como agente de guerra biológica.

Diferentes manifestações da doença
A doença causada pelo antraz pode apresentar três formas: cutânea (da pele), pulmonar e gastrointestinal.

Antraz cutâneo
A forma cutânea do antraz é a forma mais comum (95 por cento dos casos) e inicia-se como uma mancha vermelho acastanhada que aumenta com uma vermelhidão importante, levando a formação de bolhas e ao endurecimento da pele.

O centro da mancha então torna-se numa ferida com secreção sanguinolenta, seguida pela formação de uma crosta escurecida. Há gânglios aumentados na região. Aproximadamente 10 por cento dos casos evoluem para a forma sistémica (que se espalha para outros órgãos) que pode ser fatal.

Antraz pulmonar
O Antraz pulmonar ocorre após a aspiração da bactéria e multiplicação rápida desta bactéria nos gânglios do tórax. Nestes gânglios ocorre sangramento e morte do tecido, que espalha a infecção pelos pulmões.

Apresenta-se como uma doença muito grave, levando ao coma e à morte na quase totalidade dos casos.

Antraz gastrointestinal
A forma mais rara da doença, resultando da ingestão de carne contaminada e na presença de algum pequeno ferimento na faringe ou no intestino, permite á bactéria invadir a parede intestinal. A toxina bacteriana causa sangramento e necrose dos gânglios próximos ao intestino. A infecção generalizada ocorre então, com alta taxa de mortalidade.

Sintomas
Os sintomas podem ocorrer de 12 horas a cinco dias após a exposição à bactéria. A infecção cutânea começa com uma protuberância de cor castanho-avermelhada que aumenta de volume e apresenta um considerável edema nos bordos. A referida saliência transforma-se numa bolha, endurece e depois rompe-se no centro, libertando um líquido claro antes de formar uma crosta negra (escara). Os gânglios linfáticos da área afectada podem inchar, a pessoa sente-se doente e por vezes tem dores musculares, dor de cabeça, febre, náuseas e vómitos.

A carbunculose pulmonar (doença dos cardadores de lã), provém da inalação de esporos do bacilo do carbúnculo. Os esporos multiplicam-se nos gânglios linfáticos, próximo dos pulmões, esses gânglios começam a rebentar e a sangrar, espalhando a infecção às estruturas torácicas vizinhas.

Forma-se, então, um líquido infectado nos pulmões e no espaço entre estes e a parede torácica (cavidade pleural). De início, os sintomas são ligeiros e parecem-se com os da gripe. Contudo, a febre agrava-se e em poucos dias surgem graves dificuldades respiratórias, seguidas de choque e coma.

Também se pode verificar a infecção do cérebro e das suas meninges (meningoencefalite). Mesmo que o tratamento seja precoce, esta forma de carbunculose é quase sempre mortal.

A carbunculose gastrointestinal é rara. As bactérias podem crescer na parede intestinal e libertar uma toxina que provoca uma grande hemorragia e morte do tecido. A infecção pode revelar-se mortal se se propagar até à corrente sanguínea.

Diagnóstico
O conhecimento de que um indivíduo esteve em contacto com animais ajuda o médico a estabelecer o diagnóstico.

Por outro lado, a bactéria pode ser encontrada em culturas ou fragmentos da pele no caso da doença cutânea, no escarro no caso da doença pulmonar (embora nem sempre se consiga identificar as bactérias) e no material da faringe no caso da forma intestinal. Uma radiografia de tórax pode mostrar alterações características nos pulmões e nos tecidos ao redor.

Por vezes começa-se o tratamento quando se suspeita da infecção, ainda que não se disponha da sua confirmação analítica.

Prevenção
As pessoas com elevado risco de contrair o carbúnculo (como os veterinários, os técnicos de laboratório e os empregados da indústria têxtil que processam o pêlo de animais) devem ser vacinadas.

Por outro lado, devem ser adoptadas medidas de saúde pública para prevenir contacto com animais infectados.

Tratamento
A forma cutânea de antraz é habitualmente tratada com antibióticos. Já as infecções pulmonares exigem o uso de penicilina intravenosa, embora possam ser administrados outros antibióticos. Podem ainda ser prescritos corticosteróides para reduzir a inflamação pulmonar. Quando o tratamento é retardado (geralmente em decorrência do diagnóstico não ser realizado imediatamente), a morte é provável.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Associadas a agentes químicos
São várias as doenças que se podem desenvolver por exposição excessiva e descontrolada a diferentes
Doenças Profissionais Químicos

Quase todos os agentes químicos são nefastos para a saúde. É por isso essencial que os trabalhadores adoptem métodos de trabalho seguros durante a sua manipulação, em especial se existir a possibilidade de libertação de poeiras.

São várias as vias pelas quais o trabalhador pode ser contaminado pelas poeiras, ou seja, a entrada destas no organismo pode ocorrer por inalação - via respiratória -; por ingestão - via digestiva - ou em contacto com a pele - via cutânea. Contudo, a inalação é de longe a forma mais importante de interacção com o funcionamento do organismo humano, uma vez que a maioria das poeiras penetra no organismo humano através das vias respiratórias.

O ponto de partida para a redução dos riscos para a saúde nos locais de trabalho é efectuar o diagnóstico das condições reais de trabalho. Portanto, em primeiro lugar cabe à entidade patronal a realização da avaliação dos riscos e uma gestão adequada dos mesmos. Desta maneira, o trabalhador poderá adquirir práticas de trabalho seguras e a promover um ambiente de trabalho saudável e seguro.

Composição do ar
Num local de trabalho cuja atmosfera se apresente poluída, o perigo deve-se precisamente à presença de poeiras em suspensão no ar.

O ar puro é composto (composição volumétrica) por 78,08 por cento de azoto; 20,94 por cento de oxigénio; 0,93 por cento de árgon; 0,03 por cento de dióxido de carbono; 0,00005 por cento de hidrogénio e vestígios de gases raros (excepto árgon).

O vapor de água é também um constituinte do ar, sendo variável a sua proporção.

A atmosfera de alguns locais de trabalho contém outras substâncias susceptíveis de modificar, mais ou menos profundamente, as suas propriedades. A poluição pode também resultar de uma alteração quantitativa na composição do ar. Diz-se, portanto, que o ar está poluído ou contaminado quando contém substâncias estranhas à sua composição normal, ou mesmo quando normal no aspecto qualitativo mas possuindo alterações quantitativas, pela presença de uma ou várias substâncias em concentrações superiores às habituais.

Agentes químicos
No local de trabalho, os agentes químicos podem existir em suspensão na atmosfera:
a) No estado sólido, sob a forma de:

  • Poeiras – suspensão no ar de partículas esferoidais de pequeno tamanho, formadas durante o manuseamento de certos materiais e por processos mecânicos de desintegração;
  • Fibras – partículas aciculares provenientes de degradação mecânica, cujo comprimento excede em mais de três vezes o seu diâmetro;
  • Fumos – suspensão no ar de partículas esféricas provenientes de uma combustão incompleta ou resultante da sublimação de vapores, geralmente depois da volatilização a elevadas temperaturas de metais fundidos (fumes).

b) No estado líquido, sob a forma de:

  • Aerossóis – suspensão no ar de gotículas cujo tamanho não é visível à vista desarmada e provenientes da dispersão mecânica de líquidos;
  • Neblinas – suspensão no ar de gotículas líquidas visíveis e produzidas por condensação de vapor.

c) No estado gasoso, sob a forma de:

  • Gases – estado físico de certas substâncias a 25 ºC e 760 mm Hg;
  • Vapores – fase gasosa de substâncias que nas condições – padrão (25 ºC e 760 mm Hg) se encontram no estado sólido ou líquido.

As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são obtidas por meio de aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja, a percentagem existente em relação ao ar atmosférico de um determinado poluente químico.

A partir dessas medições estabelecem-se os Valores Limites de Exposição (VLE), que não são mais do que as concentrações máximas, permitidas por lei, de diferentes substâncias existentes no ar dos locais de trabalho, acima dos quais a saúde dos trabalhadores pode ser afectada. Abaixo destes valores a exposição contínua do trabalhador não representa qualquer risco para o mesmo.

Os limites máximos de concentração de cada um dos produtos diferem de acordo com o seu grau de perigosidade para a saúde, sendo que na legislação ambiental portuguesa constam os valores limite de exposição de diferentes substâncias (NP – 1796).

Mediante os valores obtidos há que tomar medidas, devendo recorrer-se a equipamento de protecção individual sempre que possível, bem como a alterações no processo produtivo que permitam a redução das emissões de poluentes. Estas alterações podem ser ao nível do equipamento ou de matérias-primas, mas também medidas mais gerais, nomeadamente:

  • Formação e informação dos trabalhadores;
  • Organização da vigilância física e médica;
  • Organização e manutenção de processos e registos adequados;
  • Sinalização de segurança;
  • Limitação da duração e da intensidade de exposição;
  • Planificação da eliminação e armazenamento dos resíduos radioactivos, etc.

Principais doenças
O organismo tem vários mecanismos para eliminar as partículas aspiradas. Nas vias respiratórias, o muco cobre as partículas de modo que seja fácil expulsá-las através da tosse. Nos pulmões, existem células purificadoras especiais que "engolem” a maioria das partículas e as tornam inofensivas. No entanto, quando as substâncias químicas são absorvidas pelo organismo em doses elevadas e quando ultrapassam os VLE, provocam lesões nos trabalhadores.

As lesões ou doenças que mais vulgarmente se aplicam a este tipo de agentes e que apresentam problemas para a saúde do trabalhador são:

  • Anemias;
  • Queimaduras;
  • Encefalopatias;
  • Ulcerações cutâneas;
  • Perturbações cutâneas, etc.

No âmbito dos riscos associados a agentes químicos existem quatro tipos de agentes, que pelo seu elevado grau de perigosidade para o ser humano, devem ser referenciados e são:

  • Os cancerígenos;
  • O cloreto de vinilo monómero;
  • O amianto;
  • O chumbo;

Estes agentes químicos específicos, embora se enquadrem no âmbito dos riscos associados a agentes químicos gerais, têm legislação (comunitária e nacional) específica que regulamenta os VLE, definição do tipo de agentes e medidas de prevenção a implementar.

As doenças provocadas por este tipo de agentes passam por:

  • Asbestose;
  • Cancro pulmonar;
  • Mesoteliama;
  • Lesões pleurais;
  • Fibroses do fígado e do baço;
  • Perturbações circulatórias das mãos e dos pés, etc.
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Grupos especiais
As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer tratamento méd
Vacinação

As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de protecção contra certas doenças. Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da doença surgir.

E se isto é verdade para a população em geral é, particularmente, certo para determinados grupos de pessoas que pela sua condição de saúde especial, os tornal mais vulneráveis à doença.

 

Crianças pré-termo e de baixo peso
Os prematuros (nascidos antes das 37 semanas de gestação), são particularmente susceptíveis às infecções. Os anticorpos maternos, que passam durante a gravidez da mãe para o bebé, estão presentes em níveis mais baixos e durante um período de tempo inferior ao das crianças de termo. Este facto, faz com que a morbilidade e/ou gravidade das doenças evitáveis pela vacinação possa ser superior neste grupo, pelo que a vacinação das crianças pré-termo não deve ser adiada.

Os prematuros clinicamente estáveis, devem ser vacinados de acordo com o esquema recomendado no Plano Nacional de Vacinação, com as mesmas doses e na mesma idade cronológica que as crianças de termo, independentemente do peso à nascença, excepto para o BCG e para a VHB. Nas crianças nascidas com peso inferior a 2000 g, a BCG deve ser adiada para quando atingirem esse peso.

Nos recém-nascidos de mãe sem hepatite B (Ag HBs negativo), nascidos com peso inferior a 2000 g, a VHB deve ser adiada para quando tiverem um mês de idade ou para quando atingirem esse peso. No caso das mães com Ag HBs positivo, os recém-nascidos com peso inferior a 2000 g, devem seguir um esquema cronológico com quatro doses, a administrar aos 0, 1, 2 e 6 meses de idade.

Gravidez e amamentação
A vacinação durante a gravidez pode estar indicada se houver um risco elevado de infecção, se a doença implicar um risco significativo para a mãe e/ou para o feto e se o risco de reacções adversas à vacinação for aceitável. Em caso de indicação para vacinar, se possível, deve considerar-se a possibilidade de adiar a vacinação para o segundo ou terceiro trimestre.

Na grávida as vacinas inactivadas são, geralmente, consideradas seguras para o feto e as vacinas vivas, em princípio, contra-indicadas (VASPR).

A grávida deve ter a vacina contra o tétano actualizada de forma a prevenir o tétano neonatal, situação rara nos países desenvolvidos. Assim uma decisão de vacinar contra o tétano durante a gravidez, assim como o número de doses a administrar, deve basear-se no número total de doses do toxóide tetânico recebidas durante toda a vida da grávida e de quanto tempo decorreu desde a última administração.

A grávida deve ser vacinada com a vacina da gripe sazonal ou pandémica a partir do segundo trimestre, não só para a sua protecção de uma eventual evolução grave da doença durante a gravidez, mas também para proteger o seu bebé nos primeiros meses de vida através da passagem de anticorpos da mãe para o feto.

A vacinação de mulheres que estão a amamentar não interfere com o esquema de vacinação recomendado aos lactentes. As mães que amamentam e que não têm as vacinas do Plano Nacional de Vacinação em dia devem actualizá-lo.

Indivíduos com alterações imunitárias

  • A disfunção primária ou secundária do sistema imunitário pode afectar simultaneamente a eficácia e a segurança das vacinas, dependendo do tipo e grau da imunodeficiência e da vacina em questão. A vacinação deve ser sempre efectuada sob a orientação e prescrição do médico assistente e segundo alguns princípios gerais:
  • Só muito raramente a imunidade está tão comprometida que a imunização activa é completamente ineficaz e inapropriada (imunodeficiência combinada grave);
  • As vacinas inactivadas e/ou imunoglobulinas são, em princípio, a melhor forma de proteger estes indivíduos; devem e podem ser efectuadas a todos os doentes com imunodeficiências congénitas e adquiridas; embora sejam seguras, a sua eficácia pode ser reduzida ou mesmo nula;
  • Estes doentes devem ser vacinados com algumas vacinas inactivadas extra-PNV (gripe, vacina contra Streptococcus pneumoniae) e como a resposta imunitária é inferior à dos indivíduos imunocompetentes, devem ser consideradas doses maiores ou reforços mais frequentes;
  • Em circunstâncias especiais (imunodeficiências graves), as vacinas vivas estão contra-indicadas devido ao risco de causarem elas próprias doença pelas estirpes vacinais. A sua administração deve estar sempre dependente de uma avaliação risco/benefício, caso a caso;
  • Um indivíduo com imunodeficiência, dado ter uma resposta imunogénica imprevisível, deve ser sempre considerado potencialmente susceptível às doenças evitáveis pelas vacinas, mesmo com esquema vacinal actualizado. Assim, em caso de exposição a alguma destas doenças, deve ser considerada a administração de terapêutica profiláctica (imunoglobulina ou quimioprofifaxia);
  • A vacinação deve ser antecipada se for previsível um declínio da situação imunitária, recorrendo-se a esquemas acelerados;
  • Se a imunossupressão for transitória e se o adiamento for seguro a vacinação deve ser adiada;
  • Se possível, a terapêutica imunossupressora deve ser suspensa ou reduzida, algum tempo antes da vacinação, para permitir a obtenção de uma melhor resposta imunitária;
  • Os indivíduos vacinados devem ser seguidos cuidadosamente, porque a magnitude e a duração da imunidade vacinal estão, frequentemente, reduzidas;
  • Familiares e prestadores de cuidados a indivíduos com imunodeficiência devem receber um leque alargado de vacinas, de forma a não se tornarem fonte de contágio (cuidado com vacinas com vírus potencialmente transmissíveis).
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Associação Alzheimer Portugal aconselha:
Manter o cérebro saudável é importante para prevenir a demência, cuja prevalência aumenta com a idad
Reduzir risco de demência

Os hábitos e estilo de vida podem fazer uma grande diferença na sua saúde, assim como reduzir os riscos de desenvolver Doença de Alzheimer ou outras formas de demência. Actualmente não se sabe como se pode prevenir ou curar a demência, no entanto, existem algumas medidas que podem ser implementadas e que ajudam a manter o cérebro saudável.

A Associação Alzheimer Portugal aconselha a adopção de sete medidas que podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver Doença de Alzheimer. De salientar, contudo, que a implementação destas dicas não impede que o indivíduo não venha a desenvolver a doença de Alzheimer, uma vez que os principais factores de risco para a demência são a idade e questões genéticas, impossíveis de controlar. No entanto, diferentes estudos científicos têm vindo a evidenciar que, as pessoas que adoptam estilos de vida saudáveis têm um risco reduzido de vir a desenvolver a demência.

São elas:
1. Lembre-se do seu Cérebro – mantenha o cérebro activo
2. Lembre-se da sua alimentação – tenha uma alimentação saudável
3. Lembre-se do seu corpo – pratique exercício físico
4. Lembre-se da sua saúde – faça check-ups regularmente
5. Lembre-se da sua vida social – participe em actividades sociais
6. Lembre-se dos seus hábitos – não fume, beba com moderação e durma bem
7. Lembre-se da sua cabeça – proteja a sua cabeça de lesões.

Lembre-se do seu Cérebro
Manter o cérebro activo permite fortalecer as ligações entre as células cerebrais, contribuindo para uma mente saudável.

  • Faça actividades que envolvam novas aprendizagens;
  • Faça jogos de raciocínio, como palavras cruzadas, puzzles de letras e números, jogue xadrez, damas ou cartas;
  • Leia, escreva, converse, use o computador, aprenda uma nova língua, tire um curso;
  • Participe em actividades culturais, como assistir a jogos, concertos, ir a museus ou galerias de arte;
  • Procure descobrir quais os seus passatempos preferidos e pratique-os, por exemplo, pintura, costura, carpintaria;
  • Mesmo em casa, mantenha-se activo: cozinhe novos pratos ou dedique-se ao seu jardim.

Lembre-se da sua alimentação
Uma alimentação equilibrada e saudável promove um cérebro saudável.

  • Reduza as gorduras saturadas: Escolha carnes magras, frango e produtos lácteos com pouca gordura. Evite a manteiga, alimentos fritos, doces, bolos e bolachas.
  • Prefira alimentos saudáveis:

- Gorduras Insaturadas: azeite, óleo de girassol, abacate, azeitonas, nozes, sementes e peixe;
- Ácidos Gordos Ómega-3: soja, margarina, peixe (especialmente gordos, como salmão, cavala, atum e sardinha);
- Alimentos ricos em Antioxidantes: ameixas, uvas passas, mirtilos, outras bagas, espinafres, couve-de-bruxelas, ameixas, brócolos, beterraba, abacate, laranjas, uvas vermelhas, pimenta vermelha, cerejas, kiwis, cebola, milho e beringela;
- Bebidas ricas em antioxidantes: chá verde, sumos de frutas, legumes e vinho tinto (com moderação);
- Alimentos ricos em Ácido Fólico: laranja, morango, banana, espinafres, espargos, brócolos, couve-de-bruxelas, repolho, couve-flor, lentilhas, feijão, grão-de-bico e cereais integrais;
- Alimentos ricos em Vitamina E: óleos vegetais, nozes, vegetais de folhas verdes e cereais integrais;
- Alimentos ricos em Vitamina B12: carne, frango, peixe, leite e ovos.

Lembre-se do seu corpo
O exercício físico estimula o fluxo sanguíneo para o cérebro. As pessoas que se exercitam regularmente têm menos probabilidades de desenvolver doenças cardíacas e diabetes. Estas condições estão também associadas a um risco maior de desenvolver demência. Por isso, pratique exercício físico para o bem da sua saúde:

  • Exercite o seu corpo, pelo menos, 30 minutos por dia. Pode andar, dançar, correr, andar de bicicleta, nadar, passear pelo jardim... tudo o que coloque o seu corpo em movimento e faça o coração bater com mais força;
  • O treino de resistência ou peso ajuda a desenvolver a força muscular, coordenação de movimentos e mantém a densidade óssea;
  • Trabalhe a flexibilidade e equilíbrio, com actividades como a dança, alongamentos, tai chi, pilates e yoga.

Lembre-se da sua saúde
Ao realizar check-ups regularmente, consegue detectar eventuais problemas assim que eles surgirem. O tratamento torna-se mais fácil e as consequências serão também menores.

  • Controle a sua tensão arterial;
  • Controle o seu colesterol;
  • Controle os seus níveis de açúcar no sangue;
  • Controle o seu peso.

Lembre-se da sua vida social
Ter uma vida social activa, participar em actividades de lazer e conviver com outras pessoas ajuda a manter o seu cérebro saudável.

  • Mantenha o contacto com a família e amigos;
  • Participe em clubes sociais, culturais ou outros grupos;
  • Envolva-se em trabalhos comunitários ou torne-se voluntário;
  • Saia e converse com os seus vizinhos, amigos ou mesmo com os trabalhadores do supermercado ou café a que habitualmente vai.

Lembre-se dos seus hábitos
Evite maus hábitos:

  • Não fume;
  • Não consuma bebidas alcoólicas em grandes quantidades. Quando beber, beba com moderação;
  • Não prescinda das suas horas de sono e de descanso. Dormir faz bem à saúde.

Lembre-se da sua cabeça
Proteja a sua cabeça para reduzir os riscos de desenvolver demência.

  • Evite bater com a cabeça;
  • Use sempre cinto de segurança;
  • Atravesse sempre na passadeira;
  • Use sempre capacete de segurança quando andar de mota, bicicleta, skate, patins ou fizer equitação.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.

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