Estudo
Níveis mais baixos de testosterona estão relacionados com uma maior participação paterna.

O tamanho dos testículos reflecte-se no cuidado que os homens têm com os seus filhos. Quem tem os órgãos sexuais mais pequenos é, provavelmente, um pai mais protector, segundo um estudo da Universidade de Emory, nos EUA.

Já homens com testículos maiores, além de menos protectores, têm maior probabilidade de viver experiências como o divórcio e a poligamia. "Nos homens com testículos pequenos há uma zona do cérebro que fica mais activa só de olharem para fotos do próprio filho”, explicou Jennifer Mascaró, uma das responsáveis pelo estudo.

A relação entre o tamanho dos testículos e a preocupação com os filhos não é, ainda assim, totalmente certa em todos os casos. "As influências ambientais podem alterar a biologia. Sabemos, por exemplo, que os níveis de testosterona caem quando os pais se envolvem mais”, acrescentou o antropólogo James Rilling.

Resultados de estudo revelam:
A acumulação de glicose em excesso no fígado está associada a uma série de problemas de saúde, revela um estudo publicado na...

Uma equipa de investigadores norte-americanos estudou ratinhos que tinham uma dieta alimentar rica em açúcar, mas utilizou dois grupos diferentes. Um deles era normal, e um outro grupo que tinha uma mutação genética que impedia a produção de uma proteína normal responsável pela reacção enzimática que acrescenta uma molécula de fosfato à frutose.

No fígado cheio de glicose dos dois grupos de ratinhos, davam-se as reacções normais responsáveis pela passagem da glicose para a frutose. A diferença é que nos ratinhos normais a série de reacções bioquímicas continuava normalmente a partir da frutose, ao passo que no grupo com a mutação genética as reacções terminavam na frutose.

Os investigadores observaram que, no grupo controlo, os ratinhos desenvolviam um fígado com células cheias de gordura, ficavam com síndrome metabólica - que nos humanos é um conjunto de factores que passa pela obesidade abdominal, valores altos de triglicéridos, valores baixos do "bom” colesterol, glicose e pressão arterial altas -, além de desenvolverem diabetes. Estes sinais não surgiam no outro grupo. "Se bloquearmos o metabolismo da frutose, podemos prevenir estas mudanças”, conclui Richard Johnson, líder do estudo e investigador da Universidade do Colorado nos Estados Unidos.

"Descobrimos que parte da glicose [no sangue do ratinho] está a ser convertida em frutose no fígado, e esta frutose é responsável por parte da obesidade dos ratinhos, assim como pelo fígado gordo e pela resistência à insulina”, diz Richard Johnson ao Público Online. A frutose está presente na fruta e no mel, mas também existe no xarope de milho que adoça os refrigerantes e é um constituinte da sacarose - a molécula que compõe o açúcar da cozinha é feita por uma unidade de frutose ligada a outra de glucose.

Entre os alimentos que ingerimos e as substâncias absorvidas na corrente sanguínea dão-se várias reacções químicas que transformam moléculas gigantes em pequenas substâncias que atravessam o intestino. Mas dentro do corpo, no sangue, os açúcares, e outras moléculas que absorvemos, entram de novo em muitos ciclos bioquímicos que resultam na construção de células, na produção de energia ou, por vezes, na acumulação de gordura (que, em excesso, pode constituir um problema de saúde).

No fígado dos ratinhos, esta acumulação negativa de gordura - quando há açúcar em excesso - passa pela produção de frutose, mostra agora um estudo publicado ontem na revista NatureCommunications. Quando esta frutose é bloqueada, evita-se nos ratinhos doenças associadas ao excesso de açúcar no fígado.

Para Johnson, estes resultados "desafiam o dogma de que a frutose é segura e que só os hidratos de carbono que causam glicémias altas é que devem ser restringidos”.

Estudo revela:
Um composto presente nos brócolos poderá ser o ingrediente-chave dos protectores solares do futuro. A conclusão é de um novo...

Seguir uma dieta rica em vegetais crucíferos como os brócolos já se mostrou eficiente na redução da probabilidade de sofrer de cancros como, por exemplo, o da próstata, e, agora, a investigação desenvolvida por Sally Dickinson, da Universidade do Arizona, nos EUA, vem provar mais um benefício da inclusão destes vegetais no regime alimentar, revela o site do Boas Notícias.

Segundo o estudo, o sulfurano, um nutriente que pode ser encontrado neste vegetal, tem um efeito quimiopreventivo, reduzindo o risco de cancro da pele e deixando-a protegida durante a exposição ao sol. No entanto, em vez de aconselhar o consumo dos brócolos, este estudo recente sugere a aplicação de pequenas doses de sulfurano directamente na pele, como se tratasse de uma espécie de "aditivo” do protector solar de base vegetal.

"Embora haja cada vez mais consciência acerca da necessidade de uma exposição limitada ao sol e do uso de protector solar, continuam a registar-se demasiados casos de cancro da pele todos os anos”, sublinha Dickinson.

"Estamos à procura de novos métodos que permitam a prevenção do cancro da pele de uma forma que seja acessível ao público em geral. O sulfurano pode ser um excelente candidato a ser utilizado no âmbito da prevenção desta doença nos casos em que a mesma se desenvolve devido à exposição aos raios ultravioleta”, acrescenta a investigadora.

De acordo com Sally Dickinson, este nutriente é altamente adaptável e é um agente muito eficaz na inibição de elementos como a proteína AP-1, que estimula o surgimento de cancros, e, ao mesmo tempo, na activação de genes quimioprotectores (como o gene Nrf2).

Assim, no âmbito de um projecto-piloto realizado em parceria com a Universidade Johns Hopkins, também nos EUA, a especialista e os colegas vão testar uma solução tópica criada a partir dos brócolos na pele de um grupo de pacientes para apurar se o composto é eficiente num contexto de luz solar simulada.

"Este é o tipo de composto que tem muitas aplicações teóricas incríveis se a dosagem for bem medida”, realça. "Já sabemos que é muito eficaz a proteger contra os escaldões e já observámos casos em que induziu enzimas protectoras da pele”, adianta ainda a coordenadora do estudo.

A equipa responsável por esta descoberta acredita que, futuramente, doentes com sistemas imunitários frágeis poderão beneficiar desta qualidade dos brócolos e aplicar sulfurano directamente na pele para reduzir o risco de cancro cutâneo.

Equivalente ao HIV
Uma equipa de cientistas criou uma vacina que é capaz de controlar as respostas imunitárias ao vírus da imunodeficiência símia,...

A investigação de Louis Picker, da Universidade de Saúde e Ciências de Oregon, Estados Unidos, teve como alvo de análise macacos Rhesus. Após 12 anos de estudos, o cientista tem conseguido importantes avançados na procura de uma vacina que seja capaz de lutar contra o vírus da imunodeficiência humana (VIH).

"As respostas imunitárias que esta vacina suscitou não só conseguiram controlar as réplicas altamente patogénicas do SIV (vírus da imunodeficiência símia) em símios, como mostraram a possibilidade de erradicar o vírus do seu organismo”, disse o responsável pelo projecto, Louis Picker.

De acordo com os resultados do estudo, 50% dos macacos que foram vacinados contra o vírus mostraram respostas imunitárias estáveis e controladas entre um a três anos.

Após o terceiro ano, grande parte dos macacos que participaram na experiência pareciam ter erradicado a infecção SIV, uma vez que os cientistas não conseguiram encontrar resíduos do vírus.

"Esta é a primeira vez que uma investigação mostra que se pode erradicar o vírus que causa sida”, disse Picker, adiantando que a sua próxima meta é "determinar se a vacina pode erradicar completamente o SIV em macacos com a infecção mais desenvolvida”.

Em larga escala
Uma nova vacina contra a meningite do tipo A, utilizada em campanhas de vacinação em vários países africanos, provou ser muito...

Nenhum novo caso de meningite A foi detectado no seio de uma população de 1,8 milhões de pessoas vacinadas em 2011 em três regiões do Chade, segundo um estudo publicado pela revista britânica Lancet. Ou seja, a nova vacina contra a meningite do tipo A, utilizada em campanhas de vacinação em vários países africanos, provou ser muito eficaz em larga escala, conforme noticia o JN Online.

Relativamente a todos os tipos de meningite, os novos casos registados durante o ano de 2012 caíram para 2,5 por 100 mil habitantes, contra 43,6 casos por 100 mil habitantes nas outras regiões do Chade não abrangidas pelo programa de vacinação, o que traduz uma descida de 94 %.

O portador do meningococo A, passível de transmitir o germe, diminuiu 98 % nas regiões abrangidas pela vacinação, indicam dados dos investigadores europeus que participaram no estudo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as 450 milhões de pessoas que vivem na chamada "cintura da meningite” em África, região que se estende do Senegal à Somália, são as que enfrentam maiores riscos de serem infectadas pelo meningococo do tipo A. Segundo a OMS, a última epidemia ocorreu em 2009, quando 88 mil casos suspeitos foram registados, causando 5.300 mortos.

Causada por uma bactéria, a meningite é uma inflamação das meninges (membrana que envolve o encéfalo e a medula espinhal), que provoca graves lesões cerebrais e se revela mortal se não for tratada. Esta é provocada por vários tipos de bactérias, em particular o meningococo do grupo A, responsável por 80 a 85 % dos casos em África, onde as epidemias surgem em cada sete a 14 anos de intervalo. As crianças e os jovens adultos são os mais expostos a esta enfermidade.

Os sintomas mais comuns de meningite são dor de cabeça e rigidez de nuca associados à febre, confusão mental, alteração do nível de consciência, vómitos e a intolerância à luz (fotofobia) ou a sons altos (fonofobia).

Uma punção lombar (inserção de uma agulha no canal medular para extracção de uma amostra de líquor, o líquido que envolve o encéfalo e a medula espinal) pode ser usada para diagnosticar ou excluir um quadro de meningite.

Perturbação mental grave
A esquizofrenia é uma perturbação mental grave caracterizada por uma perda de contacto com a realida
Homem com esquizofrenia

O que é a esquizofrenia?

A esquizofrenia é uma doença mental que se caracteriza por uma desorganização ampla dos processos mentais. É um quadro complexo que apresenta sinais e sintomas na área do pensamento, percepção e emoções, causando marcados prejuízos ocupacionais, na vida de relações interpessoais e familiares. Dito de forma mais simples, esta é uma doença do cérebro com manifestações psíquicas através da perda de contacto com a realidade (psicose), alucinações, delírios (crenças falsas), pensamento anormal e alteração do funcionamento social e laboral.

A pessoa perde o sentido de realidade ficando incapaz de distinguir a experiência real da imaginária. Esta doença manifesta-se em crises agudas com sintomatologia intensa, intercaladas com períodos de remissão, quando há um abrandamento de sintomas, ficando alguns dos sintomas presentes mas em menor intensidade.

Habitualmente, a esquizofrenia desenvolve-se no final da adolescência ou início da idade adulta antes dos 40 anos. O curso desta doença é sempre crónico com marcada tendência à deterioração da personalidade do indivíduo.

Não se conhecem as causas da esquizofrenia, embora haja evidências de que decorre de uma combinação de factores biológicos, genéticos e ambientais que contribuem em diferentes graus para o aparecimento e desenvolvimento da doença. Para além disso, sabe-se que filhos de indivíduos esquizofrénicos têm maior probabilidade (cerca de 10 por cento) de desenvolver a doença, enquanto na população geral o risco de desenvolver a doença é de aproximadamente 1 por cento.

A esquizofrenia é um problema de saúde pública de primeira grandeza em todo o mundo. A prevalência da esquizofrenia no mundo parece ser algo inferior a 1 por cento, embora se tenham identificado zonas de maior ou de menor prevalência. Em alguns países, as pessoas com esquizofrenia ocupam cerca de 25 por cento das camas dos hospitais.

Sintomas da esquizofrenia

Os quadros de esquizofrenia podem variar de doente para doente com uma combinação em diferentes graus dos seguintes sintomas:

Delírios

O indivíduo acredita em ideias falsas, irracionais ou sem lógica. Em geral são temas de perseguição, grandeza ou místicos;

Alucinações

O doente tem ideia de estímulos que na realidade não existem, como ouvir vozes, ver pessoas ou vultos;

Discurso e pensamento desorganizado

O doente esquizofrénico fala de forma ilógica e desconexa, demonstrando uma incapacidade de organizar o pensamento numa sequência lógica;

Expressão das emoções

O indivíduo esquizofrénico tem um "afecto inadequado", ou seja, tem dificuldade em demonstrar as emoções/sentimentos. Não consegue demonstrar se está alegre ou triste, por exemplo, tem dificuldade de moldar o afecto de acordo com o contexto, mostrando-se indiferente a diversas situações do quotidiano;

Alterações de comportamento

Os doentes podem ser impulsivos, agitados ou retraídos, muitas vezes apresentando risco de suicídio ou agressão, além da exposição moral, como por exemplo falar sozinho em voz alta ou andar sem roupa em público.

Diagnóstico da esquizofrenia

Para o diagnóstico da esquizofrenia não existem marcadores biológicos, nem exames complementares específicos, embora existam evidências de alterações da anatomia cerebral demonstráveis em exames de neuro-imagem e do metabolismo cerebral, como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética, entre outros.

Por isso, o diagnóstico baseia-se na observação clínica dos sintomas e na história médica do doente. Para além de identificar a doença, o especialista quererá também perceber qual o subtipo clínico que o doente apresenta. Essa diferenciação baseia-se nos sintomas que predominam em cada pessoa e na evolução da doença que é variada conforme o subtipo específico.

Os principais subtipos são:

  • Paranóide - predomínio de delírios e alucinações
  • Desorganizada - predomínio de alterações da afectividade e desorganização do pensamento
  • Catatónico - alterações da motricidade
  • Simples - diminuição da vontade e afectividade, empobrecimento do pensamento, isolamento social
  • Residual - estágio crónico da doença com muita deterioração e pouca sintomatologia produtiva.

Tratamento da esquizofrenia

O tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial. A terapêutica medicamentosa é feita com remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos. Actuam diminuindo os sintomas (alucinações e delírios), procurando restabelecer o contacto do doente com a realidade. Para além disso controlam as crises e ajudam a evitar uma evolução mais desfavorável da doença. Habitualmente esta terapêutica é ininterrupta para não ter novas crises.

As abordagens psicossociais são necessárias para promover a reintegração do doente à família e à sociedade. São utilizadas várias técnicas, como a psicoterapia ou a terapia ocupacional, com o objectivo de ajudar o doente a melhor lidar com as dificuldades do dia-a-dia.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba quais são
A transpiração é essencial para a manutenção da temperatura do corpo.
Sudorese

A atividade das glândulas sudoríparas e a transpiração (hidrose) é importante para o organismo, pois controla a temperatura do corpo dentro de determinados limites, e elimina as toxinas através dos poros. A quantidade de transpiração produzida varia de pessoa para pessoa, de acordo com a idade, sexo ou raça, influenciada também por fatores endógenos ou exógenos.

Situações como o stress, desequilíbrios hormonais, problemas metabólicos e medicamentos podem estar associados aos transtornos da sudação. É que existem diferentes tipos de transpiração. Ou seja, considera-se hiperhidrose quando há excesso de transpiração; bromidrose quando a transpiração é acompanhada de mau cheiro, anidrose ocorre quando há défice de transpiração e, por fim, a disidrose caracteriza-se pelo aparecimento de erupções cutâneas.

Para evitar as diferentes perturbações da transpiração deve:

  • lavar os locais afetados, ensaboando bem e dando preferência a sabonetes antisséticos;
  • secar bem a pele após o banho, especialmente entre os dedos dos pés;
  • trocar as roupas e meias diariamente; evitar o uso de tecidos sintéticos, dando preferência ao algodão;
  • preferir calçados abertos;
  • manter sempre o calçado limpo e evitar deixar a pele húmida muito tempo.

Com mais de 250 mil glândulas sudoríparas, os pés estão entre as partes do corpo que mais transpiram, devido em grande parte ao uso de meias e sapatos. E, à partida, poderíamos supor que a transpiração é a responsável pelo mau odor mas não é. Até porque a transpiração é basicamente formada de sal e água. O que provoca o mau odor são as bactérias existentes na flora da pele que absorvem a humidade e excretam o excesso, produzindo um forte odor.

Por exemplo, o ambiente húmido que se cria dentro do sapato é favorável ao aparecimento de bactérias que, por sua vez, originam o mau odor. É, portanto, importante que a higiene não deve incluir apenas a lavagem diária dos pés, sendo preciso secá-los muito bem, principalmente nos espaços interdigitais (entre os dedos), mudar de meias (preferencialmente de algodão) diariamente, alternar o uso de sapatos e sempre que possível, optar pelo uso de sapatos abertos.

Atualmente, existem diversos produtos que podem tratar ou controlar os diferentes tipos de hidroses. Entre eles os cremes hidratantes e/ou anti-transpirantes, e pó talco ou anti-fúngico de aplicação no calçado quando este não está em uso, para absorver parte da humidade gerada durante a sua utilização.

Nos casos mais complicados e de difícil resolução deve consultar um especialista para melhor perceber o que está a causar esse transtorno.

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Inflamação crónica pruriginosa
A dermatite atópica é uma inflamação pruriginosa da pele, também conhecida como eczema atópico.
Dermatite atópica

A dermatite atópica (também conhecida de eczema atópico) é uma inflamação crónica pruriginosa nas camadas superficiais da pele. Ocorre principalmente na infância e em 80 por cento dos casos manifesta-se durante o primeiro ano de vida. Afecta maioritariamente o sexo masculino e é frequente encontrar histórico de uma destas doenças nos familiares. A causa do seu aparecimento é desconhecida mas a hereditariedade parece ser um factor preponderante

Em Portugal, estima-se que cerca de 10 por cento das crianças são atingidas pela doença, sendo neste grupo etário a doença dermatológica crónica mais frequente, embora apenas 1 a 2 por cento sofram de queixas graves. Na maior parte das situações a doença tende a melhorar muito e até a desaparecer com a idade, embora possa permanecer por toda a vida. A persistência desta entidade é mais observada nos casos onde o aparecimento é mais tardio.

Sintomas
O principal sintoma é a comichão, que pode começar antes mesmo das lesões cutâneas se manifestarem. Outra característica da pele do doente atópico é a tendência a ficar ressequida que, por si só, pode dar origem à sensação de comichão e consequente descamação.

A maior vermelhidão, inflamação, estrias vermelhas e febre são os primeiros sinais da infecção cutânea provocada pela dermatite atópica.

Na infância as lesões são avermelhadas e descamativas. Podem atingir a face, tronco e membros. Com o acto de coçar, tornam-se escoriadas e podem sofrer infecção secundária. Nos bebés são muito frequente na zona das fraldas e couro cabeludo.

Nos adolescentes e adultos, as lesões localizam-se preferencialmente nas áreas de dobras da pele, como a região posterior dos joelhos, pescoço e dobras dos braços. A pele destes locais torna-se mais grossa, áspera e escurecida. Usualmente localizada nestas áreas, a dermatite atópica pode generalizar-se, atingindo grandes áreas corporais.

Diagnóstico
Não existe nenhuma análise para detectar a dermatite atópica. O médico faz o diagnóstico em função das características próprias das lesões e com frequência tem em conta a existência de possíveis alergias noutros membros da família. Apesar de a dermatite atópica poder parecer-se muito com a dermatite seborreica das crianças, há que fazer a distinção, pois as suas complicações e tratamento são diferentes.

Causas
Não se sabe ao certo o motivo pelo qual muitas pessoas desenvolvem dermatite, embora já se saiba que se deve a um problema do sistema imunitário. Este problema desencadeia uma reacção da pele quando há contacto com uma série de substâncias de utilização habitual.

Factores de risco
Foram identificadas muitas substâncias desencadeantes; variam de pessoa para pessoa e nos diferentes tipos da doença. Entre os desencadeantes frequentes encontram-se:

  • Materiais ásperos sobre a pele e fibras sintéticas;
  • O calor húmido;
  • Certos sabões, detergentes ou desinfectantes;
  • O sumo de certas frutas;
  • O pó das casas;
  • A saliva, o pêlo e a descamação da pele dos animais;
  • As infecções, como constipações ou gripe;
  • O tempo frio;
  • A tensão emocional;
  • Pólen.

Estes factores podem desencadear uma reacção da pele através do contacto com a pele ou por inalação. Também podem provocar rinite alérgica ou asma, em vez de, ou além de, dermatite.

Tratamento
Apesar de não existir cura para a dermatite atópica, é importante como medida de prevenção identificar e evitar os factores desencadeantes específicos de cada caso. Por si só, esta medida pode melhorar a doença sem mais nenhum tratamento.

Contudo, é importante a hidratação da pele, devendo-se evitar sabonetes agressivos e banhos quentes. Alguns indivíduos com dermatite atópica descobrem que o banho piora a erupção: a água, o sabão e também o facto de secar a pele, especialmente ao esfregá-la com uma toalha, pode causar irritação. Nestes casos, lavar-se com menos frequência, secar ligeiramente a pele com uma toalha e aplicar óleos ou lubrificantes inodoros.

As lesões são tratadas com o uso de cremes e pomadas à base de corticosteróides ou outras substâncias que ajudam a combater a inflamação. Em caso de infecção secundária, devem ser usados antibióticos. Medicação com anti-histamínicos ajudam a controlar a comichão. Como estes fármacos podem causar sonolência, é aconselhável a sua toma à noite.

Tipos de eczema e sua frequência
Estima-se que as dermatites, em geral, têm uma prevalência superior a 10 por cento, ou seja, que num dado momento afecta essa percentagem da população. Entre os tipos de eczema mais frequentes encontram-se:

Eczema atópico (ou dermatite atópica)
Frequente em crianças; estima-se que afecta num dado momento entre 10 e 20 por cento da população infantil, enquanto a prevalência nos adultos se situará entre 1 e 3 por cento. Sem que sejam conhecidas rigorosamente as causas, nas últimas décadas a prevalência nos países industrializados duplicou ou triplicou, enquanto é menos frequente em países com economia agrícola.

Dermatite alérgica de contacto
Ocorre fundamentalmente em adultos, e cuja prevalência estima-se entre 2 e 9 por cento da população.

Dermatite irritativa de contacto
Ocorre frequentemente nas mãos e que se deve a irritantes químicos, como os detergentes.

Dermatite seborreica
Mais frequente nos homens do que nas mulheres, estima-se que afecta 5 por cento da população.

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Infecção grave causada por uma toxina
O tétano é uma infecção potencialmente fatal causada por uma bactéria.
Tétano

O tétano é uma doença aguda causada por uma toxina produzida pelo Clostridium tetani, uma bactéria produtora de esporos que podem persistir no solo durante meses ou anos. A doença é adquirida quando a bactéria Clostridium tetani entra no organismo através de lesões da pele - como cortes, arranhão, mordidas ou picadas de animais, etc. -, drogas injectáveis ou mesmo após realização de procedimentos cirúrgicos sem condições de higiene adequadas.

Uma vez dentro da pele, as bactérias multiplicam-se e produzem uma toxina, ou veneno, que afecta os nervos do organismo. A toxina do tétano produz espasmos musculares graves, cãibras e convulsões. O espasmo dos músculos da mandíbula causa o trismo (situação em que a pessoa não consegue abrir a boca). Os espasmos também afectam os músculos da garganta, do tórax, do abdómen e dos membros. Finalmente, os efeitos da toxina a nível dos músculos respiratórios vão interferir com a respiração e o doente pode morrer por sufocação.

Não se trata de uma doença contagiosa e é cada vez menos frequente nos países desenvolvidos. Em Portugal estima-se que, anualmente, ocorram cerca de 10 casos de tétano, um número baixo graças ao facto de grande parte da população estar vacinada. Nesse sentido, a maioria dos casos de tétano verifica-se em indivíduos que não estavam imunizados e numa população mais idosa, faixa onde existe menor cobertura vacinal.

Sintomas

Os sintomas costumam aparecer entre cinco e 10 dias após a contaminação, mas por vezes surgem mesmo já aos dois dias ou então tão tarde como aos 50. O sintoma mais frequente é a rigidez dos maxilares.

Outros sintomas incluem inquietação, dificuldade em engolir, irritabilidade, dor de cabeça, febre, dor de garganta, arrepios, espasmos musculares e rigidez da nuca, braços e pernas.

À medida que a doença avança, o doente pode ter dificuldade em abrir a boca (trismo). Os espasmos dos músculos da face levam a uma expressão facial com um sorriso fixo e as sobrancelhas levantadas. A rigidez ou os espasmos nos músculos abdominais, do pescoço e das costas podem ocasionar uma postura característica, na qual a cabeça e os calcanhares se desloquem para trás e o corpo esteja curvado para a frente. O espasmo dos esfíncteres musculares pode causar obstipação e retenção de urina.

Certos incómodos menores, como o ruído, uma corrente de ar ou o facto de a cama se mexer, podem desencadear espasmos musculares dolorosos e sudação profusa. Durante os espasmos em todo o corpo, o doente não consegue gritar, nem sequer falar, devido à rigidez dos músculos do tórax e ao espasmo da garganta. Esta situação impede também de respirar com normalidade e, como consequência, o indivíduo não recebe oxigénio suficiente e pode morrer por asfixia.

Em regra não costuma haver febre. A respiração e os batimentos cardíacos aceleram-se e os reflexos podem estar exagerados. O tétano pode ainda limitar-se a um grupo de músculos em torno da ferida e os espasmos próximos dela podem durar semanas.

Diagnóstico

Não existe nenhum teste laboratorial para o diagnóstico do tétano. O diagnóstico baseia-se nos sintomas, na história recente de ferida ou outra lesão da pele e no historial de vacinação.

O médico suspeita da presença de tétano quando uma pessoa que se feriu apresenta rigidez muscular ou um espasmo. Apesar de as bactérias Clostridium tetani se poderem, por vezes, cultivar a partir de uma amostra tirada da ferida, os resultados negativos não excluem o diagnóstico.

Prognóstico

A maior parte dos doentes com tétano sobrevive e recupera as suas funções prévias. As pessoas idosas e que apresentam uma progressão rápida desde o momento da infecção até ao aparecimento de sintomas graves têm um risco mais elevado de mortalidade. Por isso, o tétano tem um índice de mortalidade global de 50 por cento.

Prevenção

A vacinação anti-tetânica é a medida preventiva mais eficiente contra todos os casos de tétano, e a vacinação de todos os adultos é um dos principais objectivos do Programa Nacional de Vacinação (PNV). Segundo este, os indivíduos devem ser vacinados aos 2, 4, 6 e 18 meses de idade, aos 5-6 anos e 10-13 anos e, posteriormente, de 10 em 10 anos durante toda a vida.

Para além disso, a população deve ser sensibilizada e educada a limpar e desinfectar o mais rapidamente possível qualquer ferida, mordidas de animais ou queimaduras para evitar a proliferação das bactérias e minimizar o risco de tétano.

Tratamento

Uma pessoa com um quadro completo de tétano deve ser tratada num hospital, onde lhe será administrada imunoglobulina antitetânica para neutralizar a toxina do tétano.

Os espasmos musculares são tratados com relaxantes musculares, podendo ser igualmente administrados sedativos. Se necessário, o doente deverá ser ligado a um ventilador para o ajudar a respirar.

Se o doente apresentar uma infecção evidente de uma ferida, esta deverá, por vezes, ser tratada com antibióticos. Quando a situação clínica começa a melhorar, a pessoa irá receber uma série de vacinações para restabelecer a imunidade contra o tétano, uma vez que ter um tétano não garante imunidade contra esta doença.

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Exercício físico
Uma das medidas mais importantes para combater o efeito negativo da menopausa sobre os aspectos físi
Mulher no jardim com roupa de desporto

 

Manter-se activa dia a dia pode ajudar a manter-se em forma. Pode fazê-lo ao caminhar, trabalhar em casa ou fazendo jardinagem. Para ficar em forma, faça uma variedade de exercício: resistência, força, equilíbrio e flexibilidade.

 

Para saber qual o exercício mais adequado ao seu caso, pode aconselhar-se com o seu médico que a ajudará a encontrar formas de se tornar mais activa. Terá que ter em conta vários aspectos como:

  • Quais são os meus objectivos: Aumentar a resistência? Aumentar a força muscular? Perder peso? Dormir melhor? Sentir-me melhor?
  • Quanto tempo tenho de actividade cada dia? Posso aumentar esse tempo?
  • Como posso tornar-me mais activa ao longo do dia?
  • Quais são as minhas limitações físicas?
  • Tenho problemas de saúde que limitem estas actividades?
  • Que altura do dia é melhor para eu fazer exercício?
  • Quem se pode juntar a mim nesta actividade?
  • Devo entrar numa aula ou grupo de programa de fitness?

Por outro lado, deve questionar-se a quantidade de exercício que consegue de fazer. Algumas mulheres pensam que caminhar à volta do seu quarteirão é tudo o que conseguem fazer. Outras correm longas distâncias. Seja qual for a quantidade, os especialistas concordam que os adultos devem ser activos pelo menos 30 minutos todos os dias.

Se não conseguir ser activa durante os 30 minutos, distribua a sua actividade ao longo do dia durante, pelo menos, 10 minutos de cada vez. Por exemplo, faça uma caminhada de 10 minutos pela manhã, e depois mais 20 minutos ao final do dia.

Quando começar, poderá ter problemas em fazer o mínimo de exercício. Se for activa durante 30 minutos cada dia, desafie-se a si própria a aumentar o tempo ou praticar actividades mais vigorosas. Estimular o seu esforço vai aumentar as recompensas na sua saúde. Deixe o seu corpo guiá-la naquilo que consegue fazer.

Planeie o dia para fazer exercício. Vista roupa larga e sapatos para apoiar os seus pés. Comece lentamente se não faz exercício há muito tempo ou se já não é activa. Comece com um exercício que já conhece – caminhar. Isto diminuirá as hipóteses de se magoar.

Actividades de resistência

Os exercícios de resistência aumentam a sua taxa cardíaca e de respiração que melhoram a saúde do seu coração, pulmões e circulação sanguínea. Estes exercícios ajudam no atraso e prevenção de doenças como a diabetes. Podem também ajudar a reduzir a necessidade de tratamento medicamentoso de algumas doenças.

O melhor tipo de actividades de resistência para si depende da sua saúde geral e fitness. Também depende daquilo que é capaz de fazer fisicamente. As actividades de resistência incluem caminhar, natação, ciclismo, ténis e aeróbica. Podem ser feitas todos os dias da semana.

Actividades de fortalecimento

À medida que envelhecemos perdemos massa muscular. Contudo, isso não acontecerá se fizer exercício, principalmente actividades de fortalecimento, tais como levantar pesos leves que fazem músculos. Até porque as actividades de fortalecimento ajudam a atrasar a perda óssea e o treino de fortalecimento também aumenta o seu metabolismo. Isto ajudará a controlar o seu peso e a quantidade de açúcar no sangue.

Comece com pesos de meio quilo e lentamente aumente o nível de esforço. Mesmo aumentando a força muscular ligeiramente, pode ter um grande efeito. Deve fazer exercício de fortalecimento pelo menos, duas vezes por semana. É preferível não trabalhar o mesmo grupo de músculos dois dias seguidos. Pode trabalhar a parte superior do corpo (braços) num dia e a parte inferior (pernas) no dia seguinte. Nunca é tarde para começar um programa de treino e fortalecimento. Isto é verdade também para quem nunca praticou exercício ou não o fez nos últimos anos.

Actividades de equilíbrio

Os exercícios de equilíbrio ajudam a prevenir as quedas, um problema comum nas mulheres mais velhas. Estas são a maior causa de ancas partidas, perda de independência, e até mesmo a morte.

Muitos dos exercícios de fortalecimento também melhoram o equilíbrio. Dançar, fazer yoga ou tai chi são boas actividades que melhoram o equilíbrio. Fale com o seu médico sobre um programa que vá ao encontro das suas necessidades.

Há outros exercícios de equilíbrio que podem ser feitos em qualquer lado, tais como marcha, permanecer em pé numa só perna ou levantar-se de uma cadeira sem usar os braços para a afastar.

Actividades de alongamento

Os exercícios de alongamento mantêm-na flexível e ajudam a prevenir dores de articulações e costas. Estes esticam os músculos e os tecidos que seguram a estrutura do seu corpo.

Estes exercícios também podem ajudar a prevenir acidentes ou a recuperar deles. Deve fazer alongamento antes ou depois de actividades de resistência ou fortalecimento. Certifique-se de que faz sempre aquecimento antes de exercícios de alongamento.

Exercícios sim, mas com segurança

Estas dicas vão ajudá-la a começar e a manter uma actividade física segura:

  • Em primeiro lugar fale com o seu médico. Ele/a poderá informá-la dos riscos. O seu médico também pode sugerir um treino adequado.
  • Comece devagar. Fazer demasiado exercício pode causar acidentes. Aumente o seu programa e o seu nível de esforço ao longo do tempo.
  • Faça exercícios de aquecimento antes de fazer exercício. Caminhe um pouco e faça pequenos alongamentos de 10 minutos. Isto ajuda a preparar os músculos para uma actividade mais intensa. Segure o alongamento, não balance. O balançar pode causar rupturas musculares.
  • Arrefeça após o exercício. Faça um alongamento ou caminhe de 5 a 10 minutos.
  • Utilize equipamentos de segurança. Utilize um capacete quando anda de bicicleta.
  • Calce sapatos apropriados. Usar o tipo errado de sapatos pode causar acidentes ou dor nos joelhos, tornozelos ou anca.
  • A menos que o seu médico lhe aconselhe limitar os líquidos, beba muitos líquidos quando faz exercício para não sentir sede. Expire quando exercita os músculos – quando levanta um peso. Inspire quando relaxa os músculos – quando larga/baixa um peso.
  • O exercício não deve causar dor. Fale com o seu médico sobre o quanto deve “puxar” por si própria.
  • Quando se dobra para a frente, deve usar a anca e os joelhos, não a cintura. Mantenha as costas esticadas quando se dobra.
  • Não se esforce demasiado. É normal sentir uma pequena dor ou sentir-se ligeiramente cansada. Se sentir dor, pare o que está a fazer.
  • Não faça exercício intenso no exterior durante o tempo de calor, humidade ou frio extremo.
  • Espere, pelo menos, duas horas após a refeição antes de fazer um exercício moderado ou pesado.
  • Não tome um duche quente ou utilize a sauna logo após o exercício.

Para além dos exercícios planeados que pode fazer, existem outras medidas diárias que ajudam a manter-se activa, em forma e, sem pensar está a fazer exercício. Se fizer estas actividades com facilidade, desafie-se a si próprio a tornar-se mais activa.

  • Caminhe ou ande de bicicleta em vez de usar o carro;
  • Quando usa o carro, estacione a alguma distância do sítio para onde se dirige para caminhar um pouco;
  • Prefira as escadas ao elevador;
  • Apanhe folhas ou faça jardinagem;
  • Passeie o cão;
  • Faça um passeio de manhã ou após o jantar ou passeie no centro comercial.

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Investigação da Universidade de Granada
O consumo de melatonina ajuda a regular o peso uma vez que estimula as “gorduras bege” que queimam calorias em vez de as...

Cientistas espanhóis descobriram que o consumo de melatonina ajuda a regular o aumento de peso porque estimula o surgimento de "gordura bege", um tipo de células gordas que queimam as calorias em vez de as armazenarem.

Ao contrário do tecido adiposo branco, que armazena as calorias e provoca um aumento de peso, a gordura bege (também conhecida como "gordura boa ou adelgaçante") ajuda a regular o controlo do peso e, assim, os seus benefícios metabólicos, informou a Universidade de Granada, segundo noticia o JN Online.

No estudo, publicado na revista Journal of Pineal Research, participaram investigadores do Instituto de Neurociências da Universidade de Granada, o Hospital Carlos III de Madrid e o Centro Científico de Saúde da Universidade do Texas (Estados Unidos).

Os investigadores analisaram os efeitos da melatonina sobre a obesidade, a dislipidemia (nível elevado de gordura no sangue), a hipertensão arterial e a diabetes mellitus tipo 2 associados à obesidade em ratos jovens obesos diabéticos, um modelo experimental da síndrome metabólica.

Os resultados obtidos levam a pensar que o consumo de melatonina não só promove o aparecimento da gordura bege nos ratos obesos, como aumenta a sua presença nos animais magros usados como grupo de controlo.

A melatonina é uma hormona natural segregada pelo corpo humano e que aumenta os seus níveis naturalmente durante a noite (no escuro).

Também se encontra em pequenas quantidades em algumas frutas e vegetais como a mostarda, as bagas de Goji, as amêndoas, sementes de girassol, cardamomo, erva-doce, coentros e cerejas.

Dormir no escuro e consumir aqueles alimentos poderá ajudar a controlar o peso e a prevenir as doenças cardiovasculares associadas à obesidade e à dislipidemia, segundo os investigadores.

Doenças cognitivas
Quem consome regularmente frutas, vegetais, nozes, peixe e azeite corre menos risco de desenvolver doenças relacionadas com o...

Um estudo feito pela Escola de Medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido, revela que seguir uma dieta mediterrânica faz bem à mente

O grupo de investigadores afirma, segundo o jornal britânico ‘Daily Mail, que quem consome regularmente frutas, vegetais, nozes, peixe e azeite tem um menor risco de desenvolver doenças relacionadas com o avançar da idade, tais como a demência e Alzheimer.

Em nove dos 12 casos analisados, os objectos de estudo seguiam uma dieta mediterrânica, estando esta associada a um melhor desenvolvimento cognitivo, níveis mais baixos de dificuldades cognitivas e a um menor risco de aparecimento da doença de Alzheimer.

No entanto, Iliana Lourida, responsável pela investigação, que se baseou em estudos anteriores, admite que ainda é preciso aperfeiçoar algumas partes desta pesquisa, uma vez que os resultados para a fase de perda de faculdades cognitivas (antes de se ter Alzheimer ou demência) foram inconsistentes.

"A nossa avaliação revela algumas inconsistências presentes em estudos anteriores (…) Foram feitos estudos com base na observação, agora é necessário fazer um ensaio clínico randomizado controlado (método usado para testar a eficácia de uma dada abordagem terapêutica) para confirmar todas estas pesquisas”, explicou.

O que são?
Nos locais de trabalho, os riscos profissionais são inerentes ao ambiente ou ao processo operacional
Doenças profissionais

Considera-se que uma doença profissional é aquela que resulta directamente das condições de trabalho e que causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte. As doenças profissionais em nada se distinguem das outras doenças, salvo pelo facto de terem a sua origem em factores de risco existentes no local de trabalho.

Existe uma Lista de Doenças Profissionais, aprovadas através do Decreto Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de Julho, embora a Lei também considera que a lesão corporal, a perturbação funcional ou a doença não incluídas na lista serão indemnizáveis, desde que se provem serem consequência, necessária e directa, da actividade exercida e não representem normal desgaste do organismo (Código do Trabalho, n.º 2 do art. 310).

Diagnóstico
Qualquer médico, perante uma suspeita fundamentada de doença profissional – diagnóstico de presunção –, tem obrigação de notificar o Centro Nacional de Protecção contra Riscos Profissionais (CNPRP), mediante o envio da Participação Obrigatória devidamente preenchida. O CNPRP irá estudar a situação e avaliar se se trata, ou não, de doença profissional, mediante solicitação do próprio trabalhador afectado.

No caso de a doença estar confirmada, tem direito à reparação do dano, tanto em espécie (prestações de natureza médica, cirúrgica, farmacêutica, hospitalar, etc.), como em dinheiro (indemnização pecuniária por incapacidade temporária para o trabalho ou redução da capacidade de trabalho ou ganho em caso de incapacidade permanente, etc.), entre outras.

Factores de risco

Existem vários factores de risco que podem conduzir ao aparecimento das doenças profissionais:

De causa ergonómica

  • Movimentos repetitivos que requerem aplicação de força;
  • Choque mecânico;
  • Força de preensão e carga palmar;
  • Carga externa e muscular estática;
  • Stress mecânico;
  • Vibrações e temperaturas extremas;
  • Posições desadequadas que podem decorrer do equipamento mal desenhado, das ferramentas ou do posto de trabalho.

De causa organizacional

  • Horas e ritmo de trabalho excessivos;
  • Trabalho com ritmo externo imposto – por exemplo, linhas de montagem;
  • Pausas e descanso insuficientes;
  • Insegurança ou insatisfação laboral;
  • Monitorização excessiva, por exemplo, com câmaras de vídeo.

De risco individual

  • Tabagismo:
  • Ingestão de bebidas alcoólicas em excesso;
  • Obesidade.

Para além dos referidos, e segundo o Decreto Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de Julho, as doenças profissionais podem ainda ser causadas por:

1. Doenças provocadas por agentes químicos

  • Causadas por tóxicos inorgânicos;
  • Causadas por tóxicos orgânicos.

2. Doenças do aparelho respiratório

  • Pneumoconioses por poeiras minerais;
  • Granulomatoses pulmonares extrínsecas provocadas por poeiras ou aerossóis com acção imunoalérgica;
  • Broncopneumopatias provocadas por poeiras ou aerossóis com acção imunoalérgica e ou irritante.

3. Doenças cutâneas

  • Causadas por produtos industriais;
  • Causadas por medicamentos;
  • Causadas por produtos químicos e biológicos;
  • Causadas por fungos.

4. Doenças provocadas por agentes físicos

  • Causadas por radiações;
  • Causadas por ruído;
  • Causadas por pressão superior à atmosférica;
  • Causadas por vibrações;
  • Causadas por agentes mecânicos.

5. Doenças infecciosas e parasitárias

  • Causadas por bactérias e afins;
  • Causadas por vírus;
  • Causadas por parasitas;
  • Causadas por fungos,
  • Agentes biológicos causadores de doenças tropicais.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
A inflamação do fígado
A hepatite C é uma inflamação do fígado provocada por um vírus, que quando crónica, pode conduzir à
Inflamação do fígado

A hepatite é uma inflamação do fígado, cuja causa mais comum é um vírus, embora possa ter outras origens como por exemplo, a ingestão em excesso de álcool, algumas drogas ou químicos. Existe também a hepatite auto-imune, uma doença do fígado na qual o sistema imunitário do corpo não está a funcionar devidamente e afecta o fígado.

Os tipos de hepatite distinguem-se pelo vírus que as causou, podendo ser dos tipos A, B, C, D ou E. A principal diferença entre estes vírus está na forma como se transmitem, nos seus efeitos sobre o fígado infectado e nas suas consequências para o estado de saúde geral do doente infectado.

Assim, a Hepatite C é uma inflamação do fígado provocada pelo vírus da hepatite C, que quando crónica, pode conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro. Na maioria dos casos, é uma doença crónica que, no entanto, pode afectar os doentes de formas muito diversas. Ou seja, muitos indivíduos não chegam a apresentar sintomas e não têm conhecimento de que estão infectados com Hepatite C. Por outro lado, há ainda doentes que mesmo apresentando sintomas podem ser pouco definidos, ou outros que apresentam cansaço extremo e mal-estar geral, enquanto outros apresentam sintomas semelhantes à gripe, ocasionalmente com vómitos, embora esta situação seja mais rara.

Estima-se que existam cerca de 150 mil portugueses que sofrem de hepatite C crónica, no entanto, a maioria não sabe que tem a doença. Calcula-se que apenas 20 a 30 por cento dos doentes estejam identificados. De acordo com um estudo do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, Portugal é um dos países europeus a apresentar as mais elevadas taxas de contaminação deste vírus, que atinge 60 a 80 por cento dos toxicodependentes.

A nível global, calcula-se que existam 170 milhões de portadores crónicos (cerca de três por cento da população mundial), dos quais nove milhões são europeus, o que faz com que seja um vírus muito mais comum que o VIH, responsável pela SIDA. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é possível que surjam todos os anos três a quatro milhões de novos casos no planeta.

A hepatite C pode apresentar-se sob a forma aguda ou crónica. Se for aguda, o seu período de duração é curto, com efeitos acentuados, embora a maioria dos doentes recupere em poucas semanas sem efeitos a longo prazo. Já os casos de doença crónica prolongam-se no tempo, chegando a durar para o resto da vida do doente.

Cerca de 20 por cento dos indivíduos infectados com Hepatite C recuperam totalmente. Ainda não existem explicações científicas para o facto de alguns doentes recuperarem e outros permanecerem infectados. Destes, alguns apresentarão apenas uma inflamação ligeira do fígado sem evolução significativa, enquanto outros irão desenvolver cirrose e/ou ao cancro no fígado, o que poderá acontecer 20, 30 ou mesmo 40 anos depois de serem infectados.

Entre as possíveis explicações está a idade em que a pessoa foi contaminada (quanto mais tarde, mais grave pode ser a evolução da infecção), as diferenças hormonais (é mais comum no sexo masculino) e o consumo de álcool (que estimula a multiplicação do vírus e diminui as defesas imunitárias).

Sintomas
A hepatite C é uma doença habitualmente silenciosa, isto é, não apresenta sintomas nem sinais específicos que leve o doente ou o médico a suspeitar de uma infecção provocada pelo vírus da hepatite C. Isto origina que n maioria dos casos o conhecimento da infecção seja obtido após a realização casual de análises de rotina que revelam alterações das enzimas a nível do fígado.

Contudo, algumas vezes ocorrem sintomas sugestivos de uma infecção gripal – cansaço, dores articulares, musculares e de cabeça, febre – e passam de forma despercebida sem deixar qualquer sinal da passagem do vírus da hepatite C pelo organismo. Nesta fase aguda da doença podem ser detectados anticorpos da hepatite C.

Apenas em cerca de 10 por cento dos casos de hepatite aguda, surge icterícia (cor amarelada da pele), que resulta da acumulação da bilirrubina no sangue e subsequentemente na pele e escleróticas, devido ao mau funcionamento do fígado na eliminação da bílis. As fezes podem torna-se claras e a urina aparecer de cor escura a lembrar o “vinho do Porto”.

Diagnóstico
Existe uma série de testes utilizados quer para detectar a doença, quer para determinar a evolução de um doente infectado com Hepatite C.

A detecção no sangue de anticorpos de hepatite C (anti-HCV), permitem confirmar com rigor o diagnóstico. Estes anticorpos podem aparecer em cerca de metade dos casos ainda durante a fase aguda da doença, isto é, um a dois meses após o contágio, enquanto nos restantes casos, aparecem uma a duas semanas depois da fase aguda desta doença. Na hepatite C crónica, os anticorpos estão sempre presentes.

Porém, os anticorpos anti-VHC podem apenas corresponder a uma hepatite antiga e curada, pelo que é necessário recorrer a testes mais específicos para avaliar se a infecção está activa.

A determinação do valor das transaminases (enzimas que revelam a destruição das células do fígado) permite ter conhecimento do grau de atingimento do fígado e da fase de desenvolvimento da hepatite C. Contudo, o nível de elevação das transaminases não traduzem a gravidade da doença. Para caracterizar a infecção é necessário determinar o genótipo do vírus e a carga viral (RNA-HCV quantitativo), aspectos vitais para ao tratamento e monitorização da doença.

Outras análises que revelam o funcionamento do fígado devem ser avaliadas: gama GT, bilirrubinas, fosfatase alcalina, electroforese das proteínas, devem fazer parte da avaliação laboratorial ao doente infectado. A ecografia ao fígado dá informação sobre o tamanho do fígado, que habitualmente se encontra aumentado (hepatomegalia) na hepatite aguda e diminuído na cirrose.

A biópsia hepática é habitualmente necessária não só para confirmar a fase crónica da hepatite C, mas principalmente para:

- Avaliar a actividade da doença;

- Determinar o estado da fibrose (“cicatriz” que aparece após a destruição das células do fígado);

- Despistar a presença de cirrose;

- Determinar o seu prognóstico.

Nova biópsia pode ser repetida 3 a 5 anos, para avaliar a progressão da doença.

Transmissão
O Vírus da hepatite C transmite-se, principalmente, por via sanguínea, bastando uma pequena quantidade de sangue contaminado para transmiti-lo, se este entrar na corrente sanguínea de alguém através de uma ferida aberta, um corte ou um arranhão. Basta apenas uma quantidade reduzida de sangue, invisível a olho nu, para transmitir o vírus, se este conseguir entrar na corrente sanguínea de uma pessoa saudável

A transmissão por via sexual é pouco frequente, embora os doentes infectados que não têm um parceiro sexual permanente são aconselhados a usar preservativo, já que está provado que os indivíduos que têm mais que um parceiro estão mais sujeitos a contrair a doença.

O vírus não se propaga no convívio social ou na partilha de loiça e outros objectos. No entanto, as pessoas infectadas deverão optar por manter objectos de uso pessoal exclusivos, tais como lâminas, corta-unhas, escovas de dentes e toalhas. Deverão igualmente ter o cuidado de limpar qualquer perda de sangue, proveniente por exemplo de cortes ou arranhões. Para tal, deverá ser utilizada lixívia não diluída.

Apesar de o vírus já ter sido detectado na saliva, é pouco provável a transmissão através do beijo, a menos que existam feridas na boca.

O risco de uma mãe infectar o filho durante a gravidez ronda os seis por cento, contudo, ainda não se sabe se a infecção ocorre durante a gravidez ou no período peri-parto. A maior parte dos médicos considera a amamentação segura, já que, em teoria, o vírus só poderia ser transmitido se se juntassem duas situações: a existência de feridas nos mamilos da mãe e de cortes na boca da criança.

Por vezes, são detectados anticorpos nos filhos de mães portadoras, o que não significa que a criança esteja contaminada. Normalmente, os anticorpos acabam por desaparecer ao fim de 12 ou 18 meses, pelo que só depois desse período devem ser feitos testes para perceber se o bebé foi de facto, infectado.

Supõe-se que 50 a 80 por cento dos antigos e actuais utilizadores de drogas injectáveis estejam infectados com Hepatite C. A infecção pode surgir no acto de partilha de instrumentos utilizados na preparação e injecção da droga e que poderão estar contaminados com partículas ínfimas de sangue. Partilhar apenas uma única vez uma seringa pode dar origem a uma infecção com Hepatite C muitos anos depois.

Recentemente tem havido alguma preocupação com a partilha de palhas para aspirar cocaína, porque pode ser uma via de infecção quando há sangramento do nariz. Tem havido igualmente preocupação com o facto de algumas pessoas terem contraído a doença através de agulhas não esterilizadas, usadas em sessões de acupunctura, tatuagem ou "body piercing". Nestes casos, a melhor protecção é exigir o uso de agulhas descartáveis e assegurar que estas são retiradas de embalagens esterilizadas.

Em cerca de um terço dos casos não é possível determinar a origem do contágio.

Prevenção
Na ausência de uma vacina contra a hepatite C, o melhor é optar pela prevenção, evitando, acima de tudo, o contacto com sangue contaminado.

Alguns dos cuidados passam por não partilhar escovas de dentes, lâminas, tesouras ou outros objectos de uso pessoal, nem seringas e outros instrumentos usados na preparação e consumo de drogas injectáveis e inaláveis, desinfectar as feridas que possam ocorrer e cobri-las com pensos e ligaduras.

Devem ser sempre usados preservativos nas relações sexuais quando existem múltiplos parceiros, mas, como a transmissão por via sexual é pouco frequente, o uso nas relações entre cônjuges habitualmente não se justifica.

Os portadores do vírus da Hepatite C não devem registar-se como dadores de órgãos, sangue ou sémen.

Tratamento
Actualmente a Hepatite C é tratada com a combinação de duas substâncias, o interferão-alfa 2b e a ribavirina, que são conhecidos como "terapia combinada". A eficácia do tratamento é cerca de 60 por cento, dependendo o sucesso do tipo de genótipo (45 por cento genótipo tipo 1 e 80 por cento para o genótipo do tipo 2 e 3). A duração do tratamento pode variar de 24 a 48 semanas conforme o genótipo.

O sucesso terapêutico está também dependente da quantidade de carga vírica no início do tratamento, da diversidade da população vírica (a presença de mutações víricas simultaneamente num indivíduo dificulta a acção do interferão), da antiguidade da infecção (quanto mais antiga piora as probabilidade de cura), do estado imunitário (menor sucesso nos co-infectados com SIDA e transplantados), do consumo de álcool e do excesso de peso.

Noventa por cento das recidivas ocorrem nos primeiros três meses depois do tratamento. Passados seis meses as recaídas são excepcionais.

Para algumas pessoas com cirrose que desenvolveram complicações que poderão ameaçar a sua vida, o transplante de fígado é uma opção. Para mais de 80 por cento das pessoas que alcançam este estádio da doença, este procedimento cirúrgico é um sucesso.

O tratamento da hepatite C não se aplica a todos os indivíduos infectados. Alguns necessitam apenas de testes regulares para avaliar a evolução ou regressão da doença. Factores como a idade, a estirpe do vírus, a duração da infecção, o grau de destruição do fígado e se já se desenvolveu cirrose ou não podem ser determinantes para decidir qual o tratamento a aplicar.

Pessoas com Hepatite C, qualquer que seja a sua situação, não devem beber álcool de forma alguma.

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A doença da tristeza
A distimia é uma forma de depressão, mais suave mas de maior duração, que afecta mulheres duas a trê
Olhar triste com lágrima a cair

A distimia é uma doença do humor, comparada a uma depressão minor, porém ocorrendo de uma forma crónica, com a persistência de tristeza por longo tempo (pelo menos dois anos), durando a maior parte do dia, na maioria dos dias. Ou seja, o indivíduo é capaz de realizar as suas tarefas habituais diárias, mas sente falta de prazer, tristeza, desânimo, desinteresse pela vida, baixa auto-estima, sentimentos de negatividade de forma prolongada.

Muitas pessoas com este tipo de perturbação descrevem ter estado deprimidas desde que se lembram, ou sentem que estão sempre a entrar e sair de uma depressão. Esta doença afecta duas a três vezes mais as mulheres do que os homens e pode surgir como reacção ao stress excessivo, devido a múltiplos acontecimentos de vida, nomeadamente o desemprego, perdas de familiares, dor crónica ou outras doenças.

Segundo diversos estudos, cerca de 3 por cento da população pode sofrer de distimia em qualquer momento da sua vida. Para além disso, pessoas que sofram de distimia têm um risco aumentado de 10 por cento de vir a sofrer/evoluir de depressão major.

A distimia surge, por vezes, associada com algumas perturbações de personalidade e com o abuso de substâncias. Já nas crianças a distimia está relacionada frequentemente com perturbações da ansiedade, perturbações da aprendizagem, deficits de atenção e hiperactividade, perturbações de comportamento e atraso cognitivo.

Sintomas

Os sintomas de distimia são semelhantes aos da depressão major, embora tendam a ser menos intensos. Em ambas as situações, uma pessoa pode apresentar um humor deprimido ou irritável, uma diminuição do prazer e perda de energia, sentindo-se relativamente desmotivada e desligada do mundo. O apetite e o peso podem estar aumentados ou diminuídos. A pessoa pode dormir excessivamente ou ter dificuldade em dormir, podendo igualmente evidenciar dificuldade na concentração, indecisão, pessimismo e uma auto-imagem negativa.

Normalmente, na distimia não há um período mais agudo da doença, uma vez que os sintomas estão presentes de uma forma estável durante anos. Para além disso, um doente pode não ter todos os sintomas.

Os sintomas podem evoluir para um episódio franco de depressão major. Esta situação é por vezes denominada “depressão dupla” devido ao facto de um segundo problema (o episódio depressivo major) se sobrepor aos sentimentos habituais de humor deprimido.

Embora a depressão major ocorra frequentemente de forma episódica, a distimia é mais constante, prolongando-se por longos períodos, por vezes com início na infância. Consequentemente, uma pessoa com distimia tende a acreditar que a depressão faz parte do seu carácter, podendo mesmo não pensar nem falar na sua depressão com os médicos, os familiares ou os amigos, levar ao isolamento ou a uma vida limitada, com pouca vida social.

Causas

Existem muitos factores que contribuem para o aparecimento da distimia, mas nenhum é causa única do seu desenvolvimento. Ela é causada por um conjunto de factores, como relações familiares complicadas na infância; pais abusivos, agressivos e distímicos. A probabilidade aumenta em famílias que tenham mais membros que sofram de depressão, pânico ou outras doenças ligadas a distúrbios de metabolismo de serotonina.

Como a distimia se inicia cedo na vida – muitas vezes na infância, adolescência ou início da idade adulta – facilmente se confundem os sintomas com as características pessoais da pessoa.

Diagnóstico

O diagnóstico aplica-se quando uma pessoa demonstra um humor depressivo durante pelo menos 2 anos. Para ser aplicado a crianças, bastará um ano de duração, e, em vez de tristeza ou humor depressivo, a criança poderá demonstrar irritabilidade.

Não existem exames laboratoriais para diagnosticar a distimia. No entanto, o médico pode pedir exames para investigar a presença eventual de doenças que podem ser responsáveis pelos sintomas, como uma doença da tiróide ou uma anemia.

Os doentes com distimia podem parecer medianamente deprimidas de uma forma crónica, de tal forma que parece fazer parte das suas personalidades. Quando finalmente procuram ajuda/tratamento, é provável que já sofram de distimia há vários anos.

Este carácter crónico, e que afecta o funcionamento normal, leva a que a distimia passe, frequentemente, despercebida e, logo, não seja tratada. Por isso, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as probabilidades de recuperação. No caso das crianças, muito em particular, o diagnóstico e correcto tratamento são fundamentais para prevenir o desenvolvimento posterior de perturbações graves do humor, dificuldades académicas e sociais e, mesmo, o abuso de substâncias mais tarde.

Critérios de diagnóstico da distimia

A pessoa tem humor depressivo a maior parte do tempo, quase todos os dias, durante pelo menos 2 anos. As crianças e os adolescentes podem apresentar irritabilidade e basta uma duração de um ano.

Quando deprimida, a pessoa exibe pelo menos dois dos seguintes sintomas:

  • Comer em demasia ou perda de apetite;
  • Dormir demais ou dificuldades em dormir;
  • Fadiga, falta de energia;
  • Baixa auto-estima;
  • Dificuldades de concentração ou tomada de decisão;
  • Sensação de impotência;
  • Durante o período de dois anos (um para crianças e adolescentes) não existiu nenhum período assintomático;
  • Durante esse período (2 anos adultos, 1 ano crianças/adolescentes) não existiu nenhum episódio de depressão major;
  • Não existiu nenhum episódio maníaco, misto ou hipomaníaco;
  • Os sintomas não ocorrem apenas na presença de outra perturbação crónica;
  • Os sintomas causam forte perturbação ou dificuldades no funcionamento familiar, ocupacional ou outra área importante.

Tratamento

O melhor tratamento para a distimia é uma combinação de psicoterapia e de terapêutica medicamentosa.

A psicoterapia dependerá de diversos factores, incluindo a natureza dos eventos causadores de stress, a disponibilidade da família e de outro apoio social e as preferências pessoais. A terapia deve incluir a educação sobre a depressão, sendo essencial a existência de apoio. A terapia cognitivo-comportamental tem por objectivo examinar e ajudar a corrigir padrões de pensamento auto-críticos errados.

As pessoas com distimia que pensam que “sentirem-se tristes” faz parte da sua vida podem ficar surpreendidas ao descobrir que a medicação antidepressiva pode ser muito útil. No entanto, nas fases iniciais de tratamento um pequeno número de pessoas medicadas com estes fármacos sente-se francamente pior em vez de melhorar. É que, de um modo geral, são necessárias duas a seis semanas de utilização do antidepressivo para se observar uma melhoria. A dose deve geralmente ser ajustada até se identificar a dose certa para cada pessoa. Frequentemente, serão necessários alguns meses até que se observe um efeito positivo pleno.

Além disso, o primeiro medicamento prescrito pode não resultar, podendo ser necessário experimentar mais do que um antidepressivo diferente antes de se encontrar um que proporcione alívio dos sintomas. Por vezes são prescritos concomitantemente diferentes medicamentos antidepressivos ou então o médico pode combinar outros tipos de fármacos (um estabilizador do humor ou um ansiolítico) com um antidepressivo.

Deste modo, a pessoa deve comparecer a todas as consultas de seguimento e comunicar imediatamente ao médico quaisquer alterações perturbadoras.

Com o tratamento, o prognóstico de uma pessoa com esta perturbação é excelente. A duração e a intensidade dos sintomas diminuem frequentemente de forma significativa e, em muitas pessoas, os sintomas desaparecem completamente. Sem tratamento, é mais provável que a doença persista, que a pessoa tenha uma qualidade de vida reduzida e que apresente um risco aumentado de desenvolver uma depressão major. Mesmo quando o tratamento é bem sucedido, a manutenção do tratamento é frequentemente necessária para prevenir a recorrência dos sintomas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Estudo mostra:
O acto de fumar um cigarro electrónico pode ser tão seguro e eficaz como colocar um penso de nicotina para ajudar a deixar de...

De acordo com o primeiro estudo realizado por clínicos, que compara o cigarro electrónico e os pensos de nicotina, mostra que uma em cada 20 pessoas que usou pensos de nicotina ou cigarros electrónicos conseguiu deixar de fumar. Para além disso revela também que aqueles que usaram apenas cigarros electrónicos eram mais propensos a conseguir reduzir para metade o consumo de cigarros normais, mesmo que não tenham deixado de fumar completamente.

"O ensaio clínico feito a 657 pessoas não é suficientemente grande para permitir conclusões definitivas sobre se os cigarros electrónicos são melhores que os pensos de nicotina” afirmam os investigadores, mas mostram uma tendência aos reguladores na Europa e nos Estados Unidos, que avaliam as restrições impostas a estes dispositivos electrónicos.

"Os profissionais de saúde vão agora, esperemos, sentir-se mais à vontade para recomendar estes cigarros aos fumadores, ou pelo menos apoiar o seu uso", escreveu Peter Hajek, um professor de psicologia clínica no Instituto de Medicina Preventiva em Wolfson, num comentário que acompanha a divulgação dos resultados na revista científica The Lancet.

Como funcionam
As vacinas agem estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos, que podem combater doenças

O objectivo das imunizações através das vacinas é estimular o organismo a produzir anticorpos contra determinados germes, principalmente bactérias e vírus. O nosso sistema imunológico cria anticorpos específicos sempre que entra em contacto com algum germe. Se entramos em contacto com o vírus da rubéola, por exemplo, ficamos doentes apenas uma vez, pois o corpo produz anticorpos que impedem que o vírus volte a nos infectar no futuro.

Assim, a lógica da vacina é tentar estimular o organismo a produzir anticorpos sem que ele precise ficar doente. Ou seja, dá-se aos ao sistema imune a bactéria ou vírus de forma que haja produção de anticorpos, mas não haja desenvolvimento da doença.

Geralmente uma vacina age apenas contra um único germe. Por exemplo, a vacina contra o sarampo não protege o doente contra rubéola e vice-versa. No entanto, já existem vacinas conjuntas, que são na verdade duas ou mais vacinas dadas numa única administração. Nesse caso, o sistema imunitário é estimulado simultaneamente contra esses vírus.

Assim, as vacinas são uma maneira de ter disponível um “corpo de bombeiros”, ou seja, os anticorpos específicos, sempre que um micróbio pretende invadir o organismo. A maneira de o conseguir é pôr o nosso organismo em contacto com os agentes infecciosos, de modo a que os reconheçam e induzam a memória imunológica, sem causarem doença. Logo, sempre que um indivíduo entra em contacto com o microrganismo contra o qual foi vacinado, o seu organismo reconhece o referido agente, “recorda-se” dele e activa imediatamente a produção de anticorpos protectores, de modo a neutralizarem o microrganismo antes de ele ter tempo de causar doença.

A maior parte das vacinas ajuda a proteger não só o indivíduo vacinado mas também a própria comunidade, desencadeando a chamada “imunidade de grupo”, ao diminuir o número de pessoas susceptíveis à doença, interrompendo assim a circulação do microrganismo nessa comunidade.

As vacinas permitiram já a erradicação de uma doença terrível, a varíola, e estão prestes a conseguir a eliminação de outra doença, a poliomielite. Nenhuma medida, à excepção do fornecimento de água potável às populações, contribuiu tão decisivamente para a melhoria da saúde pública como as vacinas.

Efeitos secundários
As vacinas actualmente utilizadas têm um elevado grau de eficácia, segurança e qualidade, sendo exigida uma certificação lote a lote.

Uma reacção adversa ou efeito secundário é qualquer acontecimento não esperado, distinto do objectivo primário da vacina, que ocorre após a sua administração. Pode ser uma verdadeira reacção adversa ou pode ser só uma coincidência.

As reacções adversas dividem-se em três grandes grupos: reacções locais, sistémicas e alérgicas.

Reacções adversas locais
Dor, edema, eritema e rubor no local da injecção são as mais frequentes mas menos graves. Podem ocorrer em até 50 por cento das doses administradas, dependendo do tipo de vacina. São mais comuns após vacinas inactivadas, sobretudo, as que contêm adjuvantes. Geralmente não são graves, ocorrem algumas horas após a injecção e são, habitualmente auto-limitadas.

Em raras ocasiões são particularmente exuberantes e graves, sendo referidas como reacções de hipersensibilidade embora não sejam de facto reacções alérgicas. Este tipo de reacção, também denominada de reacção de Arthus, ocorre mais frequentemente após administração do toxóide tetânico ou diftérico. Pensa-se que é provocada por títulos elevados de anticorpos, por várias administrações com esse toxóide.

Reacções sistémicas
Consistem em febre, mal-estar, fadiga, irritabilidade, alterações do sono, dor muscular, cefaleias (dor de cabeça), tonturas, náuseas e perda de apetite. Estes sintomas são comuns e inespecíficos e muitas vezes não se sabe se são provocados pela vacina ou por uma infecção viral concomitante.

São mais frequentes após a administração de vacinas vivas atenuadas uma vez que tem que haver replicação para estimular imunidade. Os sintomas são geralmente ligeiros, simulam uma forma ligeira da doença e ocorrem após um período de incubação, geralmente entre sete a 21 dias.

Reacção anafiláctica
É uma reacção alérgica, potencialmente perigosa para a vida do indivíduo devido à possibilidade de rápida evolução para obstrução das vias aéreas, dificuldade respiratória, choque e em casos extremos, paragem cárdio-respiratória.

Felizmente são raras, ocorrendo numa frequência inferior a um para cada meio milhão de doses administradas. Pode estar relacionada com qualquer componente da vacina.

O risco pode ser minimizado, se previamente à administração, for pesquisada a existência de antecedentes pessoais ou familiares de doença alérgica. As reacções anafilácticas surgem, geralmente, pouco tempo após a administração, sendo tanto mais graves quanto mais precoces, pelo que as pessoas vacinadas deverão permanecer sob observação durante 30 minutos.

Todos os postos de vacinação devem ter um protocolo de emergência e possuir o equipamento para actuar em caso de reacção anafiláctica.

Contra-indicações
As vacinas disponíveis, através do Programa Nacional de Vacinação ou por prescrição médica, são globalmente seguras, com raras excepções que podem limitar a sua utilização.

As verdadeiras contra-indicações são:

1. Reacção alérgica grave a uma dose anterior da vacina ou a algum dos seus constituintes. O exemplo mais conhecido é o da vacina contra a gripe em pessoas com alergia grave ao ovo

2. Imunodeficiência grave, apenas para as vacinas vivas (BCG, sarampo, rubéola, papeira, varicela, rotavírus)

3. Gravidez, apenas para as vacinas vivas

4. No caso da vacina da tosse convulsa, se surgiu encefalopatia nos sete dias seguintes a toma anterior, sem outro motivo conhecido.

Não são contra-indicações:

1. Ter tido em vacinação anterior febre, dor/tumefacção no local da injecção, irritabilidade, sonolência, convulsão febril simples (na criança entre os seis meses e cinco anos), vómitos, diarreia ou dor nos membros

2. Estar com doença aguda ligeira (exemplo: constipação ou diarreia), com ou sem febre

3. Estar a tomar medicamentos (desde que estes não tenham acção supressora da imunidade)

4. Ter doença crónica (de pele, coração, pulmão, rim, fígado ou doença neurológica não evolutiva)

5. Ter familiar com reacção grave à mesma vacina.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Saiba quais são:
Existem vários factores que influenciam as dificuldades sexuais no homem e na mulher.

A sexualidade humana é muito complexa, principalmente quando toca a tecer considerações de normalidade ou anormalidade. É por isso, que se considera necessário ter critérios de classificação objectivos, como o desenvolvimento da resposta sexual, mas também subjectivos, como o grau de satisfação obtido na vida sexual.

São várias as causas que podem estar na origem das dificuldades sexuais e podem ser de origem biológica ou psicossocial (individuais ou relacionais). Muitas vezes as dificuldades sexuais resultam de uma acção conjunta destes dois factores.

 

Factores biológicos

  • Doenças crónicas ou condições médicas sérias: doenças como a diabetes, doenças cardiovasculares ou o cancro e a presença de sintomas desagradáveis ou os seus tratamentos podem levar a uma diminuição do desejo sexual. Doenças e procedimentos médicos que levam a uma alteração da aparência física podem fazer com que a pessoa tenha problemas com a sua imagem corporal/física, podendo interferir com o seu funcionamento sexual.
  • Abuso de álcool: nos homens está frequentemente associado à impotência ou a um baixo nível de desejo sexual; nas mulheres está associado a uma maior dificuldade em ter um orgasmo e a uma intensidade menor do mesmo; também pode contribuir para as disfunções sexuais com efeitos negativos nas relações interpessoais.
  • Medicação: existe uma variedade de medicamentos que podem contribuir para as dificuldades sexuais, tanto em homens como em mulheres: p.e. os antidepressivos e os medicamentos contra a hipertensão.
  • Idade: normalmente a qualidade da actividade sexual vai-se modificando e alterando com o envelhecimento (por exemplo, os homens podem demorar mais tempo a alcançar uma erecção) e aumenta a probabilidade de doenças que podem constituir factores de risco para as disfunções sexuais.
  • Tabagismo: o consumo de tabaco aumenta o risco de determinadas doenças que podem constituir factores de risco para as disfunções sexuais (ex: doenças cardiovasculares) e aumenta a probabilidade de necessitar de determinados medicamentos que também podem constituir factores de risco (como medicamentos para a hipertensão). Também está associado a níveis mais elevados de disfunção eréctil
  • Dor (aguda ou crónica): pode provocar desconforto e ansiedade durante a actividade sexual, o que pode levar a uma dificuldade de excitação e a uma perda do interesse sexual.

Factores Psicossociais

Factores individuais

  • Perturbações psicológicas: como as perturbações do humor (por exemplo, a depressão), da ansiedade e do comportamento alimentar.
  • Emoções: as emoções afectam a excitação sexual (por exemplo, a ansiedade pode fazer com que a pessoa fique muito preocupada com o seu “desempenho” na relação sexual, o que a impede de ficar excitada; a raiva está associada a níveis mais elevados da disfunção eréctil).
  • Pensamentos não-adaptativos: as expectativas e os pensamentos negativos focam a atenção da pessoa no próprio, o que distrai das pistas eróticas e interfere com a capacidade de ficar excitado. Também podem existir atitudes negativas ou concepções erradas sobre o funcionamento sexual que podem interferir com o funcionamento sexual saudável. As ideias e crenças que temos em relação ao sexo podem afectar o funcionamento sexual
  • Factores culturais: o conjunto de circunstâncias étnicas, raciais e religiosas influenciam frequente as crenças, expectativas e comportamentos da pessoa relativamente às relações sexuais - por exemplo, “não se deve ter relações sexuais antes do casamento”. Ainda, as definições das reacções a problemas sexuais são muitas vezes determinadas culturalmente. Por exemplo, na Índia acredita-se que a perda de sémen – como acontece durante sonhos eróticos – gasta energia física e mental.
  • Falta de educação sobre o funcionamento sexual: desconhecimento sobre o funcionamento sexual pode contribuir para alguns problemas sexuais – por exemplo, desconhecer que existe um período refractário no homem após a ejaculação.

Factores relacionais

  • Problemas do casal – os problemas no casal podem causar frustração, preocupação, sofrimento e tensão numa relação interpessoal e estes problemas de relação afectam o desejo e a resposta sexual.
  • Comunicação deficiente – a pessoa que não consegue comunicar eficazmente com o seu parceiro poderá guardar determinados sentimentos de ressentimento, zanga, ou outro tipo de sentimentos negativos, que podem interferir com o funcionamento sexual. Uma incapacidade de comunicar sobre problemas sexuais pode contribuir para as dificuldades sexuais.
  • Falta de atracção física – é um elemento importante de uma relação interpessoal. A não existência de atracção física pelo parceiro sexual pode constituir um obstáculo para o funcionamento sexual saudável. A própria pessoa sentir-se atraente também é importante, uma vez que influencia o desejo sexual.

Factores positivos e negativos que afectam o funcionamento sexual

  Positivos Negativos
Factores psicológicos
  • Boa saúde emocional
  • Sentir-se atraído pelo parceiro
  • Atitude positiva em relação ao parceiro
  • Atitude positiva em relação ao sexo
  • Focar-se no prazer
  • Novidade
  • Boa auto-estima
  • Ambiente confortável para relações sexuais
  • Atitude flexível em relação ao sexo
  • Depressão
  • Falta de atracção pelo parceiro
  • Atitude negativa em relação ao parceiro
  • Atitude negativa em relação ao sexo
  • Focar-se no desempenho
  • Rotina, hábito
  • Auto-estima pobre
  • Ambiente desconfortável para relações sexuais
  • Atitude rígida e inflexível em relação ao sexo
Factores físicos
  • Não fumar
  • Não consumir demasiado álcool
  • Ausência de medicamentos que afectem a relação sexual
  • Boa saúde física
  • Exercício regular e apropriado
  • Boa nutrição
  • Fumar
  • Consumir demasiado álcool
  • Medicação contra a tensão alta
  • Má saúde física
  • Problemas de coração e circulação sanguínea
  • Diabetes

 

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Investigação revela
A composição da flora intestinal desempenha um papel decisivo no metabolismo, revela uma investigação com ratos que confirma...

A pesquisa, publicada na revista norte-americana Science e divulgada pela agência, mostra que os ratos que receberam no intestino bactérias provenientes da flora intestinal de pessoas obesas ganharam mais peso do que aqueles em os investigadores injectaram micróbios intestinais de pessoas magras.

Esta experiência demonstra a transmissão aos roedores das características físicas e metabólicas de um indivíduo através da flora intestinal, o que, segundo os investigadores, pode representar um passo importante para o desenvolvimento de terapias e dietas personalizadas para tratar ou prevenir obesidade.

A diferença no ganho de peso entre os dois grupos de ratos que tinham a mesma dieta e consumiam a mesma quantidade de alimentos "só pode explicar-se pelas características das diferentes floras intestinais", diz o coautor do estudo Jeffrey Gordon, director do Centro da ciência do Genoma e Sistemas Biológicos da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington.

Para determinar quais os micróbios que podem prevenir o ganho de peso, os investigadores colocaram os dois grupos de ratos, obesos e magros, na mesma gaiola e, como esperado, os roedores começaram a consumir, além dos alimentos, os seus excrementos, trocando as floras intestinais.

Dez dias depois, os ratos obesos tinham desenvolvido as mesmas características metabólicas do que os magros.

Já os ratos magros não parecem ter sido afectados pelos micróbios intestinais dos obesos.

Os investigadores conseguiram determinar que algumas bactérias da família dos bacteroidetes podiam entrar no intestino dos ratos obesos e provocar alterações no seu metabolismo.

Mas nenhuma das bactérias da flora intestinal dos roedores obesos conseguiu invadir o intestino dos magros.

Posteriormente, os ratos foram alimentados com o equivalente a duas dietas modernas: a primeira rica em fibras e pobre em gorduras saturadas e a segunda muito pobre em fibras e rica em gorduras.

Submetidos a uma dieta saudável, os ratos obesos, como na experiência anterior, adquiriram as boas bactérias intestinais dos magros, consumindo os seus excrementos e modificando o seu metabolismo.

Mas quando os dois grupos de ratos foram alimentados com a dieta pobre em fibra e rica em gorduras saturadas, os obesos não conseguiram adquirir as bactérias intestinais que previnem o ganho de peso.

Além disso, os magros não foram capazes de manter esta flora no seu intestino, conferindo uma protecção contra o excesso de peso.

Estes resultados sugerem interacções mais complexas do que as estimadas anteriormente entre o regime alimentar, a massa corporal e a flora intestinal em distúrbios do metabolismo humano, concluem os investigadores.

"Agora temos uma forma de identificar estas interacções, de acordo com os alimentos consumidos e alterar uma dieta pouco saudável, a fim de facilitar o estabelecimento de uma flora intestinal que favoreça o metabolismo, evitando a gordura", explica Jeffrey Gordon.

Infecção contagiosa
A difteria é uma doença infecciosa que afecta a garganta e pode provocar a obstrução das vias respir
Criança a ser vacinada no braço

A difteria é uma infecção contagiosa originada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae e que se caracteriza pelo aparecimento de falsas membranas aderentes às mucosas da faringe e laringe podendo provocar a obstrução das vias respiratórias e a morte.

Há alguns anos, a difteria era uma das principais causas de morte infantil. Actualmente, a difteria é pouco frequente nos países desenvolvidos, principalmente graças à vacinação maciça contra a doença. No entanto, as bactérias da difteria ainda existem no mundo e podem provocar surtos epidémicos se não se recorrer a uma ampla vacinação.

As bactérias da difteria encontram-se normalmente nas gotas de humidade que são expulsas com a tosse. Por isso, o contágio é feito através das gotículas de saliva. Raramente as bactérias se podem propagar através de objectos ou de artigos do lar contaminados, como roupa ou brinquedos.

Normalmente, as bactérias multiplicam-se na superfície ou perto das membranas mucosas da boca ou da garganta, onde provocam inflamação acompanhada de febre, e dor de garganta. Alguns tipos de Corynebacterium diphtheriae libertam uma toxina potente que pode provocar lesões no coração e no cérebro.

Sintomas

Os sintomas gerais da difteria, começam entre 1 e 4 dias depois da exposição às bactérias, são a febre, falta de forças, perda de apetite, dores musculares e articulares, para além de dores de garganta e dificuldade respiratória. A existência de pus aderente das estruturas da faringe pode levar à asfixia por obstrução das vias respiratórias.

Existe, também, aumento do volume dos gânglios linfáticos do pescoço e se houver infecção da mucosa do nariz pode haver rinorreia. Pode ainda provocar inflamação de órgãos como o coração e os rins, paralisia dos nervos cranianos e anemia. Mais raramente pode apresentar doença cutânea, vaginal ou das conjuntivas.

A bactéria produz toxinas responsáveis pela doença neurológica e cardíaca (miocardite) que podem surgir numa fase mais avançada (1-6 semanas). A lesão cardíaca pode ser ligeira e, nesse caso, pode manifestar-se só como uma anomalia menor no electrocardiograma, ou muito grave, ao ponto de provocar insuficiência cardíaca e morte súbita.

Entre a terceira e a sexta semana podem inflamar-se os nervos dos braços e das pernas, provocando debilidade. A difteria pode ainda afectar a pele (difteria cutânea), embora seja mais frequente nos trópicos, particularmente em pessoas com falta de higiene.

Diagnóstico

Perante um doente com garganta irritada e com uma pseudomembrana o especialista tem razões para pensar na difteria. O diagnóstico pode ser confirmado através da recolha do pus (bactérias) das amígdalas.

Tratamento

O objectivo do tratamento é neutralizar a toxina e para isso são utilizados vários medicamentos. Habitualmente, a recuperação de uma difteria grave é lenta.

A criança com sintomas de difteria é hospitalizada numa unidade de cuidados intensivos e recebe uma antitoxina (anticorpo que neutraliza a toxina da difteria que está a circular) logo que seja possível. No entanto, primeiro deve assegurar-se, mediante uma análise especial da pele, que a criança não é alérgica à antitoxina, que é fabricada com soro de cavalo. Uma criança alérgica à antitoxina primeiro deve ser dessensibilizada.

Prevenção

A prevenção da difteria é feita através da vacinação. A vacina contra a difteria faz parte do Programa Nacional e Vacinação, sendo aplicada na infância aos dois, quatro e seis meses, combinada com as vacinas do tétano e da tosse convulsa, sob a denominação DTP (difteria-tétano-pertosse). Depois destas doses iniciais da vacina DTPa, devem ser dadas doses adicionais aos 18 meses e, posteriormente, entre os cinco e os seis anos.

A partir dos sete anos, administra-se a vacina Td (Tétano e Difteria), com conteúdo reduzido de difteria. De dez em dez anos, devem ser feitos reforços da vacina Td (Tétano e Difteria) para manter a imunização.

No caso de não ter sido administrada na infância ou caso o adulto não tenha a certeza de ter sido vacinado enquanto criança, a vacina deve ser aplicada logo que possível numa única dose. Se alguém que tenha sido vacinado contra a difteria entrar em contacto com uma pessoa infectada, uma dose de reforço aumenta a protecção.

De acordo com a Organização Mundial Saúde, qualquer pessoa que pretenda viajar deve ter esta vacina em dia. A vacina deve ser aplicada dez dias antes de se partir em viagem.

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