Fique a saber
A elevação dos valores de colesterol no sangue mais dos limites estabelecidos como normais constitui
Batatas fritas e ketchup

O que é o colesterol?

Juntamente com os triglicéridos, o colesterol é uma das principais e essenciais substâncias gordas presentes no sangue, e que tem duas origens: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular pelo fígado, e outra parte obtida através da alimentação, em particular pela ingestão de produtos animais, como a carne, os ovos, e os produtos lácteos. Quando se combina com o sangue, formam-se lipoproteínas de elevada densidade (HDL ou o chamado “bom colesterol”), ou de baixa densidade (LDL ou “mau colesterol”). Ou seja, enquanto o colesterol LDL aumenta o risco de doença cardíaca, o HDL diminui-o.

Assim, o organismo necessita de colesterol para produzir as membranas (paredes) celulares, hormonas, vitamina D e ácidos biliares, que ajudam a digerir os alimentos. No entanto, o nosso organismo necessita de apenas uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades. Quando o colesterol está em excesso, deposita-se nas paredes arteriais, constituindo placas que reduzem o calibre dos vasos, dificultando o afluxo de sangue aos órgãos e tecidos do organismo.

Podemos, portanto, encontrar o colesterol em todas as células do nosso organismo, sendo que é usado para construir células saudáveis, e é essencial para a produção de algumas hormonas vitais. No entanto, quando se tem o colesterol elevado no sangue, este pode acumular-se e depositar-se nas paredes dos seus vasos sanguíneos, formando a chamada aterosclerose.

A certa altura, estes depósitos, que se denominam placas, podem comprometer o fluxo sanguíneo através das artérias, reduzindo-o. Nesse caso, o seu coração pode deixar de receber ao nível das artérias coronárias a quantidade de sangue rico em oxigénio que necessita para o seu bom funcionamento, podendo causar dor no peito (angina) e outros sintomas de doença arterial coronária.

Por outro lado, se a placa fracturar ou romper, um coágulo sanguíneo pode formar-se, bloqueando a passagem do sangue, ou soltar-se e navegar no seu sangue até ir entupir outra artéria noutra zona do seu organismo. Se o sangue deixar de circular numa parte do seu coração terá um enfarte agudo do miocárdio. A diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro também pode causar um acidente vascular cerebral (AVC).

Assim, para diminuir o risco de qualquer uma desta situações ocorrer, os valores de colesterol total devem ser, na maioria dos casos, inferiores a 200 mg/dl. Já em relação aos valores do colesterol "mau", o c-LDL, estes variam de acordo com a existência ou não de outras doenças ou de outros factores de risco para além da hipercolesterolemia.

A maior parte das pessoas deve tê-lo a valores inferiores a 130 mg/dl. Se tiver outros factores de risco para doença cardíaca, deve ter o c-LDL abaixo dos 100 mg/dl. Deverá manter o seu c-LDL abaixo dos 70 mg/dl se estiver em alto risco de vir a ter uma doença cardíaca, ou seja, se já tiver tido um enfarte, for diabético, ou tiver dois ou mais factores de risco dos seguintes: tabagismo, hipertensão arterial, c-HDL baixo, história familiar de doença cardíaca, idade superior a 45 anos se for homem e 55 anos se for mulher.

Muitos especialistas já apelidaram o colesterol de “inimigo silencioso” pelo facto de não dar qualquer sintoma mesmo quando está fora dos parâmetros normais. Significa que quando surge algum sintoma pode já estar com elevado risco de ocorrência de um evento cardiovascular.

Causas da doença cardiovascular

Muitas das causas, ou factores de risco cardiovascular, estão ao seu alcance para serem corrigidos, como manter uma alimentação cuidada, praticar exercício físico ou não fumar. Há de facto, outros factores que estão fora do seu domínio e que podem contribuir para a hipercolestrolémia (colesterol elevado), como sejam as causas genéticas, que podem fazer com que as suas células não removam o colesterol "mau" de forma eficaz, ou fazer com que o seu fígado possa produzir colesterol a mais.

Assim, os principais factores de risco modificáveis são:

  • Tabaco: o fumo de tabaco lesa das suas paredes arteriais, tornando-as mais disponíveis para acumular depósitos de "gordura". Fumar também diminui o nível do seu colesterol "bom", o c-HDL
  • Obesidade: ter excesso de peso ou ser obeso coloca-o em grande risco de ter colesterol elevado
  • Dieta inapropriada: alimentos ricos em colesterol, tais como as carnes vermelhas e produtos lácteos "gordos" aumentam os seus níveis de colesterol. Comer gordura saturada, encontrada em produtos animais, ou gordura trans, encontrada em alguns bolos e bolachas comercializados, pode também subir esses mesmos níveis
  • Sedentarismo: o exercício físico sobe o seu colesterol "bom" (c-HDL), e diminui o seu colesterol "mau"
  • Pressão arterial elevada: a pressão arterial no interior das artérias também as danifica, o que acelera a aterosclerose
  • Diabetes: a glicose (açúcar) elevada no sangue contribui para um aumento do c-LDL e diminuição do c-HDL, para além de lesar a parede das artérias.

Não modificável:

  • História familiar de doença cardíaca: se tiver um parente que tenha desenvolvido doença cardíaca antes dos 55 anos, ter colesterol elevado vai colocá-lo em maior risco de também ter.

Tratamento da doença cardiovascular

O objectivo do tratamento é o de diminuir o risco de doença cardiovascular, através da redução do colesterol das LDL e subida das HDL. O colesterol elevado no sangue é prevenível e tratável. As mudanças no estilo de vida são a primeira linha de defesa contra o colesterol elevado:

  • Perca o peso que tem em excesso: antes de tudo, reflicta honestamente sobre os seus hábitos alimentares e a sua rotina diária. Pense nos reais obstáculos que tem à sua frente nesta luta para perder peso, e aconselhe-se sempre com o seu Médico como o fazer da forma mais equilibrada e adequada ao seu caso.
  • Adopte uma alimentação saudável: mesmo que tenha anos de maus hábitos alimentares, fazendo algumas mudanças na sua dieta pode reduzir o seu colesterol e melhorar a sua saúde cardiovascular.
  • Faça exercício diariamente: quer tenha excesso de peso ou o seu peso seja normal, o exercício físico pode ajudá-lo a reduzir o colesterol "mau", bem como a subir os níveis do seu colesterol bom (c-HDL). Aconselhe-se com o seu Médico sobre qual o tipo de exercício físico que é mais indicado para o seu caso.
  • Pare de fumar. Parar de fumar melhora o seu c-HDL. E os benefícios não acabam aqui. Após 20 minutos de fumar o último cigarro, a sua pressão arterial diminui.
  • Beba álcool com moderação. Isto significa que as senhoras não deverão beber mais do que uma bebida alcoólica por dia, e os homens mais do que duas. A ingestão excessiva de álcool pode trazer problemas sérios de saúde, incluindo pressão alta, insuficiência cardíaca e AVC.

Para além destas mudanças de estilo de vida, pode ser necessário o recurso a medicamentos que, quando necessários, deve ser decidido e acompanhado pelo médico assistente.

Artigos relacionados

Colesterol: o inimigo silencioso do coração

Como reduzir o colesterol?

Plantas que ajudam a combater o colesterol

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Estudo conclui
As imagens chocantes que foram impressas nos maços de cigarros para dissuadir o consumo de tabaco tiveram pouco impacto nos...

Numa altura em que cerca de 60 países já impõem às tabaqueiras que incluam campanhas antitabágicas nos maços, os investigadores estudaram o impacto destas mensagens em pouco mais de um milhar de jovens britânicos entre os 11 e os 16 anos.

Dos jovens interrogados em 2008 e depois em 2011, entre dois terços a três quartos nunca tinham fumado, sendo que os restantes declararam ser entre fumadores ocasionais e fumadores regulares.

Convidados a descrever as fotografias, menos de 10% lembrava-se das que estavam colocadas na parte de trás da embalagem, à excepção dos que tinham sintomas de um consumo mais assíduo de tabaco, apresentando dentes cariados, problemas nos pulmões ou cancro na garganta.

Quando questionados sobre os anúncios colocados na frente, perto de metade dos jovens lembravam-se da frase "fumar mata" (47% em 2011, contra 58% em 2008).

Em relação à mensagem "fumar prejudica gravemente a sua saúde e a dos que o rodeiam", em 2008, pouco mais de 41% dos jovens se lembrou deste aviso, enquanto que, em 2011, essa proporção caiu para os 25%.

Estudo conclui
Homens que tenham relações sexuais ou se masturbem mais do que 20 vezes por mês têm maior probabilidade de desenvolver cancro...

O urologista Reis Santos confirma que "existe a possibilidade de os factos estarem relacionados".

Segundo o estudo divulgado pelo British Journal of Urology International (BJU), a frequência com que um homem ejacula está diretamente relacionada com o aparecimento de um tumor na próstata.

Dos 850 homens observados, que mantinham relações heterossexuais e se masturbavam, a 431 tinha-lhes sido diagnosticada a doença antes dos 60 anos. E destes, cerca de 40% masturbava-se e tinha relações sexuais mais de 20 vezes por mês, quando estavam na casa dos 20 anos de idade.

Estes homens, na sua maioria, indicaram também ter estado envolvidos com mais de seis parceiras sexuais, aumentando significativamente a probabilidade de, pelo menos uma vez, terem sido infectados com doenças sexualmente transmissíveis.

Os resultados da BJU contrariam os estudos até à data apresentados, que indicam que não há relação entre os efeitos da ejaculação e o cancro na próstata. No início da década de 2000, foi comprovado que tanto a masturbação como as relações sexuais diminuíam o risco de contrair cancro na próstata. Um dos exemplos é um estudo publicado no Journal of the American Medical Association, em 2004, que concluía que os homens que ejaculavam mais de 20 vezes por mês reduziam em 33% a probabilidade de vir a sofrer de cancro na próstata, quando comparados com outros que só o faziam entre quatro a sete vezes por mês.

Para o urologista Reis Santos, não existe relação directa entre a masturbação e o cancro na próstata. O médico admite a possibilidade de uma relação indirecta, já que, explica, homens com uma vida sexual mais activa produzem mais testosterona. E esse é o factor que pode aumentar o risco. Mas nada de alarmismos. "Não há evidências científicas. Uma vida sexual activa e longa é saudável e faz bem ao corpo. É o que recomendo aos meus pacientes", contrapõe o urologista.

Mais comuns nas crianças
Otite é o termo médico usado designar a infecção que pode ocorrer no ouvido externo ou médio.
Otites

A otite designa uma infecção no ouvido e pode ser aguda ou crónica e atingir o ouvido externo ou o médio. Se atingir o ouvido externo, constituído pela orelha e canal auditivo, chama-se otite externa. Geralmente é provocada por bactérias ou fungos que se introduzem através de lesões na pele.

A seguir ao canal auditivo, localiza-se o ouvido médio, local onde se dão as otites médias, habitualmente de origem bacteriana e bastante comuns nas crianças. Podem surgir nas alergias respiratórias, devido às secreções nasais, ou nas infecções da faringe e gripes. A bactéria presente nas secreções desloca-se através da tuba auditiva até ao ouvido médio, onde prolifera nas secreções aí acumuladas, causando otite média, que pode tornar-se aguda.

Crianças com a tuba auditiva pequena ou com mau funcionamento estão mais propensas a infecções. O mesmo acontece se a criança tomar o leite numa posição bastante deitada, porque permite a entrada de alimentos e secreções.

Constituição do ouvido
O ouvido, órgão com a função de audição e equilíbrio, possui duas divisões. A primeira, o ouvido externo, compreende o pavilhão auricular e o conduto auditivo externo, revestidos por pele, que termina na membrana chamada tímpano. A sua função é localizar a fonte sonora, amplificá-la e levá-la até ao ouvido médio.

Esta é uma cavidade preenchida por ar e que se localiza dentro do osso temporal (osso que faz parte do crânio) e contêm três pequenos ossos, o martelo, a bigorna e o estribo, que ampliam o som que chega à membrana timpânica para a parte mais interna do ouvido, o labirinto.

No ouvido médio também se localiza a tuba auditiva, ou trompa de Eustáquio, que estabelece ligação com o nariz (facto importante na origem da otite média) e que é utilizada para igualar a pressão do ar entre o ouvido médio e o ambiente externo (por isso quando descemos a serra bocejamos ou deglutimos para "desentupir" o ouvido).

O labirinto possui uma parte destinada a percepção dos sons, chamada de cóclea, e à conversão das ondas sonoras para estímulos eléctricos que serão levados até o cérebro e outra que contribui para o equilíbrio do corpo.

Sintomas
Os sinais e sintomas mais habituais são prurido, dor, por vezes intensa e supuração do ouvido infectado. É habitual que a infecção afecte um ou ambos os canais auditivos externos de forma difusa. Neste caso, a primeira manifestação é uma sensação de irritação que depressa se transforma num prurido incómodo, acompanhado de dor, que é quase constante e, por vezes, aumenta mediante qualquer movimento do pavilhão auricular.

Paralelamente, surge uma supuração, que costuma ser ligeira, líquida e pouco densa, fétida e de tonalidade esverdeada. Por outro lado, ao observar à vista desarmada o ouvido afectado, pode-se verificar que o canal auditivo se encontra inflamado e avermelhado. Se a inflamação for muito intensa e o pus bloquear o canal auditivo externo, pode ocorrer uma diminuição passageira da capacidade auditiva, mas isto acontece em casos raros, mantendo-se geralmente uma audição normal.

Com menor frequência, a infecção concentra-se numa área circunscrita de um canal auditivo externo, formando um abcesso ou furúnculo. Neste caso, a dor aumenta progressivamente ao mesmo tempo que o abcesso evolui e se torna cada vez mais intenso até que se abre, deixando sair uma pequena quantidade de secreção sanguinolenta e purulenta.

Causas
Embora as causas de uma possível inflamação sejam diversas, a otite externa é quase sempre provocada por uma infecção causada por microrganismos provenientes do exterior. Os microrganismos que provocam o processo infeccioso são, na maioria dos casos, bactérias como a Pseudomonas aeruginosa e o Staphylococcus aureus, mas também se pode tratar de fungos, normalmente a Candida albicans.

Em geral, a otite surge quando, por algum motivo, falham os mecanismos de defesa locais. Em condições normais, a pele do canal auditivo externo mantém-se íntegra e dispõe de uma determinada quantidade de cerúmen que a protege. No entanto, várias circunstâncias podem alterar estas barreiras defensivas e favorecer, assim, uma infecção do canal auditivo externo, como é o caso das pequenas lesões que resultam de se tentar coçar ou retirar o cerúmen ou a utilização de cosméticos com substâncias demasiado irritantes.

Também é prejudicial a exposição excessiva à humidade, sobretudo a penetração de água; de facto, este problema é bastante comum em pessoas que tomam frequentemente banho em piscinas ou na praia, pelo que se fala muitas vezes em "otite do nadador": a maceração da pele do canal auditivo externo provocada pelo contacto prolongado com a água cria condições favoráveis a uma infecção.

Noutros casos, a inflamação do canal auditivo externo faz parte das manifestações de uma dermatite atópica ou de uma dermatite seborreica. Nestes casos, a actuação terapêutica deverá considerar-se como parte da terapêutica do problema de base.

Diagnóstico
O médico não tem grandes dificuldades em diagnosticar a otite externa - basta observar o canal auditivo externo com a ajuda de um otoscópio, pequeno aparelho dotado de um sistema de iluminação a pilhas e num dos lados de um funil (espéculo) com uma lupa que se introduz no ouvido.

Por vezes, retira uma amostra de secreções para enviar para o laboratório, de modo a identificar qual o microrganismo responsável pela infecção e determinar o antibiótico mais eficaz para o combater.

Tratamento
O tratamento da otite externa difusa costuma ser simples. Em primeiro lugar, o médico aspira todas as secreções presentes no interior do canal auditivo externo, para o limpar e deixar seco, o que só por si alivia algumas dores. Quando a dor é intensa, além de receitar analgésicos, o médico pode recomendar a aplicação de calor local, por exemplo, com um saco de água quente ou uma almofada eléctrica.

Por outro lado, para combater os microrganismos e diminuir a inflamação, é indicada a aplicação local de antibióticos e anti-inflamatórios através de gotas no canal auditivo externo afectado. Por vezes, se a infecção for grave, pode ser conveniente administrar antibióticos por via oral. Até que a otite esteja curada, é de máxima importância manter o ouvido seco, evitando que o canal auditivo seja molhado.

Quando o problema corresponde a uma otite externa circunscrita, o tratamento é semelhante ao de qualquer furúnculo, incluindo a drenagem cirúrgica do abcesso, se as dores forem muito intensas e demorar a abrir espontaneamente.

Tipos de otites

Otite externa
A otite externa é mais frequentemente causada pela infecção por bactérias e fungos. Na maior parte das vezes, eles penetram através de lesões na pele que recobre o conduto auditivo externo provocadas por objectos (cotonetes, grampos, por exemplo), por atritos ao coçar ou secar o ouvido e pelo contacto com água contaminada (mar, piscina, banhos).

O contacto frequente com a água pode facilitar a remoção da cera que serve de protecção para o canal auditivo. Por isso, a otite externa também é conhecida como otite dos nadadores.

Ocorre uma dor intensa e diminuição da audição. Em alguns casos, podem aparecer secreção e comichão.

Otite média
A otite média é a segunda doença infecciosa mais comum da infância, após as infecções de vias aéreas superiores. A otite média aguda é uma infecção por bactérias ou vírus que provoca inflamação e/ou obstruções que se não for tratada pode levar à perda total da audição.

Costuma ocorrer durante ou logo após gripes, constipações, infecções na garganta ou respiratórias, como uma complicação. Os vírus e bactérias que infectam o nariz e faringe ascendem pela tuba auditiva e causam uma acumulação de pus dentro do ouvido médio.

A pressão exercida por esta secreção levará a dor, febre e diminuição da audição. Algumas vezes chega a ser tão intensa que leva à ruptura da membrana timpânica e saída de secreção purulenta misturada com sangue pelo conduto externo (otite média aguda supurada).

Os principais sintomas são, portanto, a dor muito forte, diminuição da audição, febre, falta de apetite e secreção local. O tratamento pode requerer o uso de antibióticos e analgésicos. Em dois ou três dias, a febre desaparece, mas a audição pode levar mais tempo a voltar ao normal.

Se a perda auditiva não regredir, pode ser sinal de secreção retida atrás do ouvido médio, que será retirada cirurgicamente através de uma pequena incisão no tímpano. O tímpano geralmente regenera-se espontaneamente.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Tumor da pele
O carcinoma basocelular é um cancro que se origina na camada mais profunda da epiderme.
Cancro da pele

O carcinoma basocelular, ou basalioma, é um tumor da pele, de crescimento lento, que a maioria das vezes aparece na pele exposta ao sol. Tem origem na camada basal da epiderme, geralmente cresce durante anos sem causar nenhum desconforto.

Costuma desenvolver-se como formações muito pequenas, brilhantes, duras e salientes que aparecem sobre a pele (nódulos) e que aumentam de volume lentamente, às vezes tão lentamente que podem passar despercebidos. No entanto, a velocidade de crescimento varia muito de um tumor para outro e alguns chegam a crescer aproximadamente 1 cm por ano.

O carcinoma basocelular pode ulcerar-se ou formar crostas no centro. Por vezes, crescem achatados e assemelham-se ligeiramente a cicatrizes. O bordo do cancro pode adquirir um aspecto branco-pérola. Por outro lado, o cancro pode sangrar, formar crostas e sarar, levando o doente a pensar que se trata de uma úlcera em vez de um cancro. Na realidade, esta alteração entre a hemorragia e a cicatrização é, muitas vezes, um sinal significativo de carcinoma basocelular ou de carcinoma de células escamosas.

Este tumor geralmente não forma metástases, mas se não for tratado, pode destruir estruturas contíguas ou subjacentes. Quando os carcinomas basocelulares crescem perto de um olho, da boca, de um osso ou do cérebro, as consequências da invasão podem tornar-se graves. No entanto, na maioria das pessoas limitam-se a crescer lentamente dentro da pele. De qualquer maneira, extirpar os carcinomas precocemente pode evitar que se propague o dano às estruturas subjacentes, como a cartilagem e os ossos.

Existem várias formas de carcinoma basocelular. Algumas manifestam-se como pápulas com uma superfície brilhante, que muitas vezes desenvolvem uma ferida pequena no meio. Estes designam-se por “carcinomas basocelulares nodulares” e são mais passíveis de ser encontrados na região da cabeça e pescoço. Os doentes normalmente referem que têm uma ferida que não cicatriza.

Outros, designados como carcinomas basocelulares superficiais, aparecem como manchas vermelhas, finas e acastanhadas, que aparecem frequentemente no tronco, braços e pernas. Podem ser facilmente confundidos com manchas de pele seca, eczemas ou psoríase, por exemplo. No entanto não respondem aos cremes hidratantes ou aos esteróides tópicos.

Sintomas

A grande maioria das lesões aparece na face. O basalioma pode manifestar-se de diversas formas mas a sua apresentação mais típica inicia-se como pequena lesão consistente, de cor rosada ou translúcida e aspecto "perolado", liso e brilhante, com finos vasos sanguíneos na superfície e que cresce progressiva e lentamente.

O carcinoma basocelular também pode apresentar pontos escuros e, na sua evolução, pode ulcerar (formar ferida) ou sangrar devido a pequenos traumatismos como o roçar da toalha de banho, podendo, com isso, apresentar uma crosta escura (sangue coagulado) na sua superfície.

Algumas lesões podem ser pigmentadas, com as mesmas características descritas porém de coloração escura (basocelular pigmentado), outras crescem em extensão atingindo vários centímetros sem contudo aprofundar-se nos tecidos abaixo dela (basocelular plano-cicatricial).

A forma mais agressiva acontece quando o tumor invade os tecidos em profundidade (basocelular terebrante), com grande potencial destrutivo principalmente se atingir o nariz ou os olhos.

Existem outras formas de apresentação do carcinoma basocelular e o diagnóstico deve ser feito por um profissional capacitado. Se apresenta uma lesão de crescimento progressivo, que forma crostas na superfície ou sangra facilmente, procure um médico dermatologista para fazer uma avaliação.

Tratamento

O tratamento do carcinoma basocelular é, na maioria das vezes, cirúrgico. O especialista pode eliminar o cancro todo raspando-o e queimando-o com uma agulha eléctrica (raspagem e electrocoagulação) ou então cortando-o.

Em situações muito raras usa-se a radioterapia. Para os tumores recorrentes e os carcinomas basocelulares semelhantes a cicatrizes, pode ser necessário recorrer à cirurgia controlada ao microscópio (cirurgia de Moh).

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Diminuição difusa do cabelo
O eflúvio telógeno deve-se a uma alteração no ciclo de desenvolvimento do cabelo, que leva a que as
Queda de cabelo

O eflúvio telógeno é uma das causas mais recorrentes da queda de cabelo identificadas pelos dermatologistas. É uma condição ainda pouco conhecida, todavia ela acontece, quando se verifica uma mudança no número dos folículos capilares nos quais cresce cabelo. Se o número de folículos capilares que produzem cabelo decrescer de forma relevante por alguma razão durante a fase de repouso, haverá um aumento substancial nos folículos capilares dormentes. Em resultado, assiste-se a uma queda de cabelo acentuada.

Assim, o eflúvio telógeno não é mais do que uma diminuição difusa do cabelo, embora possa em alguns casos ser grave e a queda mais severa em certas áreas do cabelo do que noutras. Usualmente, o cabelo no topo do couro cabeludo diminui de forma consistente, o que não se verifica nos lados nem na parte detrás do couro cabeludo. Embora esta condição se aplique mais no couro cabeludo, em casos raros pode ainda afectar outras zonas como as sobrancelhas.

Na maioria dos casos, a perda de cabelo é temporária e o cabelo recupera rapidamente. Contudo, em alguns casos, a perda de cabelo continua até que a causa da queda de cabelo seja solucionada.

Habitualmente, o eflúvio telógeno ocorre em períodos de súbito e extremo stress que provocam um aumento da queda de cabelo. Pode também ser causado por alterações hormonais, pelo parto, infecções do couro cabeludo, operações cirúrgicas, doenças crónicas; dietas desequilibradas e muito restritivas, um acontecimento súbito ou muito enervante, etc.

Seja qual for a forma que o eflúvio telógeno tome, ele é reversível. Os folículos capilares não são afectados de forma permanente ou irreversível, significa apenas que existem mais cabelos numa fase de repouso do que seria normal.

Sintomas
Geralmente a queda de cabelo inicia-se dois a quatro meses após o factor desencadeante. Por exemplo, após o parto, uma das causas mais frequentes.

A queda pode ser bastante intensa e assustar o doente que se depara com um grande número de fios de cabelos soltos após penteá-los, durante a lavagem ou no travesseiro, ao acordar pela manhã. No entanto, considerando que é normal a queda diária de cerca de 100 fios, para que a situação seja anormal, o número de fios de cabelo a cair deve ser maior que este.

Normalmente, a doença não é acompanhada por nenhum outro sintoma, mas pode estar associada a outras doenças, como a dermatite seborreica que, quando intensa, também pode ser um factor desencadeante do eflúvio telógeno.

É habitual a queda do cabelo resolver-se espontaneamente em três a seis meses. Se persistir por um período superior a este, algum factor não diagnosticado pode estar a manter o eflúvio activo.

Tratamento
O tratamento consiste na correcção das causas, quando forem detectadas deficiências alimentares ou alterações emocionais. Dietas ricas em proteínas e certas vitaminas vão ajudar. Deve-se controlar doenças que estejam associadas.

O dermatologista também pode indicar medicamentos para serem aplicados directamente no couro cabeludo, visando controlar o processo e estimular o crescimento de novos fios. É importante lembrar que a queda ocorre rapidamente mas o crescimento de um novo fio é demorado, crescendo cerca de 1 a 2cm por mês. Por isso, o resultado terapêutico e a recuperação de crescimento dos pêlos vai ser percebida de forma gradativa.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Em ratinhos
Investigadores norte-americanos identificaram uma molécula que permite inverter os sintomas da Trissomia 21 em ratinhos...

Uma dose de uma pequena molécula da família proteica do gene SHH permitiu que o cerebelo dos roedores se desenvolvesse normalmente e estimulasse a sua capacidade de memória e aprendizagem, segundo investigadores da Universidade Johns Hopkins e dos Institutos Nacionais de Saúde.

Roger Reeves, professor do Instituto de Medicina Genética da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, e co-autor do estudo, lembrou que "a maior parte das pessoas com Trissomia 21 tem um cérebro 60% inferior ao seu tamanho normal".

Os ratinhos usados na experiência foram geneticamente modificados para reproduzirem a trissomia humana.

Os cientistas questionam, por enquanto, a aplicação da molécula nos humanos com Trissomia 21, uma vez que o seu uso em segurança não está, ainda, garantido.

O facto de ser alterado um mecanismo biológico importante do cérebro apresenta riscos de cancro, pois pode desbloquear o crescimento excessivo de células, advertem, realçando que muitos estudos terão de ser feitos.

De acordo com Roger Reeves, na medida em que a Trissomia 21 implica numerosos genes, qualquer tratamento "é um enorme desafio".

Trissomia 21 ou Síndrome de Down é um distúrbio genético que resulta de uma cópia suplementar do cromossoma 21. A doença, que não tem cura, traduz-se numa deficiência cognitiva, em características faciais particulares (mongolismo) e, por vezes, em problemas cardíacos.

Cientistas preveem cura
Pesquisadores da escola de medicina de Yale, nos Estados Unidos, descobriram uma proteína que seria o "elo perdido"...

Ao bloquear a proteína com um medicamento que já tem sido fabricado, os cientistas foram capazes de restaurar a memória de ratos de laboratório que tinham danos cerebrais semelhantes aos causados pela doença. O estudo foi publicado na edição desta quarta-feira da revista especializada Neuron. "O mais animador é que, entre todas as ligações nesta cadeia molecular, esta é a proteína que mais facilmente pode ser atingida por medicamentos", afirmou o professor de neurologia Stephen Strittmatter, um dos autores da pesquisa. "Isto dá-nos grande esperança para que possamos encontrar uma droga que funcione para diminuir o peso (sobre os pacientes) do Alzheimer."

Cientistas já tinham obtido um mapa molecular capaz de mostrar como a Doença de Alzheimer destrói os neurónios. Num estudo anterior, o laboratório coordenado por Strittmatter mostrou que o peptídeo beta-amiloide, uma marca desta doença, se une a proteínas príons na superfície das células nervosas. Através de um procedimento ainda desconhecido, essa ligação activa um mensageiro molecular dentro da célula chamada Fyn.

O artigo dos pesquisadores da Universidade Yale revela o “elo perdido” nessa corrente: uma proteína dentro da membrana celular conhecida como mGluR5 - receptor metabotrópico de glutamato 5. Quando essa proteína é bloqueada por um medicamento parecido com o que está actualmente a ser desenvolvido para a síndrome do X frágil (ou síndrome de Martin & Bell), as deficiências na memória, aprendizagens e densidade de sinapses foram restauradas num rato de laboratório com um modelo de Alzheimer.

Strittmatter ressaltou que novas drogas podem ter de ser desenvolvidas para atingir precisamente o rompimento da proteína amiloide (príon) na mGluR5 para os pacientes humanos com Alzheimer, e afirmou que o seu laboratório está a pesquisar maneiras de chegar a esse resultado.

Num outro estudo, publicado há pouco menos de um mês, cientistas explicaram como a combinação entre uma proteína e uma enzima dá início à degeneração celular característica da doença. "É como separar fisicamente a pólvora do fósforo de tal maneira que a explosão é prevenida", disse Subhojit Roy, professor da Universidade da Califórnia em San Diego. "Saber como a pólvora e o fósforo são separados pode dar-nos novas pistas sobre a possibilidade de parar a doença." A descoberta poderia, no futuro, ajudar a tratar e até mesmo a prevenir a doença.

Estudo conclui
Um estudo levado a cabo pelo Instituto de Cardiologia da Universidade de Nis, na Sérvia, revela que ouvir música faz bem ao...

As conclusões dão conta de que as sensações sentidas, ao ouvir os nossos temas e melodias preferidos, são benéficas à saúde do coração.

Nos ensaios, os 74 pacientes em análise com problemas cardíacos foram divididos em três grupos: um para ter aulas de exercício físico durante três semanas, outro para ter as mesmas aulas mas também ouvir música à sua escolha, a qualquer altura do dia durante 30 minutos, e um último que só ouvia música, sem fazer os exercícios cardio, ao contrário daquilo que é habitualmente prescrito aos doentes com este tipo de patologias.

No final, aqueles que ouviram música e levaram a cabo o plano de exercícios cardio revelaram significativas melhorias a nível do funcionamento do coração, com a aptidão física a registar uma evolução de 39%.

O grupo que só praticou exercícios aeróbicos revelou uma melhoria de 29% nas suas capacidades físicas e aquele que não fez qualquer tipo de actividade, para além de ouvir as suas músicas preferidas durante uma hora e meia por dia, deu, mesmo assim, provas de 19% de evolução a nível cardíaco.

Os resultados foram apresentados no congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia e dão conta da libertação de hormonas chave para o bom funcionamento do sistema cardiovascular. Em comunicado, Delijanin Ilic, líder da investigação, explica que "quando ouvimos música, o nosso cérebro liberta endorfinas que melhoram o desempenho do nosso coração".

"Não há nenhuma música que seja a “melhor” para se ouvir. O que interessa é aquilo que a pessoa gosta e a faz feliz", acrescenta a especialista. Noutros estudos anteriormente realizados, chegou a ser sugerido que, por exemplo, o heavy metal, pode provocar mais stress, enquanto que a ópera, a música clássica e aquela mais animada e mexida, tendiam a estimular mais endorfinas.

No entanto, a responsável diz que o que interessa é mesmo a pessoa sentir-se bem, gostar realmente daquilo que ouve. Além disso, embora os ensaios tenham sido feitos apenas com pacientes com problemas cardíacos, Delijanin Ilic acredita que os resultados são aplicáveis a uma população muito mais abrangente.

700 mil doentes em Portugal
O tabaco é o principal factor de risco para desenvolver bronquite crónica, uma doença com elevado im
Bronquite

A bronquite crónica é uma das principais doenças (a par do enfisema pulmonar) do conjunto de doenças respiratórias denominadas de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica – DPOC. Na bronquite crónica, as vias respiratórias ficam obstruídas pela expectoração (purulenta ou não), havendo dificuldade na passagem de ar, dificultada pela inflamação e pelo espessamento da mucosa brônquica. Por estas razões a falta de ar (dispneia) é uma das principais características clínicas da bronquite crónica ou das suas agudizações.

Contudo, manifesta-se também com tosse frequente e produção aumentada de expectoração. Esta tosse é definida como crónica quando ocorre pelo menos em 3 meses do ano, durante 2 anos consecutivos.

Em Portugal calcula-se em 700 mil o número de doentes com bronquite crónica, sendo que o tabagismo é a primeira causa de bronquite crónica, sendo responsável por 90 por cento de todos os casos documentados de DPOC.

Porém, não só os fumadores correm o risco de desenvolver estas doenças, já que os ex-fumadores e qualquer pessoa constantemente exposta ao fumo do tabaco (fumadores passivos) são também potenciais candidatos, assim como aqueles expostos a poluentes irritantes.

A medida fundamental para travar o avanço da bronquite crónica é a eliminação do factor causador, ou seja, o tabagismo. Em muitos casos permite recuperar a capacidade respiratória, apesar de não tão satisfatória como a dos fumadores antes da produção de lesões pulmonares irreparáveis, mas pelo menos superior à existente enquanto se mantém esse hábito. A adopção precoce desta medida, logo que se manifestam os sintomas da bronquite crónica, é o suficiente para resolver o problema e prevenir complicações.

De qualquer forma, lamentavelmente, sempre que as lesões brônquicas e pulmonares sejam permanentes, embora seja aconselhável o abandono do consumo de tabaco, isso não será suficiente para evitar todos os problemas provocados por uma bronquite crónica - serão necessárias algumas medidas terapêuticas.

Sintomas
A manifestação típica da bronquite crónica é uma tosse acompanhada de expectoração, sendo este um mecanismo através do qual as secreções acumuladas nos brônquios conseguem ser expulsas para o exterior. Trata-se de uma tosse persistente que, embora surja de maneira lenta e progressiva, acaba por se intensificar com o decorrer dos anos.

De início, a expectoração é mucosa, ou seja, esbranquiçada ou mesmo incolor, do tipo clara de ovo. Contudo, com o decorrer do tempo, a tosse e a expectoração, embora sejam mais intensas de manhã, vão surgindo também durante o dia, por vezes sob a forma de acessos muito violentos acompanhados por uma sensação de dificuldade respiratória.

Os sintomas da bronquite vão-se acentuando, regra geral periodicamente através do desenvolvimento de agudizações, ou seja, episódios de bronquite aguda que costumam durar entre duas ou três semanas. Estas agudizações são mais comuns no Inverno e provocam, além de um aumento da frequência e intensidade da tosse e alterações da expectoração (mais espessa e de cor amarelada ou esverdeada), febre, mal-estar geral, dores e outras manifestações típicas.

Os sintomas agudos cedem com o tratamento adequado, após a resolução da infecção, ao contrário da tosse e da expectoração, que ficam mais intensas após cada episódio de bronquite aguda. Com o passar do tempo e à medida que as defesas brônquicas sofrem uma progressiva deterioração, os episódios agudos tornam-se mais frequentes e prolongados, por vezes sucedendo-se uns após os outros durante grande parte do ano.

Quando a doença atinge maior gravidade, as alterações persistentes da mucosa brônquica provocam uma obstrução da passagem do ar para os pulmões, o que origina uma característica sensação de dificuldade respiratória, ou dispneia, ao princípio apenas quando se realiza algum esforço, mas gradualmente mais contínua, chegando a dificultar as actividades quotidianas.

Irritabilidade, tremores, confusão mental, sonolência, coma e convulsão podem estar presentes nos casos mais graves.

Complicações
Além de favorecer os episódios de bronquite aguda, a progressiva evolução da bronquite crónica provoca complicações que, salvo casos muito raros em que sejam eliminadas as causas, acabam por se manifestar com maior ou menor frequência em todos os indivíduos afectados diminuindo progressivamente a sua qualidade de vida.

A complicação mais comum é provocada pela inflamação da mucosa e o estreitamento dos brônquios, especialmente dos mais finos, pois provoca uma obstrução à passagem do ar, perturbando particularmente a saída de ar dos pulmões. Como consequência, embora penetre com uma certa facilidade nos sacos alveolares em cada inspiração, o ar não consegue sair em perfeitas condições ao longo da expiração, provocando um progressivo aumento da pressão no seu interior, o que facilita a ruptura das finas paredes alveolares, dando origem ao desenvolvimento de um enfisema, uma doença que se caracteriza pela dilatação alveolar e pelo consequente défice da função respiratória.

Esta situação provoca, a médio prazo, uma insuficiência respiratória, devido à diminuição das trocas gasosas entre o ar e o sangue dos pulmões, com um consequente défice de oxigenação e um aumento da concentração de dióxido de carbono que, por não ser adequadamente eliminado, vai-se acumulando no organismo. Nessa altura, para além dos sintomas típicos, tais como cansaço, dificuldade respiratória e coloração azulada da pele (cianose), a bronquite crónica provoca outro perigo, pois a medula óssea, ao tentar compensar a situação, de modo a aproveitar ao máximo o oxigénio presente no ar proveniente dos pulmões, fabrica glóbulos vermelhos em excesso, provocando um aumento da viscosidade do sangue e o consequente perigo de trombose ou embolias.

Por outro lado, o défice de ventilação de algumas zonas dos pulmões provoca alterações na circulação pulmonar, as quais originam uma sobrecarga do coração, um órgão que tem que fazer um esforço maior para impulsionar o sangue para os pulmões, de modo a proceder a sua oxigenação. A longo prazo, este esforço excessivo, adicionado ao próprio défice de oxigenação do miocárdio, pode originar uma insuficiência cardíaca, uma habitual complicação da bronquite crónica de longa duração que origina uma deterioração ainda mais significativa da qualidade de vida dos doentes.

Tratamento
É fundamental que todas as pessoas com bronquite crónica cessem hábitos tabágicos, evitem os ambientes contaminados e não se exponham ao frio, pois favorecem o aparecimento de complicações infecciosas agudas.

A estes doentes aconselha-se a administração anual da vacina antigripal como medida de precaução e, para além disso, em alguns casos, o médico deve igualmente prescrever antibióticos durante as épocas frias, como prevenção.

Para melhorar a ventilação pulmonar, normalmente, recorre-se utilização de fármacos broncodilatadores, de diferentes tipos, administrados por via sistémica ou por aerossóis. Também se podem utilizar medicamentos destinados a fluidificar as secreções brônquicas e facilitar a expectoração, embora o método mais simples e eficaz consista em assegurar uma adequada ingestão de líquidos.

Como tratamento complementar, de acordo com as necessidades de cada caso, pode-se proceder a uma fisioterapia respiratória, por exemplo, para fortalecer a musculatura implicada e também para aprender a expulsar de forma mais eficaz as secreções brônquicas através da tosse.

A prática regular de uma actividade física moderada e o cumprimento de uma alimentação equilibrada que previna ou combata o excesso de peso são medidas que também devem ser seguidas.

Por ultimo, em caso de desenvolvimento de um quadro de insuficiência respiratória como complicação da doença, devem ser implementadas as terapêuticas adequadas para atenuar o problema, entre as quais se incluem o internamento hospitalar do paciente e a administração de oxigénio em baixo débito durante o tempo necessário.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Deficiência de lactase
A intolerância à lactose, também denominada de deficiência de lactase, significa que não é totalment

A intolerância à lactose é geralmente provocada por uma deficiência de lactase, uma enzima produzida pelo revestimento do intestino delgado. Existem bastantes pessoas com níveis baixos de lactase, mas apenas aquelas que possuem sinais e sintomas associados sofrem, por definição, de intolerância à lactose.

É possível controlar os sintomas da intolerância à lactose optando cuidadosamente por uma dieta que limita os laticínios.

 

Sintomas
Os sinais e sintomas da intolerância à lactose começam geralmente entre 30 minutos e duas horas após comer ou beber alimentos que contêm lactose. Os sinais e sintomas comuns incluem:

Os sintomas são geralmente ligeiros, mas, por vezes, podem ser graves.

Quando consultar um médico
Marque uma consulta com o seu médico caso você ou o seu filho apresentem sinais ou sintomas que o preocupem.

Causas
A intolerância à lactose é geralmente provocada por níveis baixos da enzima lactase no intestino delgado, provocando sinais e sintomas.

Normalmente, as células que revestem o intestino delgado produzem uma enzima denominada lactase. A enzima lactase junta-se a moléculas de lactose nos alimentos que ingere e divide-as em dois açúcares simples, glucose e galactose, que podem ser absorvidos na corrente sanguínea.

Sem enzima lactase suficiente, a maioria da lactose nos seus alimentos dirige-se para o cólon sem ser processada, onde irá interagir com a bactéria intestinal normal. Isto provoca as características típicas da intolerância à lactose: gases, inchaço e diarreia.

Existem três tipos de intolerância à lactose:

1.Resultado normal do envelhecimento para algumas pessoas (intolerância à lactose principal)
Normalmente, o seu corpo produz grandes quantidades de lactase no nascimento e durante os primeiros tempos de vida, quando o leite é a principal fonte de nutrição. Geralmente, a produção de lactase diminui à medida que a sua dieta se torna mais variada e menos dependente de leite. Este declínio gradual pode provocar sintomas de intolerância à lactose.

2.Resultado de doença ou lesão (intolerância à lactose secundária)
Esta forma de intolerância à lactose ocorre quando o intestino delgado diminui a produção de lactase após uma doença, cirurgia ou lesão no intestino delgado. Pode ocorrer como resultado de doenças intestinais, como a doença celíaca, a gastroenterite e doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn. O tratamento do distúrbio subjacente pode repor os níveis de lactase e melhorar os sinais e sintomas, apesar de poder demorar algum tempo.

3.Condição genética (intolerância à lactose congénita)
É possível, mas raro, que os bebés nasçam com intolerância à lactose provocada por uma ausência total de actividade da lactase. Este distúrbio passa de geração em geração de forma hereditária, denominando-se autossomia recessiva. Isto significa que tanto a mãe como o pai têm de passar a forma defeituosa do gene ao filho para este ser afectado. As crianças com intolerância à lactose congénita são intolerantes à lactose no leite de amamentação da mãe e sofrem de diarreia desde o nascimento. Estes bebés requerem fórmulas infantis sem lactose. Os bebés prematuros podem igualmente sofrer de intolerância à lactose devido a um nível de lactase insuficiente. Nos bebés que são saudáveis, não resultará em desnutrição.

Diagnóstico
O seu médico pode suspeitar de intolerância à lactose com base nos seus sintomas e na sua resposta à redução da quantidade de laticínios na sua dieta. É possível confirmar o diagnóstico através de um ou mais dos seguintes testes:

  • Teste de intolerância à lactose - o teste de intolerância à lactose mede a reacção do seu corpo a um líquido que contém níveis elevados de lactose. Duas horas após beber o líquido, realizará análises ao sangue para medir a quantidade de glucose na corrente sanguínea. Se o nível de glucose não aumentar, significa que o seu corpo não está a digerir nem a absorver correctamente a bebida com lactose.
  • Teste respiratório de hidrogénio - este teste também requer que beba um líquido que contém níveis elevados de lactose. Em seguida, o seu médico medirá a quantidade de hidrogénio na sua respiração em intervalos regulares. Normalmente, é detectável muito pouco hidrogénio. Contudo, se o seu corpo não digere a lactose, fermentará no cólon, libertando hidrogénio e outros gases que são absorvidos pelos intestinos e, por fim, exalados. Quantidades de hidrogénio exalado superiores ao normal durante o teste respiratório indicam que não está a digerir nem a absorver totalmente a lactose.
  • Teste de acidez das fezes - no caso de bebés e crianças que não podem realizar outros testes, pode ser realizado um teste de acidez das fezes. A fermentação de lactose não digerida cria ácido láctico e outros ácidos que podem ser detectados numa amostra de fezes.

Tratamento
Nenhum tratamento pode curar a intolerância à lactose. Até hoje, não existe uma forma de estimular a produção da enzima lactase por parte do corpo. Geralmente, as pessoas que sofrem de intolerância à lactose sentem alívio ao reduzir a quantidade de lacticínios ingeridos e ao utilizar produtos especiais produzidos para pessoas com esta condição.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Mais frequente nas axilas e nos pés
Ao odor característico dos pés e das axilas é dado o nome de bromidrose.
Chulé

As glândulas sudoríparas estão espalhadas por toda a extensão da pele e são responsáveis pela produção do suor. A sua principal função é regular e manter a temperatura do corpo que deve permanecer, mais ou menos, nos 36,5º C.

Contudo, existem dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas. As écrinas estão distribuídas pela superfície total do corpo desde o nascimento e têm função termorreguladora. O suor que eliminam pelos poros é constituído basicamente por água e alguns sais que não se decompõem. Por isso, praticamente não exalam nenhum cheiro.

As apócrinas, por sua vez, desenvolvem-se apenas em algumas regiões do corpo: axilas, área genital, couro cabeludo, à volta dos mamilos. O suor que segregam é eliminado através dos folículos pilosos e, além de água e alguns sais, contém restos celulares e do metabolismo que podem produzir odores desagradáveis quando expostos à acção de bactérias e fungos, em ambientes em que o calor, a humidade e a falta de luz sejam predominantes. A esta condição é chamada bromidrose.

Assim, a bromidrose é o suor com cheiro desagradável, que ocorre nas axilas ou nos pés. Pode atingir qualquer pessoa independentemente da idade ou sexo, no entanto, a bromidrose tende a ser mais comum nos jovens do sexo masculino, dada a secreção hormonal que conduz a uma maior tendência para transpirar. Desta forma, é facilitado o aparecimento e a propagação de fungos e bactérias, os verdadeiros responsáveis pelo mau odor, que encontram nessas zonas (axilas e pés) um ambiente propício (quente e húmido) para se viver.

Causas da bromidrose

Além da acção dos micróbios, diabetes, alcoolismo, certos alimentos (cebola, alho, pimentas), alguns antibióticos e certas hormonas podem alterar o odor da transpiração, atribuindo-lhe características peculiares e desagradáveis.

Sintomas da bromidrose

O sinal clínico apresentado é o odor fétido nessas regiões do corpo após situações que provoquem a sudorese (sudação). Nos pés, podem acompanhar o quadro a maceração (aspecto esbranquiçado da pele) ou descamação da pele.

Tratamento da bromidrose

O tratamento visa diminuir a população bacteriana nos locais afectados e, assim, controlar sua actuação sobre a secreção sudoral. Portanto, corresponde a uma rigorosa limpeza da zona, complementada com a utilização de desodorizantes especiais.

Pode ser feito com o uso de produtos sob a forma de talcos, sprays ou cremes contendo antibióticos e outras substâncias que dificultam o crescimento das bactérias. Quando o problema se localiza nas axilas, estas devem ser depiladas. Em alguns casos especiais, pode-se proceder à extracção das acumulações de glândulas sudoríparas na zona.

Assim, para evitar o aparecimento da bromidrose recomenda-se:

  • Manter uma adequada higiene dos locais acometidos, dando preferência aos produtos antissépticos;
  • Secar bem a pele após o banho, especialmente nos pés entre os dedos;
  • Trocar o vestuário diariamente;
  • Dar preferência a calçado abertos;
  • Manter o calçado sempre limpo e seco;
  • Evitar deixar a pele húmida por muito tempo.

Artigos relacionados

Hiperidrose

Anidrose

Disidrose

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Perguntas e respostas
O pneumotórax consiste no aparecimento anormal de ar entre o pulmão e a pleura parietal, que é a mem
Pneumotórax

O ar localizado entre o pulmão e a parede torácica provoca um aumento da pressão na cavidade torácica, comprime o pulmão, podendo causar dificuldades respiratórias. Se o ar continuar a aumentar pode provocar o chamado pneumotórax hipertensivo, implicando o desvio do coração e restantes estruturas do mediastino para o lado contra-lateral. Em casos mais graves verificam-se alterações da função cardíaca, incluindo a paragem cardíaca.

Quais são as principais causas do pneumotórax?

O pneumotórax primário ou espontâneo pode surgir sem nenhum factor externo desencadeante, é mais frequente nos jovens altos, magros, do sexo masculino e com um predomínio nos fumadores de 6:1 em relação à população não fumadora.

O pneumotórax secundário é consequência de uma patologia pulmonar aguda ou crónica, como por exemplo as pneumonias graves, a tuberculose, a pneumonia pneumocystis no HIV, os tumores do pulmão, o mesotelioma, a asma brônquica, a bronquite crónica e mais frequentemente no enfisema bolhoso com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Também pode ser consequência de doenças mais raras como a sarcoidose, a linfangioleiomiomatose, síndrome de Enler-Danlos e a granulomatose de Wegener’s. No pneumotórax secundário a incidência tem um predomínio nos homens fumadores e quando a patologia pulmonar é grave, podemos estar perante uma situação de risco de vida.

Os traumatismos torácicos são também uma causa frequente de pneumotórax secundário. Nestes casos o ar entra para o espaço pleural através da parede torácica, no caso dos traumatismos torácicos penetrantes, ou por lesão do pulmão por exemplo por uma costela partida.

O pneumotórax iatrogénico pode ser consequência de técnicas médicas nomeadamente a colocação de cateteres venosos centrais, pacemakers, ou a ventilação invasiva, principalmente se for prolongada e o doente tiver patologia pulmonar subjacente.

Há ainda o caso particular do pneumotórax neonatal, que surge em recém-nascidos normalmente prematuros com pulmões imaturos.

Como se manifesta um pneumotórax?

- Dor torácica referida em 90% dos casos, que muitas vezes aparece subitamente;
- Dispneia que frequentemente acompanha a dor torácica (80% dos casos);
- Tosse também é frequente no pneumotórax;
- Cansaço mais fácil devido ao colapso do pulmão diminuindo a capacidade respiratória.

Em regra estes sintomas variam conforme a dimensão do pneumotórax ou seja depende do volume de ar que se acumula e da pressão atingida na cavidade pleural, podendo culminar no caso extremo já referido que é o pneumotórax hipertensivo.

No exame clínico podemos encontrar enfisema subcutâneo, diminuição do movimento respiratório no hemitórax afectado, diminuição das transmissões vocais, hiperressonância à percurssão e diminuição do murmúrio vesicular à auscultação.

Como se diagnostica um pneumotórax?

O exame complementar de diagnóstico mais simples e com grande capacidade diagnóstica no pneumotórax é a radiografia simples do tórax. Actualmente é realizada por rotina a tomografia axial computorizada (TAC) porque permite o eventual diagnóstico de patologias subjacentes, nomeadamente o enfisema bolhoso, pneumonias, neoplasias torácicas e outras patologias pulmonares, que poderá ser decisivo na opção terapêutica.

Como se trata um pneumotórax?

No tratamento do pneumotórax a primeira opção terapêutica consiste na remoção do ar contido na cavidade pleural através da colocação de um dreno torácico que se introduz no espaço pleural. Se o pulmão expandir completamente retira-se a drenagem e se for um primeiro episódio de pneumotórax, sabendo que 50 a 70% dos doentes não recidivam, considera-se o doente tratado.

Em casos de pneumotórax muito pequeno pode-se optar por uma atitude expectante, aconselhando repouso ao doente, na presunção do ar poder ser reabsorvido sem intervenção médica. Outra opção, quando o pneumotórax é pequeno, consiste na aspiração do ar da cavidade pleural através de uma agulha inserida na cavidade torácica.

Se o pneumotórax não resolver com estas primeiras abordagens médicas considera-se a existência de fístula bronco-pleural que não encerrou espontaneamente e, nestes casos, a opção cirúrgica é a mais adequada.

A indicação e opções terapêuticas cirúrgicas têm-se baseado na classificação de Vanderschueren que classificou o pneumotórax em quatro estádios:

  • Estádio I - sem anomalias endoscópicas
  • Estádio II - aderências pleuropulmonares
  • Estádio III - bolhas de enfisema inferiores a 2 cm
  • Estádio IV - bolhas de enfisema superiores a 2 cm

No caso do Estádio I normalmente opta-se pela drenagem pleural. Nos casos de fístula persistente num período superior a quatro dias após inserção do dreno pleural, no pneumotórax recidivante, se houve um pneumotórax contra-lateral prévio, no pneumotórax bilateral ou quando os doentes têm profissões de risco nomeadamente militares, profissionais da aeronáutica, atletas ou doentes que residam em áreas remotas com acesso difícil a cuidados médicos optamos pela cirurgia.

Actualmente os Estádios II III e IV da Classificação de Vanderschueren são tratados eficazmente usando como via de abordagem a Cirurgia Torácica Vídeo Assistida (CTVA). A toracotomia, mesmo a sub-axilar, só é realizada nos casos de grandes aderências pleurais que não permitem a abordagem Vídeo Assistida.

A CTVA, em regra, implica três portas de entrada por onde se introduzem uma câmara e os instrumentos cirúrgicos apropriados.

Com a câmara o cirurgião localiza as bolhas de enfisema normalmente apicais, que são ressecadas com suturas mecânicas. No caso de uma fístula bronco pleural também se procede ao seu encerramento com suturas mecânicas.

Por último o cirurgião deve proceder à realização da pleurodese cirúrgica, através de uma pleurectomia apical, que consiste na ressecção de pleura parietal no ápex do hemitórax provocando uma reacção de cicatrização que vai fazer com que o pulmão fique aderente à parede.

Artigos relacionados

Doenças respiratórias matam mais no Inverno

Doenças respiratórias

Reeducação respiratória

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Principal causa é a diabetes
A doença renal é uma situação clínica muito disseminada.
Doenças dos rins

Ter um estilo de vida saudável, praticando exercício físico regularmente, ter especial atenção à alimentação - moderação no consumo de gorduras, sal e açúcar, realizar anualmente análises ao sangue e à urina e medir regularmente a tensão arterial são conselhos a ter em conta em relação à prevenção de muitas doenças. Neste caso, é especialmente importante quando se fala de doença renais.

Os rins humanos têm cerca de 11 cm de comprimento, 5 cm de largura, 3 cm de espessura e a forma de um feijão. Entre as principais funções dos rins destacam-se: a eliminação dos resíduos tóxicos produzidos pelo nosso organismo, a eliminação do excesso de água do organismo através da urina - efeito diurético - e a produção de algumas hormonas essenciais (como a hormona que regula a tensão arterial e a eritropoietina, uma hormona fundamental na formação dos glóbulos vermelhos).

O mau funcionamento dos rins pode significar o desenvolvimento de um conjunto inúmero de doenças, mas também existem doenças que podem afectar o seu normal funcionamento. É o caso da diabetes de tipo 2, a causa mais comum do desenvolvimento das doenças renais - cerca de 40 por cento destas doenças devem-se à existência da diabetes.

Por outro lado, a hipertensão tem um papel preponderante no que toca às doenças renais, uma vez que contribui para 30 por cento dos casos em que existem estas doenças do foro nefrológico.

Em grande parte dos casos é difícil identificar as causas da hipertensão arterial - sendo que, nestas circunstâncias, é denominada por hipertensão essencial ou primária. Por outro lado, existe a hipertensão secundária, onde as causas são identificadas e onde as doenças de rins se enquadram como um factor de risco - sendo as doenças do foro nefrológico a principal causa da hipertensão secundária. Ao controlar o nível dos líquidos e dos sais do nosso organismo este órgão tem uma grande influência na pressão arterial que deve ser referida.

Sintomas
A dor na região lombar, alterações na cor da urina e ardor ao urinar, aumento dos valores da pressão arterial e inchaço nas pernas são os principais sintomas das doenças renais.

Formas de tratamento

Hemodiálise
Uma das funções primordiais dos rins é a eliminação dos resíduos tóxicos do organismo. Nos casos em que os rins não conseguem exercer essa função de filtragem (nos doentes com insuficiência renal) é necessária a hemodiálise - um processo onde se eliminam as substâncias indesejáveis do sangue. Este processo é feito com um aparelho externo - monitor de diálise - no qual se faz circular o sangue e a solução de hemodiálise que passa por um dialisador/rim artificial e regressa "limpo" ao organismo.

Nos doentes que têm necessidade de recorrer a este procedimento para a "limpeza sanguínea" são necessárias duas a três sessões por semana sendo que cada uma tem cerca de quatro horas de duração.

Diálise Peritoneal
Diálise peritoneal é um processo de depuração do sangue no qual a transferência de solutos e líquidos ocorre através de uma membrana semipermeável (o peritoneu) que separa dois compartimentos. Um deles é a cavidade abdominal, onde está contida a solução de diálise, o outro é o capilar peritoneal, onde se encontra o sangue. O peritoneu age como um filtro ou rim artificial. O tratamento é domiciliário e diário.

Transplante Renal
O transplante renal, quando há indicação clínica, é uma cirurgia que permite criar uma melhor forma de vida aos doentes cuja função renal está seriamente comprometida e que, com o novo órgão doado, podem abandonar as longas e repetidas sessões de hemodiálise ou de diálise peritoneal.

O rim transplantado é colocado no abdómen do doente e ligado à bexiga, onde começa a trabalhar fazendo a depuração do sangue e consequentemente voltando a eliminar de forma natural os produtos tóxicos do organismo.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Mais 8 cm em 70 anos
A média de alturas dos homens europeus subiu 11 cm entre 1870 e 1980, graças a melhorias nas condições de saúde no continente....

Os homens portugueses mediam em média 164 cm em 1911 e 172 em 1980. Dados anteriores são escassos, pelo que não são tidos em conta.

Os resultados foram publicados num estudo do jornal Oxford Economic Papers e, contrariamente ao esperado, os resultados mostram que a média de alturas continuou a acelerar no período entre as duas Guerras Mundiais e a Grande Depressão, quando a pobreza, o racionamento dos alimentos e as dificuldades dos conflitos poderiam ter limitado esse crescimento.

"Aumentos na estatura humana são um indicador chave das melhorias nas condições de saúde das populações", disse Timothy Hatton, professor na Universidade de Essex, no Reino Unido, que liderou o estudo.

O estudo mostra que a altura média dos homens europeus subiu de 167 cm para 178 cm em pouco mais de um século, o que sugere que um ambiente de melhor saúde e menos doenças é "o factor mais importante que origina um aumento na altura".

O estudo analisa dados de 15 países europeus sobre a altura média de um homem aos 21 anos. Os primeiros dados são da década de 70, do século XVIII. Só foram analisados dados dos homens porque informações históricas sobre as mulheres são mais difíceis de encontrar.

Investigadores da UMinho descobrem
Um grupo de investigadores da Universidade do Minho (UMinho) descobriu um "possível" tratamento para doenças de...

O resultado da investigação, "Dopaminergic modulation of affective and social deficits induced by prenatal glucocorticoid exposure", foi publicado na edição de Setembro da revista Neuropsychopharmacology, segundo informa o grupo de investigadores do Instituto de Investigação em Ciências das Vida e da Saúde da academia minhota.

"O estudo, feito em ratos, tenta perceber melhor o que se passa e descobre que o efeito pré-natal dos Glucocorticoides (GCs) sobre o comportamento, está ligado a alterações nos níveis de dopamina (um neurotransmissor/proteína que transmite mensagens entre células nervosas) em duas zonas do cérebro ligadas à percepção do prazer".

Mas, realça o comunicado, "o resultado mais interessante foi que os problemas emocionais e sociais destes ratos podem ser resolvidos com um medicamento usado para a doença de Parkinson (que também é caracterizada por deficiência de dopamina)".

Segundo os cientistas, esta descoberta "pode ter implicações para várias doenças neurológicas em que há deficiências emocionais e sociais semelhantes e/ou estão ligadas a stress pré-natal, incluindo autismo, hiperactividade, depressão e esquizofrenia".

Os cientistas reafirmam ainda que uma gravidez em stress é "extremamente perigosa" para o bebé uma vez que os GCs "podem interferir com o desenvolvimento do cérebro da criança" e que se continua "longe" de conhecer os efeitos daquela substância, que se continua a "administrar em grávidas em perigo de parto prematuro para ajudar o desenvolvimento dos pulmões".

Esta investigação é assinada pelos investigadores Sónia Borges, Bárbara Coimbra, Carina Soares-Cunha, José Miguel Pego, Nuno Sousa e Ana João Rodrigues.

Ausência de suor
Anidrose é o nome que se dá à incapacidade de transpirar.
Ausencia de transpiração

A anidrose é uma doença da pele em que há redução ou ausência da secreção de suor que pode ser generalizada, localizada ou assimétrica. É exactamente o contrário da hiperidrose em que há sudação excessiva. Tanto quanto se sabe, a anidrose tem como causas principais a falta de alimentação, a falta de higiene e a falta de saneamento básico.

No entanto, pode estar associada a determinadas doenças de pele como a psoríase ou a esclerodermia, também a alterações hormonais, doenças do sistema neurovegetativo e em determinados problemas neurológicos (acompanhados por paralisia) e intoxicações.

Uma vez que pode ter várias causas, o diagnóstico deste transtorno da sudação pode muitas vezes passar despercebido. Em último caso, como o doente não transpira normalmente, o corpo não pode refrescar-se, o que pode levar ao super aquecimento e, por vezes, à insolação - uma condição potencialmente fatal.

De referir que o suor ajuda o corpo a regular a temperatura. Mais precisamente, o suor ajuda o corpo a baixar de temperatura quando a nível interno aumenta.

Embora o tratamento corresponda ao da doença de base, em alguns casos, recorre-se à administração de medicamentos que estimulem a produção de suor.

Artigos relacionados

Disidrose

Bromidrose

Perturbações da sudação

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Otite externa
O “ouvido de nadador” é uma infecção do canal auditivo externo, que vai do tímpano para a parte exte
Ouvido de nadador

Colocar os dedos, cotonetes ou outros objectos nos ouvidos também pode levar ao aparecimento do “ouvido de nadador” devido ao facto de tais acções danificarem a camada fina de pele que reveste o canal auditivo.

O “ouvido de nadador” é conhecido como otite externa aguda ou otite externa. A causa mais comum desta infecção são bactérias que invadem a pele dentro do canal auditivo. O “ouvido de nadador” é normalmente tratado com sucesso com a utilização de gotas para os ouvidos. O tratamento imediato da infecção pode ajudar a prevenir complicações e infecções de maior gravidade.

Sintomas
Os sintomas do “ouvido de nadador” são geralmente leves no início, mas podem piorar se a infecção não for tratada ou se está a alastrar. Frequentemente, os médicos classificam o “ouvido de nadador” de acordo com os estados de progressão, sendo eles leve, moderado e avançado.

Sintomas leves:

  • Comichão no canal auditivo;
  • Leve vermelhidão dentro do ouvido;
  • Leve desconforto que piora quando se puxa a orelha ou quando se empurra a “saliência” na parte frontal do ouvido;
  • Pequena secreção de líquido claro e inodoro.

Progressão moderada:

  • Comichão mais intensa;
  • Dor crescente;
  • Maior área com vermelhidão no ouvido;
  • Excessiva secreção de líquido;
  • Libertação de pus;
  • Sensação de preenchimento total do ouvido e obstrução parcial do canal auditivo devido ao inchaço, ao líquido e aos detritos;
  • Diminuição da audição ou audição abafada.

Progressão avançada:

  • Dor intensa que pode irradiar para o rosto, pescoço ou parte lateral da cabeça;
  • Bloqueio total do canal auditivo;
  • Vermelhidão ou inchaço do ouvido externo;
  • Inchaço dos gânglios linfáticos do pescoço;
  • Febre.

Quando é que deve consultar um médico?

  1. Contacte o seu médico se tem qualquer tipo de indícios ou sintomas do “ouvido de nadador”, mesmo se estes forem leves.
  2. Chame imediatamente o seu médico ou dirija-se às urgências se sentir uma dor intensa no ouvido ou se tiver febre.

Causas
O “ouvido de nadador” é uma infecção normalmente provocada por bactérias que usualmente se encontram na água e no solo. As infecções provocadas por um fungo ou por um vírus são menos comuns.

Defesas naturais do ouvido
Os canais auditivos externos têm defesas naturais que os ajudam a manterem-se limpos e a evitar as infecções. As funcionalidades de protecção são:

  • Glândulas que segregam uma substância cerosa (cerume) - estas secreções formam uma fina película repelente da água na pele da parte interior do ouvido. O cerume também é ligeiramente ácido, o que contribui ainda mais para que não ocorra o crescimento de bactérias. Além disso, o cerume aglomera a sujidade, as células mortas de pele e outros detritos e ajuda a mover estas partículas para fora do ouvido. A aglomeração de cera que resulta disto é a cera que encontramos normalmente na abertura do canal auditivo.
  • Declive descendente do canal auditivo - o canal auditivo desce ligeiramente do ouvido médio para o ouvido externo, ajudando a escoar a água.

Como é que a infecção ocorre?
Se tem “ouvido de nadador”, isto significa que as suas defesas naturais foram vencidas. As condições que podem enfraquecer as defesas do ouvido e promover o crescimento de bactérias são:

  • Excesso de humidade no ouvido - a transpiração excessiva, um ambiente húmido por períodos longos ou a água que fica no ouvido após ter nadado podem criar um ambiente favorável para as bactérias.
  • Arranhões ou escoriações no canal auditivo - limpar o ouvido com um cotonete ou gancho do cabelo, arranhar a parte interior do ouvido com um dedo e usar auscultadores ou aparelhos auditivos pode provocar pequenas fendas na pele, as quais permitem que as bactérias cresçam.
  • Reacções de sensibilidade - os produtos para o cabelo ou as jóias podem provocar alergias e problemas de pele que promovem a infecção.

Diagnóstico
Os médicos geralmente conseguem diagnosticar o “ouvido de nadador” durante uma consulta médica normal. Se a sua infecção está num estado avançado ou perdura, pode ser necessário fazer uma avaliação mais aprofundada.

Exames iniciais
Provavelmente, o seu médico irá conseguir diagnosticar o ouvido de nadador com base nos sintomas que indica, através das respostas que dá às perguntas que ele lhe faz e com um exame médico efectuado numa consulta regular. É provável que não seja preciso fazer nenhum exame laboratorial na sua primeira consulta. A avaliação inicial do médico irá incluir:

  • Exame do canal auditivo com um instrumento iluminado (otoscópio) - o canal auditivo pode estar vermelho, inchado e escamoso. Podem estar presentes no interior do canal auditivo, pedaços de pele e outros detritos.
  • A visualização do tímpano (membrana timpânica) para ter a certeza que este não está rasgado ou danificado - se a visualização do tímpano estiver bloqueada, o médico irá proceder à limpeza do canal auditivo com um pequeno dispositivo de sucção ou com um instrumento com uma pequena volta ou colher no final (cureta de ouvido).

Exames complementares
Dependendo da avaliação inicial, da gravidade dos sintomas ou do estado em que se encontra o ouvido de nadador, o médico pode recomendar que seja feita uma avaliação adicional:

  • Se o tímpano estiver danificado ou rasgado, o médico irá, provavelmente, fazer o encaminhamento para um especialista dos ouvidos, nariz e garganta. O especialista irá analisar a condição em que se encontra o ouvido médio, de forma a determinar se este é o principal local de infecção. Este exame é importante, porque alguns tratamentos para as infecções no canal auditivo externo não são adequados para o tratamento de infecções no ouvido médio.
  • Se a infecção não responder ao tratamento, o médico pode recolher, numa consulta posterior, uma amostra de material segregado ou de detritos do ouvido e enviar os mesmos para um laboratório, na tentativa de se identificar exactamente qual é o microorganismo que provoca a infecção.

Tratamento
O objectivo do tratamento é eliminar a infecção e permitir que o canal auditivo se cure.

Limpeza
É necessário fazer-se a limpeza do canal auditivo externo para ajudar as gotas a chegar a todas as áreas infectadas. O médico irá utilizar um aparelho de sucção ou uma cureta de ouvido para limpar qualquer secreção, aglomeração de cera, pele escamada e outros detritos que possam existir.

Medicamentos para a infecção
Para a maioria dos casos de ouvido de nadador, o médico irá prescrever gotas para os ouvidos, as quais são compostas por uma combinação de alguns dos seguintes ingredientes, dependendo do tipo e da gravidade da infecção:

  • Solução ácida para ajudar a restabelecer o ambiente antibacteriano normal do ouvido;
  • Esteróides para reduzir a inflamação;
  • Antibiótico para combater a(s) bactéria(s);
  • Medicação antifúngica para combater a infecção se esta for provocada por um fungo.

Pergunte ao seu médico qual é o melhor método para colocar as gotas nos ouvidos.

Algumas dicas que podem ajudar na colocação de gotas nos ouvidos:

  • Reduzir o desconforto que as gotas frias provocam, segurando o frasco na mão durante por alguns minutos, para que a temperatura das gotas fique mais próxima da temperatura corporal;
  • Deite-se de lado com o ouvido infectado para cima, para ajudar a medicação a fazer o percurso por toda a extensão do canal auditivo;
  • Se possível, peça a alguém para ajudar na colocação das gotas no ouvido.

Se o canal auditivo estiver totalmente bloqueado devido ao inchaço, à inflamação ou ao excesso de secreção, o médico pode inserir um pavio de algodão ou de gaze para promover a drenagem e ajudar a levar a medicação para o canal auditivo.

Se a infecção estiver mais avançada ou não responder ao tratamento com gotas para os ouvidos, o médico pode prescrever antibióticos orais.

Ajudar o tratamento a funcionar
Durante o tratamento, os seguintes passos irão ajudar a manter os ouvidos secos e a evitar que ocorra mais irritação:

  • Não nadar ou fazer mergulho;
  • Evitar andar de avião;
  • Não utilizar tampões para os ouvidos, aparelhos auditivos ou auscultadores antes de a dor ou da secreção parar;
  • Evitar que entre água no canal auditivo quando tomar banho. Use uma bola de algodão embebida com vaselina para proteger o ouvido durante o banho.
Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
A partir de células estaminais:
Um grupo de cientistas usou células estaminais na produção de tecido cerebral humano para utilizar no estudo de doenças e do...

Investigadores utilizaram as células estaminais para criar aquilo a que chamaram "organoides cerebrais" - gotas do tamanho de uma ervilha de tecido cerebral em três dimensões numa placa de Petri, com características do tecido cerebral embriónico inicial, noticia o JN Online.

Este avanço poderá reduzir a dependência dos cientistas do cérebro do rato, que é um modelo pobre para investigação de doenças humanas e respectivos tratamentos, escreveu a equipa na revista Nature. "O desenvolvimento do cérebro humano é muito diferente do desenvolvimento, por exemplo, do cérebro do rato", disse o coordenador do estudo, Juergen Knoblich, da Academia das Ciências Austríaca.

A tecnologia deverá ajudar os biólogos a estudar características "especificamente humanas" do desenvolvimento e doença do cérebro humano, afirmou.

Espera-se também que este método permita aos investigadores "testar medicamentos directamente num cenário humano e, assim, evitar experiências em animais e obter melhores resultados que sejam mais facilmente transferíveis para doentes humanos", referiu Knoblich.

Os investigadores da área das células estaminais fizeram progressos ao criarem tecido em três dimensões de outros órgãos humanos, incluindo o coração e o fígado, mas o cérebro permanecia esquivo.

A equipa de Knoblich utilizou células estaminais pluripotentes, que podem ser impelidas a transformarem-se em qualquer tipo de célula do corpo, para criar células neuronais que se "auto-organizaram" em organoides com até quatro milímetros de tamanho. Estas sobreviveram durante vários meses num biorreactor giratório.

"O sistema de cultura em três dimensões desenvolve uma variedade de regiões cerebrais que são capazes de se influenciar mutuamente", lê-se num sumário do estudo.

"Os tecidos formam-se em camadas e apresentam uma organização semelhante à das primeiras fases do desenvolvimento de um cérebro humano", prossegue o texto. As células neuronais estavam "activas", de acordo com Knoblich.

"Estas estruturas não são apenas objectos laboratoriais peculiares", declarou Oliver Bruestle, do Centro Vida e Cérebro da Universidade de Bona, num comentário ao estudo.

"Os organoides recriam os passos iniciais da formação do córtex cerebral do cérebro humano e, por isso, prestam-se a estudos sobre o desenvolvimento cerebral e doenças neurodegenerativas", observou.

Mas apesar do seu extraordinário potencial, Bruestle considerou que o sonho científico de criar "um cérebro numa placa" permanece inalcançável.

Os organoides que mimetizam as diferentes regiões do cérebro foram aleatoriamente distribuídos e falta-lhes a forma e a organização no espaço do cérebro humano.

Como não têm sistema circulatório, o fornecimento de nutrientes e oxigénio é restrito, o que significa que os organoides só podem crescer até poucos milímetros de tamanho.

"Mesmo assim, o seu núcleo representa uma zona morta de células privadas de oxigénio e nutrientes", sustentou Bruestle.

Knoblich declarou que o método nunca se destinou a ser utilizado para produzir peças sobresselentes para um cérebro humano danificado e expressou dúvidas sobre se alguma vez poderia ser usado para tal fim, dada a complexidade estrutural do órgão.

Suor excessivo
A hiperidrose caracteriza-se por um aumento de produção de suor em diferentes locais do corpo.
Hiperidrose

A produção de suor constitui um dos principais mecanismos que o organismo dispõe para controlar a temperatura do corpo, adaptando-a às alterações internas ou externas, para que não ultrapasse determinados limites.

A actividade das glândulas sudoríparas é controlada por um centro termorregulador situado no hipotálamo que, através do sistema nervoso autónomo, determina, entre outras respostas, um aumento da secreção de suor quando a temperatura do corpo aumenta em demasia, devido a factores internos ou a uma temperatura ambiente muito elevada. A febre e os esforços físicos provocam um aumento generalizado do suor, igualmente perceptível quando a temperatura externa ultrapassa os 25 °C.

O que é hiperidrose?

Perante um quadro de suores excessivos, deve-se consultar um médico, para que este determine a sua origem e estabeleça o tratamento mais adequado consoante o caso. À produção excessiva de suor é dado o nome de hiperidrose sem cheiro desagradável.

Existem imensas situações que proporcionam um suor significativo, independentemente de se evidenciar por todo o corpo ou apenas em determinadas regiões do corpo com abundantes glândulas sudoríparas, nomeadamente nas palmas das mãos, nas plantas dos pés, nas axilas, nos sulcos inframamários ou nas virilhas. Por isso a hiperidrose pode ser primária ou secundária a uma doença de base.

Existem infecções, condições hematológicas e determinados problemas do sistema nervoso central que podem ser acompanhados por um aumento da sudação. Também existem determinadas disfunções hormonais, como por exemplo o hipertiroidismo, que originam suores generalizados excessivos. O mesmo pode ocorrer perante o consumo de determinados medicamentos que, entre os seus efeitos secundários, proporcionam suores excessivos. Por fim, o stress também pode provocar suores significativos, normalmente localizados nas mãos e nos pés.

O início dos sintomas pode ocorrer na infância, na adolescência ou somente na idade adulta, por razões desconhecidas. Eventualmente podemos encontrar história familiar.

Certo é que a hiperidrose causa enorme incómodo ao doente, com consequências ao nível individual, familiar, social e até mesmo profissional. Nos casos menos graves o tratamento pode ser feito com pomadas que tendem a secar as glândulas que produzem o suor. São usualmente necessários tratamentos repetidos e a sua duração é sempre limitada no tempo. Os casos que não respondem adequadamente a estas formas de tratamento são referidos para tratamento cirúrgico definitivo. Muitos são os casos em que o apoio psicológico pode ajudar bastante.

Artigos relacionados

Bromidrose

Anidrose

Disidrose

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.

Páginas