Descoberta possível causa do ´atraso mental´
Os graves problemas de memória ou de aprendizagem podem estar relacionados com a incapacidade de eliminar espinhas dendítricas, estruturas existentes nas ramificações dos neurónios. A conclusão é de um estudo levado a cabo pelo Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud.
Liderada por Inbal Israely, a investigação dá conta de o "atraso mental" está directamente relacionado com as alterações físicas que acontecem no cérebro quando as ligações entre os neurónios se tornam mais fracas.
A Fundação Champalimaud explica que as memórias são armazenadas no cérebro em estruturas microscópicas, localizadas ao longo das ramificações dos neurónios denominadas espinhas dendítricas. A redução ou eliminação destas estruturas é um processo activo necessário para a aprendizagem e para o armazenamento de novas memórias. Por isso mesmo, a incapacidade de eliminar espinhas dendríticas irrelevantes poderá resultar em graves problemas de aprendizagem e memória.
"Há evidência da ocorrência de alterações na estrutura e na quantidade das espinhas dendríticas em pacientes com atraso mental e, por isso, é fundamental perceber quais os mecanismos que controlam o aparecimento e desaparecimento destas estruturas”, refere Inbal Israely. Para a especialista, "quanto melhor percebermos como a estrutura das espinhas dendríticas muda quando aprendemos, mais saberemos sobre a base fisiológica deste tipo de doenças.”