Dia Mundial da Esclerose Múltipla
A esclerose múltipla é uma doença crónica inflamatória desmielinizante e degenerativa do sistema ner

A distribuição da doença no mundo parece ser mais complexa do que se supunha no passado, mas em termos gerais, parece seguir o chamado “gradiente de latitude” baseado no facto da prevalência da esclerose múltipla em regra aumentar conforme nos afastamos do equador. Em Portugal, estima-se uma prevalência de cerca de 50 por 100.000 habitantes.

Existe uma larga evidência científica sugerindo que a esclerose múltipla seja uma doença autoimune, embora a sua causa primária, tal como doutras doenças autoimunes, permaneça desconhecida.

Os dados biológicos e epidemiológicos existentes confirmam a existência de susceptibilidade genética para a esclerose múltipla, parecendo igualmente inequívoco o papel de fatores ambientais entre os quais se salientam a exposição solar / vitamina D, o fumo do tabaco e os agentes infecciosos, nomeadamente o vírus Epstein-Barr.

Classicamente, são consideradas duas formas de apresentação: a forma surto-remissão e a primária progressiva. O chamado síndrome clínico isolado corresponde a um primeiro episódio de doença desmielinizante afetando o sistema nervoso, sugestivo de esclerose múltipla, mas sem critérios para o seu diagnóstico definitivo.

Os surtos são eventos agudos em que se instalam novos défices neurológicos ou existe um agravamento significativo dum défice já existente, seguindo-se habitualmente recuperação frequentemente completa.

As queixas / défices apresentados pelo doente irão depender de quais as estruturas do sistema nervoso afetadas durante cada surto.

Passado um número variável de anos, uma percentagem significativa dos doentes com a forma surto-remissão assume um curso progressivo, com ou sem sobreposição de surtos, a chamada forma secundária progressiva.

Na ausência dum teste específico da esclerose múltipla, o diagnóstico continua a ser efetuado por meio de critérios clínicos, suportados por exames complementares, nomeadamente a ressonância magnética, se bem que o exame do líquido cefalorraquidiano continue a ter o seu papel.

Uma caraterística da doença é a sua grande variabilidade de doente para doente, desde casos ditos benignos com uma longa evolução praticamente assintomáticos, ao outro extremo de casos evoluindo rapidamente para um grau elevado de incapacidade.

O grau de incapacidade determinado pelos défices acumulados é habitualmente quantificado pelos neurologistas de acordo com uma escala designada EDSS (“Expanded Disability Status Scale”), em que 0 significa um exame normal e 10 morte por esclerose múltipla.

As pontuações de 4 e de 6 são usadas como etapas importantes da doença, podendo o tempo de duração para se atingir essas pontuações ser considerado como um indicador de progressão.

O indicador dum EDSS 4 é tanto mais importante porque hoje se considera que o tempo desde o início da doença até se atingir um EDDS 4 corresponde ao período de grande variabilidade individual da progressão da doença. Uma vez atingido um grau de incapacidade correspondente a um EDSS 4, a evolução da doença e respetiva progressão de incapacidade passa a ser bastante uniforme entre os doentes. Na prática, esse período corresponde também à chamada janela terapêutica, isto é o período durante o qual as terapêuticas poderão influenciar a evolução da doença, se bem que quanto mais cedo se iniciar a terapêutica, melhor.

A terapêutica na esclerose múltipla incide fundamentalmente em dois aspetos: tratamento sintomático e tratamento modificador da evolução da doença. São exemplos da primeira categoria os fármacos para a espasticidade, fadiga e incontinência urinária, entre outros.

Quanto à segunda categoria, para além dos benefícios duma dieta saudável, prática regular de exercício físico e abstinência tabágica, existe já uma experiência substancial com alguns fármacos injetáveis, os interferons (interferão ß-1a intramuscular e subcutâneo, interferon ß-1b) e o acetato de glatirâmero, a que se juntaram recentemente os chamados fármacos orais (fumarato de dimetilo e teriflunomida) com indicação de primeira linha para o tratamento da forma surto-remissão, e para os casos mais graves o natalizumab, fingolimod e alemtuzumab.

Vários outros fármacos estão em desenvolvimento e/ou já em fase de aprovação.

O benefício de todos estes fármacos reflete-se sobretudo na diminuição no número de surtos e de novas lesões na ressonância magnética e numa diminuição de progressão da incapacidade, especialmente quando iniciados precocemente na evolução da doença.

Torna-se, portanto, essencial reconhecer precocemente perfis evolutivos menos favoráveis e/ou de previsível insucesso com as terapêuticas ditas de primeira linha, para adequar as medidas terapêuticas da forma mais eficiente possível à situação clínica do doente individual.

Os estudos epidemiológicos e da história natural da doença identificaram um conjunto de variáveis clínicas que permitem precocemente, no início da doença, elaborar uma previsão, em termos populacionais, da progressão da doença a longo termo, salientando-se: o género, idade no início da doença, sintomas iniciais e perfil evolutivo (surto-remissão versus progressivo), grau de recuperação do surto inicial e número de surtos nos 5 primeiros anos de doença.

Presentemente, a ressonância magnética não só é o melhor marcador em termos de previsão prognóstica a longo termo (o número de lesões na ressonância magnética inicial, volume lesional e atrofia cerebral, são bons exemplos), como ainda, em associação com o número de surtos no primeiro ano, permite prever o insucesso de tratamento com os fármacos de primeira linha.

Em conclusão, a esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso central crónica e incapacitante, afetando principalmente adultos jovens, de causa desconhecida de provável natureza autoimune, com apresentação tipicamente por surtos e remissões, e para a qual existe já um arsenal terapêutico (e em franco crescimento) que, se devidamente utilizado, poderá minimizar os malefícios da doença e melhorar a qualidade de vida do doente com esclerose múltipla.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra organiza
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra organiza, nos dias 27 e 28 de maio, o seminário “Enfermagem de Reabilitação e Lesão...

Neste seminário, a ter lugar nas instalações da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (Polo B, em S. Martinho do Bispo), serão abordados diversos conteúdos que suportam os cuidados de Enfermagem às pessoas com lesão medular, alguns de natureza generalista e outros específicos para o enfermeiro de Reabilitação.

O encontro insere-se nas atividades pedagógicas da unidade curricular de “Enfermagem de Reabilitação em Neurotraumatologia” afeta aos cursos pós-graduados em Enfermagem de Reabilitação da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).

No seminário participarão, na qualidade de oradores, profissionais da ESEnfC, do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e do Centro Hospitalar do Porto.

Para mais informações podem os interessados aceder ao sítio do “Enfermagem de Reabilitação e Lesão Medular” na Internet, em www.esenfc.pt/event/erlm, o mesmo espaço reservado às inscrições no evento.

A ESEnfC assinala, em 2016, os 135 anos de ensino de Enfermagem em Coimbra e em Portugal, além dos dez anos de fusão das duas instituições de ensino superior que lhe deram origem: as anteriores escolas Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto.

Projeto pioneiro
Seis países europeus estão envolvidos num projeto à escala mundial de estudo da doença de Parkinson para desenvolverem um teste...

O trabalho, apoiado com fundos da União Europeia, tem a Faculdade de Motricidade Humana como um dos parceiros e pretende criar o primeiro teste de deteção precoce da doença de Parkinson, já que tal permitirá mais qualidade de vida aos doentes, como o coordenador do projeto em Portugal, José Alves Diniz.

Além de Portugal participam no projeto instituições ligadas à saúde e à tecnologia da Grécia, Bélgica, Alemanha, Suécia e Reino Unido, todos presentes nas reuniões de Lisboa (uma delas hoje), as primeiras depois de uma reunião na Grécia quando da constituição do consórcio, em fevereiro passado.

São ao todo 11 organizações, desde universidades a centros de pesquisa e de tecnologia, que vão trabalhar quatro anos no i-Prognosis, para criar um diagnóstico precoce da doença mas também desenvolver intervenções que melhorem a qualidade de vida do doente.

José Alves Diniz, também presidente da Faculdade de Motricidade Humana, explicou que os trabalhos estão em fase inicial mas que se pretende criar uma plataforma à qual as pessoas podem aderir através de uma aplicação de um telemóvel ou tablet, por exemplo.

A aplicação vai medir a forma como as pessoas usam o teclado e a voz (não o conteúdo das conversas mas o tom) e detetar alterações que possam indicar o início da doença. Em caso positivo (de possível deteção) as pessoas são aconselhadas a procurar um médico.

O alvo são pessoas com mais de 55 anos mas o número de adesões ou a origem não tem limite, explicou o professor, explicando que o processo é todo automático e nunca está em causa a privacidade dos participantes.

“O diagnóstico da doença só se faz com alguns testes, que só têm capacidade de a detetar numa fase já muito avançada, e por isso fica limitada a capacidade intervenção para retardar os sintomas”, disse o responsável, para quem o sucesso do trabalho, em termos de adesão, pode levar a que no futuro esses sintomas possam ser detetados precocemente. “É importante este contributo para o futuro”, afirmou.

A doença de Parkinson é progressiva e incapacitante e não tem cura. É causada pela perda de células cerebrais específicas e caracteriza-se por tremores e outros problemas motores, afetando 63 milhões de pessoas no mundo, sendo mais comum nos países ocidentais,

“Termos uma forma objetiva e mais fácil e capaz de detetar a doença mais precocemente será um avanço significativo relativamente a futuros doentes”, disse José Alves Diniz, para quem o projeto de investigação permite também o aconselhamento das pessoas, quer em termos de alimentação ou atividade física, quer em termos de interação com o médico.

“Uma vertente do projeto são também as recomendações que são criadas, no sentido por exemplo de retardar os sintomas mais graves”, explicou.

Das organizações que participam, incluindo especialistas em Parkinson ou em envelhecimento, Portugal está representado pela Faculdade e pela empresa Plux, da área da investigação e tecnologia aliada à saúde

A doença de Parkinson afeta pessoas que por norma têm mais de 55 anos e não tem cura nem forma de a reverter. Tem como alguns dos primeiros sintomas a prisão de ventre, perda de olfato, distúrbios do sono e depressão e dor.

A pedido do PAN
A inclusão de comida vegetariana nas cantinas públicas vai ser debatida no parlamento, a 16 de junho, a pedido do PAN - Pessoas...

O debate foi marcado depois de o PAN ter recorrido ao agendamento potestativo, direito regimental que permite a um partido "forçar" a discussão de um tema no plenário do parlamento.

Em março, o PAN entregou na Assembleia da República uma petição com cerca de 12.000 assinaturas validadas, a defender a inclusão de refeições vegetarianas nas escolas, nas universidades e nos hospitais.

O partido considera, numa nota de imprensa hoje divulgada, que a medida, a ser aplicada, impede a discriminação das pessoas que já seguem a dieta.

Segundo o PAN, as crianças e os jovens "sentem-se muitas vezes discriminados nas escolas, pelos colegas, professores e auxiliares, por comerem comida diferente, necessariamente trazida de casa".

O partido justifica-se, ainda, citando a Direção-Geral da Saúde, com "os benefícios de uma alimentação baseada em produtos de origem vegetal".

Em 2015
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresentou resultados positivos de 5,8 milhões de euros em 2015, uma subida de 17,6% em...

De acordo com o relatório & Contas 2015 da instituição, as receitas registaram em 2015 um aumento de 8,1 %, face a 2014, para um montante de 216,7 milhões de euros.

O documento assinala um aumento das receitas correntes em 8,1%, nomeadamente as provenientes da área da Ação Social e do Património, que subiram respetivamente 3,8% e 56%.

Pelo contrário, registou-se uma quebra nas receitas na área da Saúde (-7,4%) resultante principalmente da redução nas prestações de serviços e do impacto decorrente das quebras de resultados das aplicações financeiras.

“A exploração, designadamente das unidades hospitalares, continua a apresentar resultados negativos, por efeitos do tipo de cuidados prestados. Ainda assim, o resultado líquido negativo foi inferior ao registado no ano transacto, nomeadamente no CMRA [Centro de Medicina de reabilitação de Alcoitão], que obteve uma melhoria de 1 milhão de euros no resultado líquido”, é assinalado.

A instituição registou em 2015 uma redução global nas despesas para 198 milhões de euros, “dos quais 17,9 milhões de euros foram despesas correntes com estabelecimentos cedidos pelo Instituto da Segurança Social”, para resposta social pública na grande Lisboa.

Tratou-se de um corte nas despesas correntes de 1,5% em 2015 face ao ano anterior, “o que acontece pela primeira vez desde o início da Grande Crise Financeira de 2008”, é descrito no documento.

A despesa realizada verificou-se sobretudo na Ação Social (59%) e na Saúde (22%). Quase 20 milhões do total da despesa são referentes a despesas com estabelecimentos cedidos pelo Instituto de Segurança Social.

Apesar do crescimento económico de 1,5% registado em 2015, segundo o relatório, não se verificou nesse ano uma diminuição de procura de ajuda junto da Santa Casa.

A Santa Casa destaca ainda uma redução de 10% nas despesas com fornecimento e serviços externos em 2015, face a 2014.

Em relação a 2014, registou-se um decréscimo de 8,4 milhões de euros no investimento.

No entanto, verificou-se o aumento em 31,8%, relativamente a 2014, no investimento realizado na área do Património, que incluiu a aquisição do Hospital Militar da Estrela por 14,9 milhões de euros.

Bial
O Governo solidarizou-se com a Bial e manifestou confiança naquela farmacêutica, estimulando-a a prosseguir a investigação e...

“A Bial, sendo uma das mais relevantes empresas portuguesas no domínio da inovação, tem a confiança e a solidariedade do Governo Português, bem como o estímulo para prosseguir a investigação e desenvolvimento em projetos de relevante contributo para a economia portuguesa e para o bem-estar dos cidadãos e dos doentes”, afirma o Ministério da Economia em comunicado.

Não obstante, afirma estar a “acompanhar com especial atenção” o desenvolvimento do incidente ocorrido em janeiro, em Rennes, França, com uma molécula experimental do laboratório.

O Governo sublinha que o relatório publicado na segunda-feira pela Inspection Générale des Affaires Sociales (IGAS) reafirmou a regularidade do protocolo do ensaio e confirmou que não foram detetados quaisquer sinais prévios que pudessem ter previsto o sucedido na fase pré-clínica, realçando o caráter inesperado e imprevisível dos acontecimentos.

Até ao momento, ainda não foram determinadas as causas concretas do acidente.

“O Governo Português aguarda que a divulgação, que se deseja para breve, dos relatórios médicos de todos os voluntários, dos dados da autópsia do voluntário que lamentavelmente faleceu, bem como dos procedimentos levados a cabo pelo Centro Hospitalar de Rennes, possam ajudar a esclarecer as reais razões deste acontecimento”, acrescenta o Ministério da Economia.

O Governo francês afirmou na segunda-feira que o laboratório português Bial e a empresa especializada Biotrial “têm responsabilidade, de várias formas” no ensaio clínico em que morreu um voluntário e exigiu um plano de ação que impeça a repetição das “falhas graves”.

A 17 de janeiro, Guillaume Molinet, de 49 anos, morreu durante um ensaio clínico realizado em Rennes pela empresa especializada Biotrial, enquanto testava para o laboratório português Bial uma molécula que atuava sobre o sistema nervoso.

Outros cinco voluntários tiveram também de ser hospitalizados e alguns deles apresentam ainda sequelas neurológicas decorrentes dos testes com aquela substância que tinham sido validados pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM).

Morte súbita
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia escolhe o mês de maio, mês do coração, para alertar para a realidade da morte súbita em...

Em Portugal, em média, cerca de 10 mil pessoas deverão sofrer morte súbita cardíaca, tendo em conta os números da mortalidade cardiovascular anual. A prevalência desta situação clínica é superior em faixas etárias mais avançadas, muito embora se possa registar em jovens com doença cardíaca hereditária. Cerca de 20% da mortalidade global da população ocorre como morte súbita e aproximadamente metade das mortes cardiovasculares devem-se a episódios de morte súbita.

A questão essencial para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia é que, inúmeros casos de morte súbita poderiam ter sido evitados se manobras de reanimação imediatas tivessem sido aplicadas. Tal seria possível se a generalidade dos cidadãos, tivesse sido treinada para tal, independentemente da faixa etária ou grau de diferenciação. Em alguns países o treino de “suporte básico de vida” (SBV) é ensinado nas escolas, como parte do programa curricular , há mais de 20 anos. A par desta formação, recorrente e obrigatória nas escolas, a sensibilização de todos os cidadãos para a importância desta aprendizagem e treino, reveste-se de particular importância, devendo ser assumida coletiva e individualmente.

Finalmente a disponibilização de equipamento apropriado, denominado DAE (desfibrilhador automático externo) em locais públicos, de maior concentração de pessoas, como recintos desportivos, grandes superfícies comerciais, aeroportos ou até mesmo na via publica deve ser considerado requisito básico de segurança.

A verdade é que ainda não existem medidas ou legislação que suportem estes objetivos, sendo por isso importante sensibilizar os governos e a sociedade civil para esta realidade.

Garantir que o cidadão comum sabe reanimar e compreende os princípios práticos e básicos do suporte básico de vida, é garantir que, nos momentos seguintes a um episódio de morte súbita, a vítima possa ser reanimada e assim uma vida possa ser salva.

Salvar vidas é tarefa dos médicos, é certo!. Mas, muito mais vezes do que se possa pensar, a possibilidade de salvar uma vida em risco de morte súbita, pode estar nas mãos do cidadão comum.

O cardiologista Prof. Mário Oliveira, Cardiologista e Arritmologista, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, esclarece algumas questões essenciais inerentes a este tema:

O que é a morte súbita?
A morte súbita é a morte que ocorre de forma inesperada no espaço de uma hora, ou até uma hora depois de se iniciarem os sintomas.

Qual a prevalência da morte súbita em Portugal?
20% da mortalidade global da população ocorre por morte súbita. Cerca de metade das mortes cardiovasculares devem-se a episódios de morte súbita.

Quais são os fatores de risco associados aos episódios de morte súbita?
Distinguem-se 3 grandes fatores de risco que determinam a grande maioria dos episódios de morte súbita, nomeadamente:

• Sobreviventes de enfarte – que ficam com uma cicatriz no coração e essa cicatriz pode originar arritmias malignas (culminando em morte);

• Pessoas com insuficiência cardíaca – que pode resultar quer de doença primária do músculo cardíaco, quer secundariamente a doença das válvulas ou das artérias coronárias. Independentemente da causa que motivou a insuficiência cardíaca, esta pode provocar o aparecimento de arritmias malignas e assim levar à morte súbita ;

• Doenças Cardíacas Hereditárias e/ou Elétricas – Doenças hereditárias do músculo cardíaco como a Miocardiopatia Hipertrófica ou doenças elétricas do coração como o Síndrome de Brugada, são alguns exemplos.

Em alguns tipos de doenças que podem provocar a morte súbita, o coração é estruturalmente normal, ou seja não há doença das válvulas nem do músculo cardíaco, como por exemplo no Sindrome de Brugada, tornando muito difícil o diagnóstico prévio ao episódio de morte súbita.

Que medidas de prevenção podemos destacar?
A medicina tenta identificar as pessoas com maior probabilidade de sofrer um ataque de Morte Súbita. Uma vez identificado um individuo com alto risco de morte súbita, deverá ser implantado um Cardioversor Desfibrilhador Interno (CDI). Este aparelho atua monitorizando o coração e, caso ocorra uma arritmia maligna, o aparelho estimula o coração, parando a arritmia.

Nos casos em que o doente não possui antecedentes cardiovasculares, mas tem critérios de risco para implantar um CDI, diz-se estar perante um caso de prevenção primária.

Quando o doente já sobreviveu a um evento cardiovascular arrítmico identificamos o caso como prevenção secundária.

O Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Dr. Miguel Mendes, comenta a realidade Portuguesa e esclarece a posição da Sociedade face a este tema.

O que podemos fazer para diminuir o número de mortes súbitas em Portugal?
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia tem quatro eixos de atuação que garante que irão ser apresentados à tutela e que passam pela sensibilização para a alteração de algumas conjunturas que podem ser determinantes para a redução do número de mortes súbitas em Portugal:

- No sistema de ensino deveria ser ensinado Suporte Básico de Vida e noções básicas de saúde cardiovascular por forma a garantir a educação das crianças e jovens, desde cedo, nesta matéria;

- A sociedade civil deverá estar mais alerta para o que pode significar para o cidadão comum ter Formação em Suporte Básico de Vida , procurando formação em SBV, podendo assim contribuir para que cada individuo esteja apto a salvar uma vida;

- A legislação e segurança inerente às provas de desporto deverá ser revista: A SPC defende que em todas as provas desportivas os atletas amadores recorram aos serviços médicos para avaliação cardiovascular. Além disso, consideramos que as organizações desse tipo de provas deveriam ser obrigadas a possuir meios de ressuscitação com DAE (desfibrilhador automático externo) local;

- Deverá ser assegurada a existência de “ sistemas de reanimação de emergência organizada”, em locais onde se verifiquem aglomerados de pessoas, como é o caso dos centros comerciais, estádios desportivos, locais destinados a eventos públicos, e mesmo naqueles onde a prática do esforço físico é verificada (como é o exemplo dos ginásios.)

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia relembra ainda que, no mês de maio, mês em que, juntamente com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, se tem alertado para a problemática da Insuficiência Cardíaca, que atinge todos os anos cerca de 400 mil Portugueses, a Morte Súbita surge como mais uma das consequências desta doença que não pode ser esquecida!

Outras informações:

O que é o Suporte Básico de Vida?
É um conjunto de manobras, com compressões torácicas (massagem cardíaca) e ventilações, que permite a manutenção da vida no indivíduo em paragem cardíaca, até à chegada dos socorristas.

O que significa, no contexto da Morte Súbita, ter uma formação em Suporte Básico de Vida?
Uma pessoa com formação em Suporte Básico de Vida pode sempre intervir rapidamente e ganhar minutos que podem ser essenciais para a vida, até que meios de socorro mais avançados cheguem.

Inspeção Geral das Atividades em Saúde
A inspetora-geral das Atividades em Saúde disse no Porto que “entre 10 a 25%” da despesa com medicamentos resulta de “más...

Leonor Furtado, que falava na abertura de um debate sobre “Fluxo Seguro no Medicamento”, referiu que foi realizada uma auditoria às farmácias hospitalares, direcionada à prescrição médica e à utilização racional do medicamento.

Segundo a responsável, essa auditoria iniciou-se em 2014 e decorreu durante todo o ano de 2015 e, na sequência dos resultados obtidos, estão a ser desenvolvidas este ano diversas ações inspetivas para “verificação de procedimentos”.

Essa auditoria abrangeu na altura 19 entidades – agrupamentos de centros de saúde e centros hospitalares. Neste momento, “temos a inspeção direcionada para 12 entidades”, afirmou.

“A inspeção faz a monitorização da prescrição, sendo certo que os nossos procedimentos abrangem cinco áreas: a seleção, a aquisição, a prescrição e dispensa e o armazenamento e distribuição”, acrescentou.

Na identificação desses cinco procedimentos “foram detetadas muitas fragilidades, sendo que provavelmente as fragilidades mais significativas são as que dizem respeito à aquisição e ao armazenamento, no fundo, à segurança do próprio medicamento”.

“Verificou-se que havia irregularidades e ineficiências que permanecem e que comprometem os princípios da boa gestão”, salientou.

Referiu que entre essas “fragilidades” estão, por exemplo, “a possibilidade de os fornecedores acederem aos armazéns, a existência de medicamentos fora de prazo em enfermarias e em armazém ou ainda a dispensa de medicamento em ambulatório sem confirmação da identidade do doente ou ausência de procedimentos escritos para a dispensa sem suporte legal”.

“A dispensa de medicamentos sem suporte legal representa, no Serviço Nacional de Saúde, alguns milhões e é uma má prática. Dizem muitas vezes que é uma questão social. Se é uma questão social tem de estar regulamentada, e não é muito difícil, se é mais do que isso, então temos de rever a forma como se está a proceder”, sustentou.

A responsável sublinhou que “os procedimentos têm de ser claros, transparentes, para se perceberem”.

“Por exemplo, numa determinada entidade onde foi feita a intervenção, os inspetores verificaram que chegou um guarda prisional com uma lista e o medicamento foi todo dispensado sem ninguém questionar a quem se destinava ou se os doentes existiam e, assim, em cinco segundos saíram 50 mil euros de medicamentos”, apontou.

No debate que contou com a presença de diretores clínicos, diretores de serviço, farmacêuticos hospitalares e administradores hospitalares, Leonor Furtado referiu ainda que com as ações que realiza a Inspeção Geral das Atividades em Saúde visa “contribuir para a sedimentação de hábitos de transparência e para uma cultura da rejeição de fraude, eliminação do desperdício e prevenção da corrupção”.

“Outro objetivo é exigir o respeito pelos procedimentos e licenciamentos na contratação e na distribuição de modo a evitar as assimetrias no tratamento dos vários fornecedores”, acrescentou.

O encontro, que decorreu na secção regional do Norte da Ordem dos Médicos, foi organizado pela Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde para discutir a segurança nos fluxos operacionais do medicamento envolvendo a prescrição, o controlo da prescrição, a aquisição, armazenamento, distribuição, manuseamento e dispensa.

Em Portugal
A Associação Portuguesa de Bioética apresenta no parlamento uma proposta de lei para criar um Conselho Nacional de...

O objetivo deste conselho será supervisionar e regular, de forma independente, a experimentação animal nos centros que pratiquem esse tipo de investigação.

O presidente da Associação de Bioética, Rui Nunes, lembra que já existem normas nacionais e comunitárias que regulam esta prática, mas afirma que “ninguém tem a certeza se são cabalmente cumpridas”.

“A meu ver é uma falha grave de supervisão”, declarou o perito em bioética, que entrega formalmente no parlamento a proposta de lei que estabelece a criação do Conselho Nacional de Experimentação Animal.

A proposta defende que o Conselho funcione junto da Assembleia da República, com total independência e isenção, sendo constituído por especialistas de diferentes ramos do conhecimento, “ de modo a que seja possível efetuar investigação em animais não apenas nos termos da lei, mas, sobretudo, de acordo com normas éticas universais de proteção do bem-estar animal”.

O Conselho teria ainda como missão, segundo a proposta de lei, a coordenação dos comités de ética das diferentes instituições de ensino e de investigação que utilizam animais com esta finalidade.

A Associação de Bioética propõe que o Conselho seja composto por 11 elementos, cinco deles eleitos pela Assembleia da República, dois nomeados pelos membros do Governo que tutelam a veterinária e a ciência e outras quatro pessoas designadas pela Ordem dos Médicos Veterinários, pela Ordem dos Médicos, pela Ordem dos Biólogos e pelos Conselhos de Reitores das Universidades Portuguesas.

Rui Nunes lembra que existem órgãos com funções similares, como o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, que regula a experimentação em embriões humanos, ou o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que se pode também pronunciar sobre experimentação humana em geral.

O presidente da Associação de Bioética considera que a criação deste Conselho de Experimentação Animal seria um sinal de maturidade da sociedade portuguesa, num momento em que “cresce sustentadamente a noção de que os animais merecem uma proteção acrescida”.

Os dados disponíveis indicam que, na União Europeia, todos os anos há 11 milhões de animais submetidos a experimentação científica. Não há números da realidade portuguesa, mais uma falha que Rui Nunes acredita que um Conselho independente podia ajudar a colmatar.

Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger promove
“Há coisas que não se veem” dá o mote à campanha de sensibilização que pretende melhorar a compreensão do autismo e a gestão na...
30 de maio a 5 de junho
Autarquia quer continuar a promover estilos de vida mais saudáveis.

De forma a promover estilos de vida mais saudáveis e alertar para questões fundamentais ligadas ao bem-estar e à saúde, Mangualde volta a dedicar uma semana a estas temáticas. A IV edição da ‘Semana da Saúde’ realiza-se de 30 de maio a 5 junho e é promovida pela Câmara Municipal de Mangualde, com o apoio da Unidade de Cuidados Continuados na Comunidade de Mangualde, Ginasium, Clínica CuidaMais, Tempo XL, Instituto Português do Sangue, Centro Bujutsu de Mangualde, IAM, Arqueiros de Viseu, OMB Grupo Ótico, CEM Nancy, AzurPhisiovida, CLDS 3G, MGLSK8CREW, Melom Nice&Easy, 5 Sentidos, Medela, Ana Francisca Mendes, João Gouveia, Jorge Gonçalves e José Paisana.

Durante toda semana as iniciativas dedicadas à população são várias: dádiva de sangue, workshops, rastreios, tertúlias, desporto, música, dança e muita animação. As iniciativas dividem-se por vários espaços mangualdenses. Para além disso, há dias dedicados a temas específicos com várias atividades direcionadas, nomeadamente o Dia da Saúde Ativa (30 de maio), Dia da Parentalidade Responsável (31 de maio), Dia Mundial da Criança (01 de junho), Dia da Promoção da Saúde (02 de junho), Dia da Prevenção da Doença (03 de junho) e o Fim de Semana em Movimento (4 e 5 de junho).

“Mais Saúde Já!”
“Mais Saúde Já!” é o nome da iniciativa, inédita em Portugal. O desafio foi lançado aos prestadores. Os cidadãos podem...

A associação de defesa do consumidor Deco lança uma campanha para conseguir consultas médicas a preços especiais.

O objetivo é proporcionar aos portugueses consultas de saúde oral, oftalmologia, nutrição e psicologia a preços mais acessíveis.

“Aquilo que fizemos foi um contacto com vários operadores no mercado e que dispõem uma rede de prestadores de cuidados a estes níveis. Queremos mais acesso, a um custo mais baixo, que seja comportável para os cidadãos que, por um lado, não estão isentos de taxas, mas cujo poder para pagar não lhes permite aceder àquilo que é hoje o custo da oferta privada no mercado”, explicou à Rádio Renascença Bruno Santos, da Deco.

“Mais Saúde Já!” é o nome da campanha, na qual os cidadãos interessados se podem inscrever até dia 25 de Junho, na página da associação na internet dedicada à iniciativa.

“Depois, quando anunciarmos a parceria ou o protocolo que viermos a estabelecer, no dia 28 de Junho, estas pessoas serão contactadas e receberão os termos e condições em que essa parceria será desenvolvida. Depois, decidem se querem ou não aderir ou aderir mais à frente”, indica o mesmo responsável da associação. 

Universidade do Minho
Utilizar a nanotecnologia para aumentar os resultados obtidos com alimentos funcionais - produtos enriquecidos com aditivos...

Os produtos criados serão incorporados em alimentos e testados num sistema gastrointestinal dinâmico, que simula a digestão no corpo humano.

A grande inovação deste projeto assenta no facto de procurar, utilizando a nanotecnologia, desenvolver produtos que aumentam a quantidade de compostos bioativos - vitaminas, probióticos e antioxidantes, entre outros – que são efetivamente absorvidos pelo corpo humano, aumentando, assim, a eficácia dos alimentos, escreve o Sapo.

Ao mesmo tempo, também se pretende que os novos produtos mantenham por mais tempo a chamada biodisponibilidade, ou seja, a velocidade e o grau com que uma substância ativa é absorvida a partir de um medicamento ou alimento e fica disponível dentro do corpo humano, explica a universidade em comunicado.

O projeto está organizado em quatro fases. O primeiro passo engloba a seleção das matérias-primas a utilizar na produção das nanoestruturas. Posteriormente, será feita a caracterização dos materiais selecionados em termos das suas propriedades físicas relevantes e serão efetuados testes de toxicidade e bioacessibilidade. Finalmente, os compostos produzidos serão submetidos a testes no sistema gastroinstestinal dinâmico, equipamento que simula a digestão humana e que foi desenvolvido no Centro de Engenharia Biológica (CEB).

Ana Cristina Pinheiro, a investigadora responsável por este projeto, afirma que o objetivo é obter "uma considerável gama de opções de sistemas de libertação funcionalizados, que serão desenvolvidos de forma a serem comestíveis e por isso aplicáveis na indústria alimentar".

"Serão produtos com uma bioatividade maximizada, dado que haverá aumento da biodisponibilidade, ou seja, compostos bioativos com elevada capacidade de absorção", refere ainda Ana Cristina Pinheiro, que acrescenta, "estas nanoestruturas funcionalizadas poderão ser usadas como plataformas para a produção de produtos inovadores com características melhoradas, tendo em consideração as mais recentes exigências dos consumidores".

Este projeto do CEB deverá também permitir obter informações fundamentais sobre a segurança das nanoestruturas no interior do corpo humano durante os processos de digestão e absorção. Um tema que ainda desperta bastante interesse na comunidade científica, dado que se desconhecem, alguns pormenores sobre o efeito destes produtos, ainda recentes, em humanos.

Neste âmbito, serão realizados testes nos quais o sistema gastrointestinal dinâmico será combinado com modelos celulares in vitro de modo a avaliar a toxicidade das nanoestruturas e monitorizar a resposta inflamatória.

Estudo
Um em cada cinco homens com mais de 80 anos perde o cromossoma Y das células do sangue, condição que foi agora relacionada com...

A perda do cromossoma Y é a mutação genética mais comum nos homens. Estudos anteriores mostraram que esta condição, que aparece com mais frequência em fumadores, pode aumentar também o risco de cancro precoce.

Cientistas afirmam agora que a condição pode servir como um biomarcador em relação a uma ampla gama de problemas de saúde, escreve o Sapo.. O estudo foi liderado por Lars Forsberg e Jan Dumanski, da Universidade de Uppsala, na Suécia, e contou com a participação de investigadores do Reino Unido, França, Estados Unidos e Canadá.

Os cientistas examinaram casos de 3.200 homens com uma média 73 anos, dos quais cerca de 17% apresentaram a perda do cromossoma Y nas células sanguíneas. Os pacientes que já tinham sido diagnosticados com Alzheimer tinham perdido esse cromossoma em maior grau.

"Ter perda do Y não implica a 100% desenvolver cancro ou doença de Alzheimer", advertiu Forsberg. Alguns homens com esta condição viveram sem sintomas de demência pelo menos até os 90 anos, relata o estudo.

"Mas, no futuro, a perda do cromossoma Y nas células do sangue pode tornar-se num novo biomarcador para o risco de doenças, (...) e pode ajudar a detetar e tratar os problemas mais cedo", disse o investigador.

De acordo com Chris Lau, professor do departamento de medicina da Universidade da Califórnia, o estudo não esclarece bem por que motivo o risco de Alzheimer pode ser mais alto nestes homens.

"Embora seja informativo, o estudo é de caráter preliminar e destaca apenas o facto de que o cromossoma Y pode desempenhar funções importantes além da determinação do sexo masculino e a produção de espermatozoides", disse Lau, que não participou na pesquisa.

Para o cientista, são necessárias mais investigações, uma vez que o cromossoma Y contém vários genes - alguns presentes exclusivamente nos homens e outros partilhados com as mulheres, que não têm o cromossoma Y.

ADSE
Depois de várias queixas, a ADSE decidiu que a nova tabela já não vai entrar em vigor a 01 de junho, segundo informação enviada...

A nova tabela de comparticipações da ADSE foi suspensa para ser reanalisada, informou a FESAP (Federação Sindical da Administração Pública).

"Congratulamo-nos com a suspensão da nova tabela de comparticipações, que ia aumentar muito as despesas dos funcionários e pensionistas em situação de doença", disse o dirigente federativo José Abraão.

Segundo a TSF, o diretor-geral da ADSE enviou à FESAP uma informação escrita onde afirma que "na sequência das diversas reuniões realizadas entre a ADSE e diversas organizações representativas dos trabalhadores da Administração Pública e de aposentados ou reformados", decidiu "suspender a entrada em vigor da alteração proposta na tabela das próteses intraoperatórias (...)".

Nesta tabela "estava prevista a introdução de um copagamento a cargo do beneficiário, de 20% do valor da prótese intraoperatória, que no entanto estava sujeito ao limite máximo de copagamento de 200 euros, ou seja de 20% sobre o valor de 1.000 euros".

"A ADSE vai estudar com as referidas entidades representativas de trabalhadores e aposentados, soluções à proposta apresentada e cujos efeitos se suspendem agora", diz o ofício enviado.

Para José Abraão esta suspensão faz todo o sentido, para possibilitar a discussão e negociação com os sindicatos. O sindicalista defendeu que essa negociação deve ocorrer no âmbito da comissão para a alteração do funcionamento da ADSE, que está em funcionamento.

A tabela revista de comparticipações da ADSE já tinha sido publicada e foi criticada, entre outros, por hospitais e dentistas.

Alimentação e vida saudável
A água é vital para a vida e para o bom funcionamento do nosso organismo.

Manter uma hidratação adequada é essencial ao longo de todo ano, mas principalmente durante o tempo mais seco, de maior calor ou quando se pratica exercício físico.

Manter o organismo bem hidratado e o equilíbrio hídrico é essencial para garantir um funcionamento saudável do nosso organismo. Para tal, é importante garantir que a água ingerida suprime as necessidades diárias e repõe os líquidos que são perdidos através da urina, das fezes e do suor.

Mais de metade da água que fornecemos ao nosso organismo advém dos líquidos que bebemos. Além da ingestão de cerca de 1,5 a 2 litros de água (recomendada para adultos saudáveis) ao longo do dia, os alimentos frescos, ricos em água e minerais, como as frutas e os hortícolas, são excelentes aliados para um organismo bem hidratado.

Quando a perda de água e sais minerais é superior à sua ingestão, o organismo encontra-se num estado de desidratação.

 De forma a evitar a desidratação, esteja atento a alguns sinais como as dores de cabeça, as tonturas, o cansaço, náuseas, sensação de calor e visão turva.

Outro cuidado importante está relacionado com o facto de não se chegar a ter sede. Quando a sensação de sede surgir, o nosso organismo pode já estar significativamente desidratado. Isto quer dizer que não devemos esperar ter sede para beber água. Além disso, algumas pessoas, principalmente crianças e idosos podem ser menos sensíveis à sensação de sede, o que quer dizer que esta sensação nem sempre é um bom indicador do estado de hidratação.

Evite chegar a ter a sensação de sede e beba pequenas quantidades de água, de forma espaçada, ao longo de todo o dia.

Alguns alimentos são uma excelente forma de complementar a ingestão de líquidos, contribuindo assim para a hidratação do organismo.

A alface é um dos hortícolas mais ricos em água, é composta por cerca de 96% de água.

Segue-se o pepino e o rabanete, compostos por cerca de 95% de água. Estes dois hortícolas podem ser consumidos crus, como um snack ou um lanche ligeiro ou podem ser utilizados para enriquecer as sandes.

 A courgette apresenta cerca de 94% de água na sua composição. Além de tornar as sopas de legumes mais cremosas, pode ainda ser consumida crua misturada numa salada fria variada ou pode ser recheada.

O aipo, o espinafre e o tomate partilham a mesma percentagem de água, cerca de 94%. O tomate pode ser utilizado para preparar uma sopa fria, ou pode ser uma base muito prática, fácil e rápida para preparar uma salada fresca.

Relativamente às frutas, a melancia é a campeã no que respeita à presença de água, com cerca de 94%.

Segue-se o melão, composto por 92% de água, o morango com cerca de 90% e o ananás com 87% de água.

A fruta, preferencialmente da época,  deve ser consumida crua. Contudo, ocasionalmente pode optar por sumos de fruta natural sem açúcar adicionado. Para preparar um sumo mais hidratante, escolha as frutas com maior teor de água e opte por acrescentar água para perfazer o copo.

Quando não tiver a possibilidade de preparar um sumo caseiro, escolha sumos 100%  fruta.

Os batidos são outra boa opção, tanto a fruta como o leite ou os iogurtes são alimentos muito ricos em água.

Dar sabor e cor à agua, pode ser um truque para facilitar a ingestão de água, como por exemplo as águas aromatizadas, com rodelas de limão e/ou pepino, folhas de hortelã ou um pau de canela. Por outro lado, a versatilidade das tisanas e dos chás permite criar bebidas refrescantes ou quentes, dependendo da altura do ano e do gosto individual.

A sopa de legumes é uma excelente fonte de água, promovendo uma correta hidratação. No verão privilegie as sopas ligeiras com legumes variados.

A gelatina pode ser uma sobremesa ou snack doce que inclui água na sua preparação e composição. Pode ainda misturar a gelatina com frutas variadas.

Saiba mais em: https://amesacomcatarinaoliveira.wordpress.com/

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Prevenir e reabilitar o doente cardíaco
Com o mote “Prevenir e Reabilitar o Doente Cardíaco”, o Grupo de Estudos do Esforço e Reabilitação Cardíaca realizará o...

A cardiologista Dr. Ana Abreu, coordenadora do Grupo de Estudos do Esforço e Reabilitação Cardíaca (GEFERC) e mentora deste evento convida a população a juntar-se aos doentes que participarão, uma vez que esta ação é altamente recomendada aos doentes cardíacos, quer se encontrem em programa de reabilitação ou não.

“Convidamos a população a juntar-se aos doentes, que fizeram ou que estão a fazer reabilitação cardíaca a participar num evento que consiste em exercício adequado a cada nível da doença.”

Esta iniciativa é apoiada pela Faculdade de Motricidade Humana e inclui diferentes modalidades, de modo a permitir um ajuste às capacidades dos diferentes participantes. Neste local decorrerá, ainda, um rastreio cardiovascular. São esperadas cerca de 300 pessoas num programa que é dividido em dois setores: Um para quem apresente maiores dificuldades em fazer esforços e outro para os que já completaram o programa de reabilitação ou já conseguem fazer esforços.

A Dra. Ana Abreu esclarece que a reabilitação cardíaca é um programa estruturado multidisciplinar que se destina a melhorar o doente cardiovascular.

“A reabilitação cardíaca abrange não só a capacidade funcional, mas também a componente educacional e controlo dos fatores de risco da doença cardiovascular. Através da reabilitação cardíaca oferece-se, assim, um suporte psicológico porque muitos doentes cardíacos sofrem de depressão e ansiedade. Além disso, com os problemas sociais existentes que, muitas vezes, condicionam os doentes a não tomarem as medidas mais corretas para a sua saúde, são programas como este que, de várias formas, vão tentando que melhorem a sua condição.”

A reabilitação cardíaca e a qualidade de vida:
Nos programas de reabilitação cardíaca, os doentes têm a possibilidade de melhorar a sua condição física, aprendendo sobre os benefícios da mobilidade e aprendendo a alimentar-se da forma correta.

Muitos doentes cardiovasculares ficam incapacitados e, por isso, dependentes e acabam por representa um encargo social e económico bastante elevado. Em termos de qualidade de vida, mortalidade e sintomas, os programas de reabilitação cardíaca estão cientificamente comprovados como sendo altamente benéficos para os doentes e as sociedades em que estão inseridas.

São inúmeros os benefícios dos programas de RC. Entre eles destacam-se a melhoria dos processos de tratamento e dos perfis de risco, intimamente ligados aos números da morbilidade e da mortalidade, que de acordo com alguns estudos podem sofrer alterações na ordem dos 20 a 25%.

Entre outros benefícios da RC contam-se a melhoria da tolerância ao esforço, redução de sintomas cardiovasculares e dos níveis lipídicos, melhor controlo de glicemia, promoção do bem-estar psicossocial, redução dos hábitos tabágicos, do stress e do número de novos enfartes, assim como da necessidade de procedimentos de revascularização. Simultaneamente, está ainda comprovado que a RC possibilita o atraso na progressão da doença aterosclerótica.

Na União Europeia
O Governo francês exigiu uma inspeção a todos os centros autorizados a realizar ensaios clínicos e apelou à União Europeia que...

A ministra da Saúde francesa anunciou que as condições de autorização de ensaios clínicos, incluindo de primeira administração em humanos, serão reforçadas.

Além disso, determinou que cada Agência Regional de Saúde (ARS) inspecione este ano, conjuntamente com a Agência Nacional de Medicamentos e Produtos de Saúde (ANSM), todos os centros atualmente autorizados a realizar ensaios clínicos na sua área.

As regras que se aplicam à avaliação pela ANSM dos ensaios de fase inicial serão mais rigorosas, acrescentou.

A governante assegurou que a França vai prosseguir com a sua ação a nível europeu para promover regulamentos em matérias de pesquisa em voluntários saudáveis, e vai propor que sejam postos em prática a nível europeu meios harmonizados de avaliação e gestão de acidentes graves como o que aconteceu em Rennes.

A 17 de janeiro, Guillaume Molinet, de 49 anos, morreu durante um ensaio clínico realizado em Rennes pela empresa especializada Biotrial, enquanto testava uma molécula que atuava sobre o sistema nervoso para o laboratório português Bial.

Outros cinco voluntários tiveram também de ser hospitalizados, alguns dos quais apresentam ainda sequelas neurológicas.

O Governo francês afirmou que o laboratório português Bial e a empresa especializada Biotrial “têm responsabilidade, de várias formas” no ensaio clínico em que morreu um voluntário e exigiu um plano de ação que impeça a repetição das “falhas graves”.

Este plano de ação segue as recomendações da Inspeção-Geral dos Assuntos Sociais (IGAS), que no seu relatório final confirma que a Biotrial cometeu “três falhas importantes” na realização do ensaio.

Entre as recomendações da IGAS, contam-se a exigência ao promotor do ensaio que forneça às autoridades informação completa sobre os estudos pré-clínicos, bem como especificar critérios de seleção dos voluntários saudáveis (limite de idade, padrões de consumo de substancias aditivas e procedimentos de manutenção).

A IGAS recomenda ainda que se desenvolvam normas para melhorar o acompanhamento dos voluntários nos ensaios de primeira administração humana, incluindo ferramentas para avaliar os efeitos dos produtos e o reforço da investigação sobre os eventos adversos.

Outra das recomendações é a criação de uma comissão de acompanhamento independente do ensaio, bem como definir as condições que permitam intervir eficazmente.

A IGAS sugere ainda que seja pedido à União Europeia um estudo comparativo entre os vários estados membros sobre as práticas em matéria de primeiros ensaios clínicos em humanos.

Universidade do Porto
Cem gramas de tripas à moda do Porto têm menos quilocalorias do que um menu de ‘fast-food’ com hambúrguer e uma dose média de...

Por cada 100 gramas de tripas à moda do Porto, confecionadas com enchidos magros, há 234 quilocalorias. Isto quer dizer que se ingerirmos cerca de 300 gramas daquelas tripas à moda do Porto, vamos acabar a refeição com uma porção de cerca de 700 quilocalorias, o que é um resultado “muito animador”, disse o diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP).

E as conclusões da análise laboratorial da FCNAUP são ainda “mais entusiasmantes”, porque as quilocalorias do prato de tripas estudado com orelheira, mão de vaca, salpicão magro, cenoura, cominhos, feijão e pimenta, com 300 gramas são ainda mais baixas, do que uma refeição de hambúrguer e uma dose de batatas fritas média, que aponta para 850 quilocalorias, adiantou o diretor da Faculdade, Pedro Moreira.

Em entrevista, a propósito da conferência “Redescobrir a Alimentação Tradicional Portuguesa”, que se vai realizar no próximo domingo, dia 29, no Porto, a propósito do Dia Nacional da Gastronomia, Pedro Moreira, explicou que as tripas à moda do Porto, com 600 anos de existência, são o “paradigma da tradição gastronómica no Porto”, tanto pelo valor nutricional, como pela sua dimensão histórica e afetiva.

“Comer não pode ser só um somatório de nutrientes. Comer tem uma dimensão nutricional, mas tem também o seu lado mais afetivo, tradicional e histórico como é o caso das tripas à moda do Porto”, defendeu aquele investigador, referindo que depois de traçado, em análise laboratorial, o “bilhete de identidade” daquele prato portuense, justifica-se que seja referido para celebrar o Dia Nacional da Gastronomia, uma data que reconhece “a importância da preservação e da valorização do património gastronómico português”.

Aproveitando o Dia Nacional da Gastronomia, a FCNAUP, para além de ir aflorar os temas “Redescobrir a Alimentação Tradicional Portuguesa” e "Da Idade do gelo à Francesinha", pretende também valorizar a “gastronomia rústica” e as tradições alimentares locais, designadamente o azeite, vinhos, frutas e produtos locais, e, por outro lado, contrariar a “superabundância de alimentos ultra processados e ricos em açúcar, sal e gordura”.

“Na gastronomia nacional existem autênticos tratados de combinações alimentares saudáveis, especialmente quando estas propostas são consideradas no conjunto da refeição, em que há que contar com a sopa e a sobremesa, para além do prato principal”, acrescentou Pedro Moreira, alertando que se deve fritar o menos possível os alimentos, porque “fritar muito poderá aumentar o risco de ganho de peso e de hipertensão” e pode também “agravar o envelhecimento”.

O Dia Nacional da Gastronomia foi instituído em 2015 pela Assembleia da República Portuguesa, e a FCNAUP assinala a data com duas conferências abertas à comunidade e disponíveis na sua página da Internet em acesso livre.

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
A diretora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Maria Amélia Ferreira, considera “fundamental” que a academia se...

Em entrevista sobre a proposta de fusão da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) com a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), a diretora de Medicina sublinhou que as duas entidades têm “muito em comum que pode alavancar um ensino de qualidade e uma formação de qualidade nas ciências da saúde”.

Questionada sobre se concebe que a integração de faculdades vá além de uma eventual fusão entre Medicina e Medicina Dentária, Maria Amélia Ferreira respondeu o seguinte: “Era fundamental a academia orientar-se nesse sentido porque nós, a nível internacional, só conseguimos ter relevância e competitividade se tivermos massa crítica suficiente dentro de uma área específica”.

“Ou vamos neste sentido todos nós, não perdendo individualidade, mas otimizando aquilo que fazemos ou então, se queremos ser todos donos da nossa quinta, nunca mais teremos competitividade sequer a nível regional [quanto] mais a nível internacional e não é isso que os universitários querem e que a Universidade do Porto vai querer”, disse a diretora da FMUP.

As faculdades de Medicina e de Medicina Dentária da Universidade do Porto apresentaram, em março, uma proposta de “integração” num consórcio designado “Faculdade de Medicina e Medicina Dentária, Health Sciences School of UP”.

“É estratégia da FMUP, agora partilhada pela FMDUP, promover a constituição de um Consórcio de Educação Interprofissional nas Ciências da Saúde, numa iniciativa conjunta das escolas que ensinam a área da saúde, designadamente as localizadas no polo da Asprela, através de iniciativas de formação conjunta nas áreas da Medicina e Medicina Dentária, pode ler-se no documento.

Maria Amélia Ferreira reconheceu não ser possível manter o calendário previsto pela proposta e que “antes de 2017 não será iniciado este processo porque não há possibilidade administrativa ou legal de fazer isso”.

“O aprofundamento desta situação é absolutamente objetivo na abertura que vai ocorrer, em setembro de 2016, do mestrado de Educação Académica e Clínica, que é a formação pedagógica dos docentes na área da saúde em que oito instituições da UP mais a Escola Superior de Enfermagem se juntaram no sentido de fazer a formação e a orientação pedagógica dos docentes que vão ensinar toda a área da saúde na UP. Tem que ser feito passo a passo”, declarou a diretora da FMUP.

Maria Amélia Ferreira realçou que a proposta de fusão das duas faculdades já tem o aval do Conselho de Representantes da FMDUP e recebeu parecer positivo na FMUP ao nível do Conselho Científico, faltando o Conselho de Representantes desta faculdade para depois se preparar o documento que será submetido ao Conselho Geral.

“Nada foi feito a ultrapassar qualquer órgão de gestão e as instituições penso que estão muito confortáveis com esta situação”, disse a diretora da FMUP.

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