Sistema Digestivo
Com a ajuda do especialista em gastrenterologia, Vítor Viriato, fique a conhecer algumas das doenças
Doenças digestitvas

Azia

Azia é uma sensação de queimadura com origem na parte de trás do peito e que, por vezes, sobe podendo irradiar até ao pescoço e garganta.

O ardor é quase sempre provocado pelo refluxo do suco gástrico para o esófago.

O esfíncter esofágico inferior, uma espécie de válvula que está entre o esófago e o estômago, só deveria abrir para a passagem dos alimentos durante as refeições, mas por funcionamento deficiente permite o fluxo do ácido do estômago em sentido inverso.

Prevenir e controlar

Evitar alimentos que favorecem a azia: bebidas alcoólicas, café, chá, chocolate, bebidas gaseificadas, refeições pesadas e ricas em gorduras (por exemplo, com muitos molhos), sumo de laranja, sumo de tomate.

Corrigir alguns hábitos: deve evitar ir para a cama antes do esvaziamento gástrico estar completo – o que demora cerca de três horas.

Deixar de fumar é fundamental — o tabaco favorece a azia. E prevenir a obesidade é também importante. Os obesos, devido ao aumento da pressão intra-abdominal, associada a hábitos alimentares prejudiciais, são um conhecido grupo de risco. E está provado que o simples facto de reduzir o peso em alguns quilos leva a um melhor controlo e/ou desaparecimento da azia.

Conhecer os factores de risco: durante a gravidez,  o aparecimento de azia é quase inevitável. Isto deve-se não só ao aumento da pressão intra-abdominal devido ao crescimento progressivo do útero, mas também a alterações hormonais (aumento de progesterona e estrogénios que baixam a pressão do esfíncter inferior do esófago). Alguns fármacos também podem ser prejudiciais: anti-inflamatórios, aspirina, alguns medicamentos para doenças do coração e hipertensão (nitratos, inibidores do Cálcio) e asma. Consulte o seu médico.

Dispepsia

Dispepsia é o termo médico que designa a dificuldade de digestão. Consiste na existência de dor ou mal estar no abdómen superior de forma crónica ou recorrente, sensação de enfartamento e saciedade precoce.

Pode acompanhar-se de distensão abdominal, náuseas, eructações (“arrotos”) e azia.  Trata-se de uma queixa muito comum que ocorre em cerca de 25% da nossa população e é  a causa de de 40% das consultas de Gastrenterologia.

Pode ser provocada por um problema orgânico, por exemplo úlcera duodenal, úlcera gástrica, refluxo gastro-esofágico, doenças biliares ou pancreáticas ou até Cancro do estomago. No entanto na maioria dos casos não existe nenhuma alteração orgânica responsável pelas queixas tratando-se então da chamada dispepsia funcional.

É  portanto de uma situação cujas causas são variadas indo desde a dispepsia funcional em que não existe nenhuma alteração estrutural por detrás das queixas até situações de maior gravidade sendo por esse motivo essencial o recurso a consulta médica de forma a haver conveniente orientação. A orientação poderá passar apenas por medidas simples como alteração de hábitos alimentares ou de vida, até terapêutica farmacológica ou então poderá ser necessária a realização de exames (endoscopia, ecografia)  e análises para estabelecer o diagnóstico. Por tudo isto é fundamental que converse com o seu médico o qual avaliará a melhor forma de proceder.

Sindrome do intestino irritável

O sindrome do intestino irritável é popularmente conhecido como “colite nervosa”, “colite espástica (seca ou húmida)”, “cólon irritável” ou “doença funcional do intestino”.

A designação de intestino irritável deve-se ao facto de, nestes doentes, o tecido muscular do intestino ser mais sensível e reagir mais intensamente a estímulos habituais, como alimentação e stresse. A disfunção muscular pode ocasionar atraso ou aceleração no movimento intestinal e, consequentemente, alteração na frequência, forma ou consistência das fezes.

Nos países desenvolvidos, estima-se que, aproximadamente, 20% da população sofre desta doença funcional que é responsável por cerca de 12% das consultas de clínica geral e 25% das consultas de gastrenterologia.

Esta doença benigna não apresenta complicações orgânicas a longo prazo, nomeadamente, risco elevado de cancro. Todavia, devido à intensidade e cronicidade dos sintomas, pode provocar desconforto com alteração da actividade diária, em alguns doentes.

Quais os sintomas mais frequentes?

  • Dor abdominal, frequentemente desencadeada pela ingestão de alimentos e aliviada pela defecação ou emissão de gases. A dor localiza-se, geralmente, na parte inferior do abdómen.
  • Alteração na frequência, forma ou consistência das fezes (obstipação e/ou diarreia).
  • Distensão e sensação de gás abdominal.
  • Sensação de evacuação incompleta.
  • Presença de mucosidade nas fezes.

Os doentes apresentam, geralmente, vários destes sintomas durante longos períodos de tempo. Podem associar-se outros sintomas do aparelho digestivo, por exemplo, digestão difícil, bem como sintomas de outros aparelhos (urinário, genital, músculo-esquelético).
A sintomatologia é habitualmente agravada pelo stresse e ansiedade.

Geralmente não se verifica presença de sangue nas fezes, emagrecimento ou febre. A ocorrência destes sintomas deve ser referida ao seu médico.

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Instituto Nacional de Estatística
A esperança de vida à nascença nas mulheres em Portugal é, em média, superior em quase seis anos à dos homens, mas a expetativa...

O valor da esperança de vida à nascença em Portugal situou-se nos 80,41 no triénio 2013-2015, com as mulheres a viverem em média cinco anos a mais do que os homens.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou a “Tábua Completa de Mortalidade para Portugal 2013-2015”, onde mostra que os homens registaram uma esperança média de vida de 77,36 anos, enquanto nas mulheres esta atingiu os 83,23.

No conjunto dos dois sexos e no período de 2013, 2014 e 2015, a esperança média de vida era de 80,41 anos.

Segundo dados divulgados na semana passada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015 Portugal registou uma esperança média de vida de 81,1 anos, em décimo terceiro lugar na tabela europeia, ao mesmo nível da Finlândia e da Bélgica e à frente de países como a Alemanha, a Dinamarca ou a Grécia.

Os dados divulgados pelo INE mostram que a esperança de vida à nascença aumentou 2,69 anos na última década, mais três anos para os homens e 2,37 anos para as mulheres.

“As mulheres continuam a viver mais anos do que os homens, contudo a expetativa de vida de homens e de mulheres tem vindo a aproximar-se, com os maiores ganhos a registarem-se na população masculina”, refere o INE.

Entre o triénio 2003-2005 e o triénio 2013-2015, a diferença na esperança de vida à nascença de homens e mulheres diminuiu de 6,51 para 5,87.

Tem aumentado na última década a esperança de vida aos 65 anos, estando atualmente estimada em 19,19 anos (de 84,19 anos), sendo de 17,32 (82,32 anos) nos homens e de 20,67 (85,67 anos) nas mulheres.

Cuidar em casa
O aumento da esperança média de vida, a par do decréscimo da população jovem, a que se tem assistido

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, a população portuguesa está a envelhecer. Os dados mostram que, por exemplo, o grupo de portugueses com mais de 65 anos constitui 16,4 por cento da população do continente, atingindo 20 por cento nos grandes centros urbanos, com um elevado índice de dependência face à população em idade produtiva.

Estima-se ainda que, em 2050, esta franja populacional atinja os 32 por cento da população total, numa relação de três idosos para cada jovem.

Este envelhecimento, associado ao aumento das doenças crónicas e incapacitantes, têm vindo a conduzir a um maior número de situações de dependência funcional da população idosa.

“Temos mais idosos e cada vez mais dependentes, o que conduz, inevitavelmente, a um aumento dos custos na saúde”, começa por explicar João Rombo, enfermeiro.

“Os internamentos são caros e, muitas vezes, a vida profissional dos familiares não lhes permite acompanhar os doentes idosos como seria desejável”, acrescenta.

“Para além de contribuir para a redução das despesas nos hospitais, o acompanhamento domiciliário traz múltiplos benefícios ao doente. Na verdade, os idosos sentem-se melhor em casa e a sua recuperação é francamente melhor”, afirma o diretor-geral da IberSaúde.

João Rombo explica que este apoio se pode traduzir num conjunto de cuidados fornecidos por profissionais de saúde em casa, de modo a dar resposta a necessidades individuais.

“Estas necessidades podem ser desde reabilitação, apoio de Enfermagem em procedimentos técnicos ou acompanhamento, apoio nos serviços domésticos e necessidades básicas, como os cuidados oferecidos pelos cuidadores informais”, refere.

De acordo com o enfermeiro, estes cuidados “têm por finalidade promover, manter ou recuperar a saúde, maximizando o nível de independência ou minimizando os efeitos da deficiência ou doença, bem como fornecer apoio social ao indivíduo e sua família”.

E foi por perceber que existiam algumas carências na assistência à população idosa, “habitualmente mais dependente”, que nasceu a IberCare.

 “Não queríamos ser mais uma empresa para idosos. Queríamos marcar pela diferença e por isso atuamos em diversas áreas”, comenta João Rombo.

Apesar de, maioritariamente, dedicar-se aos cuidados a idosos, preocupa-se ainda com a formação dos cuidadores. “O facto dos cuidadores, sejam eles familiares ou não, terem formação é extremamente importante”, afirma.

Dados da Entidade Reguladora da Saúde demonstram, aliás, que Portugal tem a maior taxa de cuidados continuados e paliativos, prestados por pessoas sem preparação ou qualificação, bem com uma das mais baixas taxas de cobertura de cuidados prestados por profissionais, em toda a Europa.

O acompanhamento domiciliário pode ser feito 24 horas por dia em casa do paciente, contando para isso com algumas parcerias.

Segundo João Rombo, é possivel recorrer a consultas de nutrição, cardiologia ou pediatria sem sair de casa.

“Para além dos cuidados a idosos, existem também os cursos pré e pós parto, por exemplo. E se um bebé estiver constipado, a precisar de tratamento com aspiração, nós vamos a casa”, explica mostrando que a rede de cuidados prestados pode, e deve, ser muito vasta.

Helena Ferreira, de 81 anos, não esquece o carinho com quem foi tratada e guarda no coração a equipa de enfermeiros que, durante meses, se deslocou a sua casa.

“Quando falo neles até fico emocionada... eram de um cuidado excepcional”, recorda. “Se tinha dores bastava ligar-lhes que eles vinham logo a casa cuidar de mim”, afirma lamentando a quantidade de idosos que são “abandonados” pelas próprias famílias. “Eu sabia que podia contar com eles...”, acrescenta.

Helena conta que teve “um problema numa perna”. “Foi uma coisa muito estranha. Eu tinha ido ao cemitério e a passar entre campas, desequilibrei-me. Para não cair fiz tanta força na perna que rebentei uma veia. Senti uma dor tão forte que pensei que ia morrer”, tenta explicar.

Helena foi acompanhada ao domicílio por uma equipa de enfermeiros que cuidou de si durante três meses.

“A dona Helena foi a uma consulta com um cirurgião plástico que reencaminhou para nós o tratamento necessário para viabilidade da cirurgia”, explica João Rombo.

“Tinha um hematoma no gémeo e uma ferida com tecido desvitalizado. Era uma ferida muito exsudativa e era necessário proceder à sua limpeza para favorecer a cicatrização”, acrescenta.

“Nós recorremos à vacuoterapia para remover o exsudado e ao fim de um mês e meio foi feito um enxerto”, explica.

Helena recorda que sentiu, de imediato, que estava em boas mãos. “Os enfermeiros são de um cuidado excepcional. Conversam e preocupam-se muito connosco e isso também faz parte do tratamento. Pelo menos, eu acho que sim...”, diz admitindo que gosta desta proximidade. “Eu acho que é importante, sobretudo, para os mais idosos que muitas vezes são abandonados...”, explica mostrando que este é um dos aspetos mais importantes dos cuidados domiciliários. 

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Instituto Gulbenkian de Ciência
Uma equipa de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência descobriu o mecanismo numa estrutura das células que está na...

A estrutura chama-se centríolo e tem de ser eliminada no óvulo (célula feminina) durante a sua formação, para, quando este for fecundado, gerar um embrião.

Quando o óvulo não perde os seus próprios centríolos, ficando, no momento da fertilização, ao mesmo tempo, com os centríolos transportados pelos espermatozoides (células masculinas), a divisão celular faz-se anormalmente, o embrião não se desenvolve, a fêmea é infértil.

A perda de centríolos na formação do óvulo deve-se à perda do revestimento destas estruturas, que as protegem, porque falta uma proteína reguladora chamada polo. Quando é reposta essa proteína, o revestimento dos centríolos não desaparece e estas estruturas não são eliminadas, escreve a TSF.

O mecanismo foi identificado na mosca da fruta, mas é visível em todos os animais, incluindo os seres humanos. As conclusões do estudo, liderado por Mónica Bettencourt-Dias, do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), são publicadas na revista Science.

Os cientistas sabiam, desde a década de 30, que os centríolos são estruturas fundamentais para a multiplicação das células e que, para darem origem a um embrião, só podem ser herdadas dos machos.

"A divisão celular tem de ter um número muito certinho de centríolos", vincou a investigadora Mónica Bettencourt-Dias, coordenadora do Laboratório de Regulação do Ciclo Celular.

Quando tal não acontece, e existem no óvulo centríolos da fêmea e do macho, e, portanto, um número incorreto de centríolos, o embrião não se desenvolve.

Em situações normais, os centríolos desaparecem na formação do óvulo porque perdem o seu revestimento, devido à falta da proteína polo.

O grupo de Mónica Bettencourt-Dias descobriu que este revestimento (formado por proteínas) protege os centríolos, impede o desaparecimento destas estruturas.

Ao repor o revestimento dos centríolos no óvulo, no momento errado, durante a sua formação, restituindo a proteína reguladora, os centríolos não desapareciam e as células não se multiplicavam.

Para a investigadora, o revestimento dos centríolos pode ser também importante para o estudo da regeneração celular e do cancro, uma vez que, "quando perdem os centríolos, as células estão bloqueadas, não podem proliferar".

Ordem dos Nutricionistas
A Ordem dos Nutricionistas desenvolveu um catálogo inédito contendo as nomenclaturas usadas na área da nutrição e dirigido aos...

O primeiro Catálogo Português de Nutrição (CPN) foi desenvolvido pela Ordem dos Nutricionistas e pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), com o apoio da Direção-Geral da Saúde (DGS), e será apresentado no Porto.

Segundo a Ordem, o catálogo contém uma tabela de nomenclaturas na área de nutrição, relacionados com diagnósticos e intervenções, estabelecendo e padronizando a terminologia clínica.

Este trabalho, inédito em Portugal, surgiu do reconhecimento da necessidade de uma terminologia padronizada na prática clínica das ciências da nutrição, para melhorar a segurança e a qualidade dos cuidados para os utentes e as condições da prática clínica entre os nutricionistas.

“A existência de padrões normalizados” na prática clínica são indispensáveis para a “otimização contínua dos cuidados de saúde”, consideram os nutricionistas.

Este instrumento de trabalho surge numa altura em que a nutrição ganha relevância no combate e na prevenção da maioria das doenças consideradas flagelos nos dias de hoje, tais como a doença cardiovascular, a doença oncológica, a obesidade e a desnutrição em grupos populacionais mais vulneráveis.

Por isso, torna-se “fulcral o desenvolvimento de medidas que aumentem a eficácia da comunicação entre profissionais e para com os próprios cidadãos”, explica a Ordem dos Nutricionistas.

“Graças à existência destes padrões para a representação da prática clínica das Ciências da Nutrição, existirá mais rigor, por exemplo, ao nível da normalização do registo clínico e da comunicação em equipas multidisciplinares”, acrescenta a Ordem.

O objetivo é que este catálogo seja adotado por todos os profissionais que exerçam a sua atividade na área clínica da nutrição e que seja também incluído nos softwares com que trabalham.

Sendo um padrão nacional, o catálogo poderá ainda facilitar a recolha de dados na área da nutrição entre populações, serviços de cuidados de saúde e regiões geográficas.

Com esses dados, será mais fácil os responsáveis políticos tomarem decisões relacionadas com a área, como a contratação de nutricionistas no âmbito dos cuidados de saúde primários, cuidados hospitalares e cuidados continuados.

Em Portugal
Portugal deve suprimir “restrições injustificadas à exportação de medicamentos” na União Europeia, segundo um parecer...

Segundo o texto, o executivo comunitário solícita a Portugal e à Eslováquia que “suprimam a imposição de requisitos de notificação injustificados e desproporcionados à exportação de medicamentos para uso humano para outros Estados-membros” porque criam “obstáculos à livre circulação de mercadorias dentro do mercado único da União Europeia (UE)”.

Bruxelas lembrou que as importações e exportações paralelas de medicamentos são legítimas, ou seja os fármacos são comprados num determinado Estado-membro e, em seguida, vendidos noutros países da UE. Mas, podem haver restrições nas exportações por proteção da saúde pública, lê-se.

“Em Portugal, os distribuidores grossistas de medicamentos para uso humano têm de notificar a sua intenção de exportar medicamentos considerados pelas autoridades 'em risco de escassez' e fornecer informações sobre as operações de exportação que tenham sido efetuadas”, considerou a Comissão Europeia.

Bruxelas insta Portugal e a Eslováquia a alterarem a sua legislação e a considerarem a aplicação de medidas menos restritivas ao comércio intra-UE, mediante dois pareceres fundamentados.

Se os países não atuarem no prazo de dois meses, a Comissão poderá instaurar uma ação no Tribunal de Justiça da UE.

Investigadores de centro basco
Investigadores do centro basco bioGUNE identificaram uma proteína das células imunes dos organismos vivos que permite regular a...

A investigação, realizada em colaboração com a Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, e que foi publicada na revista internacional Immunity, descreve o papel da proteína mitocondrial MCJ no metabolismo das células imunes CD8, encarregadas de matar vírus.

Os investigadores descrevem como a proteína mitocondrial MCJ regula o metabolismo das células CD8 durante as diferentes fases de resposta perante uma infeção: tanto a fase de ativação como a de geração de memória depois de o agente infeccioso ter desaparecido.

O trabalho demonstra que surgem mais células de memória quando não existe esta proteína.

As células de memória que sobrevivem quando o agente infeccioso desaparece são capazes de responder de forma mais rápida quando há um ressurgimento da infeção uma vez que “recordam” o vírus e têm uma disponibilidade imediata para responder à agressão.

A investigação abre ainda a porta à possibilidade de regular o desenvolvimento deste tipo de células durante o trabalho de vacinação.

Controlando a quantidade de proteína MCJ nas células poder-se-ia, por exemplo, melhorar a eficácia da memória das células e a eficiência das vacinas que ativam essas células.

A investigação foi liderada pelo departamento de Medicina do Centro de Investigação em Biociências (biuGUNE) e pela Universidade de Vermont.

Em Portugal
O cirurgião plástico Celso Cruzeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética, alertou...

Em declarações, o especialista salientou que a cirurgia estética sofreu um desenvolvimento muito grande nos últimos tempos, que levou "uma série de oportunistas e clubes de saúde e de massagens, SPA e cabeleireiros" a praticarem atos para os quais não têm competência.

"Cada vez mais assistimos a processos em tribunal e na Ordem dos Médicos por problemas causados aos doentes que se submetem a intervenções por pessoas não habilitadas", disse Celso Cruzeiro, que é também diretor do serviço de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e de Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Segundo o cirurgião, este é um tema que vai merecer especial atenção no III Congresso Ibérico de Cirurgia Plástica, que vai decorrer entre os dias 02 e 04 de junho, no Estoril, de forma a colocar na agenda "um dos problemas de saúde mais graves e menos conhecidos do nosso país".

"É um problema extremamente grave, que se tem vindo a agravar, prejudicando verdadeiramente a saúde dos doentes", disse Celso Cruzeiro, salientando que a maioria das cirurgias praticadas respeita a atos aparentemente simples, como preenchimento faciais, lipoaspirações, mamoplastias e aplicação de injetáveis como 'botox', mas que "exigem conhecimentos básicos para serem aplicados".

O diretor do serviço de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e de Queimados do CHUC sublinha ainda que as intervenções são feitas fora de blocos operatórios e sem os meios técnicos e humanos adequados, potenciando ainda mais os riscos dos pacientes.

Para Celso Cruzeiro, que se baseou num inquérito da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, é o baixo preço que condiciona as pessoas que se submetem a este tipo de cirurgias, "que só cirurgiões plásticos estão preparados para fazer".

O especialista critica a má fiscalização e a não aplicação da legislação, criticando que entre os regulamentos e a sua aplicação vai "uma distância enorme".

O cirurgião Nuno Fradinho, também da direção Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética, considera que os atos praticados por médicos sem esta especialidade têm produzido, em Portugal, "problemas alarmantes".

"Metade das complicações mais graves que chegam aos hospitais - desde deformidades permanentes até problemas como perfurações viscerais ou tromboembolismos - são praticados por médicos que não estavam habilitados à prática de cirurgia plástica", disse.

Considerando que se trata de um "problema de saúde pública", Nuno Fradinho alerta que as pessoas que recorrem àquelas cirurgias têm "muita dificuldade em se queixar e a admitir que a intervenção correu mal", o que dificulta o apuramento de responsabilidades.

De acordo com o cirurgião, médico no Centro Hospitalar de Lisboa Central, as pessoas que se submetem a cirurgias plásticas ou estéticas deviam, antecipadamente, identificar o interveniente e averiguar a sua credenciação.

"Ao quererem fazer poupanças nos materiais, as pessoas colocam, muitas vezes, a sua saúde em grave perigo pelo recurso a substâncias e a próteses de baixa qualidade, além de que do ponto de vista estético acabam por ficar muito pior do que estavam", adverte Nuno Fradinho.

Países da Organização para a Cooperação Económica e o Desenvolvimento
A crise económica global de 2008-2010 está associada a 260 mil mortes por cancro a mais nos países da Organização para a...

Na União Europeia, a crise está relacionada com 160 mil mortes a mais, sugere o mesmo estudo, que constitui a primeira análise global sobre os efeitos do desemprego e da redução da despesa pública em saúde na mortalidade por cancro.

Segundo os cientistas, o desemprego e a redução da despesa pública em saúde estão associados a um aumento do número de mortes por cancro, mas essa diferença desaparece quando existe cobertura universal de saúde.

"Nos países que não têm cobertura universal de saúde, o acesso aos cuidados e saúde são muitas vezes garantidos por um pacote do emprego. Sem emprego, os pacientes são diagnosticados mais tarde e o tratamento é mais fraco e tardio", explicou o coautor Rifat Atun, da Universidade de Harvard, citado num comunicado da revista.

Os investigadores, das universidades de Harvard, nos EUA, e Oxford, Imperial College London e King’s College London, no Reino Unido, usaram informação do Banco Mundial e da Organização Mundial de Saúde para analisar a relação entre o desemprego, a despesa pública em saúde e a mortalidade por cancro em mais de 70 países, que representam mais de dois mil milhões de pessoas.

A análise cobriu as tendências ao longo de 20 anos, entre 1990 e 2010 e abrangeu os cancros da próstata nos homens, da mama nas mulheres, e o cancro colorretal e do pulmão em ambos os géneros.

Os cancros foram classificados como tratáveis (com taxas de sobrevivência superiores a 50%) ou não tratáveis (com taxas de sobrevivência inferiores a 10%).

"Concluímos que o aumento do desemprego está associado a um aumento da mortalidade por cancro, mas que a cobertura universal de saúde protege contra estes efeitos. Isto é especialmente verdade no caso dos cancros tratáveis, incluindo o cancro da mama, da próstata e colorretal", disse o autor principal do estudo, Mahiben Maruthappu do Imperial College de Londres, citado no comunicado.

O investigador acrescentou que também os gastos públicos em saúde "estão muito associados à mortalidade por cancro, o que sugere que os cortes na saúde podem custar vidas".

"Se os sistemas de saúde sofrerem restrições de financiamento, isso deve ser combinado com melhorias ao nível da eficiência para garantir que os pacientes recebem o mesmo nível de cuidados de saúde, independentemente do ambiente económico ou do seu estatuto laboral", defendeu.

O cancro provocou 8,2 milhões de mortes em 2012, e estima-se que o número de casos suba de 14 milhões em 2012 para 22 milhões em 2030.

"O cancro é uma importante causa de morte em todo o mundo, por isso é crucial entender como as mudanças económicas afetam a sobrevivência", disse Mahiben Maruthappu.

A crise económica internacional que começou em 2008 resultou num aumento substancial nas taxas de desemprego e levou muitos países a reduzirem a despesa pública na saúde.

Muitos estudos já demonstraram o impacto destas mudanças na saúde física e mental, nomeadamente no aumento do suicídio ou das doenças cardiovasculares.

Os autores ressalvam que o estudo publicado apenas mostra uma associação entre a mortalidade, o desemprego e a despesa pública em saúde, e não permite provar uma relação de causa e efeito.

No entanto, dizem ter detetado uma correlação cronológica: as mudanças no desemprego foram seguidas de mudanças na mortalidade por cancro, o que dizem apontar para uma relação causal.

Dizem ainda que, como a informação de qualidade só está disponível até 2010, não foi possível analisar os efeitos de longo prazo das flutuações económicas na mortalidade por cancro.

Viver com Esclerose Múltipla
Luís Loureiro foi diagnosticado com Esclerose Múltipla há quase 30 anos.

Em todo o mundo existem cerca de 2,5 milhões de pessoas com Esclerose Múltipla, uma doença crónica, inflamatória e degenerativa que afeta o Sistema Nervoso Central. Apesar da sua causa ser ainda desconhecida, existem um conjunto de fatores que podem estar na sua origem.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, “é provável que as pessoas com EM, por razões hereditárias, sejam, até certo ponto, propensas a desenvolver a doença. Então, um factor ambiental desconhecido poderá activar o sistema imunológico, conduzindo a uma doença auto-imune, que ataca posteriormente a substância branca do sistema nervoso central”.

Dependendo da localização da inflamação e da desmielinização no sistema nervoso central, os sintomas podem variar entre perda de força muscular dos membros, alterações de sensibilidade, fadiga ou entorpecimento. Alterações urinárias e intestinais ou cognitivas são outros sintomas que podem também ocorrer.

Os primeiros sintomas do Luís foram “uma sensação esquisita do pescoço para baixo e um enturpecimento dos membros”. Tinha 24 anos e a vida toda pela frente. “Tentei vender a doença mas não consegui”, diz a rir.

“Este primeiro surto foi gradual”, recorda garantindo que não demorou muito tempo a procurar ajuda médica.

“Ao fim de uns dias fui à urgência do hospital mas disseram-me que o que estava a sentir se calhar se devia a cansaço”, conta.

Mas o “cansaço” não passou “e dias depois estava pior”. “Aí falei com um médico meu amigo, um neurocirurgião, e contei-lhe o que estava a sentir. Ele aconselhou-me a ir ter com o chefe de serviço do hospital onde trabalhava”, explica Luís Loureiro.

O diagnóstico chegou, de imediato, depois de realizada uma ressonância magnética, muito embora Luís admita ter sido “enganado”, a respeito da doença, por mais algum tempo.

“Talvez por a minha família estar muito próxima desta área, quiseram poupar-me à notícia. O médico não me quis contar logo o que se passava...”, revela.

“Eu tinha uma espécie de virose que era acompanhada. Foi o que me «venderam». Na realidade, andei enganado durante quase um ano”, acrescenta.

Sem apresentar melhoras, Luís decidiu pedir uma segunda opinião. “Decidi ir a Inglaterra, e foi assim que fiquei a saber que sofria de Esclerose Múltipla. Pedi os exames e o meu médico teve de me contar o que se passava, não fosse eu pensar depois que ele não sabia o que estava a fazer”, explica o engenheiro civil.

Admite ter ficado “muito aborrecido” com o médico por não lhe ter contado a verdade, mas afirma que, sendo uma pessoa optimista, não reagiu como se o mundo fosse acabar depois deste diagnóstico.

“Cada um lida com a doença à sua maneira. Sou uma pessoa positiva e foi dessa forma que encarei o que se estava a passar comigo”, afiança.

“Não é o fim do mundo! Existem limitações mas continuamos a ser animais racionais”, justifica.

De acordo com Luís Loureiro, e apesar da doença, sempre teve uma vida “quase” normal. “Tirando os surtos com internamentos de quatro ou cinco dias a levar cortisona”, manteve-se a trabalhar, casou e teve três filhos.

Apesar de conviver com a doença há quase 30 anos, explica que “os sintomas evoluiram mais nos últimos 10 anos”. Sendo que, por esta altura, a sua motricidade passou a estar afetada.

“Houve uma coincidência temporal entre a progressão da doença e um conjunto de fatores externos que marcaram a minha vida, que me leva a pensar que a doença possa ter um cariz emocional. Foi o divórcio e a insolvência da minha empresa”, tenta justificar.

Hoje em dia tem dificuldades na parte escrita, “na redação e até a pôr a assinatura no cheque” e na locomoção. “Afeta-me a perna direita também. Aliás, eu até costumo dizer que tenho muita queda para a queda e uma relação muito íntima com o chão”, diz com o sentido de humor que o caracteriza.

“O sentido de humor tem-me ajudado bastante a superar as dificuldades”, admite Luís.

Atualmente, vive com uma pensão de invalidez e de alguns biscates que faz. “Faço algumas fiscalizações de obras, pequenas coisas... Como não conseguia arranjar um emprego, a dada altura desisti. Além de que, a minha semana nunca é constante...”, refere.

Há cerca de cinco anos começou a fazer o tratamento injetável e decidiu recorrer a outras terapias para minimizar os efeitos da doença.

“Faço meditação, ozonoterapia e medicina quântica uma vez por semana”, conta.

“A doença surge por um ataque do nosso sistema imunitário e, a verdade é que,  desde que recorro a estas terapias que nunca mais fiquei constipado, por exemplo. Nunca mais tive essas pequenas doenças, portanto calculo que alguma coisa elas devam fazer”, explica.

Ao contar a sua história Luís Loureiro pretende, sobretudo, mostrar que é possivel viver com a doença com alguma qualidade de vida e que é tudo uma questão de adaptabilidade. “Honestamente, não me lamento pelas coisas que não consigo fazer. E ao longo destes anos, tenho andado a convencer quem está a minha volta de que isto não é o fim do mundo”, conclui.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde tem dois novos programas prioritários, um dedicado à atividade física e outro às hepatites virais, e...

A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou o despacho que determinou a criação de programas prioritários em 11 áreas, mantendo os nove programas já existentes e acrescentando-lhes um novo na área da “Promoção da Atividade Física” e outro na área das “Hepatites Virais”.

O novo programa dedicado à atividade física visa promover a adoção generalizada de estilos de vida ativos e pouco sedentários, estudar e monitorizar a atividade física, o sedentarismo, seus determinantes e impacto, bem como fomentar o conhecimento da população sobre os benefícios do exercício e formar profissionais para aconselharem e mudarem os comportamentos dos utentes.

Este programa será dirigido por Pedro Teixeira, professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa.

Quanto à área das hepatites virais, a DGS pretende com este programa prioritário desenvolver estratégias de prevenção e controlo destas doenças, impulsionar as boas práticas na abordagem da hepatite C, nomeadamente em doentes internados em estabelecimentos prisionais, dinamizar a monitorização destas hepatites no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e coordenar a elaboração das orientações clínicas e terapêuticas.

O Programa Nacional para as Hepatites Virais ficará a cargo de Kamal Mansinho, diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital de Egas Moniz.

Kamal Mansinho acumula esta função com a de também diretor do Programa para a área da Infeção VIH/Sida e Tuberculose, substituindo assim no cargo o anterior diretor, António Diniz.

O programa da Diabetes também muda de diretor, passando a ser dirigido por Cristina Valadas, responsável do serviço de endocrinologia do Hospital Beatriz Ângelo, que substitui no cargo José Manuel Boavida, do Observatório da Diabetes.

Mantêm-se inalterados os restantes programas prioritários: alimentação saudável, doenças cérebro-cardiovasculares, doenças oncológicas, doenças respiratórias, controlo do tabagismo, saúde mental e resistência aos antimicrobianos.

Relatório alerta
A extração de recursos naturais poderá aumentar de 85 para 186 mil milhões de toneladas até 2050, devido ao aumento e...

O documento, publicado pelo Painel Internacional sobre os Recursos (PIR), que reúne 34 cientistas internacionais e mais de 30 governos nacionais e outros grupos, alerta que se isso acontecer a capacidade da terra para fornecer os recursos necessários para a sobrevivência e desenvolvimento humanos pode estar em causa.

O consórcio, sediado no Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), apela a uma mudança para um sistema alimentar "inteligente" que transforme a forma como os alimentos são produzidos, colhidos, processados, comercializados, transportados, armazenados, vendidos e consumidos.

Em comunicado, a organização explica que os sistemas alimentares atuais, que os cientistas consideram "ineficientes e insustentáveis", são responsáveis por 60% da perda de biodiversidade terrestre e por 24% das emissões de gases com efeito de estufa.

São também responsáveis pela sobre pesca de 29% das populações de peixes comercializáveis e pela sobre-exploração de 20% dos aquíferos do mundo.

Apesar de a produção alimentar ter aumentado em todo o mundo, mais de 800 milhões de pessoas continuam com fome, mais de dois mil milhões têm deficiências de micronutrientes e mais de dois mil milhões têm excesso de peso.

Para combater estes problemas, o PIR defende a adoção de um sistema alimentar inteligente, que assente em três princípios: baixo impacto ambiental, uso sustentável de recursos renováveis e uso eficiente de todos os recursos.

"Temos o conhecimento e os instrumentos à nossa disposição para alimentar todas as pessoas no mundo, enquanto minimizamos os danos no ambiente. Um sistema alimentar melhor e mais sustentável permite-nos produzir e consumir alimentos sem os efeitos negativos nos nossos recursos naturais", disse Achim Steiner, diretor executivo do PNUA.

Steiner sublinha que o ambiente não é o único beneficiário deste sistema, já que um consumo e produção alimentar mais sustentáveis serão benéficos para a saúde humana e para o objetivo de acabar com a fome no mundo.

O PIR apresenta por isso 12 recomendações para os governos, empresas sociedade civil e cidadãos, entre as quais: reduzir o desperdício alimentar; evitar produtos que consomem muitos recursos, como a carne, as calorias vazias e os produtos processados; ligar os centros rurais e urbanos, especialmente nos países em desenvolvimento; informar os consumidores urbanos sobre a forma como os alimentos são produzidos, como lhes chegam aos pratos e quais os efeitos do seu consumo na saúde e no ambiente.

Meia estação provoca insónias
Com a chegada dos dias mais quentes, e a aproximação do verão, aumentam também os episódios de insónia junto dos portugueses. O...

De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, a Primavera, especialmente no período de transição da estação que atravessamos, é, por excelência, a altura de maior desequilíbrio do fígado, órgão responsável pelas alterações de humor do Homem. Para Hélder Flor, especialista na área, "É muito frequente as pessoas andarem mais irritadas nesta altura do ano graças a esta energia mais 'descontrolada' que o fígado recebe, sendo depois muito difícil dormirem bem, quer devido a insónias, quer a interrupções várias do sono ao longo da noite".

O distúrbio energético, próprio da altura do ano, é caraterizado por um aumento de Yang essencialmente no fígado, mas também no coração, manifestando-se através de sintomas como taquicardia, palpitações, tensão alta, tonturas e enxaquecas. As consequências, quando não existem por si só, são ainda frequentes na associação às "noites mal dormidas" e estudos recentes revelam terem ligação direta com o aumento do risco de insuficiência cardíaca, devido ao aumento de stress provocado.

Hélder Flor aconselha, contudo, a procura de tratamentos adequados para colmatar o problema, recorrendo a atividades como yoga ou pilates, que poderão complementar sessões de acupuntura – muito eficaz nestes casos. "Infelizmente, ainda se recorre bastante a ansiolíticos que, mesmo em quantidades reduzidas, trazem consequências graves, e muitas vezes irreversíveis, para o organismo. É muito mais importante – e fundamental- procurar reequilibrar o corpo e moderar hábitos simples de alimentação, como o consumo de comidas muito condimentadas ou picantes e a sua substituição por vegetais amargos".

Para que cada pessoa possa seguir os conselhos do especialista de Medicina Tradicional Chinesa, Hélder Flor deixa mais algumas recomendações:

- A infusão de hortelã-pimenta é bastante recomendada nesta altura, pois ajuda a refrescar o fígado;

- Os vegetais de folha verde escura também são a melhor opção de consumo, sobretudo quando são feitos num wok, pois ajudam a desintoxicar o fígado e o organismo em geral;

- Além dos produtos acima referidos, devemos procurar ainda consumir alimentos amargos para aumentar a produção de bílis e ajudar o fígado a funcionar de forma mais eficiente, como as endívias, os grelos, o dente-de-leão, a rúcula, as nabiças, a alface e a abóbora.

Especialistas afirmam
Médicos especialistas na área da Oncologia apontaram o elevado preço dos medicamentos e a demora na sua comparticipação como...

Na V Reunião Anual da Revista Portuguesa de Farmacoterapia "Controvérsias com medicamentos", que decorre em Oeiras, alguns especialistas na área da Oncologia debateram o "Acesso e financiamento da Inovação em Oncologia: para dados diferentes, critérios de avaliação iguais? Que alternativas?".

António Melo Gouveia, do IPO Lisboa e membro da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica, dedicou a sua intervenção a falar sobre o preço dos novos medicamentos oncológicos e aponta a necessidade de ultrapassar barreiras para mudar a situação.

"O preço dos medicamentos oncológicos é crescente de forma não sustentável e pode por em causa os cuidados essenciais e até a própria eficácia dos medicamentos", afirmou.

O especialista sublinhou que "quem se preocupa de facto com os doentes oncológicos tem obrigação de pugnar pela racionalidade do uso de recursos", acreditando que a gestão dos medicamentos há-se ser resolvida "quando a nível internacional houver revisão dos preços".

Para António Melo Gouveia é necessário "remover barreiras artificiais e demoras por indecisão, pensar em categorias, separar novidades de inovação e, depois, se a ‘porta grande' funcionar, fechar as ‘portas dos cavalos': dispensas em ambulatório não reguladas, autorizações excecionais de rotina".

O responsável defende que "as autoridades têm de procurar o melhor preço possível, que não vai ser milagroso, e articular com a União Europeia".

António Melo Gouveia frisou ainda que genéricos e biossimilares são "meios para libertar verba para a verdadeira inovação".

Decisões rápidas e objetivas, negociação de preços assertiva, eficaz e flexível, implementação rápida de genéricos e biosssimilares e gestão participada dos medicamentos nos hospitais, são as soluções apontadas pelo especialista.

Também a presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Gabriela de Sousa, apontou o tempo de demora na comparticipação dos medicamentos como um "problema insustentável".

"Portugal é o segundo país da Europa que mais tempo demora na comparticipação dos medicamentos, um tempo médio de 533 dias, quase dois anos, o que é insustentável. Esta situação gera iniquidade no acesso e essa é a preocupação dos profissionais. Temos rapidamente de reverter isto", defendeu.

A responsável adiantou ainda que, num inquérito realizado pela Sociedade Portuguesa de Oncologia, apurou-se que 90% dos profissionais discorda de que em Portugal é dado aos doentes com cancro o melhor tratamento médico oncológico, seja qual for o hospital.

"Temos que investir na saúde através daquilo que consideramos ser o valor, sabendo separar a inovação da novidade", concluiu.

A V Reunião Anual da Revista Portuguesa de Farmacoterapia decorre ao longo do dia, no Lagoas Park, em Oeiras, estando em debate temas que têm sido objeto de controvérsia na área do medicamento, como a segurança dos doentes, a diversificação das formas de acesso e os modelos de aquisição centralizada.

No Chile
Um pequeno aparelho desenvolvido no Chile, parecido com os utilizados para medir o nível de coagulação do sangue, poderá salvar...

O engenheiro chileno Alejandro Tocigl está a desenvolver um instrumento capaz de detetar casos de cancro através de uma amostra de sangue.

Tocigl estuda sobretudo o cancro do estômago, um dos que mais mortes causa no Chile. "Cada tipo de cancro tem uma impressão digital única de microRNA", que são biomarcadores encontrados no sangue, afirma. "O dispositivo deteta estas moléculas alteradas e, através de um software, associa o resultado a uma determinada doença", diz Tocigl.

O engenheiro de 31 anos foi incluído este ano na lista de 35 personalidade inovadoras com menos de 35 anos elaborada pela publicação MIT Technology Review em espanhol, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, escreve o Sapo.

O engenheiro lembra o caso da atriz Angelina Jolie, que tem a mutação de um gene que favorece o aparecimento do cancro, tendo-se submetido a uma dupla mastectomia e também à extração dos ovários e trompas para diminuir o risco de doença.

Espera-se que o aparelho esteja disponível em 2018 e seja mais barato, simples e acessível do que os instrumentos já disponíveis no mercado.

O sistema conta com uma placa onde a amostra de microRNA do paciente reage com compostos químicos criados pela equipa que está a trabalhar no aparelho.

O projeto conta com a participação de engenheiros, bioquímicos e biólogos moleculares, e é desenvolvido no Instituto Nacional do México, no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, na Universidade Católica do Chile e em dois hospitais da Letónia e Lituânia. Numa próxima fase será estendido à Guatemala e à Colômbia, entre outros países, escreve a agência de notícias France Presse.

Agência Europeia do Ambiente
As zonas balneares europeias com qualidade excelente atingem 83,8% do total das 21.500 controladas, estando Portugal pouco...

O relatório da entidade europeia (EEA na sigla em inglês), baseia-se em amostras recolhidas em 21.582 zonas balneares, da costa e do interior, em 2015, por cada um dos Estados membros da União Europeia (UE), Suíça e Albânia, mas pretende ser indicativo para a situação deste ano.

Os banhistas europeus e os visitantes destas zonas de lazer podem encontrar mais de 90% de águas com excelente qualidade em oito países - Luxemburgo (na totalidade), Chipre, Malta, Grécia, Croácia, Itália, Alemanha e Áustria.

Ao contrário, escreve o Sapo, foram encontradas 385 zonas balneares com má qualidade, embora o seu peso no total tenha caído para 1,6%, quando em 2014 era de 1,9%, um conjunto liderado pela Itália e França, com 95 casos (1,7% e 2,8% do total, respetivamente) e Espanha, com 58 situações (2,6%).

A qualidade melhorou de má para, pelo menos, suficiente em 125 casos - França (32 locais), Itália (24) e Espanha (20), enquanto movimento contrário, de deterioração, sucedeu em 76 situações - França, Espanha, Itália e Holanda.

Itália é o país com o maior número de zonas balneares, atingindo 5.518, e o Luxemburgo com menos, ficando nas 11.

Em Portugal foram controladas 569 zonas balneares, mais que 11 que no ano anterior, e 481 delas apresentavam uma qualidade "excelente", a que se juntam 55 com "boa" e 12 com "suficiente", totalizando 96,3% com nota positiva.

Com "má qualidade" são indicados três locais portugueses (0,5% do total), metade daqueles registados no relatório de 2015, dois deles na Madeira (praia do Gorgulho e Poças do Gomes, no Funchal) e uma no centro do país (Jardim de Oudinot, em Ílhavo).

Para estas praias, a diretiva europeia diz que devem ser avançadas medidas como a proibição de banhos, identificação das causas para a poluição e ações para prevenir, reduzir ou eliminar as causas da contaminação.

O documento da EEA acrescenta ainda que para 18 zonas não foi possível ter a classificação das suas águas.

Em 2015, mais de dois terços das zonas balneares europeias monitorizadas eram praias costeiras, sendo as restantes 31% rios ou lagos.

Em Portugal, as praias de mar são 460, e destas 90% são excelentes e três más, e as zonas internas são 109, das quais 63,3% tiveram a nota máxima.

A EEA recorda que 2015 foi o primeiro ano em que todos os países da UE monitorizaram as zonas balneares, seguindo a diretiva para esta área, com a classificação a depender dos níveis de concentração de enterococos intestinais e a Escherichia coli (E.coli), bactérias que podem indicar a existência de poluição e causar problemas de saúde.

Para o comissário europeu para o Ambiente, Karmenu Vella, a situação atual deve-se a "40 anos de investimentos em infraestruturas para tratar a água e as águas residuais, é um sinal de que a legislação europeia está a resultar e um testemunho de que uma economia altamente desenvolvida pode ter igualmente altos níveis ambientais".

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde afirmou que uma redução de 15 a 20 por cento da despesa com os convencionados, orçada em mil milhões de...

Adalberto Campos Fernandes, que está a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Saúde, sobre a política do setor, não se mostrou contra o recurso ao setor convencionado, que “é bom e gera emprego”, mas criticou a relação de dependência deste em relação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Sem especificar se vai avançar com cortes neste setor, o ministro disse ver com bons olhos uma redução de 15 a 20 por cento anuais desta despesa (o que representaria uma poupança de 150 milhões de euros a 200 milhões de euros por ano), a qual “não comprometia em nada o crescimento do setor”.

Ainda sobre o recurso aos privados, Adalberto Campos Fernandes criticou a dependência destes em relação ao Estado e apontou o exemplo de Coimbra, onde existe um centro hospitalar universitário, que é a unidade do SNS que emite mais cheques de cirurgia (para operações no privado, por alegada falta de resposta no público).

“Isto é mau uso do dinheiro público e uma afronta aos contribuintes”, declarou.

Sobre a reposição das 35 horas, sobre a qual foi questionado por vários deputados, o ministro garantiu que esta entrará em vigor a 01 de julho e que em relação a esta matéria “não há nenhum drama nem novidade”.

“O que disse está dito. O que está dependente da iniciativa legislativa é um detalhe de afinamento da forma como a medida vai ser implementada”, disse Adalberto Campos Fernandes durante uma audição que decorre na Comissão Parlamentar da Saúde sobre a política geral do ministério e outros assuntos de atualidade.

Segundo o ministro, estes ajustamentos estão a ser feitos com a ajuda dos sindicatos.

Adalberto Campos Fernandes disse ainda que, nesta matéria, falar de 35 ou 40 horas na saúde não é a mesma coisa do que falar de um outro trabalho administrativo.

“No caso dos enfermeiros, é da mais elementar justiça” a reposição das 35 horas, disse.

Biénio 2016-2018
Luís Campos, diretor do serviço de Medicina Interna do Hospital de S. Francisco Xavier - Centro Hospitalar Lisboa Ocidental,...

A nova direção é, de resto, composta pelos internistas António Oliveira e Silva, Lelita Santos e Rui Victorino (vice-presidentes), João Sá (presidente da Assembleia Geral), Armando Carvalho e Fernando Salvador (vogais da Assembleia Geral), João Araújo Correia (secretário-geral), Vasco Barreto, Luis Costa Matos e Ana Sofia Duque (secretários adjuntos), Jorge Crespo (tesoureiro), Olga Gonçalves (presidente do Conselho Fiscal), Vitor Branco e Nuno Bernardino Vieira (vogais do Conselho Fiscal).

O novo presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), Luís Campos, explica que “a nova direção quer afirmar a Medicina Interna em Portugal como uma especialidade nuclear para dar resposta aos doentes do futuro, rasgando novos horizontes para os internistas, particularmente os mais jovens. Isto vai depender, obviamente, da nossa capacidade, da nossa qualidade e da nossa ação, mas é esta a nossa visão para o mandato desta direção”. Manifesta também “total abertura para colaborar com os decisores de saúde para encontrar novas soluções que melhorem a qualidade e a eficiência dos cuidados hospitalares e para uma melhor articulação com os cuidados primários numa resposta integrada aos doentes crónicos”.

Entre as prioridades eleitas pela nova direção da SPMI para o seu mandato destacam-se:

·         Conhecer a realidade da Medicina Interna em Portugal;

·         Melhorar a atividade editorial e a divulgação das atividades da Medicina Interna;

·         Promover a visibilidade da Medicina Interna;

·         Aumentar a capacidade formativa no âmbito da SPMI;

·         Promover a afirmação científica da Medicina Interna e as atividades de investigação;

·         Contribuir para a manutenção da Medicina Interna como disciplina nuclear do ensino pré-graduado e dos serviços de Medicina como locais preferenciais de formação;

·         Fomentar a cooperação com as sociedades congéneres e organizações internacionais;

·         Contribuir para que a especialidade de Medicina Interna se torne mais atrativa para os internos.

As marcas distintivas da Medicina Interna são a competência na avaliação, no diagnóstico e no tratamento de doentes adultos, das doenças agudas e das doenças crónicas, dos diagnósticos difíceis e das doenças sistémicas, garantido a continuidade do processo assistencial. Os valores que regem a especialidade são o profissionalismo, o rigor intelectual, a formação contínua, a gestão da informação, a capacidade de adaptação a novas realidades e a resposta a novos desafios, a capacidade de liderança, a procura da qualidade e da melhoria contínua e, principalmente, o compromisso com o doente e com o bem público.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde anunciou que vão ser banidas das instituições do Serviço Nacional de Saúde as máquinas de dispensa de...

Adalberto Campos Fernandes falava na Comissão Parlamentar da Saúde, onde está a decorrer uma audição sobre política geral do ministério e outros assuntos de atualidade.

De acordo com o ministro, a publicação desta orientação “está por dias” e visa dar o exemplo de “boas práticas alimentares”, pelo menos nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Dia Mundial da Tiroide
Cerca de 200 milhões de pessoas, em todo o mundo, apresentam alguma forma de doença da tiroide.

“O melhor cancro que se pode ter”.  Esta é uma citação que é comum ouvir aos cirurgiões que tratam cancros e que, em suma, quer dizer que a termos um cancro que seja um bem diferenciado da tiroide.

A GLÂNDULA TIROIDE

A tiroide é uma glândula endócrina em forma de borboleta localizada na parte anterior e inferior do pescoço, sobre a traqueia. Tem dois lobos e o istmo que os une.

A sua função é, a partir do iodo que é absorvido no tubo digestivo, formar hormonas tiroideias, tiroxina (T4) e Triiodotironina (T3), que são depois libertadas na corrente sanguínea para todos os órgãos e tecidos do corpo. Esta função está dependente de  um mecanismo de autoregulação, que envolve a produção de TRH (Thyrotropin Releasing Factor) no hipotálamo, e de TSH (Thyrotropin Stimulating Hormone) na hipófise, que se localizam no cérebro.

As principais doenças da tiroide relacionam-se com a alteração da sua função, decorrente da alteração da sua produção hormonal, ou com a alteração da sua forma ou estrutura, decorrente do seu aumento de dimensão e/ou formação de nódulos.

As alterações funcionais denominam-se hipertiroidismo e hipotiroidismo, conforme há aumento ou diminuição da produção das hormonas circulantes (T3 e T4). Estas doenças são pouco frequentes e são habitualmente tratadas por Endocrinologia. Em alguns casos, o tratamento pode ser cirúrgico.

O aumento da dimensão da tiróide denomina-se bócio e é a alteração mais frequente da tiroide. Há vários tipos de bócio. O tratamento a realizar vai depender do tipo de bócio. O tratamento é frequentemente cirúrgico. Há, no entanto, muitos casos em que não é necessário qualquer tratamento, apenas vigilância clinica.

Os nódulos da tiroide são muito frequentes. A maioria (80%) são benignos e não têm qualquer importância clinica, ou seja, não originam qualquer tipo de sintomas e não precisam de qualquer tipo de tratamento.

Os nódulos da tiroide podem ser malignos (cancro da tiróide), e neste caso o seu tratamento é obrigatório.

Por este facto, vamos debruçar-nos mais sobre esta doença.

CANCRO DA TIROIDE

É raro e muito tratável.

Na maior parte dos casos é curado com cirurgia ou cirurgia seguida de iodo radioactivo.

Mesmo nos casos mais avançados é possível fazer-se um tratamento eficaz e bem tolerado.

Em geral o prognóstico do cancro da tiroide é excelente. Nos cancros pequenos, em doentes com menos de 45 anos e com  histologia de carcinoma papilar a cura aos 10 anos é cerca de 100% . Geralmente não dão sintomas.

As análises não ajudam no diagnóstico de cancro da tiróide.

O melhor método de despistar a existência de cancro da tiroide é ficarmos seguros que não existe nenhum nódulo na glândula, pelo exame físico realizado por um médico.

Muitos são detectados por acaso, por Ecografia ou TAC realizados por outros motivos. Não há, no entanto, indicação para fazer “ecografia de rastreio”.

Ocasionalmente é o próprio doente que  detecta um nódulo no pescoço.

O cancro da tiroide é mais comum nas pessoas que receberam radiação em altas doses na região da cabeça ou pescoço para tratamento de outras doenças, pessoas expostas a radiação nos desastres nucleares como Chernobyl e Fukushima, pessoas que têm história familiar de cancro da tiróide e que têm mais de 40 anos.

O diagnóstico definitivo é feito apenas após a cirurgia, pelo exame histológico da peça operatória. No entanto, a Ecografia e principalmente a Citologia Aspirativa realizadas antes da cirurgia para estudar o nódulo, dão-nos informações muito importantes, fundamentais para tomar a decisão de operar.

Existem 4 tipos de cancro da tiroide:

Carcinoma papilar. É o mais comum – 70 a 80%. Tem crescimento lento e pode disseminar para os gânglios linfáticos do pescoço. É o que tem melhor prognóstico.

Carcinoma folicular – 10 a 15% e geralmente aparece em doentes mais velhos que o carcinoma papilar. Pode disseminar para os gânglios linfáticos mas também pelos vasos sanguíneos para os pulmões e ossos

Carcinoma medular: 5 a 10% dos cancros da tiroide. Tem incidência familiar e pode estar associado a outos problemas endócrinos.

Carcinoma anaplástico: Felizmente raro, menos de 2%. O tipo mais agressivo e com poucas respostas ao tratamento.

O tratamento do cancro da tiroide  é cirúrgico: Tiroidectomia total com ou sem exérese dos gânglios linfáticos adjacentes. Em casos seleccionados a exérese de um só lobo da tiroide é suficiente.

Geralmente só a cirurgia é suficiente para curar o cancro.

Em casos seleccionados deve associar-se terapêutica com iodo radioactivo para destruição de tecido tiroideu restante após a cirurgia.

As principais complicações da cirurgia da tiroide relacionam-se com a  lesão de estruturas próximas da glândula, como as glândulas paratiróides, os nervos laríngeos recorrentes e laringeos superiores. A lesão destes nervos pode condicionar uma alteração da voz e a lesão das glândulas paratiróides pode condicionar uma falta de cálcio no sangue.

Após tratamento os doentes devem ser avaliados regularmente pelo Cirurgião e ou Endocrinologista.

Os doentes sujeitos a tiroidectomia total necessitam de fazer terapêutica com Levotiroxina  (Letter; Thyrax; Eutirox;) para toda a vida em doses que irão sendo ajustados face ao valor do TSH. Poderão também ter que tomar comprimidos de cálcio, se houver lesão das paratiróides.

O seguimento dos doentes é feito realizando exame físico regular, análises, com doseamento de T4, TSH, Tireoglobulina e anticorpos anti-tireoglobulina, e ecografia cervical. A frequência destes exames é definida pelo seu médico.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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