Apresentado esta semana
Documento surge para aumentar a eficácia da comunicação entre profissionais e cidadãos, bem como ao nível da normalização do...

A Ordem dos Nutricionistas e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), através do Centro de Terminologias Clínicas em Portugal (CTC.PT), com o apoio da Direção-Geral da Saúde (DGS), desenvolveram o primeiro Catálogo Português de Nutrição (CPN), que contém uma tabela de nomenclaturas na área de Nutrição, relativamente a diagnósticos e intervenções, estabelecendo e padronizando a terminologia clínica. O Catálogo será apresentado no próximo dia 27 de maio, no Palacete dos Viscondes de Balsemão (Praça de Carlos Alberto, 71, 4050-157 Porto), pelas 16h30.

Este trabalho, inédito em Portugal, surgiu do reconhecimento de que a adoção de uma terminologia estandardizada é indispensável na otimização contínua dos cuidados de saúde, sendo, por isso, essencial a existência de padrões normalizados para a representação da prática clínica das Ciências da Nutrição.

De facto, a nutrição tem vindo a assumir um papel preponderante no combate e prevenção de grande parte das doenças que se tornam flagelos nos dias de hoje, como a doença cardiovascular, doença oncológica, obesidade e a desnutrição em grupos populacionais mais vulneráveis, pelo que se torna fulcral o desenvolvimento de medidas que aumentem a eficácia da comunicação entre profissionais e para com os próprios cidadãos.

A adoção de uma nomenclatura clínica padronizada é, portanto, indispensável à otimização contínua dos cuidados prestados nesta área de cuidados de saúde. Desta forma, graças à existência destes padrões para a representação da prática clínica das Ciências da Nutrição, existirá mais rigor, por exemplo, ao nível da normalização do registo clínico e da comunicação em equipas multidisciplinares.

Pretende-se que este catálogo seja um instrumento adotado por todos os profissionais que exerçam a sua atividade profissional na área clínica das Ciências da Nutrição, bem como por parte dos softwares de apoio à prática clínica de nutrição, como é o caso do módulo de nutrição para o Sistema de Registos Clínicos - SClínico, criado pelos SPMS em conjunto com a Ordem dos Nutricionistas.

Sendo um padrão nacional, o CPN poderá ainda facilitar a recolha de dados na área da nutrição entre populações, serviços de cuidados de saúde e regiões geográficas, auxiliando os responsáveis pelas decisões politicas nos processos afetos a esta área, nomeadamente a necessidade de recrutamento de nutricionistas no âmbito dos cuidados de saúde primários, cuidados hospitalares e cuidados continuados.

Os dados originados pela utilização do CPN podem sustentar a tomada de decisão, melhorando assim a segurança e a qualidade dos cuidados para os utentes e as famílias, contribuindo adicionalmente para a melhoria das condições da prática clinica entre os nutricionistas.

Instituto Nacional de Estatística
Mais de metade das 105.219 mortes ocorridas em Portugal, em 2014, deveram-se a doenças do aparelho circulatório (30,7%) e a...

Segundo a publicação do Instituto Nacional de Estatística (INE) “Causas de morte 2014”, registaram-se menos 106.885 mortes (1.6%) do que em 2013, a grande maioria (95,4%), por doença.

As causas externas de lesão e envenenamento estiveram na origem de 4,6% das mortes, destacando-se os acidentes e sequelas (2,2%), e o suicídio (1,2%), que aumentaram 16,1% face a 2013, totalizando 1.223 óbitos.

Os dados indicam que as mortes devido a doenças circulatórias, que continuam a ser a primeira causa de morte no país, aumentaram 2,4% face a 2013, assim com os óbitos por tumores malignos (1,2%).

As doenças do aparelho circulatório mataram mais mulheres (54,9%) do que homens e atingiram os homens cerca de seis anos mais cedo, que morreram com uma idade média de 77,7 anos.

Estas doenças registaram um aumento na mortalidade prematura (idades inferiores a 70 anos) face a 2013, de 12,3% para 13,9%, tendo-se perdido 564,8 anos potenciais de vida, por cada 100 mil habitantes, adianta o INE.

No conjunto destas patologias, as doenças cerebrovasculares (AVC) provocaram 11,2% do total de mortes (11.808 óbitos), próximo do ano anterior (11,5%), a doença isquémica do coração, 7.456 óbitos (7,1%), e o enfarte agudo do miocárdio, 4.619 (4,4%).

Os tumores malignos, responsáveis por 26.220 óbitos, vitimaram mais homens (59,7%) do que mulheres (40,3%), tendo a idade média ao óbito se situado nos 72,7 anos, para os homens, e nos 73,7 anos, para as mulheres.

A mortalidade prematura situou-se em 37,5%, mais elevada para os homens (39,8%) do que para as mulheres (34,3%), adianta o INE, sublinhando que o número de anos potenciais de vida perdidos no país, em 2014, foi de 112.817 anos (113.408, em 2013).

Os dados do INE observam um aumento de 4,3%, nas mortes devido a cancro da próstata.

De entre os tumores malignos, evidenciaram-se as mortes causadas por cancro da traqueia, dos brônquios e pulmão, representando 3,7% dos óbitos em Portugal (3.937 óbitos), menos 1,8% do que em 2013 (4 010 óbitos).

No caso das mulheres, o cancro da mama vitimou 1.664 pessoas, mais 1,1% face ao ano anterior. Nos homens, o cancro da próstata fez 1.791 vítimas, mais 4,3% face a 2013.

Os dados apontam para uma redução de 3,7% nas mortes causadas por doenças do aparelho respiratório, que vitimaram 12.164 pessoas, em 2014.

Estas doenças atingiram mais homens (51,9%) do que mulheres (48,1%), sendo a idade média ao óbito mais elevada para as mulheres (84,4 anos), do que para os homens (80,9 anos).

A pneumonia, com 5.629 óbitos (5,4%), e a doença pulmonar obstrutiva crónica, com 2.567 óbitos (2,4%), foram as principais causas de morte neste conjunto de doenças.

Em 2014, também se observou uma descida de 6% das mortes causadas por diabetes mellitus, que totalizaram 4.275.

As perturbações mentais e do comportamento foram responsáveis por 2.639 óbitos, 93,7% dos quais devido a demência. A idade média ao óbito situou-se nos 84,2 anos.

Bial diz
A farmacêutica Bial lamentou que o relatório final da Inspeção-Geral dos Assuntos Sociais, de França, sobre o incidente...

“Lamentavelmente, este é mais um relatório que não permite determinar qualquer conclusão quanto à causa concreta do acidente, nem da morte de um dos voluntários que participou no ensaio clínico”, de fase I com a molécula BIA 10-2474, a decorrer na Biotrial, afirma a Bial.

O Governo francês afirmou que o laboratório português Bial e a empresa especializada Biotrial têm responsabilidade, "de várias formas”, no ensaio clínico em que morreu um voluntário e exigiu um plano de ação que impeça a repetição dos erros.

“Os inspetores [da Inspeção-Geral dos Assuntos Sociais, IGAS, organismo francês] acreditam que a responsabilidade do laboratório Bial e da Biotrial está envolvida a vários títulos”, disse hoje a governante francesa, Marisol Touraine, numa conferência de imprensa.

Na sua declaração, a ministra da Saúde afirmou que “quatro meses após o acidente dramático em Rennes, o relatório da IGAS permite estabelecer as responsabilidades e identificar as falhas que conduziram a este acontecimento”.

Em comunicado, a Bial salienta que não teve ainda acesso à totalidade dos dados médicos dos voluntários, nomeadamente “aos dados da autópsia do voluntário que infelizmente faleceu, elementos essenciais para a prossecução de uma investigação completa em torno do sucedido”.

Estranha também que o relatório do IGAS agora divulgado não seja esclarecedor relativamente aos procedimentos levados a cabo no Centro Hospitalar de Rennes, parte fundamental na gestão do acidente verificado.

“O relatório não questiona a aprovação do Protocolo de execução do ensaio pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento e dos Produtos de Saúde (ANSM), afirmando que o protocolo cumpre a legislação e as recomendações existentes, nomeadamente sobre a evolução prevista das doses”, refere.

É neste sentido que a Bial reafirma que foram “adequadamente tomadas as decisões relativas à escalada de doses". "Face à conclusão do relatório sobre a escalada de doses, nomeadamente a passagem da dose de 20mg para 50 mg, salientamos que o perfil de segurança e tolerabilidade do BIA-10 foi considerado favorável até aos 20mg”.

“Não houve qualquer sinal de alerta nos parâmetros de segurança dos dados recolhidos nos grupos das fases precedentes de ensaio que pudessem fazer antecipar o sucedido. A análise integrada de doses únicas (até 100 mg) e múltiplas da exposição ao fármaco não revelou um comportamento inesperado do mesmo”, salienta.

Assim sendo, face aos dados recolhidos nas fases anteriores do ensaio, “não havia qualquer motivo para alterar a escalada de doses prevista e aprovada pelas autoridades no Protocolo do ensaio”, considera a Bial.

Relativamente à notificação junto das autoridades, a Bial salienta que foi informada pela Biotrial da ocorrência de um efeito adverso grave manifestado num voluntário, no dia 11 de janeiro.

“De imediato a Bial tomou a decisão de suspender a medicação a todos os participantes no ensaio. Os aspetos de natureza formal referidos no relatório em nada explicam o sucedido ou poderiam ter tido qualquer influência na situação verificada”, acrescenta.

A 17 de janeiro, Guillaume Molinet, de 49 anos, morreu durante um ensaio clínico realizado em Rennes pela empresa especializada Biotrial, enquanto testava uma molécula que atuava sobre o sistema nervoso para o laboratório português Bial.

Outros cinco voluntários tiveram também de ser hospitalizados, e alguns deles apresentam ainda sequelas neurológicas decorrentes dos testes com aquela substância que tinham sido validados pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM).

Este é o mais grave acidente alguma vez ocorrido na Europa no âmbito de um ensaio clínico.

PJ do Porto
Casal está indiciado por tráfico de pessoas. Pais do bebé estavam em dificuldades económicas e o registo do nascimento da...

A Polícia Judiciária do Porto deteve na noite da passada quinta-feira um casal de Valongo suspeito de ter comprado um recém-nascido, em Novembro de 2015, numa unidade de saúde em Santa Maria da Feira. Pelo bebé, terão pago cerca de 2500 euros aos respetivos pais, dois romenos que estariam em dificuldades financeiras, confirmou o jornal Público. Em causa estarão dois estrangeiros mendigos que estariam numa situação de pobreza extrema.

Os investigadores ainda estão a tentar perceber em que circunstâncias os pais biológicos da criança e o casal que a comprou se encontraram e combinaram o negócio, mas certo é que, no dia em que o bebé nasceu, o casal que o pretendia comprar deslocou-se ao hospital, em Santa Maria da Feira. O homem fez-se passar pelo pai biológico, tendo a mãe biológica do bebé confirmado que teriam tido um relacionamento extraconjugal do qual resultou este recém-nascido; a companheira deste mencionou ser apenas sua familiar.

Ainda na unidade de saúde, foi feito o registo do nascimento do bebé: a mãe biológica indicou que o pai era o homem que tinha pago os 2500 euros. O seu nome foi registado como sendo o do verdadeiro progenitor, pelo que em causa estará também um eventual crime de falsificação de documentos, além do de tráfico de pessoas.

Os compradores, dois vendedores ambulantes de 23 e 30 anos, conhecidos por ostentarem alguma riqueza, pretendiam assumir a paternidade do recém-nascido “à margem do sistema legal de adoção”, sublinha a PJ num comunicado divulgado nesta sexta-feira. Há algum tempo que o casal pretendia ter um filho, mas a mulher padecerá de um problema de saúde que a impede de engravidar. A compra de um bebé pareceu-lhes a forma mais expedita para resolver a questão.

Denúncia anónima
Um dia após o nascimento do bebé no hospital, os dois romenos desapareceram, só tendo a investigação começado após a Polícia Judiciária ter recebido uma denúncia anónima que dava conta de que a criança teria sido vendida pelos pais. Na quinta-feira, os inspetores da PJ detiveram o casal e recolheram o recém-nascido, tendo depois comunicado o caso à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Porto. O recém-nascido está agora a cargo de uma instituição.

Os dois suspeitos foram interrogados esta sexta-feira no Tribunal de Instrução Criminal do Porto e ficaram sujeitos a apresentações periódicas na esquadra de polícia do local de residência enquanto as autoridades desenvolvem a investigação. Arriscam uma pena entre três a dez anos de prisão. O crime de tráfico de pessoas é mais frequentemente referenciado em casos relacionados com mendicidade, escravidão e extração de órgãos, mas o Código Penal também o prevê para quem "proceder ao alojamento ou acolhimento de menor […], o oferecer ou aceitar, para fins de exploração”, incluindo, entre outros destinos, a “adoção”.

Procriação medicamente assistida
Situação vai mudar com a legalização do acesso a técnicas de procriação medicamente assistida a mulheres sem parceiro masculino...

Porque em Portugal é proibido haver filhos de pai incógnito, Cristina Nunes já sabia que, depois de Ana nascer, ia ser chamada ao tribunal. De acordo com a legislação anterior, o Ministério Público abre automaticamente um processo de averiguação da paternidade às mulheres que registem os seus filhos sem nome do pai. Ao Tribunal de Menores de Cascais, Cristina disse que não sabe quem é o pai da sua filha nem pode saber, uma vez que a sua gravidez tinha resultado da dádiva de esperma de um dador anónimo e que a lei espanhola não permite a sua identificação. “O processo foi arquivado”. Tinha Ana três meses. No primeiro cartão do cidadão da filha, segundo o jornal Público, estava o seu nome e um “X”, agora com a sua renovação surge apenas o nome da mãe, explica esta programadora informática de 38 anos.

Com a legalização do acesso a técnicas de procriação medicamente assistida a mulheres sem parceiro masculino, este procedimento legal vai deixar de existir, refere o projeto de lei aprovado pelo Parlamento, na sua versão mais recente: “Se apenas teve lugar o consentimento da pessoa submetida a técnica de PMA, lavra-se apenas o registo de nascimento com a sua parentalidade estabelecida, sem necessidade de ulterior processo oficioso de averiguação”, lê-se.

O presidente do Centro de Direito Biomédico da Universidade de Coimbra, André Dias Pereira, diz que esta legislação vem criar uma exceção àquela que é, desde há cerca de 40 anos, uma regra introduzida no Código Civil: a ideia de que não podem existir “filhos de pai incógnito”. “Em nome do interesse da mulher, fica em causa o interesse da criança em ter um pai, ou pelo menos em saber quem ele é.”

O jurista e professor de Direito da Família diz que a regra de que não existem “filhos de pai incógnito” foi “um sucesso”, já que o número de pessoas com menos de 40 anos que não sabem quem foi o pai diminuiu muito face ao período anterior a esta regra. “A lei diz que é importante [saber quem é o pai], aqui diz-se que não é importante, só se a mãe quiser. Estamos a dizer que, só nestes casos, isso já não interessa”, lembrando que tem havido muitas lutas no Tribunal Constitucional quanto ao direito de a pessoa, mesmo com 60-80 anos, “conhecer o pai”.

A lei portuguesa prevê que se possa tentar saber quem é o pai na justiça até aos 28 anos, ou, no caso de haver factos novos, três anos depois de estes terem surgido, explica. “Vai ser um problema com estas crianças”, diz. E aqui coloca-se a questão do anonimato do dador, que a nova legislação não altera. Não é possível conhecer a sua identidade.

Cristina Nunes conhece o caso holandês. Sabe que na Holanda houve uma evolução, primeiro começou como Portugal, o dador de esperma é sempre anónimo, depois “começou a haver uma procura de saber, por parte de pessoas que nasceram nestas circunstâncias”, e o regime foi alterado, e agora estes filhos podem saber quem foi o dador.

“Eu pessoalmente prefiro o anonimato, mas não é uma coisa que me envolva a mim diretamente. Não sei o que seria melhor. Espero que não haja nessa necessidade de saber”, diz Cristina Nunes, que é lésbica e teve a filha não tendo parceira.

Já Teresa Ramalho, que foi a Espanha engravidar há quatro anos e teve gémeos, anda a treinar os filhos, na rua, a estarem atentos a novas formas de família não tradicionais, mas admite que eles possam vir a ficar curiosos. “Tenho noção que para eles vai ser estranho e vão querer preencher o vazio”. Preferia que eles não quisessem saber nada, mas essa é uma opção deles e Teresa Ramalho admite que seria interessante que a lei portuguesa lhes permitisse satisfazer essa curiosidade aos 18 anos.

A lei nacional refere que a dádiva de terceiros (quer de esperma, de ovócitos ou de embriões) é anónima, prevê apenas duas exceções. Se houver suspeita de duas pessoas poderem ser irmãos, e isso ser motivo de impedimento para um casamento, é possível colocar essa pergunta ao Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA). A outra exceção prevista é para pedir dados genéticos do dador, por exemplo, sobre questões de saúde que possam ser importantes. Esta questão nunca foi colocada.

Apenas duas pessoas no país, o presidente e o vice-presidente do CNPMA, têm acesso a essa informação. E é preciso que os dois insiram, ao mesmo tempo, duas palavras-chave numa plataforma, o Registo de dadores, beneficiários e crianças nascidas com recurso a dádiva de terceiros, que apenas existe desde Janeiro de 2013.

Mas, caso a pessoa queira mesmo saber o nome do seu dador, terá em princípio de avançar com um processo para tribunal alegando “razões ponderosas” e de ver confirmado o seu pedido por uma sentença judicial. O CNPMA não tem conhecimento de nenhum caso desta natureza.

Secretária de Estado defende
A secretária de Estado da Inclusão disse que é preciso evoluir no sentido dos estudantes com deficiência poderem escolher o...

A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, falava em Aveiro na abertura do seminário dedicado ao tema “Inclusão – Boas Práticas no Ensino Superior”.

“Temos ainda grandes desafios. É fundamental que os alunos com necessidades educativas especiais tenham a possibilidade de escolher o seu percurso académico em função das suas próprias motivações, sem estarem condicionados pelas condições que encontram em cada universidade”, disse Ana Sofia Antunes.

A secretária de Estado salientou que “o sucesso está muitas vezes conexo com o sítio onde decide estudar”, mas lembrou que “há um caminho importante já feito” porque “há 20 anos, apenas havia a opção por um número restrito de cursos e hoje há cada vez mais alunos com percursos diversificados”.

“Temos ainda realidades muito diversas e o nível de acompanhamento depende da sensibilidade e mobilização das universidades e institutos para as questões da deficiência”,referiu.

Ana Sofia Antunes defendeu que o acompanhamento tem de ser feito, desde logo, no ensino secundário, “porque se mal orientado nas opções isso vai condicionar o seu percurso” e admitiu que ao nível dos pré-requisitos de acesso ao ensino superior também há trabalho a ser feito no sentido de estes não condicionarem as escolhas dos alunos com necessidades educativas especiais, escreve o Sapo.

A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, disse que a inclusão “é um projeto de cidadania que deve ser claramente assumido pelo ensino superior”.

“O direito ao conhecimento é para todos e o direito à opção do que se quer aprender é inalianável. Não podemos abdicar disso e temos de trabalhar para que as universidades possam acolher todos sem distinção”, disse.

Maria Fernanda Rollo partilhou da preocupação de que o acompanhamento vocacional dos estudantes com necessidades educativas especiais deve feito no ensino secundário, observando que “cerca de 10 mil alunos nessas condições estão a acabar secundário, verificando-se ainda que apenas um em cada três frequenta o ensino superior na idade em que devia”.

A secretária de Estado deixou ainda um repto para que o ensino superior olhe para o desafio da inclusão não apenas no acolhimento, mas também na produção de investigação nesses domínios”.

O reitor da Universidade de Aveiro, Manuel Assunção, realçou “o papel múltiplo que cabe às universidades, não apenas na criação de condições para os estudantes com necessidades especiais, mas também na formação dos colegas “como processo de crescimento da cidadania”.

Manuel Assunção sumariou várias medidas que a Universidade de Aveiro tem vindo a adotar no sentido da inclusão e anunciou que vai passar a ter um piso tátil na sua zona mais nobre, para facilitar a orientação, com o apoio de uma empresa privada.

Ensaio Bial
A ministra da Saúde francesa diz que a Bial e a Biotral não tomaram as precauções necessárias no caso dos ensaios clínicos que...

Em conferência de imprensa, Marisol Touraine disse que a farmacêutica portuguesa Bial e a empresa de gestão de ensaios clínicos francesa Biotrial, são parcialmente responsáveis no caso que levou à morte de um homem para participava num teste de um medicamento para doenças neurológicas.

Quatro meses depois do acidente, a ministra considera que a empresa portuguesa não tomou as cautelas devidas quanto a este ensaio, escreve a TSF.

Marisol Touraine anunciou ainda um reforço das regras sobre os ensaios clínicos em França, para proteger os voluntários que participam nos testes.

Num relatório conhecido em fevereiro, a ministra já tinha apontado falhas graves, mas mão tornou públicos os detalhes. Apenas disse que a Biotrial devia ter suspendido o ensaio logo que o primeiro doente foi hospitalizado.

O ensaio realizado pela empresa francesa Biotrial obrigou ao internamento de seis pessoas. Uma delas, um homem de 49 anos, que acabou por falecer.

Estudo
Os resultados são ainda preliminares, mas já se mostraram inesperados. Quase 100% dos idosos estudados até agora consumiam sal...

Podíamos ter uma imagem romântica de que os idosos têm mais tempo para apanhar sol e que portanto não teriam falta de vitamina D. Mas não é bem assim. Cerca de 90% dos idosos (com mais de 65 anos) têm carência nesta vitamina, segundo os resultados preliminares do projeto Nutrition UP 65. Os resultados foram apresentados por Teresa Amaral, coordenadora do projeto, no Congresso de Nutrição e Alimentação, que decorreu no Porto.

Os idosos parecem apanhar pouco sol e não ter uma alimentação que lhes permita compensar a escassez da vitamina D. Muitos ficarão em casa, com um vida sedentária e com uma dieta que não cumpre os padrões de uma alimentação saudável, o que também justifica os mais de 80% de idosos obesos ou com excesso de peso nos resultados apurados até ao momento, escreve o Observador.

Os resultados são ainda preliminares, como frisou a docente da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Têm menos de mil indivíduos dos 1.500 previstos no projeto (uma amostra que pretende ser representativa da população portuguesa). Ainda assim, os resultados, aos quais faltam sobretudo os dados da população da Madeira, foram inesperados, conforme disse a nutricionista no congresso.

A carência da vitamina D pode ser resolvida com a exposição solar moderada, fora dos períodos em que a radiação ultravioleta é mais prejudicial, ou com suplementos alimentares, como o óleo de fígado de bacalhau. Mas esta não é a única preocupação demonstrada pela investigadora. Outro dos fatores é que 99,1% da população estudada tem um consumo de sódio (presente no sal de cozinha) desadequado. A isso juntam-se os resultados inesperados de desidratação de quase um terço dos idosos (31,9%).

A falta de profissionais especializados na nutrição geriátrica foi uma das motivações do projeto Nutrition UP 65 – Estratégias Nutricionais para uma Demografia Envelhecida. Os objetivos principais do projeto são identificar as desigualdades nutricionais na população idosa portuguesa (acima dos 65 anos) e formar os profissionais de saúde para lidarem com estas situações.

O projeto teve início em abril de 2015 e terá uma duração de dois anos. Foi financiado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega através dos EEA Grants, no âmbito do programa Iniciativas em Saúde Pública. O financiamento total do projeto é de 519 mil euros.

Infarmed
O acesso à inovação, através de acordos justos e sustentáveis com a indústria farmacêutica, foi um dos temas abordados num...

O ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes e o presidente do conselho diretivo do Infarmed, I.P., Henrique Luz Rodrigues, representaram Portugal neste encontro organizado pelo Governo holandês e realizado a convite da ministra da Saúde Edith Shippers.

A mesa-redonda foi um ponto de partida para a discussão de problemas e interesses comuns aos diversos países, sendo para isso essencial a articulação entre os representantes da indústria farmacêutica e os responsáveis máximos do setor da saúde.

Entre os desafios e prioridades discutidas estiveram a cooperação voluntária dos Estados membros em diversas matérias. Alguns exemplos foram a partilha de informação sobre os sistemas nacionais, os preços e as ruturas de medicamentos, a realização de compras centralizadas e a definição de estratégias na área do medicamento a médio e longo prazo.

O objetivo máximo é reduzir as iniquidades a nível europeu, garantir o acesso a tratamentos, mas também garantir a sustentabilidade dos serviços de saúde.

Universidade de Coimbra
A canábis poderá melhorar o consumo de energia pelo cérebro, deficitário na doença de Alzheimer, de acordo com uma investigação...

“Alguns efeitos da canábis poderão melhorar o consumo de energia pelo cérebro, que se encontra deficitário na doença de Alzheimer”, revela um estudo liderado pelos centros de Neurociências e Biologia Celular da (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) e para a Investigação Biomédica em Doenças Neurodegenerativas de Espanha (Instituto Cajal), anunciou hoje a UC.

“O desafio futuro desta descoberta em ratinhos”, já publicada na revista Neuropharmacology, reside na separação das consequências negativas e positivas da planta, sublinha a UC, numa nota hoje divulgada.

O principal ingrediente psicoativo da marijuana – tetrahidrocanabinol (THC) –, atua sobre dois recetores – CB1 e CB2 –, localizados no cérebro, que se distinguem como os “polícias maus e os polícias bons”.

“Os recetores CB1 estão associados à morte neuronal, distúrbios mentais e vício em diferentes drogas ou álcool”, enquanto os CB2, pelo contrário, “anulam muitas das ações negativas dos CB1, protegendo os neurónios, promovendo o consumo de glucose (energia) pelo cérebro e diminuindo a dependência de drogas”, refere a UC.

Através de diversas técnicas laboratoriais, os investigadores concluíram que “os recetores CB2, quando estimulados por análogos do THC quimicamente modificados para interagirem apenas com os recetores CB2 sem ativar o CB1, evitando os efeitos psicotrópicos e mantendo os efeitos benéficos, promovem o aumento de captação de glucose no cérebro”, explica Attila Köfalvi, primeiro autor do artigo.

Experiências adicionais com outras técnicas mostraram que este efeito do CB2 não se limita aos neurónios, mas estende-se a outras células do cérebro que ajudam ao funcionamento dos neurónios, os astrócitos.

“No futuro, esta descoberta poderá abrir caminho para uma terapia paliativa na doença de Alzheimer”, admite Attila Köfalvi, citado pela UC.

Na investigação colaboraram os institutos espanhóis Pluridisciplinar da Universidade Complutense de Madrid e de Tecnologia de Madrid e argentino de Investigações Bioquímicas de Bahía Blanca da Universidade Nacional del Sur.

A investigação foi financiada pelo Prémio Belard Santa Casa da Misericórdia, por um programa norte-americano para o desenvolvimento de tecnologias emergentes e por fundos da União Europeia, designadamente através do Programa Operacional Fatores de Competitividade (Compete), via Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Em Portugal
Um terço dos inquiridos para um estudo sobre os conhecimentos das doenças da tiroide desconhece os sintomas desta patologia,...

Na véspera da Semana Internacional da Tiroide, que decorre entre segunda-feira e domingo, a Associação das Doenças da Tiroide (ADTI) divulgou um estudo sobre a perceção e conhecimentos dos portugueses face às doenças da tiroide, com base em 700 entrevistas.

Os resultados do estudo indicam que 89,2% dos portugueses já ouviu falar de doenças da tiroide, embora 37,9% não saiba identificar nenhuma.

“Os resultados demonstram um grande desconhecimento da população sobre o funcionamento da tiroide, com 54,2% a não quererem ou não saberem responder para que serve esta glândula”, afirmou a presidente da ADTI, Celeste Campinho, como comentário às conclusões do estudo.

A investigação apurou ainda que o hipertiroidismo (34,9%) e o hipotiroidismo (31,1%) são as doenças mais conhecidas, seguidas do cancro da tiroide (19%) e dos nódulos da tiroide (11%).

Quase metade dos inquiridos (42,2%) demonstrou saber que a oscilação de peso pode ser um sintoma de distúrbios na tiroide (42,4%)

“Existe um grande caminho a percorrer no sentido de fornecer aos portugueses o conhecimento necessário sobre as doenças da tiroide, para um tratamento adequado e manutenção da qualidade de vida. E aqui a ADTI pretende ter um papel fundamental na sociedade”, disse.

Este estudo foi desenvolvido pela ADTI, com o apoio do Grupo de Estudo da Tiroide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM).

Para Maria João Oliveira, membro do Grupo de Estudo da Tiroide da SPEDM, “um dos principais problemas é o desconhecimento dos sintomas, que muitas vezes se confundem com os de outras condições, o que leva a diagnósticos mais tardios”.

“As doenças da tiroide, nomeadamente o hipotiroidismo, têm um grande impacto na qualidade de vida dos doentes mas, ao mesmo tempo, um fácil tratamento”, daí a importância de “um rápido diagnóstico para tratamento adequado”.

Banco Mundial
Um fundo de emergência destinado aos países pobres vai estar operacional até ao final do ano para acelerar o desbloqueio da...

“Não há nenhum sistema internacional capaz de responder rapidamente a uma pandemia”, garantiu o presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, em Sendai, no Japão, onde decorre uma reunião dos ministros das Finanças do G7.

Segundo Jim Yong Kim, a epidemia do vírus Ébola, que assolou três países africanos em 2014, foi um “duro despertar” para o lento desbloqueio da ajuda internacional.

“Levou meses até conseguir canalizar recursos substanciais e apoio aos países, enquanto o número de vítimas continuou a aumentar”, garantiu Kim, antigo médico especialista de doenças infeciosas.

A epidemia do Ébola causou mais de 11.000 mortos.

Para colmatar estas lacunas, o Banco Mundial vai criar um fundo que permite, através de apólices de seguros, desbloquear um total de 500 milhões de dólares face a epidemias como o Ébola ou a SARS (Síndrome Respiratória Agudo Severa).

Estes recursos serão abertos aos 77 países mais pobres do mundo, identificados pelo Banco Mundial.

750 mil euros
A agência espacial europeia ESA vai financiar, com 750 mil euros, 50 projetos que apliquem a tecnologia espacial de observação...

O concurso, lançado no âmbito do programa Earth Observation Entrepreneurship Initiative, decorre até 19 de junho.

Segundo uma nota à comunicação social do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, que coordena em Portugal um centro da ESA de incubação de empresas, as equipas selecionadas deverão desenvolver, durante três meses, uma proposta técnica e um plano de negócios.

Além do financiamento, 15 mil euros por projeto, os candidatos selecionados irão "aceder a dados, ferramentas e conhecimentos específicos para refinar o seu conceito e protótipo, tanto do ponto de vista técnico como do modelo de negócio".

Excesso de peso e Obesidade
Se pensa que a obesidade é apenas um problema estético, está enganado.

Em Portugal, a prevalência do excesso de peso e da obesidade têm vindo a aumentar. De acordo com o Inquérito Nacional de Saúde, mais de metade dos portugueses têm excesso de peso, o que representa um aumento de 2% nos últimos 8 anos. No total, existem 4,5 milhões de portugueses com excesso de peso e, destes, 1,5 milhões sofrem de obesidade.

Apesar dos números assustadores, não desanime! A obesidade é a segunda causa de morte evitável através de uma adequada prevenção.

O excesso de gordura corporal resulta de um desequilíbrio entre as quantidades de calorias ingeridas e despendidas. No entanto, ser obeso não implica, necessariamente, que o indivíduo se alimente excessivamente.

A obesidade depende de inúmeros fatores genéticos, como a predisposição genética, o sexo e a idade, ambientais ou comportamentais, como o sedentarismo, e metabólicos ou hormonais

Desde condições debilitantes e progressivas a doenças crónicas com elevado risco de mortalidade, a obesidade está associada a inúmeros problemas de saúde. Quando o índice de massa corporal é superior a 30 kg/m2, o risco aumenta.

Os problemas de saúde mais comuns e preocupantes ocorrem a diferentes níveis:

  • Aparelho cardiovascular – hipertensão arterial, aterosclerose e problemas cardíacos;
  • Complicações metabólicas – dislipidemias e diabetes mellitus dos tipos 1 e 2;
  • Aparelho respiratório – dispneia, apneia do sono e embolismo pulmonar;
  • Aparelho digestivo – esteatose hepática, litíase vesicular e cancro do cólon;
  • Aparelho urinário e reprodutor – infertilidade, amenorreia, incontinência urinária, cancro da mama e cancro da próstata;
  • Alterações psicossociais: isolamento social, depressão e ansiedade.

A prevenção da obesidade assenta, essencialmente, em três pilares: a alimentação equilibrada, a atividade física regular e o estilo de vida saudável.

Por sua vez, o tratamento da obesidade consiste na combinação de uma dieta equilibrada e de uma alteração do estilo de vida, particularmente ao nível da atividade física. Quando estas alterações não são suficientes, é necessário recorrer a fármacos ou a cirurgia bariátrica.

O grau de obesidade pode ser avaliado através do índice de massa corporal. 

Para avaliar o risco de complicações associado à obesidade, é importante considerar o perímetro abdominal. O tecido adiposo localizado na região abdominal é, predominantemente, gordura visceral, o que pode causar resistência à insulina e, consequentemente, aumentar o risco de desenvolver diabetes mellitus, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.

Se for homem e o seu perímetro abdominal for superior a 94 cm ou se for mulher e o seu perímetro abdominal for superior a 80 cm, tome uma atitude!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 25 de maio
Rastreios gratuitos para os adultos e jogos para as crianças são algumas das atividades que vão fazer parte do OPEN DAY “Sabe...

Face ao grande desconhecimento da população sobre o que é a tiroide e quais as suas funções, a ADTI – Associação das Doenças da Tiroide promove o OPEN DAY “Sabe mais sobre a Tiroide”, no próximo dia 25 de maio, Dia Mundial da Tiroide, entre as 9 e as 13 horas.

No ano em que a Thyroid Federation International escolheu como tema “As Doenças da Tiroide nas Crianças”, os mais novos vão estar em destaque neste dia e têm à sua disposição inúmeras atividades que lhes permitem aprender alguns dos sintomas das duas principais doenças da tiroide, nomeadamente o hipertiroidismo e o hipotiroidismo.

No trampolim, na corrida de lutadores de sumo ou nos espelhos é possível experienciar as variações de peso que caracterizam as duas patologias, nomeadamente o aumento de peso no caso do Hipotiroidismo e a perda de peso quando se trata de Hipertiroidismo. Para sensibilizar as crianças para a forma da tiroide, que se assemelha a uma borboleta, haverá uma exposição com desenhos criados por crianças do 1º e 2º ciclos e face painting. O programa inclui ainda uma largada de balões, uma aula de zumba e rastreios gratuitos para os adultos.

Ainda neste dia será anunciado o vencedor do concurso de desenho lançado pela ADTI através do seu site (www.adti.pt) e Facebook.

Para Celeste Campinho, Presidente da ADTI, “Esta é uma iniciativa muito importante para a Associação já que, além de assinalar o Dia Mundial da Tiroide, pretende aumentar o grau de sensibilização e conhecimento da população em geral para as patologias associadas, um dos maiores objetivos e também desafios que a ADTI atravessa.“ 

31 de maio – Dia Mundial Sem Tabaco
A RESPIRA assinala o Dia Mundial Sem Tabaco através de uma campanha de sensibilização: “Depois de um cigarro nada fica igual....

Através de uma parceria, fumadores e ex-fumadores, poderão, entre os dias 23 e 31 de maio, realizar uma avaliação à sua saúde respiratória.

“A DPOC é uma doença que se manifesta, entre outros sintomas, pela falta de ar, é causada pela destruição irreversível do tecido pulmonar. O tabaco é um dos principais fatores de risco, sendo responsável por cerca de 90% dos casos de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, em Portugal. O seu diagnóstico, realizado através de uma espirometria, pode prevenir estadios avançados da doença e permitir uma melhor qualidade de vida”, explica José Albino, Presidente da RESPIRA.

“Fumar é a primeira causa evitável de doença e morte prematura nos países desenvolvidos. Não adquirir o hábito de fumar e ou deixar de o fazer é benéfico para a pessoa e representa ganhos em saúde. É por isso importante desenvolvermos campanhas de sensibilização, principalmente dirigidas aos mais jovens, pois a grande maioria dos fumadores portugueses iniciam o consumo entre os 12 e os 20 anos”, conclui o Presidente da RESPIRA.

Estudos recentes apontam que 800 mil portugueses sofrem de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e que em 2030 esta patologia representará a 3ª causa de morte a nível mundial.

21 de Maio - Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade
Portugal está longe de ser um dos melhores posicionados no ranking europeu de países com menos prevalência de excesso de peso....

A obesidade é, efetivamente, um dos maiores desafios do século no âmbito da saúde pública, com um peso que vai muito para além da balança. E a verdade é que as implicações desta doença estendem-se a problemas de outros foros, com grandes repercussões no âmbito dos encargos económicos individuais e para o próprio Serviço Nacional da Saúde, e com consequências que se alastram a outras patologias.

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e a obesidade encontra-se intrinsecamente associada a esta patologia. Saliente-se que um em cada três portugueses sofre de hipertensão arterial, 47% dos utentes dos cuidados de saúde primários possui colesterol elevado e aproximadamente 13% destes utentes apresenta os triglicerídeos elevados. Outro exemplo claro das consequências de um estilo de vida pouco saudável, com práticas alimentares não recomendadas, é o facto de mais de 1 milhão de portugueses, entre os 20 e os 79 anos, sofrerem de diabetes.

Para a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, “o facto de mais de metade dos portugueses se encontrar numa situação de insegurança alimentar, devido a problemas de acesso a uma alimentação adequada ou a literacia alimentar insuficiente, acrescendo o número insuficiente de nutricionistas nas estruturas públicas de saúde podem estar entre os fatores que mais contribuem para este cenário”.

O aumento do número de nutricionistas nos cuidados de saúde primários poderá ser o início do caminho para uma reversão eficiente deste cenário mas, considera a Bastonária, “importa colocar verdadeiramente a Nutrição na agenda política, pois muitas e variadas ações têm que ser encetadas, nomeadamente a implementação de um sistema integrado de vigilância alimentar e nutricional ”.

A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas afirma que “a obesidade é um peso muito além do peso e tem faltado atuação governamental para a resolução deste problema. Promover mais políticas saudáveis transversais aos diversos ministérios deve ser prioritário, para que consigamos criar alicerces que promovam a prevenção”.

Aprovado em Conselho de Ministros
O Governo criou um regime especial e transitório para a contratação de médicos especialistas, com o objetivo de dar resposta...

O Conselho de Ministros estabeleceu este regime para admissão de médicos assistentes, da carreira especial médica e da carreira médica das entidades públicas empresariais integradas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), para colmatar a ausência de um número suficiente de profissionais para dar resposta às necessidades da população.

Segundo o comunicado da Presidência do Conselho de Ministros, os concursos de recrutamento para os postos de trabalho de pessoal médico não se adequam à contratação destes “profissionais altamente diferenciados, com a celeridade que as necessidades das populações exigem”.

Por isso, o Governo considera importante estabelecer um regime que permita a suficiente agilidade na admissão de médicos especialistas, que já tenham o internato médico, mas que não tenham vínculo às instituições de saúde públicas.

“A aprovação deste regime pretende dar resposta à escassez de médicos em Portugal e garantir o acesso a cuidados de saúde de qualidade a todos utentes do SNS”, afirma o Conselho de Ministros, acrescentando que esta medida “vai no sentido da defesa do SNS, estabelecida como prioridade do XXI Governo Constitucional”.

Em Coimbra
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra está a sensibilizar os homens, através de profissionais de saúde, para a importância...

“Todos ganham com o comprometimento masculino nos cuidados às crianças”, asseguram os responsáveis pela coordenação do projeto, que está ser desenvolvido, “para já”, em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), através das maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos e o Hospital Pediátrico, e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Mondego.

O envolvimento na educação dos filhos também torna, de acordo com estudos internacionais, os pais “mais felizes e saudáveis”, afirma a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).

Até ao momento, as ações para “capacitar, no contexto clínico, a tornar mais efetivo o comprometimento masculino” nos cuidados aos filhos, já implicaram meia centena de profissionais de saúde, maioritariamente enfermeiros.

O projeto resulta da adaptação para Portugal do ‘Programa P’ (de pai), da responsabilidade do Instituto Promundo, organização não-governamental sediada no Brasil, que “certificará as instituições de saúde aderentes como unidades promotoras da paternidade e do cuidado”.

Embora a aumentar, o envolvimento dos pais nos cuidados dos filhos “ainda é baixo, não se equipara ao das mulheres e é pouco incentivado nos serviços de saúde”, sublinham Maria Neto e Cristina Veríssimo, docentes da ESEnfC, que coordenam, com o Promundo, o trabalho em Portugal.

“Já eram conhecidas as vantagens da participação dos pais nos cuidados aos filhos, quer para as mães, quer para as crianças”, mas a investigação internacional mais recente revela que “os homens que se envolvem no cuidado aos filhos também cuidam mais da respetiva saúde, têm menos comportamentos de risco, são mais produtivos, menos agressivos e têm melhor saúde física e mental”, salientam as docentes da ESEnfC.

Especialistas em enfermagem de saúde materna e obstétrica e em enfermagem comunitária Maria Neto e Cristina Veríssimo defendem que “deve haver um espaço já pensado e concebido para a presença do pai quando ele vai às consultas de vigilância pré-natal”.

O pai deve ser “acolhido e envolvido em todo o processo de cuidados", deve ser "informado das vantagens da sua participação nos cuidados ao filho, bem como da legislação que o protege”, afirmam as docentes, citadas pela ESEnfC.

A presença do pai nas consultas deve ser aproveitada também para, designadamente, “incrementar uma vigilância ativa” da sua saúde, referem as responsáveis, alertando que essas presença e participação devem “continuar no trabalho de parto, no pós-parto e na vigilância de saúde da criança”.

O ‘Programa P’ prevê dois outros momentos, além da sensibilização dos profissionais de saúde, dirigidos a pais e mães (“grupos reflexivos em torno de questões como gravidez e parto, cuidados ao bebé e convivência sem violência”) e à comunidade, visando “o desenvolvimento de alianças, campanhas e planos de ação”.

As professoras da ESEnfC projetam, entretanto, alargar o programa a todo o território nacional, envolvendo não só organizações de saúde, mas também o poder político.

Linha Saúde 24
O serviço telefónico de auxílio à cessação tabágica só deverá arrancar em 2017, via Linha Saúde 24, estando os utentes...

Mais de um ano após a primeira data anunciada pelo Governo para o arranque da linha de cessação tabágica, e após sucessivos adiamentos, este serviço de apoio, via Linha Saúde 24, que deveria fazer um acompanhamento telefónico das pessoas ao longo no tempo, só deverá arrancar em 2017.

Em declarações, o coordenador da Linha, Sérgio Gomes, explicou que o que existe atualmente é o atendimento via Linha Saúde 24 (808 24 24 24) e depois um reencaminhamento para os serviços de saúde primários.

“Está tudo a trabalhar como previsto, ou seja, a Linha Saúde 24 está a receber chamadas (…) para outras situações, mas também para a cessação tabágica e, tal como a lei prevê, a chamada é transferida para um grupo de enfermeiros que faz uma pré-triagem, pré-avaliação, sendo depois dada orientação sobre programas disponíveis nos serviços de saúde, neste caso nos cuidados primários”, explicou.

Sérgio Gomes salientou que “havia uma expectativa anterior que tinha a ver com o atendimento e acompanhamento telefónico, que ainda não vai ser implementado”.

“O que estamos a fazer é aplicar a lei 109, na transposição da diretiva. Os utentes podem ligar o número da Saúde 24, que consta nos maços de tabaco, para saber quais os programas de cessação tabágica que existem nos centros de saúde”, sublinhou.

O coordenador da linha explicou que o serviço de apoio de acompanhamento telefónico que deverá arrancar em 2017 “vai existir sempre “dentro do centro de atendimento do Serviço Nacional de Saúde” (SNS).

A partir de hoje começam a ser vendidos maços de tabaco com imagens chocantes e frases de alerta.

As novas regras para a venda de tabaco constam de legislação publicada em agosto passado em Diário da República e que entrou em vigor no início de janeiro, determinando que as embalagens de produtos de tabaco para fumar (como cigarros, tabaco de enrolar e tabaco para cachimbo de água) devem apresentar “advertências de saúde combinadas”, que incluem texto e fotografias a cores.

A linha de cessação tabágica foi anunciada pela primeira vez no fim de agosto de 2014, com data prevista de arranque para final do mês seguinte (setembro).

No final de novembro, o então secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, anunciou para o início de 2015 o arranque da linha de cessação tabágica, bem como a revisão da lei do tabaco.

Em abril desse ano, a linha ainda não estava a funcionar e o Ministério da Saúde anunciou novamente o seu arranque para o dia 31 de maio, Dia mundial sem tabaco.

No entanto, no final desse mês foi tornado público pela tutela que a linha de cessação tabágica ficaria afinal a aguardar a lei do tabaco, para fazer coincidir o seu lançamento com a publicação da legislação.

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