Sociedade Portuguesa de Cardiologia convida doentes cardíacos para uma manhã de exercícios
A cardiologista Dr. Ana Abreu, coordenadora do Grupo de Estudos do Esforço e Reabilitação Cardíaca (GEFERC) e mentora deste evento convida a população a juntar-se aos doentes que participarão, uma vez que esta ação é altamente recomendada aos doentes cardíacos, quer se encontrem em programa de reabilitação ou não.
“Convidamos a população a juntar-se aos doentes, que fizeram ou que estão a fazer reabilitação cardíaca a participar num evento que consiste em exercício adequado a cada nível da doença.”
Esta iniciativa é apoiada pela Faculdade de Motricidade Humana e inclui diferentes modalidades, de modo a permitir um ajuste às capacidades dos diferentes participantes. Neste local decorrerá, ainda, um rastreio cardiovascular. São esperadas cerca de 300 pessoas num programa que é dividido em dois setores: Um para quem apresente maiores dificuldades em fazer esforços e outro para os que já completaram o programa de reabilitação ou já conseguem fazer esforços.
A Dra. Ana Abreu esclarece que a reabilitação cardíaca é um programa estruturado multidisciplinar que se destina a melhorar o doente cardiovascular.
“A reabilitação cardíaca abrange não só a capacidade funcional, mas também a componente educacional e controlo dos fatores de risco da doença cardiovascular. Através da reabilitação cardíaca oferece-se, assim, um suporte psicológico porque muitos doentes cardíacos sofrem de depressão e ansiedade. Além disso, com os problemas sociais existentes que, muitas vezes, condicionam os doentes a não tomarem as medidas mais corretas para a sua saúde, são programas como este que, de várias formas, vão tentando que melhorem a sua condição.”
A reabilitação cardíaca e a qualidade de vida:
Nos programas de reabilitação cardíaca, os doentes têm a possibilidade de melhorar a sua condição física, aprendendo sobre os benefícios da mobilidade e aprendendo a alimentar-se da forma correta.
Muitos doentes cardiovasculares ficam incapacitados e, por isso, dependentes e acabam por representa um encargo social e económico bastante elevado. Em termos de qualidade de vida, mortalidade e sintomas, os programas de reabilitação cardíaca estão cientificamente comprovados como sendo altamente benéficos para os doentes e as sociedades em que estão inseridas.
São inúmeros os benefícios dos programas de RC. Entre eles destacam-se a melhoria dos processos de tratamento e dos perfis de risco, intimamente ligados aos números da morbilidade e da mortalidade, que de acordo com alguns estudos podem sofrer alterações na ordem dos 20 a 25%.
Entre outros benefícios da RC contam-se a melhoria da tolerância ao esforço, redução de sintomas cardiovasculares e dos níveis lipídicos, melhor controlo de glicemia, promoção do bem-estar psicossocial, redução dos hábitos tabágicos, do stress e do número de novos enfartes, assim como da necessidade de procedimentos de revascularização. Simultaneamente, está ainda comprovado que a RC possibilita o atraso na progressão da doença aterosclerótica.