Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares
As doenças do aparelho circulatório continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, mas esta mortalidade diminuiu 4,1%...

De acordo com o relatório do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, que é hoje apresentado, a mortalidade por doença isquémica cardíaca manteve-se alterada, com um agravamento da mortalidade prematura (abaixo dos 70 anos).

Para os autores do documento, este resultado está “em clara dissonância com os restantes indicadores”, pelo que “deverá constituir um sinal de alerta e reforçar a necessidade de manter esta patologia dentro das prioridades de atuação dos diferentes intervenientes assistenciais”.

No documento lê-se que “em 2016 foi possível reduzir a mortalidade prematura por doença cerebrovascular, mas haverá que estudar causas relativas à manutenção da mortalidade por doença isquémica do coração”.

Um indicador positivo do relatório é que se morre cada vez menos por doenças do aparelho circulatório (menos 4,1% entre 2011 e 2015), tendo-se registado uma “grande redução de mortalidade ocorrida nas doenças cerebrovasculares (19,7%) e em particular no acidente vascular cerebral isquémico, abaixo dos 70 anos (redução de 39%).

O resultado “superou a meta estabelecida, que se deve a um conjunto de fatores”, dos quais os autores destacam “o contributo da introdução na prática clínica dos novos anticoagulantes não dicumarínicos (NOC) como terapêutica anti trombótica da fibrilação auricular, bem como a consolidação da atividade de múltiplas unidades de AVC”.

Em 2015, morreram 1.834 pessoas devido a um AVC hemorrágico (causado pelo rebentamento de um vaso sanguíneo que provoca uma hemorragia no cérebro) e 4.598 por AVC isquémico (provocado por um coágulo bloqueia a artéria que leva o sangue ao cérebro).

As doenças cerebrovasculares continuam a atingir mortalmente mais homens (49,7 por 100.000 habitantes) que mulheres (43 por 100.000 habitantes).

Os dados provisórios de 2016 apontam para um decréscimo de 8,1%, do número de internamentos por doenças do aparelho circulatório face a 2011, entre os quais se destaca a diminuição de internamentos por enfarte agudo do miocárdio.

Registou em 2016 “um aumento dos internamentos por insuficiência cardíaca com mais 3.169 internamentos em relação a 2011, representando um aumento de 20,3%”.

Esta variação irá provavelmente assumir maior expressão futura atendendo ao envelhecimento progressivo da população, com importantes consequências na distribuição de recursos disponíveis”, referem os autores do documento.

No ano passado, ocorreram 110.745 episódios de internamento por doenças aparelho circulatório, dos quais 9.028 resultaram em óbitos.

O documento indica ainda que “o correto encaminhamento dos casos de AVC e de EAM através do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) traduz-se num ganho de tempo fundamental para a eficácia terapêutica”.

A Via Verde do AVC, prossegue o relatório, registou 3.386 de casos encaminhados em 2016 e, até setembro de 2017, 2.301 casos.

Os distritos com maior número de encaminhamentos são Lisboa e Porto, com 462 e 507 casos, respetivamente.

Os autores atribuem parte dos resultados obtidos às respostas farmacológicas, sendo que, na área cardiovascular, assumem “particular relevância” três classes farmacológicas: os antihipertensores, os antidislipidémicos (estatinas em particular) e os anticoagulantes e anti-trombóticos.

“O crescimento da sua utilização está inequivocamente relacionado com os resultados obtidos”, lê-se no relatório.

Consomem-se cada vez mais antihipertensores e antidislipidémicos, embora se tenha registado “uma redução global dos encargos do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, o que se deve a uma “redução progressiva dos custos unitários e utilização de fármacos com custo inferior”.

Nesta área, os encargos do SNS com a terapêutica diminuíram de 336,2 milhões de euros em 2012 para 330,5 milhões de euros em 2016. Por embalagem, o valor passou de 8,4 euros (2012) para 7,1 euros (2016).

Para 2020, o Programa Nacional para as Doenças Cerebrovasculares pretende reduzir o número de mortes antes dos 70 anos por doença do cérebro e do coração, diminuir para 7% as mortes por enfarte nos hospitais e aumentar, para 470 por milhão de habitantes, o número de tratamentos por angioplastia a pessoas com Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM).

Aumentar para 1.800 o número de pessoas com AVC com acesso a tratamento específico e reduzir o consumo de sal entre 3 a 4% ao ano na população são outras das metas estabelecidas.

«Cirurgia Química»
Investigadores chineses editaram a sequência de ADN de um embrião humano e eliminaram uma doença incurável e genética em...

A alteração foi obtida a partir da manipulação genética de embriões produzidos em laboratório não implantados em seres humanos.

As conclusões da investigação foram publicadas na revista Protein & Cell.

Através de uma "cirurgia química", os cientistas da Universidade Sun Yat-sen corrigiram um único erro nas três mil milhões de "letras" do código genético humano. A experiência alterou embriões de laboratório para a cura da doença beta-talassemia e abre o caminho para tratamento de uma série de doenças hereditárias.

O estudo abre novas vias para tratar bebés nascidos com beta-talassemia e outras doenças hereditárias. "Somos os primeiros a demonstrar a viabilidade de curar doenças genéticas em embriões humanos pelo sistema editor de base", reivindicou um dos investigadores, citado na edição online da BBC.

Os cientistas utilizaram a técnica CRISPR, uma ferramenta que permite alterar, apagar ou substituir os genes. A experiência promete revolucionar a ciência, mas levanta questões éticas, escreve a televisão britânica.

Todas as instruções para a formação e funcionamento do corpo humano estão codificadas no ADN.

Relatório revela
O “Relatório Comparativo sobre o Acesso dos Doentes a Medicamentos contra o Cancro na Europa” revela que o investimento per...

O relatório publicado pelo Instituto Sueco para a Economia da Saúde estabeleceu o ponto de partida do debate “O Futuro do Tratamento do Cancro em Portugal”. As conclusões foram apresentadas em Lisboa, no dia 27 de Setembro, por Nadim Habib, professor da Nova School of Business and Economics.

A iniciativa consensualizou cinco medidas de ação para melhorar o tratamento oncológico em Portugal, visando o acesso atempado dos doentes às melhores terapêuticas sem perder de vista a sustentabilidade do sistema.

A primeira recomendação aponta para o reforço das verbas alocadas à Saúde e para uma revisão do modelo de financiamento em Oncologia. Segue-se a valorização dos recursos humanos, onde se incluem os profissionais de saúde, tendo em conta a importância fundamental da sua motivação para a prestação dos melhores cuidados de saúde.

A terceira proposta aponta a necessidade de implementar sistemas de monitorização de dados - como dados de gestão, de desempenho das instituições no tratamento do cancro e de utilização de medicamentos em contexto de vida real - para utilização pelos vários intervenientes, incluindo decisores e escrutínio público.

A contratação de profissionais especializados no registo e tratamento de dados, que assegurem a qualidade do processo, é a quarta proposta.

A quinta recomendação vai no sentido da introdução de critérios transparentes nos processos de avaliação e reavaliação das tecnologias de saúde e da redução dos atrasos do tempo de aprovação de inovação.

João Almeida Lopes, presidente da APIFARMA, defendeu que “este é um debate necessário e inadiável”, uma vez que “o conjunto dos dados sugere que existe imensa margem para melhorar as taxas de sobrevivência ao cancro em Portugal”.

A conferência contou ainda com palestras proferidas por Gabriela Sousa, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, e por Ivana Cattaneo, Vice-Presidente do European Onco Steering Committee da Federação Europeia da Indústria Farmacêutica (EFPIA).

De acordo com o relatório do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas 2017, apresentado recentemente, a incidência das doenças oncológicas está a registar um aumento de aproximadamente 3% ao ano, constituindo a segunda causa de morte após as doenças cérebro-cardiovasculares.

Campanha “De Olho no Rótulo”
A ideia é ajudar o consumidor a escolher alimentos mais saudáveis.

Por serem cheios de palavras às vezes indecifráveis e escritos com uma letra mínima, os rótulos dos alimentos são muitas vezes ignorados na hora de escolher um produto da prateleira do supermercado. É exatamente essa tendência que a Deco quer inverter.

A Associação para a Defesa do Consumidor lançou a campanha “De Olho no Rótulo” para que os consumidores tenham a noção das quantidades de açúcar, sal e gordura que cada alimento tem, até porque a legislação obriga a que essa informação seja sempre apresentada nas embalagens.

Para que esses número passem a ser de fácil interpretação, a Deco criou dois cartões, um relativo a bebidas e outro a alimentos, nos quais os valores aparecem sinalizados com as cores do semáforo: verde, vermelho e amarelo.
Os produtos sólidos são avaliados por cada 100 gramas e os líquidos por cada 100 mililitros. É através dessa quantidade que são medidos os níveis de gordura, açúcar e sal dos alimentos. Por exemplo, por cada cem gramas de alimento, é aceitável que chegue até às três gramas de gordura, 5 gramas de açúcar e 0,3 gramas de sal. Já quando os valores ultrapassam os 17,5 gramas de gordura, os 22,5 de açúcar ou os 1,5 gramas de sal, os valores já aparecem a vermelho.

A Deco lembra que 5,9 milhões dos portugueses são obesos ou já exibem características de pré-obesidade. Além disso, prevalecem as doenças como a hipertensão arterial e a diabetes, associadas ao excesso de açúcares, gorduras e sal. “As patologias podem ser prevenidas com alterações no estilo de vida e na alimentação”, garante a associação. 

Intoxicação alimentar
O Ministério da Saúde espanhol confirmou 154 casos de intoxicação por consumo de atum adulterado em várias regiões e países...

O Ministério da Saúde espanhol confirmou esta quarta-feira que o consumo de atum adulterado e em mau estado de conservação levou à intoxicação alimentar de mais de 150 pessoas, a grande maioria em Espanha, mas também noutros países europeus, incluindo Portugal, avança o El Mundo.

No entanto, a Direção-Geral da Saúde ainda não confirmou essa informação.

Pelo menos 105 das intoxicações estão a ser associadas a uma marca espanhola, a Garciden.

Por outro lado, a agência espanhola do consumo, segurança alimentar e nutrição (AECOSAN) informou em comunicado que este ano emitiu 15 alertas devido à presença de elevadas concentrações de histamina no atum, que ocorrem devido a más condições de conservação do peixe.

Segundo o Ministério da Saúde espanhol, a intoxicação por atum com histamina não representa um perigo grave para a saúde, manifestando-se através de dores de garganta, vermelhidão, suores, náuseas, vómitos, dores de cabeça e eritema cutâneo.

Esta semana, a União Europeia (UE) pediu a Espanha, país fornecedor do atum que provocou vários casos de intoxição em vários estados-membros, que tome medidas urgentes contra a fraude alimentar com atum adulterado.

A origem da crise está em lombos de atum descongelados vendidos como frescos em Espanha e que não foram preservados em conformidade com as exigências da lei europeia sobre preservação de alimentos.

Segundo o jornal espanhol El País, nesse peixe é injetado nitratos, extrato de beterraba e partículas de outros vegetais para que a comida pareça mais fresca. Esses aditivos contêm químicos que alteram a cor do peixe, fazendo-o parecer mais vermelho e fresco.

O caso está a ser tratado pela Guarda Civil espanhola, que tem para já sete pessoas na mira, embora pelo menos 13 empresas tenham sido já investigadas por suspeita de manipulação de produto.

O caso terá sido detetado pelas autoridades europeias em outubro, tendo afetado mais de 25 mil toneladas de atum e gerado lucros de 200 milhões de euros, segundo cálculos da União Europeia.

Estudo
Os percevejos procuram o cheiro humano e aconchegam-se às roupas usadas quando o homem não está por perto, por isso conseguem...

Isso explica como estas criaturas minúsculas e incapazes de voar conseguem propagar-se de forma meteórica em todo o mundo - apanhando boleia na roupa suja, segundo um estudo publicado na revista Scientific Reports.

"O mecanismo para essa dispersão de longa distância nunca foi testado empiricamente", afirmou à agência de notícias France Presse o coautor do estudo William Hentley, da Universidade de Sheffield.

Alguns cientistas deduzem que os percevejos caiam acidentalmente nas roupas ou bagagens depois de se alimentarem de sangue humano e depois sigam dos hotéis para as casas.

Mas um novo estudo mostrou que essas pragas, conhecidas por serem atraídas pelo cheiro humano adormecido, procuram ativamente a roupa usada.

Hentley e uma equipa testaram as predileções de percevejos numa série de experiências incomuns.

Um grupo de voluntários lavou-se com um sabão sem perfume, depois usaram camisas e meias limpas durante cerca de seis horas.

As roupas foram colocadas numa bolsa de plástico selada e hermética antes de serem transferidas para um saco de pano.

Quatro sacos de pano - duas com camisas e meias sujas e duas com os mesmos itens limpos - foram colocadas numa sala, a distâncias iguais do centro. Percevejos foram então liberados e observados.

Após quatro dias, os investigadores observaram a localização dos insetos e descobriram que a maioria estava nos sacos que continham as roupas sujas. A experiência foi repetido algumas vezes.

"Os percevejos apresentam uma recente e rápida expansão global, que se sugere que foi causada por viagens aéreas baratas", escreveram os autores. "Os nossos resultados mostram, pela primeira vez, que deixar roupa suja exposta nos quartos durante viagens pode ser explorado por percevejos o que facilita a sua dispersão passiva".

No ano passado, alguns estudos mostraram que os percevejos se alteraram geneticamente para resistir a pesticidas, impulsando assim a sua conquista global.

O percevejo comum, o Cimex lectularius, é encontrado em climas temperados nos Estados Unidos e em partes da Europa. Esses insetos tornaram-se especialmente difíceis de erradicar após venenos potentes como o DDT terem sido proibidos nos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial.

No final da década de 1990, estes bichos prosperaram em Nova Iorque. Em um surto registado em 2010, invadiram edifícios residenciais de luxo, hotéis e lojas de roupa, como a marca de lingerie Victoria's Secret. Estudos apontam ainda para uma "explosão" de percevejos em Paris nos últimos anos.

Médico alerta
João Brum Silveira, médico e presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), alerta para a...

"Os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas, são a dor no peito, por vezes com irradiação para o braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Normalmente os sintomas duram mais de 20 minutos, mas também podem ser intermitentes. Podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente, ao longo de vários minutos", explica João Brum Silveira, médico e presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular.

E acrescenta: "Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte. A pessoa não deve tentar chegar a um hospital pelos seus próprios meios".

Cerca de 50% dos doentes recorrem a um centro sem capacidade para realizar o tratamento, "o que conduz a um atraso significativo no início da terapêutica mais adequada. Esta situação não acontece quando se liga para o 112", alerta o cardiologista.

Ligue para o 112, não procure um hospital

De acordo com a campanha "Stent Save a Life - Não perca tempo. Salve uma Vida", promovida, em Portugal, pela APIC, mais de dois terços da população portuguesa não conhece quais são os sintomas de enfarte do miocárdio. E somente um terço dos doentes utiliza o 112, para ser encaminhado para um hospital e ter a assistência médica mais adequada.

O enfarte agudo do miocárdio ou ataque cardíaco ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um coágulo devido à rutura de uma placa de colesterol.

Dia Mundial do Coração
Cerca de 35 mil portugueses morrem anualmente por doenças cardiovasculares, que continuam a ser a principal causa de morte e...

No Dia Mundial do Coração, que hoje se assinala, as associações ligadas à cardiologia recordam que as doenças cardiovasculares continuam a ser a primeira causa de morte em Portugal, apesar de pelo menos 80% das mortes prematuras por estas patologias poderem ser evitadas.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia sublinha que muitas mortes precoces podiam ser prevenidas através do controlo dos quatro principais fatores de risco: tabagismo, alimentação indevida, falta de exercício físico e abuso de álcool.

Das 35 mil mortes por doenças cardiovasculares calcula-se que 20 mil sejam por acidentes cerebrovasculares e mil por enfartes do miocárdio.

“A tendência dos últimos anos mostra uma ligeira redução dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) e uma estabilização do número de enfartes do miocárdio”, refere a Fundação Portuguesa de Cardiologia, numa mensagem a propósito do Dia do Coração.

Contudo, mais de metade da população portuguesa entre os 18 e os 79 anos apresenta pelo menos dois fatores de risco para a doença cardiovascular.

Mais de metade da população adulta tem excesso de peso, 40% sofre de hipertensão, 30% tem o colesterol muito elevado e um quarto da população é fumadora, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Além dos AVC e dos enfartes do miocárdio, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia destaca a insuficiência cardíaca como uma das doenças a combater.

Perto de meio milhão de portugueses sofre de insuficiência cardíaca, um problema que esta sociedade científica considera que deve passar a ser uma prioridade nacional.

João Morais, cardiologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, considera que é necessário “mudar o paradigma” na área da cardiologia e tornar a insuficiência cardíaca uma prioridade, tal como se fez há cerca de duas décadas para o enfarte do miocárdio, com resultados positivos ao nível da redução da mortalidade.

“Quando hoje analisamos as doenças cardiovasculares é claro que temos um percurso de sucesso nos últimos dez anos. Muito provavelmente isso deve-se ao sucesso que Portugal teve no enfarte do miocárdio. Foi uma grande prioridade da cardiologia portuguesa nos últimos 20 anos. Estamos na altura de mudar o paradigma”, afirmou o especialista em entrevista à agência Lusa.

Para ter novos ganhos em relação à mortalidade por doenças cardiovasculares é preciso, segundo João Morais, criar novos objetivos e uma nova prioridade, centrando os esforços na insuficiência cardíaca.

“É um seríssimo problema do mundo inteiro”, refere o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, que assume a insuficiência cardíaca como a pandemia do século XXI.

A Direção-Geral de Saúde apresenta hoje o relatório do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares e o projeto-piloto relativo aos exames complementares de diagnóstico de cardiologia nos cuidados de saúde primários.

Diabetes
As 640 bombas de insulina destinadas a novos doentes diabéticos, incluindo crianças até aos 10 anos, vão ser disponibilizadas...

A situação ficou desbloqueada depois de o laboratório que impugnou o concurso internacional para fornecimento das bombas ter permitido que o processo avançasse.

A Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD) tinha denunciado hoje que as crianças até aos 10 anos ainda não têm acesso a bombas de insulina, apesar de a lei o contemplar, um atraso relacionado com um concurso internacional que teria sido impugnado pelo laboratório que perdeu o concurso.

Uma nota da DGS e dos SPMS esclareceu que este concurso dividiu-se em três lotes: dois destinados à aquisição de consumíveis para doentes em tratamento e um outro para a aquisição de bombas de insulina destinado a novos doentes.

“Os dois lotes para aquisição de consumíveis decorreram com normalidade, tendo os mesmos sido adjudicados aos concorrentes vencedores e as notas de encomenda têm vindo a ser emitidas pelas diversas instituições de saúde”, lê-se na nota enviada à agência Lusa.

Em relação ao lote para aquisição de 640 bombas de perfusão para novos doentes, no valor de 807.296 euros, este “foi alvo de uma impugnação pelo concorrente ordenado em segundo lugar”.

“Após várias reuniões entre os SPMS e o concorrente ordenado em segundo lugar, houve um entendimento que teve por base o princípio da celeridade, da boa-fé, do interesse público e, sobretudo, o superior interesse do cidadão em levantar a impugnação”, adianta o comunicado.

Por esta razão, a DGS e os SPMS consideram “expectável que, durante os próximos dias, os SPMS comuniquem às instituições de saúde a autorização de emissão das notas de encomenda para as 640 bombas de insulina”.

Os SPMS estão já a “preparar um novo acordo quadro para a aquisição destes dispositivos, de acordo com o programa do XXI Governo Constitucional, que estabelece como prioridade melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, apostando em medidas de combate à doença, reduzindo as desigualdades entre cidadãos no acesso à saúde, implementando políticas de diferenciação positiva”.

Uma lei publicada no ano passado prevê o acesso de crianças até aos dez anos ao tratamento com sistemas subcutâneos de perfusão contínua de insulina (dispositivos PSCI).

Este acesso foi contemplado, uma vez que “esta abordagem terapêutica proporciona uma melhoria da qualidade de vida, refletindo-se em vantagens relevantes para os utentes, como a redução da fobia às agulhas em crianças, adolescentes e adultos, aumentando a adesão à terapêutica, a melhoria do tratamento quando há problemas com turnos e horários irregulares e a resolução dos problemas associados a baixas doses de insulina em lactentes e crianças com menos de 5 anos”, segundo a FPAD.

29 setembro 2017 - Dia Mundial do Coração
Amanhã, dia em que se assinala o Dia Mundial do Coração, a Federação Internacional de Diabetes, em parceria com a Novo Nordisk,...

As doenças cardiovasculares, que incluem enfarte do miocárdio, doença coronária e doença arterial periférica,2 são uma das principais causas de morte de pessoas com diabetes tipo 23, e o número de pessoas com diabetes continua a aumentar, pelo que o impacto das doenças cardiovasculares se torna mais importante.

“O mundo enfrenta um aumento da prevalência e incidência de doenças cardiovasculares entre pessoas com diabetes tipo 2 devido aos seus reduzidos conhecimentos no que diz respeito à prevenção, diagnóstico tardio, tratamento inadequado e uma autogestão desadequada da doença. O questionário Levar a Diabetes ao Coração é um iniciativa global para enfrentar os problemas subjacentes à diabetes e doenças cardiovasculares e seus custos crescentes para a sociedade” diz Shaukat Sadikot, presidente da Federação Internacional de Diabetes (IDF).

Levar a Diabetes ao Coração – www.idf.org/takingdiabetes2heart/survey - pretende ajudar na construção de ações de apoio para aumento do conhecimento e consciencialização das doenças cardiovasculares nas pessoas que vivem com diabetes tipo 2 que melhorem a sua saúde. A iniciativa está construída tendo como base o relatório Diabetes e Doença Cardiovascular, publicado em 2016, que inclui recomendações para redução do impacto das doenças cardiovasculares nas pessoas com diabetes e na população em geral. 2

“É preocupante que a doença cardiovascular seja a causa mais comum de morte em pessoas com diabetes tipo 2, quando muitos desses doentes desconhecem este risco", diz Alan Moses, vice-presidente sénior e diretor médico da Novo Nordisk. "Estamos muito satisfeitos em apoiar a IDF no lançamento deste inquérito, Levar a Diabetes ao Coração, para entender melhor o conhecimento atual e a consciência das doenças cardiovasculares entre pessoas com diabetes tipo 2, o que, em última instância, levará à identificação das ações necessárias para ajudar a melhorar os resultados em saúde.

Os resultados desta ação culminam num relatório com dados específicos de cada país e recursos para ajudar no aumento do conhecimento e consciencialização mundial do risco de doenças cardiovasculares na diabetes tipo 2.

Para mais informações sobre o questionário visite www.idf.org/takingdiabetes2heart

Para mais informação sobre a diabetes e doenças cardiovasculares, visite www.idf.org/cvd

Ministério Público
Vinte arguidos começaram hoje a ser julgados no juízo central criminal de Lisboa por fraude no Serviço Nacional de Saúde por,...

A acusação do MP foi proferida em julho de 2014 estando os 20 arguidos, entre os quais se encontra uma farmácia e duas empresas farmacêuticas, pronunciados por corrupção ativa e passiva, falsificação de documento, burla qualificada e abuso de confiança, sendo ainda imputada a prática de uma contraordenação.

Entre os arguidos encontram-se dois médicos, três farmacêuticos, um agente da PSP, um empresário do ramo de comércio de produtos farmacêuticos, dois delegados de informação médica, uma sociedade detentora de farmácia e duas sociedades cuja atividade é o comércio por grosso de produtos farmacêuticos.

Entre os arguidos do processo está uma médica psiquiátrica, um agente da PSP, uma farmacêutica, sócios de farmácias e delegados de informação médica.

Os arguidos estão a ser julgados pela obtenção e utilização de receituário forjado que utilizavam para conseguiram o pagamento da comparticipação dos medicamentos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), com valor elevado e comparticipados pelo Estado a 100% ou 95%.

Em média, segundo a acusação, a comparticipação por cada receita rondava os 700 euros e os medicamentos obtidos foram colocados no mercado intracomunitário, em países nos quais o seu PVP [Preço de Venda ao Público] é mais elevado.

O MP pede ainda que seja aplicada uma indemnização civil contra os 20 arguidos, em nome das Administrações Regionais de Saúde do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, que integram o SNS, relativamente ao prejuízo patrimonial causado, no montante de 1,35 milhões euros.

Em 2016
Oitenta casos de mutilação genital feminina foram detetados em Portugal em 2016, demonstrando que o trabalho realizado para...

As vítimas são “mulheres com mais de 15 anos, numa adolescência já tardia ou na fase adulta”, adiantou Catarina Marcelino, à margem seminário internacional “Respostas Institucionais ao Corte/Mutilação Genital Feminina”, organizado pelo Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL, que decorre até sexta-feira em Lisboa.

“O trabalho que está a ser feito com os profissionais de saúde está a dar resultados, mas o que queremos mesmo é erradicar a prática”, disse a secretária de Estado, referindo-se os casos registados na base de dados do Ministério da Saúde.

Contudo, admitiu Catarina Marcelino, é “uma área de trabalho muito difícil”, uma vez que nem sempre é fácil identificar a mutilação em termos técnicos.

“Houve um esforço nos últimos anos em Portugal de dar ferramentas aos profissionais de saúde, através de uma pós-graduação específica”, mas também às forças de segurança, nomeadamente o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), porque “é um crime público”.

No seminário foi distribuído o “Guia de formação académica multissetorial sobre corte/mutilação genital feminina” que permitirá “dar ferramentas a estes profissionais para poderem agir”.

Como em todas as outras violências, “há sinais” nas próprias dinâmicas familiares, que “permitem identificar que algo não está bem”, sublinhou.

Também há comportamentos nas crianças, “e às vezes até reações físicas”, que podem levantar a suspeita de terem sido vítimas desta prática”.

Apesar de esta prática ser quase inexistente em Portugal, a governante defendeu que é preciso estar atento, porque geralmente as famílias levam as crianças para fora do país, sobretudo no verão e na Páscoa.

Por esta razão, têm sido realizadas campanhas nos aeroportos nacionais e na Guiné-Bissau para alertar para esta situação.

Catarina Marcelino contou um caso que espelha esta realidade e que está a decorrer na justiça.

“Foi um caso detetado por um médico do Viajante que achou que havia alguma coisa estranha no comportamento da família”. Antes de a família viajar, a criança foi observada pelo médico de família, que verificou que não estava mutilada, e os pais foram contactados por uma equipa da Associação para o Planeamento da Família.

“Quando regressou a Portugal, a família foi notificada, a menina foi vista e verificou-se que havia indícios de mutilação”, disse.

Para Catarina Marcelino, “o mais importante” é evitar que isto aconteça e, para isso, é necessário um “grande envolvimento de educação da comunidade”.

Avançou ainda que o novo plano de ação na área da mutilação genital feminina (MGF), que se inicia em 2018, continua a apostar no trabalho com os profissionais da área da saúde, das polícias e da educação, mas tem o foco nas comunidades e nos líderes religiosos que “têm mensagens muito positivas contra a MGF e contra as mulheres serem maltratadas dentro das comunidades e serem postas em segundo plano”.

“Temos de aproveitar essa realidade e fazer esta forte ligação à Guiné-Bissau”, disse, ressalvando que este não é um problema da comunidade guineense, mas de várias comunidades.

A Mutilação Genital Feminina é uma realidade na Europa, onde se estima que mais de 500 mil mulheres tenham sido já diretamente afetadas, e onde cerca de 180 mil estão em risco todos os anos.

Em todo o mundo, segundo as últimas estimativas, há cerca de 200 milhões de mulheres afetadas. Em Portugal os números apontam para mais de 6.000 mulheres e raparigas vítimas de MGF.

29 de setembro - Dia Mundial do Coração
O INEM encaminhou, desde o início do ano, 444 casos de enfarte agudo do miocárdio para a via verde coronária, através da qual...

A propósito do Dia Mundial do Coração, que se assinala sexta-feira, o INEM alertou para a importância de ligar o número europeu de emergência (112), perante a suspeita de enfarte agudo do miocárdio (EAM).

“Este é o procedimento mais adequado para o correto encaminhamento de doentes para a via verde coronária, criada especificamente para melhorar a resposta em caso de EAM”, lê-se no comunicado do Instituto.

Dos 444 casos de EAM registados pelo INEM desde o início do ano, e encaminhados para a via verde coronária, cem ocorreram no distrito de Lisboa e 109 no distrito do Porto.

“Em 75,90% dos casos decorreu menos de duas horas entre a identificação dos sinais e sintomas e o encaminhamento da vítima para esta via verde, enquanto em 19,82% o processo foi efetuado entre as duas horas e as doze horas de evolução da sintomatologia. Os 4,28% restantes dizem respeito a situações com mais de doze horas de evolução”.

“Dor no peito de início súbito, com ou sem irradiação ao membro superior esquerdo, costas ou mandíbula, suores frios intensos, acompanhados de náuseas e vómitos, são alguns dos sinais que podem indicar um EAM”, prossegue o INEM.

O organismo reforça que “o reconhecimento precoce dos sinais e sintomas do EAM é fundamental e deve motivar o contacto com o 112. Esta é a via preferencial, dado que reduz o intervalo de tempo até ao início da avaliação, diagnóstico, terapêutica e transporte para a unidade hospitalar mais adequada”.

Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes
A Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes denunciou hoje que as crianças até aos dez anos ainda não têm...

“O acesso ao tratamento é um direito básico dos doentes e a legislação que está atualmente em vigor não está a ser cumprida, impedindo o acesso das bombas de insulina a crianças até aos 10 anos de idade”, lê-se no comunicado da Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD).

Uma lei publicada no ano passado prevê o acesso de crianças até aos dez anos ao tratamento com sistemas subcutâneos de perfusão contínua de insulina (dispositivos PSCI).

Este acesso foi contemplado, uma vez que “esta abordagem terapêutica proporciona uma melhoria da qualidade de vida, refletindo-se em vantagens relevantes para os utentes, como a redução da fobia às agulhas em crianças, adolescentes e adultos, aumentando a adesão à terapêutica, a melhoria do tratamento quando há problemas com turnos e horários irregulares e a resolução dos problemas associados a baixas doses de insulina em lactentes e crianças com menos de 5 anos.”

A presidente da Federação, Emiliana Querido, disse que este atraso estará relacionado com o concurso internacional lançado para o fornecimento dos dispositivos, uma vez que “os laboratórios não se entenderam e um dos concorrentes impugnou o concurso”.

“De acordo com as informações que nos têm sido relatadas, quer por pais de crianças com diabetes tipo 1, quer pelas próprias pessoas com a doença, os consumíveis estão a escassear, havendo já quem tenha de adquirir consumíveis do seu próprio bolso ou, não conseguindo suportar tais custos, volte à terapêutica anterior”, prossegue a FPAD.

A Federação referiu mesmo que “o estado de saúde de muitos doentes está a agravar-se devido à interrupção do tratamento” e que “existem pessoas com necessidade urgente de iniciar a terapêutica”.

“É urgente perceber porque esta situação está a acontecer, e obter uma solução viável rapidamente, pois está em causa a saúde das pessoas com diabetes tipo 1 que não estão a ter acesso a um direito enquanto cidadãos: o direito de acesso ao tratamento”, indica Emiliana Querido.

Congresso da Associação Portuguesa de Urologia
Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e do Serviço de Urologia e Transplantação Renal do Centro...

Foi atribuída a Bolsa de Investigação APU/Jaba Recordati Urologia 2017, no valor de oito mil euros, ao projeto “O futuro da terapêutica oncológica aplicado ao tumor da bexiga – plasma medicine”. O objetivo principal do trabalho, liderado por Edgar Tavares da Silva, é provar a eficácia e a segurança da aplicação intravesical de meios ativados com plasma num modelo animal de tumor vesical.

Foram também atribuídas duas Bolsas de Investigação APU 2017, no valor de oito mil euros cada, aos projetos “Assinatura metabólica do cancro da bexiga – Estudo translacional com impacto na resposta à terapêutica”, coordenado por Hugo Antunes, e “Biópsias líquidas para o tratamento personalizado no tumor da bexiga”, liderado por Vera Marques.

As equipas de investigação vão ser coordenadas cientificamente pelos docentes Arnaldo Figueiredo e Filomena Botelho, em resultado da parceria estabelecida entre o Serviço de Urologia e Transplantação Renal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e o Instituto de Biofísica com o Laboratório de Bioestatística e Informática Médica, a Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica e o Laboratório de Citogenética e Genómica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

Ao nível de investigação clínica, foram premiados os trabalhos “Predicting factors of unexpected hospital return following transurethral resection of bladder tumor” (2º Prémio de “Melhor Cartaz”), da autoria de Vera Marques; “Ex vivo repair and autotransplantation for complex renal artery aneurysm” (1º Prémio de “Melhor Vídeo Cirúrgico”), da autoria de Miguel Eliseu; “Deep infiltrating rndometriosis - Urinary tract involvement and predictive factors for major surgery” (Prémio de “Melhor Artigo do Ano”), da autoria de Maria José Freire. Estes trabalhos são coordenados pelo docente Arnaldo Figueiredo.

Alerta da DECO
Dos 20 batons testados pela DECO, 14 continham substâncias "potencialmente perigosas para a saúde". Conheça as marcas...

Com o inverno a chegar, os batons hidratantes (vulgo, do cieiro) começam a encher as prateleiras das farmácias e dos supermercados. O que levou a DECO – Defesa do Consumidor a analisar 20 marcas deste produto. Conclusão? 14 delas continham componentes “potencialmente perigosos para a saúde”, nomeadamente hidrocarbonetos “que fazem parte da composição dos óleos minerais”.

Na compra de um destes batons deve prestar atenção aos ingredientes, escreve o Observador. Se a lista contempla siglas como MOSH, POSH e MOAH, deve evitar comprá-los. A DECO alerta que “a presença de mais de 10% de hidrocarbonetos MOSH e POSH em produtos que podem ser engolidos, como os hidratantes labiais, é potencialmente perigosa”. Já os MOAH “não devem fazer parte destes cosméticos por se suspeitar de que são cancerígenos”.

Segundo a DECO, os batons a evitar são das marcas La Roche-Posay, Vasenol, Uriage, Avène, Aptonia, Continente, Labello, Maybelline, Johnson’s, Eucerin, Vichy, Neutrogena e Carmex — alguns destes muito utilizados, apesar de não serem as opções mais baratas.

A melhor opção, de acordo com a associação, é o baton da marca Cien, à venda exclusivamente nos supermercados Lidl, que arrecadou a classificação de “Melhor do Teste” e “Escolha Acertada”.

A lei portuguesa permite que óleos minerais como estes sejam utilizados em produtos cosméticos, mas só “se se conhecerem os antecedentes de refinação” e quando há prova de que a substância de origem não é cancerígena — isto é, que não provoca cancro.

Na publicação, no seu site, a DECO destaca ainda alguns ingredientes a evitar em batons e cosméticos: cera microcristallina ou microcrystalline wax, ceresin, hydrogenated microcrystallin wax, hydrogenated polyisobutene, ozokerite, paraffin ou parafina, paraffinum liquidum, petrolatum, polybutene, polyethylene, polyisobutene, synthetic wax. Nomes que deve memorizar.

A presença destes produtos em cremes hidratantes para a pele, contudo, não é alarmante porque a absorção “é mínima”.

Opinião
Não existe ciência ambígua, muito menos conseguimos construir uma imagem fotográfica que defina o ri

Os processos de manutenção de uma atividade concebida para lidar com a vida humana não são compatíveis com atitudes que possam gerir conflito entre o que é adequado e o que na realidade é prestado.

Os médicos devem adotar os critérios exigidos pela qualidade e rigor que a sua profissão exige.

Não devem aceitar que a abordagem clinica seja transformada numa questão crucial que os obrigue a dar o seu parecer como se tratasse de uma opinião social que se discute a mesa do café.

Não traz dignidade, não é confortável para o médico e muito menos objetivada e percebida pelo paciente que a solicita.

Importa, contudo referir que este comportamento do médico não traduz recusa ou negação de dar a sua opinião perante uma questão que lhe é colocada.

Todavia, a crença e a dúvida podem ser vivenciadas em todos os atos médicos que são sempre baseados na ciência, no rigor e na aplicação da legis artes.

Não existe nenhuma relação  no mundo que exclua o modelo de representação humana.

Certo é que por mais paradoxal que seja a força da consciência  e a realidade  mapeada por cenas de aprendizes não há imagens ou representações que substituam o ato médico, muito menos discursos que possam banalizar as palavras ou as ações que suprimam a inteligência, a fé convencional e a arte do exercício da medicina.

A imagem do apreender, a representação do saber, a obrigação de ter uma história, uma objetivação que permita  uma decisão clinica assertiva, são condições sine quo non para garantir a qualidade de uma boa prestação do serviço médico.

Com base no rigor da ciência e na capacidade de execução todo o profissional médico tem de aprender a dizer não quando lhe pedem a opinião num local publico inadequado e descontextualizado da obrigatoriedade e da dignidade da sua profissão.

Dar um parecer médico não é uma banalidade do dia-a-dia, exige responsabilidade, conhecimento e sobretudo experiencia e sabedoria.

Não pode ser considerado como um discurso sem texto, em que o saber absoluto fica suprimido e condenado a um significado adotado para resolução da uma situação pontual que de absoluto apenas tem o facilitismo circunstanciado no interesse e beneficio errado de quem o solicita.

Se constatarmos que em qualquer profissão, por mais básica que seja a cotação e a forma de resolução do problema envolve sempre prestação e pagamento de serviços

De acordo com estes princípios não é entendível porque razão  se vem pedir ao medico a opinião como se o mesmo tivesse a obrigação de fornecer o seu conhecimento, a sua experiencia clinica " no corredor ou no balcão do estabelecimento", sem que a mesma seja realizada e  paga de acordo com a dignidade que merece.

Não estou preocupada se o intuito de quem pede o parecer se destina a poupar o custo da  consulta, o que não é correto porque o ato médico que é prestado é um ato técnico, de grande responsabilidade e de  conhecimento que merece ser remunerado.

Todo o médico tem direito a dispensar os honorários do seu meritório trabalho, porém deverá fazê-lo de acordo com a sua livre vontade quando e onde quiser, sem contudo deixar de manter a exigências conceptuais que tal ato exige.

Todos sabemos que em qualquer profissão quando é solicitado um serviço por mais simples que seja a sua realização é comunicado de imediato o preço da sua efetivação que poderá incluir a deslocação, o material e o valor exato da sua execução, sendo por vezes mal aceite por parte do prestador do serviço a solicitação da fatura e do recibo, o que é como sabemos uma obrigatoriedade legal.

Não é entendível que na profissão medica não sejam adotados os critérios de seletividade e abordagens tradicionais de acordo com as possibilidades e interesses de ambas as partes, sendo que para cumprir a sua missão não existem hipóteses ou teses questionáveis que os demitam desta obrigação.

No tocante a gestão das suas atividades, não são permitidas imposições de terceiros que coloquem em causa a liberdade do ato medico.

Não é difícil compreender que a atividade dominante da organização profissional dos médicos incide na defesa da vida e na cominação da ciência e da humanidade, não havendo retorno nem substituição de uma vida que é perdida.

Em suma, para que a qualidade da medicina não seja prejudicada e para garantir o bem-estar do doente há que acabar com a banalização do ato médico e garantir que seja sempre executado com base na ciência, na dignidade, na responsabilidade, na humanidade e no prestigio que tem.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dentro de um ano
O Brasil e os Estados Unidos anunciaram que começarão a testar em humanos a vacina que criaram em parceria contra o vírus Zika...

"A produção da vacina contra o vírus do Zika vai entrar na segunda etapa. Após testes bem-sucedidos com animais, a vacina começará a ser testada em humanos", refere-se numa nota publicada no "Portal Brasil", que é administrado pelo Governo brasileiro.

De acordo com o Ministério da Saúde do país sul-americano, essa fase deve ter início em um ano, após a produção dos lotes clínicos e avaliações pré-clínicas.

Antes de passar para a próxima fase, o estudo também precisa ser aprovado pelo comité de ética do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produzirá a vacina.

"A vacina será útil para o controlo do Zika em todo o mundo e evitará sequelas nas pessoas contaminadas", disse o ministro da Saúde do Brasil, Ricardo Barros, citado na nota.

Para a aplicação desta segunda fase, o ministro brasileiro assinou um acordo de cooperação em Washington com o secretário da Saúde dos Estados Unidos, Tom Price, no âmbito da 29.ª Conferência Sanitária Pan-Americana.

A vacina mostrou resultados positivos nos testes realizados em ratos e macacos e conseguiu evitar que o vírus Zika cause microcefalia ou outros distúrbios no sistema nervoso central das duas espécies.

A aplicação de uma única dose da vacina impediu a transmissão da doença nos animais e, durante a gestação, o contágio para a cria.

O Zika, bem como a dengue, a chikungunya e a febre-amarela, é transmitido pelo Aedes aegypti, um mosquito cuja população se multiplica com a chegada do verão.

O Brasil, um dos países mais afetados pelo Zika em 2016 que declarou estado de emergência de saúde antes de a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) avisar sobre a gravidade da doença.

Em 2016, foram registados 216.207 casos prováveis de febre pelo vírus Zika no Brasil e foram confirmadas laboratorialmente oito mortes.

Estudo
Um estudo apresentado pelo Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira revela que 59% da população estão com um...

O estudo foi desenvolvido entre 2013 e 2014 e hoje foram apresentados os resultados do perfil antropométrico dos madeirenses adultos, divididos por uma série de critérios associados ao perfil, sendo esta a primeira fase do estudo.

"Estamos com um grau de excesso de peso elevado, com 59% da população adulta da região nesses níveis", afirmou Teresa Esmeraldo, da Unidade de Nutrição e Dietética do Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM), especificando que "desses 36% estão em pré-obesidade e 23% em obesidade".

Comparado com o Inquérito Alimentar Nacional de Atividade Física relacionado no início do ano e quando comparado com a faixa etária regional - dos 18 aos 64 anos - a especialista considera que a população madeirense "só tem nove décimas a mais de percentagem de peso".

Dos dados revelados hoje, foi possível determinar que "40% da população tem atividade física baixa" e a refeição do pequeno almoço é a primeira refeição, das três principais, a mais omitida.

Teresa Esmeraldo realçou ainda que os dados permitem afirmar que a relação peso/altura diminui com a literacia, ou seja, "quanto maior a literacia, menor é o índice de obesidade".

Existe um estudo regional feito há 15 anos atrás e quando comparado com esse, o atual, revela "as mulheres tinham menos um quilo e meio, em média, de peso, e os homens menos três quilos e meio".

A nova fase do estudo vai ser aquela que "poderá designar qual o padrão alimentar dos madeirenses, ao analisar a composição das refeições e depois fazer a correlação com, por exemplo, do peso/altura-número de refeições, afirmou, sendo que posteriormente poderá existir "a possibilidade de ser feita uma caracterização descritiva".

Apesar de existirem outros estudos anteriores, problemas na base de dados tem dificultado o trabalho de análise, sendo estes, por agora, os possíveis de serem apresentados com certeza.

A amostra foi feita em 933 pessoas, com os resultados validados, com cerca de 80% da população a considerar que "acha estar bem informada ou muito bem informada sobre alimentação".

Teresa Esmeraldo relembrou que a Madeira foi "a região pioneira em estabelecer linhas orientadoras para as escolas e para os ‘buffets’ escolares", mas que neste momento "há dificuldade em monitorizar se essas orientações estão a ser cumpridas porque as pessoas se sentem intimidadas por julgarem que estão a ser controladas".

Sugeriu ainda que exista "ousadia da classe política em arranjar formas ou medidas para que as orientações sejam cumpridas".

Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo anunciou a contratação de 154 médicos, o que vai permitir atribuir...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) indicou que os médicos vão iniciar funções nos Agrupamentos de Centros de Saúde até novembro, tendo a contratação ocorrido no âmbito do concurso nacional de recrutamento de médicos recém-especialistas de Medicina Geral e Familiar para as diversas unidades do Serviço Nacional de Saúde.

De acordo com a ARSLVT, em 2014 foram contratados 53 médicos, número que aumentou para 120 em 2015 e para 140 em 2016.

“Nesta 1.ª época de 2017, foram preenchidas 154 vagas e a expetativa é que seja possível aumentar ainda mais este número na 2.ª época de 2017”, reforçou em comunicado.

Segundo a entidade gestora das unidades de saúde da região, a contratação dos novos clínicos continua a melhorar a “resposta assistencial de proximidade aos utentes, proporcionando cuidados de qualidade nos centros de saúde”.

O concurso a nível nacional contava com cerca de 290 vagas para 317 candidatos e a ARSLVT tinha cerca de 218 vagas previstas, tendo sido preenchidas 154.

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