Liga contra o Cancro lança campanha
A Liga Portuguesa Contra o Cancro lançou hoje uma campanha digital sobre o Papilomavírus Humano (HPV) com o objetivo de...

Com o mote “há cancros que podem ser prevenidos”, a nova campanha da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), com a colaboração da Associação para o Planeamento Familiar, pretende reforçar que a prevenção é possível, apesar de o vírus não escolher nem género nem idade.

“25% dos cancros são evitáveis se a prevenção for efetiva. É possível sobreviver a um cancro. E são projetos como este que nos ajudam a reforçar esta mensagem todos os dias pois, para evitar a doença, é preciso procurar saber mais sobre a mesma”, afirma o presidente da LPCC.

A campanha digital é apresentada através de uma plataforma de acesso gratuito, disponível no 'site' www.hpv.pt.

Segurança Alimentar
Dezanove pessoas foram hoje hospitalizadas devido a uma intoxicação alimentar num lar de idosos em Condeixa-a-Nova, disse o...

O alerta para a intoxicação do grupo foi dado cerca das 13:45, tendo 17 utentes e duas trabalhadoras da instituição sido transportados para os hospitais dos Covões e da Universidade, que integram o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

"Está a ser feita no local a avaliação dos restantes" doentes, disse a fonte do CDOS à agência Lusa.

Nas instalações, estão ainda meios humanos e viaturas dos Bombeiros Voluntários de Condeixa-a-Nova, Soure e Penela, além da Cruz Vermelha Portuguesa, GNR e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Regime alimentar vegetariano
Um estudo realizado pela consultora Nielsen revela que o número de vegetarianos em Portugal quadruplicou na última década,...

O número de portugueses que adoptou um regime alimentar vegetariano corresponde a 1,2% da população portuguesa.

O estudo foi promovido pelo Centro Vegetariano que, em 2007, tinha chegado à conclusão de que haveriam na altura 30.000 vegetarianos em Portugal, ou seja, aproximadamente 0,3% da população era vegetariana há dez anos. O número cresceu de forma significativa neste espaço de tempo.

Os resultados são vistos como muito positivos pela Associação Vegetariana Portuguesa, embora não surpreendam, "pois tínhamos indicadores fiáveis de que o mercado português de produtos vegetarianos tem expandido amplamente na última década, assim como o sector da restauração e do pequeno comércio destes produtos", revela a organização em comunicado.

Este estudo, que teve uma amostra de 2000 indivíduos residentes em Portugal Continental e foi realizado em setembro de 2017, conclui que as mulheres e os jovens com idades compreendidas entre os 25-34 anos de idades são os que apresentam maior abstenção de consumo de produtos de origem animal (i.e. carne, peixe, ovos e lacticínios).

Os resultados sugerem que o consumo frequente de carne e peixe parece ter reduzido, apesar de ligeiramente, na última década, de 79 % para 77 % e de 76 % para 70 %, respetivamente, o que indica uma tendência para um consumo mais moderado deste alimentos.

Cerca de 0,6% da população segue uma alimentação estritamente vegetariana ou vegana (não consome carne, peixe, ovos ou laticínios).

Este número, que corresponde a cerca de 60.000 indivíduos, representa o dobro do número de vegetarianos apurados aquando do estudo de 2007, o que também sugere uma tendência da população portuguesa para adopção de dietas de base vegetal.

Investigação
A Faculdade de Medicina do Porto (FMUP) anunciou hoje ter desenvolvido um estudo que irá permitir melhorar o tratamento de...

A investigação teve como principal objetivo melhorar uma técnica cirúrgica frequentemente utilizada em casos que não respondem a métodos tradicionais.

As conclusões desta investigação – desenvolvida por Ana Povo, médica-cirurgiã, no âmbito do doutoramento em Medicina da FMUP – permitirão “não só otimizar a forma como este procedimento é realizado, mas, também, alargar o tratamento a praticamente todos os doentes”, refere em comunicado.

Além disso, acrescenta, “será possível aplicar a técnica em alguns pacientes cujos problemas de incontinência resultam de que malformações de nascença – o que até aqui não era possível. O procedimento, que pode ser utilizado para tratar problemas de incontinência urinária ou fecal, é realizado em regime de ambulatório e com anestesia local”.

Agência alimentar alerta
O alerta foi lançado pela ‘Food Standards Agency’. A agência de proteção alimentar britânica avisa que devem ser utilizados...

Os sacos reutilizáveis representam um risco de intoxicação alimentar caso sejam utilizados para transportar alimentos crus, juntamente com os restantes produtos. O alerta foi lançado pela Agência de Normas Alimentares do Reino Unido (Food Standards Agency), que avisa que os alimentos crus podem conter germes prejudiciais à saúde.

Mesmo que nada tenha sido entornado dentro do saco, as embalagens podem conter vestígios de bactérias nocivas que podem causar problemas no estômago dos consumidores, de acordo com o alerta da agência de proteção alimentar britânica, publicado no mês de agosto.

“Os alimentos crus (carne crua, peixe cru e marisco, vegetais soltos não lavados e ovos) podem conter germes ou ter germes na sua superfície que causam intoxicação alimentar. Mesmo os alimentos crus embalados, como frango pré-embalado, peixe, etc. podem ter vestígios de insetos prejudiciais na parte externa da embalagem”, refere a agência, acrescentando que este conselho se destina só aos peixes crus e mariscos que vão ser cozinhados antes de consumir.

Os produtos de peixe cru prontos a comer, como sushi, sashimi e salmão fumado, destinados a serem consumidos assim, devem idealmente ser arrumados separadamente do resto das compras. Assim, a agência sugere que os sacos tenham rótulos diferentes, por exemplo, e que sejam lavados e/ou trocados frequentemente.

Dicas da Food Standards Agency para a melhor utilização dos sacos:

  1. Utilizar sacos separados para alimentos crus e prontos para consumo – idealmente, o consumidor deve ter sacos suficientes para transportar alimentos crus, alimentos prontos para comer e produtos não alimentares, como detergentes em pós, devidamente separados.
  2. Se quiser comprar um bag for life [sacos reutilizáveis] escolha adequadamente entre a variedade existente (consultar o tamanho, ver se tem algodão, etc.)
  3. Coloque rótulos nos seus sacos ou utilize os de diferentes para ajudar a separar os diferentes alimentos
  4. Utilize sacos de congelação no verão
  5. Verificar sempre se houve derramamentos nos sacos após a ida às compras – sacos de algodão ou tecido podem ser colocados na máquina de lavar
  6. Substituir sacos de plástico mais antigos.
Liga Angolana contra o Cancro
Angola regista diariamente seis casos de cancro e só no primeiro semestre deste ano são já 115 o número de novos casos de...

Falando na cerimónia de lançamento do "Movimento Outubro Rosa 2017", iniciativa da Liga Angolana Contra o Cancro (LACC), que visa alertar a sociedade sobre a prevenção e combate do cancro, Albertina Manaça, responsável pela área da prevenção do Instituto Angolano de Controlo do Cancro, admitiu que o cancro da mama está a atingir proporções preocupantes.

"Em 2016 tivemos cerca de 248 casos de cancro de mama e no primeiro semestre deste ano registamos já cerca de 115 casos então é para ver que a medida que o tempo vai passando os casos vão aumentando", disse hoje Albertina Manaça.

A responsável apontou, por outro lado, "alguma melhoria na prevenção primária" da doença durante as visitas que os técnicos da LACC Vamos as ruas, aos mercados e temos notado alguma melhoria principalmente na prevenção primária", apontou.

Em relação ao cancro da próstata, cujo campanha de sensibilização "Movimento Novembro Azul" deve ser lançada no próximo mês, Albertina Manaça deu a conhecer que "timidamente" registam-se, oficialmente, 100 casos por ano em todo país.

"Temos registado certa timidez dos homens para esse tipo de consulta, os números rondam os cerca de 100 casos por ano, números que não representam a dimensão do país", explicou.

Quanto às ações do Instituto Angolano de Controlo do Cancro, a responsável sublinhou que o serviço tem sido desenvolvido de acordo "com as condições disponíveis".

"Fazemos o que é possível e estamos a tratar as pacientes, com tratamento quando chega o paciente no instituto", precisou.

Na mesma ocasião, o presidente da LACC, André Panzo, realçou apenas que os números do cancro no país - sem quantificar - são "assustadores", tendo ainda sublinhado que muitas pessoas "desconhecem a existência da doença".

"Ocupamo-nos desta grande luta que é a prevenção primária, que consiste na consciencialização, informar a respeito da doença que para muitos ainda é um mito e um sonho, as estatísticas que existem claramente não condizem com aqueles os casos gerais do país", observou.

Segundo André Panzo, até 28 de outubro, dia agendado para realização de uma marcha de solidariedade em prol da prevenção e combate do cancro, serão desenvolvidas pelo país um conjunto de atividades de sensibilização, nomeadamente palestras e feiras de saúde.

Diz entidade reguladora
A água para consumo humano apresenta uma "excelente qualidade", garante um relatório da entidade gestora do setor,...

O relatório anual sobre o "Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano" referente a 2016, publicado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), "confirma que a água para consumo humano em Portugal continental apresenta uma excelente qualidade".

Portugal "mantém o nível de excelência com o indicador de água segura na ordem dos 99%, podendo garantir-se à população que pode beber água da torneira com confiança", assegura a ERSAR.

No ano passado, a ERSAR realizou 50 ações de fiscalização para verificar o cumprimento dos requisitos legais do regime da qualidade da água para consumo humano e, do total das ações de fiscalização, 84% foram realizadas no norte e centro do país.

No norte e centro "ainda persistem alguns problemas pontuais de qualidade da água, geralmente em pequenas zonas de abastecimento", refere a ERSAR.

"Os processos de contraordenação instruídos incidiram, essencialmente, no incumprimento de prazos administrativos relativamente à comunicação de incumprimentos à ERSAR e às autoridades de saúde", acrescenta.

Quanto às análises à qualidade da água na torneira, foram realizadas "a quase totalidade" das impostas pela lei, com a frequência de amostragem nos 99,92%, ou seja, ficaram por efetuar "416 análises em mais de meio milhão" de obrigatórias.

Nas 400 mil análises realizadas, o cumprimento dos valores paramétricos atingiu 98,77%, segundo a ERSAR, e em 1,23% das análises realizadas, os parâmetros que evidenciam maior número de incumprimento são "o pH, devido às caraterísticas hidrogeológicas das origens de água, e os microbiológicos, por ineficiência da desinfeção, tendo neste caso ocorrido uma ligeira melhoria, quando comparado com 2015".

Nas situações de incumprimento, "as entidades gestoras, em articulação com as autoridades de saúde e a ERSAR, tomaram as medidas adequadas para garantir a proteção da saúde humana, sempre que tal se tenha justificado", aponta a entidade gestora.

Em 2016, salienta, as 15 entidades gestoras em alta, que vendem a água aos municípios, continuaram a revelar globalmente resultados acima da meta de 99%, apresentando o indicador água segura o valor de 99,73%.

O desempenho das entidades gestoras em baixa - que abastecem os consumidores -, "continua a refletir as assimetrias regionais", sendo no interior, com maiores carências de recursos humanos, técnicos e financeiros, que "se concentram os incumprimentos ocorridos".

Cerca de 90% dos incumprimentos ocorreram nas pequenas zonas de abastecimento que servem menos de 5.000 habitantes (na globalidade servem apenas 14% da população).

Galardão
O prémio Nobel da Medicina foi hoje atribuído em conjunto aos investigadores Jeferry C. Hall, Miichael Rosbash e Michael W....

Segundo o porta-voz do comité Nobel, os três investigadores norte-americanos foram distinguidos pelas "descobertas dos ritmos moleculares que regulam o ciclo circadiano", que dura um dia (24 horas) e permite aos seres vivos adaptarem-se às diferentes alturas do dia e da noite.

O ritmo circadiano representa o período de 24 horas no qual se completam as atividades do ciclo biológico dos seres vivos. Uma das funções deste sistema é o ajuste do relógio biológico, controlando o sono e o apetite.

No ano passado, o Nobel da Medicina tinha sido atribuído ao japonês Yoshinori Ohsumi pelas suas investigações sobre a autofagia.

Os prémios Nobel, criados em 1895 pelo químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite), foram atribuídos pela primeira vez em 1901.

Foram atribuídos até hoje 108 prémios Nobel da Medicina e em apenas 39 vezes foram entregues a um único laureado.

Até hoje, 12 mulheres receberam o Prémio Nobel da Medicina.

O mais novo laureado com este Nobel foi Frederick G. Banting, de 32 anos de idade, que foi distinguido em 1923 pela descoberta da insulina.

400 novos casos por ano
O cancro da tiróide é raro embora a sua frequência tenha aumentado nos últimos anos.

A tiroide é uma pequena glândula em forma de borboleta localizada na parte anterior e inferior do pescoço, imediatamente abaixo da maçã-de-Adão. Tem dois lobos direito e esquerdo, e cada um mede cerca de 4cm de comprimento e 2 cm de largura.

Tem como função produzir, armazenar e libertar para o sangue as hormonas tiroideias, sendo as principais a T3 e a T4. Estas são indispensáveis para o normal funcionamento do organismo. O seu excesso ou deficiência são causa de várias doenças.

As doenças da tiroide são frequentes em especial nas mulheres. Cerca de 40% das mulheres com mais de 40 anos apresentam alterações da tiroide, que se podem manifestar por alterações do funcionamento das células tiroideias ou pela formação de pequenos nódulos (“caroços”).

Os nódulos da tiroide são muito frequentes, mas só em cerca de 5% dos casos são malignos (cancro ou carcinoma da tiroide).

O cancro da tiroide é raro embora a sua frequência tenha aumentado nos últimos anos. Em Portugal diagnosticam-se cerca de 400 novos casos por ano, representando cerca de 1% de toda a patologia oncológica registada.

O tratamento e prognóstico dependem do tipo de células da tiroide a partir das quais se desenvolve e da fase do carcinoma à data do diagnóstico. Os carcinomas diferenciados da tiroide, que incluem o carcinoma papilar e o carcinoma folicular, representam cerca de 90% dos casos de cancro da tiroide. São cerca de quatro vezes mais frequentes nas mulheres do que nos homens e habitualmente têm bom prognóstico.

As causas não estão bem determinadas. O cancro da tiroide é mais frequente em pessoas com exposição prévia a altas doses de radiação, com história familiar de cancro da tiroide e com idade superior a 40 anos. Na maioria dos casos não há uma causa identificável.

Como se diagnostica?

O cancro da tiroide manifesta-se por um nódulo e habitualmente não provoca qualquer sintoma. Só em fases avançadas, quando o nódulo atinge grandes dimensões pode provocar dor, dificuldade em engolir ou rouquidão.

As análises de sangue (T3, T4 e TSH) na grande maioria das situações são normais.

Muitas vezes é detetado pelo próprio, que palpa um nódulo no pescoço ou pelo médico no exame físico de rotina. Habitualmente é diagnosticado por ecografia.

A ecografia permite avaliar as dimensões, crescimento e características do nódulo. Os achados ecográficos podem ser sugestivos de malignidade em especialmente em nódulos grandes (>1 cm).

Para melhor caracterizar estes nódulos é indispensável a realização de uma citologia aspirativa  com agulha fina. Consiste na punção dos nódulos sob controlo ecográfico para colheita de células para serem analisadas. É um exame de fácil execução, rápido e pouco doloroso.

Só nódulos com dimensões de 1 – 1,5 cm têm indicação para citologia. Nalguns casos a quantidade de material aspirado pode ser insuficiente e não permitir afirmar com segurança que os nódulos sejam benignos ou malignos e por isso ser necessário repetir o exame. Numa minoria de situações o resultado da citologia é sugestivo de malignidade. Neste caso a pessoa deve ser orientada para cirurgia. O diagnóstico definitivo é feito pelo estudo da porção de tiroide retirada na cirurgia.

Apesar de ser orientador a fiabilidade deste exame não é de 100% e por isso é importante manter vigilância periódica dos nódulos benignos.

De um modo geral o prognóstico do cancro da tiroide é excelente.

Em pessoas com menos de 45 anos e com carcinomas papilares limitados à tiroide, a sobrevivência aos 10 anos é de cerca de 100% e a causa de morte não se relacionará com a doença da tiroide.

O prognóstico piora nas situações em que a remoção do carcinoma não pode ser total com cirurgia ou não é destruído com iodo radioativo. Mesmo nestas situações o prognóstico e qualidade de vida são fracamente bons, quando comparados com outros tumores malignos.

A substituição das hormonas tiroideias permite uma vida normal.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Idosos
O professor da Universidade Católica do Porto, João Costa Amado, especialista em cuidados para os idosos, considera que a saúde...

"As pessoas devem procurar, desde novas, ver a saúde como de facto é: um direito mas também um dever. Devemos ter uma saúde cada vez melhor para garantirmos uma velhice o mais saudável possível", disse à Lusa o docente do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica do Porto, a propósito do dia Dia Internacional das Pessoas Idosas.

Segundo o especialista, no final de 2016, Portugal registou, pela primeira vez, mais de quatro mil idosos com mais de 100 anos, passando a ter um índice de envelhecimento que "compromete a sobrevivência de população", situação que se deve, sobretudo, aos défices de nascimento, ao aumento da sobrevivência e à diminuição da mortalidade.

"A pirâmide etária da população tem evoluído e invertido", explicou, indicando que esse fenómeno surgiu "no virar do século", quando a percentagem de jovens passou a ser inferior à população idosa.

De acordo com o especialista, as assimetrias quanto à distribuição geográfica dos idosos "são grandes", com o sul e as zonas interiores "muito mais problemáticas" que o norte e o litoral.

"O Alentejo é a zona geográfica em que a pirâmide está mais invertida e onde sobrevivência das comunidades está mesmo em risco", afirmou.

Embora considere que no norte do país os problemas não são tão graves, no Porto, por exemplo, a taxa de envelhecimento situa-se acima dos 20%, com um índice aumentado nas freguesias menos habitadas.

Também o distrito de Braga, "considerado o mais jovem do país quando Portugal entrou para a comunidade europeia, tem aumentado progressivamente o seu índice de envelhecimento", contou.

Para o docente, é importante que seja feita uma aposta na formação e nas competências práticas dos cuidadores responsáveis pelo tratamento da população sénior, "muito diferente" daquele que é prestado às crianças, jovens ou adultos.

"É preciso formar as equipas em cuidados de saúde primários para que os idosos que vivem sozinhos, os idosos que cuidam dos idosos e as pessoas que estão à frente de instituições de apoio - como lares ou residências -, tenham e proporcionem uma melhor qualidade de vida a esta população", referiu.

O coordenador do Mestrado em Gerontologia e Cuidados Geriátricos do ICS acrescentou que, em momentos de crise, os cuidadores informais têm de ter formação suficiente para encaminhar e conhecer os riscos associados a essas situações, bem como uma visão crítica para adotar as melhores estratégias.

Outro ponto importante, na opinião de João Costa Amado, passa pela avaliação contínua das intervenções que são realizadas, de forma a verificar se as entidades e cuidadores estão "a satisfazer as necessidades dos idosos".

Essa formação deve abordar, entre outros tópicos, a gestão de medicamentos e de aspetos relacionados com défices mentais, auditivos ou visuais e a adaptação das casas às pessoas com dificuldades de mobilidade.

O especialista acredita ainda que os cuidadores informais têm uma vantagem importante em relação às instituições, que deriva da relação afetiva e da proximidade que estes têm com os idosos.

Além disso, "sai muito mais barato à sociedade se esses cuidados forem prestados por um cuidador informal que seja familiar ou alguém próximo do idoso", visto que os custos à nível domiciliário "são muito inferiores" aos exigidos nas instituições, concluiu.

EMA
Portugal irá cumprir o calendário necessário para garantir a continuidade dos trabalhos da Agência Europeia do Medicamento,...

Bruxelas publicou hoje a avaliação às 19 propostas dos Estados-membros para acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA), onde se inclui a candidatura portuguesa da cidade do Porto, na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia.

Numa nota hoje emitida, a Comissão Europeia indica que "avaliou todas as ofertas de forma objetiva, com base nos critérios estabelecidos" em junho, acrescentando que esta avaliação respeita a decisão dos países "no sentido da não ponderação dos critérios" e que "não apresenta qualquer classificação ou lista restrita de candidatos".

As candidaturas foram avaliadas em função de seis critérios: as condições dos espaços propostos, a acessibilidade, a oferta educativa, as condições a nível do mercado de trabalho, da segurança social e de assistência médica, a continuidade das operações e o número de agências europeias descentralizados em cada país.

Relativamente à operação da agência, Portugal dá "o compromisso geral de cumprir com o calendário necessário para garantir a continuidade" dos trabalhos da EMA e refere que os edifícios sugeridos estarão disponíveis "no máximo em janeiro de 2019", refere o documento.

Portugal indica ainda a possibilidade de a agência recrutar especialistas portugueses em investigação e ciências médicas e de reter os trabalhadores atuais, bem como a disponibilidade de o Infarmed reforçar a cooperação com a EMA no que se refere aos recursos humanos, científicos e técnicos.

Quanto ao último critério, Bruxelas recorda que Portugal acolhe em Lisboa duas agências europeias descentralizadas: o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e a Agência Europeia da Segurança Marítima.

Bruxelas recorda que a proposta do Porto indica três possíveis localizações - o Palácio Atlântico, o Palácio dos Correios e uma local na Avenida Castelo Branco - os quais estariam em conformidade com as exigências da EMA relativamente a escritórios, salas de reunião, auditórios, área de receção e arquivo "sem dar informação específica sobre o Palácio Atlântico".

O Porto tem também voos diretos de e para 14 capitais europeias com uma frequência entre os dois e os 120 voos por semana e uma duração que varia entre os 46 minutos e as três horas e 56 minutos, bem como transportes públicos entre o aeroporto e os locais propostos a cada 15 a 25 minutos.

No que se refere ao critério da educação, a Comissão indica que o Ministério da Educação está preparado para criar uma equipa para assistir as crianças dos trabalhadores da EMA na sua integração no sistema educativo português.

Já no critério do mercado de trabalho, a proposta de Portugal indica "acesso a segurança social e a cuidados de saúde para os filhos e para os cônjuges dos trabalhadores" da EMA, mas "não fornece informação sobre oportunidades de trabalho", dando conta da existência de serviços de apoio a desempregados que ajudam os residentes a encontrar trabalho.

Além da Agência Europeia do Medicamento, também a Agência Bancária Europeia (EBA), atualmente em Londres, terá de ser deslocada, tendo a Comissão igualmente divulgado hoje a avaliação às oito candidaturas submetidas, sem qualquer classificação ou ordenação.

A decisão de relocalizar estas duas agências europeias cabe aos governos dos 27 Estados-membros e é uma consequência direta da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia e, embora não faça parte das negociações do 'Brexit', deverá ser examinada exclusivamente pelos 27 Estados-Membros da UE.

Bruxelas tem apelado reiteradamente a que haja uma decisão rápida, tendo em conta que se trata de duas das principais agências reguladoras do mercado único da UE, essenciais para a autorização dos medicamentos e para a regulação dos bancos, e que deverão continuar a funcionar sem interrupção após março de 2019.

A candidatura da cidade do Porto para acolher a sede da EMA está a competir com Amesterdão, Atenas, Barcelona, Bona, Bratislava, Bruxelas, Bucareste, Copenhaga, Dublin, Helsínquia, Lille, Malta, Milão, Sofia, Estocolmo, Viena, Varsóvia e Zagreb.

Já para a sede da EBA, as oito cidades concorrentes são Bruxelas, Dublin, Frankfurt, Luxemburgo, Paris, Praga, Viena e Varsóvia.

A EMA conta atualmente com 890 trabalhadores e recebe cerca de 35 mil representantes da indústria por ano, enquanto a EBA tem 159 funcionários, segundo dados da União Europeia.

Deteção precoce
Investigadores portugueses estão a participar de um projeto internacional que visa desenvolver um dispositivo portátil para...

Este projeto foi distinguido com o Prémio de Inovação em Saúde i3S - Hovione Capital, um prémio internacional criado este ano pela companhia de investimentos Hovione Capital e pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), no valor de 35 mil euros, que visa distinguir ideias inovadoras na área da saúde e que foi entregue esta quinta-feira, nas instalações do instituto.

O dispositivo, que utiliza pequenas amostras minimamente invasivas de sangue (dois ou três microlitros), possibilita a obtenção de uma análise em poucos minutos, explicou à Lusa a investigadora Inês Pinto, do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), de Braga, a entidade portuguesa envolvida no projeto.

O resultado é conseguido através da verificação da existência de um biomarcador "inovador", identificado por esta equipa de investigadores.

Esta tecnologia portátil desenvolvida pela equipa é diferente das existentes atualmente em ambiente hospitalar e permite uma maior flexibilidade em termos de monitorização de uma doente, mesmo depois de já ter sido diagnosticada com cancro do ovário.

"Não é necessário um laboratório tecnologicamente elaborado ou um técnico especializado para operar este novo dispositivo visto que pode funcionar como um teste simples e rápido, o que leva à uma redução significativa de custos e permite uma descentralização de serviços", disse a investigadora.

Para além disso, o diagnóstico conseguido com este dispositivo, que foi desenvolvido em parceria com a Swansea University College of Engineering e o Centro de NanoHealth, do Reino Unido, permite às doentes ter uma terapêutica "mais adequada".

Este dispositivo pode ser utilizado com outros biomarcadores, para detetar outros tipos de doença, contou Inês Pinto.

De acordo com a cientista, o cancro do ovário é detetado, em mais de 75% dos casos, em estados avançados, estando associado uma elevada taxa de mortalidade.

Os exames tradicionais para a sua deteção passam pela ultrasonografia transvaginal e pela análise dos níveis do biomarcador CA125 no sangue, através do teste Elisa, "mais dispendiosos" do que esta nova tecnologia.

Segunda a investigadora, outra das limitações dos testes tradicionais prende-se com o biomarcador CA125, classicamente utilizado para o diagnóstico desta patologia, que "não é suficientemente específico".

Nesse sentido, "a urgência de um teste como este era efetivamente muito grande", visto que possibilita um diagnóstico precoce, continuou.

A tecnologia, que se encontra numa fase de otimização, teve início há cerca de cinco anos, no âmbito da investigação em biologia.

O Prémio de Inovação em Saúde i3S - Hovione Capital conta com o apoio do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT-Health), e com a parceria da Blueclinical, da Patentree, da SRS Advogados e da Impact Science, do Reino Unido, e da Agência Nacional de Investigação (ANI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).

Foram também distinguidos o projeto "AntiBioCoat", desenvolvido por investigadores do i3S, que propõe um novo tipo de revestimento antiadesivo para cateteres, e o "Delox", da Universidade de Lisboa, que apresentou um novo processo de vaporização de peróxido de hidrogénio para esterilização em ambiente hospitalar.

Outro dos primados foi o "MagCyte", do Instituto Superior Técnico (IST), de Lisboa, e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), do Porto, que consiste numa nova abordagem para deteção de células cancerígenas.

Um dispositivo biónico para aplicação dentária, que deteta e informa sobre a pressão durante a mastigação, denominado "SmartTooth" e criado pelo IPO-Porto, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e pela empresa GadgetWhisper, foi ainda distinguido.

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos avisa que os dados dos doentes estão demasiado acessíveis nos hospitais a diferentes profissionais e...

“Os médicos têm potencialmente acesso a qualquer informação clínica de um doente e nem sei se deviam ter acesso a todas. Mas não são só os médicos que têm acesso, há outros profissionais que também têm”, afirmou à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Médicos.

Miguel Guimarães adianta que, enquanto era presidente da Secção Regional do Norte da Ordem, chegou a lançar à Comissão Nacional de Proteção de Dados o desafio de “verificar o que se passa nos hospitais” a este nível.

Para o bastonário, são atualmente muito poucos os dados dos doentes que têm uma proteção que possa ser considerada adicional.

“Isto é um problema atual. Mas quem é responsável pela partilha dessa informação de doentes não são os médicos”, comentou Miguel Guimarães.

Aliás, o bastonário discorda que tenha de caber aos médicos pedir aos doentes consentimento para partilhar informações do doente quando o médico não controla para onde vai essa informação.

“Numa questão em que os dados passam estar disponíveis num local em que potencialmente podem ter vários utilizadores, tenho dúvidas que a responsabilidade dessa partilha deva ser do médico e não do Estado português”, considerou.

Médicos de família estão a ter de pedir aos doentes consentimento para partilhar os resultados de exames com outros profissionais, através de uma plataforma eletrónica, o que já suscitou um pedido de parecer jurídico da Ordem.

Uma médica de família denunciou a situação à Ordem dos Médicos, numa carta tornada pública pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), pedindo apoio para o que considera ser "o mais recente devaneio dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS)".

Em causa está uma alteração na aplicação informática dos médicos de família que passa a obrigar os clínicos a pedir aos doentes consentimento informado para partilha, numa plataforma eletrónica, dos resultados dos meios complementares de diagnóstico realizados na medicina convencionada.

Fiscalização
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu 1,2 toneladas de alimentos e instaurou um processo-crime e 25...

Durante as ações de fiscalização, que decorreram no âmbito da “Operação Controlo de Mercadorias”, foram apreendidos bens num valor de cerca 20 mil euros, incluindo também mais de 1.100 unidades de produtos diversos.

As principais infrações registadas pela ASAE incluem “o incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, a falta de rotulagem e irregularidades relativas ao controlo metrológico obrigatório”, lê-se no comunicado.

No âmbito desta operação foram fiscalizados cerca de 1.700 operadores e verificadas as condições de higiene do transporte de mercadorias, o controlo de temperatura, a rotulagem dos produtos e a documentação de acompanhamento das mercadorias.

Entre os produtos controlados, a ASAE inclui carnes, pescado, fruta, hortícolas, pão, têxteis, calçado, peças de automóveis, produtos da construção e artigos para o lar.

A operação, em colaboração com a PSP e a GNR, envolveu 150 inspetores e estendeu-se a cerca de 50 locais em todo o território de Portugal continental.

As ações de fiscalização realizaram-se entre quinta-feira e hoje, com o objetivo de verificar as condições de transporte de mercadorias em circulação nas principais vias de acesso aos grandes centros urbanos, industriais, mercados abastecedores e zonas fronteiriças.

IPMA
Três distritos do continente e o arquipélago da Madeira estão hoje e terça-feira sob ‘aviso amarelo’ devido à previsão de tempo...

De acordo com o Instituto, os distritos de Setúbal, Santarém e Lisboa vão estar, entre as 06:00 de hoje e as 21:00 de terça-feira, sob ‘aviso amarelo’ devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima.

Em Lisboa prevê-se uma temperatura máxima de 34 graus Celsius, em Setúbal 36 e em Santarém 37.

Também o arquipélago da Madeira vai estar hoje sob ‘aviso amarelo’ devido à previsão de tempo quente entre as 06:00 de hoje e as 21:00 de terça-feira.

No Funchal, as temperaturas vão oscilar entre 22 e 28 graus Celsius.

O aviso amarelo, o terceiro de uma escala de quatro, é emitido pelo IPMA sempre que há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O que precisa saber
Anafilaxia ou Angioedema são as principais complicações, embora raras, da urticária.
Mão a coçar o braço

O que é a urticária?

A urticária é uma doença que afeta 15-20% da população em algum momento da vida. Caracteriza-se pelo aparecimento súbito de lesões avermelhadas na pele, com relevo, que provocam prurido (comichão) ou, menos frequentemente, sensação de queimadura ou ardor.

As lesões podem surgir em qualquer parte do corpo, ter dimensões variáveis e confluir dando origem a lesões maiores.

Caracteristicamente, cada lesão desaparece em menos de 24 horas sem deixar qualquer marca na pele, enquanto novas lesões vão aparecendo noutros locais.

Na maioria dos casos a urticária dura menos de 6 semanas (urticária aguda), mas raramente pode persistir além das 6 semanas (urticária crónica).

Qual a causa da urticária?

A urticária é desencadeada pela libertação de histamina e outras substâncias vasoativas pelos mastócitos (um tipo de célula localizada na pele), causando a inflamação dos tecidos.

Na maioria dos casos não é possível identificar as situações específicas que ativam os mastócitos, sendo a urticária classificada como espontânea.

Nos casos em que a causa é conhecida (urticária induzida), esta pode ser devida a: alergia alimentar (ex: marisco, frutos secos, ovo), alergia a medicamentos (ex: antibióticos, anti-inflamatórios),  infeções (ex: gripe, gastroenterite), doenças associadas (ex: lúpus eritematoso, doenças da tiróide), fatores físicos (ex: sol, calor, frio, água), exercício físico, stress emocional.

Como é feito o diagnóstico da urticária?

O diagnóstico da urticária é clínico, sendo feito pela observação de lesões características e história típica de aparecimento rápido.

Nos casos com duração superior a 6 semanas (urticária crónica), deverá ser feita avaliação em consulta de Dermatologia para confirmação diagnóstica e despiste de doenças associadas por meio de exames laboratoriais. O exame da pele (biópsia) pode ser necessário para diferenciar de outras doenças da pele.

Como se trata a urticária?

O tratamento da urticária engloba o controlo sintomático e, sempre que possível, a evicção dos fatores desencadeantes conhecidos.

Para o alívio dos sintomas, os medicamentos anti-histamínicos H1 não sedativos (que não provocam sonolência) são os fármacos de eleição. Nos casos mais persistentes, outros grupos de medicamentos podem ser necessários.

Qual o prognóstico?

Na maioria dos casos a urticária não é grave, embora possa comprometer significativamente a qualidade de vida pelo incómodo que provoca (comichão habitualmente muito intensa, afetando o trabalho e sono).

A urticária pode ainda, em alguns casos, ser sinal de uma doença interna.

Duas possíveis complicações podem colocar a vida em risco e requerem tratamento de urgência:

- Angioedema : caracteriza-se por edema (tumefação) das camadas mais profundas da pele, afetando habitualmente as pálpebras, lábios, língua, garganta, genitais, mãos e pés. Acompanha frequentemente a urticária, embora também possa ocorrer de forma isolada. Nas formas mais graves pode provocar dificuldade em respirar ou deglutir, sendo necessário recorrer de imediato ao serviço de urgência.

- Anafilaxia: a urticária pode ser uma das primeiras manifestações de uma reação alérgica grave denominada anafilaxia, que pode resultar em dificuldade respiratória, perda de consciência ou mesmo morte se não for imediatamente tratada.

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Opinião
Para assinalar o Dia Internacional das Pessoas Idosas, o especialista em neuropsicologia André Carva

Por definição e com base em evidencias científicas sabe-se que o envelhecimento comporta em si riscos de aumento da vulnerabilidade e doença que se podem agravar se o contexto social e a rede de suporte forem fracos.

Certo é que a esperança média de vida tende a continuar a aumentar devido às técnicas de diagnóstico e tratamentos mais eficazes em saúde havendo cada vez mais possibilidade de acesso à prestação de cuidados a um número crescente de Idosos. Mas, também, há mudanças a nível dos paradigmas familiares na sociedade e na forma como o tempo é consumido à velocidade em que a informação circula. E esta evolução dos acontecimentos talvez ainda não se traduza, na prática, em mais suporte e menos monotonia nas rotinas de alguns Idosos. O que me faz pensar qual será então o melhor caminho no estilo de vida dos “mais-velhos” até porque, vamos sendo progressivamente mais diferenciados e exigentes à medida que o tempo avança e evolui.

Enquanto especialista a trabalhar diariamente com população em idade geriátrica preocupo-me se esta evolução vai no sentido de responder as necessidades efetivas, reais e distintas nas rotinas de quem envelhece? Já se conhecem os benefícios do envelhecimento ativo e saudável, em oposição a uma atitude condescendente e passiva, estimulando-se a criação de espaços para a participação social. Excelente! Mas por onde começar afinal? A que instituição ou profissional de saúde recorrer? O que dizer ao cidadão Idoso? Qual o primeiro passo?...em resposta, aproveitava este dia para relembrar que o Idoso tem direito ao seu livre-arbítrio. 

Tenho observado na terceira idade a persistência de memórias remotas que exponencial trazem muitas vivencias passadas positivas e outras menos saudáveis contextualizadas nos mais diversos temas: trabalho, finanças, família, viagens, relações e doenças. Por isso, em vez de nos centrarmos como ponto de partida em questões relativas à qualidade de vida e definição de problemas formais quanto à manutenção da autonomia funcional nas atividades de vida diária e etc., lembre-se, se interagir com um Idoso de lhe perguntar simplesmente “se quer ou precisa de alguma coisa?”.

Há que começar por perguntas simples e diálogos genuínos, interessados e com escuta-ativa. Porque uns gostam de não estar parados “porque parar é morrer” e outros gostam de aprender coisas novas “porque o saber não ocupa lugar” e outros, como tantos, gostam apenas de contemplar em silêncio.

Parta sempre do principio que não consegue adivinhar as suas necessidades, desejos e vontades porque afinal os “mais-velhos” são, também aqueles, que mais anos de juventude têm colecionados! 

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Dia Mundial do Cancro Digestivo – 30 de Setembro
A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) avança que há uma morte por hora com cancro digestivo em Portugal .

Três das doenças que mais matam em Portugal são do aparelho digestivo: cancro do cólon (1ª causa de morte por cancro digestivo em Portugal), cancro do estômago e do fígado.

Os cancros do aparelho digestivo representam 10 por cento da mortalidade portuguesa.

Números preocupantes para os gastrenterologistas portugueses que demonstram a importância de mudar hábitos alimentares e apostar na prevenção destas doenças. A deteção precoce destas patologias é essencial especialmente no caso do cancro do cólon e recto, que pode evitar mesmo o desenvolvimento desta doença.

O médico gastrenterologista tem um papel fundamental no âmbito do cancro digestivo uma vez que pode efetuar um diagnóstico atempado e promover a realização dos exames endoscópicos necessários, ou ainda de outros exames complementares.

O Presidente da SPG, Luís Tomé, esclarece que “é importante que a população tenha uma alimentação saudável, combata o sedentarismo e que realize consultas médicas regulares como forma de prevenção dos vários tipos de cancro digestivo”.

Em alguns tipos de cancro digestivo, como é o caso do Cancro do cólon e reto, a prevenção através da colonoscopia pode permitir a deteção de lesões benignas (pólipos) que podem degenerar em 90-95% dos cancros e que, se forem diagnosticados nessa fase, ainda benigna e retiradas endoscopicamente, podem significar a cura da doença.

O rastreio por colonoscopia total diminui o risco de morte por cancro do cólon e recto em 30 a 50 por cento

Tribunal
Um médico, acusado de homicídio por negligência pela morte de uma mulher na urgência de Peniche do Centro Hospitalar do Oeste,...

O juiz de Instrução Criminal de Leiria decidiu pronunciar o médico de clínica geral como autor do crime, de acordo com o despacho instrutório, datado de maio, depois de o Ministério Público ter arquivado o caso e de, em consequência, a família da vítima ter recorrido da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa.

Segundo a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, a 05 de janeiro de 2015, a vítima deu entrada na urgência e foi atendida pelas 09:51 pelo médico, queixando-se de "dores no peito e pescoço", motivo pelo qual foi pedido um raio-x (RX) torácico pelas 10:41.

Pelas 11:16, o arguido observou o resultado do exame e "concluiu não haver lesões", afastando a "hipótese de enfarte do miocárdio", apesar de no RX ser visível existir um "alargamento do mediatismo superior".

O problema apontado era indicativo de um eventual aneurisma coronário, que "impunha a realização de uma TAC [Tomografia Axial Computorizada]" e o consequente reencaminhamento da doente para a urgência das Caldas da Rainha, por não haver TAC em Peniche.

A vítima foi mantida em observação na urgência de Peniche, sem ser transferida para as Caldas da Rainha para efetuar o exame e, a confirmar-se o diagnóstico, ser sujeita a intervenção cirúrgica.

A TAC foi pedida pelas 18:40, assim como um ecocardiograma e uma eletrocardiograma, face à "persistência das dores torácicas".

Os exames "não foram a tempo" e a mulher faleceu pelas 19:30, vítima de "tamponamento cardíaco [rutura de uma veia do coração] decorrente de aneurisma coronário".

O médico "deveria ter-se aconselhado com o médico de medicina interna e solicitado o transporte de urgência para Caldas da Rainha", conclui a acusação, segundo a qual se o médico tivesse agido de forma devida a "morte não sucederia".

O despacho instrutório refere que "a leitura do RX torácico mudaria todo o rumo" dos acontecimentos, concluindo ter havido uma "negligência inconsciente".

O médico está aposentado, mas continua a exercer na urgência de Peniche, através de uma empresa que presta serviços para o Centro Hospitalar do Oeste.

Os hospitais de Peniche e de Caldas da Rainha, assim como o de Torres Vedras, pertencem ao Centro Hospitalar do Oeste.

Diagnóstico pode ser feito com uma simples gota de sangue
O Dia Mundial da Doença de Gaucher assinala-se a 1 de outubro e tem como objetivo alertar a população para uma patologia rara...

Tabita Magalhães Maia, Hematologista responsável pela consulta de Gaucher e do sector de Patologia do Glóbulo Vermelho do serviço de Hematologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, explica que “A doença de Gaucher é uma doença hereditária rara causada por um défice de uma enzima responsável por digerir uma gordura, o glucocerebrosídeo, que se acumula dentro de um tipo de células chamadas macrófagos. É uma doença autossómica recessiva, o que significa que as pessoas que só herdaram a mutação genética de um dos pais são portadores, mas não têm a doença, se os dois elementos de um casal forem portadores, têm, em cada gestação, 25% de probabilidade de ter um filho com a doença.”

A especialista explica ainda que “a falta desta enzima, que se chama glucocerebrosidase, leva à acumulação de substâncias dentro dos lisossomas que estão presentes em vários tecidos e órgãos, como por exemplo o baço, o fígado e a medula óssea. Assim, vai haver uma acumulação de material nestes órgãos, que aumentam de volume (baço e fígado), a medula óssea fica com dificuldade em produzir as células do sangue (o que leva a anemia, falta de plaquetas e/ou glóbulos brancos baixos), os ossos ficam mais frágeis e podem apresentar lesões múltiplas (com dor óssea crónica e/ou aguda, fraturas ósseas patológicas) e pode inclusivamente atingir o sistema nervoso. É por isso uma doença grave, crónica, progressiva e multissistémica que se pode apresentar com um conjunto muito variado de sinais e sintomas que são comuns a outras doenças. Este facto faz com que o diagnóstico da Doença de Gaucher nem sempre seja suspeitado e o quadro clínico se agrave progressivamente”.

Hoje em dia o diagnóstico pode ser feito com uma simples gota de sangue de uma picada no dedo, quase indolor. Trata-se de uma doença que pela sua cronicidade e progressão se não for tratada pode levar a uma sintomatologia exuberante, incapacitante e a uma morte precoce. Desde há vários anos que existe tratamento para a Doença de Gaucher, que consiste na administração quinzenal ou mensal, por via endovenosa, da enzima em falta. Quando o tratamento é iniciado atempadamente, há desaparecimento da quase totalidade dos sinais e sintomas e uma normal qualidade de vida. Outra opção terapêutica, indicada apenas para alguns doentes é um medicamento oral que ajuda à redução destas substâncias.

Já há um destes medicamentos em Portugal e, muito em breve, será lançado um outro. “Em Portugal existem cerca de 100 doentes diagnosticados, mas acreditamos que se trata de uma doença infra diagnosticada, sobretudo a doença de Gaucher de aparecimento tardio. Apesar de ser uma doença genética, uma parte significativa dos casos é diagnosticada na idade adulta. Dos doentes com indicação para tratamento, temos já alguns com mais 15 anos sob tratamento enzimático de substituição com recuperação dos valores hematológicos, volume orgânico e com ótima qualidade de vida. 1/3 Em síntese: a doença de Gaucher tem um leque muito variado de apresentações clinicas, obrigando ao diagnóstico diferencial com uma série de outras patologias. Pode-se apresentar em qualquer idade e o diagnóstico é fácil e rápido. O tratamento de substituição enzimática não tem efeitos colaterais e tem ótimos resultados, com recuperação dos valores hematológicos, redução do volume orgânico e prevenção das lesões ósseas”, conclui a Tabita Magalhães Maia.

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