Estudo AGING POSITIVE
A Infeção VIH/SIDA está a aumentar na população de adultos mais velhos e idosos.

Este aumento deve-se, fundamentalmente, a duas circunstâncias. Em primeiro lugar, a terapia antirretroviral aumentou a esperança de vida dos doentes, permitindo que pessoas que se infetaram mais jovens, tenham uma expectativa de longevidade quase comparável à da população em geral. Por outro lado, as novas infeções adquiridas em idades mais avançadas estão também a aumentar, correspondendo a 18,5% dos novos diagnósticos na Europa em 2016. Em Portugal, esta tendência é ainda mais acentuada, constituindo 25% dos novos diagnósticos em 2016. Nesse ano, foram notificados 1.030 novos casos de infeção VIH, correspondendo a uma taxa de 10/100.000 habitantes, uma das mais elevadas da Europa Ocidental, de acordo com o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e da OMS publicado em novembro de 2017.

A infeção VIH é, atualmente, considerada uma doença crónica: com um tratamento adequado as pessoas podem viver mais tempo e com qualidade de vida. Contudo, algumas doenças associadas ao envelhecimento, como sejam as doenças cardiovasculares, dislipidémia, doença renal, demência e algumas neoplasias têm uma maior preponderância nos doentes com infeção VIH. O tratamento destas condições e a possibilidade do seu agravamento com a infeção e/ou os fármacos antirretrovirais, bem como a gestão das frequentes interações medicamentosas determinam a necessidade de uma vigilância médica regular destes doentes em unidades de saúde especializadas e veio trazer novos desafios aos profissionais de saúde.

De modo a podermos conhecer com maior profundidade a realidade portuguesa, realizou-se, em 2016, um estudo de âmbito nacional, em 7 hospitais especializados, de norte a sul do país. O estudo AGING POSITIVE é, assim, o primeiro estudo realizado a nível nacional, multicêntrico e observacional, junto da população adulta com 50 ou mais anos infetada por VIH, que veio permitir caracterizar a população que envelhece com VIH em Portugal. Foram incluídos 401 doentes, com uma idade media de 59,4 anos, maioritariamente do sexo masculino (72,6%), todos sob tratamento antiretroviral e com supressão viral mantida. O tempo médio de duração da infeção VIH foi de 12 anos. Os resultados, que foram apresentados na conferência da Sociedade Clínica Europeia de Sida, (EACS) em outubro de 2017, revelaram uma prevalência muito elevada de co-morbilidades, nomeadamente hipercolesterolémia (60,8%), hipertensão arterial (39,7%) e depressão/ansiedade (23,9%). Outras co-morbilidades com prevalência elevada foram também a diabetes mellitus (13.5%), a insuficiência renal (8%) e as neoplasias (8%), entre outras. Os fármacos antilipídicos e os anti-hipertensores foram os medicamentos mais frequentemente prescritos. Em 56% dos casos, para além do seguimento hospitalar, os doentes tinham também seguimento nos cuidados de saúde primários.

Este estudo confirmou a elevada prevalência de co-morbilidades e medicações concomitantes nos doentes mais velhos que vivem com VIH em Portugal. Um dos riscos mais importantes que este estudo permite antever é a possibilidade de interações medicamentosas, potenciado pela gestão partilhada do doente com médicos não especialistas e pela necessidade de tratamentos para outras co-morbilidades. A escolha de tratamentos antirretrovirais com menor risco de interações medicamentosas torna-se assim de extrema importância nesta faixa etária.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação Nacional das Farmácias
As farmácias estão a vender menos vacinas contra a gripe do que em igual período do ano passado, com menos 57.500 vacinas...

O barómetro da época gripal 2017/2018 da ANF indica que entre 01 de outubro e quarta-feira foram vendidas nas farmácias 433.741, conta as 491.213 dispensadas em igual período do ano passado.

Em outubro, a diminuição nas vendas das vacinas contra a gripe situou-se nos 14,83%, passando das 339.402 embalagens vendidas em 2016 para as 298.080 este ano.

A quebra continuou em novembro, com menos 10.727 embalagens dispensadas nestes estabelecimentos.

Em Portugal, há 2.500 farmácias habilitadas a administrar a vacina contra a gripe.

A diretora dos serviços farmacêuticos da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Rute Hora, alerta para a importância da vacinação.

“O frio está a chegar e este ano é expectável que o vírus seja mais agressivo”, afirmou, sublinhando que “as pessoas devem vacinar-se já. Nunca é tarde para prevenir”.

Na terça-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou que mais de um milhão de vacinas contra a gripe foram administradas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde outubro, o que representa mais 19 por cento face ao mesmo período do ano passado.

O Estado comprou para a época gripal atual 1,4 milhões de vacinas, que este ano passaram a ser também gratuitas para as pessoas com diabetes e para os bombeiros que tenham recomendação para a vacina, a juntar aos grupos que já as recebiam gratuitamente nos centros de saúde, como os idosos.

Crianças
O Centro de Informação Antivenenos alertou para as cápsulas solúveis de detergente, que podem ser confundidas com guloseimas...

A responsável do centro, que funciona na dependência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Fátima Rato, disse que o alerta tem hoje "toda a pertinência", porque apesar de o número de casos ter vindo a baixar, as "cores brilhantes e chamativas" das cápsulas continuam a ser confundíveis com as de guloseimas, rebuçados ou doces.

"As lesões resultantes destes casos são de baixa gravidade, mas as oculares são as mais preocupantes", disse Fátima Rato. Segundo os números do centro, em 2015 houve 140 casos de exposição de crianças com menos de 10 anos a detergentes, 115 em 2016 e 41 casos no primeiro semestre deste ano.

Ainda há poucos dias o INEM foi chamado por causa de uma criança que trincou uma cápsula, que rebentou e espirrou o detergente para os olhos, referiu Fátima Rato.

Problemas nas vias respiratórias ou digestivas são menos frequentes porque as crianças tendem a cuspir o produto, que sabe mal, acrescentou.

Dos casos registados em 2015, em 56 as crianças tinham menos de dois anos, em 2016 foram 29 e no primeiro semestre, nove casos com crianças com menos de dois anos.

A maior parte das situações ocorre nos escalões etários mais baixos com particular incidência nas crianças até aos dois anos de idade.

Fátima Rato indicou que parte do problema assenta na indústria, mas que campanhas televisivas e alertas da União Europeia têm levado os fabricantes a tentar tornar os invólucros, que se dissolvem nas máquinas de lavar roupa ou loiça em contacto com a água, menos apelativos para as crianças, tornando-as opacos.

O Centro recomenda aos pais que mantenham os detergentes fora do alcance das crianças, fechando as embalagens logo a seguir ao uso.

Se acontecer contacto com olhos, a recomendação é lavar abundantemente com água corrente e contactar o centro pelo telefone 808250143, que funciona 24 horas por dia.

Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares
No próximo dia 4 de Dezembro realiza-se a 10ª Edição do Caminho dos Hospitais. “Os Desafios da Cibersegurança na Saúde” chegam...

A utilização crescente de meios tecnológicos na área da saúde permite disponibilizar informação aos cidadãos e profissionais de saúde em tempo útil, incrementando, no entanto, a sua exposição ao risco. Por outro lado, o atual nível de complexidade dos sistemas de informação e os riscos que lhes são inerentes, reclamam a criação e manutenção de meios que garantam a adequada segurança.

Nos últimos tempos, têm vindo a verificar-se um crescente número de incidentes de segurança, representando uma ameaça para o funcionamento das redes e dos sistemas de informação o que torna premente reforçar os mecanismos de proteção dos sistemas dos meios e dos recursos técnicos e logísticos necessários à melhor preservação dos meios tecnológicos ao serviço do cidadão.

Do vasto painel de oradores que já passaram por esta iniciativa, esta 10.ª edição do Caminho dos Hospitais  irá receber Carla Barbosa, advogada e investigadora no Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra; Henrique Martins, Presidente do Conselho de Administração de Serviços Partilhados do Ministério da Saúde; Pedro Couceiro, Diretor do Serviço de Gestão de Sistema de Informação do IPO de Coimbra e, por fim, Teresa Magalhães, Coordenadora do Grupo de Trabalho da APAH para gestão de Informação em Saúde.

O projeto Caminho dos Hospitais começou em setembro de 2016, com um debate promovido pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) no Hospital do Espírito Santo, em Évora e vai já na sua 10.ª edição, num roteiro que já incluiu também o Centro Hospitalar (CH) Cova da Beira, o CH do Porto, o CH Lisboa Norte, a ULS de Matosinhos, a ULS de Castelo Branco (ULSCB), o Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca (HFF) e o Centro Hospitalar Trás-Os-Montes e Alto Douro.

Segundo o Presidente da APAH, Alexandre Lourenço “Esta iniciativa pretende apostar numa estratégia de proximidade para com os associados, criando mecanismos que diminuam situações de periferia através de visitas e reuniões programáticas mensais às instituições de saúde do SNS, de forma descentralizada, dando especial enfoque a questões da atualidade”.

10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos
No mundo existem pelo menos 400 milhões de pessoas sem acesso a cuidados de saúde. Em Portugal, ainda há pessoas que não têm...

“Todos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover”. Assim dita o Artigo 64º da Constituição Portuguesa. A Sociedade Portuguesa de Cardiologia, no Dia Internacional dos Direitos Humanos vem alertar para a necessidade de garantir o acesso a cuidados de saúde por parte dos portugueses que, em pleno século XXI, ainda não têm acesso a cuidados de saúde adequados.

No mundo, há milhões de pessoas que, embora tenham manifestações de doença cardiovascular, não conseguem obter ajuda pois o hospital mais próximo fica a vários quilómetros de distância. A situação é preocupante quando se verifica que, mesmo em Portugal, existe uma faixa da população envelhecida e com acesso limitado a infraestruturas de saúde. Importa, portanto, ultrapassar questões sociais, geográficas, económicas ou mesmo culturais que impedem que as pessoas obtenham cuidados de saúde.

A taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares diminuiu de forma considerável nas últimas décadas, em parte devido à melhoria dos cuidados de saúde. No entanto 1 em cada 3 portugueses continua a morrer por doença cardiovascular, o que poderia ser evitável caso o diagnóstico atempado e o tratamento adequado fossem conseguidos. Segundo o Relatório da Primavera 2017, muitos portugueses não conseguem fazer a terapêutica prescrita pelo médico por não terem condições económicas para adquirir os medicamentos. No caso das doenças cardíacas, a maioria delas crónicas, esta situação é obviamente preocupante.

Não é só o acesso a cuidados de saúde que é decisivo, pois muitos portugueses desconhecem os fatores de risco responsáveis por várias doenças e não sabem como fazer uma prevenção adequada das mesmas. Por esse motivo, a aposta na literacia da população no que toca às questões da saúde, deve ser prioridade.

A propósito do Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia alerta os portugueses para a necessidade de garantir o acesso à saúde por parte de todos os cidadãos. Apesar de o panorama das doenças cardiovasculares ter melhorado nas últimas décadas, ainda há um longo caminho a percorrer.

Instituto Português do Sangue e da Transplantação
Os primeiros 30 mil litros de plasma português para transformação em medicamentos vão começar a ser fracionados e, numa segunda...

A informação foi avançada pelo presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), João Paulo Almeida e Sousa, para quem a utilização do plasma português, com vista à autossuficiência de Portugal em alguns dos medicamentos provenientes do plasma fracionado, é “um desafio”.

Após anos em que o plasma remanescente do utilizado nas transfusões não era aproveitado, obrigando à aquisição dos produtos farmacêuticos produzidos com este material, Portugal vai enviar para fracionamento os primeiros 30 mil litros de plasma, oriundos do IPST.

O fracionamento do plasma será feito pela empresa Octapharma, no seguimento de um procedimento concursal de diálogo concorrencial, já concluído.

Segundo João Paulo Almeida e Sousa, destes 30 mil litros de plasma deverão resultar albumina humana, imunoglobulina e fator VIII. Existem outros produtos que resultam do plasma fracionado, mas Portugal vai continuar a adquiri-los, uma vez que não recolhe quantidades suficientes de sangue.

Uma nova fase do Programa Estratégico de Fracionamento de Plasma acontece hoje com a assinatura de um protocolo entre o IPST, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e os hospitais que mais sangue recolhem.

De acordo com João Paulo Almeida e Sousa, esta contribuição dos hospitais deverá resultar num aumento para 50 mil litros de plasma fracionado, numa ação que decorrerá em 2018 e 2019.

O presidente do IPST adiantou que este aproveitamento do plasma nacional deverá resultar numa poupança de 40% dos gastos com estes produtos, embora o principal objetivo seja maximizar o plasma recolhido e, dessa forma, “respeitar as dádivas voluntárias e não remuneradas”.

CTT
4000 postais ilustrados vão divulgar a imagem da profissão pelo território nacional. Cerimónia de obliteração é já no dia 7 de...

Os CTT - Correios de Portugal acabam de editar um bilhete-postal evocativo dos 135 anos de ensino de Enfermagem em Portugal, cujas comemorações, organizadas em 2016 pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), se estendem, assim, até ao final do corrente ano.

Foram emitidos 4000 exemplares deste bilhete-postal com taxa paga, que está autorizado a circular no correio nacional e que, já a partir de dezembro, poderão ser adquiridos em lojas dos CTT distribuídas pelo país, pelo preço de 50 cêntimos.

O postal é ilustrado com fotografias que retratam os primórdios – associados à primeira escola de profissionais no país ("Escola dos Enfermeiros de Coimbra"), fundada em 1881 pelo médico Costa Simões –, mas também a atualidade do ensino da profissão.

A cerimónia do primeiro dia de lançamento deste postal inteiro (designação para postal com selo de franquia já impresso) e aposição do respetivo carimbo comemorativo realiza-se, no dia 7 de dezembro, na abertura (pouco depois das 20h30) do Concerto Natal Solidário que a ESEnfC vai promover a favor dos sem-abrigo.

O diretor de Filatelia dos CTT - Correios de Portugal, Raul Moreira, fará um enquadramento do ato de obliteração (carimbar), do ponto de vista histórico, e convidará as personalidades escolhidas pela ESEnfC para marcarem o postal com o carimbo comemorativo.

A Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, também usará da palavra.

A edição pelos CTT de valores postais segue, segundo o Estatuto do Selo Postal português, “o propósito prioritário de evocar, nas edições e nas emissões de selos e postais, personagens, criações, efemérides, histórias e patrimónios que fazem parte do que há de mais profundo e genuíno na tradição, na cultura e na alma portuguesas”.

Kidney Care 4 All
A Kidney Care 4 All é uma associação sem fins lucrativos focada em melhorar a saúde renal em países desfavorecidos e apela ao...

Para que esta missão de duas semanas possa acontecer de uma forma sustentável, uma equipa de 5 médicos voluntários precisa de angariar 5200€ para cobrir despesas de transporte e estadia.

A Kidney Care 4 All precisa portanto da ajuda de todos e para tal basta entrar na página da PPL (uma plataforma de crowdfunding), que funciona de modo simples: utiliza a mecânica "tudo ou nada", ou seja, se o objetivo de financiamento for atingido dentro do prazo, recebemos os fundos; se o montante mínimo não for angariado, os fundos serão devolvidos aos apoiantes.

Por isso, a sua contribuição faz toda a diferença! Como ajudar?

Basta entrar na página através de https://ppl.com.pt/causas/kidney-care, e seguir os seguintes passos:

1. Escolher o valor com que quer contribuir (lateral direita da página):

2. Deixar a uma mensagem e os seus dados (o email é obrigatório, o resto é facultativo)

3. Escolher o método de pagamento que prefere

4. Fazer a sua contribuição de acordo com o método escolhido!

Todas as contribuições fazem a diferença - ajude a levar esta equipa de voluntários até São Tomé!

Sobre as doenças renais em África
Sabia que as doenças renais são a terceira causa de morte que mais cresceu nos últimos 20 anos na África subsariana? E que a existência de conhecimento médico renal é praticamente inexistente neste continente? A Kidney Care 4 All quer mudar isso! Por isso conta com a sua ajuda para ajudar a formar profissionais de saúde. A próxima missão é já em Dezembro, em São Tomé e Príncipe.

Levar conhecimento médico na área da saúde renal aos países africanos de língua portuguesa enquanto rastreiam populações desfavorecidas nestas áreas do globo é o principal objetivo dos cinco médicos nefrologistas (especialistas em saúde dos rins) que criaram a Kidney Care 4 All.

A importância desta área específica da saúde é cada vez maior: as alterações na alimentação da população têm levado a um aumento generalizado da tensão arterial, o que tem feito com que a doença renal crónica (DRC) aumente exponencialmente de ano para ano. A DRC é causa de morte de milhares de africanos que não têm acesso a um diagnóstico e tratamento adequados, porque a nefrologia é ainda um privilégio de países desenvolvidos.

Mas os médicos da Kidney Care 4 All acreditam que esta realidade pode ser alterada através da sensibilização para as doenças renais e suas causas, da partilha de conhecimento e do fornecimento de ferramentas para diagnóstico e tratamento precoce. Por isso realizaram já uma primeira missão no início deste ano em São Tomé e Príncipe, durante a qual rastrearam mais de 800 são-tomenses, enquanto partilhavam conhecimento com colegas locais. Vão agora levar o seu trabalho mais longe numa segunda missão no mesmo país em Dezembro deste ano, durante a qual vão continuar a rastrear a população e a consolidar a formação iniciada junto dos profissionais de saúde locais.

Matosinhos
É já uma espécie de tradição de Natal. Há seis anos que o MAR Shopping Matosinhos e o Instituto Português do Sangue e da...

Como em anos anteriores, a unidade móvel do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) volta a marcar presença no MAR Shopping Matosinhos para fazer colheitas de sangue. Os interessados devem dirigir-se ao parque exterior do centro comercial, junto à entrada MAR, na próxima terça-feira, 5 de dezembro, entre as 14h00 e as 19h00.

A parceria entre as duas entidades permitiu já angariar mais de 500 dadores inscritos.

Para Ofélia Alves, responsável de programação e colheitas do Centro de Sangue e Transplantação do Porto, “não podemos esquecer que as doenças não tiram férias nem se compadecem das épocas festivas e, portanto, precisamos de dadores todos os dias do ano. Além disso, avizinha-se uma época particularmente sensível em que há uma grande quantidade de pessoas na rua, nas estradas e em que aumenta o risco de acidentes, por exemplo.”

Apesar das colheitas estarem em níveis estáveis é indispensável continuar a missão de sensibilizar para a necessidade de colheitas regulares de sangue, em particular junto dos jovens.

Serviços de Saúde
Macau vai contratar 21 médicos de Portugal para 13 áreas de especialidade no hospital público da região, revelaram os Serviços...

As áreas de recrutamento incluem as especialidades de gastroenterologia, imagiologia, neurologia, nefrologia, pediatria, cirurgia geral, cirurgia torácica, cirurgia vascular, cirurgia metabólica, pneumologia, geriatria, psiquiatria e anatomia patológica.

“Os Serviços de Saúde da Região Administrativa Especial de Macau, perante o crescimento e desenvolvimento da medicina, verificaram ser necessário e urgente recrutar médicos especialistas em Portugal", refere o anúncio publicado na página de Internet da Ordem dos Médicos. As candidaturas devem ser enviadas para os Serviços de Saúde até 31 de dezembro de 2017.

As especialidades de imagiologia e pediatria têm o maior número de vagas (4 cada), seguindo-se a gastroenterologia (2) e neurologia (2). As restantes nove especialidades têm uma vaga disponível.

“A remuneração de um médico especialista é fixada consoante a experiência profissional, variando entre 82.917 patacas e 112.050 patacas (equivalente a 9.615 euros e 11.693 euros), prestando 45 horas semanais de trabalho”, acrescenta a informação disponibilizada pela Ordem dos Médicos.

Macau contava em setembro deste ano com 34 médicos e 10 enfermeiros portugueses, num total de 59 profissionais oriundos de Portugal, disse o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, durante uma visita ao país.

“A construção do novo hospital das ilhas e do Centro de Controlo das Doenças Infecto-contagiosas, assim como a presença de muitos portugueses justificam que se continuem a recrutar profissionais de saúde altamente qualificados de Portugal”, disse na altura o governante de Macau com a tutela da Saúde.

Venezuela
A Federação Médica Venezuelana denunciou ontem que a Venezuela passa por um "holocausto" na saúde e responsabilizou o...

"A razão pela qual usamos o termo holocausto da saúde é porque o Governo tem mantido os hospitais numa situação precária, ao não colocar, como deve ser, a quantidade de materiais necessários para atender emergências", disse o presidente da Federação Médica Venezuelana (FMV).

Citado pelo diário El Nacional, Douglas León Natera precisou que a falta de medicamentos e de material médico-cirúrgico, as más condições dos hospitais e a insegurança, limitam e violam e vulneram o exercício da medicina na Venezuela.

Por outro lado, explicou que devido à crise político-económica no país, à falta de condições e aos baixos salários, os médicos, e os recém-formados nas faculdades preferem emigrar para outros países, para exercer a profissão, o que não acontecia há pelo menos 20 anos.

"Os médicos iam ao estrangeiro para ampliar os seus conhecimentos e ao terminar regressavam ao país", explicou, precisando que a situação agora é outra e que apesar da instabilidade económica muitos médicos desejam continuar no país.

Segundo Douglas León Natera, a situação na Saúde é "muito complicada", porque apesar da Constituição garantir o direito à saúde e à vida "as autoridades não se ocupam disso como deveria ser", acusou.

Nesse sentido precisou que os hospitais venezuelanos têm menos de 5% dos materiais médicos necessários para prestar cuidados médicos e que nas consultas externas falta papel para receitar medicamentos.

"Em 2017, os hospitais apresentaram 78% de escassez de medicamentos, 75% de faltas de material médico-cirúrgico e 76% de deficiências em cateteres e sondas (...) o mais grave é que os médicos sofrem agressões de parte de pacientes e familiares porque não têm como atendê-los", frisou.

Lisboa
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, mostrou-se favorável ao alargamento da videovigilância a zonas da...

A informação foi avançada pelo presidente na reunião pública do executivo (de maioria socialista), que decorreu nos Paços do Concelho, e onde Medina se mostrou favorável ao alargamento da medida que já funciona há três anos no Bairro Alto.

Dando exemplos das áreas para onde esta medida "desejável e prioritária" poderá ser alargada, o presidente da Câmara referiu a Bica, a Avenida 24 de Julho, a Rua Augusta, o Rossio, Belém, o Martim Moniz ou o Parque das Nações.

Segundo o autarca, "há concordância do ministro [da Administração Interna] e da Direção Nacional da PSP em relação a isto", mas "é sempre necessário que a PSP justifique a necessidade da videovigilância".

"Temos, sobre esta matéria, contactos regulares", apontou o socialista.

Ainda que as "questões do alargamento" da rede tenham estado "dependentes durante anos da doutrina da Comissão Nacional de Proteção de Dados", a "PSP está a produzir estudos quanto a esse alargamento", esclareceu Medina.

"Logo que estejam prontos, avançaremos", anunciou.

Fernando Medina respondia ao vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira, que considerou que existem "vários focos de insegurança na cidade".

Comentando as declarações que o socialista deu na altura dos desacatos junto à discoteca Urban Beach, o vereador centrista considerou que foram "declarações brejeiras".

João Gonçalves Pereira criticou ainda a atuação da Câmara neste caso e questionou quantas queixas foram apresentadas junto do município sobre aquele espaço.

À crítica, Medina respondeu que a Câmara "fez o que devia fazer" e agiu "com as entidades competentes".

"A Câmara não recebe, nem pode receber, informação de natureza criminal", apontou o presidente, salientando que o município teve "conhecimento de 12 queixas" relativas aquela discoteca, que "foram encaminhadas para a ASAE".

O autarca esclareceu também que a discoteca "não tem licença de utilização", dado que "há muito tempo que as Câmaras não têm competências de licenciamento de atividade económica".

Ainda assim, Medina concorda que essa competência deveria voltar para o âmbito municipal, mas, neste momento, "só a polícia pode avaliar as condições para o espaço ser reaberto".

"A Câmara não tinha essa competência, mas fez a competência e o dever que tem" de assegurar "junto das autoridades competentes a estabilidade da cidade", salientou.

Na primeira reunião pública deste mandato foi também aprovada uma moção apresentada pelos vereadores centristas, no sentido de "ser ponderado o estudo da implementação de sistemas de vídeo proteção em áreas sensíveis ao nível de segurança na cidade".

O documento foi aprovado com os votos contra do PCP e do BE, a abstenção do PSD e os votos favoráveis do PS.

No encontro falou-se ainda no novo hospital de Lisboa Oriental, que irá nascer na zona de Chelas, uma vez que na terça-feira foi publicada em Diário da República uma resolução, na qual o Governo deu luz verde à realização de despesa inerente ao projeto de construção deste equipamento.

Medina afirmou que vê com "grande alegria" este passo, uma vez que "Lisboa tem um défice de infraestruturas hospitalares de qualidade".

O vereador com o pelouro da Saúde, o bloquista Ricardo Robles, tomou a palavra para defender a "participação dos cidadãos nesta discussão".

Hospital de Lisboa Oriental
O grupo municipal de Lisboa de Os Verdes manifestou-se contra “o encerramento indiscriminado” dos hospitais do Centro...

Num comunicado, Os Verdes defendem que “o novo hospital é necessário, deverá ter uma gestão pública, deverá servir como complemento à rede das restantes unidades de saúde existentes na cidade, face às graves carências a nível de cuidados de saúde, e nunca justificar o seu encerramento ou desmantelamento”.

Fazem parte do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta, Estefânia, Maternidade Alfredo da Costa e Curry Cabral.

Os Verdes relembram que “não se conhece qualquer estudo que justifique aquela decisão, nem estudos de impacto sobre a desativação destas unidades do CHLC, que dispõem de especialidades únicas no País, ao nível das populações afetadas”.

“Lisboa não pode perder as unidades hospitalares ainda em funcionamento, passando a ter cerca de menos dois mil trabalhadores na área da saúde, menos valências, menos 435 camas comparativamente ao número atualmente oferecido nos seis hospitais do CHLC, menos blocos operatórios e equipamentos”, considerou o partido ecologista, salientando que “já foram encerrados os hospitais do Desterro, em 2007, Miguel Bombarda, em 2011, S. Lázaro em 2012 e já antes havia encerrado o Hospital de Arroios”.

O Governo deu luz verde à realização de despesa inerente ao projeto de construção do Hospital de Lisboa Oriental, segundo uma resolução do Conselho de Ministros publicada na terça-feira em Diário da República.

Depois de ter sido publicado na segunda-feira a abertura do concurso internacional para a construção do novo hospital, no documento de terça-feira consta que o Conselho de Ministros autorizou a despesa inerente à concretização da futura unidade, a instalar na freguesia de Marvila e que deverá estar pronta em 2023, substituindo os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta, Curry Cabral, Dona Estefânia e a maternidade Alfredo da Costa.

A despesa inerente à celebração do contrato de gestão para a conceção, o projeto, a construção, o financiamento, a conservação, a manutenção e a exploração do Hospital de Lisboa Oriental, em regime de parceria público-privada, alcança o montante máximo de 415.110.130 euros, repartida por 27 anos, com início previsto para 2023, ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor".

Os encargos com a despesa, indica o Governo, não podem exceder, em cada ano económico, de 2023 a 2049, mais de 15.374.449 euros.

Segundo a publicação, devem ainda ser adotadas medidas para o aproveitamento máximo de todo o equipamento transferível das seis unidades cuja atividade irá ser substituída para o novo hospital.

O Conselho de Ministros determinou ainda que deve determinar-se como prioritária a candidatura a fundos europeus para a aquisição do novo equipamento necessário e a escolha do modelo mais adequado de financiamento para as restantes necessidades de investimento.

Incêndios
O reforço do trabalho multidisciplinar em rede e a capacitação das comunidades são algumas das propostas saídas de um encontro...

Um dos organizadores, o psiquiatra João Redondo, salientou que, para minimizar o efeito dos incêndios e outras catástrofes nas pessoas, importa “pensar e olhar a comunidade como um todo”, investindo no “trabalho em rede e multidisciplinar”.

No encontro, no auditório principal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), especialistas e dirigentes públicos de diferentes áreas realçaram a necessidade de “todos falarem uma linguagem mais comum”, tanto ao nível da prevenção como na intervenção junto das vítimas e suas famílias.

João Redondo disse ainda que, das intervenções ao longo do dia, ressaltou “uma ideia de capacitação na resposta aos problemas”, a par do papel que cabe às escolas e outras instituições locais face aos fogos e outras calamidades.

Perante “múltiplas necessidades” das populações afetadas, é necessário “criar respostas rápidas” que minimizem o sofrimento das vítimas, acrescentou.

João Redondo e o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, José Tereso, que também interveio nos trabalhos, sublinharam a importância da prevenção primária, secundária, ternária e quaternária.

Subordinado ao tema “Catástrofes: impacte na saúde e qualidade de vida das vítimas dos incêndios”, o encontro teve “um saldo positivo”, que se estendeu à ação das equipas da ARS, na sequência dos graves incêndios que devastaram a região Centro, desde junho, declarou José Tereso.

Segundo o mesmo responsável, as equipas de saúde “têm vindo a adaptar no dia-a-dia a resposta” às populações atingidas pelos fogos, sobretudo os mais graves, que eclodiram nos dias 17 de junho e 15 de outubro, em concelhos de diferentes distritos do Centro do país.

“Temos de olhar para as pessoas e também para o ambiente”, com a realização de estudos sobre a qualidade do ar, da água e dos solos, entre outros, acrescentou.

São “vastas equipas que têm depois de se articular” umas com as outras e com a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro, que assume tarefas noutras áreas.

José Tereso frisou ainda que, há mais de meio ano, a ARS é chamada a intervir “numa vasta área ardida, da beira-mar ao interior”, e a cuidar de “uma imensidão de gente a sofrer na pele” os efeitos dos incêndios.

A ARS continua a solicitar às autarquias e associações de apoio às vítimas que comuniquem às equipas “as situações de maior vulnerabilidade” em termos de saúde.

O encontro foi organizado pela ARS do Centro, em colaboração com o Centro de Prevenção e Tratamento do Trauma Psicogénico do Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria do CHUC, coordenado pelo psiquiatra João Redondo.

Adalberto Campos Fernandes
O ministro da Saúde admitiu hoje que a decisão de transferir a sede do Infarmed para o Porto foi “muito mal comunicada” e...

“Foi muito mal comunicada e o responsável por essa má comunicação tem um nome: sou eu. E é por isso que assumo as minhas responsabilidades e terei agora de explicar detalhadamente, de trabalhar detalhadamente com todos, para que essa comunicação seja recomposta”, afirmou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas no final de uma comissão parlamentar de Saúde e questionado pela agência Lusa sobre a questão da transferência da sede do Infarmed.

O anúncio de que a sede da Autoridade Nacional do Medicamento – Infarmed sairia de Lisboa para o Porto foi feito na semana passada pelo ministro Adalberto Campos Fernandes, durante uma conferência em Lisboa, tendo apanhado de surpresa os trabalhadores da instituição.

Campos Fernandes adiantou ter sido, ele próprio, “o primeiro a dizer ao primeiro-ministro” que esta questão tinha sido mal comunicada.

“Mas em política, a humildade e a capacidade de reconhecimento do erro não deve servir para nos desviar de um caminho”, afirmou.

O ministro continua a dizer que a decisão política de transferir a sede do Infarmed já estava tomada há mais tempo e recusou comentar a entrevista da presidente do organismo, que disse nunca ter percebido que se tratava de uma decisão, mas antes de uma intenção.

Adalberto Campos Fernandes sublinhou a importância da apreciação “com serenidade”, que se seguirá, ao nível, material, técnico e científico

O ministro reiterou que os trabalhadores do Infarmed “não serão prejudicados”, mas sim “ouvidos” e “envolvidos”.

Sobre esta descentralização, o governante recordou que o Ministério da Saúde está a trabalhar há dois anos na descentralização de outros serviços, dando o exemplo de organismos que já contam com delegações fora de Lisboa, como o Instituto Português do Sangue (IPS) ou os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

“Muitos de nós falam da necessidade de mudança, mas verdadeiramente poucos querem mudar”, disse, declarando que a candidatura à Agência Europeia do Medicamento revelou que Portugal tem “a Norte um polo competitivo em termos académicos, científicos e que a fileira do medicamento a Norte é poderosa”.

“As pessoas não querem mudar e há uma visão central do país, uma visão egoísta e que considera que o país em matéria de diferenciação se esgota em Lisboa”, acrescentou.

Legionella
A diretora-geral da Saúde justificou hoje a não divulgação pública do relatório sobre o surto da ‘legionella’, que o ministro...

Graça Freiras falava na comissão parlamentar da Saúde, onde decorre uma audição de vários responsáveis sobre o surto de ‘legionella’ no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, que infetou 56 pessoas, das quais cinco morreram.

Os deputados desta comissão, nomeadamente do PSD e CDS, questionaram Graça Freitas sobre o relatório prometido no dia 05 de novembro pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, num prazo de duas semanas.

A especialista em saúde pública esclareceu que nesse dia (05 de novembro) o Ministério Público ainda não tinha iniciado uma investigação ao surto, o que aconteceu no dia 07.

A partir da altura em que o Ministério Público iniciou a investigação, a documentação produzida deixou de ser pública, apesar de Graça Freitas garantir que um relatório preliminar seguiu para o Ministério da Saúde e o Ministério Público.

A diretora-geral da Saúde assumiu que, em termos de saúde pública, preferia “a transparência” e poder contar o que se está a passar à população, nomeadamente partilhando a documentação.

Até ao momento, a DGS só enviou um relatório preliminar sobre o surto – que ainda não apresenta as causas do surto –, faltando ainda a documentação definitiva sobre o ocorrido.

1 de dezembro - Dia Mundial de Luta contra a SIDA
Mais literacia na área da infeção pelo VIH/SIDA é um dos aspetos essenciais para pôr fim ao estigma e discriminação que ainda...

De acordo com o especialista, Portugal encontra-se no bom caminho para atingir as metas 90-90-90 da ONUSIDA para 2020 - que 90% das pessoas infetadas tenham diagnóstico, que 90% recebam tratamento antirretroviral e que 90% destas, tenham uma carga viral indetetável. Por cá, os dados revelam que 90% têm diagnóstico, 89.3% estão em tratamento e 80% têm carga viral indetetável. “Mas há sempre uma percentagem de doentes que não estão a ser seguidos. É que, embora tenham havido melhorias significativas a nível do seguimento nas consultas e na terapêutica, a componente de estigma e discriminação mantém-se e, a consequente instabilidade emocional que originam, é um dos fatores, juntamente com os de origem social, que favorecem o abandono das consultas e dos tratamentos.” É aqui também que a literacia em saúde tem um papel importante a desempenhar.

Mais de 30 anos depois do início da batalha contra o VIH/SIDA, muito mudou. Telo Faria fala na existência de uma “medicação muito potente, eficaz, com muito poucos efeitos secundários, que permite que a pessoa tenha uma boa qualidade de vida em todos os aspetos”. Cenário que traz consigo novos desafios. “É bem provável que tenhamos relativizado a infeção, que tenha havido, em alguns grupos, um suavizar dos comportamentos seguros. E para dar resposta a esta nova realidade é preciso continuar com as campanhas direcionadas para grupos específicos da população”, recomenda Telo Faria.

De resto, a prevenção é um papel que cabe também à Medicina Interna, assim como o diagnóstico, tratamento e seguimento dos doentes. Mais ainda, tendo em conta que esta é uma especialidade privilegiada, sobretudo porque tem uma perspetiva multiorgânica e holística face ao doente. “Esta visão global é muito importante, porque não se trata apenas de controlar a infeção ou dar resposta a eventuais efeitos da medicação, mas é tudo o resto que vai surgindo, já que estes doentes têm uma sobrevida praticamente idêntica à da população em geral. Ou seja, vão ter os mesmos problemas resultantes do envelhecimento, as dislipidemias, a hipertensão, a diabetes, as neoplasias, etc ”

Administradora
Cerca de 170 trabalhadores do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, afetado por um surto de ‘legionella’, foram rastreados...

Rita Perez falava na comissão parlamentar da Saúde, onde está a decorrer uma audição sobre o surto de ‘legionella’ no Hospital São Francisco Xavier (HSFX), tendo assumido que na base deste problema esteve “um acidente adverso imprevisto”.

“Houve um acidente adverso imprevisto, senão não existia infeção”, disse a administradora, médica de formação.

Segundo Rita Perez, no seguimento deste surto foi criado um local específico no hospital onde foram rastreados os trabalhadores com sintomas da pneumonia. Por esse local passaram 170 funcionários, dos quais dois revelaram-se infetados com a bactéria.

“Ninguém poderá lamentar mais do que o hospital a morte e doença dos nossos doentes e a infeção de dois trabalhadores, entre os mais de 1.000 que trabalham diariamente” nesta instituição, afirmou.

Estes dois trabalhadores apresentam, tal como os restantes infetados com a bactéria, comorbilidades e fatores de risco muito importantes para infeções em geral.

Rita Perez classificou este surto de “muito importante” que decorreu num sítio com “uma expressão grande e em doentes mais vulneráveis”.

No seguimento deste surto, que a Direção-Geral da Saúde (DGS) deu por terminado na segunda-feira, foram infetadas 56 pessoas, das quais cinco morreram.

Organização Mundial de Saúde
O número de casos de malária registados em 2016 em todo o mundo subiu 5 milhões, atingido os 216 milhões, que originaram 445...

Segundo o Relatório Anual de 2017 sobre Malária no Mundo, elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que analisa 94 países, o continente africano continua a ser o que conta com o maior número de casos, com cerca de 90% do total, seguido pelas regiões do sudeste asiático (3%) e Mediterrâneo Oriental (2%).

A percentagem de África no número de óbitos é também avassaladora, uma vez que registou 91% do total, seguido pelo sudeste asiático, com 6%.

Globalmente, em 2016, segundo a OMS, o número de países que têm reportado menos de 10 mil casos anuais tem aumentado desde 2010, passando de 37 nesse ano para 44 em 2016.

A OMS destacou que, em 2016, dois países – Quirguistão e Sri Lanka – foram considerados livres de malária, recebendo o respetivo certificado, enquanto a Argélia está em vias de o obter (zero casos desde 2013), e Cabo Verde, que tinha registado apenas um caso em 2012, viu subir esse total para 48 já este ano, inviabilizando a obtenção de idêntico estatuto.

Desde 2010, refere a OMS, os governos dos países em que a malária é endémica, financiados pelos doadores, gastaram mais de 19.000 milhões de dólares com a doença.

Em 2016, o total investido no controlo do paludismo e na eliminação da doença ascendeu “apenas” a 2.700 milhões de dólares (2,2 milhões de euros), segundo a OMS, 41% do objetivo estimado inicialmente.

Se o financiamento de programas de combate à malária permitiu, segundo as estimativas da OMS, salvar a vida a 15 milhões de crianças, por outro lado, outras 13 milhões poderiam ter beneficiado das intervenções sanitárias que não se fizeram por falta de financiamento.

Estudo
A diabetes e a obesidade, combinados, podem ser potenciadores de cancro e estarão na origem de 800.000 cancros no mundo em 2012...

De acordo com o estudo, quase seis por cento de novos casos de cancro no mundo em 2012 foram causados pelos efeitos combinados da diabetes e do excesso de peso. Nos 12 tipos de cancro estudados os dois fatores foram responsáveis por 800 mil novos casos de cancro.

Vistos individualmente, o excesso de peso foi responsável por quase o dobro de casos de cancro, sendo—lhe atribuído 544.300 casos, contra os 280.100 casos atribuídos à diabetes.

Ainda segundo o estudo, divulgado na revista Lancet Diabetes e Endocrinologia, um em cada quatro casos de cancro relacionados com a diabetes foi atribuído ao aumento mundial da diabetes entre os anos de 1980 e 2002. E quase um terço dos casos de cancro relacionados com obesidade foram atribuídos ao aumento do número de pessoas com excesso de peso, no mesmo período.

Os cancros causados pela combinação dos dois fatores de risco foram quase duas vezes mais comuns nas mulheres do que nos homens, contabilizando 496.700 casos, contra 295.900 casos de homens.

Segundo os autores do estudo, caso as taxas globais de diabetes e de excesso de peso continuem a aumentar no mundo, os casos de cancro atribuíveis aos dois fatores vão aumentar em 30% nas mulheres e em 20% nos homens, até 2035.

Para fazer o estudo os investigadores recolheram dados sobre casos de 12 tipos diferentes de cancro em 175 países, em 2012. E combinaram esses números com dados sobre excesso de peso e diabetes.

Os dois fatores contribuíram para um quarto dos cancros do fígado no mundo e para mais de um terço dos cancros endometriais (útero).

Nos homens o cancro do fígado era o mais comum causado pela diabetes e obesidade, seguindo-se o colorretal. Nas mulheres prevaleceu o cancro da mama, seguindo-se o com origem no endométrio (revestimento do útero), sempre tendo em conta os dois fatores, diabetes e obesidade.

A maioria dos casos de cancro foi detetada nos países ocidentais, sendo o cancro da mama o mais comum. No leste e sudeste asiático o cancro do fígado, devido à diabetes e excesso de peso, foi o mais representativo.

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