A redução e substituição dos pesticidas químicos pela utilização de microrganismos do solo potenciaria o crescimento das...

O trabalho, realizado por investigadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, demonstra que a associação de diferentes tipos de microrganismos do solo, como fungos ou bactérias, nas culturas é benéfico para as plantas, ou seja, "são uma boa alternativa" à utilização de pesticidas.

A associação entre microrganismos e plantas não é algo novo.

"Os fungos e bactérias mobilizam os nutrientes do solo que não estão disponíveis para as plantas", facilitando um tipo de alimento que sem esta ajuda não poderiam adquirir, além de serem capazes de estimular o sistema imunológico das plantas fazendo com que estejam preparadas perante determinados agentes patogénicos, disse um dos cientistas que elaborou o estudo, Alejandro Pérez de Luque.

Reportagem TVI
O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social vai “avaliar a situação” da Raríssimas e “agir em conformidade”,...

“Depois da peça transmitida pela TVI no passado sábado a propósito da Instituição Raríssimas, e tendo em conta os factos relatados, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, dentro das suas competências, irá avaliar a situação e agir em conformidade, tendo sempre em conta, e em primeiro lugar, o superior interesse dos beneficiários desta instituição”, diz o ministério, em comunicado hoje divulgado.

O canal televisivo TVI divulgou no sábado uma reportagem sobre a gestão da associação Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos. A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e gastos pessoais.

“Os apoios atribuídos pela Segurança Social às diversas instituições de solidariedade social ou equiparadas enquadram-se no desenvolvimento das respostas sociais protocoladas, tais como acordo de cooperação ou apoios no âmbito do Fundo de Socorro Social, tendo como base os valores previstos na lei e o número e modelo de utentes dessas respostas”, acrescenta ainda a nota do ministério.

Os acordos de cooperação, bem como outros apoios eventualmente atribuídos, são, segundo o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, ”devidamente instruídos e analisados pelos serviços competentes da Segurança Social”.

O caso, diz a TVI, está já a ser investigado pela Polícia Judiciária.

A reportagem da TVI falou ainda com o atual secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que foi consultor da Raríssimas, que disse em entrevista ao canal que o que fez foi uma colaboração técnica e que nunca participou em decisões de financiamento.

Também a deputada do PS Sónia Fertuzinhos é referida pela reportagem como tendo feito uma viagem pela Raríssimas. Citada pelo Observador, a deputada afirmou que viajou para uma conferência na Suécia da Organização Europeia para as Doenças Raras, mas que reembolsou a IPSS.

Antes da posição do ministério, a direção da Raríssimas divulgou um comunicado na rede social Facebook no qual diz que as acusações apresentadas na reportagem são “insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada”, afirmando que as despesas da presidente em representação da associação estão registadas “contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os órgãos da direção”.

A direção da Raríssimas destaca ainda que, “contrariamente ao que foi dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira” da associação.

Quanto aos valores de vencimentos que a reportagem mostra, diz a Raríssimas que “foram artificialmente inflacionados” e que os ordenados que paga se baseiam na “tabela salarial definida pela CNIS - Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social”.

A Rarísismas destaca os serviços que presta aos utentes - Unidade de Cuidados Continuados Integrados, consultas de especialidade, terapias de reabilitação, centro de atividades ocupacionais, lar residencial, residência autónoma e campos de férias – e diz que a internacionalização é “fundamental para o aumento do conhecimento, pela partilha de políticas de apoio aos doentes raros e identificação das doenças raras", o que "justifica viagens de trabalho, previamente definidas e aprovadas em orçamento”.

“Para o exercício da função de representação institucional da Instituição, é essencial uma imagem adequada da sua representante”, afirma a associação.

A direção da Raríssimas acrescenta ainda que divulgará um direito de resposta em 48 horas, “no qual todas as questões levantadas pela reportagem merecerão um esclarecimento cabal e fundamentado”, e que “todas as acusações de que a Direção da Raríssimas na pessoa da dra. Paula Brito e Costa e restantes visados foram alvo, serão devidamente retratadas seguindo os procedimentos legais previstos”.

Estudo
Cerca de 60% dos portugueses têm obesidade ou risco de desenvolver essa condição, segundo os resultados de um estudo do...

As conclusões do estudo, que estimou pela primeira vez a prevalência da obesidade em todos os segmentos etários da população portuguesa, revelam que 22% dos portugueses têm obesidade e 34% pré-obesidade (estado em que um indivíduo já se encontra em risco de desenvolver obesidade).

"Somando os dois valores, constata-se que seis em cada dez portugueses (60% da população) são pré-obesos ou obesos", indicou Andreia Oliveira, investigadora da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do ISPUP e primeira autora do estudo.

Neste estudo, coordenado pela investigadora Carla Lopes, foram avaliadas as prevalências de obesidade generalizada (através do cálculo do índice de massa corporal) e central (perímetro da cintura), com recurso aos dados do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF) 2015-2016, divulgados em março deste ano.

Analisando os dados por sexo, faixa etária e nível de escolaridade, concluiu-se que a obesidade é significativamente superior nas mulheres, nos mais idosos e nos indivíduos menos escolarizados, o que os torna grupos de risco.

Relativamente à obesidade abdominal, definida como a razão entre o perímetro da cintura e o perímetro da anca e calculada apenas para a população adulta, verificou-se que os homens são os mais afetados, particularmente os mais idosos.

"Com este estudo, conseguimos ver o aumento gradual da obesidade ao longo da idade e percebemos que nas crianças e adolescentes já há uma percentagem bastante considerável de pré-obesidade (17% e 24%, respetivamente)", valores sobem nos adultos e aumentam muito nos idosos, explicou Andreia Oliveira.

Segundo a investigadora, as prevalências de obesidade estão a aumentar consideravelmente em todo o mundo, podendo a situação daqui a uns anos tornar-se "mesmo caótica".

"Se hoje em dia os níveis de pré-obesidade e de obesidade são já tão elevados em idades precoces, no futuro veremos que a percentagem de obesos poderá ser ainda maior, dado que sabemos que há uma elevada probabilidade de uma criança obesa vir a ser um adulto obeso", considerou.

Para Andreia Oliveira esta situação é duplamente problemática, porque a obesidade é um fator de risco para o aparecimento de várias outras doenças, como o cancro, as doenças cardiovasculares e também patologias do foro psicológico.

"Em termos de saúde pública, é um problema grave com grande prevalência no nosso país", frisou.

O estudo permitiu igualmente verificar que, aos 15 anos, há um ponto de inflexão nas prevalências de obesidade, ou seja, estas vêm a diminuir em anos anteriores, e nesta idade começam a aumentar.

"A faixa dos adolescentes é na verdade aquela que parece apresentar piores indicadores, destacando-se o baixo consumo de fruta e hortícolas, a elevada ingestão de refrigerantes e a inatividade física, com base nos resultados do mesmo inquérito", notou.

Andreia Oliveira referiu ainda que, ao nível de intervenções específicas, existem programas e estratégias que estão a ser estudados e implementados e que o caminho deverá passar pela aposta em "programas mais estruturais e pelo reforço da legislação".

A mudança das disponibilidades alimentares, a taxação de bebidas açucaradas e a criação de infraestruturas para a prática de atividade física são exemplo disso.

Este trabalho, designado "Prevalence of general and abdominal obesity in Portugal: comprehensive results from the National Food, Nutrition and Physical Activity Survey 2015-2016", foi distinguido no dia 26 de novembro, durante a cerimónia de encerramento do 21.º Congresso Português de Obesidade, na categoria "Obesidade e Comorbilidades".

Além de Andreia Oliveira e Carla Lopes fazem parte do estudo os investigadores Joana Araújo, Milton Severo, Daniela Correia, Elisabete Ramos e Duarte Torres.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, manifestou-se convicto, em Bruxelas, de que “a decisão política” do Governo...

Em declarações à imprensa à margem de uma reunião de ministros da Saúde da União Europeia, o ministro apontou que, relativamente à decisão de transferir a sede do Infarmed de Lisboa para o Porto, e “tal como o senhor primeiro-ministro teve ocasião de afirmar no debate quinzenal, os dados estão em cima da mesa”.

“Na próxima semana será publicado o despacho que cria o grupo de trabalho que vai ser liderado pelo (ex-presidente do Infarmed) professor Luz Rodrigues e que justamente vai assistir o Governo na decisão que tomou do ponto de vista técnico, da análise das implicações nos diferentes domínios”, disse.

Adalberto Campos Fernandes sublinhou que o grupo de trabalho “é um grupo muito qualificado, com vários ex-presidentes do Infarmed, vários professores universitários, várias pessoas muito ligadas ao setor do medicamento”, e vai ter tempo para fazer o seu trabalho, pois “tem seis meses para que esse estudo seja aprofundado”.

“Como nós sempre dissemos, com tempo, com os dados em cima da mesa, com uma avaliação técnica e cientifica rigorosa, a decisão politica será suportada e será assistida com esse documento”, declarou.

O ministro da Saúde anunciou igualmente em Bruxelas que, à margem do Conselho, teve um “encontro importante” com a sua homólogo francesa, tendo Portugal e França assinado uma declaração de intenções no sentido do reforço da cooperação no domínio da Saúde e, designadamente, no campo dos medicamentos.

“Assinámos uma declaração conjunta que permite que Portugal e França passem a cooperar nos domínios não apenas da vigilância dos sistemas de saúde, da proteção da saúde e saúde pública, mas também na agenda importante, que aliás consta do próprio Conselho, que é a agenda do medicamento, e esta grande dificuldade com que os países se defrontam que é procurar aceder à melhor inovação terapêutica e aos melhores medicamentos no quadro de sustentabilidade global”, explicou.

O ministro disse que, “nesse sentido, ficaram abertos canais diretos e bilaterais com a França, sem prejuízo daquilo que é a iniciativa portuguesa no contexto dos 14 países que hoje já integram a declaração de La Valetta”, de defesa do acesso à inovação na área do medicamento, “e de que Portugal foi um dos países fundadores”.

“Temos, portanto, motivos para considerar que começa a haver na Europa, não apenas no plano bilateral, mas também no plano multilateral, uma agenda comum que visa garantir que os sistemas de saúde são cada vez mais eficientes, garantem melhor acesso, e que a abordagem do medicamento e da inovação terapêutica está também acautelada”, concluiu.

Macau
A empresa que detém a licença da clínica TaivexMalo recebeu na quinta-feira uma ordem de despejo do Venetian Macau, hotel...

De acordo com a notícia avançada pelo 'site' do jornal Tribuna de Macau, a TaivexMalo tem 40 dias para abandonar as instalações.

Em 24 de novembro, os Serviços de Saúde de Macau anunciaram a suspensão da licença da TaivexMalo por seis meses, devido à prática ilegal de procriação médica assistida, tráfico e contrabando de medicamentos de oncologia e falta de condições de higiene e segurança.

Além do encerramento das instalações, até 21 de maio de 2018, foram aplicadas duas multas a quatro médicos e um enfermeiro, e outra à clínica.

“A licença de um médico foi suspensa por um período de 90 dias. Não houve nenhuma vítima resultante desta situação, no entanto não está excluída a possibilidade de uma sanção penal já que o caso foi remetido ao Ministério Público para acompanhamento”, de acordo com o comunicado divulgado então pelos Serviços de Saúde.

Em declarações à Lusa, na sequência daquele anúncio, o presidente da Malo Clinic, Paulo Maló, tinha afirmado que a ordem de encerramento das instalações da empresa PHC-Pacific Health Care, que detém a licença da TaivexMalo, não abrangia a sua empresa, mas afetou na prática o funcionamento, uma vez que partilhavam o mesmo espaço.

O empresário esclareceu que a Malo Clinic detém apenas em Macau a atividade ligada à medicina dentária e não está relacionada com outras áreas médicas, responsabilidade de outras entidades.

Estudo
O “relógio biológico” do corpo humano pode ajudar a diminuir as doenças cancerígenas, segundo um estudo publicado na revista...

A investigação, divulgada pela médica Angela Relógio, da universidade Charité-Médica de Berlim, baseia-se em experiências com ratinhos e sugere que o "relógio biológico” pode contribuir para suprimir o cancro.

O estudo lembra que o corpo humano tem um relógio biológico interno, o chamado “ritmo circadiano”, que se move diariamente e se sincroniza com o tempo solar.

Relógio e os seus colegas colocam a hipótese de, dado que os processos moleculares são regulados pelo tempo, incluindo o metabolismo, a reparação de DNA e o ciclo celular, o relógio circadiano tem potencial para atuar como supressor tumoral.

O relógio biológico sincroniza-se com os ciclos de luz e escuridão e ajuda a elaborar padrões metabólicos e de comportamento tais como os ciclos diários de descanso e atividade.

Muitas doenças, nomeadamente o cancro, podem interromper o ritmo do relógio e fazer com que este se descontrole e algumas têm um ciclo celular disfuncional e hipertactivo que permite que as células tumorais se multipliquem de forma descontrolada.

Os investigadores descobriram que quando alteram a proteína RAS, que se ativa de forma inapropriada em cerca de um quarto dos tumores humanos, e as proteínas INK4A e ARF, que podem suprimir o cancro, produzia-se uma dissonância entre o relógio circadiano e o ciclo celular.

A proteína RAS, que se sabe controlar o ciclo celular, também controla os ritmos circadianos e exerce o seu efeito sobre o relógio biológico através da INK4A e a ARF.

O estudo realça o importante papel do relógico circadiano como modelador das decisões das celulas e reforça a função desse relógio como mecanismo de prevenção do cancro.

“Segundo os nossos resultados, parece que o relógio provavelmente atua como supressor dos tumores, o que é uma vantagem para as células cancerosas iludirem o controlo circadiano”, explicou Relógio.

À luz das novas descobertas, a equipa de investigadores acredita que é necessário “repensar o tratamento do cancro” incluindo o fator do tempo intento para que se alcancem bons resultados terapêuticos.

Cancro
Mais de 40 associações europeias na área da oncologia pediátrica, entre as quais a Acreditar, exigem à Comissão Europeia que...

Numa carta enviada esta semana ao Comissário Europeu da Saúde, Vytenis Andriukaitis, a Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro e as suas 42 congéneres europeias, representadas pela Childhood Cancer Internacional (CCI), lamentam a falta de investimento na investigação para tratamentos na área da oncologia pediátrica.

A carta, a que agência Lusa teve hoje acesso, surge na sequência das conclusões de um relatório que a Comissão Europeia entregou em outubro no Parlamento Europeu e no Conselho da Europa sobre os progressos realizados nos medicamentos para crianças desde que o regulamento pediátrico entrou em vigor há 10 anos.

Segundo o estudo, o regulamento pediátrico de medicamentos conduziu à autorização de 260 novos fármacos e promoveu a investigação, mas os tratamentos para o cancro nas crianças ainda só representa sete por cento da pesquisa nesta área.

“Os progressos feitos no tratamento da doença são invocados, frequentemente, para confortar os pais quando uma criança é diagnosticada com cancro”, o “escândalo é que, na Europa, a cura para o cancro avança, exceto para as crianças”, afirmam as organizações.

Na missiva, a CCI lembra as declarações de Vytenis Andriukaitis, após a publicação, pela Comissão Europeia, da revisão decenal do regulamento, em que afirma: “tenho uma grande preocupação pelo facto de o desenvolvimento dos medicamentos contra o cancro infantil não ter sido tão efetivo como os do cancro em adultos”.

Para as organizações, esta situação é inadmissível: “não podemos aceitar que as indústrias sejam autorizadas a evitar o desenvolvimento de um medicamento que possa beneficiar alguns cancros pediátricos, devido às semelhanças biológicas com o cancro nos adultos”.

Dizem ter conhecimento de “muitos exemplos de oportunidades perdidas” para os seus filhos nos últimos 10 anos, lembrando que o cancro pediátrico é um problema de saúde pública e a primeira causa de morte por doença em crianças na Europa.

Os testes obrigatórios para medicamentos, com base num perfil molecular partilhado do tumor entre adultos e crianças, já se praticam nos Estados Unidos, com a RACE for Children Act, votada este verão pelo Congresso, por que não podemos fazer o mesmo na Europa, questionam, frisando que “nenhum acesso à inovação significa nenhuma esperança”.

As organizações dizem ainda estar dececionadas pelo facto de o relatório não propor ações imediatas e alertam que, se nada for feito hoje, “as crianças continuarão a morrer”.

Para melhorar o regulamento, convidam o comissário a “definir, o mais rapidamente possível, um plano de trabalho exequível”.

Decreto-lei
A avaliação médica, mental e psicológica dos candidatos a condutores passa a ser realizada por médicos e psicólogos no...

O decreto-lei publicado em Diário da República altera o Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir, transpondo a Diretiva 2016/1106, da União Europeia.

De acordo com o diploma, a abertura, a modificação e o funcionamento destes serviços clínicos para a avaliação da aptidão física, mental e psicológica dos candidatos e condutores “regem-se pelo disposto no Decreto-Lei n.º 127/2014, de 22 de agosto”.

“Estas alterações pretendem facilitar o processo de obtenção e revalidação da carta de condução, disponibilizando um conjunto de meios concentrados e especializados, passíveis de serem auditados”, refere o diploma.

O documento acrescenta que as mudanças vão aumentar a acessibilidade e centrar as políticas no interesse dos cidadãos, “melhorando a qualidade e a capacidade de monitorização do processo e assegurando a segurança rodoviária”.

Medidas de combate e prevenção
O Governo aprovou projetos de resolução sobre duas convenções do Conselho da Europa, uma sobre contrafação de medicamentos e...

Através da convenção relativa à Contrafação de Medicamentos e Infrações Semelhantes que Envolvam Ameaças à Saúde Pública (MEDICRIME) pretende-se, diz o comunicado, responder “à necessidade de definir mecanismos eficazes na investigação, combate e prevenção da contrafação de medicamentos e dispositivos médicos, mediante a criminalização destas condutas, que criam um elevado risco para a saúde pública individual e coletiva”.

A aprovação da convenção “permitirá aperfeiçoar a cooperação e ação conjunta dos Estados-Parte no combate a este fenómeno global”, diz o Governo.

A convenção MEDICRIME, aberta a países não europeus, permite sancionar criminalmente a distribuição e venda de produtos médicos contrafeitos, incluindo pela internet. Segundo a página oficial do Conselho da Europa na internet Portugal assinou a convenção a 28 de outubro de 2011, mas não a ratificou.

Em maio do ano passado a ministra da Justiça tinha anunciado a intenção de criminalizar atividades até então meras infrações contraordenacionais, como a venda ilegal de produtos apresentados como “milagres para a saúde”, no seguimento da assinatura da MEDICRIME.

A convenção contra o Tráfico de Órgãos Humanos, diz o comunicado do Governo, colmata lacunas nos instrumentos jurídicos internacionais em vigor e permite o reforço da cooperação interna e internacional.

“Esta Convenção vem enquadrar juridicamente o fenómeno, adotando disposições em matéria de criminalização das condutas relevantes e de proteção das vítimas no que respeita à extração e comercialização ilícita de órgãos humanos para transplante ou outras finalidades”, diz-se no comunicado.

Portugal assinou a convenção a 25 de março de 2015 numa cerimónia em Santiago de Compostela. A convenção incrimina o tráfico de órgãos para transplante e protege as vítimas, ao mesmo tempo que promove a cooperação a nível nacional e internacional.

A assinatura é aberta a Estados membros e não membros do Conselho da Europa.

ASAE
A ASAE apreendeu 650 brinquedos, num valor de cerca de 4.000 euros, numa operação de fiscalização realizada em todo o país para...

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) adianta que foram fiscalizados 262 operadores económicos e foram instaurados 12 processos de contraordenação, sendo as principais infrações a violação dos requisitos de segurança incumprimento dos deveres dos distribuidores, falta de marcação CE e violação das obrigações relativas aos avisos.

Atenta ao início da época do Natal, a ASAE realizou, durante o mês de novembro e início de dezembro, uma operação de fiscalização em todo o país para verificar a segurança dos brinquedos “de modo a garantir que sejam disponibilizados no mercado brinquedos seguros, bem como promover o bom funcionamento do mercado interno”.

A ASAE fiscalizou, desde o início do ano e até hoje, 520 operadores económicos e instaurou 51 processos de contraordenação, tendo sido apreendidos cerca de 22.000 brinquedos num valor total de cerca de 63.000 euros.

No âmbito da segurança de brinquedos, a ASAE determinou também, desde o início do ano, sete medidas restritivas de proibição de disponibilização e retirada de mercado, as quais deram origem a notificações no âmbito do Sistema Comunitário de Troca Rápida de Informações de forma a evitar a colocação no mercado de produtos perigosos que apresentem um risco grave para os consumidores.

No Porto
A taxa de infeção hospitalar diminuiu 31% no período 2012/16 no Centro Hospitalar São João, no Porto, com “uma melhor e menor...

“O principal resultado foi a redução da taxa de infeção, ou seja, da infeção contraída pelo doente dentro da instituição, que baixou de 16,5%, em 2012, para 11,3%, em 2016. Esse é um resultado importante e significativo”, afirmou à Lusa o coordenador da Unidade de Prevenção e Controlo da Infeção, Carlos Alves.

Estes resultados, relativos ao Centro Hospitalar de São João (CHSJ), constam do “Estudo Europeu de Prevalência de Infeção Associada a Cuidados de Saúde e Consumo de Antibióticos 2017”.

Neste estudo foram abrangidos 930 doentes internados naquele hospital e no período de análise, o que constituiu “a maior colheita de dados deste género de sempre no CHSJ”.

“Os dados apresentados evidenciam melhorias importantes em várias áreas da luta contra a infeção e resistências aos antibióticos”, sublinhou Carlos Alves.

O responsável destacou “a melhor utilização dos antibióticos e, consequentemente, diminuição do risco de desenvolvimento de resistências, traduzida pela diminuição de 22% no número de doentes sob tratamento antibiótico, em relação a 2012”

Apontou também “a melhoria das práticas de profilaxia antibiótica cirúrgica com uma redução de 77% no número de doentes em que foi feita em excesso”.

“Temos indicadores que mostram que há uma maior preocupação, maior cuidado, na utilização do antibiótico, que se traduz na redução do número de doentes que estão a fazer o medicamento. Sabemos que por vezes havia situações em que eles eram utilizados ou por tempo demasiado ou em casos em que até poderiam não ser necessários”, referiu o especialista.

Carlos Alves apontou ainda “a crescente preocupação em limitar o uso de dispositivos invasivos às situações em que são estritamente necessários e, desta forma, reduzir o risco de infeções que lhes está associado, evidente, nomeadamente, pela redução em 24% do número de doentes algaliados em relação a 2012”.

“Verificamos que em 2012, ano em que se realizou a primeira edição deste estudo europeu, cerca de um terço dos doentes internados estavam algaliados, neste momento, esse valor baixou para um quarto, significa que estamos a usar melhor um meio que é necessário, mas que deve ser só utilizado quando de facto o seu risco de infeção é menor do que o benefício que traz”, acrescentou.

Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Os sintomas associados às doenças reumáticas respondem às variações de temperatura ao longo do ano e é nos meses de dezembro e...

O frio é responsável por agravamento significativo dos sintomas associados às doenças reumáticas, podendo causar incapacidade física grave. No entanto, não é apenas o frio em si que requer atenção; a chuva e a neve são responsáveis por inúmeras quedas, o que se pode tornar especialmente perigoso para quem sofre de osteoporose. Todos estes fatores, acrescidos a um baixo nível de vitamina D geralmente associado a esta época, podem gerar um quadro relevante para estas pessoas.

Por outro lado, o Fenómeno de Raynaud, surge como uma resposta extrema dos vasos sanguíneos a ambientes frios, podendo ser primário (de causa desconhecida e não associado a outras doenças) ou secundário (quando associado a uma doença inflamatória, como a Esclerose Sistémica Progressiva, Síndrome de Sjogren, Lupus Erimatoso Sistémico e Aterosclerose). O fenómeno de Raynaud caracteriza-se por uma descoloração das extremidades e, nos casos mais graves, por úlceras que demoram a sarar, aparecendo geralmente nos dedos das mãos ou dos pés. Embora cada episódio dure pouco tempo, o Fenómeno de Raynaud é crónico e, por isso, o doente tem de saber proteger-se e, se assim determinado pelo médico, tomar medicação adequada. É ainda importante ressalvar que esta síndrome aparece normalmente antes dos 40 anos, contestando a ideia de que este tipo de patologias está sempre associado a pessoas idosas.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia apela aos portugueses para se protegerem nos meses de inverno, tomando medidas preventivas como evitar andar em superfícies molhadas para evitar as quedas, e protegerem-se do frio, utilizando peças de vestuário que protejam as extremidades (luvas, cachecol e gorro), abstendo-se de pegar em objetos frios com as mãos desprotegidas e evitando alimentos e substâncias que sejam vasoconstritores, como cafeína e tabaco.

Empresa portuguesa desenvolve tecnologia
Na última década, assistimos a inúmeros progressos na área da medicina, sobretudo, no que diz respei

Em 2007, o investigador japonês Shinya Yamanaka conseguiu, pela primeira vez, “reprogramar" células humanas, fazendo-as assumir características de células-tronco embrionárias, através da edição do seu código genético, abrindo as portas para a era da medicina personalizada, com o desenvolvimento de novas possiblidades de tratamento e fármacos.

A grande revolução causada a partir do seu trabalho, levou a que, em 2012, este investigador fosse distinguido com o prémio Nobel da Medicina ou Fisiologia.

“Na última década temos presenciado uma evolução drástica em diversas áreas,  em particular no conceito de «medicina personalizada». Assim como conseguimos editar um código de software para um determinado fim, conseguimos igualmente editar a informação genética das nossas células utilizando ferramentas biotecnológicas”, começa por explicar Fábio Fiúza Rosa, o diretor de operações da BRT Blood Reprogramming Technologies, empresa portuguesa que desenvolve o conceito de reprogramação celular em Portugal.

Com a utilização destas ferramentas, o especialista revela que é possível “criar sistemas (como por exemplo, vírus) capazes de inserir informações genéticas específicas (“genes”) nas células promovendo a sua reprogramação”.

A tecnologia desenvolvida pela BRT permite converter células da pele em células estaminais do sangue “capazes de gerar todo o tipo de células que compõem o nosso sistema sanguíneo”.

De acordo com Fábio Rosa, esta tecnologia dispõe de inúmeras vantagens face ao trabalho desenvolvido por Yamanaka, sobretudo por “permitir a conversão direta das células da pele para células estaminais do sangue sem passar por um estadio intermédio “pluripotente”, associado normalmente ao risco de desenvolver cancro”.

“As células estaminais do sangue têm uma enorme utilidade clínica visto serem células que são transplantadas num “transplante de medula óssea”, o único tratamento curativo para várias doenças que afetam o processo de produção de sangue, tais como a leucemia e o mieloma”, acrescenta.

As principais aplicações desta nova tecnologia estão, deste modo, associadas ao conceito de medicina personalizada, uma vez que esta permite gerar células autólogas (do próprio paciente) que podem vir a ser utilizadas para o desenvolvimento de terapias celulares inovadoras, bem como na “criação de modelos de doença personalizados” e no desenvolvimento de novos fármacos.

Tendo sido estabelecida no passado mês de março, a BRT Blood Reprogramming Technologies pretende que o seu trabalho seja aplicado nas áreas de transplante de medula óssea e imunoterapia, no combate ou tratamento de doenças como a leucemia, linfomas, mielomas, anemia ou falência de medula óssea e espera que, dentro de 10 anos, a aplicação da reprogramação celular no tratamento de doentes com cancro seja já uma realidade.

“Assim como qualquer medicamento, o produto que a BRT se propõe a desenvolver tem de passar por um conjunto de ensaios clínicos antes de ser comercializado. De acordo com as nossas previsões, dentro de três anos estaríamos preparados para iniciar a primeira fase dos ensaios”, justifica o COO da empresa.

Ultrapassada a fase de prova do conceito, uma vez que já conseguiram validar a capacidade funcional das células estaminais, através do transplante de células reprogramadas “num modelo de ratinho «imuno-comprometido»”, espera-os ainda longo caminho para percorrer.

BRT destaca-se no concurso Acredita Portugal

De acordo com Fábio Rosa, a atribuição do prémio na área da saúde no concurso da Acredita Portugal foi, acima de tudo, “uma forte validação da nossa estratégia de negócio e de desenvolvimento de produto”. “Foi satisfatório perceber que as necessidades de mercado que nos propomos satisfazer são reais e representam em enorme problema para a sociedade. Mais importante ainda, permitiu-nos divulgar a nossa ciência e tudo de bom que dela poderá vir”, assegura.


A equipa da BRT Blood Reprogramming Technologies venceu o prémio "Saúde" na última edição do concurso Acredita Portugal 

Lançado em 2010, o concurso da Associação Acredita Portugal distingue os projetos que mais se destacam em sete áreas: Empreendedorismo Social, Mobilidade, Tecnologia, Saúde, Serviços, Indústria e Produtos.

“A Associação Acredita Portugal (AP) é uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo encorajar todos os portugueses a apostarem nos seus sonhos empreendedores, seja qual for a sua formação ou experiência passada, indústria ou objetivos”, explica Pedro Queiró, CEO da Acredita Portugal. Para isso, todos os anos desenvolve um programa anual de educação e desenvolvimento de projetos, “onde qualquer pessoa pode aceder à educação e às ferramentas necessárias para desenvolver os seus projetos, desde ONGs a empresas de alta tecnologia, ou até na àrea de saúde”.

O primeiro concurso de empreendedorismo, em 2010/2011 contou, enquanto presidente do juri, com o atual Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, e deste então tem distinguido inúmeros projetos.

“Em termos de prémios, distribuímos um cabaz de serviços que vale cerca de 500 mil euros no total e que está desenhado para acelerar o lançamento dos projetos. Tem de tudo, desde cartões de visita até serviços jurídicos e contabilísticos, espaço de escritório, treino em diversas áreas, alojamento online, comunicações , tudo o que precisa para avançar com a sua ideia”, enumera Pedro Queiró.

No caso particular da saúde, o principal valor do concurso, diz o diretor-geral, “tem sido a aprendizagem em termos de sustentabilidade e financiamento”.

“Nesta área os promotores tipicamente têm um percurso mais académico e, no momento de procurar financiamento e estruturar a parte financeira do projeto, costumam ter algumas dificuldades... Para além disso apoiamos os projetos na procura de financiamento privado, encaminhando o acesso a investidores, fundos de capital de risco e outras entidades capazes de financiar os projetos”, explica.

De acordo com Pedro Queiró, foi a qualidade científica e o potencial do projeto que levou à atribuição do 1ª lugar à BRT Blood Reprogramming Technologies, na última edição deste concurso.

“2017 foi um ano muito, muito forte em projetos na área da saúde e a Blood Reprogramming Technologies destacou-se num campo altamente competitivo, demonstrando um trabalho científico prévio de topo a nível global, com o potencial de salvar milhões de vidas humanas, apoiado numa equipa de enorme qualidade – o que aumenta a probabilidade de sucesso e concretização desse impacto”, justifica acrecentando que não só este projeto era uma carta de intenções como tinha uma validação laboratorial acima de qualquer suspeita e uma equipa completamente capacitada para liderar o processo de ensaios clínicos.

A próxima edição do concurso começa oficialmente a 14 de Janeiro de 2018, estando já abertas as incrições. “Esperamos seguir a trajetória que já temos dos últimos anos: mais projetos, de maior qualidade, e com mais impacto na sociedade portuguesa”, conclui Pedro Queiró. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde mental
A Organização Mundial de Saúde lançou hoje um Observatório dedicado às demências, anunciado que o número de pessoas com estas...

“Quase 10 milhões de pessoas desenvolvem demências a cada ano que passa, seis milhões das quais em países com baixos e médios rendimentos”, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Os efeitos em termos de sofrimento são enormes. Isto é um alerta: temos de prestar mais atenção a este crescente desafio e assegurar que as pessoas que vivem com demências, vivam onde viverem, têm os cuidados de que precisam”, defendeu.

O custo anual estimado das demências em todo o mundo é de cerca de 700 mil milhões de euros, o que equivale a mais de 1% da riqueza produzida mundialmente.

O custo total inclui gastos com tratamentos médicos, apoio social e ajuda informal (perda de rendimento pelos cuidadores).

Em 2030, os gastos estimados deverão ter mais que duplicado, chegando aos 1,6 biliões de euros, um custo que pode minar o desenvolvimento social e económico e sobrecarregar os serviços sociais e de saúde, incluindo os sistemas de saúde.

Para reunir toda a informação e conseguir mais dados, a OMS lançou hoje uma plataforma online, o Observatório Mundial de Demências, com o objetivo de monitorizar o desenvolvimento e fornecimento de serviços para pessoas com demência e para os cuidadores, tanto entre países como globalmente.

O Observatório irá monitorizar a existência de políticas e planos nacionais, as medidas de redução de riscos e as infraestruturas que fornecessem cuidados e tratamento.

“Este é o primeiro sistema de monitorização mundial de demências com dados completos”, disse Tarun Dua, do departamento de Saúde Mental e Dependências da OMS, na apresentação.

“O sistema não só vai permitir perceber os progressos conseguidos, mas também identificar as áreas onde são precisos mais esforços”, explicou.

A OMS recolheu, até ao momento, dados sobre 21 países de todos os níveis de rendimento, mas no final do próximo ano já deverá estar a receber informação de 50 países.

Os dados iniciais indicam que uma grande parte dos países que forneceram informação já têm planos nacionais, como, por exemplo, facilitar a participação das pessoas com demência nas atividades da comunidade e acabar com a sua estigmatização.

Para já, o Observatório conclui que 81% dos países que já fornecem dados realizaram campanhas para dar a conhecer a demência e reduzir os riscos, e 71% têm planos de saúde para estas doenças e dão formação a cuidadores.

O Observatório vai permitir a existência de um banco de dados onde as autoridades de saúde e sociais, os profissionais médicos, os investigadores e as organizações da sociedade civil poderão encontrar perfis dos países relativamente às demências, relatórios internacionais, guias das políticas, diretivas quer da prevenção quer do tratamento de demências.

Direção-Geral da Saúde
As trabalhadoras não qualificadas foram a categoria que, pela primeira vez, predominou entre as mulheres que realizaram uma...

De acordo com o relatório dos registos das interrupções da gravidez (IG), divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), em 2016 voltou a diminuir o número de IG: 15.959 (16.028 em 2015).

Deste número, as IG por opção da mulher nas primeiras dez semanas constituem cerca de 96,6% do total das intervenções realizadas, seguindo-se a “grave doença ou malformação congénita do nascituro” (2,77%) e outras.

A categoria das “trabalhadoras não qualificadas” aumentou, tendo sido a predominante nesse ano (21,31%) e ultrapassado, pela primeira vez, a de “desempregado” (18,62%). Em terceiro lugar surge a categoria de “estudante”, com 15,96% das IG realizadas em 2016.

Sobre o grau de instrução, o documento indica que mais de um terço (39,6%) das mulheres tem o ensino secundário, 25,1% o terceiro ciclo do ensino básico, 23,5% o ensino superior e 9% o segundo ciclo do ensino básico.

Trinta e cinco mulheres referiram não saber ler nem escrever, ou seja 0,2% do total das mulheres que fizeram IG em 2016.

O documento indica que o número de IG em mulheres de nacionalidade estrangeira diminuiu no ano passado (18,3% em 2015 e 17,7% em 2016).

Entre as mulheres de nacionalidade estrangeira que realizaram IG em Portugal, as de origem cabo-verdiana foram as que mais recorreram a este serviço (3,85%), seguindo-se as brasileiras (2,46%), as angolanas (2,11%), as guineenses (1,20%), as são-tomenses (0,90%), as romenas (0,75%), as ucranianas (0,65%) e as chinesas (0,56%).

Por idades, o grupo etário entre os 20 e os 24 anos foi o que mais IG praticou, seguindo-se o situado entre os 25 e os 29 anos e, em terceiro lugar, o grupo entre os 30 e os 34 anos.

Em relação à distribuição das interrupções por regiões de saúde, estas foram mais frequentes na região de Lisboa e Vale do Tejo (55,09%) e no Norte (23,53%).

Neste período, 49,5% das mulheres que efetuaram uma IG nas primeiras 10 semanas de gestação, por opção, referiram ter um a dois filhos e 43% não tinham filhos. Estes dados são muito semelhantes aos verificados em anos anteriores. (Quadro 12).

Entre as mulheres que realizaram uma IG em 2016, 233 (1,5%) tinham tido um parto nesse mesmo ano (1,5%).

Segundo o relatório, "entre as mulheres que efetuaram uma IG em 2016, 70% nunca tinham realizado anteriormente uma interrupção, 21,7% realizaram uma, 5,9% tinham realizado duas e 2,4% já tinham realizado três ou mais no decorrer da sua idade fértil”.

“Das interrupções realizadas durante 2016, 260 (1,7%) ocorreram em mulheres que já tinham realizado uma IG nesse ano”, lê-se no documento.

Os autores referem que 72,2% das IG por opção da mulher realizadas no ano passado foram feitas em unidades oficiais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que constitui “um aumento de cerca de 0,8% relativamente a 2015”.

O relatório acrescenta que, em relação às IG realizadas em instituições do SNS, 55,7% decorreram do acesso direto das mulheres à consulta hospitalar (iniciativa própria), 33,9% tiveram uma referenciação prévia dos cuidados de saúde primários (encaminhamento do centro de saúde) e 4,6% resultaram do encaminhamento de outras unidades hospitalares públicas.

Em relação a 2015, diminuiu ligeiramente o número de mulheres que recorreram à consulta de IG por iniciativa própria.

No que diz respeito às unidades privadas, a percentagem de mulheres encaminhadas por unidades hospitalares públicas e pelos cuidados de saúde primários foi de 21% e 53%, respetivamente. Tal significa que “aumentou consideravelmente o encaminhamento pelos centros de saúde com consequente diminuição do encaminhamento por hospitais públicos”.

“Procuraram estas unidades por iniciativa própria e não ao abrigo de encaminhamento do SNS 24,3% das mulheres”, adiantam os autores.

Em 2016, 71,7% das IG por opção da mulher foram realizadas pelo método medicamentoso e 27,2% pelo método cirúrgico.

“Nas unidades do SNS, a grande maioria das interrupções (98,3%) foi realizada utilizando o método medicamentoso, tendo aumentado 0,3% comparativamente a 2015”, lê-se no relatório.

Já em relação às unidades privadas, a quase totalidade das interrupções foram realizadas pelo método cirúrgico (97,1%), tendo aumentado 0,8% em relação a 2015.

A esmagadora maioria (94,5%) das mulheres que realizou um IG por opção escolheram, posteriormente, um método de contraceção.

Escolas
A Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais reconhece a dificuldade em resolver, sem encargos, os contratos com as...

Numa carta aberta enviada aos deputados parlamentares, a Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP) considera que, num segundo momento, conforme os contratos vão acabando ou os incumprimentos permitam rescisão, as cantinas deverão passar para a gestão das escolas.

“Este hiato entre hoje e o fim dos contratos permitirá que sejam feitas as reorganizações dos serviços e a contratação do pessoal necessário para que as Cantinas funcionem com a qualidade que se exige de um Serviço Público, principalmente quando esse Serviço serve as refeições aos mais jovens”, defende a federação.

Para a FERLAP, o modelo testado de entregar as cantinas a empresas privadas não funciona e apenas serviu para aliviar “as escolas e os agrupamentos, libertando-os do peso burocrático muito grande que tinham antes da opção pela concessão”, mas criou problemas à alimentação dos alunos.

A alimentação servida nas cantinas escolares tem estado debaixo de fogo desde o início do ano escolar, com diversas queixas dos pais e alunos sobre a falta de qualidade das refeições.

Estas queixas levaram mesmo o Ministério da Educação a criar novas equipas para fiscalizar as refeições escolares, que já estão no terreno, com o objetivo de “reduzir drasticamente” os problemas detetados nas cantinas e garantir a penalização de quem não cumpre.

Com este plano, passa a haver um “controlo e fiscalização apertada ao nível da escola, que conta com a participação da direção da escola e com as equipas regionais da DGestE [Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares], que foram criadas de propósito para andar pelas escolas a ver e a fiscalizar”, explicou esta semana à agência Lusa a secretária de estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão.

“Iremos continuar a estar atentos à qualidade e quantidade das refeições servidas nas cantinas escolares e, que caso se venha a verificar que a qualidade e a quantidade não são suficientes, que quem tem o dever de fiscalizar não o faz, que os prevaricadores não sofrem as devidas consequências, iremos, com toda a certeza, responsabilizar quem venha a impedir que os alunos tenham a alimentação (…) a que têm direito”, avisa, por seu lado, a FERLAP.

A federação defende que as cantinas escolares devem passar no futuro para a gestão das escolas e sublinha que os funcionários dos estabelecimentos escolares “têm um sentido de pertença à escola e à comunidade dificilmente sentido pelos funcionários de empresas que não têm qualquer tipo de ligação à escola”.

Na carta, a FERLAP diz ainda que, neste momento, ”a bola passou para as mãos dos deputados da nação”, garantindo que os pais e alunos “vão ficar atentos às decisões tomadas”.

Segundo números avançados pela secretária de estado Adjunta e da educação, em média são servidos cerca de 500 mil almoços e, até agora, os casos mais problemáticos concentram-se nas zonas de Lisboa e do Porto.

Alexandra Leitão recusa que o valor por refeição (1,46 euros no máximo) seja insuficiente para garantir a qualidade, defendendo sempre que o importante neste momento é controlar que as empresas cumpram com o que prometeram.

Sobre a possibilidade de as refeições escolares voltarem a ser confecionadas pelas escolas, tal como defendido pelo Partido Comunista e pelo Bloco de Esquerda, Alexandra Leitão considera que este é um processo “difícil, uma vez que foram agora celebrados contratos” para os próximos três anos letivos.

“Não excluímos à partida, mas há dificuldades nesse processo de reversão. Não é fácil, mas é algo que podemos de forma concentrada, pensar. É preciso fazer contas e pensar nos prós e nos contras”, defendeu, acrescentando que esta opção traria também muito mais trabalho para os diretores escolares.

Apesar desta posição, os deputados do PCP e Bloco de Esquerda vão defender hoje no parlamento que as escolas voltem a gerir as cantinas.

Em Portugal
O filme "120 batimentos por minuto", do realizador Robin Campillo, que recorda o trabalho ativista de uma associação...

O filme chega aos cinemas portugueses depois de ter sido distinguido em maio com o Grande Prémio, o Prémio da Crítica e o Prémio Queer no Festival de Cinema de Cannes. Está nomeado para os Prémios Europeus de Cinema e é o candidato de França a uma nomeação para os Óscares.

"120 batimentos por minuto" traça um retrato da associação Act Up e de uma geração que enfrentou os primeiros anos de epidemia da doença, em França, na década de 1990.

Robin Campillo, realizador franco-marroquino, contou à agência Lusa que fez este filme a partir das memórias daquela época, porque foi militante da Act Up, e participou nas ações de esclarecimento e protesto junto de políticos, laboratórios farmacêuticos e da sociedade civil.

"Foi um momento poderoso. Claro que foi horrível, porque os nossos amigos estavam a morrer no pior momento da epidemia, mas, ao mesmo tempo, estávamos tão felizes por estarmos juntos, por querermos mudar a forma como a doença era entendida, querermos mudar a sociedade. Foi muito importante para mim poder partilhá-lo com os espectadores, foi um momento importante da minha vida, do ponto de vista emocional, político e ético", disse o realizador.

Com Nahuel Pérez Biscayart, Arnaud Valois e Adèle Haenel, nos principais papéis, "120 batimentos por minuto" não pretende ser um filme didático.

"Não fiz o filme para dar uma aula para a geração mais nova. Eu fiz este filme de uma forma egoísta, porque queria entender o que se passou na época, e o cinema ajuda-nos a entender momentos particulares (...). O filme foi um grande sucesso em França. Não tentei agradar a toda a gente, tentei fazer um retrato honesto deste coletivo", disse.

Administração Regional de Saúde
O Programa da Alimentação Saudável da Administração Regional de Saúde do Centro permitiu melhorar vários indicadores de saúde...

"Éramos das piores regiões em termos de indicadores de saúde relacionados com excesso de sal, gorduras e açúcares e com este programa melhorámos bastante, o que quer dizer que estamos no bom caminho", salientou Ilídia Duarte.

Segundo a coordenadora regional do programa, o projeto "minorsal.saúde", em vigor há 10 anos, tem contribuído para a diminuição da ingestão de sal e para uma alimentação mais equilibrada, através das iniciativas "pão.com", que envolve 1.002 padarias, e "sopa.come", que abrange 1.277 unidades de confeção alimentar.

Mais de 71% das padarias envolvidas reduziu os valores de sal para igual ou inferior a um grama por 100 gramas de pão e 44,8% conseguiu mesmo baixar para igual ou menos de 0,8 grama por 100 gramas de pão.

"Em 10 anos deste projeto realizámos 8.351 análises e envolvemos 2.000 profissionais de panificação", sublinhou Ilídia Duarte.

Na iniciativa "sopa.come", mais dirigido para a população estudantil, o programa regional abrange 1.047 escolas do 1.º, 2.º e 3.º ciclo e 130 mil crianças e 70 mil pessoas do corpo docente e não docente.

O Programa Regional da Alimentação Saudável inclui ainda os projetos "vending.saude", que visa melhorar a oferta alimentar das máquinas de venda automática e "tãodoce.não", cujo objetivo é promover a diminuição do consumo de açúcares de absorção rápida na população da região Centro, nomeadamente intervindo nas indústrias de pastelaria e similares.

Para facilitar a implementação destes projetos junto dos cidadãos, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) tem estado a assinar protocolos de colaboração com os municípios, de modo a "facilitar a implementação de estratégias de intervenção comunitária, nomeadamente nos consumos alimentares de sal, açúcar, gorduras, fibras alimentares, água e prática de atividade física".

Na tarde de ontem, mais sete municípios da região assinaram protocolos de colaboração e, segundo Ilídia Duarte, dentro em breve outros seis vão também aderir.

Conselho Regional de Saúde
O Governo dos Açores apresentou ontem ao Conselho Regional de Saúde um plano de ação de redução dos problemas ligadas ao álcool...

"Este plano está pensado em diferentes contextos: a família, a escola, o contexto laboral, recreativo, desportivo, comunitário e espaços extremos que são as prisões e as pessoas ligadas à justiça", adiantou, em declarações aos jornalistas, a diretora regional da Prevenção e Combate às Dependências.

Suzete Frias falava à margem da segunda reunião de 2018 do Conselho Regional de Saúde, que deu ontem parecer sobre este e outros planos de promoção da saúde nos Açores.

Segundo a diretora regional, o plano tem políticas integradas e intersectoriais e inclui intervenções de promoção da saúde, prevenção, minimização de riscos, tratamento e reinserção.

Entre os exemplos das ações previstas está um programa focado nas grávidas, que pretende não só reforçar a mensagem de que não devem ingerir álcool na gravidez, porque traz riscos para o feto, mas também promover "competências em termos afetivo-emocionais, de maneira a sustentar e a promover também a vinculação do bebé".

"Está provado pelas evidências científicas que a não vinculação da mãe, a negligência, uma mãe ausente ou uma mãe menos atenta às necessidades do bebé, com uma relação menos vinculativa, faz com que o bebé tenha comportamentos que mais tarde podem ser fatores de risco das adições", salientou Suzete Frias.

Outro dos programas integrados neste plano é o "Prevenir em família e na comunidade", em que estão previstas sessões com pais, com crianças e em conjunto, para "promover a relação e a dinâmica familiar".

O plano prevê também formação para equipas de intervenção e comportamentos aditivos e dependências e para funcionários de casas de acolhimento de jovens, bem como intervenções no âmbito da saúde escolar.

Segundo a diretora regional, estão contempladas ainda ações de formação para cuidadores e para idosos, não só para sensibilizar para os riscos do consumo do álcool, mas para "treiná-los em competências de enfrentamento de situações críticas na velhice que levam muitas vezes à adoção de mau uso do álcool e até de medicação".

No Inquérito Regional de Saúde de 2014, 15% dos participantes admitiu ter bebido diariamente pelo menos uma bebida alcoólica nos 12 meses que antecederam a entrevista e 11% dos consumidores disseram ingerir cinco ou seis copos de bebidas alcoólicas numa ocasião, três ou mais dias por mês.

Suzete Frias disse, no entanto, que o mais grave não é a prevalência do consumo de álcool, mas a quantidade consumida nos Açores, que está acima da média nacional e está associada a doenças.

"Em termos de prevalências nas várias idades, estamos abaixo da média nacional, onde estamos acima é nos anos potenciais de vida perdida, devido a problemas relacionados com álcool. Apesar de beber menos gente, quem bebe, bebe muito mais", frisou.

O Conselho Regional de Saúde analisou também o Plano Regional de Alimentação Saudável, que prevê ações junto das escolas e de grupos de risco com estratégias baseadas na literacia alimentar, na confeção de alimentos e na alteração de hábitos de vida.

"O Inquérito Regional com Exame Físico demonstrou que os Açores são a região do país com maior número de diabetes, a segunda maior região do país com hipertensão arterial e com o maior número de pessoas sedentárias e obesas. Portanto queremos alterar esses fatores", salientou a diretora regional da Saúde, Tânia Cortez.

Assembleia da República
O primeiro-ministro admitiu ontem que o Governo foi inábil na forma de comunicação da transferência do Infarmed, mas afirmou...

O tema ocupou grande parte do debate na Assembleia da República entre o líder parlamentar do PSD e António Costa, com Hugo Soares a colocar repetidamente a questão se o Infarmed irá ou não para o Porto, depois de a diretora do instituto ter afirmado publicamente que o ministro da Saúde lhe dera conta que se tratava de “uma intenção”.

“Vou repetir o que o ministro da Saúde disse várias vezes: a decisão do Governo é que o Infarmed vá para o Porto, a decisão do Governo é que o Infarmed vá para o Porto. Está claro agora, estamos entendidos?”, afirmou António Costa.

O primeiro-ministro admitiu, contudo, que o Governo foi “inábil” e errou em ter comunicado essa decisão “antes de falar com o conselho de administração, antes de tranquilizar os funcionários e, porventura, antes de ter desenvolvido e concretizado melhor o plano de transferência” de Lisboa para o Porto.

“Há bastantes meses que o ministro da Saúde tinha falado comigo sobre este objetivo no quadro da candidatura à Agência Europeia do Medicamento, pareceu-me uma ideia correta, positiva, de desconcentração de serviços e coerente quanto à capacidade do Porto para acolher a agência europeia do medicamento (EMA)”, afirmou o primeiro-ministro, desafiando o PSD a dizer se não concorda com esta transferência.

Na resposta, Hugo Soares lamentou “a ligeireza da decisão” e considerou que as pessoas do Porto e do Norte “não precisam deste tipo de esmolas”.

“Estas matérias deviam ser pensadas, deviam ser estudadas (…) Ninguém percebeu se a sua decisão vai ter uma consequência ou não”, afirmou, lembrando que o PS recusou a proposta do PSD de realizar uma comissão eventual sobre a descentralização.

O primeiro-ministro negou que esta transferência possa ser entendida como “uma esmola” dizendo corresponder a “uma visão mais ampla” e que já passou pela devolução dos transportes públicos do Porto à Autoridade Metropolitana e pela instalação da coleção Miró no Porto.

Quanto à acusação do PSD de que o Governo tinha sido habilidoso, António Costa respondeu de forma irónica: “Se há coisa que manifestamente tem de reconhecer é que, se o Governo é habilidoso, o ministro foi muito inábil, fomos mesmo inábeis na forma como apresentámos uma decisão que é boa”.

O líder parlamentar do PSD introduziu ainda no debate quinzenal o ‘chumbo’ da proposta do partido em sede de Orçamento que propunha que as casas ardidas nos incêndios deste verão ficassem isentas de IMI.

“Vou-lhe propor um exercício: o senhor primeiro-ministro mora em Pedrógão Grande, a sua casa ardeu porque o Estado falhou e o mesmo Estado vai-lhe continuar a cobrar impostos por uma casa que já não tem. Acha que é justo ou injusto?”, questionou Hugo Soares.

Na resposta, o primeiro-ministro salientou que, no caso de Pedrógão ou de qualquer outro concelho, “há uma regra nova relativamente às isenções e reduções de IMI”, que é serem aprovadas pelas Assembleias Municipais, por proposta das Câmaras.

“Aquilo que queriam fazer aqui não era facilitar, era a diminuir as competências dos municípios portugueses”, acusou.

Esta explicação não foi aceite por Hugo Soares, que considera não terem sido respeitadas estas competências municipais quando o Governo decidiu aprovar um adicional da IMI, a que chamou “o IMI das vistas”.

O líder parlamentar do PSD tinha começado a sua intervenção saudando a eleição do ministro das Finanças, Mário Centeno, para o Eurogrupo, desejando-lhe, em nome do partido, “as maiores felicidades nessas funções”.

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