Governo
O Governo assegurou hoje que a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto será feita com o "devido cuidado" e ...

"Essa situação será feita com o devido cuidado, acautelando os direitos dos trabalhadores e com o devido tempo para que possa acontecer", garantiu a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques.

De todo o modo, sublinhou a governante em conferência de imprensa, a situação não foi abordada na reunião de hoje do Conselho de Ministros.

O secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) disse hoje também que os trabalhadores do Infarmed não podem ser obrigados a mudar-se para o Porto e que os que aceitarem fazê-lo têm direito a receber dinheiro pelas despesas de deslocação.

"Nenhum trabalhador poderá ser obrigado a ir para o Porto se não quiser. Para ser deslocado para 300 quilómetros tem de merecer o seu acordo", disse José Abraão, dirigente da FESAP (ligada à UGT), em conferência de imprensa.

O Infarmed - Agência Nacional do Medicamento tem 350 trabalhadores, mais cerca de 100 colaboradores externos.

O ministro da Saúde anunciou, na terça-feira, que a sede da autoridade nacional do medicamento vai ser mudada de Lisboa para o Porto, uma mudança a ocorrer a partir de 01 de janeiro de 2019.

Na Finlândia
Uma das maiores empresas de produtos alimentares da Finlândia vai começar a vender pão de insetos, no qual grilos comuns são...

Markus Hellstrom, chefe da divisão de padaria do grupo Fazer, anunciou hoje que cada pão vai conter cerca de 70 grilos comuns, moídos até ficarem em pó.

"Os finlandeses são conhecidos pela sua disposição para experimentarem coisas novas", disse o responsável da Fazer. Hellstrom acrescentou que uma sondagem da empresa indicou os principais critérios dos consumidores para o pão: "gosto bom" e "frescura".

Outras sondagens recentes nos países nórdicos indicam que "os finlandeses têm uma atitude muito positiva em relação aos insetos", disse Juhani Sibakov, chefe da divisão de inovação da Finlândia da Fazer Bakery.

"Fizemos a massa estaladiça para intensificar o sabor. O resultado é delicioso e nutritivo", salientou Juhani Sibakov.

O Fazer Sirkkaleipa (Pão de Grilo da Fazer, em finlandês) "é uma boa fonte de proteína e os insetos também contêm ácidos gordos, cálcio, ferro e vitamina B12".

"A Humanidade precisa de fontes de nutrição novas e sustentáveis", declarou Sibakov, enquanto Hellstrom salientou que a legislação finlandesa foi alterada a 01 de novembro, para permitir a comercialização de alimentos com insetos.

A primeira fornada de pão de grilo estará à venda nas principais cidades finlandesas na sexta-feira. A empresa explicou que, por enquanto, não há farinha de grilo suficiente para vender o pão a nível nacional, mas que o objetivo é o de ter este tipo de pão à venda em 47 padarias na Finlândia.

Na Suíça, a cadeia de supermercados Coop começou a vender hambúrgueres e almôndegas feitas com insetos em setembro. Também se pode encontrar alimentos com insetos nas prateleiras dos supermercados na Bélgica, Reino Unido, Dinamarca e na Holanda.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) tem vindo a promover o uso de insetos como fonte de alimentação humana, afirmando que é saudável e rica em proteínas e minerais. A agência afirma que muitos insetos produzem menos gases com efeitos de estufa e amónio do que a maioria dos atuais animais para abate - como por exemplo o gado bovino, que emite metano - além de que exigem um menor uso de terra e são mais baratos de produzir.

União Europeia
Portugal tem de melhorar a medicina dentária, a saúde mental e os cuidados paliativos e atender à “escassez de médicos de...

“Apesar do sucesso inicial das medidas aplicadas em termos de redução de custos e de aumento da eficiência, subsistem vários desafios, nomeadamente a aplicação de medidas eficazes de garantia da sustentabilidade financeira, acompanhada da melhoria das áreas de prestação deficitárias, como os cuidados de medicina dentária, a saúde mental e os cuidados paliativos”, lê-se nas conclusões da avaliação a Portugal.

Portugal tem uma taxa de vacinação elevada e uma das mais baixas taxas padronizadas por idade e por sexo por 100.000 habitantes de internamentos evitáveis devido a asma, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e insuficiência cardíaca congestiva – cerca de 300, estando a média da União Europeia acima dos 600.

Nos últimos dez anos, sustentou o perfil da saúde em Portugal, “houve várias tentativas para melhorar a integração dos cuidados de saúde primários. Porém, verifica-se uma escassez de médicos de família, situação que poderá agravar-se no futuro com a aposentação dos médicos de família atualmente em funções. A motivação e a retenção dos profissionais de saúde, em especial dos enfermeiros, representam um importante desafio”.

Bruxelas concluiu ainda que “o Serviço Nacional de Saúde cobre toda a população com a prestação de todos os cuidados exceto os de medicina dentária, mas, devido às disparidades geográficas, existem desigualdades no acesso aos cuidados de saúde”.

O ‘diagnóstico’ apontou também que, apesar de “menos de metade dos cidadãos portugueses” dizerem gozar de boa saúde, “a esperança de vida à nascença aumentou mais de quatro anos desde 2000 e é superior à média da UE”.

Em Portugal, as taxas de mortalidade relativas às causas de morte mais comuns (doenças cardiovasculares e certos tipos de cancro) têm vindo a diminuir, enquanto aumentaram o número de mortes por diabetes.

“Também as taxas de tabagismo e de consumo esporádico excessivo de álcool estão muito abaixo das médias da UE, mas o crescimento das taxas de obesidade e de inatividade física constitui um dos principais desafios para a saúde da população”, notou ainda a Comissão Europeia.

Bactéria já infetou 56 pessoas
A Direção-Geral da Saúde diagnosticou mais dois casos de ‘legionella’ ligados ao surto no Hospital São Francisco Xavier, em...

De acordo com um comunicado da Direção-Geral da Saúde (DGS), os dois doentes, diagnosticados na passada segunda-feira, iniciaram sintomas a 13 e 16 de novembro.

“Estes doentes foram alvo de investigação epidemiológica para apurar toda a evolução da doença. Por este motivo, estiveram anteriormente classificados ‘em investigação’”, refere o comunicado da DGS.

As autoridades consideram que “estes dois casos não significam o recrudescimento do surto” pois referem-se a doentes “cuja exposição à fonte de infeção foi anterior à tomada de medidas que interromperam a emissão de aerossóis”.

“Tendo em conta que a fonte emissora de aerossóis do Hospital de São Francisco Xavier foi encerrada no dia 04 de novembro, considera-se que estes casos se encontram ainda no período de incubação descrito na literatura médica, que pode ultrapassar os 10 dias”, explica a DGS.

“Poderão surgir casos isolados com eventual ligação a este surto. Estes eventuais casos, sempre excecionais, terão de aguardar por resultados analíticos para poder tirar-se conclusões", acrescenta.

Os dois doentes, com idades superiores a 80 anos, com historial de doença crónica grave e fatores de risco, encontram-se internados em enfermaria, um no Hospital de São Francisco Xavier e outro no Hospital Egas Moniz, com situação clínica estável.

O surto de ‘legionella’ no Hospital São Francisco Xavier infetou pelo menos 56 pessoas com a Doença dos Legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia.

Das pessoas infetadas com a doença, todos com doença crónica e/ou fatores de risco, dois continuam internados nos cuidados intensivos e 14 na enfermaria. A maioria dos doentes (68%) têm idade igual ou superior a 70 anos.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos considera que 15 minutos de consulta nos centros de saúde é um tempo “relativamente curto” nas atuais...

O bastonário Miguel Guimarães admite que os tempos padrão de consulta a definir para a medicina geral e familiar sejam superiores a 15 minutos, podendo rondar os 20 minutos.

Contudo, o representante dos médicos ressalva que esta definição cabe ao colégio de especialidade de medicina geral e familiar, que, tal como os outros colégios da Ordem, está a definir os tempos de intervalo a que devem ser marcadas as consultas das várias especialidades.

Segundo um estudo internacional, as consultas nos centros de saúde portugueses duram em média 15 minutos, o que torna Portugal num dos 10 países que mais tempo disponibiliza nas consultas de medicina familiar.

Portugal surge com uma duração média de 15,9 minutos.

“Não sendo um tempo muito reduzido comparado com os outros, é um tempo que nas atuais circunstancias é relativamente curto para a função que os médicos de família têm de ter se cumprirem o que são os seus objetivos fundamentais”, afirmou o bastonário dos Médicos.

Miguel Guimarães frisa que as avaliações comparativas entre os vários países deviam ter em conta a diferença da forma como se fazem as consultas de medicina geral e familiar.

Há, por exemplo, países em que as consultas têm apoio efetivo de outros profissionais de saúde dentro da própria consulta.

O bastonário lembra ainda que em Portugal há “muito trabalho burocrático” que é feito pelos médicos, além de alertar para a complexidade dos sistemas informáticos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Melhorar a relação entre médicos e doentes é uma das principais bandeiras do bastonário dos Médicos, que já determinou que vão ser definidos tempos padrões de consultas, para que o intervalo de marcação entre as várias consultas seja mais adequado.

Cada colégio da especialidade vai definir os tempos que considera adequados e a Ordem espera ter esse trabalho pronto em janeiro do próximo ano, dentro de menos de três meses.

O bastonário Miguel Guimarães admite que os tempos padrão de consultas partem de uma base mínima de 15 minutos e que poderão vir a ser agrupados por três ou quatro tempos que integrem várias especialidades.

Psiquiatria, medicina interna e neurologia devem vir a ser as especialidades com tempos padrão mais alargados.

Atualmente, os hospitais marcam consultas de 15 em 15 ou de 10 em 10 minutos, mas o bastonário reconhece que há serviços e unidades que permitem marcar mais do que um doente para a mesma hora.

Estudo
As consultas nos centros de saúde portugueses duram em média 15 minutos, o que torna Portugal um dos 10 países que mais tempo...

Um estudo internacional sobre a duração média das consultas de cuidados de saúde primários concluiu que Portugal está em 10.º lugar numa avaliação a 67 países quanto ao tempo médio nas consultas.

Portugal surge com uma duração média de 15,9 minutos.

O estudo foi divulgado na revista “British Medical Journal Open”, sendo uma das autoras a investigadora portuguesa Ana Luísa Neves, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e do Imperial College London.

Segundo explicou, foram analisados dados de 67 países, tendo-se concluído que em 15 desses países, que representam 50% da população mundial, a duração média de uma consulta de cuidados primários é inferior a cinco minutos.

Ao todo, são mais de 30 os países com consultas com médias inferiores a 10 minutos.

A Suécia surge como o país que mais tempo médio dedica a estas consultas, com 22,5 minutos, enquanto no extremo oposto está o Bangladesh, com uma duração média de 48 segundos.

À frente dos tempos praticados em Portugal surgem, além da líder Suécia, os Estados Unidos, a Bulgária, a Noruega, a Finlândia, a Rússia, a Suíça, a França e o Canadá.

Espanha surge com pouco mais de 13 minutos de duração média nas consultas de medicina geral e familiar, enquanto no Reino Unido não chegam a 10 minutos.

Ana Luís Neves explica que não há um consenso sobre a duração ideal de uma consulta nos cuidados primários, indicando que muito depende do tipo de população ou doente que está perante um médico, entrando aqui fatores como a idade ou a existência ou não de doenças crónicas.

Os investigadores do estudo referem que as consultas com tempos mais curtos são associadas a piores resultados em saúde e colocam os médicos em maior risco de ‘burnout’ (cansaço extremo).

A investigação também permitiu evidenciar uma relação entre as consultas mais curtas e o uso excessivo de antibióticos.

Observatório
As doenças respiratórias matam cada vez mais em Portugal, tendo ultrapassado as 22 mil mortes em 2015, mas são menos de 2% os...

Os dados constam da 12º edição do Relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR), hoje divulgado em Lisboa, que indica que em 2015 morreram 22.767 pessoas, o que representa um aumento de 24% em relação a 2006.

O cenário traçado no relatório mostra um aumento de mortes mas também de internamentos (115.828 pessoas internadas em 2015) e mais episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica (aumentaram 167% desde 2006).

Apesar desta realidade, o estudo sublinha que são menos de 2% os doentes com indicação para reabilitação respiratória que conseguem ser tratados nos poucos centros de reabilitação existentes em Portugal.

Os 25 centros de Reabilitação Respiratória em Portugal continental tratam menos de 3.000 pessoas com doenças respiratórias por ano, o que representa menos de 2% dos doentes com indicação para reabilitação respiratória, o que leva o relatório a falar em “inexistência de programas de reabilitação respiratória”.

Para o presidente do ONDR, José Alves, “estes dados demonstram que os pacientes e a comunidade médica ainda não estão sensibilizados para a importância da reabilitação respiratória e para os resultados muito significativos que dela se conseguem”.

Entre os fatores que mais preocupações deixam aos profissionais está o envelhecimento da população - Portugal encontra-se no restrito grupo de países do mundo com uma esperança média de vida de 80 ou mais anos – a existência de doentes com problemas de saúde associados, e o facto de muitas pessoas continuarem a não fazer a vacina da gripe.

O pneumologista que assumiu a presidência do observatório reconhece que “há muito a melhorar, a todos os níveis, na classe médica, nos profissionais ligados à saúde, nas metodologias definidas e a definir, na forma de as implantar, no relacionamento das instituições, na forma como se pensam a elas próprias, como se relacionam com a tutela e na forma como a tutela se relaciona com todos. Há muito a melhorar na uniformização e na equidade da prestação dos serviços, tratamentos e atos médicos na área da saúde respiratória”.

Observatório
As doenças respiratórias foram responsáveis pela morte de mais de 22 mil pessoas em Portugal, em 2015, um aumento de 24% em...

Em Portugal, as doenças do sistema respiratório continuam a ser a terceira causa de morte e há cada vez mais casos: em 2015 morreram 22.767 pessoas, o que representa um aumento de 4.392 óbitos em relação a 2006.

O cenário traçado no relatório é dramático, com o aumento de mortes, mais internamentos (115.828 pessoas internadas em 2015) e mais episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica (aumentaram 167% desde 2006).

Nas causas do óbito daquelas 22 mil pessoas aparecem neoplasias, insuficiência respiratória, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e asma brônquica, enumera a 12.ª edição do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR) 2017, hoje divulgado em Lisboa.

Mas a pneumonia continua a ser a principal causa de morte por doença respiratória em Portugal: cerca de 55 mil mortes por 100 mil habitantes, um valor muito acima da média europeia, que ronda as 25 mil mortes.

Olhando para o mapa de Portugal, Beja, Setúbal, Portalegre, Santarém e Faro são os distritos onde mais se morre de pneumonia.

Em nove anos, as mortes por pneumonia aumentaram e, só em 2015, registaram-se 43.199 internamentos, o que representa 37% dos internamentos por doença respiratória.

No total, em 2015, foram internadas 115.828 pessoas devido a doenças respiratórias, sendo as pneumonias e insuficiências respiratórias as principais causas de internamento.

O relatório regista um aumento de 15% de internamentos em relação a 2010 e de mais 35% em relação a 2006.

No mesmo sentido, os episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica mais do que duplicaram (aumentaram 167%) em relação a 2006.

A doença que apresenta aumentos mais preocupantes é a insuficiência respiratória: mais 71% de mortes entre 2006 e 2015 e 160% de internamentos com ventilação mecânica, segundo os dados avançados no relatório.

O número de internamentos por pneumonia, insuficiência respiratória, DPOC, neoplasias, asma, pleura, tuberculose, bronquiectasias e gripe também aumentou 35% entre 2006 e 2015.

O Relatório ONDR 2017 propõe ainda várias medidas à promoção da saúde e prevenção nas doenças respiratórias, alertando para a importância do diagnóstico precoce, de melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde, nomeadamente à Reabilitação Respiratória, da vacinação e da promoção de informação.

Doença de causa desconhecida
O vitiligo é uma despigmentação da pele localizada ou difusa, caracterizada por manchas de pele bran
Mãos com vitiligo

O vitiligo é uma doença de pele que se caracteriza pela presença de manchas acrómicas (sem pigmentação) na pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos, as células responsáveis pela formação da melanina, substância que dá cor à pele.

Isto traduz-se no aparecimento de manchas brancas, que são mais visíveis quanto mais escura for a pele. Trata-se de uma doença com causa desconhecida, mas as investigações apontam para uma associação a fenómenos auto-imunes, para além de uma correlação com alterações ou traumas emocionais que podem actuar como factores de desencadeamento ou agravação da doença.

A doença pode surgir em qualquer idade, embora seja mais frequente no adulto jovem. Segundo os dados conhecidos afecta cerca de um por cento da população mundial, mas não é uma doença contagiosa. Em cerca de um terço dos casos observa-se uma incidência familiar. A evolução do vitiligo é extremamente variável, quer quanto à idade, número de lesões e progressão. Ou seja, não há como prever a evolução da doença, que pode permanecer estável durante anos, voltar a desenvolver-se ou regredir espontaneamente.

As localizações mais frequentes são os contornos dos orifícios naturais, dorso das mãos, extremidades dos dedos e os locais submetidos a atrito prolongado, por exemplo os cotovelos. É frequente a associação do vitiligo com doenças da tiróide, queda de cabelo localizada, diabetes e melanoma maligno.

Por outro lado, o vitiligo é frequentemente confundido com outras doenças da pele e surgir em consequência de inflamações como no eczema atópico e na pitiríase alba, ou sucederem a infecções fúngicas como na pitiríase versicolor.

Sintomas do vitiligo

O vitiligo apresenta-se sob a forma de manchas brancas típicas da total ausência de pigmento. Têm limites bem definidos e podem apresentar um fino halo de pele mais escura ao seu redor. As lesões não apresentam quaisquer sintomas.

O vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos membros, genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele. Quando atinge áreas pilosas, os pêlos ficam brancos.

Apesar do vitiligo não causar nenhum prejuízo à saúde física, as alterações estéticas muitas vezes causam distúrbios psicológicos que podem prejudicar o convívio social. O grau de comprometimento emocional pode acabar por interferir negativamente na evolução da doença. Por isso, quando necessário, o acompanhamento psicológico dos doentes em tratamento pode ser fundamental para um bom resultado.

Tratamento do vitiligo

O vitiligo é uma doença que tem tratamento, mas este é demorado e exige paciência. Até porque a doença apresenta-se de forma e intensidade variada em cada doente. Assim, o tratamento indicado pelo dermatologista deve ser individualizado, de acordo com cada caso. Isto porque, medicamentos que exercem óptimos resultados em alguns doentes podem não ter efeito algum em outros.

O tratamento visa corrigir as alterações imunes que se pensa serem responsáveis pelo processo de despigmentação ou estimular os melanócitos presentes nas lesões a produzirem a melanina. São actualmente usadas terapêuticas medicamentosas e em alguns casos cirúrgicas. Este último tipo de tratamento pode ser bastante eficaz nos casos de vitiligo estável (quando não surgem novas lesões e as existentes não aumentam de tamanho), fazendo-se uma transferência de melanócitos obtidos em áreas de pele saudável para a área afectada. Uma vez incorporados ao tecido estes iniciam a produção de melanina repigmentando a lesão. Os resultados dos tratamento são variáveis, mas a sua eficácia, habitualmente, não ultrapassa os 75% de repigmentação.

A clarificação do mecanismos fisiopatológicos da doença pode possibilitar o desenvolvimento de fármacos que impeçam o processo de despigmentação, tornando o vitiligo uma doença potencialmente reversível. A repigmentação poderá, então, ser mais facilmente alcançada através da combinação de métodos médicos e cirúrgicos.

Artigos relacionados

Vitiligo: a vida a duas cores

Dermatite Atópica: a doença inflamatória cónica de pele que dá comichão intensa

Pitiríase Rosada

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Após reunião
O Conselho Geral e de Supervisão da ADSE recusou ontem a possibilidade de o preço das consultas vir a aumentar no próximo ano...

Os 17 membros do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) estiveram reunidos ontem à tarde a avaliar o novo regulamento dos benefícios da ADSE e a atualização das tabelas e, segundo o dirigente sindical José Abraão, “tudo indica que não haverá aumento do preço das consultas para os beneficiários” a partir de janeiro de 2018, como previa a proposta do conselho diretivo.

O parecer do CGS sobre este assunto será ainda discutido e aprovado na próxima reunião, agendada para 6 de dezembro, acrescentou.

“Para já, não está em cima da mesa a atualização das tabelas, tal como reivindicava a FESAP (Federação Sindical da Administração Pública), pois sempre dissemos que um aumento das consultas seria inaceitável se não houvesse redução das contribuições para os beneficiários”, sublinhou Abraão.

A proposta do conselho diretivo da ADSE defende aumentos para os beneficiários de 1,51 euros nas consultas de clínica geral e mais 1,01 euros nas de especialidade, a partir de janeiro, para o valor de 5 euros por consulta em ambos os casos.

A proposta estabelece ainda que os encargos suportados pela ADSE com as clínicas privadas possam subir 4,03 euros nas consultas de clínica geral e 0,53 euros nas de especialidade, para 15 euros.

O dirigente sindical, que tem assento no CGS, contou ainda que foi aprovado na reunião de hoje o parecer sobre as alterações ao regime de benefícios e, tal como a Agência Lusa avançou, os membros do conselho defendem uma abertura “por fases” à entrada de novos beneficiários.

“A prioridade será dada aos CIT [contratos individuais de trabalho] e aos ‘arrependidos’, ou seja, a pessoas que saíram do sistema ou a quem não teve oportunidade de se inscrever”, explicou José Abraão.

O dirigente sindical sublinhou que o parecer é “genérico”, ficando agora o CGS a aguardar por uma nova proposta do conselho diretivo da ADSE para perceber como e quando será feito o alargamento a novos beneficiários.

“Tem de haver mais estudos sobre a sustentabilidade do sistema”, acrescentou José Abraão.

Segundo adiantou, “provavelmente serão cerca de 80 mil” os CIT que poderão aderir à ADSE, nomeadamente os trabalhadores dos hospitais EPE.

O alargamento da ADSE aos cônjuges dos funcionários públicos deverá assim ficar para uma fase posterior.

Exposição
Exposição “Casa da EM” na Assembleia da República com inauguração oficial no dia 27 de novembro às 14h30.

Este ano, como forma de assinalar o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) vai marcar presença na Assembleia da República, entre os dias 27 de novembro e 05 de dezembro numa iniciativa que pretende sensibilizar os deputados e decisores para o que é viver com Esclerose Múltipla (EM) e a necessidade de criação de um Registo Nacional de Doentes com EM, com a exposição da “Casa da EM”, onde é possível experienciar as dificuldades sentidas por estes doentes no dia-a-dia.

A proposta de criação do Registo Nacional de Doentes com EM prevê a contínua recolha de dados sobre os doentes e a prática clínica, de modo a gerar dados para investigação, trazendo vantagens para os próprios doentes que passam a ter um papel mais ativo na gestão da sua doença, mas também para os cuidadores e decisores na área da saúde e dos recursos que lhe estão afetos.

Presenças confirmadas: José Matos Rosa, Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde; Susana Protásio, Vice-Presidente da SPEM; Neurologista; Doentes.

Shire
A Shire, maior companhia mundial de biotecnologia em doenças raras, anunciou que o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP...

Se esta substância for aprovada será para uso on-demand (quando necessário) no tratamento e controle de episódios hemorrágicos e para reduzir a frequência de episódios hemorrágicos (profilaxia) em doentes com hemofilia A.

A ser concretizada, esta aprovação permite uma importante opção terapêutica para o tratamento de doentes com hemofilia A e reduz a frequência de infusões de fator VIII necessárias para evitar hemorragias.

Estudo
Inês Santos, jovem investigadora na Universidade de Lisboa, revela num estudo recente que cerca de metade da população adulta...

A investigação, que revela dados até hoje desconhecidos, valeu à investigadora de 31 anos o ‘Prémio Mérito Jovem Nutricionista’, no valor de 500 euros, atribuído esta quarta-feira, 22 de novembro, no encerramento do primeiro Congresso da Ordem dos Nutricionistas que decorreu no Centro Cultural de Belém.

Apesar do destaque que o tema da Alimentação e Nutrição tem ocupado na agenda política dos últimos anos, até há data não existia nenhum registo agregado de quantas pessoas, no mundo inteiro, estariam a tentar controlar o peso. Em Portugal, o último registo data de 2001.
No estudo ‘Attempting and Achieving Weight Loss and Maintenance’, Inês revela que 24% dos adultos portugueses tentam perder peso, enquanto 19% tentam mantê-lo. As preocupações são mais frequentes nas pessoas com excesso de peso e obesidade (56%) do que naquelas com considerado peso normal (39%), bem como mais acentuadas nas mulheres (53%) do que nos homens (35%).

Quanto às motivações para os portugueses perderem peso, a investigadora destaca a melhoria da saúde e a prevenção de doenças futuras, sendo o consumo regular de vegetais a estratégia comportamental que estes mais utilizam para controlar e perder peso.
A investigação concluiu ainda que mais de metade da população mundial (65%) revela a mesma inquietação com a perda e controlo de peso.

Com uma amostra superior a 1 milhão de adultos - 1 184 942 pessoas da Europa, Ásia Central e EUA -, o estudo de Inês Santos analisou os comportamentos relativos ao peso desde a década de 70 até à atualidade.

Recorde-se que em Portugal quase metade da população tem excesso de peso ou sofre de obesidade, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.

O ‘Prémio Mérito Jovem Nutricionista’ tem como objetivo premiar talentos, motivar o espírito empreendedor e inovador na área da nutrição, reconhecendo e recompensando publicamente o trabalho desenvolvido.

Inês Santos é nutricionista e doutorada em Motricidade Humana, especialidade de Atividade Física e Saúde, pela Faculdade de Motricidade Humana da UL. Atualmente, é investigadora associada no Centro Interdisciplinar para o Estudo da Performance Humana, da Faculdade de Motricidade Humana da UL, e professora convidada na Faculdade de Educação Física e Desporto da Universidade Lusófona de Lisboa.

Investigação
Cientistas criaram 'robôs' microscópicos, do tamanho de células sanguíneas, que foram guiados magneticamente para...

Os 'robôs', operados remotamente, foram criados a partir de pequenas algas revestidas com partículas magnéticas biocompatíveis, podendo ser localizados em tecidos perto da superfície da pele, através de imagens da luminescência natural das algas, e em tecidos mais difíceis de chegar por ressonância magnética, segundo um comunicado da universidade britânica de Edimburgo.

A nota, que não precisa como é feito o controlo remoto dos 'robôs', refere que estes dispositivos são sensíveis a alterações químicas indiciadoras de uma doença, o que os torna potencialmente úteis como sondas, podendo 'navegar' no organismo através de fluidos biológicos, como sangue e suco gástrico.

O tempo necessário para os dispositivos funcionarem e se biodegradarem no organismo pode ser adaptado ajustando a espessura do revestimento magnético.

O trabalho, publicado na revista Science Robotics, foi liderado pela Universidade de Hong Kong, na China, em colaboração com as universidades de Edimburgo e Manchester, ambas no Reino Unido.

Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil
Inclusão social e reforço alimentar são as metas da “Missão 1 Quilo de Ajuda”, uma iniciativa solidária da Associação...

Este ano o Natal chegou mais cedo para as crianças que mais precisam: A APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil anunciou esta manhã a abertura das candidaturas para o fundo solidário “Missão 1 Quilo de Ajuda” destinado à oferta semanal de cabazes de fruta fresca aos alunos mais carenciados das escolas portuguesas. As candidaturas estão abertas a partir de hoje e prolongam-se até 2 de fevereiro de 2018. Podem candidatar-se para receber este apoio ao reforço alimentar dos alunos todas as salas de jardim de infância e turmas de 1º ciclo do ensino básico de estabelecimentos públicos e privados, de qualquer distrito ou região do país, incluindo Madeira e Açores, através do endereço www.heroisdafruta.com

Recorde-se que 65% das crianças em Portugal, entre os 2 e os 10 anos, não ingere fruta diariamente na quantidade recomendada, segundo os dados nacionais mais recentes. Este baixo consumo de fruta provoca carências nutricionais e tem efeitos muito negativos para a saúde: diminui os níveis de energia, de concentração, de aprendizagem e das defesas do organismo, tornando as crianças mais sujeitas a doenças.

Mário Silva, presidente e fundador da APCOI afirmou que “nos dois anos letivos anteriores, através do fundo solidário ‘Missão 1 Quilo de Ajuda’ conseguimos apoiar 430 crianças com a oferta de cabazes de fruta todas as semanas.”

As turmas que recebem fruta no âmbito da «Missão 1 Quilo de Ajuda» têm muitos alunos com escalão A e B de Acção Social Escolar. A fruta oferecida é “fresca, da época e adquirida localmente” e cada aluno recebe pelo menos uma peça para cada dia da semana, clarifica o responsável da APCOI.

Mas esta missão só termina quando todas as crianças que chegam à escola de barriga vazia e que não trazem lanche por dificuldades financeiras da família possam beneficiar deste apoio. Nos últimos anos tivemos mais de 3.300 alunos candidatos, mas para fazermos chegar a fruta a todas as crianças que precisam, é necessária a ajuda de todos os portugueses”, acrescenta Mário Silva.

Para que nenhuma criança carenciada fique por ajudar, os portugueses podem juntar-se a esta importante causa e contribuir para melhorar a vida dos alunos em situação de carência alimentar. Para isso, basta fazer uma simples chamada para o número 760 45 00 60. O custo da chamada é de 0,60€ (+ IVA) e reverte como donativo para o fundo solidário “Missão 1 Quilo de Ajuda”. Por cada chamada está a doar um quilo de fruta.

26 de novembro - Dia da Anemia
São os dados da Organização Mundial de Saúde que o confirmam: a deficiência de ferro é um problema de saúde generalizado (afeta...

Esta data justifica também o lançamento de uma aplicação para telemóvel, gratuita e disponível para Android e iOS - Sintomas de deficiência de ferro - que ajuda a compreender o problema e a identificar os sintomas.

Segundo o estudo EMPIRE, trabalho pioneiro realizado em todo o território continental, cerca de 52,7% de todos os casos de anemia são resultado de uma deficiência de ferro. Quando esta se instala, significa que o ferro é insuficiente para dar resposta às necessidades do organismo, uma vez que este é essencial para o funcionamento saudável de todo o corpo, incluindo coração, músculos e glóbulos vermelhos, com impacto também ao nível da saúde mental - a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a existência de uma redução de 30% no rendimento do trabalho e do desempenho físico em homens e mulheres com deficiência de ferro.

O estudo EMPIRE revelou ainda que 84% dos afetados desconhecem que sofrem de anemia, com apenas 2% dos inquiridos a fazer tratamento no momento do inquérito. Uma situação que resulta do desconhecimento dos sintomas, tornando o diagnóstico um verdadeiro desafio. E isto porque, de facto, alguns destes sintomas são vagos ou podem ser confundidos com várias outras condições clínicas. É o caso da fadiga generalizada, unhas frágeis, perda de cabelo ou síndrome das pernas inquietas, falta de ar, maior suscetibilidade para infeções, aftas ou dores de cabeça.

“As pessoas acabam por não os valorizar”, confirma António Robalo Nunes, presidente do Anemia Working Group Portugal - Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia (AWGP). “É o que acontece, por exemplo, com o cansaço inexplicável, o sintoma mais comum a todos os quadros de anemia, que é sempre desvalorizado. E porque isso acontece, as pessoas não se queixam e acabam por se habituar a viver com a anemia, até que esta atinja níveis de gravidade elevados, precipitando situações prévias de doença que se tornam mais difíceis de controlar.” De facto, a anemia causada por deficiência de ferro tem um impacto significativo na saúde, aumentando o risco de morbilidade e mortalidade hospitalar. 

Francisco George
A Cruz Vermelha Portuguesa vai criar uma unidade para abastecimento de água potável e redução dos problemas de saneamento em...

Em entrevista à agência Lusa, na véspera da cerimónia de tomada de posse como 24º. presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Francisco George afirmou que “as questões de água e saneamento falharam nos incêndios recentes”.

Já aprovada em reunião de direção, a criação desta unidade deverá acontecer antes do final do ano e visa “assegurar o abastecimento de água potável para consumo humano, mas também para consumo animal, em caso de necessidade”, assim como criar “medidas que possam reduzir os problemas em termos de saneamento”.

“Estamos inspirados e guiados pelo exemplo do Japão que tem tecnologias muito avançadas para tornar a água imprópria em potável e em termos de saneamento igualmente, devido às experiências que infelizmente têm tido com os tsunamis e com os grandes terramotos”, disse.

A medida vai avançar “em conjunto e sempre em diálogo com os organismos que dependem do Estado, do Governo ou de outros órgãos de soberania”.

“Temos falado muito com o INEM e estamos articulados na perspetiva de complementar e estar, de forma articulada, presentes nesses teatros, nessas situações que precisam de respostas muito rápidas”, adiantou.

O antigo diretor geral da Saúde explicou que o objetivo da medida é “fazer com que no local da tragédia, da catástrofe, onde é preciso, apareça rapidamente e sem demoras uma unidade capaz de assegurar o abastecimento de água potável e de reduzir os problemas em termos de saneamento”.

Francisco George
O novo presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, Francisco George, considera que a instituição tem de ser “um modelo de...

Francisco George, que quinta-feira é empossado como o 24º presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), disse não ter dúvidas de que se os portugueses conhecerem melhor a história da instituição, que é “absolutamente exemplar”, irão fazer mais donativos, os quais “fazem funcionar” a obra.

Por isso, uma das suas primeiras medidas foi precisamente determinar a publicação das contas da CVP no site da instituição.

Os estratos das contas da Cruz Vermelha Portuguesa passaram, assim, a estar “acessíveis a qualquer português”, sublinhou, em entrevista à agência Lusa.

A mesma informação vai disponibilizar os nomes dos doadores e os valores dos donativos, a menos que estes não o queiram.

Há um mês fora da Administração Pública, para a qual trabalhou nos últimos 40 anos, o ex-diretor geral da Saúde não esconde a admiração pela instituição para a qual foi nomeado presidente e sublinha a longa história da CVP, criada há mais de 150 anos.

“É a instituição humanitária mais antiga e tem desenvolvido, desde então, uma grande atividade, sobretudo de caráter humanitário”, disse, enumerando os propósitos desta organização: “evitar, reduzir e eliminar o sofrimento”.

Segundo Francisco George, são três as dimensões da CVP, começando pela ligada à emergência, no que respeita a conflitos, catástrofes (cheias, secas, incêndios).

“Temos que estar presentes e em várias fases. Desde logo, com hospitais de campanha, com tendas, com apoio às populações” e respostas de emergência, não só alimentar como também nas questões de água e saneamento.

Ao nível social, Francisco George disse que “há medidas muito importantes que a CVP tem desenvolvido e que vai continuar a implementar, nomeadamente equipamentos sociais, locais, para apoiar as mães que precisam de trabalhar, neste caso infantários, creches, mas também lares da terceira idade”.

“São equipamentos intergeracionais, que podem ter 50% para as crianças e 50% para idosos, mas, em função das regiões, 70% para uma componente e 30% para outra, em adaptação às realidades locais”.

A terceira dimensão da CVP “tem a ver com a saúde, em particular os cuidados continuados”.

Sobre o Hospital da Cruz Vermelha, Francisco George sublinhou a sua “grande qualidade” e referiu que é um modelo “para continuar”.

Sobre as contas da instituição, o novo presidente disse que esta “tem sido muito bem gerida” e que conta com “um grande património”.

“Naturalmente, devido à crise que atravessámos, sobretudo a que se viveu nos últimos anos, foi preciso ter muitas despesas e a CVP precisa sempre de mais apoios”, tal como acontece nos outros países onde a instituição está presente.

Para Francisco George, a maioria das verbas da CVP são “receitas provenientes de mecenato, da responsabilidade social das grandes empresas, donativos dos mais humildes aos mais ricos, e testamentos”.

Estas receitas são “importantes e indispensáveis para a CVP”, afirmou, sublinhando a confiança que os portugueses têm na instituição.

“Nós tratamos ciganos e aristocratas, pretos e brancos, judeus e muçulmanos, não há nenhuma distinção entre os seres humanos. É o respeito pela condição de ser humano”, disse.

Perito da OMS
O perito da Organização Mundial de Saúde João Breda defende que Portugal avance com a tributação de produtos com excesso de sal...

Na sua intervenção hoje no Congresso dos Nutricionistas, que decorre em Lisboa, o especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a taxa sobre produtos com mais sal como “uma boa medida para a saúde pública dos portugueses”.

“É uma medida positiva, que deve ser combinada com outras, que faz todo o sentido que Portugal leve por diante”, defendeu João Breda, em entrevista à agência Lusa, adiantando ainda que, entre as medidas para reduzir o consumo de sal, esta "é uma das mais eficazes".

O especialista português lembra que o consumo diário de sal por português estará acima de 10 gramas, quando a recomendação da OMS aponta para cinco gramas diárias. Em Portugal, todos os dias são consumidas 30 toneladas de sal a mais do que o devido.

João Breda recorda que países como Portugal assinaram um acordo com metas para reduzir as doenças crónicas não transmissíveis até 2025, sendo que a redução do sal deve andar nos 30% dentro de oito anos.

“Se não se tomarem medidas poderosas vai ser muito difícil ou impossível atingir essa meta”, advertiu.

Para o perito da OMS, estabelecer categorias para o sal nos alimentos a partir das quais há um aumento dos impostos “é o maior incentivo que se pode dar para a reformulação dos produtos”.

“Havendo um valor abaixo do qual não há [aplicação] de imposto, isso é um incentivo para as empresas reformularem os seus produtos. As empresas vão querer ficar abaixo do limite”, considerou.

Em simultâneo, João Breda considera que a medida favorece as pessoas com menos rendimentos, que “normalmente são quem mais consome produtos com mais sal”.

“É uma combinação perfeita. Vem reduzir desigualdades”, afirmou.

O especialista lembra que Portugal é um dos países com maior incidência de doenças cérebro e cardiovasculares, com o sal a ter um grande impacto nestas patologias, e considera mesmo que a redução do consumo de sal se torna mais importante ainda que a redução do açúcar.

Este ano, Portugal introduziu uma taxa que penaliza as bebidas com maior teor de açúcar, que conduziu a uma redução do consumo de açúcar superior a 4.000 toneladas.

No Orçamento de Estado para 2018, o Governo propôs um novo imposto de 0,80 euros por quilo sobre as bolachas, biscoitos, batatas fritas e desidratadas e flocos de cereais, quando estes alimentos tiverem mais de 1 grama de sal por cada 100 gramas de produto.

O Governo prevê que o novo imposto sobre os alimentos com elevado teor de sal renda cerca de 30 milhões de euros, que é "consignada ao Serviço Nacional de Saúde, para a prossecução dos programas para a promoção da saúde e para a prevenção da doença".

No Porto
O Hospital de S. João, no Porto, anunciou hoje que a remodelação dos pisos 7 e 8 do edifício vai arrancar no início de 2018,...

A falta de condições de trabalho e de assistência aos doentes do Serviço de Neurocirurgia motivou, no passado dia 13, o pedido de demissão do diretor do serviço, Rui Vaz, que em declarações hoje à Lusa admitiu voltar atrás na sua decisão após a publicação da portaria relativa ao arranque das obras.

Numa nota de imprensa, o conselho de administração do S. João refere que as obras de remodelação dos dois pisos iniciam-se “nos primeiros meses de 2018” para permitir a instalação dos serviços de Hematologia Clínica e do Serviço de Neurocirurgia, encontrando-se este em instalações provisórias e precárias há dez anos.

Segundo a mesma nota, as obras estão orçadas em 6,863 milhões de euros e prevê-se que fiquem concluídas no prazo de um ano, tendo as autorizações necessárias à execução das mesmas sido conhecidas esta semana.

“Quando tiver a certeza absoluta de que não vai haver qualquer entrave burocrático que impeça que as obras comecem no princípio do próximo ano, retiro o meu pedido de demissão. Eu não quero sair. Eu, se sair, saio obrigado. A aposta da minha vida foi esta, não foi outra”, afirmou o neurocirurgião.

Rui Vaz disse esperar pela publicação da portaria e pelo visto do Tribunal de Contas, para acreditar que as obras vão avançar.

“O problema é que ao longo destes anos já assistimos a promessas idênticas. A própria administração do hospital é ultrapassada pela realidade dos factos burocráticos”, mas “obviamente que se me derem as condições que são prometidas desde 2007, eu revejo a minha posição porque eu não saio contra ninguém, nem zangado com ninguém. Eu saio cansado destas condições de trabalho”, frisou.

De acordo com o especialista, “o conselho de administração e a Administração Regional de Saúde do Norte têm sido absolutamente irrepreensíveis no acompanhamento deste processo e de uma solidariedade extrema”.

Rui Vaz lamentou ainda estar a assistir à “desmotivação do conjunto de profissionais, médicos e enfermeiros” do serviço.

“Isso é outra coisa a que eu não quero assistir, eu não quero assistir à possibilidade de alguns profissionais que são importantes para a qualidade do que fazemos, saírem do serviço. Não quero ser testemunha disso”, frisou.

Lembrou ainda que se trata de um serviço que é uma referência nacional e internacional e a quem foi atribuída a organização do congresso mundial da coluna em 2018.

Páginas