Comissão de Coordenação e Desenvolvimento
Três projetos inovadores venceram o concurso de Boas Práticas de Envelhecimento Ativo e Saudável na Região Centro, anunciou a...

"A inovação, a qualidade e a quantidade das boas práticas recebidas superaram todas as expectativas da organização e traduzem um crescente envolvimento e consciencialização dos agentes da Região Centro para o envelhecimento ativo e saudável", disse a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, citada num comunicado daquela entidade.

'NoMicro Technologies', da Faculdade de Medicina e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, 'Cuidados especializados para demência', da União das Misericórdias Portuguesas - Unidade de Cuidados Continuados Bento XVI (Fátima) e 'Novas Primaveras', da Sociedade Artística Musical dos Pousos (Leiria), são os três projetos vencedores do concurso.

O projeto 'NoMicro Technologies', que venceu na categoria Conhecimento+, desenvolveu um penso para aumentar a cicatrização de feridas crónicas e prevenir a sua infeção microbiana, encontrando-se atualmente a realizar a prova de conceito em modelos pré-clínicos e a atrair financiamento para colocar a tecnologia no mercado.

Vencedor na categoria Saúde+, o projeto 'Cuidados especializados para demência', da Unidade de Cuidados Continuados Bento XVI, desenvolve-se numa unidade piloto, a funcionar desde 2013, dotada de competências ambientais, profissionais, clínicas e terapêuticas próprias.

Segundo a CCDRC, a unidade "é hoje um modelo de referência na área de cuidados continuados para utentes com problemas cognitivos ou demência", sendo constituída por 20 camas de média duração e reabilitação (até 90 dias) e 30 de longa duração e manutenção (preferencialmente até 180 dias) e ainda 10 camas em regime privado.

O projeto 'Novas Primaveras', da Sociedade Artística Musical dos Pousos (Leiria), vencedor na categoria Vida+, assenta num programa de terapia pela arte, dedicado à terceira e quarta idades.

Iniciado em 2004, abrange diariamente cerca de 1.271 utentes diretos e 84 indiretos, de cerca de 30 instituições dos concelhos de Leiria, Batalha, Fátima e Pombal, oferecendo-lhes a oportunidade de participar ativamente em projetos nas áreas da música, dança, teatro, poesia e outras artes.

O júri do concurso de Boas Práticas de Envelhecimento Ativo e Saudável na Região Centro distinguiu ainda seis projetos com menções honrosas.

Os vencedores do concurso foram hoje apresentados em Coimbra, no 5.º Congresso Anual do Consórcio Ageing@Coimbra, parceira no projeto, que envolve a Universidade de Coimbra, Administração Regional de Saúde do Centro, Instituto Pedro Nunes, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Câmara de Coimbra.

Em 2018
O secretário da Saúde dos Açores, Rui Luís, anunciou a criação do Fórum do Álcool e da Saúde e garantiu a implementação no...

“Nesta estratégia, está integrada a criação do Fórum do Álcool e da Saúde, bem como uma proposta de revisão” do diploma que “criou o regime jurídico da venda e consumo de bebidas alcoólicas na região e que inclui a idade mínima de consumo”, afirmou Rui Luís.

O governante discursava na Assembleia Legislativa dos Açores, na Horta, ilha do Faial, no debate das propostas de Plano e Orçamento regionais para 2018, onde começou por destacar a implementação no próximo ano do Programa Regional para a Promoção da Alimentação Saudável, que “está a ser elaborado através da auscultação e colaboração de várias entidades” e vai ser apresentado em dezembro ao Conselho Regional de Saúde.

“O plano tem um objetivo claro, o de contribuir para a melhoria do estado nutricional e de saúde da população açoriana, principalmente da população infantojuvenil”, referiu, precisando que se pretende combater o “excesso de peso e a obesidade” e “prevenir e controlar outras doenças relacionadas com este fator de risco, como a diabetes, a hipertensão arterial ou as doenças oncológicas”.

Nesta vertente, “haverá uma aposta concertada em ações que, promovendo hábitos de vida saudáveis, sensibilizem e contribuam" para a problemática dos "comportamentos aditivos e dependências, privilegiando a temática do tabaco e do álcool”, indicou.

“Na primeira, as ações têm como objetivo evitar a iniciação e habituação ao tabaco, apoiar a cessação tabágica, bem como proteger os não fumadores da exposição ao fumo passivo”, referiu, acrescentando que na segunda são “as ações dirigidas para a redução dos problemas ligados ao álcool”, com "prevenção, tratamento e reinserção".

Nesta estratégia, está integrada a criação do Fórum do Álcool e da Saúde e a revisão do diploma sobre a venda e consumo de bebidas alcoólicas, apontou.

“Numa vertente mais operacional da problemática dos comportamentos aditivos e dependências, e no que concerne às toxicodependências, são várias as iniciativas que já tiveram início este ano e que serão reforçadas em 2018”, adiantou, exemplificando com o “alargamento das opções nos substitutos opiáceos” ou o início do Programa Prevenir em Família e na Comunidade.

Sobre os programas livres de drogas e substituição opiácea que se realizam na região, o secretário regional da Saúde informou que “está a ser efetuada uma análise exaustiva da sua aplicação” para “equacionar modelos de intervenção específicos que contribuam para o sucesso dos mesmos”.

Em março último, no debate sobre os documentos orçamentais deste ano, o presidente do Governo dos Açores, o socialista Vasco Cordeiro, anunciou a apresentação de uma proposta de decreto legislativo regional para alterar a idade mínima da proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas por menores, passando-a para os 18 anos.

Atualmente, a idade mínima está fixada nos 16 anos.

Na ocasião, Vasco Cordeiro anunciou igualmente a elaboração de um Programa Regional de Promoção da Alimentação Saudável.

FAO
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura alertou para o risco de aumento de surtos da gripe das aves,...

Em declarações à agência espanhola Efe, a especialista da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Sophie von Dobschuetz, afirmou que várias estirpes do vírus da gripe aviária tornaram-se endémicas na China, onde as aves estão a ser vacinadas para reduzir a circulação do vírus.

"Como o país não está em condições de eliminar o vírus das populações de aves domésticas abatendo-as, a vacinação ajuda a reduzir a pressão do vírus e a diminuir a exposição humana", afirmou von Dobschuetz.

A medida, explicou, não evita que os animais sejam infetados, mas garante que as aves não ficam doentes e o risco de contágio diminui.

Em 2013, começaram a ser detetados pela primeira vez na China casos de pessoas infetadas pelo vírus H7N9, capaz de afetar gravemente os seres humanos.

Uma análise da FAO em julho alertava para o risco de o vírus se introduzir em outros países, por via do comércio, representando uma ameaça à saúde pública e à segurança alimentar, face à alta probabilidade de contágio.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, nos últimos quatro anos foram confirmados 1.564 casos de infeção em seres humanos pelo vírus H7N9 em todo o mundo, que provocaram 612 pessoas.

Outro tipo de vírus da gripe das aves altamente patogénico, o H5N1, foi detetado em 2003 e causou 454 mortes em 860 pessoas infetadas em 16 países.

De acordo com a especialista da FAO, as aves selvagens são portadoras naturais da gripe das aves e, a partir dessas, o vírus pode ocasionalmente contagiar aves de aviário.

Von Dobschuetz lembrou que as aves selvagens podem voltar a introduzir o vírus mais do que uma vez e em locais distantes, o que permitiu a circulação do H5N8 na Europa, em 2016, e, este ano, em África.

Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal, o vírus H7N9 tornou-se endémico na China e o H5N1 em algumas partes dos continentes asiático e africano.

Von Dobschuetz considera que os serviços veterinários deveriam analisar a situação em cada país para tomar as medidas de controlo apropriadas, recordando que, até agora, este vírus não foi transmitido entre humanos e que não se é infetado através do consumo de carne de aves devidamente cozinhada.

Aumentar a vigilância, investigar os casos suspeitos através de testes laboratoriais, identificar os surtos a tempo e manter as aves em espaços fechados para as proteger do contacto com aves selvagens são algumas das recomendações da especialista da FAO.

Novo portal
Um novo portal da Autoridade Nacional do Medicamento permite aos cidadãos e a profissionais de saúde notificar reações adversas...

O novo portal RAM, já em funcionamento, visa incentivar a notificação de reações adversas e fortalecer a monitorização da segurança dos medicamentos.

"É muito mais fácil de preencher, bastando apenas cinco minutos para colocar a informação mínima necessária para avaliar a reação adversa. Caso haja maior disponibilidade, o cidadão/profissional de saúde pode indicar mais dados, que facilitarão o tratamento e o processamento da informação", refere a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), em comunicado.

Esta mudança surge em simultâneo com a nova base de dados europeia de suspeitas de reações adversas (EudraVigilance).

Segundo o Infarmed, há quatro dados de preenchimento obrigatório: a substância ativa/medicamento utilizado, a reação adversa (efeito indesejado do medicamento) observada, um dado do doente, o concelho do notificador e alguns dados pessoais (protegidos) para facilitar o contacto caso seja necessário por parte do Infarmed.

Se a reação for a uma vacina ou medicamento biológico, pede-se ainda ao cidadão (doente ou seu representante) ou ao profissional de saúde que indiquem o lote, aconselha a Autoridade Nacional do Medicamento.

"O cidadão só tem de aceder ao Portal RAM para notificar. Depois de preencher o formulário online, recebe de imediato a confirmação da submissão e um resumo dos dados que preencheu através de um email. Se não houver necessidade de esclarecimentos adicionais, o notificador só volta a ser contactado no final do processo para receber a avaliação da sua notificação. Esta avaliação tem de estar concluída em 30 dias. Se entender, pode registar-se para facilitar contactos futuros", explica ainda o Infarmed.

A mesma entidade observa que as vantagens existem também para o tratamento da informação, uma vez que é possível reduzir a duplicação da informação, aumentar a rastreabilidade, melhorar a pesquisa e aceder a um repositório nacional em qualquer unidade de farmacovigilância.

Numa campanha em curso de sensibilização dos cidadãos e dos profissionais de saúde para a RAM participam vários países europeus, assim como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Mais de 12.300 notificações de reações adversas a medicamentos chegaram, nos últimos cinco anos, ao organismo que regula o setor, com os cidadãos a realizarem apenas oito por cento das participações, revelou o Infarmed.

Pode aceder ao portal através deste link - http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram

OMS
Cerca de um em cada 10 medicamentos nos países em desenvolvimento são contrafeitos ou não cumprem os requisitos mínimos,...

De acordo com o sistema criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), estes medicamentos são usados para tratar doenças como a malária e pneumonia, e, provavelmente, responsáveis pela morte de dezenas de milhares de crianças.

Esta é a primeira tentativa por parte da agência de saúde da ONU de abordar o problema, com cerca de 100 estudos realizados por especialistas, envolvendo cerca de 48.000 produtos médicos, sendo que 65% dos considerados falsificados eram usados para tratar malária.

“Imagine uma mãe que não come, ou dispensa outras necessidades básicas, para pagar o tratamento do seu filho, sem saber que esses medicamentos não cumprem os requisitos mínimos ou são falsificados, e que esse mesmo tratamento causa a morte do seu filho. Isto é inaceitável”, apontou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Segundo o responsável pela agência, este problema afeta os países mais pobres, nos quais entre 72.000 e 169.000 crianças podem estar a morrer de pneumonia todos os anos, depois de receberem fármacos falsos.

Também os cientistas da Universidade de Edimburgo, e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres afirmaram que esta contrafação de remédios pode ser responsável por mais de 116.00 mortes de malária, principalmente em países da África subsariana.

Em 2013, a OMS lançou um sistema global de monitorização voluntária, tendo recebido cerca de 1.500 queixas de medicamentos problemáticos, que incluíam fármacos para doenças do coração, diabetes, problemas de fertilidade, doenças mentais e cancro, tal como vacinas falsas contra a febre-amarela e a meningite.

A instituição considerou ainda que essa base de dados foi responsável por salvar a vida de dezenas de crianças no Paraguai, depois de uma analise ter mostrado que tinham sido contaminas por um medicamento para a tosse, que continha a mesma droga que tinha causado a morte de 60 adultos no Paquistão, meses antes, em 2013.

A OMS acredita que os países têm gasto cerca de 30 biliões em medicamentos contrafeitos.

Infarmed
Mais de 12.300 notificações de reações adversas a medicamentos chegaram, nos últimos cinco anos, ao organismo que regula o...

Nos primeiros nove meses deste ano registaram-se 4.200 notificações de reações adversas, das quais 1.924 oriundas de profissionais de saúde e utentes e 2.274 da indústria.

Desde 2012, altura em que o cidadão passou a poder notificar as reações adversas a medicamentos, foram participadas ao Infarmed 12.326.

Destas, “apenas oito por cento (982) provêm do cidadão”, indica o Infarmed, acrescentando que “estes dados indiciam subnotificação de reações adversas em Portugal pela população”.

Em 2016 foram notificadas 5.698 reações adversas a medicamentos. Os dados de 2015 são semelhantes, com 5.690 reações notificadas.

Do total de notificações de reações adversas no ano passado, mais de 4.400 dizem respeito a reações consideradas graves.

Em termos nacionais, das cerca de 5.700 reações adversas a medicamentos registadas, mais de 2.700 foram notificadas pela própria indústria e mais de 2.900 pelos profissionais de saúde e também por utentes.

O Infarmed está a realizar uma campanha para “sensibilizar a população e os profissionais de saúde para a importância da notificação de suspeitas de reações adversas a medicamentos”.

Governo
O Governo deu luz verde à realização de despesa inerente ao projeto de construção do Hospital de Lisboa Oriental, segundo uma...

Depois de ter sido publicado na segunda-feira a abertura do concurso internacional para construir o novo hospital, no documento de hoje consta que o Conselho de Ministros autorizou a despesa inerente à concretização da futura unidade, a instalar na freguesia de Marvila e que deverá estar pronta em 2023, substituindo os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta, Curry Cabral, Dona Estefânia e a maternidade Alfredo da Costa.

Para o Governo, "a necessidade de reorganizar a oferta hospitalar na cidade de Lisboa e de, nesse contexto, se construir uma nova infraestrutura hospitalar já se encontra sinalizada como prioritária há mais de uma década".

"O HLO [Hospital de Lisboa Oriental] consubstancia uma iniciativa essencial para a obtenção de ganhos de racionalidade e eficiência no desempenho e funcionamento da rede hospitalar da cidade de Lisboa e que, a médio prazo gerará importantes benefícios para as populações por ele abrangidas, ao nível da modernização da prestação dos cuidados de saúde", justifica.

O Conselho de Ministros deliberou, então, "autorizar a realização da despesa inerente à celebração do contrato de gestão para a conceção, o projeto, a construção, o financiamento, a conservação, a manutenção e a exploração do Hospital de Lisboa Oriental, em regime de parceria público-privada no montante máximo de 415.110.130 euros, repartida por 27 anos, com início previsto para 2023, ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor".

Os encargos com a despesa, indica o Governo, não podem exceder, em cada ano económico, de 2023 a 2049, mais de 15.374.449 euros.

Segundo a publicação, devem ainda ser adotadas medidas para o aproveitamento máximo de todo o equipamento transferível das seis unidades cuja atividade irá ser substituída para o novo hospital.

O Conselho de Ministros determinou ainda que deve determinar-se como prioritária a candidatura a fundos europeus para a aquisição do novo equipamento necessário e a escolha do modelo mais adequado de financiamento para as restantes necessidades de investimento.

Relatório revela
Portugal registou 1.030 novos casos de VIH em 2016, confirmando a tendência de descida, com o maior número de infeções a ter...

Segundo o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Portugal registou até hoje 56.001 diagnósticos de infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), dos quais 1.030 em 2016.

O número de casos registados no ano passado representa uma descida de 13,6% em relação a 2015 e de 35% face a 2013.

Os valores mais recentes atribuem a Portugal uma taxa de 10 novos casos de VIH por 100 mil habitantes, refere o documento.

O relatório atribui mais novos casos a homens (734) do que a mulheres (296).

Segundo o ECDC e a OMS, em 2016 contabilizaram-se 366 novos casos de diagnóstico de VIH em homens infetados em situação de sexo com outros homens.

O uso de drogas injetáveis foi responsável por 30 novos diagnósticos no ano passado, enquanto o contacto heterossexual deu origem a 586 novos casos.

No mesmo período, ocorreram novos casos de VIH com origem na transmissão mãe-filho.

Os autores do documento indicam que uma em cada duas pessoas que vivem com o VIH na Europa diagnosticaram a doença tarde.

Direção-Geral de Saúde assegura
A Direção-Geral da Saúde avisa que a vacina da gripe não provoca a doença, tentando desmistificar a ideia de que as pessoas...

“A vacina é feita de vírus inativados e não tem potencial de infetar”, afirmou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerando “um mito” que se contraia gripe por levar a vacina.

De acordo com a responsável, durante o período em que é administrada a vacina da gripe há vários vírus em circulação, nomeadamente respiratórios, e pode ocorrer a coincidência de contraírem uma constipação ou outra infeção respiratória depois de se vacinarem contra a gripe.

Outras pessoas podem ainda ser vacinadas numa altura em que está já a gripe em período de incubação.

“A vacina é extremamente segura e é feita com vírus inativados”, insistiu Graça Freitas durante a sessão de apresentação

Como todos os anos, a Direção-Geral da Saúde (DGS) apela à vacinação contra a gripe sobretudo aos grupos prioritários, como idosos ou doentes crónicos.

Graça Freitas lembrou que se morre mais durante o inverno, devido às baixas temperaturas, à gripe e a outros vírus em circulação.

É também nesta altura que há mais pressão nos serviços de saúde, com a DGS a apelar a que as pessoas optem por procurar mais os centros de saúde do que as urgências hospitalares.

Na época da gripe, entre 16 a 17% das pessoas que vão a uma urgência podem necessitar de um internamento, contra menos de 10% nas outras épocas.

A diretora-geral da Saúde indicou que os planos para a época gripal são feitos a nível regional e que cada instituição avalia as suas necessidades, mas recordou a possibilidade de gerir melhor as altas sociais, libertando camas para quem mais precisa.

Centro Hospitalar de Lisboa Central
O 30º transplante pulmonar realizado este ano no hospital Santa Marta, em Lisboa, devolveu a Rosa Fernandes o ar e a...

O Hospital Santa Marta, que pertence ao Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), iniciou a transplantação pulmonar em 2001. Começou com poucas intervenções anuais, mas hoje é um dos que mais transplantes pulmonares realiza no mundo.

Só este ano, foram 30 os transplantes pulmonares realizados neste centro – o único do país que efetua esta cirurgia –, um número que só não cresce mais porque não existem órgãos suficientes e, principalmente, em condições.

“Usamos um em cada três órgãos que nos são doados, porque alguns pulmões não nos chegam em boas condições”, explicou o cirurgião cardiotorácico José Fragata, que dirige o Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital de Santa Marta.

O médico sublinhou a sensibilidade deste órgão: “Fígados e rins aproveitam-se 80 a 100%, coração 50% e o pulmão, nos melhores sítios, 20%. Nós já estamos a usar 33%”.

Muita desta sensibilidade deve-se ao facto de o pulmão ser “um órgão muito suscetível a encharcar-se de líquidos. Às vezes, em esforços de reanimação para manter o dador viável, o pulmão acaba por sofrer e infeta-se”.

A pneumologista Luísa Semedo, da equipa de transplantação de José Fragata, enumera outras dificuldades com que se debatem os médicos e, logo, os doentes que precisam de um órgão, nomeadamente o grupo sanguíneo e a altura do dador.

“A altura é a maior dificuldade. Temos mais dificuldade em dadores mais pequenos e vão ser estes os doentes que vão estar mais tempo em lista de espera”, afirmou.

Nesta lista encontram-se atualmente entre 45 a 50 doentes e José Fragata reconhece que, dificilmente, ela vai deixar de existir.

“Nós não transplantamos doentes que não precisam [de um transplante], mas à medida que a oferta é maior, a procura instala-se porque os próprios pneumologistas começam a inscrever os doentes mais cedo”, referiu.

Esta procura maior que a oferta leva a que cerca de 15% dos doentes em lista de espera não cheguem a receber o órgão que precisam.

Ainda assim, José Fragata reconhece que os 30 transplantes anuais são um número que nunca imaginou alcançar quando arrancou com o programa de transplantação pulmonar.

“É um esforço de equipa brutal e um exemplo muito bom para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), como história de sucesso”, disse.

Segundo José Fragata, se estes doentes não tivessem sido operados no Santa Marta, tê-lo-iam sido em Espanha a um custo de 160 mil euros por transplante, além dos “custos morais e de deslocação da família”.

Atualmente, só seguem para o estrangeiro “casos pontuais e excecionais”.

O médico explicou que a insuficiência respiratória crónica, nomeadamente em contexto de fibrose pulmonar, a doença pulmonar obstrutiva e a fibrose quística são as principais razões clínicas que justificam o transplante pulmonar.

A doença pulmonar obstrutiva tirava há muito o fôlego a Rosa Fernandes, uma portuguesa de 56 anos que viveu na Venezuela até ao ano passado, altura em que percebeu que não iria ter uma resposta clínica para o seu problema de saúde.

Foi o médico que lhe disse que se ficasse na Venezuela poderia morrer a qualquer momento e que devia ir para Portugal, onde teria melhores oportunidades.

Em Portugal desde julho de 2016, começou a receber tratamento no Santa Marta em setembro, enquanto aguardava por um transplante pulmonar, o qual chegou há 14 dias.

Sem esconder o sorriso, afirma que o par de pulmões que recebeu permitiu-lhe voltar a respirar sem ajuda de uma bomba de oxigénio e a sonhar, nomeadamente com o dia em que voltará a dançar.

“Já andava a ensaiar com a botija”, afirmou.

DGS
A vacinação dos profissionais de saúde contra a gripe é “quase um imperativo deontológico e ético”, considerou a diretora-geral...

Numa sessão de apresentação do plano de contingência para o inverno, Graça Freitas indicou que já foram administradas no Serviço Nacional de Saúde mais de um milhão de vacinas contra a gripe.

A diretora-geral da Saúde lembrou que os profissionais de saúde são um dos grupos alvo para a vacina, por estarem mais expostos ao vírus e por poderem também contagiar doentes.

“É quase um imperativo deontológico e ético os profissionais de saúde vacinaram-se”, afirmou.

A DGS não tem ainda dados para a atual época gripal sobre a vacinação dos profissionais de saúde, mas geralmente são um dos grupos alvo da vacinação com mais baixa taxa de adesão à imunização.

Segundo os últimos dados do ‘Vacinómetro’ deste ano só se tinham vacinado desde outubro cerca de um terço dos profissionais de saúde com contacto direto com os doentes. Nos outros grupos prioritários, a vacina chegou a mais de metade das pessoas com 65 ou mais anos e 45% dos portadores de doença crónica.

“Estes valores, quando comparados com o mesmo período da época anterior, mostram uma taxa de vacinação superior para todos os grupos, com exceção dos profissionais de saúde, cujos valores se mantêm semelhantes”, refere o relatório do ‘Vacinómetro’ de dia 8 deste mês, ferramenta que permite monitorizar em tempo real a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela DGS.

A vacina recomenda-se ainda às pessoas com idade entre os 60 e os 64 anos.

A imunização contra a gripe é gratuita no SNS para residentes em instituições, como lares de idoso, doentes na rede de cuidados continuados, pessoas com apoio domiciliário, internados em unidades públicas com patologias crónicas e portadores de diabetes, doentes em diálise, sob quimioterapia e bombeiros com recomendação para serem vacinados, entre outros.

Associação Portuguesa de Fertilidade
Entre as causas mais comuns de infertilidade estão as doenças auto-imunes, como doenças gastrointestinais, e as doenças...

Doenças cardiovasculares, da hemoglobina e relacionadas com a coagulação, devido ao risco de hemorragia e trombose que aportam, impõem um maior cuidado no tratamento hormonal da infertilidade. No caso das mulheres grávidas, estas doenças exigem também uma maior vigilância durante o período de gestação e durante o parto. Descolamento da placenta e situações de parto prematuro são as mais comuns. Muitas vezes, responsáveis também por abortos de repetição. No caso dos homens, podem provocar dificuldades de ereção ou de ejaculação.

As doenças respiratórias também têm a sua influência. Doenças como sinusite crónica ou bronquite crónica, muito comuns entre a população portuguesa, impedem o movimento do embrião ao longo das trompas de falópio e em direção à cavidade uterina. A asma e as dificuldades respiratórias também influenciam o momento do parto, onde a respiração é fundamental.

Doenças da tiróide e outras auto-imunes como artrite reumatóide, espondilite anquilosante ou lúpus, por exemplo, podem igualmente ser causas de infertilidade, isto porque os anticorpos impedem a fecundação ou a implantação, podendo originar abortos de repetição por rejeição materno-fetal.

Além destas, também as doenças do trato intestinal, provocam, nos homens, a perda da qualidade do sémen e, nas mulheres, problemas associados à disfunção ovulatória e abortos de repetição. As doenças neurológicas (degenerativas) estão sobretudo associadas à perda da líbido tanto na mulher como no homem, e dificuldades de ereção e de ejaculação, na sequência da perda de capacidades associadas a estas doenças. No campo das doenças psiquiátricas e mentais, a deficiência mental impede, por norma, o recurso a tratamentos de fertilidade. Situações como esgotamentos ou depressões também podem afetar o processo de gravidez. A saúde mental assume extrema importância na fertilidade.

Um ano após tentativas de engravidar sem sucesso, o casal deve recorrer ao médico. A avaliação médica é fundamental para avaliar e seguir o tratamento adequado de acordo com a causa do problema.

Em Portugal, cerca de 300 mil casais são inférteis. Entre 10 a 15 por cento dos casais que fazem tratamentos de fertilidade podem precisar de doação de óvulos ou espermatozóides. A taxa de infertilidade masculina é similar à taxa de infertilidade feminina (cerca de 40 por cento em ambos os casos). Em média, um em cada 10 casos são de infertilidade nos dois membros do casal.

Desde outubro
Mais de um milhão de vacinas contra a gripe foram administradas pelo Serviço Nacional de Saúde desde outubro, o que representa...

Estes dados foram avançados pela Direção-Geral da Saúde hoje, dia em que a autoridade de saúde está a apresentar o plano de contingência sazonal para o inverno.

O Estado comprou para a época gripal atual 1,4 milhões de vacinas, que este ano passaram a ser também gratuitas para as pessoas com diabetes e para os bombeiros que tenham recomendação para a vacina, a juntar aos grupos que já as recebiam gratuitamente nos centros de saúde, como os idosos.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, indicou que já foram administradas 1,1 milhões de vacinas da gripe no Serviço Nacional de Saúde (SNS), havendo ainda 300 mil doses disponíveis.

Além destas disponibilizadas pelo SNS, as farmácias dispõem de 600 mil doses de vacinas para venda.

Inquérito revela
Atualmente, ainda existem muitos mitos no que respeita à saúde sexual. São falsas crenças que provocam confusão, medos e,...

Os dados do último inquérito realizado pela empresa Harris Interactive para uma empresa farmacêutica1, que inquiriu mais de 5 mil mulheres no Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha que tiveram relações sexuais desprotegidas, demonstram que apenas 39% das inquiridas admitiram já ter utilizado a pílula do dia seguinte, 49% reconhece não ser utilizadora, ainda que afirme conhecer a contraceção de emergência e as restantes 12% não são utilizadoras nem tem conhecimento sobre este tema.

Em Portugal, os estudos demonstram que os resultados não diferem muito. De acordo com o inquérito “Prioridades antes de ser mãe”, 40% das portuguesas que em caso de terem relações sexuais de risco não consideravam recorrer à contraceção de emergência2] para evitar uma gravidez não planeada, apesar da gravidez não planeada ser uma preocupação para 69% das inquiridas2.

Tendo em mente estes valores, podemos perguntar-nos se estão realmente informadas as portuguesas em matéria de educação sexual? A resposta, tendo em conta que muitos casais continuam a manter relações sexuais desprotegidas e com risco de gravidez não desejada, parece clara: Não! ‘Não’, porque ainda há casais que não utilizam nenhum tipo de método contracetivo porque consideram que este pode “diminuir” o prazer sexual, ou não recorrem a métodos hormonais porque acreditam que engordam ou provocam o crescimento de pelo corporal. Definitivamente ‘Não’, se mais de um terço (36%) das mulheres que em caso de situação de risco de gravidez não planeada não recorreriam à pílula do dia seguinte porque acreditam que é abortiva2, tem numerosos efeitos secundários (30%), a consideram uma bomba hormonal (24%) ou afirmam que provoca infertilidade (7%). E, claramente ‘Não’, se 17% das mulheres considera que o coito interrompido é um método seguro e torna a relação sexual protegida2.

Mas, porque não estão muitas mulheres dispostas a recorrer à contraceção de emergência? O inquérito Harris reflete que 57% das mulheres europeias não a tomariam por falta de conhecimento; 25% por medo dos seus efeitos secundários, 22% por ser contra os seus princípios morais e 11% por vergonha1.

Mas, a que se deve esta situação? Para Teresa Bombas, médica especialista em ginecologia e obstetrícia e presidente da Sociedade Portuguesa da Contracepção, “ainda existem crenças enraizadas na sociedade que podem provocar confusão relativamente à contraceção de emergência. Estereótipos que qualificam uma mulher que recorre à contraceção de emergência como “irresponsável” quando, o recurso à pílula de emergência é exatamente o contrário, é um ato de responsabilidade da mulher”. A especialista defende, por isso, que “a informação correta é fundamental para, em primeiro lugar, aumentar a correta utilização dos métodos contracetivos regulares e, em segundo, dissipar de uma vez por todas com estes mitos e crenças infundadas relativamente à contraceção de emergência”.

Não utilizar corretamente os métodos contracetivos regulares não só pode derivar numa gravidez não desejada, como também pode supor um grande impacto na vida social e trajetória laboral da mulher. De facto, as portuguesas têm atualmente outras prioridades para além da maternidade, sendo esta adiada para uma fase mais tardia da vida. Mais de metade das portuguesas (64%) considera que uma gravidez afetaria a sua vida social e laboral2 e, mais concretamente, 58% tem medo de perder oportunidades de trabalho ou de concluir os seus estudos devido a uma gravidez não planeada2.

Teresa Bombas acrescenta ainda que “os resultados dos estudos referidos deixam antever uma realidade que, ainda que preocupante, pode ser combatida através da facilitação do acesso a informação de qualidade sobre a utilização de contracetivos, tanto regulares como de emergência. Para uma vida sexual responsável, é necessário contar com fontes de informação corretas e que desmistifiquem ideias erradas e, desta forma, ajudem a eliminar medos que, durante anos, se foram fortalecendo em matéria de saúde sexual e levam muitos casais a um risco desnecessário.”

1Inquérito Harris Interactive para HRA, agosto 2017.
2Estudo ‘Prioridades Antes de Ser Mãe’ | Portugal, Kantar Health, julho de 2017

Especialistas
A Ordem dos Médicos quer que os clínicos tenham formação contínua e que demonstrem as competências adquiridas, estando a...

O bastonário Miguel Guimarães considera essencial a formação contínua dos médicos especialistas e quer ajudar a promover esta atualização de conhecimentos.

Por isso, a Ordem está a estudar uma forma de "dar mais possibilidade aos médicos" de realizarem a sua formação contínua e de fazer com que demonstrem com regularidade que atualizam os seus conhecimentos.

"Estamos inclusivamente a estudar a forma de implementar bolsas e ferramentas de apoio à formação médica", afirmou à agência Lusa o bastonário Miguel Guimarães.

O representante dos médicos sublinha que não se trata de qualquer exame ou prestação de provas, até porque Miguel Guimarães entende que os clínicos "já são os profissionais que mais provas públicas prestam ao longo das suas carreiras".

"A demonstração de atualização poderá consistir na apresentação de um documento que resuma e ateste a atividade profissional desenvolvida pelo médico num determinado número de anos e seguindo um padrão proposto pelo respetivo colégio de especialidade", explicou Miguel Guimarães.

Está assim a ser estudado um programa de formação contínua pelo Conselho Nacional para a Formação Médica Contínua da Ordem, com os contributos dos vários colégios de especialidade e das sociedades científicas, sendo o objetivo que comece a ser aplicado no próximo ano.

Há 4 anos
Centros comerciais e ginásios deixaram há quatro anos de ter auditorias obrigatórias à qualidade do ar, com a legislação que...

Contactada, a Associação Portuguesa das Empresas dos Setores Térmico, Energético, Eletrónico e do Ambiente (APIRAC) considera que foi um passo atrás, alegando que, “ao acabar com as auditorias obrigatórias e com a figura do técnico responsável que garantia manutenção periódica dos sistemas”, perde-se a garantia de qualidade para quem usa esses espaços.

“Os técnicos que faziam esta verificação encontravam, além de’ legionella’, outros poluentes como o radão. E na altura de revalidar o certificado energético dos edifícios havia inclusive irregularidades que podiam ser corrigidas”, reconhece o secretário-geral da APIRAC, Nuno Roque.

Até dezembro de 2013, quando a nova legislação entrou em vigor, edifícios como escolas, centros desportivos, lares, hospitais e clínicas eram alvo de auditorias obrigatórias de dois em dois anos, enquanto em centros comerciais ou edifícios de escritórios a periodicidade era de três em três.

Estas fiscalizações eram garantidas por técnicos certificados pela Agência para a Energia (ADENE), que viu a nova legislação centrar as suas competências apenas na eficiência energética dos edifícios.

Daí para a frente, as auditorias obrigatórias deixaram de existir, a responsabilidade de controlar a qualidade do ar interior passou para os proprietários dos edifícios e a Inspeção-Geral da Agricultura, do Ambiente, do Mar e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) ficou com a responsabilidade de verificar se todos cumprem as regras.

Questionada sobre quantas fiscalizações foram feitas desde a entrada em vigor da nova lei e quantas multas foram aplicadas, a IGAMAOT não respondeu.

Em declarações, o secretário-geral da APIRAC, Nuno Roque, considera que não só as auditorias obrigatórias devem regressar, para melhorar a lei atual, como deveria igualmente regressar a figura “dos técnicos responsáveis pelo funcionamento dos sistemas e pela monitorização periódica”.

“Este técnico respondia diretamente ao dono do edifício e tinha de implementar o plano de manutenção e acompanhar as ações de manutenção periódicas definidas na lei. Isto além das auditorias obrigatórias”, afirmou.

“Deveriam manter-se os índices [de poluentes] que estão estabelecidos na nova lei, que é agora mais forte a esse nível, mas recuperar os técnicos responsáveis pelo funcionamento [dos sistemas], tal como as auditorias obrigatórias”, defende Nuno Roque.

Para o responsável, “ao ter-se aligeirado [a lei] nas auditorias e inspeções é como se o que foi ganho no rigor da definição destes parâmetros não existisse. Este acréscimo de exigência perde-se do ponto de vista real porque deixou de haver um real apuramento de responsabilidade”.

Nuno Roque critica igualmente o facto de a lei ter deixado a responsabilidade sobre os proprietários dos edifícios.

“Agora não há pressão, não havendo pressão – é natural e nós somos humanos -, como temos de gerir orçamentos, há uma afetação [destas verbas] a outras áreas que importa resolver”, acrescentou.

Organização Mundial de Saúde Animal
Um caso de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como doença das ‘vacas loucas’, foi detetada na província de Salamanca,...

O animal em causa foi abatido, anunciou a organização, com sede em Paris, com base em um relatório do Ministério da Agricultura espanhol.

Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal, um outro caso já tinha sido detetado em março deste ano, numa outra exploração da mesma região espanhola.

Infarmed
A Comissão de Trabalhadores do Infarmed vai pedir uma reunião com o ministro da Saúde para demonstrar que a transferência desta...

Em comunicado enviado às redações, a comissão de trabalhadores do Infarmed afirmou que a reprovação dos trabalhadores relativa a uma eventual transferência e o “risco da continuidade da missão do Infarmed” estão comprovados.

“Assim, ficam evidenciadas as duas linhas vermelhas traçadas pelo senhor ministro da Saúde na reunião mantida com esta Comissão de Trabalhadores na manhã de dia 22 de novembro, de que não será tomada nenhuma decisão definitiva caso seja posta em causa 1) a missão do Infarmed e 2) a vontade manifestada pelos seus trabalhadores”, lê-se no comunicado da Comissão de Trabalhadores (CT) do Infarmed.

A CT fundamenta os argumentos num inquérito realizado junto dos trabalhadores, que demonstrou que a quase totalidade (92%) está contra a mudança da Agência Nacional do Medicamento de Lisboa para o Porto e nas conclusões de um relatório de avaliação preliminar, que “demonstra tecnicamente as consequências que tal decisão implicará na continuidade da missão do Infarmed”.

De acordo com os riscos para a continuidade da missão da agência, identificados no relatório, um dos imediatos é a saída de profissionais qualificados, que têm nas funções que desempenham uma “experiência média de 10 anos” e que representam um investimento em formação nos últimos 10 anos superior a 1,75 milhões de euros.

A CT alerta que se tratam de quadros especializados com uma “elevada taxa de empregabilidade” nas empresas do setor, assim como organismos públicos nacionais e internacionais, que levam entre três a cinco anos a formar, o que também dificulta a sua substituição.

Nos dois cenários de saída de trabalhadores traçados pela CT do Infarmed, os trabalhadores estimam que uma saída de trabalhadores inferior a 65% do total implicaria um prazo de recuperação, para a atividade da agência aos níveis atuais, entre os dois a cinco anos, com impactos nos doentes, uma vez que atividades como a aprovação de novos medicamentos, o fabrico de medicamentos, libertação de vacinas para o mercado, entre outras, sofreriam atrasos.

Admitem ainda que ficaria em causa a monitorização da qualidade dos medicamentos, e que ficaria comprometida a indústria e investigação nacional nesta área.

Se a perda de trabalhadores fosse superior a 65% dos quadros atuais, todos estes aspetos sentiriam um impacto ainda maior, e o prazo de recuperação estimado para a atividade da agência nacional seria entre os cinco e os dez anos.

A análise ao impacto financeiro antevê “uma importante quebra na receita e uma forte pressão sobre a despesa”.

Os trabalhadores não excluem que os 20 milhões de euros anuais em receitas no âmbito do trabalho de avaliação de processos europeus se possam perder totalmente com a transferência da agência e estimam que aquilo que o Infarmed poderá ter que gastar todos os anos, num cenário de mudança para o Porto de 70% dos seus trabalhadores ascende a três milhões de euros, só em ajudas de custo diárias.

“Hoje as necessidades de financiamento desta Autoridade encontram-se amplamente cobertas, e a autonomia face ao Orçamento do Estado é total, gerando saldos de gerência, resultados líquidos anuais positivos, e meios financeiros líquidos que têm permitido realizar importantes contribuições para o financiamento do orçamento da saúde, através de transferências anuais que acendem a 30 milhões de euros”, lê-se no relatório.

Lembrando que “o valor económico do mercado regulado pelo Infarmed” corresponde a 6,3 mil milhões de euros ou 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o relatório defende que “é alarmante o impacto que se antevê para a economia nacional, em resultado de qualquer disrupção na atividade desta autoridade”.

O documento aponta ainda o impacto social da mudança para o Porto, referindo que tem “impacto direto na vida de 400 famílias estabelecidas na zona de Lisboa”, indicando que mais de 70% dos quadros da empresa são mulheres com idades até aos 44 anos e com filhos menores.

No final do relatório indica-se que o documento foi produzido com base em documentos institucionais do Infarmed.

O anúncio da transferência da sede do Infarmed de Lisboa para o Porto foi feito na semana passada pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, um dia depois de se saber que o Porto não conseguiu vencer a candidatura para receber a sede da Agência Europeia do Medicamento, que vai mudar de Londres para Amesterdão.

O Infarmed - Agência Nacional do Medicamento tem 350 trabalhadores e mais cerca de 100 colaboradores externos que incluem especialistas.

Procriação Medicamente Assistida
A gestante de substituição poderá interromper a gravidez nas primeiras 10 semanas de gestação, cessando o contrato com o casal...

De acordo com o texto do modelo de contrato-tipo de gestação de substituição, aprovado pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), na reunião que este órgão realizou na sexta-feira, o contrato “é livremente revogável por qualquer uma das partes até ao início do processo terapêutico de PMA”.

A gestante poderá ainda “livremente fazer cessar os efeitos do contrato mediante concretização de interrupção da gravidez realizada por opção da gestante nas primeiras 10 semanas desse estado”, segundo o documento.

O contrato define que nos casos em que a estante opte pela interrupção da gravidez, esta terá de “devolver ao casal beneficiário o valor correspondente ao montante total das despesas realizadas para concretização do ciclo de tratamento e dos pagamentos que a ela foram feitos”.

O CNPMA aprovou ainda os limites de idade da gestante de substituição que será de 45 anos, podendo ir até aos 50 anos “se a gestante for mãe ou irmã de um qualquer dos membros do casal”, segundo comunicado do Conselho.

No caso dos casais beneficiários, o limite para os homens é 60 anos e 50 para as mulheres.

O CNPMA vai agora avançar com as entrevistas “indispensáveis à celebração do contrato” aos elementos que compõem o primeiro pedido que chegou a este órgão: uma mãe que aceita ser gestante de substituição do neto, uma vez que a filha não pode engravidar.

O segundo pedido não avançou, por pedido de desistência dos intervenientes, tendo o CNPMA aprovado “liminarmente” o pedido número quatro, indo agora enviar a documentação à Ordem dos Médicos, a quem caberá dar um parecer.

O recurso à gestação de substituição só é possível a título excecional e com natureza gratuita, nos casos de ausência de útero e de lesão ou doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez da mulher ou em situações clínicas que o justifiquem, segundo a lei em vigor.

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
Um sistema de avaliação de risco de diabetes disponível no portal do Serviço Nacional de Saúde já permitiu realizar 600...

"Neste momento, o ‘score' [avaliação] de risco para a diabetes já permitiu diagnosticar dez pessoas que não sabia, que tinham diabetes. Estamos a falar de 33 mil pessoas que usaram o ‘score’", disse Henrique Martins, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Com base nestes números, o responsável dos SPMS estima que se todos os portugueses estivessem inscritos na Área do Cidadão da referida página internet do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e fizessem a avaliação de risco de diabetes, o sistema informático poderia ajudar a antecipar três mil diagnósticos da doença.

"Todos podem e devem utilizar o sistema, aceder online, inscrever-se e fazer o ‘score'. A análise de risco é o futuro, temos de começar a antecipar as doenças", defendeu Henrique Martins.

Explicou que a plataforma informática do SNS permite - de acordo com o resultado da avaliação de risco de diabetes, dada por cinco cores, verde, azul, amarelo, laranja e vermelho - que o sistema "automaticamente" contacte o centro de saúde onde o utente está registado, podendo levar à marcação de consultas "caso o risco seja elevado e perceber se ele [o utente] é diabético ou não ou se está em risco".

"Se já for diabético, começa o tratamento. Se não for, começa um acompanhamento para evitar que seja diabético", acrescentou Henrique Martins.

Numa sessão sobre transformação digital do Serviço Nacional de Saúde, realizada ontem no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o presidente dos SPMS revelou que a avaliação de risco de diabetes emitiu mais de nove mil mensagens desde que entrou em funcionamento, que resultaram em cerca de mil consultas agendadas, 600 das quais já realizadas e nos referidos dez diagnósticos em pessoas que não sabiam que tinham a doença.

Perante cerca de 100 profissionais de saúde presentes na sessão, Henrique Martins lembrou que a diabetes "é uma doença que muitas vezes é diagnosticada nas urgências" hospitalares, onde o doente dá entrada por outras patologias, "quando podia ser diagnosticada um ou dois anos antes".

"Se todos os dez milhões de portugueses tivessem feito o registo, já tínhamos atingido três mil diagnósticos de diabetes. E se todos os da região Centro estivessem inscritos, por certo pouparíamos dinheiro e recursos ao CHUC", evidenciou.

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