Ministro da Saúde
O ministro da Saúde disse que espera resolver o problema do "ciclo de endividamento crónico" do Serviço Nacional de...

Durante uma visita ao Hospital de Aveiro, Adalberto Campos Fernandes disse que o país deverá entrar no final deste ano, ou no princípio de 2018, numa "trajetória de recuperação" relativamente às dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"Esperamos, por isso, e temos a certeza que, no final da legislatura, este ciclo de endividamento crónico, esta doença crónica, que resulta das dificuldades ou do desajustamento entre o financiamento e as necessidades, esteja progressivamente resolvido", disse.

Adalberto Campos Fernandes elogiou o trabalho que tem sido feito pela administração e trabalhadores do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), que integra os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, considerando que é "dos mais eficientes", porque "tem feito muito com pouco".

"Está na altura de Aveiro ver reconhecido o esforço e ser compensado", disse o ministro da Saúde, comprometendo-se a reforçar a capacidade financeira do CHBV para fazer face aos investimentos que estão previstos.

O ministro reafirmou ainda a aposta na proximidade, realçando que este foi o único Governo, nos últimos 30 anos, que não fechou qualquer serviço público na área da Saúde e que estão em lançamento ou em construção mais de 90 centros de saúde em todo o país.

Quanto à falta de meios humanos na área da Saúde, referiu que o SNS tem hoje mais seis mil profissionais do que quando o Governo tomou posse, em 2015.

"Não são ainda os suficientes, mas a trajetória está definida", observou.

Apesar das várias frentes de conflitualidade laboral que tem enfrentado, o responsável pela pasta da Saúde disse que se sente "motivado e cheio de energia" para a segunda metade da legislatura e com "uma grande vontade" de fazer um SNS "mais forte, mais responsivo e mais próximo das pessoas".

"A meio da legislatura, é como no meio de um jogo de futebol, sinto-me cheio de vontade para jogar a segunda parte", disse o ministro, assegurando que tem a "confiança total e forte" dos colegas do Governo e do primeiro-ministro.

Questionado sobre o alegado pagamento aos participantes numa sessão de perguntas ao Governo, prevista para domingo, em Aveiro, o ministro da Saúde disse não ter conhecimento de nada.

"Não acredito que seja verdade. Acho que é absolutamente absurdo. Não faz nenhum sentido", afirmou.

O jornal Sol noticiou que o Governo de António Costa vai pagar 36.750 euros a 50 pessoas que vão participar num estudo na Universidade de Aveiro e depois irão fazer perguntar ao executivo.

A iniciativa ocorre no âmbito do Conselho de Ministros extraordinário que se realiza em Aveiro para assinalar os dois anos do Governo.

Centro Hospitalar Médio Tejo
O Centro Hospitalar do Médio Tejo anunciou investimentos de 6,5 milhões de euros nos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres...

"Estes são investimentos que permitem um reforço de competências e gerar sinergias para serem aproveitadas por toda a região do Médio Tejo, revestindo-se de uma importância decisiva para a qualidade de vida dos cidadãos", disse Manuel Delgado aos jornalistas, no final de uma visita ao hospital de Abrantes, no distrito de Santarém, inserida numa iniciativa mais extensa dedicada aos dois anos de Governo, que se assinalaram ontem.

Os investimentos, a concretizar até final de 2019, referem-se à requalificação e expansão da Urgência Médico-Cirúrgica na unidade hospitalar de Abrantes (1,5 ME), e intervenções nas três unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas para sustentabilidade e eficiência energética no âmbito de uma candidatura conjunta apresentada pelo Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), ao programa operacional POSEUR, num projeto de cinco milhões de euros que vai contar com um apoio comunitário de 85%.

Neste âmbito, o investimento prevê, até final de 2019, a substituição das caldeiras, dos refrigeradores (‘chillers’) e da iluminação artificial, a instalação de painéis solares, térmicos e fotovoltaicos, e intervenção ao nível das fachadas e das coberturas, incluindo a pintura exterior das unidades hospitalares de Tomar e Torres Novas, tendo o secretário de Estado da Saúde afirmado que os investimentos anunciados, "congregados, representam uma mais-valia para os utentes" da região.

"No caso do CHMT, com o trabalho do Conselho de Administração [CA] e, no caso concreto de Abrantes, com o apoio do município, tem sido possível fazer ajustamentos importantes para a vida das pessoas", afirmou.

No âmbito da visita a várias unidades da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) na zona de Abrantes, Tomar, Torres Novas e Santarém, Manuel Delgado disse ainda que o Governo tem a preocupação de "dotar todas as regiões do país, em pé de igualdade e de forma equitativa, com os recursos necessários para que os doentes sejam tratados nas áreas onde residem e o mais próximo possível dos seus locais de residência".

A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), que também preside à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), afirmou que o seu município está "disponível para fazer parte da solução, ajudando financeiramente na componente nacional necessária" para a requalificação das urgências, e destacou que, "com melhores condições de trabalho, ganham os profissionais de saúde e ganha a população, que passa a ser mais bem servida".

A autarca alertou ainda o governante para a importância de “desbloquear e ajudar” a transferir os cuidados primários que ainda funcionam no hospital para a antiga Casa de Saúde, num outro ponto da cidade, “libertando espaço no interior do hospital para as obras de requalificação da Urgência".

O presidente do Conselho de Administração do CHMT, Carlos Andrade, destacou, por sua vez, que os investimentos anunciados são para concretizar num “prazo razoável", que estimou até "antes do final de 2019", e que "resultam de um trabalho articulado entre todos os parceiros".

OE2018
Os deputados aprovaram, na especialidade, duas propostas de alteração, uma do BE e outra do PCP, para reduzir para metade o...

Estas duas propostas já tinham sido votadas e chumbadas, mas o deputado do PS Fernando Rocha Andrade anunciou, no final do terceiro dia de votações, que os socialistas pretendiam mudar o sentido de voto, para favorável, quanto àquelas propostas que ficaram assim aprovadas.

Neste sentido, em 2018, o atestado multiuso de incapacidade em junta médica custará 12,5 euros e o atestado em junta médica de recurso custará 25 euros.

O PCP queria também aprovar agora uma nova descida para 2019, ficando o atestado multiuso de incapacidade em junta médica gratuito e o atestado em junta médica de recurso a custar cinco euros, mas esta parte da proposta foi novamente rejeitada.

OE2018
A presidente da Associação das Termas de Portugal defendeu que, ao anunciar para 2018 a reposição das comparticipações de...

Em causa está o Orçamento do Estado para 2018, cujo plano de atividades já prevê o regresso dos reembolsos do Serviço Nacional de Saúde relativos a despesas com medicina hidrológica devidamente justificadas por prescrição médica - como reivindicado, aliás, na petição que a Associação das Termas de Portugal (ATP) entregou em outubro no Parlamento, depois de recolher mais de 6.000 assinaturas para o efeito nos 42 balneários que representa.

"Esta medida constitui um marco histórico porque representa a justa reposição das comparticipações que estes utentes viram cortadas em 2011 e sempre mereceram", declarou Teresa Vieira, sobre a proposta apresentada pelo PS e aprovada na especialidade com o voto favorável de todos os partidos à exceção do CDS-PP, que se absteve.

"Isto põe fim a seis anos de alguma asfixia nas termas portuguesas, que sofreram os efeitos da diminuição registada no seu número de utentes, e também põe fim às limitações impostas aos utentes no acesso a cuidados de saúde de qualidade", acrescenta a mesma responsável, em referência aos tratamentos que são particularmente recomendados para problemas do foro respiratório, musculoesquelético e dermatológico.

Para Teresa Vieira, a anunciada reposição das comparticipações termais faz ainda antecipar outro cenário positivo: "Ao ajudar um balneário a recuperar clientes, a medida tem um efeito multiplicador na comunidade envolvente, já que o uso das termas se repercute sempre na economia local, sobretudo ao nível da hotelaria e da restauração".

Doença Silenciosa
Estima-se que de momento a infeção pelo vírus da hepatite C afete quase 100 milhões de pessoas, quas

Entre vários factores, o desenvolvimento da Medicina Humana com o grande avanço da cirurgia e das transfusões, o “boom” do consumo de drogas com partilha de material, trouxe um terreno fértil para o vírus da hepatite C infectar cerca de 100.000 pessoas. De momento o número será inferior, talvez metade.

Mas como saber quem o tem, quem está infectado. Na grande maioria dos casos a infeção não traz sintomas consigo, é uma doença silenciosa. Por outro lado nem todos os infetados correram os riscos decorrentes daquelas situações que referimos. Os especialistas aconselham que se tente identificar tanto quanto possível, quem está infectado, sem o saber. Todos, sem excepção, que se incluem nos grupos de maior risco já referidos devem saber “já” se têm hepatite C ou não. Mas o ideal será mesmo que todos, sem alarme, sempre que façam uma avaliação analítica, pelo menos uma vez na vida, peçam ao médico um teste da hepatite C. É um teste simples através de uma pequena quantidade de sangue.

Durante

Se o teste for positivo (anti-VHC), nada de alarmes já que em cerca de 25% dos casos o vírus é mesmo negativo, tratou-se de uma hepatite que curou sozinha.

Se a carga vírica for positiva, nesse caso teremos que identificar se o fígado está já um pouco estragado, num estado chamado de “cirrose hepática”. Aí teremos que reforçar os conselhos para se ter um “fígado saudável” ou seja não ter peso a mais, fazer exercício físico (o mínimo dos mínimos é caminhar rápido, meia hora três vezes por semana), controlar a diabetes e o excesso de colesterol e abandonar a ideia de beber álcool. Há vários métodos para se identificar a presença de cirrose, ecografia, um sistema parecido à base de ultrassons (Fibroscan®), ou mesmo através de análises corriqueiras.

Vírus activo? Portugal é dos poucos países do mundo em que o governo decidiu proporcionar tratamento para todos os portugueses que dele necessitem, a custo zero. É uma dádiva preciosa, tem salvo muitas vidas. Os tratamentos consistem comprimidos tomados durante 8 a 12 semanas, praticamente sem efeitos secundárioa, com uma taxa de eliminação definitiva do vírus perto dos 100%. Definitiva quer dizer para toda a vida, para todo o sempre. Em Portugal é de 97%. A eliminação do vírus traz múltiplos benefícios, corta a cadeia infeciosa reduz o risco de cancro e de morte, entre muito outros.

E Depois?

Se ainda não se tiver cirrose poderá ir embora da consulta. Se existir cirrose deverá fazer uma ecografia de 6/6 meses dado o riso de cerca de 1% por ano de aparecer um cancro do fígado. Este tem que ser identificado precocemente, ainda com menos do tamanho de uma bola de ping-pong, para se conseguir curar.

Mas os risco de morrer de uma doença de fígado quase que desaparece.

A Medicina Moderna identificou o vírus em 1989, aquando da queda do Muro de Berlim, após saber em 1974 que existia um vírus chamado de “C”. Iniciou a batalha pela cura em 1986 e em 2014 os laboratórios da indústria farmacêutica identificaram medicamentos com taxas de cura perto dos 100%.

Esperemos que este “know-how” permite a identificação da cura de outras doenças víricas, que matam milhares de pessoas.

A hepatite C é a única infecção crónica, vírica e oncogénica que o Homem é capaz de curar. As doenças do fígado, médicos e doentes, vivem um “Momento Penicilina” que mudou o Mundo há alguns anos atrás. Obrigado!!

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença de Machado-Joseph
Um fundo privado norte-americano vai continuar a financiar a investigação sobre a doença de Machado-Joseph, em curso na...

O acordo estabelece que o fundo de investigação, batizado com os nomes dos mecenas norte-americanos de ascendência chinesa Richard Chin e LiLy Lock, irá financiar com 20 mil dólares anuais (cerca de 17 mil euros), o trabalho desenvolvido por um grupo de cerca de 20 investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (UC), liderados pelo docente da faculdade de Farmácia Luís Pereira de Almeida.

Na sessão hoje realizada, Luís Pereira de Almeida afirmou que o objetivo dos investigadores é "encontrar a cura" para a doença de Machado-Joseph - uma neuropatologia rara, de origem genética, hereditária, incurável e fatal, que se caracteriza, entre outros sintomas, pela progressiva perda de controlo muscular e coordenação motora, perturbação da visão, dificuldades na fala e em engolir - e que em Portugal tem uma prevalência maior nos Açores.

A colaboração entre Richard Chin - um engenheiro eletrotécnico e de computadores, especialista e inventor de microprocessadores que sofria da Machado-Joseph e faleceu em outubro - a sua mulher LiLy Lock e o investigador da Universidade de Coimbra remonta a 2010, quando Luís Pereira de Almeida deu uma conferência nos EUA sobre a doença e o trabalho desenvolvido em Coimbra e foi contactado pelos norte-americanos que se disponibilizaram a financiar a investigação, por um primeiro período de cinco anos, agora renovado.

"A nossa equipa trabalha muito, todos os dias, na busca da cura da doença de Machado-Joseph e esperamos poder demonstrar ser merecedores da confiança que está depositada em nós", disse hoje Luís Pereira de Almeida, perante LiLy Lock e o reitor da Universidade de Coimbra João Gabriel Silva.

Em declarações à Lusa, Luís Pereira de Almeida disse que o apoio do fundo privado "tem permitido não só financiar reagentes, como também a participação em congressos e atribuição de bolsas a estudantes e investigadores", entre outras ações.

"Tem sido muito importante, até porque não tem os constrangimentos que normalmente estão associados aos financiamentos formais e estatais, que estão processos muito burocráticos", afirmou.

Sobre a doença de Machado-Joseph, o investigador explicou que tem uma prevalência "baixa", com dois a três casos por 100 mil habitantes.

No entanto, sendo uma doença genética hereditária, que é passada para a descendência, ao ocorrer "numa população mais fechada e isolada, mantém-se e até aumenta se as pessoas tiverem uma fertilidade superior à de outras famílias", o que poderá explicar a prevalência em algumas regiões do país, como os Açores, frisou Luís Pereira de Almeida.

Na sessão de hoje João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, destacou o financiamento privado à investigação em curso na instituição, alegando que embora seja usual acontecer nos EUA e em parte do Reino Unido, é "raro" no resto da Europa.

"Aqui, na nossa cultura, as pessoas pensam que essa é uma função do Estado, o que só aumenta a nossa responsabilidade", afirmou o reitor.

Após a assinatura do acordo, a Universidade de Coimbra homenageou os mecenas Richard Chin e Lily Rock, atribuindo o seu nome a um laboratório do Centro de Neurociências e Biologia Celular.

OE2018
A Ordem dos Nutricionistas lamenta a não aprovação do imposto sobre os produtos com elevado teor de sal conforme o governo...

“O país perdeu hoje uma oportunidade de aprovar uma medida que teria um enorme impacto na saúde dos portugueses. Não é aceitável, e é até lamentável, que alguns dos nossos representantes na Assembleia da República se demitam de legislar a favor da saúde e do bem-estar dos portugueses”, afirma Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

Segundo a Direção-Geral da Saúde, os portugueses consomem o dobro da quantidade de sal recomendada pela organização Mundial da Saúde (OMS). O consumo diário de sal por português está acima de 10 gramas, quando a recomendação da OMS aponta para cinco gramas diárias. Diariamente são consumidas 30 toneladas de sal a mais do que o recomendado.

Para Alexandra Bento, “é incompreensível que, depois do sucesso que revelou a taxação dos refrigerantes, com o consumo a cair entre 20 a 25% e as empresas a reformularem os seus produtos a favor da medida, a Assembleia da República chumbe o imposto sobre o sal”. “Esta decisão só pode merecer, por parte da Ordem dos Nutricionistas, um forte cartão vermelho”, remata a Bastonária.

Recorde-se que, em fevereiro deste ano, Portugal introduziu uma taxa que penaliza as bebidas com maior teor de açúcar, medida que conduziu a uma redução do consumo de açúcar superior a 4.000 toneladas e que levou parte da indústria a reformular a composição dos seus produtos.

Em Portugal, estima-se que o excesso do consumo de sal constitua o risco alimentar evitável que mais contribui para a perda de anos de vida saudáveis e que cerca de metade das causas de doença e de morte tenham uma relação direta com a alimentação.

Recorde-se que na proposta para o próximo Orçamento do Estado, o governo propôs um imposto de 0,80 euros por quilo sobre as bolachas, biscoitos, batatas fritas e desidratadas e flocos de cereais, sempre que estes alimentos tenham mais de 1 grama de sal por cada 100 gramas de produto. Com esta medida, o Estado poderia arrecadar cerca de 30 milhões de euros, que poderia ser consignada ao Serviço Nacional de Saúde, para a prossecução de programas de promoção da alimentação saudável.

Tribunal de Contas
Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde herdaram os passivos do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, alvo de um...

A conclusão consta de um relatório da auditoria do Tribunal de Contas (TdC) orientada para a situação financeira da SPMS (Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE), com enfoque nos anos de 2015 e 2016.

Recorda o TdC que em setembro de 2015 o Estado realizou um resgate financeiro do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), o qual implicou a transferência para a SPMS de passivos vencidos de cerca de 26,1 milhões de euros, dos quais 22,5 milhões de euros “respeitavam a empréstimos bancários em incumprimento, que colocaram a central de compras do Ministério da Saúde em falência técnica”.

O TdC concluiu que, em resultado desta situação, a empresa “passou de capitais próprios positivos de 15,5 milhões de euros, no final de 2014, para 5,6 milhões de euros negativos, no final do terceiro trimestre de 2015”.

Apesar da SPMS ter acomodado a dívida do SUCH, prossegue o relatório, em dezembro de 2015 “o Ministério das Finanças determinou que a empresa procedesse à entrega ao Tesouro do saldo de gerência do exercício de 2014 no montante de 15,8 milhões de euros, o que agravou a situação financeira da empresa, colocando-a com capitais próprios negativos de 17,7 milhões e com uma dívida líquida de cerca de 19,5 milhões de euros, no final de 2015”.

Os auditores concluíram que as injeções de capital na empresa, realizadas em 2016, na sequência da recomendação do TdC, no valor global de 25,3 milhões de euros, foram “insuficientes para fazer face à totalidade dos passivos que lhe foram transmitidos, estando ainda por pagar (em 2017) dívidas a fornecedores e a outros credores de cerca de 0,6 milhões de euros.

O TdC considera que “as receitas da SPMS devem ser utilizadas na sua atividade de apoio instrumental à prestação de cuidados de saúde” e por isso recomenda ao ministro das Finanças e ao ministro da Saúde que “a empresa seja dotada de financiamento específico e necessário para fazer face às dívidas que lhe foram transmitidas e que ainda estão por pagar”.

Segundo o relatório, o Ministério das Finanças informou que “está a ser equacionado um mecanismo de financiamento para concluir a regularização das dívidas por pagar e que diligenciará pela apreciação das contas da empresa com maior celeridade”.

Legionella
A Veolia, responsável pela manutenção da central de trigeração do Hospital São Francisco Xavier, defendeu hoje que o âmbito da...

“É hoje claro ser indispensável alargar o âmbito da investigação para melhor compreender o quadro deste surto”, refere a Veolia em comunicado, sublinhando que apenas opera “a central de trigeração” e que há outros pontos, dentro e fora do perímetro do hospital, que deveriam ser investigados.

Para compreender a totalidade do quadro deste surto, que infetou 56 pessoas, das quais cinco morreram, a empresa defende que é preciso “proceder a investigações complementares para além das instalações operadas pela Veolia Portugal”.

“Parece-nos, pois, indispensável testar todos os sistemas de água: os depósitos de água, sistemas de água quente e fria, circuitos de climatização e a ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais]”, defende.

“Será ainda necessário testar eventuais fatores externos nas proximidades do Hospital. Acreditamos que todos estes elementos foram já testados e fazem parte do trabalho de investigação da DGS, cujas conclusões ainda não nos foram comunicadas”, acrescenta.

No comunicado, a Veolia aponta, além do sistema de trigeração de cuja manutenção é responsável, outros sete pontos, entre eles uma fonte urbana fora do perímetro do hospital e o circuito de difusão de ar, a estação de tratamento de ar e o sistema de água quente sanitária da unidade hospitalar.

Na investigação que fez, a Veolia diz que não foi encontrada "qualquer ação ou omissão significativa suscetível de explicar a amplitude deste surto", que o plano de prevenção do risco de ‘legionella’ implementado “está em conformidade com as regras vigentes em Portugal e com as referências internacionais” e que “não houve qualquer indicador nem elemento que justificasse a alteração deste plano de prevenção”.

As conclusões da investigação solicitada pela Veolia a uma equipa interna de peritos internacionais, segundo a empresa, permitem afirmar que “não houve qualquer negligência" nas atividades por ela desenvolvidas.

“Estamos totalmente disponíveis para prestar os esclarecimentos necessários sobre as nossas conclusões e trabalhar em conjunto no sentido de apurar o complexo quadro deste surto excecional”, acrescenta a empresa, que reitera a solidariedade para com todas as pessoas afetadas pelo surto e suas famílias.

No passado dia 16 de novembro, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, veio esclarecer que a fonte do surto da bactéria 'legionella' no hospital São Francisco Xavier foi pelo menos uma das torres de arrefecimento da unidade hospitalar.

Em declarações, Graça Freitas explicou que o Instituto Nacional de Saúde (INSA) conseguiu apurar que as bactérias nas secreções dos doentes são da mesma estirpe que as encontradas na água de pelo menos uma das torres de arrefecimento.

Segundo a última atualização feita na quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, dois doentes infetados com a Doença dos Legionários, provocada pela ‘legionella’ continuavam internados nos cuidados intensivos e 14 na enfermaria.

A Doença dos Legionários, é uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

4 de dezembro - Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla
Este ano, como forma de assinalar o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla...

A “Casa da Esclerose Múltipla”, uma iniciativa conjunta com a Merck, foi especialmente desenhada para permitir que pessoas que não têm a doença possam experienciar o impacto dos sintomas nas tarefas da rotina diária e, deste modo, perceber as limitações sentidas pelos doentes.

Assim, será recriada uma sala de estar onde os visitantes são convidados a caminhar de barbatanas sobre um tapete insuflável, o que representa a falta de equilíbrio sentida pelos doentes. Uma poltrona colocada estrategicamente num nível mais baixo que o normal pretende mostrar a dificuldade sentida ao levantar; o “Livro da Alice” em que é difícil sair da primeira página representa a falta de concentração/ memória. No computador, através dum teclado invertido, pretende-se também simular dificuldades cognitivas. Transportar uma caneca artificialmente mais pesada numa bandeja em desequilíbrio simula fadiga ou desequilíbrio, imagens desfocadas que passam na televisão simulam visão dupla e um quadro vortex sugere as tonturas e vertigens experimentadas pelos doentes.

A proposta de criação do Registo Nacional de Doentes com Esclerose Múltipla (EM) prevê a contínua recolha de dados sobre os doentes e a prática clínica, de modo a gerar dados para investigação, trazendo vantagens para os próprios doentes que passam a ter um papel mais ativo na gestão da sua doença, mas também para os cuidadores e decisores na área da saúde e dos recursos que lhe estão afetos.

Segundo Susana Protásio, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) “Este objetivo nacional integra-se num objetivo mais alargado de futuro registo europeu, já recomendado pela European Medicines Agency (EMA) este ano”, acrescentando que “Quer o INFARMED, quer a Administração Central do Sistema de Saúde, têm estado envolvidos neste debate através do European Network for Health Technology Assessment, dispondo também de evidência concreta sobre as vantagens da informação assim reunida em termos de objetividade, veracidade, rapidez de acesso e comparabilidade.”

A Esclerose Múltipla é uma doença crónica que afeta o sistema nervoso central e é a segunda causa de incapacidade de jovens adultos. Em Portugal, estima-se que esta doença afete entre 6.000 a 8.000 pessoas, sendo estas duas vezes mais mulheres do que homens.

O último estudo publicado sobre a carga e o custo da EM na Europa, no qual Portugal participou sob a coordenação da Profª Maria José Sá, e que contou com a colaboração da SPEM, evidenciou o peso que representa, ao longo de muitos anos, em custos com internamentos, tratamento, reabilitação, consultas, perdas de produtividade do próprio e do apoio familiar ou de outros cuidadores informais. O estudo, evidenciou ainda o verdadeiro impacto dos dois sintomas mais transparentes da EM: a fadiga, reportada por 98% dos inquiridos e os problemas cognitivos, reportados por 74%; tal como a importância do diagnóstico precoce1,2.

1 O estudo “New insights into the burden and costs of multiple sclerosis in Europe”, teve como autores Gisela Kobelt, Alan Thompson, Jenny Berg, Mia Gannedahk, Jennifer Eriksson, o MSCOI Study Group e a European Multiple Sclerosis Platform, tendo sido publicado no Multiple Sclerosis Journal, 2017, Vol. 23(8) 1123-1136. O estudo foi coordenado através da European Multiple Sclerosis Platform, tendo contado com o apoio financeiro da Biogen.

2 O estudo “New insights into the burden costs of multiple sclerosis in Europe: Results for Portugal”, teve como autores Maria José Sá, Gisela Kobelt, Jenny Berg, Daniela Capsa, Johan Dalén e a European Multiple Sclerosis Platform, tendo sido publicado no Multiple Sclerosis Journal, 2017, Vol. 23(25) 143-154.

RESPIRA – 10 anos de inspiração
No próximo dia 29 de novembro, pelas 17.30, o auditório da sede da Sociedade Portuguesa de Pneumologia será o palco da...

Contudo, “este livro não é só a comemoração de um aniversário, é essencialmente a homenagem de todos nós à Luísa”, reforça a atual direção da Associação, referindo-se à Dr.ª Luísa Soares Branco, “presidente da RESPIRA desde a sua fundação até 2016, altura em que nos deixou”.

Pequena na estatura física, enorme na dimensão humana, a fundadora e presidente da associação durante os seus primeiros nove anos de vida “em­pregou sempre o seu fôlego para que aos outros nunca faltasse o ar. Ainda que, por vezes, o sentisse fugir-lhe: vivendo com DPOC desde os 48 anos, esta mulher de causas jamais perdeu o ânimo e a ânsia de se bater pela igualdade de oportunidades, os direitos e a jus­tiça de todos e para todos”. É esta a descrição que a atual direção da RESPIRA atribui à Dr.ª Luísa Soares Branco.

Para além da sentida homenagem à antiga presidente da Associação, o livro editado com o apoio da Praxair é ainda constituído por capítulos que recordam como e com que missão nasceu a RESPIRA, os principais marcos e conquistas desta primeira década de existência, as campanhas de sensibilização dirigidas à população e os desafios que o futuro trará.

Criada em fevereiro de 2007, a RESPIRA foi a primeira associação a ocupar um espaço até então em aberto, uma vez que não existia em Portugal “qualquer outro organismo que defendesse os direitos, ouvisse as preocupações e desse voz aos anseios das pessoas que se debatem com doenças crónicas do foro respiratório”.

No balanço deste importante aniversário, não faltam motivos para celebrar. A aquisição de uma sede própria, a criação do site e da página de Facebook, a permanente ligação aos poderes públicos e articulação com o Ministério da Saúde, o estabelecimento de parcerias com outras associações congéneres e instituições representantes da comunidade científica e da indústria, a presença em iniciativas determinantes para o futuro da saúde respiratória em Portugal, a luta pela criação de uma rede nacional de espirometrias, as ações de sensibilização e esclarecimento dirigidas à comunidade são apenas alguns dos principais marcos referidos neste livro.

Para além de tudo isto, durante este período, “Respirámos com Música e Respirámos a Andar, Aprendemos a Viver com DPOC e a Viajar de Avião com Oxigénio, estudámos a Perceção dos doentes sobre a DPOC e colaborámos com a Comissão Nacional para os Cuidados Respiratórios Domiciliários. Fomos a Escolas e Empresas explicar a miúdos e a graúdos o que o tabaco fez às nossas vidas. Estivemos presentes em conferências, colóquios, encontros relacionados com a Saúde Respiratória e sempre que os interesses e direitos das pessoas com DOPC estivessem em causa. E trabalhámos, voluntariamente, infatigavelmente promovendo a saúde respiratória, informando doentes e cuidadores, público e profissionais de saúde do que sabemos e do que precisamos”, sublinha a direção no prefácio do livro que será apresentado no próximo dia 29.

Centro Hospitalar Cova da Beira
Na senda da promoção da saúde e da prevenção da doença, o Centro Hospitalar Cova da Beira tem há vários anos implementado na...

Este projeto de “capacitação em controlo e prevenção do tabagismo” engloba também o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e a Faculdade de Ciências da Saúde – UBI, sendo liderado pelo Instituto Catalão de Oncologia e financiado pela “Global Bridges Health Care Alliance for Tobacco Dependence Treatment”, uma parceria entre a Mayo Clinic e a American Cancer Society.

O projeto em questão prevê a implementação de um programa de formação para a abordagem clínica e aconselhamento do tabagismo, em formato e-learning, a cerca de 400 profissionais de saúde, com a finalidade de os capacitar para a intervenção clínica breve sistemática de cessação tabágica, segundo os moldes: aconselhamento, motivação e encaminhamento para consulta especializada.

Para o efeito serão também disponibilizados, nas áreas de internamento, guias de intervenção clínica, a implementar junto à cabeceira dos doentes e brevemente, no recinto interno e externo do edifício estará patente uma campanha de sensibilização e informação visual, com recurso à utilização de diversos suportes gráficos por forma a demarcar o hospital, como uma instituição 100% livre de fumo de tabaco. Também com o objetivo de eliminar o risco de contaminação do ambiente interior do hospital, serão colocadas no piso junto às entradas do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), barras de sinalização a limitar o espaço a partir do qual não será permitido fumar. As entradas do edifício interior serão monitorizadas por filtros medidores dos níveis de nicotina ambiental.

Empenhado em promover um ambiente saudável para todos, o Conselho de Administração do CHCB sente-se privilegiado por, entre tantos outros hospitais públicos, ter sido selecionado para encabeçar este projeto, um programa desenhado em conformidade com as orientações da OMS, com a legislação nacional e as boas práticas em vigor, emanadas do Plano Nacional de Saúde.

Agência Europeia do Medicamento
O dossier de candidatura do Porto à Agência Europeia do Medicamento dizia que o Infarmed podia colaborar alocando recursos para...

O documento, disponibilizado na página da internet do Conselho Europeu que apresenta a documentação de todas as cidades que se candidataram à sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA), nunca é claro quanto à transferência da sede do Infarmed, dizendo que o regulador poderá reforçar a sua colaboração com a agência europeia.

Num excerto de uma entrevista à Antena 1 divulgado hoje, o primeiro-ministro afirmou que a transferência da sede do Infarmed para o Porto já estava decidida e era um dos critérios da candidatura da cidade à EMA.

O dossier de candidatura, refere que "para garantir uma transição efetiva, o Infarmed, o regulador nacional de medicamentos, com uma parceria notável e de longa data com a EMA, terá no local recursos humanos, científicos e técnicos para fortalecer a sua colaboração com a agência".

A candidatura sublinha ainda a estreita relação já existente entre o Infarmed e a EMA, “materializada nas dezenas de trabalhadores portugueses – admitidos através de processos de candidatura internacionais – a trabalhar para a Agência Europeia, muitos em lugar de topo”.

Além de destacar as qualidades da entidade portuguesa reguladora do medicamento, a candidatura sublinha a qualidade dos peritos portugueses e no seu reconhecimento internacional.

“O Infarmed também tem vindo a reforçar, em número e competências, os seus Comités de Peritos para lidar com os processos de avaliação que serão redistribuídos como resultado da saída do Reino Unido da União Europeia, apoiando a continuidade do negócio da EMA e cumprindo os altos padrões de qualidade que a proteção da saúde pública exige”, refere a candidatura portuguesa.

Este reforço da capacidade de avaliação do Infarmed, sublinha o documento, “também se reflete ao nível organizacional”.

“O processo de planeamento e de alocação de recursos visa alcançar, até 2019, a otimização dos tempos de avaliação e um aumento significativo no número de procedimentos que Portugal está apto para avaliar. Para atingir estes objetivos, o governo português investirá 4,8 milhões de euros”

O dossier de candidatura informa que o Infarmed está em processo de revisão do seu estatuto legal e que “o objetivo é fortalecer, afetar e mobilizar as habilidades técnico-cientificas nacionais, a fim de garantir uma participação decisiva e ativa na avaliação de medicamentos, com especial foco em produtos inovadores, dando a autoridade nacional os recurso humanos, científicos e técnicos necessários para esta tarefa”.

“Esta alteração levará a um aumento da sua eficiência no que se refere à participação no sistema regulatório europeu sob a égide da EMA e da Comissão Europeia”, acrescenta, sem nunca clarificar o que significa a colaboração através da alocação de recursos nem mencionar a possibilidade de transferência da sede do Infarmed para o Porto.

O anúncio da transferência da sede da autoridade do medicamento para o Porto, na terça-feira, apanhou os trabalhadores do Infarmed de surpresa e, num plenário realizado na quarta-feira os funcionários mostraram o seu desagrado relativamente a esta possibilidade, com a quase totalidade (92%) a manifestar-se indisponível para esta mudança.

Entretanto, a Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) já veio dizer que os trabalhadores do Infarmed não podem ser obrigados a mudar-se para o Porto e que os que aceitarem fazê-lo têm direito a receber dinheiro pelas despesas de deslocação.

A lei só permite mobilidade obrigatória até aos 60 quilómetros. A mudança para distâncias superiores, como seria o caso do Porto, só pode ser feita com o acordo dos trabalhadores.

Em declarações na quinta-feira à imprensa, o especialista em legislação laboral Garcia Pereira afirmou que "só com acordo dos trabalhadores esta mudança se pode concretizar" e citou a lei geral do trabalho em funções públicas, segundo a qual a "imposição da mobilidade a mais de 60 quilómetros só é admissível se forem cumpridos um conjunto de requisitos cumulativos, entre os quais, a natureza temporária dessa mobilidade com o prazo máximo de um ano".

De acordo com Garcia Pereira, "não há fundamento legal para uma mudança com caráter permanente e definitivo e nenhum trabalhador pode ser forçado".

O especialista alertou ainda que, com a recusa dos trabalhadores, "o Estado está obrigado a manter-lhes o vínculo laboral e salarial, mesmo que fiquem sem funções em Lisboa".

Também na quinta-feira, o Governo veio assegurar que a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto será feita com o "devido cuidado" e "acautelando os direitos dos trabalhadores" envolvidos.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, garantiu que os direitos dos trabalhadores serão “absolutamente salvaguardados...

Questionado pelos jornalistas sobre a decisão que tem a oposição de quase todos os trabalhadores da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), o ministro afirmou que nas decisões políticas o Governo “tem em conta aquilo que são os interesses legítimos dos trabalhadores”.

“Eles serão absolutamente salvaguardados”, afirmou, à margem da posse do novo presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, Francisco George.

“Naturalmente que agora há um tempo para avaliação, para estudo, e sobretudo uma mensagem de tranquilidade”, disse o ministro.

Na quarta-feira o coordenador da Comissão de Trabalhadores do Infarmed, Rui Spínola, disse que a quase totalidade dos funcionários do Infarmed não concorda com a transferência da instituição para o Porto e 92% dizem estar indisponíveis para a mudança.

Na terça-feira o ministro da Saúde anunciou que a sede do Infarmed vai ser mudada de Lisboa para o Porto, a partir de 01 de janeiro de 2019.

Em Lisboa
A Cruz Vermelha Portuguesa vai criar no centro de Lisboa uma unidade de apoio a doentes crónicos, com 90 quartos e 160 camas,...

Ex-diretor-geral da Saúde, Francisco George tomou ontem posse como 24.º presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro e na presença dos ministros da Saúde, da Defesa e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, entre dezenas de convidados.

E foi dirigindo-se ao ministro do Trabalho, Vieira da Silva, que Francisco George afirmou: “vamos ter que decidir rapidamente, vamos ter que arrancar com ele (o centro), nem mais uma semana parado”, explicando que a estrutura está pronta.

Num longo discurso o novo presidente da Cruz Vermelha falou das novas prioridades da instituição, das próximas iniciativas e até da história da Cruz Vermelha.

E disse também que iria reativar a juventude da CVP, que terá um primeiro congresso em fevereiro, e que a instituição está disponível para concentrar meios de socorro complementares com a criação de dois centros operacionais em Coimbra e Beja.

“Já encomendámos novas tendas de campanha hospitalares”, e “podemos aumentar, em caso de necessidade, os equipamentos de socorro normalizados”, disse Francisco George.

Até ao fim do ano disse esperar ter já uma unidade para tornar potável para consumo humano a água imprópria, referindo-se também à já anunciada criação de “equipamentos sociais intergeracionais”.

A CVP vai também, afirmou, criar programas de “elevação social”, para apoiar através de microcrédito pessoas que “têm capacidade” mas que não têm meios para atingir essa “elevação social”.

Com a divulgação das contas bancárias da CVP Francisco George espera credibilizar a instituição, e espera também mais donativos e aumentar as taxas de execução.

“Estou aqui por vontade própria, estou aqui sem agenda, para apoiar a construção de mais solidariedade”, concluiu Francisco George, aplaudido pelos presentes e elogiado pelo primeiro-ministro, António Costa, que também elogiou Luís Barbosa o anterior presidente da CVP.

Após rutura de fármacos
O Governo dos Açores anunciou ontem ter formalizado a criação de um gabinete de gestão do medicamento e dos assuntos...

“Do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com a Ordem dos Farmacêuticos (…), já formalizámos a criação de um gabinete de gestão do medicamento e dos assuntos farmacêuticos na Saudaçor [Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos da Saúde dos Açores]”, afirmou o secretário regional da Saúde, Rui Luís, após ser ouvido na Comissão Permanente de Assuntos Sociais do parlamento regional, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel.

Segundo Rui Luís, a Saudaçor terá “a coordenação dos serviços farmacêuticos dos cuidados de saúde primários”.

“Ou seja, vamos de uma forma centralizada, à semelhança do que existe a nível nacional, criar um serviço central para lidar com as questões farmacêuticas dos cuidados de saúde primários”, explicou o governante.

Em outubro foi noticiado que no centro de saúde da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, foram detetadas ruturas no fornecimento de fármacos a doentes institucionalizados.

Então, a Ordem dos Enfermeiros nos Açores anunciou a apresentação de uma queixa ao Procurador da República contra a Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, devido às "sucessivas e continuadas" ruturas no fornecimento de medicamentos aos doentes daquela unidade de saúde.

A queixa é justificada com o facto de a Ordem dos Enfermeiros ter denunciado o caso junto da administração da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, que alegadamente não terá feito nada para resolver o problema, e também junto da tutela, que terá garantido que o problema já se encontrava ultrapassado.

Rui Luís adiantou hoje que o novo gabinete tem como objetivos “uniformizar os procedimentos e a gestão do circuito do medicamento, dos produtos farmacêuticos e outros dispositivos médicos”, assim como “implementar e monitorizar a política do medicamento nos cuidados de saúde primários” e “proceder à elaboração de protocolos terapêuticos para que sejam similares a todas as unidades de ilha”.

Já o PSD, partido que requereu a audição do governante, pela voz do deputado Luís Maurício, declarou que a rutura de medicamentos “não é nova”, apontando um relatório de dezembro de 2016 da Inspeção Regional da Administração Pública que dá conta da mesma situação noutros centros de saúde da ilha.

“Achamos muito estranho que o sr. secretário regional não tenha conhecimento do relatório, onde vinha recomendada, dada a gravidade dos assuntos descritos, que ia ser enviado à Inspeção Regional de Saúde”, afirmou Luís Maurício, considerando que “sendo um assunto já antigo houve uma falta por omissão de atuação por parte da tutela”.

Para o parlamentar, “esta tutela reage de forma reativa, não atua de forma proativa, não sabe prevenir a ocorrência dos problemas, nomeadamente da falta de medicamentos”.

A comissão ouviu também ontem os responsáveis nos Açores das ordens dos Médicos e dos Enfermeiros.

Ministro da Administração Interna
O ministro da Administração Interna disse que o novo reforço criado pela União Europeia em matéria de proteção civil “dá...

Em conferência de imprensa sobre o reforço dos meios do Mecanismo Europeu de Proteção Civil ontem anunciado pela Comissão Europeia, Eduardo Cabrita sublinhou que o Governo português “vê com grande satisfação” esta nova resposta, considerando que “é mais uma prova de solidariedade entre os Estados-membros” e “determinante para a consolidação de uma Europa que protege e defende os seus cidadãos e património”.

“Saudamos de uma forma muito especial o presidente [da Comissão Europeia] Jean-Claude Junker por esta iniciativa, que dá resposta às necessidades identificadas por Portugal”, disse, adiantando que estas medidas estão em “plena sintonia” com o que foi aprovada pelo Conselho de Ministros extraordinário de 21 de outubro no que toca a aproximar a prevenção e o combate de incêndios.

A Comissão Europeia anunciou ontem a criação de uma reserva de meios próprios de Proteção Civil, como aviões de combate a incêndios, hospitais de campanha e bombas de água, entre outros meios técnicos, para fazer face a catástrofes, como os fogos em Portugal.

Além da criação de capacidades próprias, que serão geridas pela Comissão Europeia para “complementar os recursos nacionais”, o executivo comunitário propõe-se ajudar os Estados-Membros a reforçarem as respetivas capacidades nacionais, financiando a adaptação, a reparação, o transporte e os custos operacionais dos recursos dos mesmos.

“Esta nova resposta vem complementar os dispositivos operacionais de cada Estado-membro, fortalecendo e impulsionando a capacidade da Europa em enfrentar e responder de forma eficaz aos desastres naturais. Estamos a falar, por um lado, da criação de um sistema de socorro a nível europeu para melhorar a resposta disponível na União Europeia e de investimento nas áreas de prevenção e resposta operacional face a situações de catástrofe”, explicou Eduardo Cabrita.

Sublinhando que Portugal é apontado pela Comissão Europeia como um dos países “significativamente afetado por fenómenos extremos”, nomeadamente por incêndios florestais, o ministro avançou que esta nova proposta inclui também um conjunto de novos apoios, como o cofinanciamento até 75% da melhoria de resposta operacional de cada país.

O governante disse que também está previsto a criação de uma bolsa de peritos a nível europeu para dar suporte técnico aos Estados-membros.

O ministro afirmou que este mecanismo tem uma dotação global, até 2020, de 280 milhões de euros, sendo cerca de 230 milhões de euros para a criação da estrutura que “não existia” na UE e 50 milhões de euros "para medidas de prevenção e preparação para ocorrer a incêndios florestais e outros incidentes de proteção civil", além do financiamento de meios nacionais que vão ser colocados à disposição desta estrutura europeia.

Eduardo Cabrita avançou ainda que, no início de dezembro, vai ter um encontro com o comissário europeu da proteção civil para encontrarem “a melhor forma de Portugal se integrar e participar ativamente neste reforço” no âmbito do novo Mecanismo Europeu.

“Iremos discutir a forma de beneficiar, quer no pilar no mecanismo de apoio, quer no pilar da prevenção destes novos programas, quer a possibilidade de Portugal participar no esforço europeu”, explicou.

De acordo com o ministro, a montagem do mecanismo em termos operacionais vai ser feita a partir de agora para que os meios passam a estar à disposição de todos os países da União Europeia, que vão poder “solicitar a sua intervenção complementar quando se verifiquem ocorrências significativas”, como incêndios, sismos, inundações, furacões ou epidemias.

Esta medida foi aprovada pela Comissão Europeia num prazo de pouco mais de mês, depois dos incêndios de 15 de outubro registados em Portugal.

Instituto Nacional Ricardo Jorge
A Organização Mundial de Saúde renovou a acreditação de um laboratório do Instituto Nacional Ricardo Jorge para o vírus da...

A renovação da acreditação foi atribuída ao Laboratório Nacional de Referência de Doenças Evitáveis pela Vacinação.

Este laboratório volta a estar certificado como laboratório nacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o vírus da poliomielite.

A avaliação das condições de funcionamento do laboratório, e as metodologias de diagnóstico usadas, é feita anualmente pela OMS, que tem uma rede europeia de laboratórios para a poliomielite, no quadro dos planos de ação europeus para a erradicação da doença.

Serviço SOS Pessoa Idosa
As mulheres representam mais de dois terços dos casos de idosos vítimas de violência registados pelo Serviço SOS Pessoa Idosa...

As mulheres são vítimas em 71% dos 410 processos internos abertos desde 21 de maio de 2014, uma percentagem que tem vindo a subir todos os anos.

Em 2015, as mulheres representavam 46% dos casos de idosos vítimas de violência, número que subiu para 64% em 2016 e que em 2017 já atingiu 74%.

Também o número global de denúncias à Linha SOS Pessoa Idosa tem registado um "crescimento pronunciado", garante o Serviço da Fundação, numa nota divulgada hoje a propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que será assinalado no sábado, 25 de novembro.

Esta data foi consagrada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1999, com o propósito de alertar e sensibilizar a sociedade para a necessidade de "prevenir e erradicar toda e qualquer forma de violência que vitimiza as mulheres pelo mundo fora".

Em 2015, registaram-se através da Linha SOS Pessoa Idosa 146 apelos que conduziram a 71 processos, em 2016, surgiram 173 denúncias e 152 processos, e, já este ano, de 01 de janeiro até ao dia 01 de novembro, contabilizam-se 215 pedidos de ajuda, que se concretizaram na abertura de 191 processos internos.

"Enredadas na sua fragilidade e crescente dependência, as pessoas idosas são frequentemente vítimas de teias complexas de relações de poder familiares, de delapidação, apropriação ou disputa de bens, controlo financeiro, agressões verbais, abuso sexual e atos violentos contra a sua integridade física. Perpetrada pelo cônjuge ou, na maioria dos casos, por descendentes diretos, os próprios filhos, as mulheres idosas constituem a maioria das vítimas de violência", refere o Serviço SOS.

A instituição considera que "estes são dados alarmantes", ainda mais por serem "percecionados pelo trabalho realizado diariamente" pela Fundação.

"Impõe-se a necessidade de atuar de forma articulada para a redução do sentimento de insegurança e para a diminuição dos índices de violência que atingem especificamente este grupo de risco", afirma Fátima Mota, responsável pelo Serviço e assessora da Área Social da Fundação Bissaya Barreto.

Centro oncológico
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro insistiu hoje na necessidade de um novo acelerador linear para aumentar os...

Este novo equipamento, reivindicado há muito para o centro oncológico de Vila Real, foi um dos temas dominantes da segunda edição das Jornadas de Saúde, que arrancou hoje, em Vila Real, e é subordinada ao tema “Oncologia no Interior”.

“A oncologia tem uma componente muito forte de radioncologia e, por isso, temos que continuar a insistir no acelerador linear porque o nosso equipamento está no limite da sua capacidade”, afirmou o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), João Oliveira.

O responsável sustentou que é preciso “aumentar a oferta para os doentes” e “fazer alguns tratamentos que o atual acelerador não tem capacidade”.

“Faz sentido este novo acelerador e, portanto, é uma insistência permanente”, frisou.

Em maio, durante uma deslocação a Vila Real, o ministro da Saúde anunciou a aquisição deste novo equipamento para reforçar a unidade de radioterapia do centro oncológico do CHTMAD, um investimento que poderá rondar os cinco milhões de euros e vai permitir introduzir novas técnicas de tratamento.

“Há boas indicações e boas notas da tutela, mas também percebemos que nem sempre as coisas são rápidas como gostaríamos que fossem”, referiu o responsável.

É precisa uma autorização conjunta dos ministérios da Saúde e Finanças para a aquisição deste novo equipamento.

O centro oncológico, que abriu em 2008, precisa também de mais especialistas da área e ainda obras de ampliação do atual edifício.

Esta unidade já ajudou a evitar deslocações para tratamentos no Porto. Neste momento está a ir mais longe com a ida dos especialistas de Vila Real para realizar tratamentos no Hospital de Macedo de Cavaleiros, no âmbito de um protocolo assinado com a Unidade Local de Saúde do Nordeste.

Mas o objetivo, segundo João Oliveira, é também fazer os tratamentos nas unidades hospitalares que integram o CHTMAD, nomeadamente Chaves e Lamego, um projeto que só será possível com reforço da equipa.

Em 2016, foram realizados 8.000 tratamentos no centro oncológico. Até ao final de 2017, prevê-se que sejam atingidos os 12.000 tratamentos, juntando os números de Vila Real e de Macedo de Cavaleiros.

Em Trás-os-Montes e Alto Douro, região onde as doenças oncológicas são a segunda maior causa de morte a seguir às doenças cardiovasculares, os principais cancros detetados são os relacionados com o foro digestivo (intestino e gástrico), seguidos dos da mama e próstata.

O CHTMAD lidera também uma candidatura, já submetida ao Horizonte 2020 - Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação, para desenvolver um projeto de investigação na área da hospitalização domiciliária.

Este projeto conta com a parceria da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), de uma universidade de Viena (Áustria) e um hospital de Valência (Espanha).

Este hospital espanhol tem cerca de 300 camas de hospitalização domiciliária, uma experiência que o CHTMAD quer estudar para depois, quando for viável, implementar em Vila Real.

“Doentes com determinadas patologias necessitam de internamento e, em vez de estarem internados num hospital, estão internados em casa. Têm telemonitorização (monitorização remota) e acompanhamento médico e de enfermagem em casa”, explicou Telma Correia, gestora do CHTMAD.

A responsável destacou, como vantagens, o conforto do doente e também a diminuição dos índices de infeção hospitalar.

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