Até 2018
A Associação Nacional de Esclerose Múltipla iniciou um levantamento para tentar sinalizar até 2018 todos os portugueses que...

A responsável acrescentou que a Associação Nacional de Esclerose Múltipla (ANEM) decidiu "avançar com este projeto" partindo das indicações deixadas por um "estudo realizado em 2008 e que davam conta da existência de “mais de seis mil casos em Portugal" e devido às "inúmeras solicitações de ajuda" que a associação recebe diariamente.

"Ao sabermos onde essas pessoas estão, poderemos dar-lhes a ajuda de que precisam", explicou Lurdes Silva, referindo que o levantamento está a ser feito com recurso aos centros de saúde, "onde todos os casos estão registados".

A sinalização dos casos à ANEM e o auxílio prestado aos doentes estará sempre dependente da "sua vontade, devendo para isso comparecer nas reuniões a decorrer nos centros de saúde onde estão inscritos ou indicando à associação onde querem ser contactados", explicou a coordenadora da associação.

"Esperamos até 2018 anos ter a sinalização finalizada", afirmou, acrescentando que a doença "avança em Portugal à velocidade de 330 novos casos por ano".

A esclerose múltipla é uma doença que, "na maior parte dos casos surge entre os 18 e 20 anos", disse Lurdes Silva.

"Em termos de gastos para o Serviço Nacional de Saúde, a conclusão deste trabalho vai promover a sua diminuição, porque em vez de se gastar noutras especialidades em exames de despistagem, são logo encaminhados para Neurologia, o que irá trazer benefícios para todos", justificou a coordenadora.

Investigadores concluem
Um vírus conhecido como Mayaro pode espalhar-se pelo continente americano nos próximos anos através de mosquitos como o Aedes...

Segundo o portal de notícias G1, nas últimas semanas, investigadores da Florida, nos Estados Unidos, identificaram o vírus Mayaro no Haiti, num menino de oito anos, com febre e dores abdominais.

Os investigadores concluíram, portanto, que este vírus pode estar a espalhar-se pelo continente.

Segundo os especialistas, os microrganismos também lutam pela sobrevivência das suas respetivas espécies e procuram se adaptar das maneiras mais incríveis para não desaparecer.

Este não é um vírus novo, pois já identificado pela primeira vez em 1954 e também existe na região Amazónica.

O grande problema é que este vírus possivelmente está a adaptar-se, pois antes era transmitido apenas por mosquitos-vetores silvestres e agora, aparentemente, pode ser transmitido por mosquitos-vetores urbanos que já estão espalhados pelo mundo, como o Aedes aegypti, principalmente, e o Aedes albopictus.

Se isso se confirmar, há muitas razões para o Brasil preocupar-se, uma vez que o Aedes aegypti está fortemente presente em todo o território brasileiro.

Este vírus provoca uma doença semelhante ao Chikungunya (vírus transmitido pelo mosquito do género Aedes, que já chegou ao Brasil) e chama-se Febre do Mayaro.

De acordo com Ana Escobar, professora livre docente do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, os sintomas da Febre do Mayaro são muito parecidos com os da Dengue ou Chikungunya.

Apenas pelo quadro clínico dos pacientes pode ser difícil diferenciar entre Dengue, Zika, Chikungunya ou Mayaro.

“Só os exames laboratoriais específicos é que podem apontar o diagnóstico correto. No menino de 8 anos do Haiti suspeitou-se inicialmente de Dengue ou Chikungunya. Entretanto, os testes vieram negativos e o de Mayaro confirmou ser positivo”, indicou Ana Escobar.

Segundo a médica, “até ao momento não há nem vacina nem tratamento específico. O tratamento é dirigido ao alívio dos sintomas (febre, cansaço, manchas vermelhas pelo corpo, cansaço e dores de cabeça e nas articulações) e a evolução em geral é bastante favorável”.

A professora disse ainda que entre dezembro de 2014 e junho de 2015 foram confirmados 197 casos de Febre do Mayaro nas regiões norte e centro-oeste do Brasil, com destaque para os estados de Goiás, Pará e Tocantins. O estado de Goiás registrou 66 casos até fevereiro de 2016.

Importante sublinhar, segundo a médica, que no Brasil a transmissão desta doença limitou-se ainda a regiões de floresta. Não há relatos, até ao momento, de transmissão urbana.

O Governo brasileiro declarou emergência sanitária nacional este ano devido à rápida propagação do vírus Zika no país, em particular pela relação direta e comprovada entre as mulheres que contraem o vírus nos primeiros meses de gravidez e os casos de microcefalia que foram documentados, com mais de 1.700 bebés atingidos.

Estudo
Cerca de 92% dos profissionais de saúde reconhecem que os “Doutores Palhaços” ajudam as crianças a esquecerem que estão num...

De acordo com uma investigação a que a Lusa teve hoje acesso, 73% dos profissionais inquiridos sublinharam que as crianças apresentam maiores e/ou mais rápidas evidências clínicas de melhora após contacto com os “Doutores Palhaços” da Operação Nariz Vermelho.

“Rir é o melhor remédio?” é um projeto desenvolvido nos últimos seis anos, em parceria com o Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho, que vai ser apresentado quinta-feira, no Porto, na cerimónia de assinatura do Protocolo de Cooperação entre o Centro Maternoinfantil do Norte (CMIN) e a Operação Nariz Vermelho, nas instalações do hospital.

A Operação Nariz Vermelho, que este ano celebra o seu 14º aniversário, inaugura naquele dia, no CMIN o seu 14º programa de visitas. O objetivo destas sessões nos hospitais é partilhar com a comunidade médica as mais-valias do trabalho destes profissionais.

Os resultados da investigação “refletem as evidências científicas do nosso trabalho junto das crianças, familiares e profissionais de saúde” explicou Susana Ribeiro, coordenadora do Núcleo de Investigação da ONV.

“Há muito que conhecemos este impacto e agora o ‘Rir é o melhor remédio?’ permite-nos partilhá-lo com a sociedade”, sublinhou a responsável.

De acordo com Susana Ribeiro, entre os inquiridos para esta investigação, em vários hospitais do país visitados pela ONV, 99% dos pais manifestaram gratidão pelos “Doutores Palhaços”.

Acrescentou que “98% dos pais consideram que os ‘Doutores Palhaços’ são uma parte importante da equipa de cuidados das crianças hospitalizadas e 99% referem que gostariam que os visitassem as crianças com mais frequência”.

No CMIN, a primeira visita irá realizar-se na próxima quinta-feira, após a assinatura do protocolo.

A Operação Nariz Vermelho (ONV) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sem vínculos políticos ou religiosos, que promove semanalmente visitas de “Doutores Palhaços” às enfermarias pediátricas de 13 hospitais do país.

Tendo como principal objetivo transformar momentos, tornando mais alegre a vivência das crianças hospitalizadas e dos seus familiares, a ONV existe oficialmente desde 2002 e conta atualmente com uma equipa de 22 “Doutores Palhaços” e nove profissionais nos bastidores.

A ONV visita por ano cerca de 40 mil crianças e já conta com vários prémios no seu portefólio. Em 2005 a ONV foi distinguida com o prémio Serviços Sociais, atribuído pelo Hospital do Futuro, o Diploma de Reconhecimento de Mérito pela Ordem dos Médicos e, em 2009, recebeu da Assembleia da República o Prémio de "Direitos Humanos".

Perguntas e respostas
Podendo ser causada por infeção viral, a Pitiríase Rosada é uma erupção de pele relativamente comum
Mulher com pitiríase rosada

O que é a pitiríase rosada?

A pitiríase rosada, também conhecida por pitiríase rósea de Gibert, trata-se de uma erupção cutânea autolimitada que, geralmente, é assintomática, podendo, no entanto, apresentar-se com prurido em cerca de 25% dos casos. Ocorre principalmente em adolescentes e adultos jovens saudáveis, a maioria entre os 10 e os 35 anos de idade. Afeta todas as raças, verificando-se uma leve predominância feminina.

Foi proposta, mas ainda não comprovada, uma origem viral.

Alguns autores descrevem discreta variação sazonal com picos na primavera e no outono.

Como se manifesta?

Nos casos típicos, inicia-se por uma lesão inicial (mancha mãe), de maiores dimensões, cujo tamanho varia de 1 a 10 cm, tom salmão, que aparece mais frequentemente no tronco e precede o início da doença. O centro é discretamente descamativo e à periferia apresenta uma descamação mais evidente. Em geral, nos dias seguintes segue-se a erupção, com pequenas e numerosas pápulas e placas arredondadas semelhantes à lesão inicial que as precedeu. O tronco e membros superiores são as áreas de atingimento preferencial. No dorso, a orientação das lesões tem padrão referido como “árvore de Natal”. Face, palmas e plantas são habitualmente poupadas.

Geralmente, não há manifestações sistémicas significativas, embora cerca de 5% dos pacientes referem, antes de surgirem as lesões, febre, dor articular ou de cabeça e mal-estar geral.

Qual é o tratamento?

Como a pitiríase rósea é frequentemente assintomática e autolimitada, o doente deve ser esclarecido quanto à doença, não sendo necessário nenhum tratamento. Nos pacientes com prurido, podem ser utilizadas loções antipruriginosas. Nos casos mais graves, tratamentos com radiação UVB e anti-histamínicos orais podem ser úteis.

Qual é o prognóstico?

O prognóstico é bom, dado que a erupção típica dura de 6-8 semanas (embora possa persistir por 5 meses ou mais), resolvendo espontaneamente sem deixar cicatriz. Regra geral, não há novos episódios da doença.

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Vitiligo

Autores:
Dr.ª Ana Marcos Pinto - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria.
Prof. Dr. João Borges da Costa - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, IHMT, British hospital, Centro Clínico do Sams, Lisboa.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Perguntas e respostas
Afetando sobretudo o rosto, ouvidos, couro cabeludo ou dorso, o Lupus Discoide é a forma mais comum

O que é o lúpus discoide?

O lúpus discoide é a uma forma da doença conhecida como Lupus, que está na grande maioria dos casos limitada apenas à pele.

Como se manifesta o lúpus discoide?

Manifesta-se por placas eritematosas (vermelhas) discoides que são encontradas mais frequentemente na face, couro cabeludo e pavilhão auricular, mas podem aparecer noutras áreas expostas ao sol, como o tronco. A exposição solar parece ter um papel no desenvolvimento das lesões. As lesões ativas têm consistência endurecida à palpação e após a resolução deixam cicatriz. Pode afetar os folículos pilosos, sendo comum as peladas após a cicatrização.

Qual é o tratamento do lúpus discoide?

Os corticosteroides tópicos ou intralesionais são a base da terapêutica, regra geral com uma resposta relativamente rápida. Pode ser necessário o uso de corticosteroides de alta potência na face. A terapêutica antimalárica constitui a primeira linha da medicação oral. O sulfato de hidroxicloroquina é o antimalárico mais frequentemente escolhido, sendo bem tolerado. Cloroquina e quinacrina são fármacos alternativos. A resposta aos antimaláricos é relativamente lenta (2-3 meses). Nos pacientes resistentes aos antimaláricos, as opções terapêuticas incluem os retinoides orais, agentes imunossupressores, como o micofenolato de mofetila e a azatioprina, a clofazimina, a sulfassalazina e os corticoesteroides sistémicos. A fotoproteção é obrigatória nestes doentes, devendo ser aplicado diariamente o protetor solar.

Qual é o prognóstico do lúpus discoide?

Com o decorrer do tempo, apenas 5% a 15% dos doentes desenvolvem Lúpus eritematoso sistémico, a forma da doença que para além da pele envolve outros órgãos, como o rim. O risco aumenta em pacientes com maior número de lesões. Muitos doentes apresentam cicatrizes extensas, com cor branca, pelo que o tratamento e a fotoproteção devem ter início o mais cedo possível. 

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Autores:
Dr.ª Ana Marcos Pinto - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria.
Prof. Dr. João Borges da Costa - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, IHMT, British hospital e Centro Clínico do Sams, Lisboa.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Perguntas e respostas
Líquen plano é uma doença inflamatória, de causa desconhecida, que atinge a pele, mucosas visíveis,

O que é o líquen plano?

É uma doença inflamatória da pele, cabelos, unhas e mucosas, como a cavidade oral e a área genital. O líquen plano cutâneo afeta cerca de 0,2% a 1% da população adulta, enquanto as lesões orais foram observadas em 1% a 4% da população. É mais frequentemente diagnosticada em adultos de meia-idade, entre os 30 e 60 anos. É rara em crianças e idosos. Ocorre em todas as raças. Estudos sugerem maior prevalência no género feminino. A etiologia e a patogénese ainda não foram totalmente esclarecidas, mas aponta-se para um processo autoimune mediado por células T aos queratinócitos basais. A doença foi associada a múltiplas exposições ambientais, incluindo infeções virais, como infeção pelo vírus da Hepatite C e vírus da família herpes, alérgenos de contato, fármacos e vacinas.

Como se manifesta?

Caracteriza-se pelo aparecimento de pápulas e placas violáceas planas pruriginosas que surgem predominantemente nos punhos, antebraços, área genital, extremidades inferiores  e área sagrada. Uma rede de linhas brancas e finas, conhecidas como “estrias de Wickham” podem ser visualizadas na superfície das lesões ou nas mucosas. Pode existir fenómeno de Koebner, isto é, aparecimento de lesões em local de traumatismo prévio.

Existem várias variantes clínicas incluem líquen planopilar, anular, bolhoso, hipertrófico, inverso, linear, ulcerativo, vulvovaginal-gengival e induzido por medicamentos.

O envolvimento das mucosas, em particular da cavidade oral, pode ser observado em até 75% dos pacientes com líquen plano cutâneo, e essa forma pode ser a única manifestação da doença. Apenas 10% a 20% dos pacientes cuja apresentação inicial é o líquen plano oral vão desenvolver lesões cutâneas.

Qual é o tratamento?

O tratamento desta doença engloba a utilização de corticosteroides e inibidores da calcineurina tópicos como fármacos de primeira linha. Nos casos que não respondem à medicação tópica, pode ser utilizada medicação sistémica como baixa dose de corticosteroides orais ou fármacos imunossupressores (p. ex., metotrexato, micofenolato de mofetil). A fototerapia também é uma opção terapêutica.

Qual é o prognóstico?

A remissão espontânea do líquen plano cutâneo e oral pode ocorrer, sendo que no líquen plano cutâneo foi observada em até 2/3 dos pacientes após 1 ano enquanto a duração média do líquen plano oral é cerca de 5 anos e a forma erosiva raramente regride de forma espontânea.

Autores:
Dr.ª Ana Marcos Pinto - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria.
Prof. Dr. João Borges da Costa - Clínica Universitária Dermatológica de Lisboa, Hospital de Santa Maria, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, IHMT, British hospital e Centro Clínico do Sams, Lisboa.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Descriminalização das drogas
Quinze anos após a descriminalização, diminuíram doenças infeciosas, mortes por overdose e presos por crimes ligados à droga....

Nem o consumo aumentou nem o país se tornou um ponto de encontro dos toxicodependentes de outras partes do mundo. Já passaram 15 anos desde que Portugal descriminalizou o consumo e a posse para uso próprio de drogas, e o balanço (que começará a ser feito esta terça-feira num encontro com dezenas de especialistas na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto) é consensualmente positivo: diminuiu a taxa de infeção por VIH entre os toxicodependentes, as mortes por overdose baixaram para as 33 registadas em 2014 (eram 94 em 2008, antes disso não há dados diretamente comparáveis) e a população condenada a pena de prisão por crimes relacionados com estupefacientes, que em 2001 representava 41% do total de reclusos, diminuiu para 19% do total de reclusos em 2015.

“No passado prendia-se por consumo uma centena de pessoas por ano e agora esses números são absolutamente residuais, isto é, os que estão condenados por crimes relativos a estupefacientes são essencialmente traficantes”, enquadra o investigador Jorge Quintas, autor de um livro sobre regulação legal do consumo de drogas, para quem o principal mérito do chamado “modelo português” foi ter conseguido “despenalizar todas as drogas sem que isso tenha causado uma perturbação espetacular nos padrões de consumo”.

Mais do que através dos números, escreve o jornal Público, o balanço mede-se pelo facto de os toxicodependentes terem deixado de ser perseguidos criminalmente para passarem a ser tratados como doentes, numa mudança de paradigma que transformou Portugal num exemplo de boas práticas no estrangeiro. “No final dos anos 90 tínhamos cem mil utilizadores problemáticos de heroína por via injetável, era o inimigo número um que tínhamos de enfrentar. Hoje, se tivermos metade disso será muito, e a maior parte deles está em tratamento”, indica João Goulão, diretor do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

“A descriminalização foi importante”, concorda o investigador Luís Fernandes, mas “as vantagens do ‘modelo português’ passam muito pela aposta na redução de riscos e minimização de danos e pela ideia de que as drogas não se resolvem com instrumentos jurídicos e policiais”. Para este investigador da Universidade do Porto com décadas dedicadas ao estudo do consumo de drogas, “não é verdade que o problema da heroína esteja em vias de ser resolvido”.

E entre o que faltou fazer está, em primeiro lugar, a formação dos polícias, para os tornar aliados do tão celebrado “modelo português”. “Continuamos a ter testemunhos de violência policial nos territórios psicotrópicos.

A lei pode dizer que a detenção para consumo próprio em quantidades que não excedam o consumo médio durante um período de dez dias deixou de ser crime, mas o polícia não tem de pesar a droga apreendida e, se lhe apetecer chatear alguém com droga, pode fazê-lo”, aponta. Em segundo, falta “reinvestir nas medidas de redução de riscos, que estão estagnadas, o que implica formar técnicos nesta área”.

Salas importantes para consumidores de heroína
Por último, falta avançar com as famosas “salas de chuto”. “Não se esgotou a sua necessidade. Enquanto houver consumos de drogas duras em certos pontos das cidades e com consumidores ‘crónicos’, estas salas justificam-se, sobretudo para os consumidores de heroína e de base de coca. Estas salas podem ajudar a proteger as populações, aliás a evidência recolhida mostra que funcionam como ‘pacificadores territoriais’”, argumenta Luís Fernandes, para quem “o único motivo por que não avançaram foi a falta de coragem política”.

Sobre as salas de consumo assistido, que voltaram este ano a ser defendidas, quer em Lisboa quer no Porto, João Goulão sustenta que “não houve condições políticas” para as fazer avançar na altura em que eram mais prementes, ou seja, quando o consumo injetável era a regra.

Tantos anos volvidos, apesar de reconhecer que a crise provocou recaídas entre os antigos consumidores de heroína, nomeadamente por via injetável, o diretor-geral do SICAD diz ter dúvidas de “que ainda se justifiquem”. “Não tenho nenhuma resistência de princípio, mas precisávamos de ter uma estimativa mais realista dos utilizadores de crack e da dimensão da população que poderia beneficiar destes dispositivos”, contra-argumenta.

Mas nem na versão do coordenador nacional dos problemas ligados à droga o balanço se pinta exclusivamente em tons rosa. “Durante algum tempo havia uma relativa facilidade em promover a empregabilidade de toxicodependentes em recuperação e hoje é bastante mais difícil e é também mais difícil de defender perante a população em geral, porque arriscamo-nos a ter um cidadão a dizer ‘Ah, tenho de me meter na droga para arranjar emprego’. E é importante que não aumentemos o ostracismo desta população por via de medidas que possam ser sentidas como injustas pela população em geral.”

O desinvestimento político
Muito para além do contexto de crise, a socióloga Susana Henriques, investigadora do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE, com trabalhos na área da sociologia dos consumos e das drogas, aponta “o desinvestimento político e científico na área” como principais falhas. O primeiro levou a que o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências ficasse “reduzido e limitado na sua ação”, sobretudo desde que em 2011 o Instituto da Droga e da Toxicodependência deu lugar ao SICAD e a operacionalização das políticas passou para as administrações regionais de Saúde. O segundo levou a uma “substancial redução do investimento na investigação sobre as substâncias psicoativas”. E com isso comprometeu-se, segundo a investigadora, a capacidade de “desenhar estratégias de prevenção adequadas e potencialmente mais eficazes”.

Mais duro nas críticas, o psiquiatra Luís Patrício, um dos fundadores e o primeiro diretor do Centro das Taipas, pioneiro no tratamento da toxicodependência, salienta o desinvestimento na redução de danos e o “frágil e insuficiente” envolvimento das estruturas locais de saúde. “Não temos máquinas para troca de seringas/agulhas 24 horas por dia em locais onde fazem falta. Não temos programa de troca de seringas nas prisões nem tratamento com opióides para todos os que têm necessidade”, exemplifica. 

Experiências ainda são recentes
Diretor do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências diz que situação portuguesa não justifica...

Portugal tomou a dianteira na descriminalização do consumo de drogas, mas o mesmo não se pode dizer em relação à legalização da cannabis. A produção, distribuição e consumo desta substância é já legal em vários pontos do mundo, mas em Portugal as tentativas de legislar nesse sentido, ensaiadas pelo Bloco de Esquerda (para fins terapêuticos) mas também pela Juventude Socialista (para uso recreativo), têm esbarrado contra um muro.

“Não podemos perder de vista que somos signatários de convenções internacionais, nomeadamente no âmbito da ONU, que consagram um paradigma proibicionista relativamente à cannabis e a outras substâncias”, enquadra o responsável pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), João Goulão, para concluir que “o tempo de incubação” das experiências de legalização que existem lá fora “é ainda curto” para aferir se “os problemas de saúde individual ou coletiva ocasionados por estes consumos aumentam ou diminuem”.

O Uruguai deixou cair o paradigma proibicionista em 2013, reclamando para o Estado um papel de produtor, distribuidor e vendedor de marijuana em doses individuais, escreve o jornal Público. Em Julho de 2015, o Chile legalizou o uso terapêutico e recreativo da cannabis, autorizando os particulares a cultivarem um máximo de seis plantas. Nos Estados Unidos, a cannabis para uso recreativo já é legal em quatro estados (Colorado, Washington, Oregon e Alasca) e a questão vai a votos nas eleições do dia 8 em cinco outros estados (Nevada, Arizona, Califórnia, Maine e Massachusetts). Para Goulão, porém, a situação em Portugal não é comparável com a que se vive na América Latina, por exemplo, onde “a droga mata mais por causa da guerra entre gangs e cartéis do que pelos consumos”.

"Tabaqueiras estão extremamente interessadas"
“Percebemos que há tabaqueiras que estão extremamente interessadas neste novo mercado, até pelo declínio da utilização do tabaco no mundo inteiro, pelo que temos de nos interrogar o que é que estas experiências têm de enormes interesses económicos por detrás”, argumenta ainda Goulão, acrescentando outro argumento à discussão, antes de sublinhar que, quanto ao consumo para fins medicinais, a discussão compete a organismos como o Infarmed e a Ordem dos Médicos.

No somatório de argumentos contra a urgência de legalização, o coordenador do SICAD lembra que em Portugal “a evolução do consumo de drogas tem sido globalmente positiva”, o que põe o país “um pouco ao abrigo da necessidade urgente de alterar o regime legal das drogas”.

Em Portugal, a cannabis surgiu como a droga mais consumida pelos portugueses, com 9,4% da população em geral a reportar pelo menos uma experiência de consumo em 2014 (7,6% em 2001), segundo o último relatório sobre a situação do país em matéria de drogas e toxicodependências. Do mesmo modo, a cannabis foi a droga mais consumida por 49% dos novos utentes em tratamento de ambulatório em 2014 e, em Fevereiro, quando estes números foram divulgados, já Goulão alertava para a “enorme complacência social” que existe em relação à cannabis, uma droga que está cada vez mais potente e que vem desencadeando episódios de urgência, psicoses agudas e esquizofrenia.

Infarmed
As notificações de reações adversas dispararam nos últimos anos, mas a Autoridade Nacional do Medicamento admite que ainda são...

Menos de 4% das reações negativas a medicamentos são notificadas pelos próprios doentes. Um número muito baixo que leva o Infarmed, a Autoridade Nacional do Medicamento, a promover esta semana uma campanha para estimular a notificação de suspeitas de reações adversas.

Hélder Mota Filipe, vogal do Infarmed, explica à TSF que os medicamentos têm o potencial de tratar mas também comportam riscos e as notificações de todos os casos em que algo corre mal são importantes para conhecer reações que não são conhecidas.

Os números do Infarmed mostram que em 2015 este recebeu 5.690 notificações de suspeitas de reações adversas a medicamentos. Um número recorde e mais mil do que no ano anterior, mas apenas 215 (3,8%) vieram dos próprios doentes.

Números muito baixos, mesmo em anos anteriores, que levam a direção do Infarmed a dizer que é preciso diminuir os casos que nunca são conhecidos.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal
A Fundação Portuguesa de Cardiologia, no âmbito das comemorações dos seus 37 anos de existência, realiza rastreios...

Os rastreios irão incluir a avaliação da pressão arterial; medição da glicemia e colesterol; medição do peso e altura para cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal); medição do perímetro abdominal e ainda aconselhamento e resposta a dúvidas. Cada pessoa que realizar o rastreio pode ainda habilitar-se a ganhar seis mensalidades num ginásio da cadeia Holmes Place, parceira da Fundação.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal, representando mais de 30 por cento da mortalidade do país em 2014 o que faz com que a deteção atempada deste tipo de doenças seja importante. “Apesar de alguns bons resultados obtidos em Portugal, é com frustração que reconhecemos que o controlo dos fatores de risco deveria ter melhorado um pouco mais nos últimos anos, o que se deve em grande medida ao facto dos fatores de risco serem essencialmente silenciosos. Por isso, tornam-se necessárias campanhas preventivas mais agressivas e melhor dirigidas. É imperioso aumentar os níveis de diagnóstico e de controlo” afirma Manuel Oliveira Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

De 5 a 13 de novembro irão ainda decorrer diversos peditórios: 5 e 6 de novembro em algumas lojas Pingo Doce em Lisboa e Porto e de 7 a 13 de novembro em vários Clubes Holmes Place de Porto (Arrábida Shopping, Boavista e Constituição), Braga, Coimbra, Aveiro e Lisboa (Parque das Nações, Quinta da Beloura, Amoreiras, Avenida da Liberdade, 5 de Outubro e Quinta da Fonte).

A Fundação Portuguesa de Cardiologia foi criada em 1979 e desde então tem desenvolvido o seu trabalho na prevenção das doenças cardiovasculares, através da promoção de hábitos de vida mais saudáveis e do controlo e eliminação dos principais fatores de risco cardiovasculares, através de várias iniciativas, entre as quais, a realização de rastreios cardiovasculares.

Instituto Nacional de Emergência Médica
O Instituto Nacional de Emergência Médica vai entregar hoje 20 Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação a unidades...

Em comunicado, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) refere que, com esta entrega, inicia-se assim “o processo de renovação da frota destes meios de emergência médica pré-hospitalar”.

O Centro Hospitalar Gaia/Espinho, o Hospital Pedro Hispano (Matosinhos), o Centro Hospitalar do Porto, o Centro Hospitalar S. João (Porto), a Unidade Local de Saúde do Noroeste – Hospital de Bragança e os Hospitais de Chaves e de Vila Real do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro são as unidades de saúde do norte que receberão viaturas novas.

Já na região centro, o INEM entregará cinco viaturas ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, ao Centro Hospitalar de Leiria, à Unidade Local de Saúde da Guarda, ao Centro Hospitalar Tondela-Viseu e ao Centro Hospitalar da Cova da Beira.

As restantes oito viaturas “destinam-se à substituição das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER)” dos hospitais de Cascais, e dos centros hospitalares de Setúbal, de Lisboa Ocidental, de Lisboa Central, de Lisboa Norte, do Algarve, do Hospital de Vila Franca de Xira e do Hospital Garcia de Orta, afirma o INEM.

A entrega das novas VMER terá lugar às 15:00, numa cerimónia no Hospital de Cascais, que contará com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

As VMER destinam-se ao transporte rápido de uma equipa médica ao local onde se encontra o doente e tem como principal objetivo a estabilização pré-hospitalar e o acompanhamento rápido médico durante o transporte de vítimas de acidente ou doença súbita em situações de emergência.

“A rede de VMER do INEM encontra-se atualmente estabilizada e implementada em todo o território continental, com 44 viaturas em funcionamento (14 no norte, 10 no centro e 20 no sul, 17 das quais na região de Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo, e três no Algarve)”, refere ainda o organismo do Ministério da Saúde.

Ministro da Saúde
Os centros de responsabilidade integrada serão orientados essencialmente no sentido do desempenho e da investigação, disse, na...

A nova legislação, a publicar em breve, introduzindo alterações muito significativas no padrão da organização dos hospitais, permitirá a constituição de centros de responsabilidade integrada, que “terão uma orientação maior para o desempenho, para a investigação” e para a ciência, disse o ministro da Saúde.

Adalberto Campos Fernandes falava, na sessão de encerramento da 7.ª Reunião Anual da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), que decorreu num hotel da Figueira da Foz.

“Estou a trabalhar com o meu colega ministro da Ciência [Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor], para que nesses centros académicos, os médicos, os enfermeiros e os técnicos possam ter tempo disponível só para investigar, para ensinar e para formar”, adiantou.

“Ganhámos a batalha da produção, falta-nos ganhar a batalha da qualidade, ou seja, falta-nos garantir que o nosso sistema de saúde atinja este objetivo”, sustentou Adalberto Campos Fernandes, sublinhando que depois de o país ter assegurado médias internacionais de esperança de vida, precisa de garantir qualidade de vida.

Portugal atingiu aqueles níveis “tão depressa que não teve tempo, nos últimos dez anos”, para investir na qualidade.

Mas o nosso país “faz isto em tudo” e “chegou depressa demais ao euro”, exemplificou o ministro, considerando que não basta capacidade de adaptação à modernidade, é preciso também, “muitas vezes, tempo de maturação que os processos de transformação exigem”.

Os centros de responsabilidade integrados são uma das principais alterações suscitadas pela nova legislação, que também vai, designadamente, reduzir de três para dois o limite de mandatos dos conselhos de administração dos hospitais e vai exigir “uma maior qualificação das pessoas” que os integram, disse o ministro, que falava à margem da reunião da APIC.

Com o conjunto de medidas previstas na nova legislação, “acreditamos que entramos num tempo diferente, a que não será alheia a necessidade de novos equipamentos”, acrescentou o governante.

Para além dos “hospitais já anunciados para a legislatura”, será também desenvolvido “um processo que reinicie o equipamento e modernização da infraestrutura tecnológica, que está muito envelhecida, que está muito desatualizada”, concluiu Adalberto Campos Fernandes.

Programa Perto LX
A Câmara de Lisboa apresentou o Programa Municipal de Intervenção na área dos Comportamentos Aditivos e Dependências, que prevê...

Em declarações, o vereador dos Direitos Sociais da autarquia, João Afonso, referiu que este programa, denominado Perto LX, visa a "intervenção na adição, ou seja, nos consumidores, a prevenção em grupos alvo" e ainda "o apoio na reinserção, para quem sai de um processo de dependência, seja ele qual for".

No que toca à unidade de adição assistida, o objetivo é dar "uma resposta integrada, que tenha várias valências, mas que trabalhe diretamente com quem esteja a consumir e que, inclusive, venha a dar apoio no consumo, o que significa que as pessoas não consumam sozinhas - seja drogas ou álcool - (...) e que através desse processo vão diminuindo o consumo", explicou o mesmo responsável.

Frisando que esta ainda é uma ideia em aberto, João Afonso explicou que a unidade pode ser móvel ou "sobre rodas", com "equipas móveis que vão diretamente à pessoa".

"Tem é de ser um espaço de referência, onde as pessoas saibam que são recebidas, onde não têm constrangimentos e estão à espera delas", vincou.

Questionado sobre se esta infraestrutura se pode traduzir numa sala de consumo assistido, que chegou a ser apontada para locais como a Mouraria e o Lumiar, o autarca considerou que essa é "uma versão simplista e redutora".

"Não é uma porta com uma sala vazia onde a pessoa vai consumir qualquer tipo de substância" que se resolve o problema, mas sim com "um processo de acompanhamento de tudo", sublinhou.

Para tal resposta avançar, "vai ser preciso identificar uma situação em que se justifiquem os consumos, onde se justifique a perceção da comunidade e onde haja aceitação por todos de que essa é uma solução que vai alterar a situação", defendeu.

O autarca falava no final do 1.º Encontro sobre Comportamentos Aditivos e Dependências em Lisboa, no âmbito do qual especialistas nacionais e estrangeiros debateram as principais linhas deste programa municipal para dependências (droga, álcool, jogo, internet ou sexo).

Outra das medidas previstas no Perto Lx foca-se na prevenção, área no âmbito da qual se equaciona a criação de um autocarro ou quiosque informativo com campanhas de sensibilização e sessões informativas, essencialmente destinadas aos mais jovens.

"Um dos grandes problemas neste momento em Portugal e em Lisboa é o aumento do consumo de álcool em jovens com muito pouca idade", notou João Afonso.

No que toca à reinserção, outro dos eixos do programa, a autarquia pretende criar um ponto de acolhimento informal, onde "as pessoas que saibam gerir as suas dificuldades (...) e que lhes permita dar resposta diretamente ou através de outros programas que existam na cidade".

João Afonso adiantou que o Perto Lx, que ainda vai ser trabalhado, "é uma tentativa de sistematização do muito que se tem vindo ao longo do tempo na cidade de Lisboa" sobre a questão das dependências, tendo o intuito de "criar uma rede que traga essas pessoas para dentro da sociedade", evitando, assim, fenómenos de exclusão social.

Já questionado sobre prazos, o autarca indicou que "sim, são "medidas para implementar ainda este mandato autárquico", que termina em 2017.

No orçamento municipal para o próximo ano, está consignada uma verba de 910,5 mil euros para este programa.

No início de 2018
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou que a nova Unidade de Saúde da Batalha, Porto, deverá entrar em...

“É espectável que no início de 2018 esteja finalmente aberto e tenhamos aqui uma obra que é emblemática no Porto, pelo leque de cultura, pela história, mas também pela própria funcionalidade que terá para os utentes e profissionais de saúde”, afirmou Fernando Araújo em visita às obras de remodelação da Unidade de Saúde da Batalha.

A remodelação daquela unidade de saúde irá permitir requalificar e ali instalar a Unidade de Saúde Familiar Rainha D. Amélia, a Unidade de Cuidados Continuados do Porto, a Unidade de Saúde Pública do Porto Ocidental e o Centro de Vacinação Internacional do Porto.

Segundo informação disponibilizada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, a área bruta prevista para o edifício, próximo da Praça da Batalha, é de 956,8 metros quadrados e será constituído por um módulo de saúde familiar (com nove gabinetes médicos, três gabinetes de enfermagem e duas salas de tratamento), um módulo de saúde pública e um módulo de cuidados na comunidade.

“Aqui a Batalha é um bom exemplo de que vale a pena acreditar nos projetos. Este era um projeto que começou em 2008, (… ) teve depois um interregno e finalmente agora com a nova autarquia, com Rui Moreira, pegamos novamente no projeto e num esforço conjunto vamos conseguir concretizá-lo, isso faz toda a diferença”, destacou o secretário de Estado Adjunto.

As obras de requalificação do antigo centro de saúde Rainha D. Amélia, abandonado há cerca de uma década, já arrancaram, terão a duração de 500 dias e estão orçadas em cerca de 1,7 milhões de euros e serão cofinanciadas por fundos comunitários do programa operacional regional Norte 2020.

“Quando se fala na população que precisamos de ter no centro da cidade, também precisamos destes equipamentos. Sem estes equipamentos nós não teremos uma nova população na cidade do Porto”, assinalou o presidente da Câmara do Porto no final da visita.

Para Rui Moreira, a captação de população para o centro da cidade depende também de ter “equipamentos desta categoria, qualidade, para que as pessoas possam viver tranquilas e que a cidade seja confortável e interessante”.

O autarca destacou ainda a “parceria muito interessante entre o estado central e as autarquias” vertida na Carta de Equipamentos de Cuidados de Saúde Primários do Porto por visar “a devolução de competências que está na Constituição”.

O documento prevê ainda mais dois novos centros de saúde: o de Ramalde, uma obra a ser feita pela Câmara Municipal do Porto, e o de Campanhã, a ser assumido pelo Ministério da Saúde.

As obras destas duas novas unidades de saúde devem arrancar no primeiro semestre do próximo ano.

Distinguido no 19.º Congresso Nacional de Medicina
O advogado António Arnaut disse, em Coimbra, que o reconhecimento, pela Ordem dos Médicos, do seu papel na criação do Serviço...

Após ter sido agraciado com a medalha de mérito da Ordem dos Médicos (OM), no Polo III da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, António Arnaut frisou que a distinção “compromete a Ordem na defesa e no aprofundamento” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Sinto-me reconhecido e agradecido”, declarou aos jornalistas, no final da cerimónia, em que também foram agraciados, com a mesma medalha, 16 médicos de diferentes regiões do Continente, dos Açores e da Madeira, um deles a título póstumo.

O principal impulsionador do SNS realçou o empenho do atual bastonário da OM, o professor universitário José Manuel Silva, que presidiu à sessão, na defesa e consolidação do Serviço Nacional de Saúde.

Na história da Ordem dos Médicos, esta é a primeira vez que tal distinção contempla um não médico, o que passou por uma recente alteração do regulamento das medalhas de mérito da instituição.

No vídeo de apresentação de António Arnaut, em que foi justificada a sua escolha para ser um dos galardoados, José Manuel Silva definiu o SNS como “a maior obra social do Portugal democrático”, nascido com o 25 de Abril de 1974.

“Sinto-me como um profano no meio de arcebispos da medicina portuguesa”, gracejou o advogado e antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa.

António Arnaut nasceu há 80 anos, na aldeia da Cumieira, no concelho de Penela, distrito de Coimbra, onde “as pessoas comiam o pão duro dos dias sem sol, viviam à míngua e morriam, em regra, sem assistência médica”, como disse o próprio, em maio de 2014, na Universidade de Coimbra, que então o agraciou com título de doutor 'honoris causa'.

Além de António Arnaut, ministro dos Assuntos Sociais no segundo Governo Constitucional, liderado por Mário Soares, nos anos 70 do século XX, foram distinguidos pela Ordem dos Médicos os seguintes médicos e professores portugueses de Medicina: Alexandre Sousa Pinto, António Madeira Ascensão, Carlos Mota Cardoso, Eduardo Leite Pacheco, Isabel Pereira Ramos, Isabel Jacob Carvalho, João Baptista Ganho, João Covas Lima (falecido), José Medina Vieira, José Pires Teixeira, Luís Mendonça Barrôco, Luís Belo de Barros, Maria Maciel Barbosa, Martim Abreu Diniz e Tice Anastácio Macedo.

O espanhol Juan Rodriguez Sendín, bastonário da Ordem dos Médicos de Espanha, foi também galardoado, sendo o primeiro estrangeiro a receber a medalha da Ordem dos Médicos, portuguesa, mas não pôde estar presente.

As medalhas foram entregues durante os trabalhos do 19.º Congresso Nacional de Medicina – 10.º Congresso Nacional do Médico Interno, que terminou no sábado, organizado pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a que preside Carlos Cortes.

“Prémios Maratona da Saúde de Investigação Biomédica”
A Maratona da Saúde, associação sem fins lucrativos, abre concurso, no âmbito da sua terceira edição dedicada às Doenças...

Os Prémios Maratona da Saúde 2016 para a Investigação em Doenças Neurodegenerativas, no valor total de 50 mil Euros, são o resultado dos donativos angariados durante o espetáculo televisivo anual da Maratona da Saúde, transmitido pela RTP em abril de 2016, e de outras iniciativas e apoios entre os quais o da Biogen, que juntará o seu nome a um dos prémios a ser atribuído neste concurso. O concurso para atribuição destes prémios está aberto para a comunidade científica até ao dia 2 de dezembro, e conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Os Prémios Maratona da Saúde foram criados com o objetivo de promover a investigação científica portuguesa em diferentes áreas da biomedicina. Nesta terceira edição, procuramos projetos na área das Doenças Neurodegenerativas e incentivamos as candidaturas que contemplem parcerias entre instituições de investigação, sediadas em Portugal, e hospitais ou outras instituições de saúde, nacionais ou estrangeiras. Os Prémios destinam-se a investigadores e a médicos que se proponham a desenvolver um projeto de investigação autónomo sob sua responsabilidade numa instituição sediada em Portugal. A avaliação das candidaturas é realizada por um júri proposto pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, constituído por cientistas de reconhecido mérito internacional no domínio da biomedicina. Depois de seriados os melhores candidatos a concurso, o Conselho Científico da Maratona da Saúde ratifica a decisão do Júri e informa a Direção, que aprovará os vencedores de acordo com as recomendações de ambos. O processo de avaliação e seleção é baseado em vários critérios, entre os quais o mérito científico dos candidatos e o impacto que o trabalho de investigação proposto poderá ter na descoberta de melhores tratamentos, cura e prevenção das Doenças Neurodegenerativas. Um dos Prémios a ser atribuído terá a denominação de Prémio Maratona da Saúde/Biogen.

Entre as mais de 130 candidaturas recebidas nas duas primeiras edições dedicadas ao Cancro e à Diabetes, respetivamente, foram atribuídos 7 prémios de investigação a cientistas que já estão a desenvolver o seu trabalho nestas áreas em várias instituições em Portugal. Entre estas estão o Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural da Universidade do Algarve com 2 projetos em cancro da mama, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em Lisboa, com um projeto em cancro do cólon, o IPATIMUP, no Porto, com um projeto em cancro do pâncreas, o Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, com 2 projetos em obesidade e diabetes tipo 1 infantil e o Centro de Investigação em Biomedicina da Universidade do Algarve com um projeto em Microbiologia associada à Diabetes

Em abril de 2016, o espetáculo solidário da Maratona da Saúde dedicado às Doenças Neurodegenerativas, transmitido em direto pela RTP 1 e pela RTP Internacional, contou com o apoio de milhares de Portugueses que se juntaram a esta causa, e com muitos parceiros que tornaram possível a organização deste evento. Durante as mais de 5 horas de emissão foram realizados milhares de donativos através de chamadas telefónicas para o número de valor acrescentado e para os call centers, gentilmente cedidos pela Fundação PT, e que contaram com mais de 30 voluntários a nível nacional. A Pricewaterhouse Coopers (PwC) também se juntou a esta maratona televisiva na auditoria de todos os donativos que foram efetuados.

Para além do evento televisivo, a Maratona da Saúde desenvolveu, ao longo da 3ª edição dedicada às Doenças Neurodegenerativas, um conjunto de iniciativas nas comunidades locais, sensibilizando para a importância da prevenção e da investigação científica na descoberta de melhores tratamentos. Entre estas, destacam-se o concurso Ciência em Cena, que decorreu em escolas de norte a sul do país em parceria com o Programa Descobrir da Fundação Calouste Gulbenkian, assim como vários eventos promovidos espontaneamente pela sociedade civil a favor desta causa. A Maratona da Saúde contou também com o apoio de várias empresas entre as quais a Biogen, que dá nome a um dos Prémios Maratona da Saúde, a Pfizer, a Saúde Cuf, a HMS Sports, a Noori e a Science4you. Refira-se ainda que a terceira edição da Maratona da Saúde contou com o apoio essencial de outros parceiros como a PT, o Instituto Gulbenkian de Ciência, a Cev Fiscalidade, a Wisdom Consulting, a Caixa Geral de Depósitos, a Vieira de Almeida, entre outros, e com o alto patrocínio da Presidência da República para o espetáculo solidário dedicado às Doenças Neurodegenerativas.

Desde 2014, a Maratona da Saúde e a RTP + estão juntas numa iniciativa inédita em Portugal, com enorme sucesso comprovado em vários países, que visa, através de um espetáculo solidário anual de várias horas (maratona televisiva), sensibilizar a sociedade e angariar fundos para a investigação biomédica, essencial no combate a doenças ainda sem cura. Em cada ano a Maratona da Saúde dedica-se a um tema, sobre o qual é delineado um plano de atividades. Depois das 3 edições dedicadas ao Cancro, à Diabetes e às Doenças Neurodegenerativas, respetivamente, a 4ª edição está a ser dedicada às Doenças Cardiovasculares e pretende sensibilizar para este tema e apoiar a investigação científica na área destas doenças ainda sem cura.

A Maratona da Saúde considera que permitir o avanço da ciência e do conhecimento em Portugal, contribui para uma sociedade mais informada, motivada e competitiva, capaz de integrar os pilares essenciais do progresso económico global.

Os donativos à Maratona da Saúde podem ser realizados ao longo de todo ano através de chamadas de valor acrescentado para o 760 20 60 90 (0,60€+IVA) ou do IBAN: PT50 0035 0413 00044189730 73 BIC SWIFT: CGDIPTPL.

 

Saiba mais em www.maratonadasaude.pt.

Instituto Nacional de Estatística
O índice de bem-estar em Portugal evoluiu positivamente em 2015 e manteve a tendência de recuperação de crescimento iniciada em...

Entre 2004 e 2011 o índice de bem-estar registou sempre evolução positiva, tendo reduzido em 2012. Recuperou depois em 2013 e em 2014 voltou a evoluir positivamente.

O índice de bem-estar do Instituto Nacional de Estatística (INE) baseia-se em outros dos índices que avaliam as condições materiais de vida e a qualidade de vida.

Ao longo da última década, o índice das condições materiais de vida registou evoluções negativas, mas o índice relativo à qualidade de vida apresentou uma evolução continuamente positiva.

Contudo, os dados preliminares referentes a 2015 permitem perspetivar uma inversão do índice relativo às condições materiais de vida, que depois de anos a decrescer apresentou em 2014 um ligeiro aumento que se estima que se prolongue em 2015.

Nos 10 domínios que integram o índice de bem-estar, a Educação, o Ambiente e a Participação Cívica e Governação são as componentes de bem-estar com evolução mais favorável no período entre 2004 e 2015.

Em 2015, o INE estima que índice de bem-estar tenha atingido os 118,4, depois de em 2014 ter alcançado os 114,5. Em 2012, ano em que se registou o primeiro decréscimo, o índice estava nos 108,7.

Numa análise ao longo da última década, verifica-se que em todos os anos desde 2006 houve um agravamento dos indicadores relativos à vulnerabilidade económica, atingindo o valor mínimo em 2013. Estima-se que em 2015 este índice continue o crescimento registado em 2013 e em 2014.

Aliás, o domínio “Vulnerabilidade Económica” é um dos que apresenta, segundo o INE, a evolução mais desfavorável ao longo do período 2004/2015, “refletindo a progressiva vulnerabilidade das famílias induzida pelo afastamento das mesmas do mercado de trabalho”.

O domínio “Trabalho e Remuneração” é a que apresenta a evolução mais desfavorável e veio contribuir de forma significativa para a descida do índice das condições materiais de vida – entre 2004 e 2014 registou uma descida global de mais de 28 pontos percentuais.

No entanto, também este domínio de “Trabalho e Remuneração” voltou a crescer em 2014 e em 2015.

No que respeita ao índice de qualidade de vida, o domínio da Saúde é um dos que contribui para a evolução positiva: “a população que avalia de forma positiva os serviços de saúde teve um crescimento acentuado no período 2004-2014”.

Também a conciliação ‘vida-trabalho’ apresentou uma evolução positiva durante todo o período analisado, mais pronunciada até 2011.

Especialista alerta
O presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos defendeu que a sobrecarga dos cuidadores informais de doentes “é...

“É muito fácil tirar os doentes do hospital e entregá-los à família, mas é preciso ter atenção ao impacto que isto gera nas famílias”, disse Manuel Luís Capelas, na véspera de se assinalar o Dia do Cuidador.

Apesar de ser “um dos grandes defensores” da ideia de cuidar dos doentes em casa, Manuel Capelas disse que para isso acontecer têm de estar reunidas as “condições adequadas”.

Os cuidadores “precisam de um apoio muito permanente” para evitar que atinjam “um ponto de rutura, de desespero total, porque já não aguentam”, sublinhou.

Manuel Capelas equiparou a sobrecarga dos cuidadores à síndrome de ‘burnout’ dos profissionais de saúde, uma reação ao stresse crónico no trabalho caracterizado por exaustão, despersonalização e não realização profissional.

“Um profissional em ‘burnout’ acaba por pensar egoisticamente no seu bem-estar, é uma máquina”, mas “quem está em casa a uma dada altura rebenta e é preciso ter atenção a esta situação”, alertou.

O especialista em cuidados paliativos observou que muitos cuidadores passam 24 horas por dia com o doente, um tempo que os profissionais de saúde acabam por não estar.

“Nós saímos dos nossos turnos e temos outros escapes”, mas os cuidadores não têm, disse, alertando que “não se pode deixar em cima dos cuidadores toda a responsabilidade” sobre o doente.

Eles “não podem substituir os profissionais de saúde”, porque senão “estamos a aliviar” o sistema de saúde, mas a colocar “uma sobrecarga nestas famílias e nestas pessoas que precisam de continuar a ser apoiados”.

E – defendeu - devido ao trabalho “extremamente importante” que fazem para o sistema de saúde e para as suas famílias, precisam de ter apoio social, laboral e psicossocial.

Por outro lado, os profissionais de saúde “continuam a ter de ser os alicerces do sistema” e destas pessoas, para que “possam cuidar dos seus familiares, dos seus amigos, mas continuarem a ser pessoas”.

“Um apoio não é largar os familiares numa guerra, num pântano, numa selva muito complicada”, frisou, defendendo que os cuidadores precisam de formação, capacitação e apoio psicossocial para tratar do doente.

No início de outubro, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, disse que, a partir de 2018, os cuidadores vão ser compensados com apoios que ainda não estão definidos, mas que poderão passar por regalias sociais, fiscais ou financeiras.

Para Manuel Capelas, a legislação nesta área “é importante e precisa”, mas não chega.

“As equipas também têm de ter capacidade” de identificar as necessidades dos cuidadores” e ajudá-los com formação específica.

Também devem estar atentas “aos mínimos sinais de sobrecarga para que nessa altura seja possível encontrar uma estratégia que permita aliviar a sobrecarga em que estão”, frisou.

Segundo um estudo da Entidade Reguladora da Saúde, Portugal tem a maior taxa de cuidados continuados e paliativos, prestados por pessoas sem preparação nem qualificação para tal, e uma das mais baixas taxas de cobertura de cuidados prestados por profissionais em toda a Europa.

Programa de Intervenção Precoce do Cancro Oral
Mais de 10 mil cheques para diagnóstico do cancro oral foram emitidos nos dois anos e meio de funcionamento do programa, tendo...

Segundo dados oficiais da Ordem dos Médicos Dentistas, entre março de 2014 e o fim de agosto deste ano foram detetados 79 casos de cancro oral e 109 lesões potencialmente malignas através do Programa de Intervenção Precoce do Cancro Oral.

Dos mais de 10 mil cheques para diagnóstico emitidos, foram usados apenas 3.354, o que dá uma taxa de utilização de 33%.

Este ano, foram realizadas já mais de 1.800 biópsias ao cancro oral, número que quase triplicou em relação a 2015, quando se fizeram cerca de 660.

No seu todo, o programa de saúde oral onde está integrado o cheque dentista já beneficiou mais de 2,5 milhões de utentes desde 2008, tendo sido usados em oito anos mais de três milhões de cheques para 8,7 milhões de tratamentos.

A maioria das intervenções (quase 60%) diz respeito a procedimentos preventivos, como aplicação de selantes de fissuras que evitem cáries. São as crianças e jovens o grupo mais significativo a beneficiar dos cheques dentista.

Nos primeiros nove meses deste ano, mais de 227 mil pessoas já usaram estes cheques, com uma taxa de utilização em relação aos vales emitidos que se situa nos 83%. Ao todo, foram emitidos 385 mil cheques e usados perto de 320 mil.

O grupo das crianças de sete, 10 e 13 anos é o que regista taxa de utilização dos cheques mais elevada (92%). Este ano já foram mais de 120 mil as crianças destas idades a terem acesso ao programa de saúde oral, com mais de 222 mil consultas realizadas.

Os cheques dentistas são atribuídos a crianças que frequentem a escola pública e abrangem adolescentes de 13 anos, que podem voltar a usufruir de cheques dentista aos 16 e aos 18 anos desde que já tenham beneficiado do programa.

Trata-se de um alargamento recente e limitado, que faz com que as taxas de utilização nestes grupos sejam inferiores. Por exemplo, nos jovens com 16 anos a taxa de utilização dos cheques está nos 38% e nos 18 anos situa-se nos 43%.

Quanto às grávidas seguidas no Serviço Nacional de Saúde, já foram usados desde 2008 mais de 570 mil cheques, estando a taxa de utilização acima dos 80%.

O programa do cheque dentista conta com uma rede de mais de 4.400 médicos, havendo um acréscimo de 240 clínicos para o diagnóstico do cancro oral.

Estudo
Fumar um maço de cigarros por dia provoca, em média, 150 mutações por ano nas células pulmonares, revela um estudo publicado na...

O estudo, que analisou e comparou vários tumores, mediu com precisão, pela primeira vez, os efeitos genéticos devastadores do fumo, não só nos pulmões, mas também em outros órgãos que não estão diretamente expostos.

Os estudos epidemiológicos mostravam que o tabagismo contribui para, pelo menos, 17 tipos de cancro, mas até agora nunca se conseguiu determinar como é que o cigarro provocava esses tumores, apontaram os investigadores do Instituto britânico Wellcome Trust Sanger e do Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos.

O maior número de mutações genéticas provocadas pelo tabaco foi observado nos tecidos pulmonares, mas outras partes do organismo registaram também alterações de DNA, que explicam como o fumo provoca vários tipos de cancro.

O cigarro contém mais de sete mil substâncias químicas diferentes, entre as quais 70 são conhecidas por serem cancerígenas, revelam os investigadores, apontando para a complexidade das interações com o organismo.

Segundo um dos principais coautores da investigação, Ludmil Alexandrov, do Laboratório Nacional de Los Alamos, o estudo procura novos elementos sobre os diferentes mecanismos através dos quais o tabaco provoca um cancro.

“Descobrimos que as pessoas que fumam um maço de tabaco por dia têm, em média, 150 mutações genéticas adicionais por ano nos pulmões, o que explica que os fumadores tenham um risco acrescido de desenvolver cancro do pulmão”, adiantou.

O mesmo responsável acrescentou que encontraram um grande número de evidências epidemiológicas que ligam o tabaco ao cancro, tendo conseguido observar e determinar o número de alterações moleculares no DNA provocadas por fumar.

Nesta primeira análise extensiva de DNA cancerígeno ligado ao tabagismo, os investigadores analisaram cerca de cinco mil tumores, comparando cancros de fumadores com cancros semelhantes de pessoas que nunca fumaram.

Os cientistas encontraram características moleculares específicas no ADN dos pulmões dos fumadores e determinaram o número nos diferentes tumores.

No que diz respeito ao impacto nos restantes órgãos, a investigação revelou que um maço de cigarros por dia provoca, em média, 97 mutações por ano no ADN da laringe, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e seis no fígado.

O estudo mostra, pelo menos, cinco processos distintos através dos quais o ADN é danificado pelo hábito de fumar, sendo que o mais comum é encontrado na maior parte dos cancros. Trata-se de uma aceleração do pêndulo celular que provoca a mutação prematura das células.

Na opinião do investigador Mike Stratton, do instituto Wellcome Trust Sanger, este estudo poderá ajudar no avanço da investigação e ajudar a melhor prevenir todas as formas de cancro.

O tabagismo, a maior causa de mortalidade evitável, é responsável por pelo menos seis milhões de mortes por ano em todo o mundo e se a tendência atual se mantiver, estima-se que serão mais de mil milhões de pessoas que morrem por causa do tabaco, no século XXI, segundo a Organização Mundial de Saúde.

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