Estudo
Um estudo que juntou investigadores portugueses e estrangeiros concluiu que, "afinal", o melhoramento genético do...

Um grupo de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, da Universidad Politécnica de Madrid (UPM), em Espanha, e do Institut National de la Recherche Agronomique (INRA), França, relevou hoje, em comunicado, que “há variedades de trigo modernas, fruto do melhoramento genético, com cerca de sete vezes menos toxicidade para os doentes celíacos que outras”.

Estas conclusões resultam da tese de doutoramento do investigador José Miguel Ribeiro, orientada pelos docentes e investigadores da UTAD Gilberto Igrejas e Fernando Nunes e ainda Marta Rodriguez-Quijano, da Universidad Politécnica de Madrid.

“Os resultados da investigação indicam que, para além do potencial genético que o trigo encerra, as práticas de melhoramento desta cultura - que procuram desenvolver variedades de trigo com melhores índices de qualidade - não contribuem para o aumento da toxicidade destas variedades”, explicou o investigador José Miguel Ribeiro.

Desta forma, acrescentou, “cai por terra” uma das hipóteses que se pensava ter contribuído para o aumento da prevalência da doença celíaca na população humana, na qual se supunha que o “melhoramento do trigo era a causa do aumento da prevalência da doença”.

As conclusões apontam para que “estas variedades podem não ter contribuído para a prevalência da doença celíaca, nos últimos 50 anos”, afirmou, por sua vez, o docente e investigador da UTAD Gilberto Igrejas.

Uma segunda fase deste projeto procurou desenvolver novas tecnologias de destoxificação (retirar as substâncias potencialmente tóxicas de dentro do organismo)do glúten com vista à obtenção de produtos baseados no trigo não envolvendo organismos geneticamente modificados (OGM), potencialmente hipoalergénicos para os doentes celíacos.

Segundo explicaram os responsáveis, "através da quitosana, um ingrediente natural com características biocompatíveis e biodegradáveis, foi desenvolvida uma tecnologia com capacidade para reduzir a carga tóxica do glúten para os celíacos, sem prejuízo para a funcionalidade tecnológica dos produtos, permitindo a continuidade de transformação em pão, bolos, massas, pizzas, entre outros produtos alimentares".

Esta tecnologia tem um pedido de patente submetido e poderá, de acordo com o comunicado da UTAD, abrir caminho para o desenvolvimento de produtos baseados no trigo potencialmente hipoalergénicos para doentes celíacos.

O trigo é um dos principais cereais usados na alimentação do homem e representa uma importante fonte de proteínas e energia na dieta humana.

O glúten está presente em variados produtos alimentares, sendo que há pelo menos dez mil anos que se consome trigo e o glúten que este contém.

No entanto, para pessoas com doença celíaca, a exposição ao glúten pode desencadear uma reação imunitária ao nível do intestino que causa prejuízo na absorção dos nutrientes. A doença atinge praticamente 1% das populações em todas as sociedades ocidentais.

“Este trabalho de investigação toma assim uma importância social acrescida já que aporta uma nova esperança aos doentes celíacos no sentido de ultrapassarem uma das suas maiores limitações - viver com alimentos sem glúten – e permitindo-lhes um aumento da qualidade de vida e integração social”, concluiu o investigador José Miguel Ribeiro.

Estudo
Cerca de metade dos cuidadores de doentes com esclerose tuberosa falta ao trabalho pelo menos uma vez num mês, com os...

Segundo dados de um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública hoje divulgado, 30 dos 66 cuidadores inquiridos revelaram ter faltado pelo menos uma vez ao trabalho no último mês, com 35% a sofrerem uma redução salarial.

A esclerose tuberosa é um distúrbio genético raro que se traduz no desenvolvimento de tumores benignos em órgãos vitais como o coração, olhos, cérebro, rins, pulmões e pele, ameaçando o funcionamento desses órgãos.

Em Portugal, segundo a Associação de Esclerose Tuberosa, estima-se que vivam cerca de 1.600 pessoas com a doença.

Do estudo realizado com uma amostra de 66 cuidadores e 13 doentes, concluiu-se que os próprios médicos continuam “a não estar devidamente informados em relação a esta doença”, o que pode contribuir para os problemas de falta de apoio e de integração social de que os doentes se queixam.

“A escassa articulação entre as várias especialidades médicas envolvidas no tratamento da esclerose tuberosa é outro dos problemas que temos vindo a expor”, escreve a presidente da Associação de Esclerose Tuberosa, Micaela Rozenberg, num comunicado em que anuncia os principais dados do estudo hoje divulgado.

Segundo os dados disponíveis, a doença afeta a pele em 95% dos casos, o cérebro em 94% das situações e 85% dos inquiridos refere ainda a ocorrência de episódios de epilepsia.

Diretor-geral da ADSE
Apenas os cônjuges e os filhos maiores dos funcionários públicos que adiram ao futuro Instituto ADSE é que pagarão uma...

Para os atuais cônjuges de funcionários públicos que puderam em tempos inscrever-se na ADSE – o que atualmente não é possível – e para os filhos menores destes trabalhadores mantém-se tudo igual, adiantou Carlos Batista, em declarações.

O diretor-geral do subsistema de saúde dos funcionários públicos falava a propósito da notícia do jornal Público, que hoje revela, em manchete, que os familiares dos beneficiários da ADSE passam a descontar para este subsistema.

Segundo Carlos Batista, o decreto-lei que vai criar o Instituto Público da ADSE alarga o universo dos beneficiários, medida que deverá “reforçar a sustentabilidade da ADSE nos anos mais próximos”.

O documento define quais as tipologias de receitas que o novo instituto terá.

No âmbito deste alargamento, poderão beneficiar da ADSE os cônjuges dos funcionários públicos, os filhos a partir dos 18 anos, ou dos 25 anos, se até lá ainda estiverem a estudar, os trabalhadores com Contrato Individual de Trabalho (CIT) e os trabalhadores de algumas empresas públicas.

Estes novos beneficiários terão de pagar a devida contribuição, cuja forma ainda não está definida.

Os filhos menores dos funcionários públicos manter-se-ão isentos de pagamento de qualquer contribuição, mesmo após a criação do Instituto ADSE.

Com este alargamento, a ADSE poderá vir a contar com mais 400 mil contribuintes/beneficiários, apenas por via dos conjugues que aderirem a este subsistema.

Por definir está o tipo de contribuições que poderá ser uma percentagem do vencimento, como os 3,5 por cento do ordenado que os funcionários públicos pagam atualmente ou um valor fixo em função da idade e do agregado. Para os pensionistas, mantém-se tudo igual.

A ADSE tem atualmente 1,2 milhões de beneficiários, com uma média de idades de 48 anos, mas mais de 40 mil beneficiários titulares estão isentos do pagamento de qualquer contribuição.

Nanopartículas na mira
As nanopartículas atravessam as membranas celulares, o que pode levantar problemas de segurança já que são usadas numa...

Segundo informação da Universidade Rovira e Virgili (URV), citada pela agência de notícias espanhola EFE, o trabalho de investigação foi realizado em conjunto com a Universidade de Saarland, na Alemanha, tendo constatado que uma nanopartícula pode atravessar uma membrana em milissegundos.

Os cientistas observaram também, e quantificaram, o exato momento em que uma nanopartícula de ouro supera as células de barreira protetoras, como a bicamada lipídica, e consegue atravessar a membrana. Sugerem, por isso, que se revejam as normas de segurança dos nanomateriais e que se abra o debate sobre a nanotoxicidade, escreve o Sapo.

Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), os nanomateriais fazem parte de mais de 1.300 produtos comerciais, desde cosméticos, alimentos, roupa, pneumáticos ou betão.

Poucos conhecimentos sobre riscos para a saúde
A forma como as nanopartículas interagem com os tecidos e com as barreiras humanas, incluindo as membranas celulares, não é ainda suficientemente conhecida.

Por exemplo, as nanopartículas dos cremes não atravessam a pele, mas podem entrar no corpo através dos pulmões ou das capas mucosas.

Por outro lado, estas partículas minúsculas movem-se muito rápido e como os processos associados duram apenas umas frações de segundo, as medidas protetoras também devem ser rápidas.

Tendo isto como ponto de partida, a equipa de investigação de física teórica da URV desenhou um projeto para investigar precisamente a interação entre as nanopartículas e as membranas lipídicas.

Estudo conclui
Um estudo científico participado pela Universidade de Aveiro comprova que a memória funciona melhor em cenários de...

As conclusões resultam de um trabalho que tem vindo a ser feito desde 2007 por James Nairne, coordenador e responsável pelo Adaptive Memory Lab da Universidade de Purdue (USA) e Josefa Pandeirada, investigadora do Departamento de Educação e Psicologia da UA, para explicar as funções que a memória tem desempenhado no caminho evolutivo dos seres humanos.

Testes efetuados em laboratório confirmaram que a memória “funciona bem” em cenários de sobrevivência, como ter de encontrar comida, abrigo e proteção de predadores.

Vários grupos de voluntários, cuja memória foi testada em várias experiências ao longo dos últimos anos, confirmam a tese, escreve o Diário Digital.

Convidados a imaginarem-se em cenários onde a sobrevivência se joga a todo o instante, foi pedido aos participantes que avaliassem a relevância que vários objetos teriam para assegurar as suas sobrevivências. No final, os participantes eram surpreendidos com um teste de memória no qual tinham que recordar o máximo de objetos que conseguissem.

Comparativamente com outros cenários de controlo utilizados, “as pessoas recordam mais objetos quando pensam neles no contexto de sobrevivência”.

Serviram de comparação cenários em que os participantes se imaginam a planear o seu próprio suicídio, a planear um assalto a um banco, ou até a ganhar a lotaria.

“Quando as pessoas pensam na relevância que objetos poderão ter num contexto de sobrevivência, a recordação dos mesmos é melhor, comparativamente com quando os mesmos objetos são considerados num conjunto de tarefas que não incluem esta dimensão adaptativa”, descreve Josefa Pandeirada.

Segundo a investigadora, essa particularidade “terá aumentado as hipóteses de sobrevivência e de transmissão dos genes às gerações futuras, promovendo assim a perpetuação da espécie”.

“O estudo da memória humana tem sido pautado por uma análise muito estruturalista, focada na identificação dos diferentes componentes da memória e na exploração do modo como estes operam. Embora esta seja uma forma de investigação importante, porque efetivamente dá a conhecer muito sobre o funcionamento da memória, descura questões mais fundamentais, relacionadas com as funções que a memória desempenha”, conclui Josefa Pandeirada.

“A premissa da nossa investigação é de que a memória terá evoluído para nos ajudar a responder a problemas adaptativos, encontrados ao longo da nossa evolução”, esclarece.

Segundo revelou, a equipa de investigação está neste momento a estudar dois outros problemas adaptativos, nos quais pensam que a memória pode desempenhar um papel importante: a contaminação e a reprodução.

Injeções hormonais
O teste clínico que estava a tentar provar a eficácia das injeções hormonais masculinas como método contracetivo foi...

O teste clínico da Universidade de Edimburgo, que estava a tentar provar a eficácia das injeções hormonais masculinas como método contracetivo, foi interrompido após alguns dos participantes terem reclamado dos efeitos secundários.

De acordo com a BBC, há cerca de 20 anos que se investiga o potencial dos contracetivos hormonais masculinos. Como os homens estão constantemente a produzir esperma, são necessários níveis elevados de hormonas para diminuir a fertilidade. O estudo, publicado na semana passada no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, consistia na administração de duas injeções hormonais, uma de progesterona e outra forma de testosterona, escreve o Observador.

Para verificar o impacto das injeções, administradas a cada oito semanas, eram realizadas contagens regulares dos espermatozoides dos 320 participantes – homens entre os 18 e os 45 anos, em relações monogâmicas.

Os elevados níveis hormonais originaram efeitos secundários, tal como acontece com os contracetivos femininos do género. 20 dos homens desistiram, a maioria por razões relacionadas com as mudanças de humor. Seis dos participantes apontaram outros sintomas, como acne, dores musculares, pânico na primeira injeção, palpitações, hipertensão ou disfunção erétil. De acordo com os investigadores, 6% é um número elevado de voluntários com efeitos secundários.

Mario Philip Reyes Festin, coautor do estudo, declarou que “é possível haver um contracetivo hormonal para homens que reduza o risco de gravidezes indesejadas” e que são, por isso, necessárias novas investigações, quer para combinar níveis diferentes das hormonas como para as introduzir no corpo de maneiras distintas.

Alann Pacey, professor de Andrologia na Universidade de Sheffield, afirmou, segundo a BBC, que 75% dos homens que participaram estariam dispostos a utilizar novamente o método contracetivo, que apresentou uma eficácia de 96%.

Orelhas descoladas
Vulgarmente conhecidas por “orelhas de abano”, as orelhas descoladas afetam 5% da população em Portu

De acordo com um estudo levado a cabo por uma companhia farmacêutica, líder em Open Science, a imagem do rosto, incluindo as orelhas, influi na autoestima pessoal. Tanto que, 77 por cento dos participantes desta pesquisa afirma que se sentiria melhor se não tivesse “orelhas de abano” e,  mais de metade dos inquiridos admite ter sido alvo de troça, pelo menos uma vez na vida, devido ao tamanho das suas orelhas.

O isolamento social ou o desenvolvimento de quadros depressivos são algumas das consequências apontadas pelos participantes.

Miguel Andrade, especialista em cirurgia plástica, estética e reparadora afirma que,  para muitas pessoas, este trata-se de um complexo que afeta a autoestima, levando-as a procurar uma solução estética.

“Ao ser uma deformidade muito vísivel é frequente, sobretudo entre as crianças, que sejam emitidos juízos de valores e comentários desagradáveis que podem influenciar negativamente, do ponto de vista psicológico, o portador dessa deformidade”, explica. “No entanto, nem todos se atrevem a fazer uma otoplastia, por causa dos riscos, das complicações que pode acarretar e do tempo de recuperação”, refere o especialista.

Até há bem pouco tempo a opção de tratamento era a realização de uma otoplastia, uma intervenção cirúrgica realizada sob anestesia geral, à qual estavam associados alguns riscos e complicações e “um pós-operatório que implicava a utilização de um penso tipo capacete que impedia a vida profissional e social”.

Como alternativa à cirurgia clássica foi desenvolvido um dispositivo médico – implante - que permite corrigir as “orelhas de abano” de forma rápida e simples, embora permanente, sem os riscos associados a uma intervenção cirúrgica.

“Atualmente, temos ao nosso dispor o Earfold que é um método minimamente invasivo, realizado sob anestesia local, sem internamento”, revela Miguel Andrade.

“Sendo uma intervenção mínima com tratamento ambulatório, que apenas requer 2-3 pontos, e com 20 minutos de duração, muitos pacientes com orelhas descoladas, que sofrem de complexos desde há anos devido ao seu aspeto físico, interessar-se-ão por este implante”, explica o cirurgião.

Na realidade, o EarFold funciona através da inserção de um pequeno implante em nilitol – uma liga metálica usada em vários dispositivos médicos –, revestido a ouro de 24 quilates para reduzir a sua visibilidade por baixo da pele, na orelha.

Este implante apresenta uma forma pré-definida, no entanto, quando iserido ele aperta a cartilagem moldando a orelha à sua nova forma.

A grande preocupação dos pacientes é,  de acordo com este especialista, o resultado final. Algo que, na otoplastia clássica não se podia prever. “No entanto, este dispositivo inclui uns simuladores prévios que se colocam no exterior das orelhas e permite ‘escolher’ o grau de correção, bem como predizer a imagem estética final”, acrescenta deixando entender que este é um tratamento personalizado.

Para a colocação do implante é feita uma pequena incisão na pele, separando da cartilagem.

A incisão é depois fechada com suturas absorvíveis e são colocados pequenos adesivos permitindo o paciente de retomar a sua vida normal.

Apresentando uma taxa de sucesso de 100 por cento, “desde que os casos selecionados tenham a indicação correta”, esta nova técnica surge como uma excelente opção para quem quer corrigir orelhas proeminentes.

No entanto, nem todos os casos de orelhas descoladas estão indicados para esta intervenção. “Este implante está indicado apenas nas deformidades com atendimento do anti-hélice”, explica Miguel Andrade, podendo implantar-se em adultos e crianças a partir dos sete anos de idade.

Diogo Santos, de 15 anos, recorreu a este método no passado mês de Outubro. “O Diogo já tinha feito uma otoplastia, em Março deste ano, que não resultou”, começa por explicar a mãe, Dina Santos.  “Na consulta de rotina o médico do Diogo falou-me no Dr. Miguel Andrade e pediu para o ver”, acrescenta referindo que, na altura, o especialista lhe explicou que há casos que não resultam com a cirurgia clássica, sendo necessário recorrer a uma segunda intervenção.

“Entre fazer outra intervenção – outra otoplastia - e experimentar o novo método, tomámos a decisão de experimentar esta nova técnica e ficámos muito satisfeitos”, admite.

Apesar de não ter passado por situações desagradáveis na sua infância, como muitos referem, graças ao tamanho das duas orelhas, Diogo não gostava do seu formato. “Ele não gostava de se ver e nós, pais, acabámos por incentivar à realização da intervenção”, revela a mãe.

Na opinião de Dina Santos, este novo método só tem vantagens. “Não é necessária preparação, é como ir ao dentista. Foi super fácil e super rápido. Não demorou sequer uma hora”, recorda.

Também a recuperação foi fácil. “Ao fim de quatro/cinco dias o inchaço desapareceu”, afirma. “No entanto, a primeira noite foi complicada porque o Diogo não podia dormir deitado sobre as orelhas. Mas tirando isso, foi melhor do que estávamos à espera”, admite.

“Estamos muito satisfeitos com o resultado e por isso achamos que esta é uma excelente alternativa à cirúrgia”, conclui.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
14 de Novembro - Dia Mundial da Diabetes
No próximo dia 14 de novembro, celebra-se o Dia Mundial da Diabetes e a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia volta a alertar...

Segundo dados do Observatório Nacional da Diabetes, existem cerca 1 milhão de diabéticos em Portugal, entre os 20 e os 79 anos de idade, 44% dos quais não diagnosticados (doentes que não têm a noção que sofrem desta doença). A retinopatia diabética é sem dúvida uma das complicações mais temidas pelos doentes, pois pode levar à perda de um dos sentidos mais nobres do ser humano: a visão.

A diabetes já é considerada a primeira pandemia do século XXI e um dos mais sérios problemas de saúde pública dos tempos modernos. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, estima-se que em 2013 existissem 382 milhões de diabéticos, o que corresponde a cerca de 8.3% da população mundial. Prevê-se um rápido crescimento nos próximos anos e, se nenhuma ação for desenvolvida contrariar esta tendência, dentro de 25 anos o número de diabéticos no mundo rondará 600 milhões, cerca de 10% da população mundial. Infelizmente, Portugal com 13%, tem uma das taxas mais elevada de prevalência da diabetes na Europa.

A nível ocular, a complicação mais frequente da diabetes é a retinopatia diabética, que continua a ser a principal causa de cegueira na população ativa do mundo ocidental. De acordo com a OMS, é responsável por 5% das causas de cegueira no planeta, pelo que é fundamental o seu conhecimento e prevenção.

Segundo o Prof. João Figueira, Coordenador do Grupo Português de retina e Vítreo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, “para evitar o aparecimento, bem como a progressão da retinopatia diabética, é fundamental promover hábitos de vida saudável, com exercício físico regular, abolição de hábitos tabágicos, sendo fundamental um bom controlo da diabetes, da tensão arterial, da ficha lipídica”. João Figueira afirma ainda que, “apesar de poder levar à cegueira, esta doença é muitas vezes assintomática, pelo que o doente não se apercebe da gravidade das suas lesões oculares. Por esse motivo, é capital uma consulta regular com o oftalmologista que deve ser feita pelo menos uma vez por ano”.

Cada vez mais utilizados em Portugal, os rastreios oftalmológicos são uma metodologia perfeitamente validada para o controlo da retinopatia diabética. No entanto, a SPO chama a atenção para o facto de que, os rastreios oculares organizados pelo sistema nacional de saúde, não devem ser confundidos com outros “rastreios” visuais, quase todos com fins comerciais. Estes servem normalmente para o diagnóstico de erros refrativos e prescrição de óculos, não estando vocacionados para o diagnóstico da maioria das patologias oculares e muito menos da retinopatia diabética.

A SPO salienta assim que o controlo regular dos olhos dos diabéticos é crucial para um diagnóstico precoce das alterações oculares associadas à diabetes, o que permite um encaminhamento atempado dos doentes que necessitam de tratamentos diferenciados e se traduz em melhores resultados visuais para o diabético.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
A Liga Portuguesa Contra o Cancro estima que haja 350 mil sobreviventes de cancro em Portugal, perspetivando-se uma...

"Há cerca de 350 mil sobreviventes de cancro em Portugal" no decorrer dos últimos 20 anos, disse o presidente do Núcleo do Centro da Liga, Carlos de Oliveira, que é também o responsável pela organização do 2.º Congresso Nacional de Sobreviventes de Cancro, que se realiza em Coimbra, nos dias 11 e 12.

Atualmente, há 50 mil novos casos por ano em Portugal, sendo que a taxa de mortalidade, cinco anos após o diagnóstico, ronda "os 50%", informou.

No entanto, a taxa de sobrevivência deverá continuar a aumentar, bem como a incidência da doença na população portuguesa, resultante de vários fatores, nomeadamente "o envelhecimento da população" (a maioria dos cancros aparece em pessoas idosas) e "as alterações do estilo de vida", explanou Carlos de Oliveira.

Com a necessidade de debater e partilhar várias questões relacionadas com os sobreviventes de cancro, a Liga vai organizar o seu segundo congresso dedicado ao tema.

No evento, serão debatidos problemas que os sobreviventes enfrentam no acesso ao mercado de trabalho, nas baixas médicas e pedidos de aposentação, em obter ou renegociar empréstimos bancários e em fazer seguros, enumerou o responsável.

Os problemas com empréstimos bancários ou seguros podem surgir não apenas em doentes ou em sobreviventes, mas também em pessoas portadoras de mutações genéticas que aumentam o risco de cancro.

A coordenadora da Consulta de Risco Familiar de Cancro da Mama e Ovário do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, Fátima Vaz, sublinha que as companhias de seguro e bancos não podem ter acesso "à informação genética dos seus clientes, nem podem pedir a análise genética".

Com a exposição pública dos casos de cancros hereditários, os bancos e seguradoras passaram a saber destas situações, sendo que a especialista aconselha os portadores das mutações a omitirem a informação.

"Podem e devem omitir, mesmo que na declaração [num contrato com um banco ou seguradora] diga que, pela sua honra, não está a omitir informação", sublinhou a especialista da área.

Também no Congresso, vai discursar Lèlita Santos, diretora da Unidade de Nutrição e Dietética do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que pretende alertar para as "ideias pré-concebidas na alimentação, em particular relativamente ao cancro".

Segundo a especialista, as "pessoas vão muito à internet, sem saber procurar os locais com informações mais fidedignas".

De acordo com Lèlita Santos, a alimentação variada é fundamental, não se devendo abraçar uma dieta "fundamentalista".

"É a mistura de alimentos que faz uma alimentação saudável. O conceito errado é o fundamentalismo de se abolirem coisas da dieta ou só se comerem determinados alimentos", realçou, atendendo que há determinados tratamentos que podem levar a alguns ajustes à dieta.

Para a responsável da unidade do CHUC, os doentes e sobreviventes de cancro devem manter uma alimentação "muito perto da que se chama classicamente como a alimentação mediterrânea", evitando gorduras saturadas, enchidos e carnes vermelhas, excesso de açúcares e sal, bem como bebidas alcoólicas em excesso ou alimentos muito tostados.

O Congresso Nacional de Sobreviventes de Cancro realiza-se no Hotel Vila Galé, sendo que os interessados em participar podem inscrever-se gratuitamente, até sexta-feira no ‘site' da Liga.

Decreto-lei vai ser debatido
Os familiares dos funcionários públicos vão pagar para beneficiar do subsistema de saúde da função pública, noticia hoje o...

No diploma, "o Governo alarga o leque de receitas que alimentam o subsistema de saúde da função pública, passando a contar com as contribuições dos familiares dos trabalhadores do Estado e com as prestações de serviços realizadas pela ADSE para outras entidades públicas", afirma o diário.

Os familiares incluem cônjuges, filhos ou pais a cargo do beneficiário, que atualmente tinham acesso à ADSE sem fazer qualquer desconto.

O decreto-lei, que vai ser debatido publicamente nos próximos dias, não estabelece o valor e o universo abrangido pela contribuição, que serão definidos em diploma próprio, acrescenta.

No entanto, o Público sublinha que "não consta da lista de receitas a contribuição das entidades empregadoras, pelo que a ADSE continuará a ser alimentada exclusivamente pelo desconto de 3,5% exigido" aos funcionários e aposentados do Estado.

Em setembro, o ministro da Saúde, Adalberto Campos, anunciou que a ADSE ia passar a ser um instituto público de gestão participada, com participação dos beneficiários, com dupla tutela, dos ministérios da Saúde e das Finanças.

Na comissão parlamentar de Saúde, o ministro acrescentou que o Governo pretende que possa produzir efeitos a partir de janeiro de 2017.

A ADSE será um instituto público de gestão participada, o que permite preparar uma evolução, para uma eventual solução de maior autonomia, para uma associação mutualista de interesse público, acrescentou.

A ADSE passará a ter dupla tutela - da Saúde e das Finanças - e terá a representação de membros dos seus beneficiários. "Ao Estado cumpre garantir uma tutela administrativa", afirmou.

Campos Fernandes sublinhou que a ADSE deve ser autónoma, independente e autossustentada e que não deve haver contribuição do Estado para uma dupla cobertura (a acrescer à que é dada pelo pagamento dos beneficiários).

Especialista alerta
Metade dos doentes hospitalizados com mais de 65 anos sofre em algum momento de ‘delirium’, mas o problema raramente é...

Psiquiatra, Joaquim Cerejeira está na organização em Portugal de um congresso científico sobre ‘delirium’ que durante dois dias (quinta e sexta-feira, em Vilamoura) junta médicos, enfermeiros, psicólogos e investigadores de mais de 20 países europeus, américa do norte e Austrália.

Em declarações, o responsável explicou que é muito frequente que um idoso que seja internado com um problema como uma pneumonia ou uma infeção urinária (exemplos) desenvolva também sintomas psiquiátricos, como confusão e agitação.

“Aparentemente não haveria razões para uma infeção urinária causar alterações psiquiátricas. É isso que tentamos avaliar porque não há uma resposta ainda, de qual a influência que uma disfunção no corpo tem no cérebro”, disse.

O problema, adiantou, “passa despercebido ou não é diagnosticado”, até porque os médicos que seguem o doente são de especialidades diferentes, da doença primária que está a ser tratada.

“No entanto se ocorre um episódio de ‘delirium’, a doença que levou à hospitalização do doente pode complicar-se, pode aumentar o tempo de internamento, afetar irremediavelmente o doente, pelo que é preciso treino dos profissionais de saúde. No Reino Unido, por exemplo, já se avalia o estado mental do doente todos os dias”, defendeu o especialista.

Joaquim Cerejeira salientou que o problema não afeta apenas pessoas idosas, mas que “pode acontecer a qualquer pessoa em que a disfunção do corpo seja suficientemente grave para afetar o cérebro”.

E depois, acrescentou, os casos de ‘delirium’ são frequentes em lares de idosos mas raramente diagnosticados, desvalorizando-se a “confusão” das pessoas, que de repente não sabem que dia da semana é por exemplo, atribuindo isso “à idade”.

O trabalho que há a fazer, diz, é sensibilizar os profissionais que cuidam dos doentes, para que se descubra a causa do ‘delirium’, seja uma infeção ou um medicamento.

“A cura é identificar a doença que está por trás. No fundo o ‘delirium’ é o equivalente à febre”, no sentido de ser um aviso “de que algo não está bem”. “O problema é que a febre mede-se facilmente, o ‘delirium’ não”.

A questão, a forma de melhorar o reconhecimento precoce do ‘delirium’, as novas terapêuticas, serão debatidas nos dois dias de trabalhos, promovidos pela Associação Europeia de Delirium, organizada pela Cérebro e Mente - Associação para o Desenvolvimento em Investigação em Saúde Mental.

O psiquiatra diz que o envelhecimento da população leva a um acréscimo das taxas de ‘delirium’, especialmente associado à demência, que “atinge atualmente 7,3 milhões de pessoas na Europa, e cuja prevalência duplicará em 2040”.

O ‘delirium’ surge de modo súbito caracteriza-se por perturbação da atenção e da consciência. O doente pode ficar confuso e desorientado (temporal e espacialmente), não se conseguir concentrar, perder a memória ou não reconhecer pessoas, ficar agitado ou letárgico e ter distúrbios de comportamento e humor.

Hospital Pulido Valente
O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, vai ter 44 novas camas de cuidados continuados, um projeto em parceria com a Santa Casa...

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, reconhece que Lisboa e Vale do Tejo é a região mais carenciada na área dos cuidados continuados e espera chegar ao fim da legislatura com 80% das necessidades de camas já satisfeitas.

“As necessidades de Lisboa e Vale do Tejo estão estimadas em 2.300 camas. Com este passo apenas nos aproximamos das 1.400. É de facto uma zona muito carenciada, o que tem depois repercussão nos índices de procura dos hospitais e na demora média”, afirmou o ministro aos jornalistas no final da assinatura do protocolo entre o Centro Hospitalar de Lisboa Norte e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para a instalação da unidade de cuidados continuados.

Numa primeira fase, o Pulido Valente terá 44 camas de cuidados continuados, mas numa fase posterior pode chegar às 80, que integrarão a Rede Nacional dos Cuidados Continuados.

Também numa parceria com a Santa Casa, o antigo Hospital Militar da Estrela vai ter em funcionamento mais de 80 camas de cuidados continuados.

As obras para a instalação das novas camas de cuidados continuados no Pulido Valente vão ficar a cargo da Santa Casa e têm um custo estimado de 3,5 milhões de euros, segundo o provedor Pedro Santana Lopes, que adianta que esse investimento será depois contabilizado na redução da renda que deve ser paga ao Centro Hospitalar.

As camas de cuidados continuados serão uma das valência do Parque de Saúde Pulido Valente – o segundo parque de saúde de Lisboa -, que terá também duas novas unidades de saúde familiar, bem como mais consultas de especialidade e acréscimo de meios complementares de diagnóstico.

Estudo
O álcool é responsável por mais de 700 mil novos casos e 365 mil mortes causadas por cancro, a cada ano e em todo o mundo,...

De acordo com os dados apresentados no evento, que decorre em Paris, os novos casos de cancro (especialmente no esófago, colo-rectal, garganta, fígado e mama) surgem principalmente nos países desenvolvidos.

"Uma grande parte da população não sabe que o álcool pode provocar cancro", salientou o investigador canadiano Kevin Shield ao apresentar os dados preliminares do estudo do Centro Internacional de Investigação sobre o Cancro (CIRC/IARC), uma agência dependente da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O estudo, relativo a dados de 2012, indica que os cancros ligados ao álcool representam 5% dos novos casos e 4,5% de todas as mortes causadas por cancro a cada ano em todo o mundo.

A América do Norte, a Austrália e a Europa, em particular a Europa de Leste, são as regiões mais atingidas. Mas os países em rápido desenvolvimento, como a Índia ou a China, onde o consumo de álcool está a aumentar, poderão juntar-se ao grupo dentro de pouco tempo.

Como demonstram vários estudos, a preponderância de casos de cancro ligados ao álcool está estreitamente ligada ao nível de desenvolvimento de um país. O consumo acrescido de álcool que normalmente acompanha o desenvolvimento junta-se também a alterações do modo de vida, de alimentação ou tabagismo, que "multiplicam o risco", considerou o investigador canadiano em entrevista à agência France Presse.

Segundo o estudo, que deverá ser publicado no próximo ano numa revista científica, indica que o cancro do esófago é o mais frequente nos casos de morte associados ao álcool (representando 34% dos 365 mil casos de morte reportados em 2012), à frente do cancro colo-rectal (20% das mortes).

Já entre os 704 mil novos casos de cancro associado a álcool, um em cada quatro (27%) são de cancro da mama, entre as mulheres.

O mesmo investigador já tinha demonstrado num trabalho publicado em junho que mesmo um ligeiro consumo de álcool por dia (menos de dois copos de vinho ou 30 mililitros de bebidas espirituosas ao dia) pode aumentar o risco de cancro da mama de 5% a 10%.

Kevin Shield realçou que não existe um limite de risco [a não ultrapassar], e que "o risco aumenta de forma linear à medida que aumenta a dose ingerida".

Quanto aos mecanismos biológicos que causam os cancros associados a álcool, os investigadores não os conhecem ainda com exatidão. Entre estes poderá estar o etanol, um agente cancerígeno que pode atuar "de diversas maneiras", disse o perito canadiano. No caso do cancro da mama, o etanol pode modificar os níveis de estrogéneo, disse.

Ministro da Saúde reconhece
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, admitiu que não vai concretizar o objetivo de redução da procura de urgências...

“Parece certo que não vamos diminuir como queríamos. Apesar de uma muito maior oferta de médicos de família, há uma tipologia de procura [das urgências hospitalares], que tem de ser estudada, talvez aumentando a resolutividade dos cuidados de saúde primários, dando respostas na hora”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.

Na semana passada, o jornal Público noticiava que, nos primeiros oito meses deste ano, se fizeram 4,3 milhões de atendimentos nas urgências, mais 200 mil do que no período homólogo do ano passado. Um aumento de 4,8% que contraria a redução prevista de 3,7%, pelo Ministério da Saúde (menos 225 mil), até fim deste ano.

“Apesar de tudo, a boa notícia é que, até agosto, com mais 200 mil urgências registadas, o sistema respondeu sem nenhum tipo de rutura. Estamos surpreendidos e não estamos satisfeitos”, declarou o ministro da Saúde aos jornalistas, à margem da assinatura de um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Adalberto Campos Fernandes julga que há uma fração da procura das urgências hospitalares que não está dependente do aumento ou não de médicos de família, sendo antes uma procura para que o doente resolva mais depressa determinada necessidade.

Fisco esclarece
A Autoridade Tributária, num ofício publicado, esclareceu que o IVA cobrado pelos implantes dentários é sempre de 6%,...

Até agora, o Fisco cobrava aos distribuidores e médicos dentistas Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) de 6% em implantes dentários, pilares e coroas dentárias transacionados em conjunto, mas já aplicava a taxa normal de 23% quando as peças eram transacionadas separadamente.

Nos últimos anos, o tema foi objeto de várias contestações públicas da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), de fiscalistas, de deputados, que discordavam da posição da AT de taxar a 6% apenas as transmissões de próteses que se traduziam numa unidade única de implante (implante mais peças de ligação mais dentes), defendendo que a lei não estava a ser cumprida.

Na passada sexta-feira, o assunto foi esclarecido num Ofício Circulado assinado pela diretora-geral da AT, Helena Borges, e enviado aos vários serviços, no qual se descrevia a intenção de esclarecer “dúvidas sobre o enquadramento das transmissões de implantes e demais peças” de ligação ou fixação da prótese dentária.

“A transmissão de implantes e demais peças de ligação ou fixação de próteses dentárias, em qualquer fase do circuito comercial, incluindo a importação, está sujeita a IVA à taxa reduzida” de 6%, lê-se no ofício circulado, publicado an página de internet da AT.

A razão de aplicar a taxa reduzida (e não a normal) mesmo quando as peças dos implantes são transacionados em separado é, segundo Helena Borges, a de os implantes, pilares de fixação e coroas dentárias não poderem ter outra utilização que não a de integrarem a prótese dentária, estando assim “aptos a cumprir o fim de substituir um órgão do corpo humano ou parte deste”.

O anterior parecer vinculativo da AT sobre esta matéria data de 2011 e defendia que quando um implante não é todo colocado numa única intervenção, deveria ser cobrada a taxa máxima de IVA, uma interpretação da lei que era considerada inaceitável pela OMD.

Em 2014, uma decisão arbitral do Tribunal Administrativo de Círculo, baseada na diretiva do IVA e na jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), considerou que não existia qualquer obstáculo legal à aplicação da taxa reduzida a situações de transmissões de bens completos de implante, pois, o implante é constituído por três peças – coroa, implante e pilar – incindíveis e inutilizáveis, que no seu conjunto formam um implante, não podendo ser utilizadas separadamente.

O tribunal considerou ainda que o entendimento da AT implicava um tratamento discriminatório das diferentes próteses dentárias e ofendia o princípio da neutralidade.

Relatores da ONU consideram
Relatores do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas defenderam, de forma independente da organização, que negar o...

"O sofrimento mental que mulheres e meninas podem enfrentar quando desejam interromper uma gravidez, incluindo o contexto do Zika, mas não têm acesso legal ao serviço, pode ser grave e pode atingir o nível de tortura e/ou tratamento cruel, desumano ou degradante", lê-se num parecer citado no diário brasileiro O Globo de hoje.

Para os relatores, a situação é mais crítica em mulheres "particularmente vulneráveis, em função de sua idade, ?status' de deficiência, ou as circunstâncias de sua gravidez".

Os relatores explicaram, com base na jurisprudência internacional, que a tortura não acontece apenas para obter uma confissão ou punir alguém, mas que a discriminação também é um fator motivador e pode estar baseado em género.

A manifestação foi incluída num parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil e deverá integrar a ação apresentada pela Associação Nacional de Defensores Públicos, que pede o direito de aborto para mulheres infetadas com o vírus, segundo o jornal.

O documento dos relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) é o conteúdo principal do pedido do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Género (ANIS), que quer ingressar no processo para apoiar o STF, de acordo com O Globo.

"Esse parecer é extremamente importante ao apontar que, quando a agressão ocorre no cenário de discriminação a um grupo, género ou raça específica, por exemplo, pode ser considerada tortura", disse Sinara Gumieri, pesquisadora e advogada do ANIS, citada pelo jornal.

Em fevereiro, a ONU defendeu o direito à interrupção voluntária da gravidez em caso de Zika.

No âmbito da ação que tramita no STF, o procurador-geral de Brasil, Rodrigo Janot, defendeu, em setembro, o direito das mulheres a abortar caso tenham contraído o vírus e perante a possibilidade de os bebés nascerem com microcefalia.

No mesmo mês, o Senado brasileiro manifestou-se contra, com o presidente do Senado, Renan Calheiros, a considerar, através da Advocacia da câmara alta do Congresso, que os fetos com microcefalia "são geralmente viáveis, embora possuam uma malformação que lhes causará transtornos na sua vida".

A Advocacia-Geral da União (AGU), que defende o Governo, também se mostrou contra o aborto nestas situações.

O Governo brasileiro declarou, em novembro, emergência sanitária nacional devido à rápida propagação do vírus no país, em particular pela relação direta e comprovada entre as mulheres que contraem o vírus nos primeiros meses de gravidez e os casos de microcefalia.

A microcefalia é uma malformação em que os bebés nascem com a cabeça menor do que o normal.

Estudo
O uso de métodos contracetivos modernos nos quatro países lusófonos mais pobres (Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste...

O estudo, realizado pela Family Planning 2020, iniciativa que envolve 36 países empenhados no apoio a programas de planeamento familiar, analisou o progresso no acesso e uso de métodos modernos de contraceção nos 69 países mais pobres do planeta.

Dos quatro países lusófonos incluídos, a Guiné Bissau e Timor-Leste são os que registam menor uso de métodos contracetivos, respetivamente 15,6 e 17,2 por cento das mulheres, cerca de metade do valor em Moçambique (30,6%) e São Tomé e Príncipe (31,5%).

Os países são divididos em quatro grupos, relativamente ao nível de uso, sendo que a Guiné-Bissau, Timor-Leste e Moçambique se encontram nos do grupo de países "a entrada num período onde poderá ocorrer rápido crescimento" de uso.

São Tomé e Príncipe está entre os países "no período onde o crescimento mais rápido normalmente ocorre".

Na Guiné-Bissau o estudo estima que haja 70 mil mulheres a usar métodos contracetivos (apenas 40% das que os procuram), que já evitaram 16 mil gravidezes indesejadas, cinco mil abortos de risco e a morte de 70 mulheres.

Em Timor-Leste há cerca de 40 mil utilizadoras (49,7% das que procuram), tendo sido evitadas 12 mil gravidezes, 4 mil abortos de risco e 10 mortes maternas.

Em STP há 10 mil utilizadoras (52,6% das que procuram), tendo sido evitadas 3.000 gravidezes, 800 abortos de risco e cinco mortes maternas, enquanto em Moçambique há 1,82 milhões de utilizadoras (51% das que procuram) e se podem ter evitado 490 mil gravidezes indesejadas, 146 mil abortos de risco e mil mortes maternas.

Em STP a pílula é o mais usado (39,6%), seguindo-se injeção (31%) e preservativo, enquanto na Guiné Bissau o IUD é o mais usado (24,1%), seguindo-se implantes (22,8%), o método LAM (lactação e amenorreia), usado por 16,6%, e preservativos (11,7%).

Em Timor-Leste, onde pressões religiosas travam muitos dos métodos, o mais usado é o da injeção (75%), a pílula (7,8%), o IUD (6,3%), e a esterilização e implantes (3,9% cada), com apenas 0,8% a usarem preservativo.

No caso de Moçambique o estudo indica que os métodos mais usados são a pílula e a injeção (35,5% cada) e o preservativo (24.8%).

Family Planning 2020 nasceu da cimeira sobre planeamento familiar de 2012 em Londres em que mais de 20 governos se comprometeram a lidar com políticas, financiamento, distribuição e barreiras culturais que impedem mulheres de ter acesso a métodos contracetivos modernos.

O grupo de apoiantes da iniciativa, que cresceu para 36 países, inclui ainda a Bill & Melinda Gates Foundation, o Department for International Development do Reino Unido, o Fundo de População das Nações Unidas e a USAID.

Os países empenhados neste programa contribuíram mais de 2,6 mil milhões de dólares em apoio financeiro bilateral para programas de planeamento familiar.

No estudo indica-se que nos 69 países mais pobres do planeta, incluindo alguns dos menos desenvolvidos, mais de 300 milhões de mulheres usaram este ano métodos contracetivos modernos.

Um "marco" que "demorou décadas aos setores de saúde e desenvolvimento a alcançar" e que permitiu, só este ano evitar quase 124 mil mortes maternas (mais 19 mil que em 2015), 26 milhões de abortos inseguros (mais 2,5 milhões), e 82 milhões de gravidezes indesejadas (mais oito milhões).

Apesar do aumento - hoje há mais 30 milhões de mulheres que em 2012, nestes 69 países com acesso a métodos modernos de contraceção - o relatório nota que ainda é necessário mais esforço internacional para chegar à meta de 120 milhões até 2020.

A nível regional, pela primeira vez mais de 30% das mulheres nos países do leste e sul de África utilizaram métodos contracetivos, tendo na África Ocidental o uso aumentado em mais de um milhão de mulheres entre 2011 e 2015.

Beth Schlachter, diretora executiva da FP2020, sublinhou que apesar de ainda não ter sido possível chegar a todas as mulheres que querem ou precisam de contraceção, é hoje possível "ter informação mais detalhada sobre cada país" e perceber melhor como atuar.

Em particular, sublinha-se no estudo, continua a faltar financiamento para programas de planeamento familiar, material incluindo preservativos e suficientes e adequados métodos de distribuição.

"Com renovado empenho temos a oportunidade e a obrigação de chegar aos locais onde é mais difícil chegar, incluindo os jovens, os mais pobres, os mais marginalizados e mais vulneráveis, garantindo que todos os programas e políticas se baseiam no principio de apoio, acesso, disponibilidade e qualidade de assistência", disse Schlachter.

Esquadrão Pneumonia adverte
Todos os dias são internadas 81 pessoas com Pneumonia. 16 acabam por morrer. Ou seja, a cada hora e meia, morre uma pessoa...

Conscientes do papel fundamental da prevenção, o Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Fundação Portuguesa do Pulmão, a Associação Respira e a Sociedade Portuguesa de Pneumologia organizaram uma ação de sensibilização para a Pneumonia e para os problemas com ela relacionados. Chama-se Esquadrão Pneumonia e, pelo quarto ano consecutivo, vai percorrer o País no combate contra a doença.

A campanha “Esquadrão Pneumonia” chega amanhã às ruas. Entre as 10.00 e as 18.00, o Esquadrão vai estar na Praça da Figueira, em Lisboa, com o objetivo de sensibilizar a população para a Pneumonia e para os problemas com ela relacionados.

Depois de Lisboa, a ação prolongar-se-á por mais de uma semana, ao longo da qual passará por Évora, Leiria e Aveiro, terminando no Porto no dia 12, data em que se comemora o Dia Mundial da Pneumonia.

O apelo à prevenção é grande mensagem deste Esquadrão, que estará presente em algumas das mais emblemáticas praças do País com uma equipa de profissionais de saúde que vão realizar testes de espirometria e transmitir informação sobre a doença, explicar as principais formas de prevenção e esclarecer outras dúvidas.

A campanha Esquadrão Pneumonia dirige-se a toda a população, sobretudo, aos adultos a partir dos 50 anos. O seu principal objetivo é alertar a sociedade civil, a par da comunidade científica, para a importância de prevenir a doença. Com o Esquadrão Pneumonia, pretende-se impactar as pessoas na rua, dar-lhes a oportunidade de testarem a sua capacidade respiratória e de se aconselharem com profissionais de saúde qualificados.

São registados casos de Pneumonia ao longo de todo o ano mas é nesta época que se registam o maior número de casos. A vacinação antipneumocócica é a forma mais eficaz de se proteger e prevenir a Pneumonia.

Crianças e adultos a partir dos 65 anos, pessoas que, a partir dos 18 anos, sofram de co-morbilidades como Diabetes, Doença Cardíaca Crónica, Asma ou DPOC, fazem parte dos grupos de risco e por isso estão particularmente aconselhadas a fazer a prevenção.

Calendário Esquadrão Pneumonia
03 de novembro – Lisboa | Praça da Figueira | 10.00 – 18.00
05 de novembro – Évora | Praça 1º de Maio | 10.00 – 18.00
08 de novembro – Leiria | Praça Rodrigues Lobo | 10.00 – 18.00
10 de novembro – Aveiro | Praça do Mercado| 10.00 – 18.00
12 de novembro – Porto | Praça dos Leões | 10.00 – 18.00

Os adultos também devem vacinar-se
A imunização na idade adulta é uma das preocupações das entidades promotoras do Esquadrão Pneumonia, que apelam à vacinação antipneumocócica numa faixa etária em que a doença pneumocócica se manifesta, sobretudo, sob a forma de Pneumonia.

O pneumococo é um dos agentes microbianos mais vezes identificados como causa de pneumonia. Sintomas como febre, tosse, expetoração, dificuldade respiratória, podem estar associados a pneumonia pelo, que quando presentes, devem ser convenientemente avaliados por um médico. A vacinação  antipneumocócica é uma das armas que atualmente possuímos. Dirigida contra o pneumococo é a forma de minimizar esta doença que afeta, sobretudo, crianças e adultos a partir dos 65 anos e pela sua fragilidade, pessoas acima dos 50 anos que sofram de co-morbilidades como Diabetes, Doença Cardíaca Crónica, Asma ou DPOC, também devem ter especial atenção à prevenção.

De 18 em 18 minutos, há um internamento por Pneumonia. A cada 90, morre uma dessas pessoas. O conhecimento dos sintomas da doença e o recurso atempado aos cuidados médicos, a vacinação anti-gripal, bem como, a vacinação anti-pneumocócica poderão melhorar significativamente esta situação.

Para além da Pneumonia, a vacinação antipneumocócica previne formas graves da infeção por pneumococos como a Meningite e a Septicémia, e outras menos graves como a Otite Média Aguda e a Sinusite.

O pneumococo é o responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.

Em Portugal, custa uma média de 80 milhões de euros por ano, o que significa que, por dia, se gastam 218 mil euros apenas com tratamento e internamento. Custos indiretos, como o absentismo laboral, não estão contemplados nestes cálculos.*

*Custos Diretos dos Internamentos hospitalares de adultos com diagnóstico principal de Pneumonia Adquirida na Comunidade em Portugal Continental no período entre 2000 e 2009 (data em submissão): Froes F, Diniz A, Serrado M, Nunes B. Hospital admissions of adults with community acquired pneumonia in Portugal between 2000 and 2009. Eur Respir Journal 2013

‘Comédia por uma causa séria’
Noite de casa cheia permite doar mais 11.000 euros naquela que foi a sétima edição da iniciativa que tem como missão...

Sétima edição contou com a presença do apresentador Jorge Gabriel, embaixador da iniciativa, e as atuações de Pedro Tochas e Mário Daniel

Sala completamente cheia foi o resultado da adesão do público a mais uma edição do ‘Comédia por uma Causa Séria’. Após esgotar os bilhetes em apenas um dia, no passado dia 31 de outubro, o teatro Tivoli BBVA encheu-se de humor, magia e espírito solidário com um espetáculo que, pela forte adesão do público, possibilitou à Pfizer Oncology fazer um donativo de 11.000 euros à Liga Portuguesa Contra o Cancro, acumulando assim uma quantia superior a 100.000 euros doados desde 2010, ano em que foi criada a iniciativa solidária. Pedro Tochas e Mário Daniel atuaram num palco partilhado com o agora embaixador ‘Comédia por uma Causa Séria’ Jorge Gabriel.

O ‘Comédia por uma Causa Séria’ é um projeto pioneiro da Pfizer Oncology, que viu no humor uma forma de envolver a sociedade civil, sensibilizando-a a contribuir para esta causa. Desde 2010 que o seu propósito é alertar e sensibilizar a opinião pública para as doenças oncológicas em todas as suas formas, continuando a reforçar a importância dos comportamentos preventivos e do diagnóstico precoce. Através de um evento gratuito aberto ao público, por cada presença, a Pfizer Oncology volta a oferecer um donativo no valor de 10 euros à Liga Portuguesa contra o Cancro, entidade que muito tem contribuído para o esclarecimento e apoio aos doentes oncológicos e familiares em Portugal.

Vitor Veloso, Presidente da Direção Nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro destaca: “O Comédia por uma Causa Séria é uma iniciativa de grande importância para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Desde 2010 que nos ajuda não só a apelar à mobilização voluntária da sociedade civil, mas também a promover a consciencialização da opinião pública. Com estas doações, a Pfizer Oncology presta um apoio incondicional na concretização daquela que é a nossa missão: o apoio ao doente oncológico e sua família, a educação para a saúde através da prevenção primária, a prevenção secundária e ainda o apoio e formação à investigação na área da oncologia”.

O ‘Comédia por uma Causa Séria’ é uma iniciativa da Pfizer Oncology apoiada pela Associação Portuguesa de Urologia, Grupo Português Génito-Urinário, Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão, Grupo de Investigação do Cancro Digestivo, Grupo de Estudos de Tumores Neuroendócrinos, Intergrupo Português do Melanoma, Sociedade Portuguesa de Senologia e a Sociedade Portuguesa de Oncologia.

De salientar que por esta iniciativa já passaram nomes como: ‘Comédia a La Carte’, Aldo Lima, Nilton, Bruno Nogueira, Salvador Martinha, ‘The Boy with tape on his face’, Marco Horácio, Eduardo Madeira, Luís Franco Bastos e Luís Filipe Borges.

Apenas 50% dos doentes chega à idade adulta
Sensibilizar para a doença, para as incapacidades e problemas associados e incentivar os portugueses a valorizarem os pequenos...

Em Portugal estão registadas cerca de 370 pessoas com fibrose quística, uma doença crónica, hereditária, rara e ainda incurável, sendo a maioria crianças. De referir que apenas 50% destes doentes chega à idade adulta.

A fibrose quística é uma doença incapacitante, com um grande impacto no dia-a-dia dos doentes e familiares que deixam de poder fazer coisas tão simples como ir ao cinema, ao centro comercial, festas de aniversário e por vezes até ir à escola. Além das horas diárias despendidas em tratamentos e medicação, um simples contacto com uma pessoa com gripe pode resultar num internamento hospitalar prolongado.

Assim, a campanha #happynewdays pretende despertar consciências e apelar ao envolvimento dos portugueses em torno da fibrose quística de forma positiva e emocional com a celebração de cada momento como se fosse o último de felicidade. Esse momento será partilhado pelas pessoas com fibrose quística, seus familiares e por todos os portugueses num movimento colaborativo e celebrativo onde cada um partilha simbolicamente o seu momento/dia feliz em homenagem a quem luta todos os dias contra esta patologia.

A campanha é lançada hoje, 2 de novembro, com a divulgação de um filme emotivo protagonizado por uma criança com fibrose quística e respetiva família. Este marco inicial vai apelar à partilha de fotografias ou vídeos de dias felizes divulgados através da hashtag  #happynewdays nas redes sociais. A página de facebook da campanha terá ainda informação sobre a doença, notícias e eventos, além de agregar todos os #happynewdays deste movimento colaborativo.

A fibrose quística é causada pela ausência ou defeito de uma proteína denominada regulador de condutância transmembranar da fibrose quística (CFTR) resultado de mutações no gene CFTR. As crianças têm que herdar dois genes CFTR defeituosos - um de cada progenitor - para desenvolverem a FQ. Existem aproximadamente 2.000 mutações conhecidas do gene CFTR. Algumas destas mutações, as quais podem ser determinadas utilizando um teste genético ou de genotipagem, conduzem à FQ pela criação de proteínas CFTR não funcionais ou em quantidades demasiado pequenas na membrana das células. A deficiente função ou a ausência de proteínas CFTR em pessoas com FQ resulta numa alteração do movimento das trocas de água e sal das células epiteliais de alguns órgãos. No caso dos pulmões, este facto leva à acumulação de um muco anormalmente espesso e pegajoso que pode provocar infeções crónicas nos pulmões com danos progressivos que comprometem a função pulmonar.

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