Atualização da tabela
Tabela atual tem 18 anos. A nova, se for aprovada, implica um aumento médio de 12% do valor a cargo dos beneficiários.

A ADSE quer aumentar a tabela de preços dos tratamento de medicina dentária e propõe uma revisão que se traduzirá num acréscimo médio de 12% do valor pago pelos beneficiários. A proposta vai agora ser sujeita à apreciação dos sindicatos que, numa primeira análise, não só contestam o acréscimo dos encargos como do espaçamento de tempo possível entre tratamentos.

Na origem desta mudança está a desatualização da tabela atualmente em vigor (com cerca de 18 anos) em termos de preços e de nomenclatura e que, segundo o diretor-geral da ADSE, tem dificultado a manutenção das convenções existentes. "Em algumas áreas - como a tabela da prótese dentária - os preços praticados estão efetivamente abaixo do preço de custo e a ADSE com a atual tabela não consegue manter as poucas convenções existentes", precisou Carlos Liberato Baptista ao Diário de Notícias /Dinheiro Vivo, acrescentando que a proposta resulta de um trabalho realizado entre a ADSE e a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD).

A proposta, a que o Diário de Notícias /Dinheiro Vivo teve acesso, não altera as percentagens de comparticipação dos beneficiários - que se mantêm na casa dos 20% -, mas revê em alta a generalidade dos preços de cada ato. A colocação de uma prótese de resina acrílica com dois dentes, por exemplo, que atualmente custa ao beneficiário 14,91 euros, irá passar a custar 22,5 euros. Nas próteses de cobalto a subida é de 29,83 euros, para 34,85 euros.

Em média, e segundo precisou ao Diário de Notícias /Dinheiro Vivo o diretor--geral da ADSE, o acréscimo da comparticipação a cargo dos beneficiários rondará os 12%. Já para a ADSE esta revisão das tabelas de preços traduzir-se-á "num esforço adicional que se estima na ordem dos 10% anuais". Porque aumentando o valor de cada ato também o subsistema de saúde terá de pagar mais para manter a sua comparticipação de 80%.

No ofício que seguiu para os sindicatos é referido que, tendo a nova tabela de medicina dentária "tido o despacho favorável" do secretário de Estado da Saúde, datado de 17 de outubro, "importa agora" que "a mesma seja aceite pelas estruturas representativa dos trabalhadores da administração pública" para que a ADSE possa ficar habilitada a adotá-la. Ao Diário de Notícias /Dinheiro Vivo, Carlos Liberato Baptista disse que a tabela "necessita do acordo dos sindicatos da administração pública para poder entrar em vigor", sendo por isso um "documento de trabalho" até "obter o eventual acordo dos sindicatos".

O documento prevê ainda uma harmonização entre o regime livre e o convencionado. Propõe-se que os beneficiários que usem um privado recebam o mesmo valor que é pedido a quem usa o convencionado. Atualmente, no regime livre é paga uma percentagem do tratamento ou prótese até um determinado valor-limite.

A proposta alarga o número de tratamentos e de próteses comparticipadas pela ADSE mas limita o espaçamento entre cada um. Exemplificando: atualmente é possível a um beneficiário colocar duas próteses em cada três anos, mas o que se pretende é que daqui em diante haja uma limitação para um máximo de dois tratamentos em cada seis anos.

Os representantes dos trabalhadores vão agora ter de se pronunciar sobre uma proposta que lhes merece já algumas reservas. "Vamos pagar mais e não faz sentido que peçam aos beneficiários da ADSE um aumento desta natureza numa altura em que, além do subsídio de almoço, não se prevê mais nenhum aumento de remuneração na função pública", referiu José Abraão, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap).

O momento para esta revisão de tabelas é ainda mais desajustado, acentua o mesmo sindicalista, tendo em conta que está ainda em discussão o novo modelo de gestão da ADSE que aponta para a sua transformação num instituto público. Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), sublinha, por seu lado, que a proposta é de "um enorme mau gosto", na medida em que lhes chega já com um despacho favorável da tutela e quando decorre o processo de negociação anual entre os sindicatos e o governo.

"Consideramos que esta é uma matéria de negociação geral anual e que esta não é a forma de fazer as coisas", afirma a dirigente sindical, defendendo que esta revisão da tabela de preços deveria ter sido primeiro negociada.

Helena Rodrigues ressalva ainda que, em média, os tratamentos dentários mais caros sofrem um aumento mais reduzido do que os mais baratos. É por isso que há tratamentos que aumentam mais de 30%, mas que a média aponta para os referidos 12%.

SNS
Despacho com tempos máximos vai estar concluído no final do ano. Bastonário afirma que é preciso mais investimento no SNS.

Até ao final do ano o Ministério da Saúde vai ter o despacho que estabelece os tempos máximos de resposta garantidos para a realização de exames, entre os quais as ressonâncias magnéticas (RM), concluído. Por isso, os contratos programa que serão assinados com os hospitais para 2017 vão incluir penalizações às unidades que não cumpram os tempos de espera que vierem a ser criados.

Atualmente existem doentes seguidos nas consultas externas dos hospitais a esperar mais de um ano por uma RM. É no Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC), que inclui S. José - só três dos cinco maiores centros hospitalares questionados responderam -, que os tempos de espera são maiores para casos considerados não urgentes: 16 meses para RM feitas pela neurorradiologia (quatro para os exames feitos pela radiologia). No Centro Hospitalar do Porto a espera pode chegar até aos seis meses e no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra aos quatro meses.

Ao Diário de Notícias, o ministério adiantou que "o despacho que vai definir os tempos máximos de resposta garantidos para a realização de exames vai estar concluído até ao final do ano" e que "nos contratos programa para 2017 estarão previstas penalizações para os hospitais que violem os tempos máximos de resposta garantidos que venham a ser estabelecidos". O ministério prepara a criação de incentivos para a realização de mais exames e "nos próximos meses será feita a alteração da portaria do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) para que inclua estas áreas". Este mecanismo tem permitido pagar aos hospitais por produção adicional. Os Centros de Responsabilidade Integrada, previstos para janeiro, "terão de incluir centros integrados de diagnóstico e terapêutica, o que irá permitir um reforço na prestação deste tipo de cuidados".

Entre as causas apontadas para as dificuldades de resposta estão a crescente procura por RM, a falta de recursos humanos no SNS e equipamento obsoleto. Em resposta enviada ao Diário de Notícias, o CHLC acrescentou que "está em processo de substituição do equipamento de ressonância magnética mais antigo". Sobre a renovação de equipamento, o ministério diz que os hospitais "identificam as suas necessidades de investimento, as quais são avaliadas e ponderadas de acordo com a sua necessidade".

As RM não são comparticipadas e no privado o exame custa mais de 300 euros. Quanto à não comparticipação, o ministério explica que as RM "são prescritas no âmbito das especialidades hospitalares e nessa perspetiva são asseguradas pelos hospitais, através de meios próprios ou recorrendo à subcontratação casuística a terceiros".

O bastonário dos Médicos, José Manuel Silva, afirma que "a cada ano que passa a situação do SNS agrava-se". "O hospital de Beja espera desde 2004 por uma RM e o aparelho de TAC avaria recorrentemente. Beja já foi uma referencia em radiologia, hoje nem internos pode ter porque não têm aparelhos para fazer formação e exames. O Estado em vez de investir nos serviços contratualiza com o privado. É um ciclo vicioso que só acaba com a contratação de mais pessoal e equipamento. O SIGIC ajudará, mas sozinho não resolve. É preciso atualizar os equipamentos", salienta.

Armando Santos, presidente da Associação Nacional de Unidades de Diagnóstico pela Imagem, defende que "a solução para o problema das RM está em criar mecanismos de convencionados. Nesta rede não existem listas de espera para a generalidade dos exames. Na RM o SNS nunca usou a capacidade do sistema nacional de saúde. Hoje em dia a ADSE paga por este exame aos convencionados 150 euros (30 são pagos pelos utentes). Estou convencido que se os prestadores fazem este valor para a ADSE também poderiam fazê-lo para o SNS".

Segundo a Carta de Equipamentos Médicos Pesados de 2013 (são os dados mais recentes), o SNS tinha a funcionar nessa altura 30 equipamentos de RM, cujo tempo de vida útil é de 8 a 10 anos: 40% tinham seis ou mais anos. O número de RM por um milhão de habitantes era muito inferior ao rácio de referência. O grupo de trabalho concluía que todas as regiões "possuem larga margem para instalação de mais equipamentos".

Vitrificação dos óvulos
Em três anos, 89 mulheres “congelaram” a esperança de ser mãe.

O Estado financia a criopreservação de ovócitos nos casos em que a sobrevivência das células reprodutoras é posta em risco por razões de saúde, nomeadamente do foro oncológico. O médico Alberto Barros sustenta que, no plano dos princípios, o Estado não devia permitir que as pessoas fiquem dependentes da sua capacidade económica para recorrerem a esta técnica. Sendo os recursos limitados, porém, “é compreensível que a prioridade seja o tratamento das pessoas inférteis”.

Por outro lado, escreve o jornal Público, o especialista nota que é importante garantir que as pessoas não encontrem na vitrificação dos óvulos “um fator artificial de descanso e de tranquilização”. “É uma técnica importante mas que não deve ser banalizada, isto é, as mulheres não devem adiar desnecessariamente o seu projeto procriativo, porque, mesmo que congelem 10 ou 15 ovócitos, alguns degeneram na altura da descongelação. E aí a mulher pode não ter a possibilidade de tentar de novo porque a sua idade já não permite”.

Por temer que a criopreservação de ovócitos degenerasse na propagação de “mensagens demagógicas e perigosas”, capazes de levar as mulheres a adiar “tranquila mas perigosamente” a concretização de uma gravidez, o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, de que Alberto Barros é membro, recomendou em 2012 (antes de empresas como o Facebook e a Apple se terem predisposto a pagar a congelação de ovócitos às suas funcionárias) que os centros de PMA fornecessem aos potenciais interessados um “esclarecimento rigoroso e cabal" acerca dos limites da técnica.

Contribuição extraordinária iria render 35 milhões de euros em 2017
Era anunciada como uma das principais medidas com impacto orçamental para a descida da despesa no sector da saúde no próximo...

Confrontado com a omissão da medida, o gabinete do ministro da Saúde afirmou ao jornal Público que esta contribuição extraordinária afinal não vai avançar, sem adiantar quaisquer explicações ou detalhes.

Tratava-se da contribuição extraordinária das empresas que comercializam dispositivos médicos, à semelhança do que já acontece com o sector dos medicamentos – a indústria farmacêutica paga a chamada clawback, uma tributação sobre o volume das vendas imposta em 2015 pelo Governo PSD/CDS.

Representando uma despesa de cerca de 700 milhões de euros por ano, a área dos dispositivos médicos é muito vasta, incluindo produtos que vão desde simples seringas e pensos, pacemakers e próteses, até equipamentos pesados como o da tomografia axial computorizada (TAC) e o da ressonância magnética.

O alargamento da contribuição extraordinária às empresas de dispositivos médicos era a medida mais rentável, no conjunto das principais medidas com impacto orçamental adotadas no “âmbito do exercício de revisão da despesa” no sector da saúde, segundo o relatório de Orçamento do Estado (OE) apresentado no dia 14 de Outubro ao Parlamento.

Entre outras medidas figuravam a revisão do sistema dos preços de referência dos medicamentos (que serve para definir o valor de venda dos fármacos) e a reavaliação das condições de manutenção das comparticipações estatais (percebendo, por exemplo, se há alternativas aos medicamentos mais caros no mercado).

Neste capítulo constava ainda a desmaterialização do circuito da prescrição e dispensa em farmácia de ambulatório hospitalar e dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica. Com o combate à fraude no sector, o Governo espera obter uma poupança de 10 milhões de euros. No total, era esperado um encaixe de 134,3 milhões de euros, mas, agora, deverá ficar abaixo dos 100 milhões.

O jornal Público tentou obter uma reacção da Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (Apormed), sem sucesso. No site mda Apormed adianta-se que a dívida dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) às empresas do sector atingiu um pico em Setembro passado, totalizando 350 milhões de euros, dos quais 160 milhões eram dívida vencida (a mais de 90 dias).

Estudo
Uma das principais causas de morte no mundo todo, a tuberculose, deve o seu "êxito" a dois fatores: a distribuição...

Assim revela um grande estudo internacional publicado pela "Nature Genetics". Só em 2015, a tuberculose matou 1,8 milhões de pessoas e infetou outros 10,4 milhões, segundo o relatório global da doença da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo analisa os diferentes tipos de tuberculose, classifica-os em linhagens (ou famílias) e descreve o mecanismo molecular que faz com que algumas estirpes se tenham espalhado pelo mundo e outras sejam raridades locais, escreve o Sapo, uma informação que permitirá desenvolver o diagnóstico e elaborar tratamentos específicos.

"O nosso objetivo era entender se há genótipos de tuberculose mais bem-sucedidos na transmissão, identificar quais são e entender que mecanismos moleculares permitem que a doença se propague", diz o cienstista Iñaki Comas, do Instituto de Biomedicina de Valência (IBV-CSIC).

Os cientistas já sabiam que a bactéria da tuberculose se dividia em sete grandes linhagens, algumas muito específicas e de regiões concretas e outras, as "generalistas", amplamente distribuídas pelo mundo.

Dos sete tipos, os investigadores queriam estudar a número 4 - a mais propagado - para saber o "que tinha de especial", diz Comas, citado pela agência de notícias EFE.

"Este grupo genético bem-sucedido teve origem na Europa e com a colonização europeia chegou aos diferentes continentes. Mas não só se dispersou, também se manteve em todos esses locais. Hoje em dia, é o vírus mais bem-sucedido", completou.

Médicos intrigados
Voltou a acontecer no Estados Unidos. Um norte-americano de 50 anos sofreu uma hepatite aguda provocada pelo consumo excessivo...

Este é o segundo caso de intoxicação do fígado por energéticos descoberto por médicos norte-americanos, depois de um outro caso identificado em 2011.

O paciente, um trabalhador da construção, passou a consumir bebidas energéticas em grandes quantidades - de uma marca não revelada - para poder "aguentar" o serviço.

Durante três semanas, bebeu entre quatro e cinco garrafas de energético por dia e cada uma tinha o dobro do limite máximo diário recomendado de vitamina B3 (niacina).

"A hepatite foi provocada provavelmente por um consumo excessivo de bebidas energéticas e, em particular, de vitamina B3", apontam os autores do artigo, membros do Colégio de Medicina da Universidade da Florida.

Quando o paciente se apresentou na emergência, já estava há duas semanas com dores de estômago e vómitos, com icterícia e urina escura, escreve o Sapo.

As análises revelaram uma elevada concentração de enzimas chamadas transaminases, sinal de que o fígado está afetado. Uma biópsia mostrou que o homem sofria de uma hepatite aguda severa, com necrose e redução da secreção biliar.

O paciente tinha o vírus da hepatite C (HCV), mas esta não foi a causa da hepatite aguda, disse à agência France Presse Jennifer Nicole Harb, uma das autoras do artigo.

Nos Estados Unidos, cerca da metade dos casos de insuficiência hepática aguda é provocada por medicamentos, plantas medicinais ou suplementos alimentícios, segundo os autores do artigo.

Consumo de antibióticos diminuiu cerca de 4% na região centro do país
Durante um estudo feito por investigadores de várias universidades de Portugal e Espanha, os cientistas conseguiram fazer com...

O trabalho decorreu ao longo de 3 anos e teve uma componente educativa e de sensibilização junto de médicos e farmacêuticos.

Os investigadores começaram por fazer inquéritos a cerca de 2500 médicos e farmacêuticos.

Avaliado o grau de conhecimento destes profissionais sobre a prescrição e dispensa de antibióticos, concluiu-se  que muitos receitavam antibióticos indevidamente e foi aí que avançaram as ações de sensibilização, escreve a TSF.

Uma intervenção educativa, assente em dados científicos diz a coordenadora do estudo Maria Teresa Herdeiro. Um ano depois desta intervenção, o consumo de antibióticos caiu 3,7% e o estudo permitiu concluir que médicos e farmacêuticos por vezes são complacentes com o doente.

A Organização Mundial de Saúde diz que o aumento da resistência aos antibióticos pode tornar mais difícil o tratamento de casos simples.

E, para combater o que chamam de problema de saúde publica os investigadores portugueses defendem que médicos devem ter mais informação e os doentes mais literacia.

O próximo objetivo da equipa é criar uma aplicação móvel com algoritmos de apoio à decisão médica e informação útil para os doentes.

O projeto venceu o Prémio Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa em Epidemiologia Clínica, no valor de 20 mil euros. O premio é entregue esta 5ª feira.

Estudo
O vírus Zika pode afetar a fertilidade masculina, indica um estudo publicado na revista científica Nature.

O estudo, realizado por investigadores dos Estados Unidos, revela que ratos machos foram infetados com o vírus apresentaram, ao fim de duas semanas, danos na estrutura interna dos testículos, incluindo baixos níveis hormonais e perda de tecido.

Os investigadores referem, no entanto, no artigo publicado na Nature, que são necessários estudos de longo prazo para saber se se confirma ou não a possibilidade de haver correspondência entre os danos causados pelo Zika nos ratos e problemas que poderiam afetar os serem humanos.

A maioria dos estudos sobre as sequelas da infeção com o Zika concentra-se nos efeitos em mulheres grávidas e fetos, mas investigadores já concluíram que o vírus permanece no sémen dos homens meses após a infeção.

Relatório revela
O cancro poderá matar 5,5 milhões de mulheres em cada ano até 2030, ou seja perto de 60 por cento mais em relação a 2012, de...

Esforços redobrados na educação e prevenção são necessários para travar este flagelo crescente que matou 3,5 milhões de mulheres em 2012 (de mais de oito milhões de mortes no total), sobretudo em países em desenvolvimento, segundo o Relatório da Sociedade Americana de Cancro divulgado durante o Congresso Mudial do Cancro, a decorrer em Paris até quinta-feira.

O peso do cancro aumenta em países com baixo e médio rendimento devido ao envelhecimento e ao crescimento da população", indicou Sally Cowal, da Sociedade Americana de Cancro que compilou o relatório com o apoio de um laboratório farmacêutico alemão.

O aumento de incidência de cancro também é atribuído ao "aumento da prevalência de fatores de risco de cancro associados à inatividade física, má alimentação, obesidade e fatores reprodutivos". Neste último caso estão as gravidezes tardias nas mulheres que poderão constituir um fator de risco para o cancro da mama.

Convento de São Francisco acolhe
Patente, até 20 de novembro, no novo espaço cultural e de espetáculos da cidade, a mostra pode ser visitada, todos os dias da...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organizou, com a curadoria de Cristina Nogueira (CulturAge), a exposição “135 anos de Ensino de Enfermagem em Coimbra”, que pode ser visitada, até ao próximo dia 20 de novembro, no Centro de Convenções do Convento de São Francisco, em Coimbra.

Através desta exposição, a ESEnfC pretende dar a conhecer a história e o desenvolvimento do ensino da Enfermagem registado ao longo dos anos, além do consequente impacto no aperfeiçoamento dos cuidados prestados aos utentes dos serviços de saúde.

Nesta mostra retrospetiva, o visitante pode dar-se conta da evolução das instalações, dos meios ao dispor do ensino e da profissão, da articulação com os estabelecimentos de saúde, da atividade científica e de investigação, dos serviços de extensão à comunidade, das cerimónias académicas e estudantis, das transformações políticas, sociais e legislativas que condicionaram o futuro da ESEnfC, das mudanças nos planos de estudos, das exigências e desafios progressivos aos professores e à sua formação.

Painéis informativos com pequenos textos, objetos ligados à profissão, documentos e fotografias pretendem levar o público visitante a conhecer o passado e o presente da Enfermagem e da ESEnfC.

“Olhar para os 135 anos de história do ensino da Enfermagem em Coimbra permite-nos fundamentar a convicção de que podemos ser parte, ou mesmo motor de um futuro melhor para a saúde e bem-estar das pessoas. Mais e melhor Enfermagem pode fazer a diferença num futuro que será, com certeza, desafiante em todos os domínios da vida, particularmente a nível ambiental, social e da saúde”, afirma a Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento.

Esta exposição encerra o programa comemorativo "10 anos pós-fusão, 135 anos em (trans)formação", iniciado em março deste ano e através do qual a ESEnfC pretendeu assinalar, além de uma década de união das escolas superiores de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto, uma história maior, que remonta a 1881, ano da criação da Escola de Enfermeiros de Coimbra, fundada por Augusto da Costa Simões, médico e administrador dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

 

As comemorações dos 135 anos de história da ESEnfC no Centro de Convenções do Convento de São Francisco contam com a parceria da Câmara Municipal de Coimbra.

Orçamento de 2016/2017
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, advertiu que o orçamento da organização não pode ser completamente financiado sem novas...

Chan apontou “importantes défices” para o orçamento de 2016/2017, ao discursar numa conferência organizada pela OMS e na qual participam mais de cem representantes de Estados-membros e organizações.

“Sem financiamento adicional, o atual orçamento não pode ser plenamente financiado e implementado”, alertou, explicando que se por um lado os Estados-membros pedem mais à OMS, mas por outro não só não aumentam as contribuições, como nalguns casos as diminuíram.

O programa mais requisitado e simultaneamente menos financiado é o das emergências sanitárias, estando apenas assegurados 56% dos 485 milhões de dólares (441 milhões de euros) necessários.

Margaret Chan frisou que as lições aprendidas com a epidemia de ébola “sublinham a necessidade de a OMS ter uma capacidade [financeira] suficiente antes da próxima crise”.

Por outro lado, sustentou, numa altura em que o mundo está “tão perto” da erradicação da pólio, o investimento é decisivo, o que é válido para outras iniciativas, como a luta contra a resistência aos antibióticos ou a luta contra a sida.

A difícil situação financeira da Organização Mundial de Saúde vai ser um dos desafios a enfrentar pelo próximo diretor-geral, a escolher de entre seis candidatos – o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, a italiana Flavia Bustreo, o francês Philippe Douste-Blazy, o britânico David Nabarro, a paquistanesa Sania Nishtar e o húngaro Miklos Szocska.

O processo de escolha iniciou-se em abril, com a apresentação de candidaturas, e termina em maio de 2017 com uma votação na Assembleia-Geral da ONU.

Unicef
Cerca de 300 milhões de crianças em todo o mundo respiram um ar tão poluído que podem sofrer danos físicos, incluindo no...

Quase uma em cada sete crianças em todo o mundo respira um ar que é pelo menos seis vezes mais poluído do que as diretrizes internacionais, revela o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que considera mesmo a poluição atmosférica como um dos principais fatores da mortalidade infantil.

A Unicef publicou o novo estudo uma semana antes do início da conferência da ONU sobre o clima, a COP22, em Marraquexe, Marrocos, de 07 a 18 de novembro, que pretende aproveitar para renovar o apelo aos líderes mundiais para que ajam imediatamente para reduzir a poluição atmosférica.

“A poluição do ar contribui, de forma significativa, para a mortalidade de cerca de 600 mil crianças com idade inferior a cinco anos anualmente e ameaça a vida e o futuro de milhões de outras”, adverte o diretor-geral da Unicef, Anthony Lake.

“As substâncias poluentes não só danificam os pulmões das crianças como podem também atravessar a barreira de proteção do cérebro e danificar irreversivelmente o seu desenvolvimento cerebral, comprometendo o seu futuro”, indica, antes de sublinhar que “nenhuma sociedade pode dar-se ao luxo de ignorar a poluição”.

Com base em imagens de satélite, o estudo mostra que cerca de 2.000 milhões de crianças vivem em países onde a poluição atmosférica resultante das emissões dos tubos de escape dos automóveis, da utilização de combustíveis fósseis ou da incineração de resíduos ultrapassa os níveis mínimos de qualidade do ar estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde.

O sul da Ásia agrupa o maior número de crianças que respiram ar muito poluído (620 milhões), seguido por África (520 milhões) e leste da Ásia e Pacífico (450 milhões), de acordo com o relatório.

O estudo também se debruça sobre a poluição do ar em espaços interiores causada pela queima de carvão e madeira para cozinhar ou para aquecimento.

Juntas, a poluição exterior e interior, estão diretamente ligadas a pneumonia e outras doenças respiratórias responsáveis pela morte de quase uma em cada dez crianças com menos de cinco anos de idade, o que faz da poluição atmosférica um perigo para a saúde das crianças, sustenta a Unicef no mesmo documento.

A agência da ONU nota que as crianças são mais suscetíveis do que os adultos à poluição porque os seus pulmões, cérebro e sistema imunitário ainda estão em desenvolvimento e as suas vias respiratórias são mais permeáveis.

As crianças que vivem na pobreza, que normalmente têm pouco acesso a cuidados de saúde, são as mais vulneráveis às doenças causadas pela poluição do ar.

Entidade Reguladora da Saúde
A Entidade Reguladora da Saúde instaurou 20 processos contraordenacionais por violação ao regime jurídico das práticas de...

Desde 01 de novembro do ano passado que é proibida a publicidade enganosa em saúde, estando previstas coimas superiores a 44 mil euros em caso de incumprimento.

Neste primeiro ano da lei em vigor, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) investigou cerca de 90 campanhas publicitárias, das quais cerca de 30 deram origem a processos de avaliação e 20 a processos contraordenacionais, por violação ao regime jurídico das práticas de publicidade em saúde.

Segundo a ERS, a quem cabe fiscalizar, instruir processos e decidir da aplicação de coimas e sanções acessórias para os infratores, estes processos encontram-se, maioritariamente, ainda em instrução, tendo já sido verificada, em diversos casos, a correção voluntária da publicidade.

Com o novo diploma, passam a ser proibidas todas as práticas enganosas que descrevam o ato ou serviço como “grátis”, “gratuito”, “sem encargos”, “com desconto” ou “promoção”, mas também aquelas que de algum modo pretendam promover um ato ou serviço diferente do publicitado.

Ficam também proibidas as práticas de publicidade em saúde que sejam suscetíveis de induzir em erro o utente quanto às características principais do ato ou serviço, designadamente através de menções de natureza técnica e científica sem suporte de evidência.

É ainda passível de coima a publicitação de expressões de inovação ou de pioneirismo sem prévia avaliação das entidades com competência no sector, bem como as práticas que se refiram falsamente a garantias de cura ou de resultados sem efeitos adversos ou secundários.

A publicitação de atos e serviços de saúde como prémio, brinde ou condição de prémio, no âmbito de concursos, sorteios ou outras modalidades no género passam também a ser ilegais.

Médicos e nutricionistas alertam
A ingestão de sementes como a chia, girassol, sésamo ou quinoa está a preocupar médicos e nutricionistas que têm recebido...

“São produtos vendidos em supermercados, em casas comerciais sem controlo de qualidade nenhuma, induzindo nas pessoas a ideia de que podem consumir à vontade, que é muito saudável, e que não desencadeia qualquer tipo de situação ou sintomas colaterais, mas isso não corresponde à verdade, disse o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, José Cotter.

O médico adiantou que as sementes são utilizadas com o “objetivo principal de estimular o intestino”, havendo pessoas que as consomem “indiscriminadamente” e “excessivamente” para esse fim.

Este comportamento pode “originar sintomas de mal-estar”, como muita flatulência ou oclusão intestinal (nos casos mais graves) que levam as pessoas ao médico, quando “a solução do problema é reduzirem a sua ingestão”, advertiu.

E, segundo especialista, “é muito frequente” aparecerem nas consultas de gastroenterologia doentes com este tipo de sintomas.

Para evitar este risco, o consumo deve ser feito sob orientação médica, uma vez que estes alimentos estão contraindicados em doentes com determinadas patologias, como a doença de Crohn ou perturbações no tubo digestivo.

Para a bastonária da Ordem dos Nutricionista, Alexandra Bento, “o que pode ser verdadeiramente preocupante” é os consumidores acharem que “as sementes são a panaceia dos maus hábitos alimentares”.

As sementes sempre foram consumidas e fazem parte do “dia alimentar”, como a cevada, a aveia, o arroz ou o trigo, mas o que se está a verificar é que “há novas sementes”, como as de abóbora, quinoa, sésamo, trigo-sarraceno ou linhaça, que as pessoas acreditam terem “um valor nutricional acrescido” e consomem-nas em excesso, adiantou.

Alexandra Bento ressalvou que “as sementes são saudáveis” e “importantes para alimentação”, porque são ricas em fibras, vitaminas, minerais e outros fitoquímicos, mas não se pode é pensar que vão resolver os problemas alimentares.

“A alimentação saudável é aquela que se pauta pelo equilíbrio, pela variação e pela variedade de alimentos”, defendeu, alertando para os perigos das modas na alimentação.

O risco desta “nova moda” é a maneira como as sementes estão a ser ingeridas, disse Alexandra Bento, alertando: O consumo pode ser “perigoso e incorreto” se for feito “sem a diluição perfeita, sem a trituração necessária” e de forma exagerada”, só porque pensa que é “tremendamente saudável.

Por outro lado, defendeu, é preciso acautelar que sejam cumpridas as regras de controlo em termos da legislação.

Como normalmente “as sementes são consumidas cruas ou minimamente processadas”, é fundamental acautelar o processo industrial para “evitar a contaminação inicial ou durante o processo de armazenamento e distribuição das sementes”, um controlo “muito importante para que não haja risco de micotoxinas [substâncias químicas tóxicas produzidas por fungos].

Mas o consumidor também tem que ter cuidados em casa, como ver os prazos de validade, disse a bastonária, rematando: “as sementes podem estar no dia alimentar com conta peso e medida”.

Web Summit
Fazer o diagnóstico molecular de doenças através de um sistema "rápido e simples" de nanotecnologia é a função da...

Pedro Baptista, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, explicou como fundou a empresa, conjuntamente com Alexandra Fernandes e Filipe Assoreira, e como o projeto se tornou numa empresa, constituída oficialmente só no final do ano passado.

"É uma empresa que visa transacionar a investigação feita ao longo dos últimos 12 anos na Faculdade, de utilizar nanotecnologia para diagnóstico molecular, diagnóstico de doenças humanas, para identificação de agentes patogénicos", explicou.

Depois de o trabalho académico ter atingido o seu "estado certo de maturação", os seus fundadores querem agora mais investimento e projeção internacional, fazendo valer o verdadeiro nome da empresa: Nano4 Global.

"O nosso objetivo é dar a conhecer a Nano4 e o seu potencial. Se tudo correr bem, gostaria de estar na Web Summit à procura de um nível mais avançado de investimento para a globalização", afirmou Pedro Baptista.

A Nano4 Global foi umas das 67 ‘startups' eleitas para representar Portugal na Web Summit, um dos maiores eventos tecnológicos mundiais que se realiza em novembro em Lisboa.

"Estamos à procura de mais investimento. Este ecossistema é muito frágil e são empresas que estão a dar os primeiros passos e a Web Summit é um excelente fórum, não só de apresentação, mas também de aprendizagem com outras empresas", sustentou Pedro Batista.

O responsável reconheceu que há um apoio grande do Estado em empresas desta área numa fase inicial, mas que depois acaba por não ser suficiente.

"É necessário um investimento inicial para arrancar com a investigação e provar que o projeto pode ir para o mercado. Depois mais tarde, quando o projeto já está amadurecido, é necessário outra injeção de capital para poder globalizar e exportar o projeto e é nessa fase que muitas empresas não aguentam", explicou.

Sobre a Nano4, Pedro Batista explicou que a empresa foca-se preferencialmente no diagnóstico.

"A ideia é ter um sistema rápido e simples que permita fazer, de uma forma muito próxima do doente, um diagnóstico da doença, seja ela qual for", adiantou o responsável, sublinhando que, em menos de 20 minutos, é possível ter um resultado para depois ser reportado para um laboratório central.

A empresa trabalha já com alguns hospitais, como o Hospital dos Capuchos, e outros associados à monitorização da tuberculose.

"Neste momento estamos também a trabalhar com o maior instituto de produção e fornecimento de material de diagnóstico e reagentes de diagnóstico da América Latina para a introdução da tecnologia que depois será distribuída para toda a América Latina e alguns estados do sul dos Estados Unidos", acrescentou.

A Web Summit é uma conferência global de tecnologia que decorrerá este ano em Lisboa (e nos dois anos seguintes, com possibilidade de mais dois anos), onde são aguardados mais de 50.000 participantes, de mais de 150 países, incluindo mais de 20.000 empresas, 7.000 presidentes executivos, 700 investidores e 2.000 jornalistas internacionais.

Até terça-feira
Milhares de voluntários da Liga Portuguesa Contra o Cancro iniciaram no sábado o tradicional peditório nacional a favor da...

“Diga sim a esta causa” é o mote do peditório, “uma das ações de angariação mais importantes para a Liga”, refere a organização.

Ao contribuir, “os portugueses estarão a dizer ‘sim’ ao rastreio, à prevenção, ao apoio ao doente oncológico e à investigação”, adianta a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

“Mais do que donativos, queremos apelar à solidariedade e à entreajuda”, diz o presidente da LPCC, Vítor Veloso.

Em declarações, Vítor Veloso disse estar confiante na “grande generosidade dos portugueses”, esperando conseguir reunir um valor idêntico ao angariado no ano passado (1,5 milhões de euros).

O presidente da liga destacou também o trabalho realizado pelos milhares voluntários que “vão dar a cara neste peditório rua, cada vez mais difícil de fazer", a divulgar o trabalho da instituição e a alertar para a importância de contribuir para esta causa.

“Felizmente verifico que a população os encara bem e é por isso que peço” que continue a tratá-los assim, porque “são pessoas que estão a tentar trabalhar para uma causa nobre, para ajudar os mais necessitados”, disse Vítor Veloso.

O oncologista salientou que “o país continua a estar nunca recessão económico-financeira muito grande e as situações de miséria são cada vez mais visíveis. É por isso que a liga cada vez recebe mais pedidos de apoio”, acrescentou.

Até terça-feira, os voluntários vão estar nas ruas do país, devidamente identificados com o colete da instituição e com os cofres lacrados com o símbolo da Liga a recolher os fundos.

A ação decorrerá em locais distintos como centros comerciais, igrejas, cemitérios, supermercados e principais ruas das cidades de todo o país.

Este ano, a LPCC promove também uma campanha, onde várias figuras públicas dão a conhecer o trabalho desenvolvido pela instituição ao longo do último ano e apelam ao contributo de todos para dar continuidade a diversos projetos.

A campanha, disponível na imprensa, ‘mupis’, online e na televisão, conta com a participação de Isabel Silva, João Baião, Júlia Pinheiro, Rita Pereira e Rui Vitória.

Psoríase
Afetando entre 2 a 4 por cento da população mundial, a Psoríase é uma doença inflamatória complexa s

O que é a psoríase? 

A psoríase é uma doença inflamatória crónica complexa, eminentemente cutânea, caracterizada por áreas bem definidas de pele espessada, rosada ou avermelhada, habitualmente cobertas de escamas ou crostas prateadas. Pode ocorrer inflamação articular em cerca de um terço dos doentes.

Quem sofre de psoríase?                             

A psoríase afecta 2 a 4% da população mundial, estimando-se em 300 mil o número de doentes em Portugal. Homens e mulheres são igualmente afectados, ainda que possa haver diferenças entre grupos raciais. Pode iniciar-se em qualquer idade – mesmo na infância – mas tem picos de aparecimento entre os 15-25 anos e os 50-60 anos. Tende a persistir ao longo da vida, com períodos de agravamento e melhoria. É uma doença de base genética sendo possível identificar familiares afectados em cerca de um terço dos doentes.

O que causa a psoríase?

A psoríase é multifactorial, em que factores imunológicos, genéticos a ambientais contribuem para o seu aparecimento.

Sistema imune – A pele tem diferentes camadas. A mais superficial é a epiderme: é constituída por células que estão em constante divisão e que acabam por morrer, cobrindo a toda a superfície corporal com uma película de células mortas denominada estrato córneo. Todos os dias, à medida que as células da epiderme morrem e passam a fazer parte do estrato córneo, algumas células desse estrato são também libertadas, prevenindo que a camada córnea se torne muito espessa. A camada média da pele é a derme onde se localizam o colagénio e os vasos sanguíneos. A mais profunda é o tecido celular subcutâneo (hipoderme) que é basicamente uma camada de gordura.

Na pele afectada por psoríase, células imunitárias penetram na pele provenientes da circulação sanguínea, acelerando a divisão celular da epiderme e alterando o normal mecanismo de libertação das células mortas da camada córnea. Isto provoca espessamento da pele e o aparecimento das escamas e crostas características da doença. Ocorre igualmente dilatação e alongamento dos vasos sanguíneos da derme que suportam o crescimento rápido da epiderme e que conferem o aspecto eritematoso da pele.

Genética – Os factores genéticos são muito importantes no desenvolvimento da psoríase: o perfil genético do indivíduo influencia o tipo de psoríase e a resposta ao tratamento. Não há contudo nenhum teste genético que possa diagnosticar ou determinar se um indivíduo irá desenvolver a doença.

Factores ambientais – Alguns estímulos podem aumentar o risco de desenvolver ou agravar a psoríase como sejam o stress físico, o stress psicológico, infecções por bactérias ou vírus, medicamentos (anti-hipertensores, anti-inflamatórios, anti-maláricos, entre outros) e o tabagismo.

A psoríase não é contagiosa, pelo que não é uma doença que se possa “apanhar” de outras pessoas, nem “passar” para outras pessoas. As lesões de psoríase não são infecciosas.

Como se manifesta a psoríase?

A psoríase manifesta-se clinicamente como placas (pele espessada) de bordo bem definido, simétricas, eritematosas (rosadas ou avermelhadas) e descamativas. As escamas que se libertam são habitualmente prateadas, o que confere à pele lesada um brilho característico. Quando a descamação é muito intensa, podem formar-se crostas. Toda a superfície cutânea pode ser afectada mas é mais comum nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Também as unhas poderão estar envolvidas, com descoloração, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, espessamento e deformação.

Muitas vezes as lesões são pruriginosas, podendo o prurido ser muito intenso nalguns doentes. Em zona de pele mais seca, podem surgir fissuras e gretas dolorosas.

As placas são muito persistentes sem tratamento. Quando resolvem, podem deixar manchas acastanhadas ou mesmo esbranquiçadas que podem durar meses até desaparecer.

Como se diagnostica a psoríase?

Não há nenhuma análise de sangue ou exame específico para diagnosticar a doença. O Dermatologista precisa normalmente apenas de observar a superfície cutânea para determinar se se trata de psoríase. Quando existem dúvidas, pode ser necessária retirar um pequeno pedaço de pele (biópsia cutânea) para ser observada ao microscópio. A história familiar pode contribuir para o diagnóstico.

Que tipo de psoríase é a minha?

Existem vários tipos de psoríase de acordo com a apresentação clínica. Contudo, os elementos e as localizações que se descrevem não são exclusivos do tipo indicado, podendo haver sobreposição de características.

Psoríase em placas (psoríase vulgar)

É a mais comum forma de psoríase. Tende a afectar adultos jovens e de meia-idade mas pode ocorrer em qualquer idade. As placas variam entre 1 a 10cm de diâmetro, podendo ter maiores dimensões. As localizações habituais são o couro cabeludo, cotovelos, joelhos e dorso. A gravidade e a extensão da doença é muito variável de pessoa para pessoa.

Psoríase gutata

Este tipo de psoríase está por vezes associado a uma infecção bacteriana estreptocócica recente (como uma faringite ou uma amigdalite). Afecta frequentemente crianças e jovens adultos sem antecedentes pessoais de psoríase e causa uma erupção súbita de múltiplas pequenas placas / pápulas na pele.

Psoríase inversa

Afecta áreas corporais menos visíveis, como as virilhas, axilas, nádegas, sulco internadegueiro e genitais. É muitas vezes confundida com uma infecção fúngica ou bacteriana.

Psoríase pustulosa

Pode ser uma forma de psoríase particularmente grave. Desenvolve-se rapidamente, com múltiplas pústulas disseminadas (“borbulhas de pús”) que podem coalescer em áreas maiores. Pode acompanhar-se de febre e de alterações de glóbulos brancos e cálcio no sangue. Pode surgir nas palmas e plantas, podendo dar origem a fissuras e gretas dolorosas e incapacitantes.

Psoríase eritrodérmica

É uma forma particularmente grave de psoríase que envolve a quase totalidade da pele. Pode causar prurido intenso ou dor, e a pele pode ser libertada em grande quantidade. É uma variante rara que pode surgir em 3% dos doentes, principalmente naqueles que têm uma psoríase em placas instável.

Psoríase ungueal 

Muitas pessoas com psoríase desenvolvem alterações ungueais. As manifestações mais frequentes são o “pitting” (um picotado na superfície do prato ungueal), as “manchas de óleo” (manchas que podem ser eritematosas ou acastanhadas), a onicólise (descolamento do prato ungueal do leito da unha), a hiperqueratose e a distrofia (espessamento e alterações da forma da unha). O envolvimento das unhas é um sinal de alerta para um possível comprometimento articular.

Artrite psoriática

 Até um terço dos doentes com psoríase tem também envolvimento articular. Nestas situações ocorre dor, edema e rigidez das articulações. As manifestações cutâneas ocorrem habitualmente antes das articulares, mas em cerca de 15% dos doentes as queixas articulares precedem as cutâneas. É muito comum a associação entre as alterações ungueais e a artrite psoriática. Nas formas mais ligeiras de artrite, é comum não ser diagnosticada; contudo, é muito importante detectar e tratar a artrite psoriática numa fase inicial para evitar destruição articular permanente. 

Doenças relacionadas com a psoríase

Os doentes com psoríase e com artrite psoriática têm maior risco de desenvolverem outras doenças crónicas e vários problemas de saúde, designados por comorbilidades.

Doença cardiovascular – Existem muitos estudos que demonstram a associação da psoríase e da artrite psoriática - principalmente nas formas graves - com a doença cardiovascular. Doentes com psoríases graves têm um risco 58% mais elevado de terem um evento cardíaco major e 43% de um acidente cardiovascular. O tratamento da doença pode reduzir esse risco.

Doença de Crohn – Os doentes com doença psoriática e com doença de Crohn partilham mutações genéticas semelhantes. Pessoas com psoríase e com artrite psoriática têm um maior risco de desenvolverem doença inflamatória intestinal, havendo um estudo que aponta para um aumento na ordem dos 10%.

Depressão – A psoríase pode condicionar um impacto psicossocial considerável, superior ao de outras doenças como a DPOC, a artrite, a doença neoplásica. Pode envolver todas as áreas da vida: autoimagem e autoestima, sexualidade, vida familiar, profissional, lazer.

Síndrome metabólico – Há uma associação muito significativa entre a doença psoriática e o síndrome metabólico - um agrupamento de condições (hipertensão arterial, hiperglicémia, excesso de gordura corporal na cintura, aumento dos níveis séricos de colesterol ou de triglicéridos) que aumentam o risco de doença cardíaca, acidentes vasculares cerebrais e diabetes.

Uveíte – É uma doença inflamatória do olho cujo risco aumenta na doença psoriática.

Doença hepática – Trabalhos recentes relacionam a doença psoriática com o aumento do risco de esteatose hepática não alcoólica.

A minha psoríase é grave?

A psoríase pode ser ligeira, moderada ou grave. As opções de tratamento dependem muito da gravidade da doença. A gravidade é baseada nas características das lesões e na extensão de pele envolvida. Todavia, o compromisso que a doença exerce sobre a qualidade de vida do doente é também decisivo na determinação da gravidade da psoríase: pode, por exemplo, causar um impacto sério na actividade diária de alguém que tenha lesões evidentes nas mãos ou na face.

Tratamento da psoríase

A psoríase não é curável mas existem muitos tratamentos disponíveis capazes de reduzir os sintomas e o aspecto das lesões. As modalidades terapêuticas dependem da gravidade da doença e no impacto na qualidade de vida, no custo e conveniência do tratamento, e na resposta individual ao mesmo. A combinação de terapêuticas está frequentemente indicada.

Terapêutica tópica

A psoríase ligeira é geralmente tratada com agentes tópicos apenas. É a primeira linha de defesa no tratamento da doença. Os tópicos reduzem a inflamação local, normalizando a proliferação celular. A escolha do tratamento pode depender do local a tratar, da extensão e da gravidade das lesões. Inclui emolientes, queratolíticos, corticosteróides tópicos, derivados da vitamina D e imunomoduladores.

Fototerapia

Nos meses de Verão, os doentes com psoríase assistem normalmente a uma melhoria da sua doença. A exposição à radiação ultravioleta em cabines apropriadas sob controlo do Dermatologista pode ser recomendada. Ainda que possa ser muito eficaz, é importante discutir os riscos e os benefícios desta opção terapêutica que implica uma deslocação à instituição de saúde 2 a 3 vezes por semana.

Terapêutica sistémica

Na psoríase moderada a grave preconiza-se o tratamento com agentes sistémicos e/ou fototerapia. São medicamentos que se tomam por via oral ou injectável e actuam em todo o organismo. Os agentes mais comummente utilizados são o metotrexato, a cliclosporina e a acitretina com perfis de eficácia e segurança distintos.

Biológicos

Os agentes biológicos ou biotecnológicos estão reservados, de uma forma geral, para psoríases resistentes ou com contraindicações às modalidades terapêuticas anteriormente descritas. Os medicamentos biológicos são proteínas provenientes de células vivas cultivadas em laboratório. Em termos de mecanismo de acção, bloqueiam etapas muito específicas do sistema imune. São administrados por injecção subcutânea ou infusão intravenosa.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nos primeiros nove meses
Mais de 2.600 casos de acidentes vasculares cerebrais foram registados nos primeiros nove meses deste ano pelo INEM, o que dá...

Segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) na véspera do Dia Mundial do AVC, que se assinala no sábado, os hospitais de São José e de Santa Maria, em Lisboa, foram os que receberam mais casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) encaminhados pela via verde do AVC.

Seguem-se os hospitais de São João, no Porto, o Hospital de Braga e o Padre Américo em Penafiel.

O INEM aconselha os cidadãos a ligarem o 112 nos casos em que haja sinais ou sintomas de AVC, como falta de força num braço, boca ao lado ou dificuldade em falar.

“A rápida intervenção médica especializada é vital para o sucesso do tratamento e posterior recuperação do doente”, lembra o INEM em comunicado.

Através do 112, o INEM coordena a assistência pré-hospitalar e encaminha as vítimas para o hospital mais adequado.

 

Desde que esta Via Verde do AVC foi criada, em 2006, mais de 25 mil doentes beneficiaram de um encaminhamento para tratamento mais adequado.

Inclusão das Pessoas com Deficiência
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, comprometeu-se hoje, em Coimbra, a incluir...

"Comprometi-me a começar agora a reunir para ver como vamos incluir [aqueles livros no Plano Nacional de Leitura (PNL)] e havemos de conseguir", disse a governante, no final da sessão solene das V Jornadas Deficiência Visual e Intervenção Precoce, que decorreram no Hospital Pediátrico de Coimbra.

A promessa de Ana Sofia Antunes acabou por ir ao encontro do desafio lançado pelo presidente da Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP), Luís Borges, que apontou duas falhas no PNL: o facto de não abranger crianças invisuais e de não abranger as crianças em idade pré-escolar.

"Foi um desafio que me foi lançado hoje, que faz todo o sentido", salientou a governante, que considera a medida um "passo fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança com limitações sensoriais, nomeadamente ao nível da visão".

Na sessão solene, a secretária de Estado da Inclusão disse que o Governo tudo fará para que se possa incluir no PNL um conjunto de títulos e "que as questões financeiras não sejam justificação para que se continue a adiar esta iniciativa".

Sem assumir datas, Ana Sofia Antunes acrescentou que "se deve avançar, neste momento, com alguma rapidez, para conseguir ter à disposição destes leitores de primeira maré aquilo que eles precisam: o incentivo para começarem a ler e prenderem-se à leitura".

Organizadas pela ANIP, as V Jornadas Deficiência Visual e Intervenção Precoce, que decorreram no Hospital Pediátrico de Coimbra, foram dedicadas ao tema da literacia emergente para a cegueira.

Num dos painéis da manhã, foi apresentado o livro infantil "O que vês, o que vejo...", que será editado num formato de edição pioneiro em Portugal - álbum tátil ilustrado de acordo com o modelo háptico, numa abordagem multissensorial mais próxima do contexto percetivo das crianças invisuais.

Para a coordenadora da iniciativa, Viviana Ferreira, que integra o Centro de Apoio à Intervenção Precoce na Deficiência Visual, o objetivo passa por produzir alguns materiais que promovam oportunidades de literacia emergente para a cegueira, mas que a maior preocupação é o financiamento.

"Falamos para uma população muito reduzida - a cegueira é uma doença de baixa incidência - e, por isso, os números não são muito atrativos para quem financia, porque se tivermos financiamento nós conseguimos desenvolver trabalho para que estas crianças tenham acesso a recursos que promovam a literacia antes da entrada para a escola", sublinhou.

Instituto de Medicina Legal
O relatório da autópsia do jovem militar Dylan Silva foi enviado hoje ao DIAP de Lisboa, um dia após a entrega do resultado da...

O relatório da autópsia do instruendo dos Comandos Dylan Araújo Silva, que morreu no início de setembro, foi remetido esta manhã ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, “entidade que ordenou a sua realização”, disse o vice-presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), João Pinheiro.

Esta autópsia foi realizada no dia 10 de setembro, na Delegação do Sul do INMLCF, tendo a elaboração do relatório demorado 48 dias, adiantou.

“São casos que têm alguma complexidade”, disse João Pinheiro, recordando que, as duas situações de morte dos jovens tiveram em comum o essencial da “informação circunstancial”, designadamente o facto de terem ocorrido num dia de “muito calor” e durante exercícios de instrução militar de um curso dos Comandos.

O vice-presidente do INMLCF admitiu que, não se tratando de situações “de todos os dias”, a sua análise médico-legal exigiu “um estudo mais aprofundado”.

O relatório relativo à autópsia do aluno dos Comandos Hugo Miguel Pita Abreu, efetuada no dia 06 de setembro no Gabinete Médico-Legal e Forense da Península de Setúbal, foi enviado ao Ministério Público (MP) de Benavente, da Comarca de Santarém, 51 dias após a sua realização.

“Foi um trabalho de equipa e em rede, envolvendo duas unidades do INMLCF, em que fizemos o nosso melhor”, afirmou João Pinheiro.

As duas autópsias implicaram a realização de exames complementares de toxicologia forense e de anatomia patológica forense.

A nível mundial, os estudos “para estes casos”, quando envolvem figuras públicas e têm grande impacto mediático e social, “demoram geralmente entre oito a dez semanas” (56 a 70 dias) após a autópsia, frisou o médico legista.

“A conclusão das autópsias e dos respetivos relatórios por parte do INMLCF ocorreu em 51 e 48 dias, respetivamente, prazos inferiores ao previsto e de acordo com as boas práticas”, segundo uma nota do conselho diretivo do organismo público.

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