Audição
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 360 milhões de pessoas, em todo o mundo, têm p

Sabemos que as doenças da audição de origem genética são muito mais prevalentes do que as doenças rastreadas pelo teste do pezinho. Cerca de 25% das crianças em idade escolar sofrem algum tipo de perda auditiva e, praticamente, 50% dos idosos apresentam alguma deficiência auditiva, que normalmente começa a dar sinais a partir dos 40-50 anos de idade.

Mesmo com todos os recursos disponíveis, somente cerca de 20 a 30% dos casos de perda de audição tem sua causa identificada. A investigação minuciosa e precisa, realizada por otorrinolaringologistas e audiologistas, é imprescindível para a indicação do tratamento mais adequado.

Atualmente, existem soluções para a maior parte dos problemas auditivos. As diversas opções oferecidas pela medicina são capazes de tratar tanto as discretas alterações como a surdez, seja ela congénita ou adquirida.

Os tratamentos envolvem, quase sempre, a adaptação de próteses auditivas, que, em algumas situações, necessitam de cirurgia para que sejam devidamente aplicadas no paciente.

Hoje podemos fazer o tratamento, com recurso a cirurgia ou não, em pacientes de todas as faixas etárias, desde o primeiro ano de vida até aos 90 anos e com um risco associado muito baixo.

A verdade é que, atualmente, podemos operar uma criança que nasce com surdez profunda e recuperar a sua audição, ajudando a melhorar inestimavelmente a sua vida.

As próteses variam de acordo com a avaliação de cada caso. Entre os tipos existentes, as mais comumente aplicadas são:

  • Aparelhos de Audição Convencionais (não cirúrgicos);
  • Implante Coclear (colocadas dentro da cóclea);
  • Implantes adaptados na orelha média e cadeia ossicular do ouvido;
  • Implantes vibratórios adaptados no osso temporal.

A tecnologia, em constante e crescente evolução, oferece terapias que promovem a interatividade de pessoas com deficiência auditiva. Recursos como a conectividade sem fio, permitem a adaptação desses implantes com o telemóvel e a televisão, por exemplo, proporcionando assim melhor qualidade de vida à pessoas com perda auditiva.

Por tudo isto, dê prioridade a sua saúde e ao seu bem-estar. Procure, se necessário, um profissional especializado e avalie sua capacidade auditiva respondendo às seguintes questões:

1.  Pergunta sempre “o quê?” ou “o que disse?”

2. Tem dificuldade em ouvir enquanto conversa, principalmente em ambientes com muito ruído?

3. Aumenta o volume da televisão ou rádio mesmo quando não é necessário?

4. Tem dificuldade ao falar no telefone?

5. Tem zumbido ou sons irritantes contínuos nos ouvidos?

6. Tem dificuldade em ouvir os sons da natureza como pássaros ou a chuva?

7. Entende errado o que lhe foi dito?

8. Faz leitura labial das pessoas com quem conversa?

9. Preocupa-se em não ouvir a campainha ou o telefone tocar?

10. Tem dificuldade em localizar a origem do som?

11. Tem dificuldade em ouvir em espaços amplos, centros comerciais, salas de

conferências?

12. Sente-se isolado e limitado, tanto socialmente e profissionalmente, por causa

da perda auditiva?

13. Estranha ao ouvir vozes de crianças?

14. Usa aparelhos auditivos convencionais?

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Cancro do pulmão é o que mais mata em Portugal
Com uma taxa de mortalidade superior ao cancro do colón, mama e próstata combinados, a neoplasia mal

As doenças oncológicas são consideradas como a segunda causa de morte em todo o mundo, sendo o cancro do pulmão o que mais mata. Estima-se que este seja responsável por cerca de 1,68 milhões de mortes, registando-se todos anos, em Portugal, cerca de cinco mil novos casos da doença.

“Em 2014 faleceram por cancro do pulmão um total de 3927 doentes, sendo 3077 homens e 850 mulheres, a esmagadora maioria tendo como causa o tabaco”, começa por revelar Fernando Barata, Presidente do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão.

De acordo com o especialista, este tipo de cancro é ainda o principal responsável pelo número de anos potenciais de vida perdida no nosso país.  “Em 2014, o cancro do pulmão foi responsável por 19.380 anos potenciais de vida perdida”, acrescenta.

Afetando sobretudo o sexo masculino, apresenta maior incidência em indivíduos com idade igual ou superir a 65 anos, sendo as taxas de sobrevivência global (aos cinco anos) dos doentes com cancro do pulmão ainda muito reduzidas – 18% na mulher e 14% no homem.

Com a aprovação da comparticipação do tratamento imuno-oncológico no Serviço Nacional de Saúde, há uma nova esperança para este doentes. Não só por apresentar um claro benefício na sobrevivência global, mas também por revelar um melhor perfil de tolerabilidade da terapêutica face ao tratamento convencional - quimioterapia.

Esta nova terapia define-se como sendo um tipo de tratamento que utiliza agentes biológicos que estimulam o sistema imunitário e o ajudam a corrigir os mecanismos de defesa alterados, em caso de doença. No caso da doença oncológica, a Imunoterapia leva o sistema imunológico do doente a identificar as células cancerígenas e a destruí-las.

Tal como explica Fernando Barata, “são características do desenvolvimento tumoral a autossuficiência em relação aos fatores de crescimento, a insensibilidade aos fatores antiproliferativos, capacidade de inibição da apoptose ou da morte celular programada, uma replicação ilimitada, angionése e capacidade de invadir outros tecidos”.

Mais recentemente, foram identificados outros fatores que explicam o desenvolvimento de células cancerígenas, como a instabilidade genómica e “potencialidade mutacional”, regulação autónoma da energia celular, a inflamação tumoral e capacidade de evitar a sua destruição pelas defesas imunitárias.

“Esta última capacidade da célula neoplásica - evitar a destruição pelas defesas imunitárias - aparece agora na base de uma nova perspectiva na luta anti tumoral, utilizando a imunidade nativa na destruição dos tumores”, revela o especialista. Neste caso, a destruição das células tumorais é possível através da ação de bloqueio dos reguladores negativos que controlam a resposta imune.

Os resultados da aplicação desta nova arma terapêutica de 2ª linha, em casos não operáveis ou metastáticos, têm-se mostrado bastante promissores. “Depois de uma combinação de quimioterapia em 1ª linha e face à progressão da doença, estes fármacos mostraram um claro benefício na sobrevivência global”, revela o presidente do Colégio de Pneumologia da Ordem dos Médicos. “Cerca de 30% dos doentes duplicaram a sobrevivência global e cerca de 15% a 20% mostram uma resposta mantida, duradoura com excelente qualidade de vida”, esclarece.

Associado a uma eficácia elevada, estes fármacos mostram um perfil de toxicidade geral “muito ligeiro e manuseável”. Fadiga, náusea, anorexia e astenia são os efeitos adversos relatados entre 5 a 10% do casos. No entanto, e dado que o tratamento interfere globalmente com o sistema imunitário, há uma pequena percentagem de casos (inferior a 5%)  registados de hepatites, nefrites, colites ou pneumonites que implicam um cuidado redobrado em questões de prevenção, antecipação ou deteção precoce.

Não obstante, face aos resultados alcançados, Fernando Barata assegura que “a aprovação pela entidade reguladora de pembrolizumab em segunda linha do cancro do pulmão de células não pequenas, metastático, foi mais um passo de um velho sonho: tornar o cancro do pulmão, mesmo em fase avançada, numa doença crónica controlada, com qualidade de vida”.

 

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Associação Portuguesa para o Estudo da Dor
Um novo código de avaliação da dor com recurso a imagens como alfinetes, choques elétricos ou queimaduras, foi criado para...

“O novo código visual da dor é uma ferramenta de cariz artístico, facilitadora da comunicação entre médico e doente”, afirmou a presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, Ana Pedro.

Segundo esta responsável, “o código visual permitirá auxiliar a interpretação da dor pelo doente, contribuindo para a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos doentes com dor crónica em Portugal”.

Esta ferramenta, assim como um site sobre a dor (www.dor.com.pt), será apresentada no sábado em Lisboa e pretende representar alguns descritores de dor através de 12 imagens: ferro em brasa, formigueiro, frio gelado, beliscão no nervo, rastejar sobre a pele, facada, choque elétrico, alfinetes, espasmo agudo, dor perfurante, arame farpado e queimadura.

“Nem sempre é fácil o doente exprimir a sua dor (a dor não se vê), o que pode ser uma barreira para o médico na compreensão da doença e no diagnóstico final. Esta nova ferramenta visual é, sem dúvida, uma mais-valia para os doentes e também para nós médicos, que tentamos diariamente compreender e avaliar corretamente a sua dor”, salientou a médica.

O código visual da dor conta com o apoio da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, e das sociedades de Anestesiologia, Oncologia, Medicina Física e Reabilitação, Medicina Interna, Ortopedia e Traumatologia e Reumatologia.

Segundo a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, os custos com a dor crónica em Portugal ascendem aos 4.610 milhões de euros, o que corresponde a 2,7% do PIB nacional.

Os gastos com a dor são superiores ao somatório dos gastos com a obesidade, a diabetes, o álcool e o tabagismo, de acordo com dados da associação.

De 26 a 29 de setembro
Pela primeira vez, Portugal recebe a mais importante reunião mundial de saúde urbana. A 14th International Conference on Urban...

A conferência, que vai trazer à cidade 650 participantes, de 65 países, e que reúne os mais reputados cientistas internacionais da área, bem como decisores políticos, tem como tema principal a "Equidade em Saúde: A nova Agenda Urbana e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável".

A sessão da abertura, a decorrer pelas 15 horas (26 de setembro), conta com intervenções do Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e do Presidente da Sociedade Internacional de Saúde Urbana, Shamim Hayder Talukder.

Ao longo de quatro dias vão ser abordados temas “no âmbito da governança urbana, do envelhecimento da população, do planeamento urbano saudável, dos riscos sociais e ambientais e do acesso a cuidados de saúde em áreas urbanas. A variedade de domínios que estarão em cima da mesa refletem a importância que a transdisciplinaridade e a intersetorialidade desempenham na construção de uma cidade mais saudável, segura, justa e inclusiva”, sublinha Paula Santana, docente e investigadora na área da geografia da saúde na Universidade de Coimbra (UC) e uma das responsáveis pela organização da conferência.

Das mais de mil comunicações recebidas, "destaca-se o tema da saúde ambiental e sustentabilidade urbana, onde se inserem as questões relacionadas com urbanismo, gestão sustentável da cidade, as alterações climáticas e o seu impacto na saúde", refere Paula Santana.

Para a docente e investigadora da UC, a realização da maior conferência mundial em saúde urbana na cidade de Coimbra “é o reconhecimento da importância crescente da Universidade no ensino e na investigação nas áreas da saúde, do urbanismo, ordenamento do território e ambiente”.

O programa da 14th International Conference on Urban Health está disponível em: http://www.icuh2017.org/conference-speakers.asp.

Delegação portuguesa
A mais recente campanha institucional da organização reforça a importância da sua intervenção em Portugal.

A delegação portuguesa da Médicos do Mundo acaba de lançar a sua nova campanha institucional, intitulada “Aqui”, com o objetivo de captar a atenção para a importância do trabalho que desenvolve em território português há mais de 18 anos.

Muitas vezes percebida como uma instituição que realiza intervenção humanitária exclusivamente noutros países, a organização pretende realçar as carências sociais que todos os dias combate no terreno e a proximidade das populações mais vulneráveis em Portugal.

Para Rosa Pereira, Diretora de Comunicação da Médicos do Mundo, “esta campanha é uma necessidade de alerta. Precisamos que todos os portugueses saibam que ajudamos todos os dias em Portugal pessoas em situações muito difíceis.” E acrescenta: “A intervenção em Portugal existe há 18 anos e tem um trabalho importante para garantir os cuidados de saúde gratuitos às populações vulneráveis e combater a sua descriminação.”

Lembre-se que a Médicos do Mundo tem intervenção em Lisboa, no Porto, em Viseu e em Castanheira de Pera, implementando atualmente 13 projetos nacionais, sendo a sua intervenção relevante e essencial para 4 mil pessoas vulneráveis que contam com o seu apoio.

A nova campanha da Médicos do Mundo prolonga-se pelos próximos meses, contando na sua inserção, com o apoio de vários meios de comunicação social nacionais e regionais. 

Estudo
Consumir mais de quatro bebidas alcoólicas por dia aumenta a probabilidade de desenvolver cancro do estômago, avança um estudo...

O consumo de álcool é um dos principais fatores de risco modificáveis para o desenvolvimento de vários tipos de cancro. Apesar de, recentemente, se ter estabelecido uma associação entre o consumo elevado de álcool e o risco de cancro do estômago, existem aspetos relativamente à quantificação desta associação que continuam por esclarecer.

“Este estudo partiu de uma iniciativa de vários investigadores na área da epidemiologia do cancro, com o objetivo de preencher algumas lacunas no conhecimento da etiologia do cancro do estômago e de analisar simultaneamente um grande conjunto de dados que, de outra forma, estariam dispersos. Esta estratégia permite harmonizar/padronizar a informação disponível e, de uma forma eficiente, definir e quantificar os principais efeitos de fatores de risco de interesse, mesmo que estes correspondam a hábitos que sejam pouco frequentes na população”, refere Bárbara Peleteiro, uma das investigadoras do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) envolvida na investigação.

O estudo em questão, publicado na revista “International Journal of Cancer”,utilizou dados do projeto “Stomach Cancer Pooling (StoP)”, um consórcio internacional de 20 estudos epidemiológicos sobre fatores de risco para o desenvolvimento de cancro do estômago, que reúne um total de 9.669 casos (doentes com cancro do estômago) e 25.335 controlos (doentes sem este tipo de cancro) provenientes da Europa, Ásia e América do Norte, e com estilos de vida diferenciados.

O objetivo do estudo consistiu em perceber se a ingestão elevada de álcool, independentemente de fatores como a idade dos indivíduos da amostra, do sexo, da etnia, do consumo de fruta e vegetais, da presença ou ausência da infeção por Helicobacter pylori (bactéria que se aloja no estômago e que aumenta a probabilidade de desenvolver este tipo de cancro), entre outros, se associa a uma maior probabilidade de ocorrência de cancro do estômago, a terceira maior causa de morte relacionada com o cancro em todo o mundo e a quarta maior causa em Portugal.

Os resultados mostram que as pessoas que ingerem entre 4 a 6 bebidas alcoólicas por dia apresentam 26% maior probabilidade de terem cancro do estômago do que as que não bebem álcool. Este valor sobe para 48% para os consumidores de mais de 6 bebidas alcoólicas diárias.

A análise efetuada “fornece evidência quantitativa mais bem definida e precisa que a anteriormente disponível para a associação entre o consumo de álcool em elevadas quantidades e a ocorrência de cancro do estômago”, avança. “O estudo vem, de facto, reforçar o efeito nocivo que o consumo de álcool pode ter na saúde. Ao diminuir este consumo estaremos a contribuir para a adoção de um estilo de vida mais saudável, prevenindo o cancro do estômago”, conclui.

Para além de Bárbara Peleteiro, também o investigador Nuno Lunet participa no estudo designado “Alcohol consumption and gastric cancer risk—A pooled analysis within the StoP project Consortium”, disponível para consulta online

António Damásio
O neurocientista António Damásio afirmou hoje que a importância da memória reside no facto de nos permitir antecipar o futuro e...

“A memória é relevante” e serve para recordar o passado, lidar com o presente e também para prever o futuro, disse António Damásio na sua conferência na cimeira internacional sobre o Alzheimer que hoje termina na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

O neurocientista e investigador português, que trabalha numa universidade norte-americana, ressalvou que não se trata naturalmente de prever ou antever o futuro no sentido astrológico do termo, mas antes no sentido de predizer o que vai acontecer “momento a momento”.

“Antecipar o futuro é um dos aspetos especiais da nossa condição humana”, considerou, entendendo mesmo que a consciência e a memória são “glórias” da humanidade.

Sobre os doentes de Alzheimer, o neurocientista sublinhou que são pessoas capazes de continuar um processo de aprendizagem, adquirindo novos conhecimentos motores e práticos mesmo não conseguindo manter memórias.

Para António Damásio, significa isto que “há várias coisas para explorar” em doentes com Alzheimer, que “continuam a ter capacidade de aprender coisas”.

Mais de 80 especialistas mundiais debateram em Lisboa a doença de Alzheimer e as demências de forma global, problema que afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo.

A cimeira internacional “Alzheimer’s Global Summit”, que decorreu esta semana em Lisboa, foi organizada pela Fundação Champalimaud e pela Fundação Rainha Sofia, de Espanha.

O objetivo do encontro foi discutir e partilhar os recentes progressos em duas áreas distintas, mas complementares: a da intervenção terapêutica e a área de investigação sobre doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, Huntington e Parkinson.

A crise global da demência afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo e, até 2050, estima-se que este número possa quase triplicar.

Secretário de estado
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou hoje na Maia o alargamento do Rastreio da Saúde Visual Infantil em 2018 a...

“Em 2018 vamos iniciar este rastreio noutras regiões e garantir uma equidade a todas as crianças portuguesas”, disse Fernando Araújo.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde falava na apresentação dos resultados do rastreio piloto para despiste da ambliopia em crianças aos dois e aos quatro anos, na área da circunscrição de quatro agrupamentos de saúde (ACES), nomeadamente de Gondomar, Maia/Valongo, Porto Oriental e Porto Ocidental.

“Falamos aqui hoje das 5.249 crianças com dois anos em 2016 que foram convocadas. Destas, 2.865 fizeram o rastreio, 493 foram orientadas para oftalmologia e foram prescritos óculos a 110", disse o secretário de Estado.

Os resultados deste rastreio piloto mostram que 18% das crianças rastreadas foram encaminhadas para consulta hospitalar e destas 26% (110 crianças) tiveram prescrição de óculos, permitindo “corrigir em tempo uma patologia que silenciosamente se ia instalando e que se não tratada poderia ter sequelas irreversíveis na saúde visual das crianças”.

Alem dos centros de saúde participaram neste projeto-piloto o Centro Hospitalar de São João e o Centro Hospitalar do Porto, concretamente na leitura dos exames de rastreio e na garantia do tratamento atempado de todos os casos com essa necessidade.

“Apesar de ser um projeto-piloto, correspondeu a 20% das crianças da região norte, estamos agora a alargar já este ano a outros ACES e hospitais” da região, salientou o secretário de estado.

Neste âmbito foram hoje assinados protocolos para o alargamento regional deste programa de rastreio a mais oito ACES, com a participação de quatro novos hospitais, alargando a abrangência a cerca de 15 mil crianças, o que equivale aproximadamente a metade do total de crianças que perfazem 02 anos neste ano civil.

Os ACES que a partir deste mês fazem parte do programa são os de Barcelos/Esposende, Vale do Sousa Norte, Vale do Sousa Sul, Baixo Tâmega, Feira/Arouca, Aveiro Norte, Póvoa de Varzim/Vila do Conde e Matosinhos. Estão também incluídos o Hospital de Barcelos, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga e Hospital Pedro Hispano/Matosinhos.

Segundo explicou o especialista do Hospital de São João Augusto Magalhães, a ambliopia é uma disfunção de todo o processamento visual, que quando não corrigida em tempo útil, deixa sequelas cerebrais que se prolongam durante toda a vida, com implicações na vida pessoal das crianças afetadas e com custos sociais elevados.

“A primeira fase deste rastreio ainda que em forma piloto confirmou a importância da ambliopia enquanto problema de saúde pública” porque “mostrou a elevada prevalência desta patologia visual infantil [que evolui e agrava de forma silenciosa] e a necessidade de intervir precocemente em elevado número de crianças”, acrescentou.

Envelhecimento
A Comissária Europeia do Emprego, Marianne Thyssen, defendeu hoje em Lisboa uma adaptação da sociedade, nomeadamente dos locais...

“Temos de saber o que podemos fazer ou temos de fazer na Europa, juntos, porque precisamos de convergências e de adaptar os sistemas para as mudanças de hoje e de amanhã”, afirmou Marianne Thyssen durante uma conferência de imprensa no âmbito da conferência sobre o envelhecimento “Uma sociedade sustentável para todas as idades”, que decorre desde quinta-feira em Lisboa.

Para a Comissária Europeia do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral, é preciso tentar encontrar formas de, tendo em conta as mudanças demográficas, mudar a sociedade, o local de trabalho e as instituições para enfrentar os novos tempos.

Para as pessoas com idade precisamos de olhar especificamente para estas dimensões: acesso à educação, competências, livre mercado, condições de trabalho e proteção social.

Marianne Thyssen recordou que atualmente na Europa quatro trabalhadores apoiam um pensionista e que, em 2060, a proporção será de dois para um.

Este não é um fenómeno europeu: em todo o mundo, existem cerca de 700 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais, número que dobrará até 2025.

“É por isso que nos juntamos aos ministros de todo o mundo para discutir este assunto tão importante. Trabalhando em conjunto, podemos enfrentar os desafios e colher os benefícios”, disse.

Questionado sobre a forma como as empresas portuguesas se estão a adaptar ao envelhecimento da população, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, afirmou que existem “sinais contraditórios” nessa matéria.

“Seria arriscado dizer que existe uma compreensão generalizada de que essa política de formação, de recrutamento, deva incorporar um forte apego a um princípio de não discriminação com base na idade. A lei já o proíbe, mas não podemos dizer que esteja adquirida por toda a sociedade”, disse Vieira da Silva, anfitrião da conferência.

O ministro optou por salientar que, “tendo Portugal um problema de demasiadas mulheres e homens com mais de 45 anos que estão fora do mercado de trabalho”, o emprego de pessoas com mais de 45 anos cresceu 5,8%.

Esta conferência internacional das Nações Unidas junta altos responsáveis de 49 Estados-membros da Comissão Económica das Nações Unidas para a Região Europa (UNECE), assim como entidades das Nações Unidas, da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Envelhecimento
O diretor da Federação Internacional do Envelhecimento defendeu hoje, em Lisboa, a vacinação de adultos contra a pneumonia, uma...

Greg Shaw falava na conferência internacional sobre o envelhecimento “Uma sociedade sustentável para todas as idades”, que decorre desde quinta-feira em Lisboa.

“Melhorando as taxas de vacinação dos adultos vamos aumentar a sua capacidade de participação na família, permitindo-lhes que prestem mais apoio aos netos, por exemplo”, afirmou.

Desta forma, prosseguiu, “são melhoradas as interações entre gerações”.

O diretor da Federação Internacional do Envelhecimento apresentou alguns indicadores da pneumonia, como o seu custo anual em todo o mundo: 10 mil milhões de euros.

Para os pacientes, o custo da pneumonia ascende a 5,7 mil milhões de euros em cuidados.

Greg Shaw frisou que em alguns países, nomeadamente da América Latina, as estadias em hospitais são muito elevadas e, também por isso, os custos muito grandes.

A conferência internacional das Nações Unidas junta altos responsáveis de 49 Estados-membros da Comissão Económica das Nações Unidas para a Região Europa (UNECE), assim como entidades das Nações Unidas, da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O evento decorre desde quinta-feira e conta com a representação de mais de 50 países, membros de mais de 35 nações e cerca de 400 participantes.

Em Portugal a pneumonia mata em média 23 pessoas por dia, só nos hospitais públicos. Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), “todos os dias são internados, em média, 81 doentes adultos com pneumonia adquirida na comunidade. Destes, 16 acabam por morrer devido à doença, o que significa uma taxa de letalidade intra-hospitalar de cerca de 20%.

Dados de um estudo que decorreu entre 2000 e 2009 e analisou os internamentos nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), citado pela SPP, revelam que os custos diretos por internamento hospitalar rondam os 2.706 euros por doente, o que acarreta para o SNS uma despesa total de cerca de 220 mil euros por dia e 80 milhões de euros por ano.

Estudo
A conclusão é de um estudo científico publicado hoje. Uma em cada doze mortes nos próximos cinco anos poderia ser evitada com...

"Ser muito ativo (750 minutos por semana) está associado a uma redução ainda maior", segundo um estudo publicado esta sexta-feira na revista médica The Lancet.

A investigação que fez o acompanhamento de 130 mil pessoas em 17 países confirma que "em uma escala global a atividade física está relacionada a um menor risco de mortalidade e de doenças cardiovasculares", dizem os autores do estudo em comunicado. Segundo a análise científica, essa relação manteve-se independentemente do país, do tipo de atividade física ou classe social, escreve o Sapo.

Um quarto da população não é suficientemente ativa
A Organização Mundial da Saúde recomenda pelo menos 150 minutos de exercício de "intensidade moderada" ou 75 minutos de atividade aeróbica "intensa" por semana. Segundo os autores do estudo, cerca de um quarto da população mundial não realiza estas rotinas.

O novo estudo revela que "caminhar, ainda que seja 30 minutos na maioria dos dias da semana, tem um benefício substantivo", indicou o diretor do estudo, Scott Lear, académico da Universidade Simon Fraser do Canadá.

O estudo incluiu participantes com idades entre os 34 e os 70 anos de meios urbanos e rurais em países ricos e pobres. Os indivíduos foram estudados durante quase sete anos.

Os cientistas compararam os dados das pessoas que sofreram ataques cardíacos, derrames e outras doenças com os níveis de atividade física que realizavam. "Das 106.970 pessoas que seguiram as recomendações de atividade, 3,8% desenvolveram doenças cardiovasculares, em comparação com 5,1% das pessoas que não" seguiram as recomendações, afirmaram os autores.

"O risco de mortalidade também foi mais alto para pessoas que não fizeram o mínimo recomendado de atividade, com 6,4% contra 4,2%", disseram os cientistas.

Caminhar ou limpar a casa são as formas mais comuns de exercício, determinam os investigadores. "Em termos gerais, quanto maior o nível de atividade de uma pessoa, menor o risco de mortalidade e de doenças cardiovasculares", concluíram.

Ministro da Saúde
Plano Nacional de Vacinação abre as portas a entidades privadas devidamente autorizadas, mas exclui as chamadas farmácias de rua.

A portaria publicada em Diário da República a 4 de Agosto deste ano, que estabelece o modelo de governação do Programa Nacional de Vacinação (PNV), permite que entidades privadas possam solicitar um ponto de vacinação, submetendo um pedido de autorização à respetiva Administração Regional de Saúde. O PCP viu aqui um reabrir de portas para que as farmácias de oficina — as normais farmácias de rua — pudessem administrar vacinas do PNV, algo que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, já tinha negado veementemente, no Parlamento, que estivesse para acontecer, escreve o jornal Público. E questionou-o, no dia 30 de Agosto, sobre o eventual recuo. A resposta chegou agora: “Não.” As farmácias de rua não vão administrar vacinas do PNV.

“A existência de pontos de vacinação em farmácias de oficina está excluída destes protocolos regendo-se por legislação específica e não se aplicando a vacinas do PNV”, é escrito num resposta aos deputados do PCP, que tem a data de 18 deste mês e foi agora tornada pública.

Os deputados do PCP Paula Santos, Carla Cruz e João Ramos questionam também o ministro sobre como é assegurado o controlo de qualidade, auditorias, gestão de stocks, formação, acompanhamento e verificação das condições de funcionamento nos pontos de vacinação em entidades privadas referidos na portaria.

O ministério esclarece que as entidades privadas, “com fim social ou não”, que, pela sua atividade assistencial, prestem cuidados a uma população e pretendam ter um ponto de vacinação, “têm de apresentar um pedido de autorização devidamente fundamentado à Administração Regional de Saúde [ARS] territorialmente competente”.

“Cumpre à equipa da Unidade de Saúde Pública do Agrupamento dos Centros de Saúde territorialmente competente acompanhar a gestão local da aplicação do PNV, em articulação com o responsável da entidade privada e da respetiva equipa de vacinação”, explica o ministério.

O documento esclarece ainda que as exigências a estes postos de vacinação “são as mesmas que se exigem às unidades de saúde e pontos de vacinação do Serviço Nacional de Saúde.

O incumprimento destas condições implicará “a revogação do protocolo estabelecido com a ARS territorialmente competente”.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Perto de meio milhão de portugueses sofre de insuficiência cardíaca, um problema que deve passar a ser uma prioridade nacional,...

João Morais, cardiologista e presidente da Sociedade, considera que é necessário “mudar o paradigma” na área da cardiologia e tornar a insuficiência cardíaca uma prioridade, tal como se fez há cerca de duas décadas para o enfarte do miocárdio, com resultados positivos ao nível da redução da mortalidade.

“Quando hoje analisamos as doenças cardiovasculares é claro que temos um percurso de sucesso nos últimos dez anos. Muito provavelmente isso deve-se ao sucesso que Portugal teve no enfarte do miocárdio. Foi uma grande prioridade da cardiologia portuguesa nos últimos 20 anos. Estamos na altura de mudar o paradigma”, afirmou o especialista.

Para ter novos ganhos em relação à mortalidade por doenças cardiovasculares é preciso, segundo João Morais, criar novos objetivos e uma nova prioridade, centrando os esforços na insuficiência cardíaca.

“É um seríssimo problema do mundo inteiro”, refere o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, que assume a insuficiência cardíaca como a pandemia do século XXI.

A Sociedade de Cardiologia defende que se deve começar pelo diagnóstico dos doentes, já que haverá várias centenas de pessoas que sofrem da doença mas não têm um diagnóstico. E sem diagnóstico não há tratamento.

O despiste inicial é relativamente simples, feito através de uma análise de sangue específica, mas que não é comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde.

“Os doentes não têm capacidade económica”, lembra João Morais, defendendo a comparticipação estatal dessa análise, tal como hoje ocorre para o colesterol ou a glicémia.

Para o presidente da Sociedade de Cardiologia, a comparticipação da análise poderia modificar a identificação dos doentes, “mudando o panorama no acesso ao diagnóstico”.

Depois do despiste inicial com a análise de biomarcadores específicos, haverá um percurso de estudo a fazer com o doente, mas o fundamental é obter-se o primeiro diagnóstico.

“O grande objetivo é que todos os doentes em Portugal com insuficiência cardíaca tenham um acesso fácil ao diagnóstico e depois possa ser encaminhados”, resumiu o cardiologista.

Mesmo para os doentes que têm já o diagnóstico de insuficiência cardíaca, João Morais diz que falta no país uma organização montada para os tratar: “Há doentes perdidos na medicina geral e familiar, por outras especialidades ou em consultórios privados”.

No fundo, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia diz que é necessário fazer para a insuficiência cardíaca o que se fez com o enfarte do miocárdio e com a diabetes, reconhecendo-os como problemas centrais, apurando o diagnóstico e criando mecanismos de seguimento e acompanhamento dos doentes.

João Morais lembra que a insuficiência cardíaca é muito debilitante e que apresenta uma taxa de mortalidade superior à de cancros como o da mama, do cólon ou da próstata.

“A taxa bruta de mortalidade em Portugal é superior à da diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica e asma”, refere ainda a Sociedade de Cardiologia.

Um em cada 25 doentes não sobrevive ao primeiro internamento com diagnóstico principal de insuficiência cardíaca e cerca de 30% dos doentes com esta patologia não sobrevivem cinco anos após o diagnóstico.

A taxa de internamento hospitalar é também elevada, sendo a segunda maior fonte de produção hospitalar. Mas cada internamento significa, segundo os peritos, um agravamento adicional da doença, daí que seja também colocado o objetivo de diminuir o número de internamentos do doente com insuficiência cardíaca.

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia quer ainda que os cidadãos aprendam a reconhecer os sintomas da doença, sendo que entre os mais comuns estão a falta de ar extrema, edema nos membros inferiores e fadiga acentuada.

Em Portugal não há dados concretos sobre o número de insuficientes cardíacos. O último estudo foi realizado há cerca de 15 anos e apontava para uma prevalência de 4%, estimando cerca de 400 mil doentes.

Mas João Morais diz que atualmente serão bastante mais, pelo menos meio milhão de doentes, até porque muitos dos que foram sendo salvos de um enfarte do miocárdio acabam por vir a desenvolver insuficiência cardíaca.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Portugal está longe dos mínimos no acesso à reanimação cardíaca em locais públicos, considera a Sociedade Portuguesa de...

“Se tiver uma paragem cardíaca num estádio de futebol ou num grande centro ou zona comercial, a probabilidade que tenho de sobreviver é mínima”, afirma o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, João Morais.

A prevenção da morte súbita precoce deve, no entender do especialista, ser encarada como uma prioridade, até porque a comunidade médica tem hoje forma de identificar os doentes em risco e de intervir.

Para João Morais, um dos “grandes problemas” em Portugal é o “acesso à resposta à paragem cardíaca na rua”.

“No acesso à ressuscitação em locais públicos, estamos muito longe de poder atingir sequer os mínimos”, comenta o cardiologista, que ressalva contudo o trabalho importante do INEM nesta matéria.

Mesmo reconhecendo que há já locais com desfibrilhadores automáticos externos (aparelho usado na paragem cardiorrespiratória), João Morais entende que não basta distribuir desfibrilhadores.

A introdução de um desfibrilhador, explicou, pressupõe formação de pessoas e atualização de conhecimentos a cada dois, três anos ou cinco anos, no máximo. A

“Deve ser enquadrado em algo organizacional. Não basta ter um desfibrilhador pendurar numa parede de um centro comercial, esse aparelho tem de ter à volta dele várias componentes que têm a ver com a organização”, defendeu.

João Morais afirma que o INEM tem feito formação em suporte básico de vida e desfibrilhação automática e certificação de locais públicos, mas que Portugal “está longe de uma cobertura minimamente eficaz”, nem mesmo nas grandes cidades.

“Há locais em que as coisas estão razoavelmente montadas, mas está muito longe de ser um verdadeiro programa nacional de resposta à paragem cardíaca”, argumenta.

Quanto à formação nas escolas, João Morais considera que as crianças e jovens são um ótimo veículo ideal para transmissão de ensinamentos em suporte básico de vida. Em alguns países nórdicos, como a Noruega, o treino e ensino começou nas crianças e foram elas que veicularam depois os conhecimentos aos pais e familiares.

Bastonário
O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários considerou ontem "extremamente importante" que o Parlamento tenha...

"Foi uma aprovação extremamente importante", disse Jorge Cid, observando que, até agora, as normas existentes sobre a matéria eram "vagas" e "só definiam as linhas gerais" dos atos praticados pelos médicos veterinários.

Na quarta-feira, com a abstenção do PSD e os votos favoráveis das restantes bancadas parlamentares, foi aprovado um diploma do PS que define os atos médicos veterinários, visando suprir uma lacuna na lei que regula atividade daqueles profissionais.

O bastonário precisou que os diplomas aprovados, além de definirem os atos próprios dos médicos veterinários, determina ainda o que pode ser feito e praticado pelos técnicos ligados ao setor, designadamente enfermeiros veterinários e por auxiliares de veterinária.

Embora a aprovação destes diplomas seja um passo importante para a classe profissional dos médicos veterinários, Jorge Cid reconheceu que a falta de fiscalização continua a ser um problema sério, notando que existe "falta de pessoal" na Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (Ministério da Agricultura) para fazer cumprir as normas e regras impostas, juntamente com a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica).

O bastonário alertou ainda para o problema da falta de veterinários municipais em mais de 100 municípios do país, criticando o facto de nos últimos anos não ter sido contratado nenhum destes profissionais.

Com a ausência dos veterinários municipais, advertiu, é a atividade sanitária do concelho que fica em risco, pois estes profissionais deviam fiscalizar tudo aquilo que os portugueses consomem de origem animal - ovos, leite e carne, por exemplo.

Os veterinários municipais deviam ainda desempenhar um papel relevante no controlo dos medicamentos que são administrados aos animais em todo o país, pois está a escapar completamente o controlo na administração 'ad hoc' de antibióticos aos animais, com consequências graves para a saúde dos portugueses.

Apesar de a fiscalização ser muito fraca, o bastonário reconheceu que os diplomas agora aprovados pelo Parlamento vão facilitar a apresentação e prosseguimento das várias queixas que são apresentadas ao Ministério Público sobre a prática ilegal de atos reservados aos médicos veterinários.

Programa de reforço muscular é a chave para o sucesso
A taxa de incidência de lesões no futebol tem sofrido, no últimos anos, e apesar dos esforços realiz

O futebol é um desporto com uma taxa de incidência de lesões elevada e apesar de todos os esforços para reduzir esse número, o que se tem verificado nos últimos anos, tem tido um ligeiro aumento e não uma redução. Este paradoxo parece-nos ser devido às diferentes características do Futebol atual, número elevado de jogos, aumento do número de relvados sintéticos, entre outros fatores. Apesar  de tudo, cada vez mais possuímos conhecimento sobre estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento de lesões, bem como cada vez melhores sistemas de motorização do treino.

Relativamente às lesões mais frequentes, salientam-se as lesões musculares e ligamentares da tibiotársica e joelho e, sendo a grande maioria destas lesões provocadas por mecanismo indireto, as estratégias de prevenção tornam-se fundamentais para evitar o seu aparecimento.

Dentro dos fatores de risco conhecidos para estas lesões, sem dúvida que a lesão prévia e a metodologia inadequada de treino (com Ratios de Workload agudo/crónico desajustadas) são os mais relevantes, mas não nos podemos esquecer do défice de flexibilidade, desequilíbrios musculares, alterações posturais, idade, entre outros, como fatores também a ter em conta. Daqui se conclui que cada atleta deve ser avaliado e visto de uma forma individualizada e as estratégias de prevenção adaptadas consoante os antecedentes e os achados ao exame objetivo.


Lesões musculares e roturas de ligamentos estão entre as lesões mais frequentes nesta prática desportiva 

Uma correta metodologia de treino, atendendo a essas mesmas características individuais  e uma correta comunicação entre o departamento Médico e Técnico torna-se pois, fundamental, para tentar evitar o aparecimento de lesões. Para o diagnóstico, sem dúvida que o fator mais importante se centra numa correta, cuidada e meticulosa anamnese e exame objetivo, onde o mecanismo lesional, grau de incapacidade funcional, claudicação para marcha, presença de derrame articular e alguns testes específicos (consoante a suspeita da estrutura lesionada) são de pesquisa imprescindível.

Em relação aos exames de imagem, o Raio-X, a Tomografia computorizada, a ecografia, a Ressonância Magnética e o Porto Knee Testing Device - PKTD (para algumas lesões do ligamento cruzado anterior) são auxiliares fundamentais em termos de diagnóstico e prognóstico das lesões.

Quanto ao tratamento pode ser dividido em tratamento conservador e tratamento cirúrgico, consoante a patologia em questão e a gravidade da mesma. No caso das lesões musculares, o tratamento é praticamente  sempre conservador, com exceção de algumas (poucas) lesões musculares grau 4 (Classificação de Pollock - British Athletic) em que se admite a possibilidade de tratamento cirúrgico. Quanto ao protocolo de tratamento deve ser individualizado e baseado em  critérios de progressão funcionais e não temporais. Cremos que, apesar das muitas técnicas invasivas ao dispor (Plasma Rico em Plaquetas, colagénio, etc), um bom programa de reforço muscular é a chave para o sucesso destas lesões.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em Lisboa
O médico Richard Axel, laureado com o Nobel da Medicina em 2004 por uma investigação pioneira no campo do olfato, partilhou...

No Dia Mundial da Doença de Alzheimer, que se assinalou ontem, o investigador foi um dos oradores da cimeira internacional “Alzheimer’s Global Summit”, que começou na segunda-feira e termina hoje na Fundação Champalimaud, um evento que é coorganizado Fundação Rainha Sofia, de Espanha.

Richard Axel e Linda B. Buck foram laureados em 2004 com o Prémio Nobel da Medicina por terem descoberto "uma grande família de genes, constituída por cerca de mil genes diferentes (3% dos nossos genes), que está na origem de um número equivalente de tipos de recetores olfativos".

Na Fundação Champalimaud, o médico mostrou imagens dos recetores olfativos, através das quais foi pormenorizando o trabalho desenvolvido.

Em 2004, aquando do anúncio dos laureados, a Assembleia Nobel explicou que “o olfato foi durante muito tempo o mais enigmático dos nossos sentidos. Não se compreendiam os princípios básicos para reconhecer e recordar cerca de 10.000 odores diferentes".

Os laureados "resolveram este problema e, numa série de estudos pioneiros, esclareceram como é que o nosso sistema olfativo funciona", adiantava a Assembleia Nobel em comunicado.

Assumindo-se como “um homem profundamente religioso”, Richard Axel começou a sua intervenção recordando uma data muito importante para os judeus, referindo-se ao “aniversário da criação do homem”, assinalado ontem.

O dia começou, aliás, com uma visita do médico à Sinagoga de Lisboa, para assinalar esta data de “profunda introspeção”.

Aquando do anúncio da atribuição do Nobel da Medicina a Richard Axel e Linda B. Buck, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica enalteceu esta escolha, destacando que “quanto melhor se conhecer os mecanismos que estão por detrás das funções normais, melhor a investigação terapêutica se orienta para os alvos que estão por detrás das suas alterações”.

A investigação vai contribuir “muito positivamente” para a melhoria da investigação de medicamentos que auxiliem quem, por motivos de doença, perde ou olfato, salientou na altura Graça Castel-Branco, membro da direção da SPAIC.

Richard Axel foi o segundo laureado com o Nobel da Medicina a marcar presença na cimeira internacional “Alzheimer’s Global Summit”, depois de John O´Keefe ter partilhado com os participantes a identificação de um “GPS” cerebral, que lhe valeu o prémio em 2014.

Neste encontro, que termina hoje, participam mais de 80 peritos mundiais. O evento tem contado com a presença da rainha Sofia de Espanha.

Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República apelou hoje para a criação urgente de um estatuto legal para os cuidadores de doentes com Alzheimer.

Marcelo Rebelo de Sousa visitou a associação Alzheimer de Portugal no dia em que se assinala o Dia Mundial daquela doença e considerou importante e urgente a elaboração de um estatuto legal para os cuidadores das doenças neurodegenerativas.

"O compromisso está a demorar muito. Está prometido há muito tempo um estatuto legal. Foi prometido em 2016 e agora no início em 2017", apontou, apelando aos deputados e ao Governo para o que "puderem fazer a pensar na situação dos cuidadores, que são centenas".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, os cuidadores de pessoas com demências têm o direito a ter um estatuto legal já que “têm toda uma vida a cuidar dos pacientes” sem horário, sem dias livres, sem verem acautelada a sua própria situação em termos de segurança social futura, férias ou repouso.

O chefe de Estado chamou ainda a atenção para a necessidade de ser criado um plano de saúde mental.

“É muito importante dar atenção à saúde mental. Foi um dos domínios mais esquecidos no nosso sistema de saúde por falta de recursos. De repente, quando a sociedade envelhece, as pessoas descobrem e descobrem tarde que é um grande problema”, sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda uma atualização dos dados sobre Alzheimer para se saber quantos casos há, distribuídos por onde, como é a evolução dos casos, quantas pessoas afetadas estão em casa, quantos cuidadores existem e quantos doentes estão em estruturas de acolhimentos.

“É evidente que o país tem muitos problemas, mas engana-se se não tomar em linha de conta que estes problemas de saúde mental são em todas as sociedades cada vez mais importantes e atingem cada vez mais famílias”, alertou.

A Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo existam 47,5 milhões de pessoas com demência, número que pode atingir os 75,6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135,5 milhões. A doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um lugar de destaque, representando cerca de 60% a 70% de todos os casos de demência.

Governo
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse hoje no Porto que o crescimento anual de 3% de novos casos de...

“O crescimento resulta, por um lado, do envelhecimento da população e, por outro lado, naturalmente, da falta de medidas de prevenção que todos nós deveríamos tomar”, sublinhou em declarações aos jornalistas no âmbito da apresentação do relatório do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas 2017, que se realizou no i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, no Porto.

Considerou que “é verdade que temos de trabalhar muito na prevenção, o caso do tabaco é um bom exemplo, mas também o caso da alimentação, do exercício físico e da vacinação, nomeadamente contra o papiloma humano e contra o vírus da hepatite B”.

“São fatores que permitem de alguma forma alterar o percurso natural e a história do cancro e reduzir o número de novos episódios, mas temos, apesar de tudo, bons indicadores nesta área”, disse.

Segundo o secretário de Estado, “temos bons resultados na área da oncologia, quando comparados com outros países europeus, temos incidência de cancro e uma taxa de sobrevida superior à média europeia, o que significa bons cuidados e bons resultados no âmbito dos diagnósticos precoces”.

“Temos a melhor taxa de rastreio de cancro da mama da Europa e das melhores do colo do útero, o que reflete cuidados de saúde de qualidade”, frisou.

Salientou ainda a importância de “medidas inovadoras” tomadas pelo Governo e que “tenderão a reduzir esta incidência” referindo “as consultas de cessação tabágica disponíveis em todo o país e a comparticipação dos fármacos para a cessação tabágica”.

A comparticipação dos fármacos para a cessação tabágica representará no final deste ano uma despesa de “um milhão de euros” mas é “um investimento que terá certamente consequência na incidência do cancro do pulmão”, acrescentou.

Relatório
O diretor nacional do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas disse hoje no Porto que há um “aumento significativo” da...

“Notamos que houve um aumento significativo da mortalidade por cancro do pulmão no sexo feminino neste último ano, é de facto um aumento marcante, que já tínhamos antecipado, e já estávamos à espera pela diminuição da assimetria de género no consumo de tabaco”, sublinhou Nuno Miranda.

Segundo explicou aos jornalistas, “neste momento há um maior equilíbrio na relação de homens/mulheres no consumo de tabaco e isto levou a duas coisas: primeiro a uma pequena diminuição da mortalidade por cancro no sexo masculino pelo segundo ano consecutivo, fruto do investimento que foi feito em medidas legislativas e em medidas de desaconselhamento do consumo do tabaco, mas por outro lado, e essa é a parte negativa, há um aumento significativo da mortalidade no sexo feminino que, é ainda muito menor do que no sexo masculino, mas que pensamos irá continuar a aumentar”.

Nuno Miranda falava na apresentação do relatório do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas 2017, cuja primeira conclusão é que os resultados do diagnóstico e tratamento do cancro em Portugal continuam “num muito bom nível, ou seja Portugal está junto dos melhores parceiros europeus, tanto em termos do número de cancros que diagnosticamos como em termos da mortalidade por cancro”.

A incidência das doenças oncológicas está a registar um aumento de aproximadamente 3% ao ano, constituindo a segunda causa de morte após as doenças cérebro-cardiovasculares, de acordo com o relatório do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas 2017.

Ainda sobre o cancro do pulmão, disse que a percentagem de cura do cancro do pulmão “anda entre os 10% e os 20%, é uma percentagem muito baixa. A maioria dos tumores são diagnosticados já em fase não operável e não curável da doença”.

“O cancro que mais mata em Portugal neste momento continua a ser o cancro do pulmão, tivemos mais de 4 mil óbitos provocados por esta doença e isto é particularmente importante porque é um tumor evitável”, disse.

E acrescentou: “Se pensarmos que 90% dos casos do cancro do pulmão estão diretamente relacionados com o consumo do tabaco podemos perceber que é aqui que temos de investir. É na prevenção e é em evitar ter a doença”.

Contudo, frisou, no geral “estamos nos melhores lugares do ranking europeu, no top cinco, no que toca à taxa de mortalidade e à taxa de incidência”.

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