Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Maior consumo de tabaco entre as mulheres faz aumentar prevalência ao longo da vida.

Os dados são recentes: o consumo de tabaco apresenta uma subida de prevalência ao longo da vida, de acordo com o IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas da População Geral 2016/2017, publicado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências. E é o mesmo relatório que avança que esta subida “se deve sobretudo ao aumento do consumo entre as mulheres”. É por isso que Alfredo Martins, coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Respiratórias (NEResp) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), considera que ainda que não seja “determinante criar mensagens dirigidas especificamente ao sexo feminino”, é importante, “para aumentar a sua eficácia, a inclusão de algumas especificidades de sexo (masculino ou feminino) nessas mensagens”. Um alerta deixado a propósito do Dia Europeu do Ex-Fumador, que se assinala a 26 de setembro.

Não será por falta de informação sobre os riscos do tabaco que muitos portugueses continuam a fumar, concorda Alfredo Martins. O especialista da SPMI confirma que fala sobre o assunto em todas as primeiras consultas e nas subsequentes no caso de fumadores ativos e passivos e é com base nas observações feitas que acredita “que os portugueses estão hoje mais informados sobre os riscos do tabaco para a sua saúde e para a saúde dos outros. Esse conhecimento não é contudo suficiente para que tenham uma consciência plena e duradoura desse risco, sobretudo nos que continuam a fumar e que são, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2014, 30% dos homens e 15% das mulheres”.

Para deixar de fumar, a vontade é “o fator mais importante para o sucesso da decisão de cessar o tabagismo”, mas sozinha não chega. “Está demonstrado que o aconselhamento dos médicos e de outros membros da equipa de saúde melhoram as taxas de sucesso da cessação tabágica. É necessário que a equipa de saúde ajude na definição do plano de cessação em cada caso, dê conselhos práticos e informe e recomende o uso dos fármacos recomendados, ajustados às necessidades específicas de cada caso”. Um papel que cabe também ao internista, não só nas consultas, mas também “na organização dos serviços” e “na participação ativa em ações de formação e informação sobre consequências do tabagismo e sobretudo sobre o que fazer para deixar de fumar”.

Fumar é a primeira causa evitável de doença, incapacidade e morte prematura nos países desenvolvidos, reforça a OMS, que acrescenta que a pandemia do tabagismo foi responsável por 100 milhões de mortes no século XX e, se não for travada, poderá vir a matar outros mil milhões neste século. Por cá, os dados da Direção-Geral da Saúde revelam que uma em cada cinco mortes observadas em pessoas, de ambos os sexos, entre os 45 e os 64 anos, são atribuíveis ao consumo de tabaco. Segundo o Inquérito Nacional de Saúde 2014, existem em Portugal cerca de 1,78 milhões de fumadores com 15. Quanto aos ex-fumadores, são 21,7% dos residentes com a mesma idade. No dia em que se celebra todos aqueles que conseguiram deixar de fumar, a mensagem do especialista da SPMI é simples: “sabendo-se o que se sabe sobre as consequências do tabaco e sobre a existência de possibilidade de ajuda para deixar de fumar, continuar a fumar ou voltar a fumar não abona a favor da inteligência”.

Semana Europeia da Biotecnologia
A Associação Portuguesa de Bioindústrias (P-BIO) vai debater, a 25 de setembro em Braga e a 28 de setembro em Lisboa, o setor...

O setor da biotecnologia está em crescimento em Portugal, nascendo cerca de 10 novas empresas a cada ano, financiando-se em capital de risco de forma a alcançar um rápido crescimento. Entre 2006 e 2014 apenas foram publicadas 407 patentes de biotecnologia.

No dia 25 de setembro a sessão que terá lugar no International Iberian Nanotechnology Laboratory (INL), em Braga, tem como tema principal “A interface entre Bio e a Nanotecnologia” e vai contar com a presença do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

O Open Innovation Day, dia 28 de setembro, terá como palco as instalações da AESE Business School em Lisboa e vai contar com a participação de Hans GCP Schikan, ex-CEO da Prosensa, que irá dar uma perspetiva Europeia da Biotecnologia.

Vieira da Silva
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou hoje que "os desafios" colocados aos estados com o...

Estas políticas devem "garantir vidas saudáveis", alcançando a igualdade de género, e promover "a adaptação dos mercados de trabalho, dos sistemas de proteção social e dos serviços de saúde e de cuidados", defendeu o ministro na abertura da Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o envelhecimento ativo, que decorre até sexta-feira, em Lisboa.

Segundo dados apresentados por Vieira da Silva na conferência, em 2017, 15,4% da população na região UNECE (Comissão Económica das Nações Unidas para a Região Europa) tinha 65 anos contra os cerca de 13% em 2002.

"As tendências atuais indicam que, até 2030, as pessoas com 65 ou mais anos vão representar mais de um quinto da população da região UNECE", frisou o ministro.

Vieira da Silva lembrou que o aumento da esperança de vida tem "implicações importantes e de longo alcance" a nível social, territorial, económico e cultural.

Para o ministro, este aumento da esperança de vida terá de ser acompanhado pela "qualidade de anos de vida".

"As pessoas devem envelhecer com dignidade e segurança, disfrutando a vida através da plena realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais", defendeu o ministro na conferência promovida pela UNECE, com o tema "Uma sociedade sustentável para todas as idades", que decorre até sexta-feira em Lisboa.

Esta situação - acrescentou - exige também "um combate permanente contra o discurso da segregação geracional, promovendo a solidariedade e respostas solidárias, em particular no domínio da relação entre gerações".

Mas os desafios que se colocam "só podem ser alcançados através de um compromisso conjunto", para garantir "uma sociedade sustentável para todas as idades".

Presente na conferência, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, adiantou, citando projeções do Instituto Nacional de Estatística (INE), que a população com 65 ou mais anos residente em Portugal passará de 2,1 para 2,8 milhões de pessoas entre 2015 e 2080.

Neste contexto, exigem-se políticas públicas que criem condições favoráveis ao envelhecimento da população, defende o ministro, lembrando que no espaço de quatro décadas, Portugal criou condições de desenvolvimento que permitiram às pessoas terem uma esperança de vida superior à média da União Europeia.

A conferência, de onde vai sair a Declaração de Lisboa, com as linhas orientadoras de atuação dos estados-membros para os próximos cinco anos, reúne em Lisboa os ministros responsáveis pela área do envelhecimento dos 49 estados membros da UNECE, além de outras entidades relevantes, como as Nações Unidas, a Comissão Europeia e a Organização Internacional do Trabalho.

Além dos países estados-membros, esta conferência conta com a participação, como observadores, dos países de língua oficial portuguesa e de outros onde há comunidades portuguesas de grande expressão, como China, Japão, Índia, África do Sul, Canadá ou Rússia.

Estudo
Investigadores portugueses criaram tabelas de percentis adequadas à realidade portuguesa. Objetivo é conseguir diagnósticos...

Se durante os nove meses de gravidez o bebé se afasta da média, se o crescimento ou o peso fetal é baixo, os progenitores ficam “muito angustiados”. A gravidez, nota o investigador Ricardo Santos, “é o único momento em que os pais desejam ter um filho padronizado em vez de especial”. E, às vezes, acumulam preocupações excessivas. Foi também por isso que uma equipa de investigadores do Cintesis (Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde) se debruçou na criação de curvas de referência de crescimento fetal e peso à nascença — vulgarmente conhecidas por tabelas de percentis — adaptadas à realidade portuguesa.

O estudo, publicado no European Journal of Obstetrics & Gynecology, vem introduzir três novas curvas de referência: uma para meninos, outra para meninas e uma terceira indiferenciada para os dois géneros. Todas têm em conta as características das mulheres portuguesas. Os médicos de família e obstetras já podem descarregar gratuitamente uma aplicação (disponível apenas para Android) com esses valores. E há também uma outra possibilidade ainda mais personalizada (já lá vamos).

Estas tabelas de percentis são essenciais no acompanhamento das gravidezes. Permitem aos obstetras e médicos de família estimarem o tempo de gravidez, a data prevista do parto e diagnosticarem eventuais problemas de desenvolvimento dos fetos, nomeadamente restrição do crescimento fetal ou macrossomia fetal (excesso de peso). Esta diagnose permite identificar sintomas de doenças na gravidez como a diabetes, a pré-eclampsia, doenças metabólicas ou genéticas. 

O problema, sublinha o também obstetra no Hospital de Guimarães Ricardo Santos, é que estas tabelas são excessivamente padronizadas: “Há uma busca por um padrão global que na minha opinião não existe”, disse em conversa telefónica com o jornal Público.

É muito fácil uma grávida obter valores que ficam fora da curva e isso “causa-lhe grandes transtornos” — quando muitas vezes nem é um problema. Ricardo Santos exemplifica: uma mulher com 1,90 metros que já vá na terceira gravidez terá sempre uma curva diferente de uma mulher de 1,55 metros, com 45 quilos e mãe pela primeira vez.

O uso das curvas de crescimento fetal é generalizado — e algo “sobrevalorizado”. Sobretudo tendo em conta as “deficiências” de algumas tabelas internacionais utilizadas. Se estas não refletirem a distribuição da população e as suas características físicas e clínicas podem conduzir os profissionais médicos ao “sobre ou subdiagnóstico de algumas doenças”.

Para conseguir diagnósticos mais exatos — e ajudar a diminuir a angústia dos pais —, a equipa de investigadores do Cintesis recolheu dados de mais de 660 mil nascimentos ocorridos em 22 instituições portuguesas, selecionando dados de 62 mil recém-nascidos.

A amostra revelou, por exemplo, que o peso médio de um bebé português à nascença pode variar em mais de 150 gramas quando comparado com um recém-nascido do Reino Unido, Irlanda, Nova Zelândia ou Estados Unidos da América. E, por outro lado, se aproxima muito do peso dos bebés espanhóis e franceses.

Há vários fatores que influenciam o crescimento fetal: o género (os rapazes são, regra geral, maiores), a etnia, a herança genética, o peso e altura da mãe, as doenças da progenitora, bem como o número de filhos tidos anteriormente, o consumo de álcool ou tabaco (fumar diminui aproximadamente 5% o peso do bebé às nascença). Até a altitude do local onde a mulher vive pode ter influência.

Por isso, “ter curvas de percentis fidedignas é fundamental”, aponta: “Tem de ser algo matematicamente fiável.” Com este estudo, a equipa do Cintesis espera “disseminar a importância destas tabelas” ao mesmo tempo que “desmistifica” o seu uso. “Um percentil de 10 pode não ser preocupante. Tem apenas de pôr a pulga atrás da orelha, deixar os médicos mais vigilantes”, diz.

Depois das curvas clássicas, os investigadores portugueses desenvolveram ainda um software — este não está disponível gratuitamente — que permite aos médicos criarem curvas de percentis de peso fetal e à nascença personalizadas, introduzindo valores de referência de uma grávida em particular.

BikeAround
No Dia Mundial da Doença de Alzheimer, para sensibilizar consciências e mostrar como a tecnologia, t

Há umas semanas atrás conheci Lars Jonsson, de 75 anos, e a sua esposa, Ingrid. Casaram quando Lars tinha 40 anos e viveram uma vida bastante feliz. Lars também sofre de demência.

A cada três segundos, alguém desenvolve demência, uma condição que cria incapacidade e dependência entre as pessoas idosas, roubando-lhes a memória e o discernimento. Não é apenas algo esmagador e desgastante para os que sofrem, mas também para os seus entes queridos. Foi bastante difícil para a Ingrid quando se apercebeu que o seu marido já não se recordava de vários momentos importantes da sua vida em conjunto.  

Conhecemos a Lars e a Ingrid quando vieram testar um dispositivo que inventámos para melhorar a vida das pessoas com demência. Trata-se do BikeAround, e combina uma bicicleta estática com o Google Street View projetado num grande ecrã que permite aos doentes realizarem um passeio virtual pelas suas memórias, permitindo-lhes pedalar num determinado local que visitaram no passado, Quando Lars se sentou no selim da bicicleta, a sua esposa Ingrid sugeriu que o regresso à cidade e à igreja onde casaram. Nesse momento, o rosto de Lars transbordava alegria à medida que a igreja surgia à sua frente. A expressão da Ingrid também era algo verdadeiramente emocionante pois sabia que o seu marido estava a recordar-se desse momento tão bonito das suas vidas. 

O desenvolvimento do sistema BikeAround, que agora é propriedade da empresa de cuidados de saúde Camanio Care, começou em 2010 no Health Technology Center em Halland, na Suécia. Na altura, estávamos a realizar pesquisas sobre a demência e percebemos que as pessoas que viviam com a doença tinham diferentes níveis de acesso à atividade física, dependendo do local onde habitavam. Como muitas das vezes é recomendado que as pessoas com demência realizem atividades físicas para estimular a sua saúde física e mental, esta situação era um problema. Queríamos encontrar uma maneira de motivar os idosos com demência a exercer mais atividade física e de uma forma segura.

Veja o vídeo que mostra Bengt, idoso com demência e a sua mulher Laila a testarem o sistema BikeAround.

As nossas recordações mais fortes estão ligadas inexoravelmente à nossa localização. E não se trata de coincidência que quando pensamos numa grande memória ou evento passado o nosso primeiro pensamento seja: "Onde estava quando isto aconteceu? O sistema BikeAround pega nesta ideia e combina a estimulação mental e física - envolvendo os pacientes com os lugares que reconhecem através das imagens do Street View e depois levando-os a pedalar e a percorrer esses locais. Os cientistas pensam que este tipo de associação produz dopamina no cérebro e tem o potencial de afetar a gestão da memória de uma forma mais profunda.


Bengt Ivarsson testa a bicicleta estática que está emparelhada com o Google Street View que permite às pessoas com demência uma viagem virtual às suas memórias.

Hoje é o Dia Mundial da doença de Alzheimer, um período em que as pessoas e as organizações de todo o mundo concentram os seus esforços na consciencialização desta doença para a qual não há cura. Investigadores do mundo inteiro estão a tentar encontrar novas maneiras de aumentar a qualidade de vida das pessoas afetadas por esta doença. A experiência com Lars - e muitos outros pacientes - prova que desenvolvemos não apenas um produto para melhorar a saúde, mas também algo que cria emoção e liga as pessoas. Por vezes, os pacientes acham o sistema BikeAround tão fascinante e reconfortante que não querem sair. Os bairros nos quais eles cresceram, os parques onde brincavam quando eram crianças, as visitas da família ao largo da costa... Os pacientes lembram-se de todos estes momentos e consideram este um sentimento de liberdade.

Sempre considerei a digitalização e a tecnologia como um catalisador para abrir o mundo não só para os chamados tech savy mas também para as pessoas idosas, que muitas das vezes vivem em exclusão digital. Estamos entusiasmados por ter encontrado uma maneira de trazer felicidade a muitas pessoas que vivem com demência e aos seus familiares. Mas o que é também emocionante para mim é que este é apenas um exemplo de como a tecnologia pode ser aproveitada para causar um impacto real na vida das pessoas. Se olharmos além de nós mesmos e "dermos asas" à nossa imaginação, não há limite no que podemos fazer para ajudar os outros.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório
A incidência das doenças oncológicas está a registar um aumento de aproximadamente 3% ao ano, constituindo a segunda causa de...

No caso do Cancro do Pulmão, que é ainda a neoplasia com maior mortalidade em Portugal, os autores do documento hoje apresentado no Porto, observaram uma variação geográfica significativa, com maior mortalidade nos Açores, mas também com mortalidades acima da média nas regiões do Algarve, Área Metropolitana do Porto, Alto Minho, Área Metropolitana de Lisboa e Alentejo Litoral. No caso particular dos Açores a assimetria é muito marcada, sendo de alertar a menor taxação do tabaco nesta região autónoma.

Revelam que no cancro colorretal a mortalidade padronizada é relativamente homogénea ao longo do país, com exceção na Região do Alentejo Litoral, onde se observaram valores substancialmente mais elevados. As variações nesta região podem dever-se apenas a variações estatísticas de pequenos números, necessitando de ser confirmadas.

Os dados para o cancro da mama feminina, apontam uma maior mortalidade na região dos Açores, seguida pelas regiões da Beiras e Serra da Estrela, Oeste, Área Metropolitana de Lisboa, Madeira e Lezíria do Tejo.

No relatório é ainda referido que a mortalidade por cancro do estômago valores significativamente mais altos na região Norte, estreitamente relacionados com hábitos alimentares.

De acordo com o documento, os programas de rastreio oncológico evoluíram significativamente, com expansão da cobertura geográfica, aumento do número de utentes rastreados e melhoria significativa das taxas de adesão (+5%).

Durante o último ano, na região Norte, atingiu-se a cobertura geográfica de 100% no rastreio do cancro da mama, ficando o programa completo como nas regiões Centro, Alentejo e Algarve.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, está previsto o seu alargamento em 2018. O programa de rastreio do cancro do colo do útero ficou também concluído na região Norte, juntando-se às regiões Centro, Alentejo e Algarve. Em 2017, será iniciado este rastreio na região de Lisboa e Vale do Tejo, estando prevista a sua implementação total durante o ano de 2018, lê-se no documento.

No rastreio do cancro do cólon e reto, refere que estão em desenvolvimento programas piloto disseminados nacionalmente, de destacar o projeto piloto iniciado na Região Norte em dois ACES, no final do ano de 2016, e que será alargado, durante os anos de 2017/2018, e os dois projetos pilotos que estão a ser implementados nas regiões do Algarve, no ACES Central, e em Lisboa e Vale do Tejo em quatro ACES, três da Península de Setúbal e o ACES Lisboa Norte.

Estes projetos, acrescenta, juntam-se aos rastreios já implementados na região Centro, em quatro ACES, e na região do Alentejo, no ACES Central. Desta forma, “teremos, em 2017, e pela primeira vez, o rastreio do cancro do cólon e reto implementado em todas as regiões do país”.

De acordo com o relatório da OCDE, Health at a Glance 2016, Portugal apresentava em 2014 uma taxa de 70,7% de mulheres rastreadas para o cancro do colo do útero quando a média europeia foi de 63%.

Já no rastreio do cancro da mama, em 2013, Portugal foi o país da Europa com maior taxa de rastreio, com 84,2% das mulheres rastreadas, bem acima da média europeia que foi de 62,8%.

Os autores do relatório referem ainda que, no mesmo período, a taxa de sobrevida do cancro do colo do útero a cinco anos foi de 64,5%, em linha com a média europeia, e a taxa de sobrevida a cinco anos no cancro da mama foi de 87,9%, quatro pontos percentuais acima da média europeia.

Ainda no âmbito dos programas de rastreio oncológicos salienta-se o desenvolvimento de uma solução informática nacional única para os rastreios, que já se encontra em fase de implementação, e a uniformização técnica dos programas de rastreio nas várias regiões, que será objeto de um Despacho do Ministério da Saúde, que será publicado ainda este mês, e que permitirá aumentar a equidade no acesso a nível nacional.

Estudo
Cientistas britânicos usaram a tecnologia de edição do genoma humano para revelar o papel de um gene essencial no...

Os investigadores usaram a técnica CRISPR-Cas9, baseada numa enzima que age como uma "tesoura molecular" no genoma, para eliminarem um gene chamado OCT4 presentes nos óvulos fertilizados. Acredita-se que este gene desempenha um papel fundamental na formação de embriões. "Depois do óvulo ser fertilizado, ele divide-se em sete dias e forma uma bola com 200 células chamada blastocisto", explicaram os autores do estudo num comunicado de imprensa.

"O estudo descobriu que embriões humanos precisam de OCT4 para formar corretamente um blastocisto". Este foi o primeiro uso da edição de genoma para estudar a função dos genes em embriões humanos, o que poder ajudar os cientistas a entender melhor o desenvolvimento inicial dos mesmos, explicou fonte do Instituto Francis Crick em comunicado.

A nível técnico, o estudo publicado na revista científica Nature confirmou a edição CRISPR-Cas9 como um "método poderoso" para examinar o papel dos genes individuais no desenvolvimento humano, escreve o Sapo. Esta técnica permite aos cientistas remover e substituir uma sequência defeituosa numa fita de ADN com grande precisão, eliminando, por exemplo, doenças congénitas ou hereditárias.

O método é, no entanto, controverso porque, segundo os seus críticos, pode ser usado no futuro para o "design de bebés", ou seja, a possibilidade de criar humanos com determinadas características físicas e cognitivas. "Uma maneira de descobrir o que um gene faz no embrião em desenvolvimento é ver o que acontece quando ele não está ativo. Agora, demonstramos uma maneira eficiente de fazer isso", disse Kathy Niakan, uma das autoras do estudo.

"Se soubéssemos os genes-chave que os embriões precisam para se desenvolverem com sucesso, poderíamos melhorar os tratamentos de FIV e compreender algumas causas dos problemas para engravidar", acrescenta.

Estudo
Investigadores do grupo farmacêutico francês Sanofi e dos Institutos da Saúde americanos (NIH) desenvolveram um antivírus...

O tratamento, cujos detalhes foram publicados esta quarta-feira na revista norte-americana Science, permitiu proteger macacos do vírus da imunodeficiência símia (SIV) e de estirpes do vírus da imunodeficiência humana (VIH).

Este antivírus proporcionou uma proteção melhor do que a de todos os outros anticorpos testados até hoje, neutralizando 99% de mais de 200 estirpes diferentes de VIH-1, detalham os investigadores.

O novo agente também foi testado em células humanas em laboratório, escreve o Sapo.

Estes anticorpos foram produzidos através de técnicas de engenharia genética para detetar e neutralizar múltiplos alvos infecciosos simultaneamente. "Diferentemente dos anticorpos naturais, este antivírus triplo ataca vários objetivos infecciosos através de uma só molécula", explicou Gary Nabel, cientista da Sanofi e autor principal deste artigo.

"Este enfoque tem o potencial de melhorar a proteção contra o VIH e é também uma base para novos tratamentos contra o cancro e doenças autoimunes e infecciosas", disse o investigador.

Porque é tão difícil combater o VIH/Sida?
Até agora, a multiplicidade genética do vírus do VIH/Sida, que é variável em todo o mundo, tornou difícil a produção de uma molécula capaz de combater a pandemia de forma eficaz.

No entanto, este novo antivírus agora revelado promete ser uma solução e a revolução no tratamento da doença. Está previsto que um ensaio clínico de fase 1 comece em 2018 no Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), parte dos NIH.

Os testes serão feitos em voluntários saudáveis e em pessoas infetadas com o VIH/Sida e deverão determinar a segurança e eficácia da nova molécula.

DGS
Portugal tem 471 casos confirmados de hepatite A, num total de 493 notificados, desde 01 de janeiro, de acordo com o balanço...

Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), disponíveis no ‘site’ daquela entidade, dos 493 casos notificados, a grande maioria (87%) diz respeito a homens e em mais de metade (52%) o contágio deu-se por contacto sexual, tendo em 26% dos casos a doença “sido adquirida por via desconhecida”.

A maioria dos casos notificados (70%) ocorreu na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Há um mês, Portugal tinha 435 casos confirmados de hepatite A, num total de 454 notificados desde o início deste ano.

A DGS, tendo em conta o surto de hepatite A, reforçou da vacinação antes dos grandes festivais de verão e aconselhou a adoção de medidas de prevenção durante estes eventos e, após, a vigilância de sintomas compatíveis com os da hepatite A.

Em maio, a DGS atualizou a norma sobre a hepatite A e os viajantes deixaram de precisar de submeter o pedido de vacinação à Direção-geral da Saúde, bastando ter a prescrição do médico.

Em abril, com o país em pleno surto de hepatite A, os viajantes com destino a países endémicos para a doença só eram elegíveis para vacinação a título excecional e o médico prescritor da vacina tinha de contactar previamente a autoridade de saúde.

Esta medida prendeu-se, na altura, com uma necessidade de controlar o ‘stock’ de vacinas, de modo a que chegassem aos grupos prioritários, como contactos íntimos ou familiares de infetados e homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.

No que respeita a estes grupos prioritários continua a não ser necessária qualquer validação da vacina por parte da DGS, sendo a imunização gratuita, a cargo do Serviço Nacional de Saúde.

Segundo a DGS, desde 03 de abril foram administradas cerca de três mil vacinas, das quais 80% na região de Lisboa e Vale do Tejo, a quase totalidade em contexto de pré-exposição.

Na Unidade Móvel de vacinação (campanha em Lisboa, Bairro Alto e Terreiro do Paço) foram administradas 150 vacinas nos dias 27, 28 e 29 de abril, 164 nos dias 05 e 06 de maio e 130 no dia 24 de junho.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não se torna crónica e dá imunidade para o resto da vida.

ONU
A ONU incluiu, pela primeira vez, a Venezuela na lista de países que exercem represálias e intimidam ativistas dos direitos...

"Temos conhecimento de casos de pessoas que foram sequestradas e outras que desapareceram. Todos os anos, somos obrigados a denunciar casos de intimidação contra pessoas, cujo delito, aos olhos dos seus governos, foi cooperar com instituições e mecanismos da ONU", disse Andrew Gilmoure aos jornalistas, ao apresentar o oitavo relatório ao Conselho da ONU para os Direitos Humanos.

O responsável sublinhou existirem "muitos casos" de detenções arbitrárias prolongadas, tortura e maus tratos, e indicou existir também um caso de tratamento psiquiátrico forçado, além de ataques sexuais e violações, durante a detenção de homens e mulheres.

Esta lista corresponde ao período entre junho de 2016 e maio de 2017.

Segundo a ONU, os países que perseguem ativistas de direitos humanos são a Argélia, Bahrein, Burundi, China, Cuba, Egito, Eritreia, Honduras, India, Irão, Israel, Mauritânia e México.

Integram também a lista Marrocos, Birmânia, Omã, Paquistão, Ruanda, Arábia Saudita, Sudão do Sul, Sri Lanka, Sudão, Tajiquistão, Tailândia, Turquia, Turquemenistão, Emiratos Árabes Unidos, Uzbequistão e Venezuela.

Direção-Geral das Atividades Económicas
A Direção-Geral das Atividades Económicas afirmou que Portugal tem defendido a diminuição da presença de cádmio em todos os...

"No contexto da revisão do regulamento das matérias fertilizantes, Portugal tem defendido a diminuição da presença de cádmio em todos os tipos de matérias fertilizantes", refere a Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE), em resposta a questões a propósito das críticas da associação ambientalista Quercus à posição portuguesa.

Na segunda-feira, os ambientalistas pediram que o voto de Portugal fosse no sentido de mudar a legislação europeia para reduzir os níveis de cádmio nos fertilizantes agrícolas, por tratar-se de um metal pesado prejudicial à saúde.

Segundo a DGAE, atualmente não estão definidos limites máximos legais para o teor de cádmio nos adubos fosfatados, quer ao nível da legislação nacional, quer da União Europeia (UE).

A DGAE diz estar a promover contactos entre as empresas e o setor de investigação visando "o desenvolvimento de tecnologias de descadmização não poluentes".

Refere igualmente participar "ativamente no subgrupo de trabalho específico do 'Joint Research Center'" que avalia alternativas para a substituição da rocha fosfatada no processo de fabrico dos adubos fosfatados, "nomeadamente através da reutilização de materiais, como estratégia para diminuir o teor de cádmio nos adubos fosfatados".

Carla Espinhal, da Quercus, disse que a UE "tem estado a caminhar no sentido de alterar a legislação, [para] ser mais amiga do ambiente, por um lado, e, por outro, ser mais protetora do que consumimos, e quer alterar a legislação dos fertilizantes agrícolas".

Segundo os ambientalistas, "todos os Estados-membros estão a favor dessa legislação, menos seis, incluindo Portugal", uma posição que consideraram "infundamentada", pedindo, por isso, que o país a alterasse e defendesse a adoção das novas regras.

Carla Espinhal insistiu no alerta de que o fosfato usado nos fertilizantes agrícolas "contém níveis de cádmio muito superiores ao desejável" e lembrou que vários estudos da Organização Mundial de Saúde e da Agência Europeia de Segurança Alimentar provam que esta substância "é um metal pesado e é cancerígeno e faz mal", chegando aos consumidores através dos alimentos.

A proposta da UE visa uma redução gradual dos níveis de cádmio nos fosfatos utilizados nos adubos e fertilizantes e tem de ser discutida no Parlamento Europeu, estando prevista uma votação para outubro, e no conselho dos ministros europeus.

O cádmio é um metal pesado e vários estudos demonstram a potencial perigosidade para o consumo humano deste elemento, associado a várias doenças, tais como a disfunção renal e a descalcificação óssea para além de ser classificado como cancerígeno, relatou a Quercus.

A importância da comunicação
Estima-se que em Portugal cerca de 5% da população acima dos 65 anos sofra de demência, sendo a doen

A doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum, estimando-se que afete entre 50 a 70 por cento de todos os casos.

Sendo um tipo de demência que provoca uma deteriorização progressiva e irreversível de múltiplas funções cognitivas, como a memória, pensamento ou concentração, que, além de levar a alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas atividades de vida diária, implica ainda “alterações significativas ao nível da comunicação em todos os domínios – expressão e compreensão”.

De acordo com o especialista em enfermagem, Carlos Sequeira, estas alterações variam de pessoa para pessoa e acompanham a evolução da doença tornando-se “progressivamente mais significativas”.

“As primeiras alterações estão muito associadas à perda de memória, pelo que as pessoas revelam dificuldades em encontrar determinadas palavras ou em compreender o seu significado”, começa por explicar o professor.

Com a progressão da doença, o doente vai perdendo a capacidade de leitura e da escrita “e as alterações da linguagem vão-se tornando mais significativas”. Com o tempo vai sendo cada vez mais dificil manter uma conversa e vai-se perdendo a capacidade de expressar as emoções.

“Dizem frases sem sentido, repetem as mesmas frases ou expressões, muitas vezes interrompem os outros quando falam, falam mais alto, dizem “palavrões”, podem insultar os familiares, fazem afirmações sem fundamento”, exemplifica Carlos Sequeira.

Como consequência, estas alterações afetam não só a sua relação com os familiares e cuidadores “em virtude de ser mais díficil a manutenção da comunicação de acordo com o “normal” de uma interação social”, como dificultam a avaliação dos profissionais de saúde, “uma vez que as dificuldades de expressão e compreensão, por vezes, não permitem ter acesso aos sentimentos e pensamentos da pessoa” e dificultam a transmissão das informações, na medida em que a compreensão do doente se encontra limitada.

A nível familiar, a situação é mais “grave”. “A comunicação com os familiares é mais díficil, porque a sua maioria não tem conhecimentos específicos que lhe permita minimizar os problemas de comunicação do familiar”, revela o professor Carlos Sequeira.

Esta situação leva a que, muitas vezes, os familiares se afastem. “Em muitas situações, os familiares evitam estabelecer interação e isso é prejudicial para a pessoa com a doença de Alzheimer”, revela acrescentando que esta relação acaba comprometida. “Por isso, é fundamental fazer formação aos familiares e aos profissionais de saúde sobre estratégias de comunicação que devem privilegiar – o que dizer, o que não dizer, como dizer”.

Na realidade, uma comunicação inadequada pode agravar as manifestações do doente e facilitar a progressão da doença.

Do lado cuidador, os prejuizos também são vários, sobretudo no que diz respeito à relação de prestação de cuidados, sofrendo uma sobrecarga, uma vez que “tem mais dificuldades em cuidar e receber feed back dos cuidados prestados”.

“Uma comunicação adequada é muito importante para a pessoa com Alzheimer pois esta continua a ter sentimentos e emoções, apesar da sua dificuldade em expressar-se. Preservar a autoestima e dignidade de um doente com Alzheimer é fundamental”, afirma.

“A doença já penaliza suficientemente a pessoa, pelo que não devem ser o profissionais de saúde ou os familiares a aumentarem o seu sofrimento”, acrescenta Carlos Sequeira referindo que existem pequenas estratégias de comunicação que fazem toda  a diferença no momento em que se comunica com o doente.

“Os elementos chave da comunicação são o interesse, a disponibilidade, o respeito e a adequação da comunicação à deteriorização da pessoa com Alzheimer”, refere adiantando que o doente necessita comunicar e, sobretudo, sentir-se acarinhado.

Deste modo, o especialista afirma que se deve preparar o contexto e o conteúdo comunicativo eliminando “ao máximo” os ruídos externos, privilegiando um ambiente calmo e utilizando uma linguagem simples e o "mais familiar para a pessoa".

“Falar devagar, evitar a infantilização e dar tempo para a pessoa responder são estratégias fundamentais que melhoram todo o processo de comunicação com o doente de Alzheimer”, afirma.

Por outro lado, a utilização da linguagem não verbal, “mais efetiva e afetiva que a verbal” tem especial importância ao longo deste processo.

“A comunicação não verbal é fundamental em qualquer relação. Neste contexto, assume uma maior relevância pois pode ser um elemento facilitador da interação”, adianta. “O toque, o sorriso, a expressão facial são fundamentais e permitem à pessoa uma melhor compreensão e envolvimento. Muitas vezes, o estar junto, o tocar ou segurar a mão é mais significativo do que muitas palavras”, justifica o especialista.

“Falar alto com a pessoa, repreendê-la constantemente, estar sempre a corrigi-la, discutir com a pessoa por não ser capaz de dizer as coisas corretamente, ter expressões pejorativas” são erros a evitar nesta relação.

“Atualmente, existe muita informação em livros, em sites (Associação Alzheimer) e em estudos que podem servir de guias orientadores para os profissionais de saúde saberem o que dizer, o que não dizer e como o dizer, através da comunicação verbal e não verbal”, refere Carlos Sequeira reafirmando que o doente “tem o direito de receber cuidados de qualidade suportados numa comunicação adequada às suas limitações e condições de saúde, de modo a que se sinta melhor e com mais dignidade”.

O livro “Comunicação Clínica e Relação de Ajuda”, que conta com a coordenação deste especialista, é um guia orientador para todos os profissionais da área da saúde que pretendam melhorar as suas competências de comunicação, e onde todos podem aprender mais sobre este tema.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
DGS
O mosquito da espécie que foi identificada pela primeira vez em Portugal não estava infetado com nenhum agente biológico que...

Uma espécie de mosquito que é potencialmente transmissora do vírus da febre dengue foi identificada pela primeira vez em Portugal, na região Norte do país.

De acordo com a especialista da Direção-Geral da Saúde (DGS) Paula Vasconcelos, esta espécie (Aedes albopictus), de origem asiática, tem sido detetada em vários locais na Europa ao longo dos últimos anos.

Em Portugal foi detetada num conjunto de amostras recolhido pelo sistema de vigilância nacional de vetores (mosquitos).

Segundo a especialista da DGS, “não há nenhuma indicação” de que o mosquito encontrado esteja infetado com qualquer agente biológico.

“Não temos informação de que o mosquito esteja infetado para qualquer doença que possa afetar a saúde humana”, afirmou.

Também a nível da europa, esta espécie tem sido encontrada mas até ao momento não foram reportadas doenças humanas relacionadas com a sua presença.

O facto de se ter encontrado esta espécie não significa, segundo a especialista da DGS, que haja qualquer invasão.

Aliás, Paula Vasconcelos considerou que “não é uma situação inesperada”, uma vez que a avaliação do risco feita a nível europeu tem apontado para a presença deste mosquito.

A DGS adianta que até ao momento “não há indícios de risco acrescido para a saúde da população”.

Os trabalhos de monitorização e avaliação da situação são da competência dos serviços de saúde pública de nível regional e local da região Norte, em articulação com as autoridades centrais.

“O diretor-geral da Saúde e o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge continuarão a informar a população da evolução e das medidas tomadas”.

DGS
Uma espécie de mosquito que é transmissor do vírus da dengue foi identificado pela primeira vez em Portugal, na região Norte do...

“À semelhança do verificado em vários países da Europa, foi agora identificada, pela primeira vez, em Portugal, na região Norte, a espécie de mosquito ‘Aedes albopictus’”, refere a DGS numa nota pública.

Contudo, a DGS adianta que até ao momento “não há indícios de risco acrescido para a saúde da população”.

Os trabalhos de monitorização e avaliação da situação são da competência dos serviços de saúde pública de nível regional e local da região Norte, em articulação com as autoridades centrais.

“O diretor-geral da Saúde e o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge continuarão a informar a população da evolução e das medidas tomadas”, acrescenta a nota da DGS.

A infeção do vírus de dengue transmite-se através da picada dos mosquitos do género Aedes infetados com o vírus, não ocorrendo transmissão pessoa a pessoa. Os vetores existem em extensas áreas do planeta, particularmente nas regiões tropicais e subtropicais.

A doença manifesta-se, geralmente, por febre, dores de cabeça, dores nos músculos e nas articulações, vómitos e manchas vermelhas na pele e, embora mais raramente, por um quadro hemorrágico.

A principal medida de prevenção é a proteção individual contra a picada do mosquito, uma vez que não existe vacina para esta doença.

Cimeira Internacional
O neurocientista John O'Keefe, Nobel da Medicina em 2014 pela identificação de um “GPS" cerebral, partilhou hoje em...

John O'Keefe interveio hoje durante a cimeira internacional “Alzheimer’s Global Summit”, que começou segunda-feira e prolonga-se até sexta-feira na Fundação Champalimaud, um evento que é coorganizado Fundação Rainha Sofia, de Espanha.

Perante uma audiência de dezenas de investigadores e da rainha Sofia de Espanha, que tem estado presente em todos os dias da cimeira, o laureado com o Nobel da Medicina começou por reconhecer que gostaria que algum do conhecimento obtido na sua investigação pudesse “responder a alguns dos desafios que se colocam perante doenças como a de Alzheimer”.

A investigação premiada descobriu as “células que constituem um sistema no cérebro de determinação da posição”, ou seja, uma espécie de GPS cerebral.

Este sistema permite responder a questões simples, tais como: “Como sabemos onde estamos? Como conseguimos encontrar o caminho entre um local e outro? Como guardamos esta informação de modo a pudermos encontrar rapidamente o caminho uma outra vez?”.

O primeiro componente deste “GPS” foi identificado por John O'Keefe em 1971 e depois em 2005 por May-Britt e Edvard Moser, razão para o Nobel de 2014 ser dividido com o casal Moser.

Na sua palestra, o laureado mostrou alguns vídeos da experiência, com os ratos que foram utilizados e que estabeleceram vários circuitos, os quais foram interpretados como mapas celulares relativos a células do hipocampo, parte do cérebro que é considerada a principal sede da memória.

O investigador referiu que o estudo da mudança do desenvolvimento sequencial e fisiológico em modelos pode vir a ser usado numa tarefa maior: a deteção da doença de Alzheimer nos humanos.

Contudo, John O'Keefe sublinhou que ainda há muito a estudar e um longo caminho para percorrer.

Nesta cimeira internacional participam mais de 80 especialistas mundiais que estão a debater a doença de Alzheimer e as demências de forma global, problema que afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo.

Na quinta-feira o encontro conta com a participação de um outro laureado com o Nobel da Medicina: Richard Axel, vencedor deste prémio em 2004 pelo seu estudo dos recetores olfativos e da organização do sistema olfativo nos seres humanos.

Demência
Cerca de duas dezenas de familiares e cuidadores de doentes de Alzheimer concentraram-se hoje junto ao parlamento para reclamar...

Além de isenção de taxas moderadoras para doentes com Alzheimer, este grupo de cidadãos pede apoios sociais para os cuidadores informais das pessoas com demências.

Há cerca de um ano deu entrada na Assembleia da República uma petição com 14 mil assinaturas a pedir apoios concretos para os cuidadores informais, mas até agora nada aconteceu, queixa-se Maria dos Anjos Catapirra, uma das organizadoras do protesto de hoje.

“As carências dos cuidadores são todas similares, independentemente das idades dos nossos doentes ou das pessoas que cuidam”, considerou Maria dos Anjos, dando conta de que tem conhecimento diário das dificuldades dos cuidadores.

Muitos dos familiares dos doentes com demências acabam por ter de deixar de trabalhar, ficando no desemprego sem qualquer apoio estatal.

“Conheço pessoas que ficaram alguns anos a esgotar todas as economias que tinham em casa e viviam das pensões das pessoas que cuidavam e depois acabaram por ficar inaptas para o mundo de trabalho”, disse Maria dos Anjos Catapirra, em declarações à agência Lusa durante o protesto frente ao parlamento.

Para quem permanece no ativo, o grande problema “é a falta de condescendência das entidades patronais”.

“O mais premente é haver algum estatuto que nos dê apoio em termos de baixas, de ausências ao trabalho e direitos de remuneração de alguma forma”, apela este grupo de cidadãos.

O deputado do Bloco de Esquerda, José Soeiro, que se dirigiu aos cidadãos em protestos, disse à Lusa que não é possível ficar “à espera eternamente” por medidas concretas.

“As pessoas compreenderão que nem tudo pode ser feito de um dia para o outro, mas alguma coisa tem de começar a ser feita, nomeadamente para garantir que alguém cuida dos cuidadores e para lhe proporcionar as condições mínimas para que consigam continuar a apoiar os doentes”, declarou o deputado, que foi relator da petição pública Pelo Direito ao Estatuto de Cuidador Informal.

José Soeiro salientou que a questão não é apenas haver um estatuto enquanto reconhecimento, mas sobretudo criar apoios sociais, como redução de horário de trabalho para os cuidadores ou garantir que o tempo em que estiveram a prestar cuidados conta como carreira contributiva.

Por outro lado, o deputado bloquista considera fundamental que haja reforço do investimento público nos cuidados continuados.

“Portugal é dos países com menos resposta pública e em que as famílias assumem mais a responsabilidade dos cuidados”, indicou.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde defendeu hoje, em Bruxelas, que a atribuição da sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA) à cidade do...

“Nós entendemos que a ida da EMA para o Porto é também o reconhecimento daquilo que tem sido o trabalho dos portugueses, o trabalho de Portugal, e nesse sentido temos sensibilizado também as autoridades com quem temos falado que Portugal merece este tipo de reconhecimento, porque está a fazer aquilo que lhe compete”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.

O ministro, que falava aos jornalistas após encontros, na sede do executivo comunitário, com o comissário europeu da Saúde, Vytenis Andriukatis, e com o comissário português Carlos Moedas, responsável pela pasta da Investigação, Ciência e Inovação, disse sair de Bruxelas “muito motivado” e confiante nas possibilidades do Porto, que considerou ter “uma candidatura com potencial de ganhadora”.

“O Porto mobilizou-se nos últimos meses e apresentou reconhecidamente uma candidatura de enormíssima qualidade. Estamos confiantes de que na primeira linha de apreciação que a Comissão está agora a concretizar, que é a apreciação técnica, sairemos muito bem”, declarou.

Classificando a ronda de contactos de hoje em Bruxelas como “muito produtiva”, o ministro disse que o propósito das reuniões, que envolveram também os representantes permanentes dos Estados-membros, foi “explicar detalhadamente que o Porto tem uma candidatura muito forte, que está em condições de assegurar aquilo que é mais significativo para a EMA, que é a continuidade da atividade”.

Questionado sobre os méritos próprios da candidatura portuguesa, sublinhou que “o Porto tem a vantagem de ser uma cidade de média de dimensão, numa zona de grande atividade e dinamismo, não apenas económico mas também cientifico e cultural, vive num ambiente de segurança, representa um contexto de custos para os próprios trabalhadores da EMA que têm que se deslocar que é muito competitivo”, bem servido de transportes, e “tem um ambiente académico, cientifico, industrial muito relevante”.

“Portanto, consideramos que o Porto preenche as condições que a EMA necessita, num país que merece também ser reconhecido pela Europa por aquilo que está a ser a sua história de sucesso. Isto é uma maratona, ainda faltam cerca de 60 dias até à decisão final do Conselho, mas saímos daqui muito motivados e sobretudo confiantes de que estamos a fazer o nosso trabalho e confiantes de que a candidatura nacional portuguesa representada pela cidade do Porto é uma candidatura com potencial de ganhadora”, reforçou.

Acompanhado da secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, o ministro desvalorizou a ausência do presidente da Câmara Municipal do Porto nesta deslocação a Bruxelas, apontando que o autarca “está envolvido numa tarefa autárquica e em campanha eleitoral”, pelo que é perfeitamente compreensível que Rui Moreira não tenha podido participar nas reuniões hoje realizadas na capital da União Europeia.

Cooperação
Os Serviços de Saúde de Macau vão colaborar com a Fundação Champalimaud, em Portugal, na área da oncologia, estando previstas...

Em comunicado, o gabinete do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura informou que a cooperação está prevista num protocolo assinado na terça-feira entre os Serviços de Saúde de Macau e a Fundação Champalimaud.

“O protocolo permitirá aos Serviços de Saúde estreitar a cooperação em várias vertentes, como a organização de visitas para intercâmbio científico e práticas clínicas, formação de profissionais de saúde, recurso à telemedicina, organização de conferências médicas, apoio a projetos de investigação”, entre outros, de acordo com um comunicado.

O secretário Alexis Tam esteve presente na assinatura, em Lisboa, tendo destacado que “o estágio, a formação de pessoal, a formação em cirurgia e radioterapia são áreas de especial interesse” no que toca a esta cooperação.

A intenção de celebrar este protocolo na área da investigação em oncologia já tinha sido anunciada no início de agosto, mas, na altura, não foi avançada uma data para a assinatura, que decorreu agora, na sequência da cimeira mundial "Alzheimer's Global Summit", daquela fundação.

Na segunda-feira, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau encontrou-se com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, com quem discutiu temas relacionados com formação, administração hospitalar, serviços médicos, prevenção e controlo de doenças, entre outros, segundo o mesmo comunicado.

Os dois governantes acordaram a criação de três grupos de trabalho: um sobre o medicamento, outro sobre recursos humanos e um último sobre saúde pública.

Segundo o comunicado do Governo de Macau, no que toca aos recursos humanos, Manuel Delgado disse ser “do total interesse do Governo português promover uma estreita cooperação, tendo em vista a promoção da mobilidade de enfermeiros e médicos portugueses, que possam, por um lado, trabalhar em Macau, ou, ao abrigo de um protocolo de cooperação, ajudar na formação de médicos em Macau”.

Atualmente, 59 profissionais portugueses trabalham para os Serviços de Saúde de Macau, incluindo 34 médicos e dez enfermeiros.

“A construção do novo hospital das ilhas e do Centro de Controlo das Doenças Infecto-contagiosas, assim como a presença de muitos portugueses justificam que se continue a recrutar profissionais de saúde altamente qualificados de Portugal”, indicou o comunicado.

Tratamentos médicos
A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada considera importante que os turistas escolham Portugal na hora de receberem...

Turismo nas ruas portuguesas, ‘turismo’ nos hospitais – é o que pretendem os de gestão privada. Os hospitais privados pretendem receber cerca de três mil estrangeiros só este ano, de acordo com a informação dada ao Jornal de Notícias pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.

O presidente da associação, Óscar Gaspar, considera que é importante que os turistas escolham Portugal na hora de receberem tratamentos médicos e de recuperarem. Ainda segundo o JN, nos hospitais do grupo Lusíadas situados no Porto, em Lisboa e em Albufeira, a procura por parte de pacientes de fora subiu 65% nos primeiros três meses de 2017. No entanto, um dos pioneiros a aderir à rede ‘Medical Tourism’ foram os hospitais CUF.

“Temos melhores hospitais, os melhores médicos, a melhor investigação e Portugal é um excelente país para turismo. Agora, só temos que mostrar aos outros países a nossa capacidade de acolher o turismo de saúde”, explica ao matutino o diretor do Health Cluster Portugal, Joaquim Cunha.

A instituição em causa agrega organismos públicos e privados, quer tornar o país num destino de turismo médico e considera que existem áreas em Portugal nas quais as unidades hospitalares podem receber pacientes estrangeiros: oftalmologia, ortopedia, obesidade, cirurgia plástica, oncologia, cardiologia, reprodução medicamente assistida, reabilitação física, obstetrícia e check-ups.

Combate às “superbactérias”
A OMS alertou esta quarta-feira para a "séria escassez" de novos antibióticos para combater bactérias cada vez mais...

A Organização Mundial da Saúde registou 51 novos antibióticos em fase de desenvolvimento clínico para combater os chamados agentes patógeneos prioritários, a tuberculose e a infecção diarreica atribuída ao Clostridium difficile. Mas há apenas oito tratamentos "inovadores" capazes de reforçar o "arsenal" existente, destaca o comunicado.

Além da tuberculose resistente, que a cada ano mata 250 mil pessoas no mundo inteiro, a OMS publicou em fevereiro uma lista de 12 famílias de "superbactérias", contra as quais considera urgente desenvolver novos medicamentos, a exemplo de enterobactérias como Klebsiella e E.coli.

Algumas destas famílias provocam doenças comuns, como a pneumonia e infeções do trato urinário. "A resistência antimicrobiana é uma emergência de saúde global", declarou o diretor-geral da OMS, Adhanom Ghebreyesus.

"Há uma necessidade urgente de um maior investimento em investigação e desenvolvimento de antibióticos (...). Caso contrário voltaremos ao passado, quando as pessoas temiam infeções comuns e quando a vida ficava em risco com simples cirurgias", advertiu.

Apenas para a tuberculose, a OMS avalia a necessidade de investimentos superiores a 800 milhões de dólares anuais na pesquisa de novos medicamentos.

A OMS adverte, ainda, que há "muito poucas" soluções orais de antibióticos em desenvolvimento, quando são "essenciais para tratar infeções fora dos hospitais".

10 milhões de mortes por ano até 2050

As bactérias resistentes aos antibióticos podem matar até 10 milhões de pessoas por ano até 2050, um número equivalente ao do cancro, segundo um grupo de especialistas internacionais formado em 2014 no Reino Unido.

O grupo, presidido pelo economista Jim O'Neill, estima que o fenómeno causa atualmente 700 mil mortes por ano.

A OMS adverte que não se trata apenas de novos antibióticos, mas também de se melhorar a prevenção de doenças e promover o bom uso dos tratamentos existentes e futuros, tanto entre os pacientes como em animais e agricultura.

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