Peditório decorre entre 31 de outubro a 3 de novembro
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está à procura de voluntários, autênticos “Heróis da Liga”, que se disponibilizem,...

A exemplo do ano passado, o mote “Seja um herói da Liga. Seja um voluntário no peditório” pretende incentivar a população a participar neste extraordinário movimento de voluntariado em prol do doente oncológico e do seu cuidador, da promoção da saúde, da prevenção do cancro e da investigação em oncologia, garantindo a sustentabilidade financeira das várias iniciativas a desenvolver pela LPCC no próximo ano.

O Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vitor Veloso, descreve o Peditório Nacional como a iniciativa por excelência da LPCC, que possibilita a continuidade da ação da Liga e de todo o trabalho que continua a ser desenvolvido em benefício das pessoas. “O Peditório Nacional reflete o nosso envolvimento com os portugueses e confirma a sua generosidade. Todos os anos, os donativos da população recolhidos por um incansável grupo de voluntários, permitem-nos prosseguir a nossa atividade e ajudar os doentes que mais necessitam, bem como os seus cuidadores”, adiantou.

Em Portugal, e de acordo com a Organização Mundial de Saúde, o cancro é responsável por mais de 33 mil óbitos anuais, tendo-se registado, em 2022, mais de 69 mil novos casos.

A LPCC apela a todos os interessados em doar o seu tempo a esta campanha que se inscrevam como voluntários no Peditório Nacional da LPCC.

Falhas no sistema central do SClínico impedem registo
A Campanha de Vacinação Sazonal do Outono-Inverno 2024-2025 contra a Gripe e a COVID-19 arrancou no dia 20 de setembro, mas os...

Em causa, de acordo com este dirigente do Sindicato dos Enfermeiros – SE, “o sistema deveria servir para fazer as convocatórias dos doentes, para registar as doses já administradas e os doentes inoculados quer com a vacina da Gripe, quer com a vacina da COVID-19”. Embora os secretários técnicos das Unidades de Saúde Familiar e os enfermeiros tivessem o devido acesso ao programa, a verdade é que “o acesso propriamente dito não era possível, existindo inúmeras dificuldades nos registos que temos de fazer a propósito da campanha de vacinação”.

As falhas registadas obrigaram os profissionais de enfermagem a adotar medidas alternativas para que fiquem registados todos os dados e se evitem duplicação de convocatórias ou até mesmo de inoculações. De acordo com Rui Cardeira, “os secretários técnicos e os enfermeiros fazem o registo no SClínico normal e a expectativa é de que, ao fim de alguns dias, estes dados sejam carregados para o programa central, para que tudo fique devidamente registado”.

Com um aumento da procura dos doentes pelos Centros de Saúde, Rui Cardeira, admite algumas falhas no volume de vacinas para a COVID-19, mas que “rapidamente vão ser superadas, segundo as informações que nos foram transmitidas aquando do pedido de reforço de doses”. “Ao invés do que sucedeu em campanhas anteriores, temos de admitir que, este ano, o número de vacinas disponibilizadas para os centros de Saúde é o adequado”, acrescenta Rui Cardeira. Mesmo perante um aumento da procura por parte dos utentes. “Temos muitos utentes que nos questionaram previamente se íamos dar a vacina da gripe e da COVID-19 e que, perante a nossa resposta positiva, começaram eles próprios a pedir o agendamento da sua inoculação”, algo que o dirigente do SE considera muito positivo.

“Hoje ainda não tive oportunidade de confirmar, mas esperamos que os problemas de acesso ao SClínico central sejam rapidamente solucionados, para agilizar a campanha de vacinação”, frisa Rui Cardeira.

 
Evento decorre nos dias 29 e 30 de novembro
Nos dias 29 e 30 de novembro, a cidade do Porto receberá o 25.º Congresso do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral ...

Luísa Fonseca, coordenadora do NEDVC, explica que o congresso visa "promover a divulgação e o debate na classe médica sobre as novas evidências na prevenção, avaliação e tratamento dos doentes com DVC", além de "incentivar a investigação clínica". No encontro serão abordados temas como o tratamento na fase aguda da hemorragia cerebral e os fatores de risco cardiovascular, como a hipertensão, a diabetes e a dislipidemia, além de se discutir a relação entre as alterações do sono e a DVC.

Um dos destaques será a sessão de controvérsias, onde se irá debater a melhor abordagem para doentes com AVC isquémico e ASPECTS baixo, bem como a opção terapêutica mais adequada para doentes com mais de 60 anos e Foramen Ovale Patente (FOP). O congresso também assinalará os 10 anos da definição de ESUS (Embolic Stroke of Undetermined Source), com uma palestra sobre a pertinência de manter esta categorização na prática clínica.

No campo da investigação serão apresentados avanços importantes, como a terapêutica de fase aguda na oclusão da artéria basilar e as últimas evidências sobre o uso da tenecteplase na trombólise. Além disso, serão revisitados temas como o AVC em doentes jovens, a vasculite do sistema nervoso central e a síndrome de Moyamoya, doenças raras, mas de diagnóstico complexo, exigindo dos clínicos um elevado grau de sensibilização para garantir o tratamento adequado. Também serão apresentadas as mais recentes guidelines sobre a DVC, o que, segundo Luísa Fonseca, "tem sido um dos temas de maior interesse entre os congressistas ao longo dos anos".

Os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde no combate ao AVC em Portugal são vastos e multifacetados. "A cada hora, três portugueses sofrem um AVC, um deles não sobrevive, e metade dos sobreviventes fica com sequelas incapacitantes", alerta a coordenadora do NEDVC. A especialista enfatiza a necessidade de educar a população para reconhecer os sinais de alerta e contactar rapidamente o 112, permitindo que mais doentes cheguem ao hospital a tempo de receber o tratamento adequado, minimizando assim o risco de sequelas graves. Além do diagnóstico precoce e do tratamento na fase aguda, Luísa Fonseca sublinha a importância da reabilitação, muitas vezes "negligenciada", mas essencial para a recuperação funcional, cognitiva e psicossocial dos doentes.

O congresso também terá impacto direto na prática clínica, proporcionando a partilha de novas evidências e experiências entre os profissionais de saúde. A coordenadora destaca o workshop sobre decisões terapêuticas controversas, em que "casos clínicos complexos serão discutidos por especialistas de várias áreas", num modelo que promove a interação com os congressistas. Além disso, dois cursos de formação pós-graduada, um sobre trombólise e trombectomia e outro sobre neuroimagem no AVC, ambos com avaliação, contribuirão para a capacitação dos clínicos nesta área. A investigação será igualmente incentivada através do Prémio AVC e Investigação Clínica, que oferece ao vencedor um estágio de três meses num centro de referência europeu.

A prevenção primária e secundária também será um tema central do congresso, dado que "o AVC pode ser evitado em 80% dos casos", afirma a coordenadora do NEDVC. Para além de abordar os fatores de risco cardiovascular, o evento irá debater a abordagem a doentes com enfartes cerebrais silenciosos, a terapêutica na doença aterosclerótica e a melhor estratégia para doentes com fibrilhação auricular. Com o aumento previsto da população idosa nas próximas décadas, o NEDVC terá um papel crucial na sensibilização para a necessidade de prevenção e tratamento precoce. "É importante tentar reduzir as consequências do envelhecimento e garantir que a população tem acesso a cuidados de saúde adequados", conclui Luísa Fonseca.

Este congresso, ao ser uma plataforma para a atualização científica e partilha de conhecimentos, promete ser um marco na melhoria dos cuidados prestados aos doentes com DVC em Portugal, reforçando a importância da formação contínua e da colaboração entre especialistas na área da saúde.

“Bem Estar no Pós-parto – Para além do bebé”
O Algarve recebe, no próximo dia 5 de outubro entre as 08H30 e as 12H30 no Hotel Hilton Vilamoura, o 6.º Simpósio Nacional da...

O Simpósio Nacional da Grávida, de inscrição gratuita, é um evento dedicado a todas as grávidas do Algarve e tem como objetivo a partilha de experiências e informação relacionada com a gravidez, parto e puerpério entre os participantes e alguns dos melhores profissionais de saúde da região.

Ao participar neste simpósio todas as mães recebem um Kit com informação relevante para os pais e diversos produtos para o bebé, como fraldas, discos de amamentação, toalhitas, entre outros, oferta das marcas parceiras da iniciativa.

“Na edição deste ano vamos dedicar especial atenção ao bem-estar da mãe no pós-parto e aqui contamos com a experiência e as muitas soluções que o Grupo HPA disponibiliza na prevenção e tratamento de patologias associadas ao pós-parto. Ao longo desta manhã, para além das palestras, teremos uma aula prática de exercícios de recuperação pélvica e todos os participantes poderão visitar o espaço de exposição de produtos e serviços dedicados ao bebé e à grávida em que as marcas locais estão em destaque”, afirma Teresa Lopes da BebéVida.

Durante a manhã haverá ainda atividades práticas como workshops sobre amamentação e ecografias 4D para as futuras mamãs. Os participantes ficam ainda habilitados a receber um mega cabaz com produtos para o seu bebé.

As inscrições são gratuitas, mas limitadas. Inscrições em www.bebevida.pt.

 
Cuidados a ter
Manter hábitos saudáveis não só é a chave de um bom estado físico geral como é vital para a manutenç

Álcool e tabaco comprometem a saúde do cabelo

Na hora de nos submetermos a um transplante capilar, é fundamental seguir sempre as indicações da equipa médica. Entre estas, inclui-se a de eliminar o consumo de álcool e tabaco durante o processo.

Não há dúvidas de que o sucesso de um transplante capilar depende da habilidade e experiência do especialista, mas não só: também depende da responsabilidade do paciente. Sabemos que o álcool e o tabaco são substâncias tóxicas que afetam a saúde capilar. Assim, a qualidade do cabelo das pessoas com estes hábitos é pior do que a das que não os têm: são mais finos, menos elásticos e recebem menos nutrientes. Além disso, o tabaco pode acelerar a queda do cabelo.

Contraindicados no pós-operatório do transplante capilar

Esta contraindicação prende-se com o facto de as bebidas alcoólicas afetarem o nosso sistema circulatório, incluindo a coagulação do sangue. O álcool pode igualmente comprometer a sobrevivência das unidades transplantadas, dado que desidrata e afeta diretamente o estado do couro cabeludo. A eliminação de substâncias nocivas, tanto álcool como tabaco, favorecerá a cicatrização.

Evitar estes hábitos evitará também possíveis interferências entre os medicamentos que poderão ser prescritos após a intervenção (antibióticos, anti-inflamatórios) e a redução de vitamina A provocada pelo consumo de álcool.

É também preciso ter-se em conta que, se fumar entre 15 e 20 cigarros por dia, o médico especialista recomendará o abandono do hábito, pelo menos, uma ou duas semanas antes da intervenção. Caso contrário, existirá o risco de que as unidades foliculares transplantadas morram ou não cicatrizem adequadamente. Outra complicação associada ao tabagismo é a necrose na área transplantada, devido às dificuldades vasculares provocadas pelo tabaco. Esta é uma complicação que surge associada a todas as intervenções cutâneas, não apenas ao transplante capilar.

Deixar de beber álcool e de fumar antes de um transplante

Para evitar complicações em caso de hemorragia, recomenda-se evitar o consumo do álcool alguns dias antes de qualquer intervenção cirúrgica. Embora o transplante capilar seja uma cirurgia que apenas requer anestesia local, é aconselhável que deixe de fumar, no mínimo, uma ou duas semanas antes da sua realização.

Tenha presente que estas substâncias podem promover hemorragias nas pequenas incisões que são feitas para transplantar os folículos da área doadora para a zona alopécica.

A recuperação após um transplante capilar é rápida, sendo possível regressar de imediato à vida normal. No entanto, é aconselhável não retomar o consumo de bebidas alcoólicas até ao final da medicação ou dos tratamentos recomendados pelo especialista, como antibióticos ou anti-inflamatórios. Se, após esta pausa, não conseguir deixar de fumar, o ideal será voltar a fazê-lo oito dias após o transplante.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Aumenta a eficácia terapêutica e combina quimioterapia, fototerapia e hipertermia magnética
Uma equipa da Escola de Ciências da Universidade do Minho criou um gel para a libertação controlada de dois fármacos...

O material em hidrogel contém nanopartículas de lípidos, incorporando nanopartículas magnéticas (lipossomas) e de ouro. Ao aquecer as nanopartículas, usando um campo magnético alternado ou radiação infravermelha, e ao manipular os lipossomas com campos magnéticos, os cientistas conseguiram uma libertação controlada e direcionada de dois fármacos usados no tratamento do cancro (doxorrubicina e metotrexato). Este avanço pode vir a permitir ajustar a terapia a cada paciente, reduzindo os danos nos tecidos saudáveis, e permitirá avançar para estudos pré-clínicos.

“Além de ultrapassar várias limitações na administração de fármacos antitumorais, como a baixa solubilidade e biodisponibilidade, o gel possibilita controlar com precisão a sequência em que os fármacos são administrados”, avança o investigador Sérgio Veloso, que desenvolveu esta tecnologia no seu doutoramento em Física, após o mestrado em Biofísica e Bionanossistemas na UMinho.

Terapia multimodal

Esta terapia multimodal – combina quimioterapia, fototerapia e hipertermia magnética – resultou em laboratório num aumento da eficácia terapêutica. “É comum as células tumorais adquirirem resistência após sobreviverem a vários ciclos de terapia com um dado fármaco”, refere Elisabete Castanheira Coutinho, também investigadora do Centro de Física da UMinho. “A estratégia passa, assim, pela eliminação destas células que sobreviveram, expondo-as a um fármaco com um mecanismo de ação diferente”, acrescenta. No mercado já há géis deste tipo, mas não permitem a libertação seletiva de fármacos, nem a combinação de diferentes modalidades terapêuticas.

A investigação vai continuar com o desenvolvimento de materiais otimizados e mais baratos. “Queremos conceber novas vertentes do nanomaterial adaptadas a diferentes tipos de fármacos e condições dos pacientes e efetuar estudos pré-clínicos para avaliar a segurança e a eficácia do nanomaterial em modelos mais complexos”, conclui Sérgio Veloso.

A equipa conta ainda, na UMinho, com Paula Ferreira (Centro de Química), Paulo Coutinho (Centro de Física), e Loic Hilliou (Instituto de Polímeros e Compósitos). O trabalho envolve também membros do laboratório associado CICECO da Universidade de Aveiro, do Centro de Investigação em Nanomateriais e Biomedicina (CINBIO) e do Instituto de Investigação Sanitária Galiza Sul, ambos na Universidade de Vigo.

"Com a saúde não se brinca”
A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) vai apostar, no último quadrimestre deste ano, num ciclo de webinars...

Com um formato dinâmico e interativo, estes webinars serão transmitidos ao vivo no canal de YouTube desta sociedade científica. Cada sessão contará com especialistas de renome nas áreas de vacinação, cardiologia e saúde mental, abordando tópicos essenciais para a prevenção e o bem-estar geral.  

"Acreditamos profundamente que a literacia em saúde é um pilar fundamental para uma sociedade mais saudável e informada. Esta iniciativa surge precisamente com o propósito de levar conhecimento rigoroso e acessível à população e aos profissionais de saúde, desmistificando temas essenciais da saúde pública. A nossa missão é promover comportamentos preventivos que possam fazer a diferença na vida das pessoas e na forma como encaram a sua saúde", diz a presidente. 

Ao longo dos próximos meses vai ser possível assistir, de forma gratuita e aberta, a estes encontros virtuais. A primeira sessão, que será sobre a vacinação sazonal contra a gripe, acontece já esta terça-feira, 24 de setembro, com o conhecido médico de saúde pública Ricardo Mexia. “Com o início da campanha de vacinação, existem muitas dúvidas que vamos tentar explicar e esclarecer junto da população, como os critérios para a inoculação em grupos de risco ou a recente medida de vacinação nas farmácias”, continua. 

A SPLS já reservou também uma sessão dedicada à cardiologia com o médico cardiologista Fausto Pinto, a 28 de outubro, para abordar comportamentos de risco e prevenção de doenças cardiovasculares. Outras sessões serão anunciadas em breve, como a palestra sobre saúde mental com o psiquiatra Pedro Morgado e outra sobre vacinação com Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias, e Miguel Arriaga, Chefe da Divisão de Literacia, Saúde e Bem-estar na Direção-Geral da Saúde. 

"Num contexto em que a desinformação pode ter consequências graves, estes webinars são uma oportunidade única de trazer especialistas de renome diretamente ao público, num formato interativo e esclarecedor. Queremos que os participantes saiam destas sessões mais capacitados e confiantes nas suas decisões de saúde, tanto no que respeita à vacinação, como à saúde mental e às doenças cardiovasculares, que são áreas cruciais e que impactam muitas vidas". 

O programa completo, formulário de inscrição e link para o YouTube da SPLS podem ser encontrados no website da sociedade científica, aqui.  

"Este ciclo é também uma forma de unir a comunidade de saúde. Os profissionais terão a oportunidade de atualizar os seus conhecimentos com base em evidências científicas e trocar experiências, tudo numa plataforma acessível. Esperamos que cada sessão sirva de inspiração para mudanças concretas no comportamento preventivo de todos", termina Cristina Vaz de Almeida. 

Opinião
A qualidade de vida é um conceito subjetivo e multidimensional.

Um dos principais desafios à qualidade de vida na atualidade relaciona-se com uma rotina diária considerada desconcertante e acelerada. Ou seja, a pressão constante pelo desempenho e produtividade, repercute-se num aumento significativo dos níveis de stress e ansiedade. O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, torna-se cada vez mais difícil, desencadeando alguns problemas que se repercutem na qualidade de vida.

As questões ambientais são outro desafio emergente na atualidade, nomeadamente as alterações climáticas, relacionadas com o aumento da poluição do ar, a contaminação da água e o aquecimento global. Todos estes desafios têm impacto na saúde e na qualidade de vida das populações.

De forma a melhorar a qualidade de vida da população e a ultrapassar os desafios que se vivenciam, é fundamental serem adotadas um conjunto de medidas. Nomeadamente, de forma a fazer face aos níveis de stress e ansiedade, por exemplo, a promoção de práticas como a atividade física regular e a criação de ambientes de trabalho mais saudáveis, podem ser soluções que contribuam significativamente a este nível.

Em relação às questões ambientais, a consciencialização e educação são medidas fundamentais, de forma a promover alterações comportamentais e a sensibilizar a população, para a importância da preservação do ambiente e a sua influência a longo prazo para a qualidade de vida.

De acordo com os Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem de Reabilitação, o enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilitação ajuda a pessoa a alcançar o máximo potencial de saúde, concretamente através da criação e aproveitamento de oportunidades para promover estilos de vida saudáveis, assim como na identificação de barreiras arquitetónicas, que possam influenciar a acessibilidade e participação social. Sendo que a cooperação com estruturas da comunidade, visando a promoção de ambientes seguros é outro dos elementos considerados para a promoção do máximo de potencial de saúde.

Assim, reconhecendo a experiência e competências destes profissionais, é essencial a sua participação e cooperação no planeamento e intervenção, através de orientações e recursos, para enfrentar os desafios e melhorar a qualidade de vida de todos.

Referências bibliográficas:

Colégio da especialidade de Enfermagem de Reabilitação (2018). Padrões de qualidade dos cuidados especializados em Enfermagem de Reabilitação. https://www.ordemenfermeiros.pt/media/8141/ponto-4_regulamento-dos-padr%C3%B5es-qualidade-ceer.pdf.

Ordem dos Enfermeiros (2010). Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação.

Chang KKP, Wong FKY, Chan KL, Wong F, Ho HC, Wong MS, Ho YS, Yuen JWM, Siu JY, Yang L. The Impact of the Environment on the Quality of Life and the Mediating Effects of Sleep and Stress. Int J Environ Res Public Health. 2020 Nov 17;17(22):8529. doi: 10.3390/ijerph17228529. PMID: 33213046; PMCID: PMC7698595.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sessão das Conversas com Barriguinhas
No dia 25 de setembro, às 18h00, as Conversas com Barriguinhas organizam uma sessão online dedicada à vacinação na gravidez e a...

Com a chegada do outono, reforçar o sistema imunitário é essencial, especialmente durante a gravidez, de forma a proteger tanto a mãe como o bebé contra diversas doenças. A enfermeira Queila Guedes, especialista em Saúde Materna e Obstétrica, vai abordar a importância da vacinação durante a gestação, por ser uma fase na vida da mulher em que o seu sistema imunitário está mais vulnerável.

Além dos cuidados com a saúde durante a gravidez, assegurar uma experiência de parto positiva é uma das principais preocupações das futuras mães. Para isso, muitas grávidas procuram técnicas para aliviar a dor no parto de forma natural. Neste dia, Carolina Rocha, enfermeira especialista e mestre em saúde comunitária, coach pela Erickson e terapeuta de hypnobirthing, vai explicar o método hypnobirthing e de que forma pode promover uma experiência de parto e gravidez positiva, recorrendo o mínimo possível a intervenções médicas.

A fisioterapeuta pélvica Rita Avelino vai apresentar também posturas e exercícios saudáveis que ajudam as mulheres a viverem uma gravidez mais feliz e a preparem o seu corpo para o parto, contribuindo para uma recuperação mais rápida e uma experiência mais positiva.

Por fim, as grávidas vão ficar a saber mais sobre os benefícios que as células estaminais do cordão umbilical do bebé representam para a saúde, com o apoio de Joana Gomes, conselheira em células estaminais da Crioestaminal. Em caso de necessidade, estas células, que são unicamente colhidas no momento do parto, podem ser utilizadas pelo bebé e familiares compatíveis, no tratamento de mais de 90 doenças.

Durante 2ª edição do Fórum de Inovação e Tecnologia em Saúde
A 2ª edição do Fórum de Inovação e Tecnologia em Saúde acontece no próximo dia 23 de setembro, no Teatro Thalia, e serão...

Os principais objetivos deste estudo, que conta com o suporte científico da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e com o apoio técnico da consultora IQVIA, passam por mapear o circuito hospitalar dos dispositivos médicos, caracterizar o processo de aquisição dos dispositivos médicos em ambiente hospitalar, identificar os mecanismos implementados para redução de custos, medição e monitorização de valor, e as barreiras existentes ao processo de aquisição e disponibilização.

O painel de debate dos resultados irá reunir Antonieta Lucas da Apormed, Claudia Furtado do INFARMED, Pedro Almeida da ULS Médio Tejo e um representante da Ordem dos Farmacêuticos.

A segunda parte do evento será dedicada à “Regulação e Avaliação das tecnologias de Saúde na Europa” e o impacto nos sistemas de saúde, com Marco Marchetti, do Grupo de Avaliação de Tecnologias de Saúde da EU, Petra Zoellner, da Medtech Europe, Mariane Cossito, do INFARMED e Jaime Melancia, Plataforma Saúde em Diálogo.

O Fórum de Inovação e Tecnologia em Saúde é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, com o apoio da Apormed, com moderação da jornalista Liliana Lobo de Carvalho. A participação é presencial e sujeita a inscrição prévia e limitada, feita no site da APAH

De 19 a 22 de setembro
A Bayer volta a marcar presença no Congresso EURETINA, que se realiza entre os dias 19 a 22 de setembro, em Barcelona, no...

O primeiro simpósio, no dia 19 de setembro, é sobre ‘um ponto de viragem na degenerescência macular da idade (DMI)’, entre as 14h40 e as 15h00, e conta com a presença dos especialistas Richard Gale, Peter Kaiser, Tien Yin Wong e Marion Munk. Nesta sessão, o painel de oradores pretende refletir sobre as necessidades na área da DMI e as novas soluções para conseguir um controlo sustentado da doença, apresentando resultados do estudo PULSAR.

No dia 20 de setembro, entre as 14h55 e a 15h15, o simpósio da Bayer será sobre ‘um ponto de viragem no edema macular diabético (EMD) e conta com a presença de Michael Stewart, Javier Zarranz-Ventura, Olivier Zeitz, Jonh Kitchens e Clara Bailey. Os especialistas visam explorar as mesmas temáticas que vão ser abordadas para a DMI, mas no contexto do EMD, com a oportunidade de partilhar os resultados do estudo PHOTON.

Finalmente, no dia 21 de setembro, o último simpósio colocará em debate ‘os cuidados da retina’, entre as 14h15 e as 14h45, com foco nos benefícios dos tratamentos para os doentes. Para esta sessão terão a presença dos seguintes peritos na área da oftalmologia: Jonh Kitchens, Praveen Patel, Michael Stewart, Varun Chaudhary, Marion Munk e Sobha Sivaprasad.

Doença Neurológica
A narcolepsia é uma doença neurológica crónica caracterizada pela incapacidade do cérebro em regular

O que é a Narcolepsia?

A narcolepsia é frequentemente classificada em dois tipos principais:

Narcolepsia Tipo 1 (anteriormente chamada de narcolepsia com cataplexia): caracteriza-se pela presença de sonolência diurna excessiva e cataplexia, que é a perda súbita de controle muscular.

Narcolepsia Tipo 2 (narcolepsia sem cataplexia): também envolve sonolência diurna excessiva, mas sem a presença de episódios de cataplexia.

Acredita-se que a narcolepsia tipo 1 esteja associada à perda de neurónios que produzem hipocretina, um neuropeptídeo responsável pela regulação dos ciclos de sono e vigília. A hipocretina é essencial para manter a pessoa acordada e para evitar o sono REM (movimento rápido dos olhos) durante as horas de vigília.

Sintomas

Os sintomas da narcolepsia podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem:

  • Sonolência Excessiva Diurna: Este é o sintoma mais frequente e pode manifestar-se através de uma necessidade irresistível de dormir durante o dia, mesmo após uma noite de sono adequado.
  • Cataplexia: Perda súbita de tónus muscular provocada por emoções fortes, como riso, raiva ou excitação. As pessoas podem experimentar quedas súbitas ou fraqueza, que podem ser leves (apenas no rosto) ou graves (afetando todo o corpo).
  • Paralisia do Sono: Incapacidade temporária de se mover ou falar ao adormecer ou ao acordar, que pode ser assustadora, embora geralmente dure apenas alguns segundos ou minutos.
  • Alucinações Hipnagógicas ou Hipnopompicas: Experiências vividas, frequentemente aterrorizantes, que ocorrem durante a transição entre o sono e a vigília. Estas podem ser visuais, auditivas ou táteis.
  • Sono Fragmentado: Muitas pessoas com narcolepsia têm dificuldade em manter o sono noturno contínuo, acordando várias vezes durante a noite.

Fatores de Risco

Embora as causas exatas da narcolepsia não sejam totalmente compreendidas, alguns fatores de risco conhecidos incluem:

  • Genética: A presença de certos genes, como o HLA-DQB1*06:02, está associada a um maior risco de desenvolver narcolepsia, especialmente o tipo 1.
  • Histórico Familiar: Indivíduos com familiares que sofrem de narcolepsia têm maior probabilidade de desenvolver a doença.
  • Infeções: Alguns estudos sugerem que infeções virais, como a gripe H1N1 ou infeções bacterianas, podem desencadear a narcolepsia em pessoas geneticamente predispostas.
  • Autoimunidade: A narcolepsia pode ser um distúrbio autoimune, no qual o sistema imunitário ataca os neurónios produtores de hipocretina no cérebro.

Complicações

Se não for tratada, a narcolepsia pode causar várias complicações:

  • A sonolência excessiva pode dificultar o desempenho no trabalho ou na escola, levando a problemas de concentração, produtividade e até absentismo.
  • Devido aos episódios súbitos de sono e à sonolência excessiva, pessoas com narcolepsia têm maior risco de acidentes, especialmente ao conduzir ou operar máquinas.
  • A narcolepsia pode levar à depressão, ansiedade e isolamento social devido às limitações que impõe ao estilo de vida.
  • A doença também está associada a um aumento do risco de obesidade, possivelmente devido a alterações no metabolismo e nos hábitos alimentares relacionados com os padrões de sono.

Tratamento

Embora a narcolepsia não tenha cura, os tratamentos podem ajudar a gerir os sintomas e melhorar a qualidade de vida. As opções de tratamento incluem:

  • Medicação: O tratamento farmacológico é uma componente importante no controlo da narcolepsia. Medicamentos estimulantes podem ajudar a reduzir a sonolência diurna. Em alguns casos, antidepressivos tricíclicos ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) são usados para controlar a cataplexia e a paralisia do sono.
  • Mudanças no Estilo de Vida: Adotar hábitos saudáveis de sono, como manter horários regulares para dormir e acordar, pode ajudar a regular os padrões de sono. Sestas curtas durante o dia também podem ser benéficas para reduzir a sonolência.
  • Terapia Comportamental: Algumas pessoas beneficiam de intervenções psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), para lidar com as consequências emocionais da narcolepsia, como a ansiedade e a depressão.
  • Acompanhamento Médico Regular: O acompanhamento contínuo com um especialista em sono é essencial para ajustar o tratamento e monitorizar os sintomas.

 

Fontes: 

Associação Portuguesa do Sono. (2023). Distúrbios do Sono - Narcolepsia. https://apsono.com/files/Narcolepsia.pdf

Orphanet. Narcolepsia tipo 1. https://www.orpha.net/pt/disease/detail/2073

Centro Hospitalar Medio Ave. Nacrolepsia. https://www.chma.pt/portal/images/docs/guias/INF.CHMA.076.v1.pdf

CUF. Narcolepsia: o que é, sintomas e tratamento. https://www.cuf.pt/saude-a-z/narcolepsia

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alerta surge em vésperas do Dia Mundial da Doença de Alzheimer
Na semana em que se assinala o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, os especialistas alertam os portugueses para a importância...

A correlação entre a perda de audição e o risco de desenvolver demência foi recentemente comprovada pelo estudo ACHIEVE, orientado por Frank Lin, diretor do Cochlear Center for Hearing and Public Health da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, investigador e professor de Otorrinolaringologia, Saúde Mental e Epidemiologia, e apresentado no 70.º Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SPORL-CCP), em 2023.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 430 milhões de pessoas em todo o mundo manifestam perda auditiva moderada ou severa no ouvido com melhor audição, e mais de 55 milhões vivem com algum tipo de demência. Os resultados preliminares do estudo ACHIEVE são promissores, indicando que, ao longo de três anos, a intervenção auditiva, incluindo o uso de aparelhos auditivos, reduziu as mudanças cognitivas em 48%.

Jorge Humberto Martins, audiologista na Widex – Especialistas em Audição, reforça que "o atraso na identificação e na reabilitação atempadamente da perda auditiva pode ter um contributo significativo para a evolução da demência, principalmente em indivíduos com idade mais avançada, com múltiplos fatores de risco para declínio cognitivo, como o isolamento social e a sobrecarga cognitiva. Há que aprofundar mais este tema, impulsionando pesquisas nesta área que sejam a base para o desenvolvimento de estratégias eficazes de intervenção e de prevenção.”

Para além da diminuição do risco de desenvolver demência, há outras evidências científicas que demonstram o papel protetor do uso regular de aparelhos auditivos. Os resultados obtidos através da análise do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), realizado nos Estados Unidos, revelam que adultos com perda auditiva que usavam regularmente aparelhos auditivos apresentaram um risco menor de morte em comparação com aqueles que nunca usaram aparelhos auditivos. No entanto, são necessárias mais pesquisas, incluindo estudos longitudinais e ensaios clínicos aleatorizados, para confirmar estas descobertas e compreender os mecanismos subjacentes.

O audiologista acrescenta: “Os aparelhos auditivos ajudam efetivamente a melhorar a audição e, consequentemente, diminuem o esforço cognitivo que é necessário para processar os sons e, indiretamente, o isolamento social, que é outro fator de risco das demências. Enquanto profissionais nesta área, o mais importante para nós é contribuir para a deteção atempada e o tratamento da perda auditiva das pessoas, melhorando a sua qualidade de vida. E o primeiro passo para conseguirmos isto passa por consciencializar sobre o impacto que a perda auditiva tem no dia a dia e os sinais de alarme que devem levar as pessoas a fazer exames auditivos.” 

Dia Mundial da Doença de Alzheimer assinala-se a 21 de setembro
A Doença de Alzheimer é uma das formas mais comuns de demência, representando entre 60% a 80% de tod

O que é a Doença de Alzheimer?

A Doença de Alzheimer caracteriza-se pela degeneração das células cerebrais e pela acumulação anormal de proteínas no cérebro, como a beta-amiloide e a tau. Estas proteínas formam placas e emaranhados que destroem as conexões entre os neurónios e, eventualmente, os próprios neurónios, comprometendo funções cognitivas e motoras essenciais.

A doença progride de forma gradual, e os sintomas podem começar de forma leve, mas tornam-se cada vez mais incapacitantes, até que a pessoa perde a capacidade de realizar atividades básicas do dia a dia.

Dados Estatísticos

A incidência e prevalência da Doença de Alzheimer aumentaram substancialmente nas últimas décadas, em grande parte devido ao envelhecimento populacional. Em Portugal e no mundo, os números refletem essa tendência. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas vivem com demência no mundo, e estima-se que este número possa triplicar até 2050, atingindo cerca de 139 milhões de casos. Cerca de 60% a 80% dos casos de demência estão associados à Doença de Alzheimer.

No contexto europeu, estima-se que aproximadamente 10 milhões de pessoas vivam com demência, com o Alzheimer a ser a principal forma de demência.

No que diz respeito ao território nacional, estima-se que existam cerca de 205 mil portugueses afetados por demência, com mais de metade dos casos (cerca de 120 mil) atribuídos à Doença de Alzheimer. Esta estimativa deverá aumentar significativamente nos próximos anos, com projeções de que, até 2050, o número de pessoas com demência em Portugal poderá duplicar.

Sintomas

A Doença de Alzheimer é caracterizada por uma série de sintomas que se agravam com o tempo. Estes podem ser divididos em três estágios principais: inicial, intermédio e avançado.

Estágio Inicial:
  • Perda de memória recente, dificuldade em lembrar eventos recentes.
  • Desorientação espacial, esquecendo-se de caminhos ou rotas familiares.
  • Dificuldade em encontrar as palavras certas durante uma conversa.
Estágio Intermédio:
  • Aumento da confusão e da desorientação, incluindo não reconhecer rostos de pessoas próximas.
  • Dificuldades em lidar com tarefas do quotidiano, como gerir finanças ou cozinhar.
  • Mudanças de humor e comportamento, incluindo ansiedade, depressão ou agressividade.
Estágio Avançado:
  • Perda severa de memória, incluindo esquecer o nome de familiares próximos.
  • Incapacidade de realizar atividades diárias, como alimentar-se ou vestir-se.
  • Perda de capacidades motoras, incluindo dificuldade em andar e incontinência.

Fatores de Risco

Embora a causa exata da Doença de Alzheimer ainda seja desconhecida, existem vários fatores de risco associados ao seu desenvolvimento:

  • Idade: O principal fator de risco é o envelhecimento. A maioria dos casos ocorre em pessoas com mais de 65 anos.
  • Histórico Familiar e Genética: Indivíduos com familiares que sofrem de Alzheimer têm maior probabilidade de desenvolver a doença. A presença de genes específicos, como o APOE-e4, está associada a um risco aumentado.
  • Fatores Cardiovasculares: Hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade aumentam o risco de Alzheimer.
  • Estilo de Vida: Fatores como sedentarismo, dieta pouco saudável, tabagismo e consumo excessivo de álcool podem aumentar o risco de desenvolver Alzheimer.

Complicações

À medida que a Doença de Alzheimer progride, as complicações podem incluir:

  • Risco de quedas: Devido à perda de equilíbrio e coordenação.
  • Desnutrição e desidratação: Pessoas com Alzheimer podem esquecer-se de comer ou beber.
  • Infeções: A perda de controlo sobre as funções corporais, como a incontinência, pode levar a infeções urinárias ou outras complicações.
  • Declínio emocional e social: Isolamento social, depressão e ansiedade são comuns à medida que a doença avança.

Recomendações para a Prevenção e Cuidados

Embora não exista uma cura para a Doença de Alzheimer, a adoção de certos comportamentos pode ajudar a prevenir ou retardar o aparecimento da doença, assim como melhorar a qualidade de vida de quem já foi diagnosticado.

1. Manter uma vida ativa física e mentalmente

A prática regular de exercício físico, como caminhadas, pode melhorar a saúde cardiovascular, o que está associado a uma diminuição do risco de Alzheimer.

Estimulação cognitiva, como ler, aprender novas línguas ou resolver puzzles, ajuda a manter o cérebro ativo.

2. Adotar uma dieta saudável

A Dieta Mediterrânica, rica em frutas, legumes, peixe, azeite e grãos integrais, tem sido associada a um menor risco de doenças neurodegenerativas.

A redução no consumo de alimentos processados, gorduras saturadas e açúcar também é recomendada.

3. Cuidar da saúde cardiovascular

Manter a pressão arterial, o colesterol e os níveis de glicose no sangue sob controlo pode ajudar a prevenir ou atrasar o aparecimento de Alzheimer.

4. Socialização

Manter uma rede social ativa e interagir regularmente com outras pessoas pode ajudar a reduzir o risco de Alzheimer, uma vez que o isolamento social está associado a um declínio cognitivo mais rápido.

5. Apoio familiar e profissional

O diagnóstico precoce é essencial para iniciar tratamentos que possam ajudar a gerir os sintomas. O acompanhamento por neurologistas e especialistas em geriatria é fundamental para planear cuidados futuros.

O apoio de organizações como a Associação Alzheimer Portugal pode fornecer recursos valiosos para cuidadores e famílias.

Tratamento

Atualmente, não existe cura para a Doença de Alzheimer, mas existem medicamentos que podem ajudar a atrasar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, tais como:

  • Inibidores da acetilcolinesterase: aumentam a quantidade de acetilcolina, um neurotransmissor importante para a memória.
  • Antagonistas do receptor NMDA: ajudam a regular a atividade do glutamato, um neurotransmissor ligado à aprendizagem e memória.
  • Além disso, o apoio psicossocial e a participação em atividades cognitivas são importantes para manter as capacidades dos doentes o mais intactas possível.

 

Fontes:

Alzheimer Portugal. Prevalência da Demência. https://alzheimerportugal.org/prevalencia-da-demencia/

World Health Organization. Global Status Report on the Public Health Response to Dementia. Genebra: OMS. https://www.who.int/publications/i/item/9789240033245

CUF. Alzheimer: o que é, sintomas e tratamento. https://www.cuf.pt/saude-a-z/alzheimer

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação liderada por Maria José Diógenes, professora da FMUL
Uma equipa internacional de investigadores, liderada por Maria José Diógenes, Professora Associada, farmacêutica e...

O trabalho desenvolvido, recentemente publicado na revista Molecular Therapy, focou-se na criação e avaliação de um composto inovador que preserva o recetor TrkB da degradação causada pela presença do péptido β-amilóide, uma das principais características patológicas da DA. O composto desenvolvido pela equipa de Maria José Diógenes demonstrou eficácia na prevenção de sintomas, melhoria do desempenho cognitivo e na redução da progressão da doença em modelos animais da doença.

Este trabalho pioneiro deu origem a uma patente, destacando-se a inovação e o potencial terapêutico representados pelos seus resultados.

"A nossa equipa conseguiu desenvolver um composto, com um mecanismo de ação inovador, que melhora a função das sinapses (conexões entre os neurónios) e o desempenho cognitivo de ratinhos modelo da doença de Alzheimer. Muito importante, este composto, previne alterações moleculares patológicas no cérebro dos ratinhos. Estes resultados são promissores e abrem portas para novas abordagens terapêuticas que podem vir a ser aplicadas clinicamente.", afirma a investigadora do Instituto de Farmacologia e Neurociências da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Instituto de Farmacologia e Neurociências da FMUL.

A Invenção

Os investigadores criaram um composto que designaram de  TAT-TrkB que impede que  uma proteína importante no cérebro, o TrkB-FL, seja destruída pela Doença de Alzheimer. Esta proteína é essencial para que as células cerebrais comuniquem corretamente entre si de forma adequada. Quando a doença danifica essa proteína, as células do cérebro têm mais dificuldade em funcionar corretamente. O novo composto TAT-TrkB protege essa proteína de ser destruída, permitindo que as células do cérebro continuem a comunicar como deveriam, impedindo alterações na memória.

Além disso, o estudo envolveu a análise de amostras de liquido cefalorraquidiano de doentes de tecido cerebral post-mortem de doentes com Doença de Alzheimer, e demonstrou que a destruição do TrkB-FL ocorre desde a fase precoce da doença e que se agrava com a sua progressão. O composto TAT-TrkB demostrou não só que impede essa destruição, mas também que melhora a plasticidade sináptica e as funções cognitivas em modelos animais.

O estudo, que contou com a colaboração de investigadores de várias instituições nacionais e internacionais, não encontrou evidências de toxicidade hepática ou renal após a administração prolongada do novo composto, o que reforça o seu potencial como fármaco seguro modificador da doença para o tratamento da DA.

Encontro anual de biotecnologia arranca dia 30 de setembro
O impacto de novos alimentos como os insetos, a inovação no campo das doenças raras e o concurso Pitch Competition são alguns...

Nos próximos dias 30 de setembro e 1 de outubro, realiza-se mais uma edição do Encontro Anual do setor da Biotecnologia em Portugal, promovido pela Associação Portuguesa de Bioindústria (P-BIO). Neste ano em que a P-BIO celebra os seus 25 anos de atividade, o evento tem lugar no Centro de Congressos do Taguspark, em Oeiras, e conta reunir cerca de três centenas de participantes.

Durante dois dias, Oeiras volta a ser palco do maior debate sobre biotecnologia em Portugal. O BIOMEET 2024 está integrado nas comemorações da Semana Europeia da Biotecnologia de 2024 e conta com um programa diversificado de oradores especialistas da área, além de várias oportunidades de networking entre os participantes.

Os principais temas abordados passam por partilhas de experiências de financiamento e exits em Biotecnologia; o impacto dos novos alimentos, rações e ingredientes para o mercado; potencial biotecnológico dos recursos marinhos portugueses; barreiras e desafios em inovação no campo das Doenças Raras; e como levar para o mercado produtos na área da medicina de precisão. As sessões do evento serão em inglês.

Este ano, haverá também lugar para o concurso Pitch Competition #BIOMEET24, competição para futuros projetos empresariais ou startups nas áreas da Ciências da Vida e Biotecnologia, que vai atribuir um prémio monetário no valor de 1.000€ (mil Euros), recebendo também a oferta da 1ª anuidade de quota da P-BIO, referente ao ano de 2025, bem como o acesso gratuito à rede de mentores da P-BIO – BioMentors Club.

Mais informações e inscrições aqui.

 
30 de setembro
Organizada pelo “Movimento Humanizar a Saúde em Coimbra” - um movimento de intervenção cívica, constituído por pessoas de...

"Através da música podemos obter não apenas bem-estar e alegria, mas também uma sensação de que existe algo que nos liga uns aos outros, um abraço invisível que nos ajuda a enfrentar as complexidades da vida. Em ambiente hospitalar, a música pode também atuar como uma ferramenta terapêutica, promovendo o bem-estar físico, emocional e psicológico de doentes, familiares e profissionais de saúde", explica o médico João Pedroso de Lima, responsável por este movimento cívico. 

Segundo o especialista  em medicina nuclear  os "programas de musicoterapia têm sido desenvolvidos em instituições de saúde, onde profissionais treinados utilizam a música de forma direcionada para abordar questões específicas de doenças como a dor crónica, a depressão ou a demência. Por outro lado, a prática de tocar instrumentos ao vivo em hospitais tem também revelado efeitos muito positivos nos doentes e nos seus cuidadores, proporcionando simultaneamente um “acesso à fruição cultural em ambiente clínico”, e um sentido de normalidade e alegria capazes de transformar o ambiente hospitalar num espaço mais humano e acolhedor". 

Nesta Sessão – A Arte de Humanizar com Música no Coração - vão ser apresentados exemplos de humanização de cuidados de saúde através da música. "Contaremos com a participação de Beatriz Cortesão (harpa), as intervenções de Paulo Jacob (musicoterapia), Margarida Ornelas e Stephanie Rowcliffe (A Música no Lugar Certo – IPO Coimbra), e ainda com a participação do Quarteto Transversal (música de câmara). A moderação estará a cargo de Paulo Bernardino (maestro)", revela acrescentando que a sessão decorrerá no próximo dia 30 de setembro, no Seminário Maior de Coimbra. 

A iniciativa é aberta ao publico, sem necessidade de inscrição. 

 
Dia Mundial da PTTa assinala-se a 21 de setembro
Para assinalar o Dia Mundial da Púrpura Trombocitopénica Trombótica (PTTa), dia 21 de setembro, e o 100º aniversário da...

A PPTa é uma doença do sangue rara, ainda muito desconhecida, que afeta apenas 1 a 2 pessoas por cada milhão, o que faz com que os doentes ainda enfrentem riscos graves, sobretudo nos 14 dias após o diagnóstico. Esta condição, que afeta principalmente adultos na casa dos 40 anos, pode ser fatal em 90% dos casos nas primeiras 24 horas se não for imediatamente tratada. 

Neste episódio, Sofia Cardoso partilha a sua jornada, desde os primeiros sintomas até ao diagnóstico, inicialmente confundido com enxaquecas e depois com leucemia. A rápida progressão da doença levou a que Sofia tivesse de ser transferida para um dos únicos hospitais com capacidade para tratar a PTTa no nosso país, onde lhe foi administrado tratamento de emergência.

“Foi há cerca de dois anos, o meu primeiro e único episódio. Eu tinha fortes dores de cabeça, foram os primeiros sintomas. Numa primeira vez foi-me feito um diagnóstico de enxaqueca e dois dias depois, uma vez que a medicação não estava a resultar, voltei ao hospital. Ainda entrei pelo meu pé, mas rapidamente os sintomas começaram a avançar e fiquei inconsciente. Nessa altura, diagnosticaram-me com leucemia, atendendo às plaquetas baixas. (...)

Sem a certeza de que se tratava de PTTa, uma vez que era necessário o resultado de um exame específico, iniciei imediatamente o meu tratamento para PTTa, por se tratar de uma doença potencialmente fatal", conta Sofia Cardoso, convidada do podcast.

Sofia Cardoso vive hoje uma vida perfeitamente normal e é com esperança que destaca a importância de uma maior consciencialização sobre a PTTa, tanto junto da população em geral como na comunidade médica. O diagnóstico atempado, o tratamento célere e a abordagem multidisciplinar da doença são cruciais para aumentar a taxa de sobrevivência e reduzir o risco de complicações a longo prazo.

Neste episódio, assinalamos os 100 anos da descoberta desta doença e, embora os tratamentos atuais continuem a salvar vidas, as pessoas que vivem com PPTa ainda enfrentam riscos significativos.

A história da Sofia reforça as dificuldades que estes doentes enfrentam e pretende ser um importante contributo para a literacia em saúde, destacando a necessidade contínua de investigação para melhorar o diagnóstico, o tratamento e a qualidade de vida de todos os que têm manifestações desta doença rara.

O podcast Vidas, que conta agora com 11 episódios, é o primeiro podcast português a focar-se exclusivamente em entrevistas a doentes e aos seus familiares para que estes possam partilhar as suas histórias.

Reforço de meios na sequência dos incêndios que assolam o país
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) informa que todas as suas clínicas associadas estão a reforçar os...

“A hemodiálise é um tratamento sem o qual as pessoas com doença renal crónica não podem sobreviver, pelo que o seu tratamento deve continuar a ser mantido. Dado o momento tão crítico para o país, com o flagelo dos incêndios, e as consequentes limitações na circulação de pessoas, as nossas clínicas associadas estão em contacto com as autoridades para encontrar formas alternativas de transportar os doentes de casa para o local de tratamento, e os nossos profissionais de saúde estão a assegurar turnos de trabalho em contínuo para conseguir atender a todos os doentes, mesmo quando não chegam na hora agendada. Além disso, todos os sistemas de ar das clínicas foram alterados para que o ar seja respirável”, refere Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

A ANADIAL mostra-se totalmente solidária "para com as populações vítimas dos incêndios, e expressa o seu profundo agradecimento às diversas corporações de bombeiros e autoridades que combatem os incêndios, mas que também continuam a assegurar que os doentes insuficientes renais crónicos continuam a ter os seus tratamentos".

As clínicas privadas de diálise, representadas na ANADIAL, asseguram, atualmente, o tratamento a 93% da totalidade dos doentes em hemodiálise, em Portugal. Atualmente, o setor privado de diálise emprega cerca de 5.500 trabalhadores, em 101 unidades de diálise espalhadas pelo país.

Tecnologia e Saúde Mental
Vivemos, atualmente, uma realidade na qual a internet ocupa um lugar de destaque e preenche uma part

O cyberbullying consiste no uso de tecnologias digitais para assediar, intimidar, humilhar ou prejudicar alguém. As formas mais comuns incluem o envio de mensagens ofensivas, a criação de rumores falsos, a partilha de imagens ou vídeos embaraçosos sem consentimento, a exclusão intencional de uma pessoa de grupos virtuais, entre outras. Enquanto o bullying tradicional ocorre em espaços físicos, face-to-face, o cyberbullying pode acontecer em qualquer dia, a qualquer hora e em qualquer momento, o que torna a vítima especialmente vulnerável.

Se o face-to-face pode de alguma forma inibir o bullie (aquele que provoca a agressão) no cyberbullying a distância física, e por vezes até o anonimato que a internet permite, facilita a ação. Muitas vezes, os agressores escondem-se em perfis falsos ou pseudónimos, tornando mais difícil para a vítima conseguir identificar quem está por detrás do ataque. Tudo isto faz com que o impacto emocional seja ainda mais devastador.

Ser vítima desta prática é danoso em qualquer idade, mas pode ser especialmente marcante para os mais jovens, que ainda estão em fase de formação emocional e psicológica. Nesta fase, têm menos, ou não têm ainda ferramentas para lidar com agressões e rejeições.

O ambiente escolar desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianças, adolescentes e jovens, muito para além da aprendizagem dos conteúdos escolares obtidos na sala de aula. A escola é um ambiente onde decorrem e se desenvolvem habilidades sociais, onde se aprende a lidar com desafios, onde se formam as primeiras amizades e se constrói a identidade. Estas experiências são essenciais para a formação de competências emocionais, como a empatia, a cooperação, a resiliência, entre tantas outras, que serão transportadas para a vida adulta. A convivência no ambiente escolar, com as suas dinâmicas de grupo e interações diversas, contribui de maneira decisiva para o crescimento integral.

Contudo, a escola, apesar de ser um espaço de aprendizagem e desenvolvimento, constitui também um ambiente propício ao surgimento de situações menos positivas, como o bullying e o cyberbullying. Na convivência diária entre pares é natural que surjam conflitos e, em alguns casos, comportamentos agressivos ou hostis. A pressão para ser aceite, a competição e a insegurança, próprias destas fases da vida, podem promover o aparecimento de comportamentos disfuncionais.

Piaget e Erikson definiram os estádios de desenvolvimento como etapas sequenciais no crescimento cognitivo, emocional e social de uma criança, que ocorrem à medida que ela adquire novas habilidades e capacidades. Esses estágios são influenciados por fatores biológicos, emocionais, comportamentais e ambientais, sendo que nesta idade a vivência e a aprendizagem obtida no contexto escolar revestem-se de uma enorme relevância.

Assim, é fácil entender que os impactos do cyberbullying variam, dependendo da idade e da fase de desenvolvimento da criança, adolescente ou jovem. É, portanto, fundamental que pais e educadores compreendam como esse tipo de violência pode afetá-las e estejam atentos aos sinais.

Quando falamos em seres humanos não é possível construir uma matriz e garantir que determinada situação, em determinada idade, vai provocar determinado impacto. Somos todos diferentes e por isso reagimos à mesma situação de forma diferente, e isso deve-se à influência dos fatores referidos anteriormente.

Embora pareça improvável, até mesmo crianças pequenas, na fase pré-escolar ou nos primeiros anos do 1º ciclo, podem ser expostas ao cyberbullying. Com o aumento do uso de dispositivos como tablets e smartphones desde a infância, essas crianças podem ter acesso a jogos online ou redes sociais, onde incidentes de bullying digital podem ocorrer.

Nessa faixa etária, as crianças encontram-se numa fase de aprendizagem da componente emocional e cognitiva, o que significa que a capacidade de compreender e lidar com situações de conflito ou agressão ainda está em desenvolvimento. Estas crianças podem não conseguir entender o que se está a passar e não saber como expressar o que estão a viver e a sentir.

Nas crianças um pouco mais crescidas, dos 9 aos 12 anos, observa-se, com maior frequência, o aparecimento da autonomia no uso de equipamentos e redes sociais. Nesta fase, a pressão social intensifica-se, e a aceitação entre pares torna-se um aspeto central da vida. O cyberbullying pode gerar um impacto ainda mais profundo, pois nessa idade já compreendem melhor as interações sociais, mas podem não ter maturidade emocional para lidar com ataques deste género.

A adolescência constitui um período especialmente vulnerável para o cyberbullying. Nesta fase, em que se encontram num processo de construção da identidade, da autoimagem e do autoconhecimento, a validação social por meio de amigos e colegas assume um peso muito relevante. O uso de redes sociais é intenso, e o cyberbullying pode ter consequências devastadoras para o bem-estar emocional e psicológico dos jovens.

Apesar destas situações comprometerem a saúde mental e o bem-estar geral, é muito comum que as crianças, adolescentes e jovens que sofrem de cyberbullying hesitem em contar aos pais ou professores o que está a acontecer. Por medo de represálias, de serem vistos como fracos ou de perderem o acesso aos equipamentos digitais e às redes sociais acabam por viver o problema isoladamente. Por isso, é importante que os pais e educadores estejam atentos a sinais, por vezes subtis, que podem indicar que existe uma situação de cyberbullying. Alguns desses sinais são:

  • Mudanças de Comportamento Online – A criança/jovem que parecia ter uma dependência dos meios digitais passa a evitar o seu uso e apresenta-se nervoso ao receber mensagens ou notificações.
  • Emoções Intensas Após o Uso da Internet – A criança/jovem demonstra emoções negativas, como tristeza, frustração ou raiva, logo após o uso de dispositivos eletrónicos. Choro, irritação ou até comportamentos de agressividade podem indicar que está a sofrer algum tipo de pressão ou assédio online.
  • Isolamento Social – Habitualmente, as vítimas de cyberbullying tendem a isolar-se e a afastar-se das interações sociais, quer online quer presenciais. É necessário estar atento se ocorrerem comportamentos de evitamento dos amigos e recusa de convites para eventos sociais.
  • Insucesso ou Diminuição no Desempenho Escolar - A falta de concentração e motivação podem ser um dos primeiros indícios de que a criança/jovem está a vivenciar problemas emocionais. Se o rendimento escolar cair repentinamente, é necessário averiguar, pois pode ser uma resposta ao stress provocado pelo cyberbullying.
  • Problemas de Sono ou Alimentação - Mudanças significativas no sono, como dificuldade em adormecer, noites mal dormidas, pesadelos frequentes ou insónia, podem estar relacionadas com o impacto emocional ao bullying. Da mesma forma, alterações nos hábitos alimentares, no apetite, como comer demais ou de menos, também podem ser sinais de sofrimento emocional.
  • Sintomas Físicos - Algumas crianças/jovens podem manifestar os efeitos do cyberbullying por meio de sintomas físicos, como dores de cabeça, dores no estômago, sudorese excessiva, enurese, ou outros sintomas sem causa aparente.

Como tem vindo a ser referido, para ajudar as crianças, adolescentes e jovens a lidar com o cyberbullying é crucial estar atento e reconhecer os sinais de alerta. A existência de um ambiente de conforto e confiança emocional facilita a abertura e o diálogo sobre a situação. Posteriormente, é necessário adotar medidas práticas de proteção, adequadas à idade da vítima. Algumas estratégias importantes para ajudar as crianças e os jovens a superar esse desafio, podem ser:

  • Criação um Ambiente de Diálogo Aberto - Uma das maneiras mais eficazes consiste na criação de um ambiente de confiança e segurança, que facilite a partilha das preocupações sem medo de julgamento ou punição.
  • Monitorizar o Uso de Dispositivos Eletrónicos - Embora os pais devam respeitar a privacidade dos seus filhos, é essencial estar atento ao uso de dispositivos eletrónicos, especialmente no caso de crianças mais novas. Configurar controles parentais, supervisionar o uso de redes sociais e rever as configurações de privacidade são medidas importantes para garantir a segurança online.
  • Ensinar Sobre Segurança e Respeito Online - Educar as crianças precocemente sobre o uso responsável da internet pode ser uma ferramenta preventiva contra o cyberbullying. Ensinar sobre a importância da privacidade, do respeito pelos outros e sobre os riscos de partilhar informações pessoais nas redes sociais são lições fundamentais.
  • Incentivar o Relato de Incidentes - É essencial que as crianças e jovens saibam que podem e devem conversar com os pais ou outros adultos de confiança, sobre os incidentes que ocorram nos meios digitais.
  • Procurar Ajuda Profissional - Se o cyberbullying causar um impacto significativo na saúde emocional da criança, adolescente ou jovem, pode ser necessário procurar a ajuda de um profissional, como um psicólogo. O apoio psicológico pode ajudar a vítima a desenvolver ferramentas para lidar com o stress e a recuperar a autoestima e a autoconfiança.
  • Trabalhar em Conjunto com a Escola – O cyberbullying frequentemente envolve colegas da escola, que podem ser bullies ou outras vítimas, e é por isso importante que os pais notifiquem a escola sobre a situação.

O combate ao cyberbullying não é uma responsabilidade minha, nem sua, nem de uma única pessoa ou instituição. Ao abordar o problema de forma proativa e colaborativa, é possível oferecer o apoio necessário e ajudar as vítimas a superar os efeitos causados pelo cyberbullying, contribuindo para um ambiente digital mais saudável e respeitador.

Com o apoio adequado de pais, educadores e profissionais de saúde, as vítimas podem superar os impactos emocionais e reconstruir a sua confiança. A consciencialização crescente sobre o problema tem levado à promoção de iniciativas mais fortes de prevenção e resposta, incentivando o uso positivo das tecnologias. Ao cultivarmos o diálogo, a empatia e o respeito nas interações online, estamos a contribuir para construir um futuro onde a internet ocupe um espaço mais seguro e acolhedor para todos. Ao proporcionar às crianças e jovens as ferramentas necessárias para lidar com os desafios do mundo digital, estaremos a ajudar a criar uma geração mais forte, consciente e resiliente.

À medida que avançamos para um futuro cada vez mais digital, é fácil reconhecer que a tecnologia, quando bem utilizada, tem o poder de transformar vidas de maneira positiva e inspiradora. Podemos abraçar as oportunidades que a tecnologia nos oferece, trabalhando juntos para garantir que seja uma força útil, incentivando o crescimento pessoal e a construção de um futuro seguro. 

 
Dra. Marta Duarte -  Psicóloga Clínica, Gestora Executiva do CACB e sócia da www.girohc.pt

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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