Tecnologia e Saúde Mental
Vivemos, atualmente, uma realidade na qual a internet ocupa um lugar de destaque e preenche uma part

O cyberbullying consiste no uso de tecnologias digitais para assediar, intimidar, humilhar ou prejudicar alguém. As formas mais comuns incluem o envio de mensagens ofensivas, a criação de rumores falsos, a partilha de imagens ou vídeos embaraçosos sem consentimento, a exclusão intencional de uma pessoa de grupos virtuais, entre outras. Enquanto o bullying tradicional ocorre em espaços físicos, face-to-face, o cyberbullying pode acontecer em qualquer dia, a qualquer hora e em qualquer momento, o que torna a vítima especialmente vulnerável.

Se o face-to-face pode de alguma forma inibir o bullie (aquele que provoca a agressão) no cyberbullying a distância física, e por vezes até o anonimato que a internet permite, facilita a ação. Muitas vezes, os agressores escondem-se em perfis falsos ou pseudónimos, tornando mais difícil para a vítima conseguir identificar quem está por detrás do ataque. Tudo isto faz com que o impacto emocional seja ainda mais devastador.

Ser vítima desta prática é danoso em qualquer idade, mas pode ser especialmente marcante para os mais jovens, que ainda estão em fase de formação emocional e psicológica. Nesta fase, têm menos, ou não têm ainda ferramentas para lidar com agressões e rejeições.

O ambiente escolar desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianças, adolescentes e jovens, muito para além da aprendizagem dos conteúdos escolares obtidos na sala de aula. A escola é um ambiente onde decorrem e se desenvolvem habilidades sociais, onde se aprende a lidar com desafios, onde se formam as primeiras amizades e se constrói a identidade. Estas experiências são essenciais para a formação de competências emocionais, como a empatia, a cooperação, a resiliência, entre tantas outras, que serão transportadas para a vida adulta. A convivência no ambiente escolar, com as suas dinâmicas de grupo e interações diversas, contribui de maneira decisiva para o crescimento integral.

Contudo, a escola, apesar de ser um espaço de aprendizagem e desenvolvimento, constitui também um ambiente propício ao surgimento de situações menos positivas, como o bullying e o cyberbullying. Na convivência diária entre pares é natural que surjam conflitos e, em alguns casos, comportamentos agressivos ou hostis. A pressão para ser aceite, a competição e a insegurança, próprias destas fases da vida, podem promover o aparecimento de comportamentos disfuncionais.

Piaget e Erikson definiram os estádios de desenvolvimento como etapas sequenciais no crescimento cognitivo, emocional e social de uma criança, que ocorrem à medida que ela adquire novas habilidades e capacidades. Esses estágios são influenciados por fatores biológicos, emocionais, comportamentais e ambientais, sendo que nesta idade a vivência e a aprendizagem obtida no contexto escolar revestem-se de uma enorme relevância.

Assim, é fácil entender que os impactos do cyberbullying variam, dependendo da idade e da fase de desenvolvimento da criança, adolescente ou jovem. É, portanto, fundamental que pais e educadores compreendam como esse tipo de violência pode afetá-las e estejam atentos aos sinais.

Quando falamos em seres humanos não é possível construir uma matriz e garantir que determinada situação, em determinada idade, vai provocar determinado impacto. Somos todos diferentes e por isso reagimos à mesma situação de forma diferente, e isso deve-se à influência dos fatores referidos anteriormente.

Embora pareça improvável, até mesmo crianças pequenas, na fase pré-escolar ou nos primeiros anos do 1º ciclo, podem ser expostas ao cyberbullying. Com o aumento do uso de dispositivos como tablets e smartphones desde a infância, essas crianças podem ter acesso a jogos online ou redes sociais, onde incidentes de bullying digital podem ocorrer.

Nessa faixa etária, as crianças encontram-se numa fase de aprendizagem da componente emocional e cognitiva, o que significa que a capacidade de compreender e lidar com situações de conflito ou agressão ainda está em desenvolvimento. Estas crianças podem não conseguir entender o que se está a passar e não saber como expressar o que estão a viver e a sentir.

Nas crianças um pouco mais crescidas, dos 9 aos 12 anos, observa-se, com maior frequência, o aparecimento da autonomia no uso de equipamentos e redes sociais. Nesta fase, a pressão social intensifica-se, e a aceitação entre pares torna-se um aspeto central da vida. O cyberbullying pode gerar um impacto ainda mais profundo, pois nessa idade já compreendem melhor as interações sociais, mas podem não ter maturidade emocional para lidar com ataques deste género.

A adolescência constitui um período especialmente vulnerável para o cyberbullying. Nesta fase, em que se encontram num processo de construção da identidade, da autoimagem e do autoconhecimento, a validação social por meio de amigos e colegas assume um peso muito relevante. O uso de redes sociais é intenso, e o cyberbullying pode ter consequências devastadoras para o bem-estar emocional e psicológico dos jovens.

Apesar destas situações comprometerem a saúde mental e o bem-estar geral, é muito comum que as crianças, adolescentes e jovens que sofrem de cyberbullying hesitem em contar aos pais ou professores o que está a acontecer. Por medo de represálias, de serem vistos como fracos ou de perderem o acesso aos equipamentos digitais e às redes sociais acabam por viver o problema isoladamente. Por isso, é importante que os pais e educadores estejam atentos a sinais, por vezes subtis, que podem indicar que existe uma situação de cyberbullying. Alguns desses sinais são:

  • Mudanças de Comportamento Online – A criança/jovem que parecia ter uma dependência dos meios digitais passa a evitar o seu uso e apresenta-se nervoso ao receber mensagens ou notificações.
  • Emoções Intensas Após o Uso da Internet – A criança/jovem demonstra emoções negativas, como tristeza, frustração ou raiva, logo após o uso de dispositivos eletrónicos. Choro, irritação ou até comportamentos de agressividade podem indicar que está a sofrer algum tipo de pressão ou assédio online.
  • Isolamento Social – Habitualmente, as vítimas de cyberbullying tendem a isolar-se e a afastar-se das interações sociais, quer online quer presenciais. É necessário estar atento se ocorrerem comportamentos de evitamento dos amigos e recusa de convites para eventos sociais.
  • Insucesso ou Diminuição no Desempenho Escolar - A falta de concentração e motivação podem ser um dos primeiros indícios de que a criança/jovem está a vivenciar problemas emocionais. Se o rendimento escolar cair repentinamente, é necessário averiguar, pois pode ser uma resposta ao stress provocado pelo cyberbullying.
  • Problemas de Sono ou Alimentação - Mudanças significativas no sono, como dificuldade em adormecer, noites mal dormidas, pesadelos frequentes ou insónia, podem estar relacionadas com o impacto emocional ao bullying. Da mesma forma, alterações nos hábitos alimentares, no apetite, como comer demais ou de menos, também podem ser sinais de sofrimento emocional.
  • Sintomas Físicos - Algumas crianças/jovens podem manifestar os efeitos do cyberbullying por meio de sintomas físicos, como dores de cabeça, dores no estômago, sudorese excessiva, enurese, ou outros sintomas sem causa aparente.

Como tem vindo a ser referido, para ajudar as crianças, adolescentes e jovens a lidar com o cyberbullying é crucial estar atento e reconhecer os sinais de alerta. A existência de um ambiente de conforto e confiança emocional facilita a abertura e o diálogo sobre a situação. Posteriormente, é necessário adotar medidas práticas de proteção, adequadas à idade da vítima. Algumas estratégias importantes para ajudar as crianças e os jovens a superar esse desafio, podem ser:

  • Criação um Ambiente de Diálogo Aberto - Uma das maneiras mais eficazes consiste na criação de um ambiente de confiança e segurança, que facilite a partilha das preocupações sem medo de julgamento ou punição.
  • Monitorizar o Uso de Dispositivos Eletrónicos - Embora os pais devam respeitar a privacidade dos seus filhos, é essencial estar atento ao uso de dispositivos eletrónicos, especialmente no caso de crianças mais novas. Configurar controles parentais, supervisionar o uso de redes sociais e rever as configurações de privacidade são medidas importantes para garantir a segurança online.
  • Ensinar Sobre Segurança e Respeito Online - Educar as crianças precocemente sobre o uso responsável da internet pode ser uma ferramenta preventiva contra o cyberbullying. Ensinar sobre a importância da privacidade, do respeito pelos outros e sobre os riscos de partilhar informações pessoais nas redes sociais são lições fundamentais.
  • Incentivar o Relato de Incidentes - É essencial que as crianças e jovens saibam que podem e devem conversar com os pais ou outros adultos de confiança, sobre os incidentes que ocorram nos meios digitais.
  • Procurar Ajuda Profissional - Se o cyberbullying causar um impacto significativo na saúde emocional da criança, adolescente ou jovem, pode ser necessário procurar a ajuda de um profissional, como um psicólogo. O apoio psicológico pode ajudar a vítima a desenvolver ferramentas para lidar com o stress e a recuperar a autoestima e a autoconfiança.
  • Trabalhar em Conjunto com a Escola – O cyberbullying frequentemente envolve colegas da escola, que podem ser bullies ou outras vítimas, e é por isso importante que os pais notifiquem a escola sobre a situação.

O combate ao cyberbullying não é uma responsabilidade minha, nem sua, nem de uma única pessoa ou instituição. Ao abordar o problema de forma proativa e colaborativa, é possível oferecer o apoio necessário e ajudar as vítimas a superar os efeitos causados pelo cyberbullying, contribuindo para um ambiente digital mais saudável e respeitador.

Com o apoio adequado de pais, educadores e profissionais de saúde, as vítimas podem superar os impactos emocionais e reconstruir a sua confiança. A consciencialização crescente sobre o problema tem levado à promoção de iniciativas mais fortes de prevenção e resposta, incentivando o uso positivo das tecnologias. Ao cultivarmos o diálogo, a empatia e o respeito nas interações online, estamos a contribuir para construir um futuro onde a internet ocupe um espaço mais seguro e acolhedor para todos. Ao proporcionar às crianças e jovens as ferramentas necessárias para lidar com os desafios do mundo digital, estaremos a ajudar a criar uma geração mais forte, consciente e resiliente.

À medida que avançamos para um futuro cada vez mais digital, é fácil reconhecer que a tecnologia, quando bem utilizada, tem o poder de transformar vidas de maneira positiva e inspiradora. Podemos abraçar as oportunidades que a tecnologia nos oferece, trabalhando juntos para garantir que seja uma força útil, incentivando o crescimento pessoal e a construção de um futuro seguro. 

 
Dra. Marta Duarte -  Psicóloga Clínica, Gestora Executiva do CACB e sócia da www.girohc.pt

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dr. Ângelo Santos explica as tonturas e vertigens psicogénicas
A psicossomática com especificidade na otorrinolaringologia é uma área que estuda a forma como os fa

As tonturas e vertigens psicogénicas são exemplos notáveis dessa interação mente-corpo (indivisível), onde os sintomas físicos podem definir todo um percurso de origens psicológicas, também elas corpóreas, porque no corpo. O mesmo se observa com o zumbido nos ouvidos, um sintoma comum entre os pacientes atendidos na Clínica ORL. 

As tonturas e as vertigens são sintomas comuns que afetam o equilíbrio e a perceção espacial, causando debilidade e afetando negativamente a qualidade de vida. Quando esses sintomas são classificados como psicogénicos, indica-se que a sua causa não é uma disfunção orgânica, mas sim uma resposta a fatores psicológicos como por exemplo, o stress, a ansiedade ou depressão.  

Influência Psicológica no Equilíbrio 

O sistema vestibular, responsável pelo nosso sentido de equilíbrio, é altamente sensível a alterações psicológicas. Em situações de ansiedade, por exemplo, o aumento da adrenalina e do cortisol pode afetar o funcionamento desse sistema, levando a sensações de tontura e desequilíbrio. 

Diagnóstico Diferencial 

Diferenciar as vertigens psicogénicas de causas físicas é um desafio diagnóstico. É essencial uma avaliação detalhada, incluindo histórico médico e exames físicos complementares, para excluir outras condições médicas. 

Abordagem Terapêutica 

O tratamento das tonturas e vertigens psicogénicas envolve frequentemente uma combinação de psicoterapia e intervenção médica. A terapia de base psicodinâmica breve, por exemplo, pode ser eficaz na gestão dos aspetos psicológicos, emocionais e/ou afetivos que contribuem para os sintomas. 

Reconhecer a influência dos fatores psicológicos nas condições otorrinolaringológicas é crucial. As tonturas, vertigens e zumbido psicogénicos destacam a importância de uma abordagem holística na medicina, que considere tanto a saúde física quanto a mental para o tratamento eficaz dos pacientes. Desta forma poderemos inibir um tratamento medicamentoso que quando escolha de primeira linha no tratamento pode ter consequências deletérias para o doente, acrescentado ao seu problema outros problemas. 

A Clínica ORL conta com profissionais de otorrinolaringologia, da psicologia e da psiquiatria que em conjunto podem ajudar os seus pacientes a obterem diagnósticos precisos e tratamentos eficazes que melhorem a sua qualidade de vida.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação da Mayo Clinic
As pessoas com uma superabundância de glóbulos brancos clonados, ou linfócitos, que prejudicam o seu sistema imunitário - uma...

As pessoas com LMB situam-se num espetro que vai de um número baixo a um número elevado destes linfócitos disfuncionais. Muitas delas não apresentam sintomas. Investigações anteriores demonstraram que a LLC é um precursor de um tipo de cancro do sangue e da medula óssea conhecido como leucemia linfocítica crónica (LLC). As pessoas com LLC também têm um risco acrescido de melanoma.

"O nosso estudo é o primeiro a mostrar que as pessoas com esta fase pré-cancerosa da LLC têm um risco 92% maior de desenvolver melanoma. O risco de melanoma é semelhante ao que se verifica nas pessoas com leucemia linfocítica crónica”, afirma a doutora Susan Slager, investigadora do Mayo Clinic Comprehensive Cancer Centre e autora principal do estudo.

Os resultados sugerem que ter linfocitose monoclonal de células B (LMB), mesmo em níveis baixos, pode servir como um sinal biológico, ou biomarcador, para a deteção precoce do melanoma, que está a aumentar em todo o mundo.

Susan Slager e a sua equipa de investigadores têm vindo a estudar a maior coorte de indivíduos disponível - mais de 7000 pessoas foram rastreadas para o LMB através do Mayo Clinic Biobank. Os investigadores têm vindo a acompanhar estes indivíduos há cerca de quatro anos e estão a encontrar um conjunto de diagnósticos potencialmente relacionados entre os que tiveram resultados positivos no teste LMB.

Para além do risco acrescido de melanoma, os investigadores descobriram que as pessoas com LMB tinham também um risco mais elevado de cancro com origem no sistema linfático e de hospitalização devido a infeções graves, incluindo a COVID-19.

Anteriormente, os cientistas consideravam que a LMB era apenas uma parte do processo de envelhecimento. "O que estamos a constatar, no entanto, é que existem consequências clínicas de ter LMB - contrair infeções graves e desenvolver melanoma são algumas delas”, explica a investigadora.

Os avanços tecnológicos permitem um olhar mais atento

Os avanços na citometria de fluxo, uma tecnologia de alta resolução que permite aos investigadores observar as células sanguíneas e identificar as suas várias caraterísticas físicas, ajudaram a impulsionar esta investigação. Os médicos e os investigadores podem agora identificar mais facilmente as pessoas com LMB, o precursor da leucemia linfocítica crónica (LLC).

As pessoas com LLC têm um número muito elevado destes linfócitos circulantes idênticos: mais de 5.000 linfócitos por microlitro. (Um microlitro é cerca de 1/50 de uma gota de sangue). Isto compara-se com uma pessoa com LMB que normalmente tem 1-5 destes linfócitos circulantes por microlitro de sangue. Através de uma citometria de fluxo mais sensível, os cientistas podem diagnosticar as pessoas mais cedo, quando os seus níveis ainda são baixos.

O risco de melanoma parece ser o mesmo, independentemente do número destes linfócitos clonais no sangue, o que sugere que ter apenas uma população clonal destes linfócitos - ou seja, ter LLC - aumenta o risco de contrair melanoma”, explica.

Os doentes com leucemia linfocítica crónica (LLC) são encorajados a fazer rastreios anuais do cancro da pele por um dermatologista e a proteger a sua pele da exposição solar para prevenir o melanoma.

Os nossos resultados sugerem que as pessoas com a fase precursora da LMB também devem ser mais diligentes no cumprimento das diretrizes estabelecidas para a prevenção do cancro da pele, incluindo, por exemplo, a utilização de protetor solar e de vestuário de proteção”, explica Susan Slager.

Próximos passos

Uma das questões que a equipa de Slager planeia explorar a seguir é se existe uma sobreposição genética entre a LMB, a LLC e o melanoma. Uma hipótese é que herdar uma variante genética que aumenta o risco de desenvolver LMB e LLC pode também aumentar o risco de contrair melanoma.

Outra área que os investigadores estão a investigar é se a LMB tem impacto nos resultados clínicos das pessoas com melanoma, incluindo se ter LMB e melanoma reduz a sobrevivência global ou afecta a resposta da pessoa à terapia. 

Iniciativa de apoio aos doentes com leucemias, linfomas e mielomas
Caminhar, aproveitar a paisagem das margens do rio Douro e ajudar: é esta a proposta da Associação Portuguesa de Leucemias e...

Ao longo dos 4km de percurso que unem a Ponte do Freixo ao Horto das Virtudes, as equipas da APLL vão marcar presença junto às pontes para entregar o kit de caminhada – uma t-shirt, um saco e água – e para prestar todo o apoio necessário. A hora de início da caminhada e o ponto de receção dos kits é opcional, permitindo que cada participante faça a gestão do seu percurso, consoante a sua forma física. O encerramento da atividade terá lugar no Jardim do Horto das Virtudes, em Miragaia, onde, a partir das 11h30, os participantes serão desafiados a participar numa aula de zumba conduzida pelo Helder Vieira.

Isabel Barbosa, presidente da APLL, sublinha a importância de sensibilizar os portugueses para a necessidade de reforçar o apoio prestado a doentes que sofrem de leucemias, linfomas, mielomas e outras patologias do sangue: “Ações como esta apelam, sobretudo, ao convívio da população geral com doentes, sobreviventes e voluntários, sendo uma oportunidade para dar a conhecer o trabalho desenvolvido pela APLL no âmbito da luta contra estas doenças”. E acrescenta: “Além do apoio à reabilitação física e psicológica, o acompanhamento prestado pela Associação é, em muitos casos, fulcral, uma vez que alguns dos associados não têm capacidade para suportar financeiramente alguns dos medicamentos ou tratamentos necessários”.

A inscrição para a Caminhada das Pontes – que tem um custo de cinco euros e inclui a oferta do kit de caminhada – pode ser realizada através do preenchimento de um formulário online ou no centro de atividades da APLL (Rua Damião de Góis, 96, aberto à terça-feira e à quinta-feira, entre as 15h00 e as 17h00). Os participantes terão, ainda, a possibilidade de se inscrever no próprio dia da caminhada. Mais informações disponíveis em www.apll.org

 
Opinião
A doença de Alzheimer é uma condição neurológica degenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é caracterizada por uma deterioração progressiva das funções cognitivas, incluindo memória, linguagem, raciocínio e tomada de decisões. À medida que a doença avança, os pacientes enfrentam dificuldades crescentes para realizar atividades diárias e eventualmente perdem sua independência.

Cerca de 7 milhões de pessoas desenvolvem demência em todo o mundo a cada ano, e estima-se que, mundialmente, 46,8 milhões de pessoas tenham demência e que este número aumente para 131,5 milhões de pessoas até 2050. A demência afeta 1 em cada 20 pessoas com mais de 65 anos e afeta 1 em cada 5 pessoas com mais de 80 anos. A doença de Alzheimer é responsável por 50-60% dos casos de demência. Embora os mecanismos exatos que desencadeiam esta doença ainda não sejam totalmente compreendidos, acredita-se que múltiplos fatores, incluindo genética, inflamação, stresse oxidativo e disfunção mitocondrial, desempenhem um papel importante.

Tratamentos Atuais e Limitações

Atualmente, os tratamentos disponíveis para a doença de Alzheimer são principalmente sintomáticos e visam atrasar a progressão dos sintomas cognitivos e comportamentais. Os medicamentos mais comumente prescritos são: inibidores da colinesterase (ajudam a aumentar os níveis de acetilcolina, um neurotransmissor importante para a memória e o pensamento) e memantina (regula os níveis de glutamato).

No entanto, estes tratamentos têm efeitos limitados e não conseguem interromper ou reverter o processo subjacente da doença. Além disso, eles podem causar efeitos indesejáveis, como náuseas, vómitos, diarreia e fadiga.

A Promessa das Células Estaminais do Cordão Umbilical

As células estaminais do cordão umbilical apresentam propriedades únicas, incluindo a capacidade de se diferenciar em vários tipos de células e de produzir fatores bioativos que podem modular o microambiente celular.

Mecanismos Potenciais de Ação

Estudos pré-clínicos da doença de Alzheimer sugeriram vários mecanismos pelos quais as estas células estaminais do cordão umbilical podem exercer efeitos benéficos tais como redução das placas amiloides, proteção contra a neurotoxicidade, estimulação da neurogénese e modulação da inflamação uma vez que as propriedades anti-inflamatórias das células estaminais do cordão umbilical podem ajudar a reduzir a inflamação crónica observada na doença de Alzheimer.

Esses mecanismos sugerem que as células estaminais do cordão umbilical podem abordar múltiplos aspetos da patologia da doença de Alzheimer, em contraste com os tratamentos atuais que visam apenas um alvo específico.

Ensaios Clínicos com Células Estaminais do Cordão Umbilical

Motivados pelos resultados promissores dos estudos pré-clínicos, vários ensaios clínicos foram conduzidos para avaliar a segurança e a eficácia das células estaminais do cordão umbilical no tratamento da doença de Alzheimer.

Um ensaio clínico de fase I realizado na Coreia do Sul, envolveu a injeção intracerebroventricular repetida de células estaminais do cordão umbilical em nove pacientes com doença de Alzheimer leve a moderada. Os resultados mostraram que o procedimento foi viável, relativamente seguro e bem tolerado pelos pacientes. No entanto, todos os participantes desenvolveram febre transitória e aumento da contagem de glóbulos brancos no líquido cefalorraquidiano nas primeiras 24 horas após cada injeção. Esses efeitos foram interpretados como uma possível reação imunológica às células estaminais transplantadas e destacaram a necessidade de estratégias para mitigar essas respostas em estudos futuros.

Atualmente, ensaio clínicos de fase II estão também em andamento, em que os resultados preliminares sugerem que as células estaminais do cordão umbilical podem reduzir os níveis de biomarcadores da doença de Alzheimer. No entanto, os efeitos clínicos sobre a cognição, o comportamento e a capacidade funcional ainda precisam ser avaliados cuidadosamente. Os investigadores também estão a estudar estratégias para prolongar a sobrevivência das células estaminais transplantadas e maximizar seus efeitos terapêuticos.

Desafios e Considerações Futuras

Embora os resultados iniciais sejam promissores, ainda existem vários desafios a serem superados antes que a terapia com células estaminais do cordão umbilical possa ser amplamente adotada no tratamento da doença de Alzheimer.

É essencial conduzir estudos de acompanhamento a longo prazo para avaliar a segurança das células estaminais do cordão umbilical em pacientes com doença de Alzheimer. Possíveis riscos, como reações imunológicas persistentes ou efeitos colaterais inesperados, precisam ser cuidadosamente monitorizados.

Combinação com Outras Terapias

Como a doença de Alzheimer é uma condição complexa com múltiplos fatores envolvidos, pode ser benéfico combinar a terapia com células estaminais do cordão umbilical com outras abordagens terapêuticas, como medicamentos, imunoterapia ou estimulação cognitiva. Essas combinações podem potencializar os efeitos benéficos e abordar diferentes aspetos da doença.

Perspetivas Futuras

Apesar dos desafios, a investigação com células estaminais do cordão umbilical representa uma área promissora no tratamento da doença de Alzheimer. Com avanços contínuos na compreensão dos mecanismos subjacentes, esta abordagem pode eventualmente levar a terapias mais eficazes e personalizadas para pacientes que padecem desta condição devastadora.

À medida que mais ensaios clínicos são realizados e os resultados são analisados, espera-se que a comunidade científica obtenha insights mais profundos sobre o potencial terapêutico das células estaminais do cordão umbilical na doença de Alzheimer.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Através do seu Gabinete de Apoio Humanitário
A Ordem dos Médicos (OM) manifestou, junto do Presidente da República, do Primeiro-Ministro e do Ministério da Saúde,...

Através do seu Gabinete de Apoio Humanitário (GAHOM), a OM está a acompanhar a situação em permanência e está disponível para apoiar as equipas no terreno, caso seja solicitado.

A OM enaltece o trabalho de todos os profissionais que combatem este flagelo, nomeadamente bombeiros, forças de segurança e de proteção civil, autarquias, médicos e outros profissionais de saúde, que têm realizado uma missão inexcedível ao serviço de quem mais necessita, e reforça a importância de as populações cumprirem integralmente com as indicações das autoridades.

“Queremos transmitir uma mensagem de apoio, de esperança, em nome de todos os médicos, às populações afetadas pelos trágicos incêndios que assolam o país, expressando as nossas sinceras condolências aos familiares e amigos das vítimas”, refere Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos.

“A Ordem dos Médicos tem total confiança no trabalho dos operacionais que estão no terreno. Sabemos que os próximos meses serão difíceis para as populações afetadas, mas os médicos estão solidários e presentes, juntamente com as autoridades, para prestar o apoio necessário”.

A OM, através do GAHOM, está a desenvolver um plano formativo para médicos em Medicina de Catástrofe e Autoproteção, que permitirá que mais profissionais tenham formação específica em situações de emergência, e irá promover a criação de um banco de voluntariado médico.

A OM recomenda que se evitem deslocações desnecessárias nas áreas afetadas, a ingestão frequente de água e o uso de máscara no exterior em zonas de maior concentração de fumo, especialmente para portadores de doença respiratória.

 
Dados do estudo da ConsumerChoice
Com o final da época das férias e o regresso oficial ao trabalho, são vários os desafios que os consumidores têm que enfrentar...

Grande parte dos inquiridos estão satisfeitos com o seu ambiente de trabalho (54%), enquanto 19% expressa algum nível de insatisfação com o mesmo. Em relação à satisfação com a empresa, 47% dos colaboradores partilham um feedback positivo, ao contrário de 21% que mostram-se insatisfeitos. 48% afirma também estar satisfeito com o cargo atual e 16% expressa insatisfação com as suas funções.

Quando questionados sobre qual o maior desafio com que se deparam ao regressar ao trabalho após o período de férias, os entrevistados referem a adaptação ao ritmo de trabalho (53%) e a gestão do stress (22%). Por outro lado, 4% indicam que outras responsabilidades pessoais são um desafio. De acordo com o estudo, metade dos colaboradores (50%) considera que consegue equilibrar facilmente as responsabilidades profissionais e as pessoais, porém 22% mostra uma certa dificuldade nessa gestão.

“Voltar para o trabalho depois de um longo período de férias pode mostrar-se difícil, sobretudo a adaptação a uma rotina laboral agitada, característica presente no dia-a-dia da maioria das pessoas. Cada vez é mais importante que as empresas tenham este fator em conta, de forma a preservarem e promoverem o bem-estar mental dos seus colaboradores. Algumas sugestões que os entrevistados destacam neste estudo para garantir a saúde mental no trabalho focam-se na melhoraria da comunicação entre colegas e superiores, para além de proporcionarem atividades de integração, a necessidade de aumentar salários e reduzir a carga horária ”, diz José Borralho, CEO da ConsumerChoice.

Para 71% dos entrevistados o impacto do trabalho remoto ou híbrido foi positivo para a sua qualidade de vida. Apenas 8% dos colaboradores considera este novo modelo de trabalho como algo negativo e 21% tem uma opinião neutra. A flexibilidade de horários é vista também como um benefício positivo para 65% dos inquiridos, que afirmam que essa política contribui muito para o seu bem-estar mental. Ainda assim, 4% revela uma opinião contrária no que diz respeito a este tema. A esmagadora maioria (80%) sente também a necessidade de fazer pausas de vez em quando durante o horário de trabalho, já 8% revela que precisa de interrupções no seu dia de trabalho com mais regularidade.

Relativamente à discussão de questões de bem-estar mental no local de trabalho, 47% dos entrevistados afirmam sentir-se confortáveis ao abordar esta temática, 31% expressa incómodo e 23% mantem uma posição neutra em relação ao conforto para falar com os seus superiores ou a sua equipa. Entre as práticas mais sugeridas para melhorar o seu bem-estar mental, uma maior flexibilidade no trabalho (24%) e uma comunicação interna mais eficaz sobre este tópico (22%) foram as mais mencionadas.

 
Dia Mundial do Cancro Ginecológico assinala-se a 20 de setembro
O cancro ginecológico é um tipo de cancro que se desenvolve nos órgãos do sistema reprodutor feminin

O que é o Cancro Ginecológico?

Cancro ginecológico refere-se a qualquer tumor maligno que se desenvolva nos órgãos do sistema reprodutivo feminino, nomeadamente o útero, ovários, colo do útero, vagina e vulva. Estes cancros podem afetar qualquer mulher, independentemente da idade, embora alguns fatores de risco, como predisposição genética, hábitos de vida ou infeções virais, possam aumentar a probabilidade de desenvolver a doença.

Principais Tipos de Cancro Ginecológico

Existem cinco principais tipos de cancro ginecológico:

  • Cancro do Colo do Útero: É um dos tipos mais prevalentes de cancro ginecológico, causado principalmente pela infeção persistente do vírus do papiloma humano (HPV). A introdução do rastreio com o teste de Papanicolau e a vacinação contra o HPV têm sido medidas fundamentais para a prevenção deste cancro.
  • Cancro do Endométrio: Este tipo de cancro afeta o revestimento interno do útero (endométrio). É mais comum em mulheres pós-menopáusicas, e fatores como a obesidade e alterações hormonais aumentam o risco de desenvolvimento.
  • Cancro do Ovário: O cancro do ovário é o mais mortal dos cancros ginecológicos devido à dificuldade em diagnosticá-lo nas fases iniciais. Muitas vezes, é descoberto em estágios avançados, o que dificulta o tratamento eficaz.
  • Cancro da Vulva: Um tipo mais raro de cancro que afeta a parte externa dos órgãos genitais femininos. Geralmente, afeta mulheres mais idosas e pode ser diagnosticado por alterações na pele da vulva, como ulcerações ou manchas anormais.
  • Cancro da Vagina: Também raro, este tipo de cancro afeta o canal vaginal. Embora menos comum, pode ser identificado através de sintomas como sangramento anormal ou dor na área pélvica.

Sintomas do Cancro Ginecológico

Os sintomas variam de acordo com o tipo de cancro ginecológico, mas existem sinais comuns a que as mulheres devem estar atentas:

  • Sangramento vaginal anormal, especialmente após a menopausa ou entre menstruações.
  • Dor ou desconforto durante as relações sexuais.
  • Dor persistente na região pélvica.
  • Corrimento vaginal incomum ou com odor.
  • Alterações na pele da vulva ou vaginais, como inchaços, feridas ou manchas.
  • Aumento do volume abdominal (no caso do cancro do ovário).

A presença de um ou mais destes sintomas não significa necessariamente cancro, mas justifica uma avaliação médica, preferencialmente com um ginecologista especializado.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Em Portugal, o rastreio do cancro do colo do útero é amplamente realizado, o que contribui para a redução da mortalidade associada a esta doença. Além do teste de Papanicolau, o exame de HPV tem vindo a ser incluído no rastreio. O diagnóstico de outros tipos de cancro ginecológico pode envolver exames de imagem, como ecografias ou ressonâncias magnéticas, biópsias e exames laboratoriais.

Tratamento do Cancro Ginecológico

O tratamento para o cancro ginecológico depende de vários fatores, como o tipo de cancro, o estádio da doença, a idade da paciente e o estado de saúde geral. Os principais tratamentos incluem:

  • Cirurgia: O objetivo é remover o tumor ou o órgão afetado, como no caso de histerectomia (remoção do útero). Esta é muitas vezes a primeira linha de tratamento para a maioria dos cancros ginecológicos.
  • Radioterapia: Utiliza radiação de alta energia para destruir células cancerígenas. Pode ser aplicada antes ou após a cirurgia para reduzir o tamanho do tumor ou eliminar células remanescentes.
  • Quimioterapia: O uso de medicamentos para destruir células cancerígenas. A quimioterapia pode ser usada em combinação com cirurgia ou radioterapia, especialmente em casos de cancro do ovário ou quando o cancro se espalhou para outras partes do corpo.
  • Terapia hormonal: Utilizada, em alguns casos, para tratar cancros dependentes de hormonas, como o cancro do endométrio. Esta terapia bloqueia ou reduz os níveis de hormonas que promovem o crescimento do tumor.
  • Imunoterapia: Um tratamento mais recente, que visa estimular o sistema imunitário a atacar as células cancerígenas.

Prevenção do Cancro Ginecológico

Embora não seja possível prevenir todos os tipos de cancro ginecológico, existem várias medidas que podem reduzir o risco:

  • Vacinação contra o HPV: O cancro do colo do útero está frequentemente associado ao vírus do papiloma humano (HPV), pelo que a vacinação pode reduzir significativamente o risco de infeção.
  • Exames de rastreio regulares: Testes como o Papanicolau (ou citologia cervical) e o teste de HPV são essenciais para a deteção precoce de alterações celulares no colo do útero, permitindo a intervenção antes que estas se tornem cancerígenas.
  • Estilo de vida saudável: Manter uma alimentação equilibrada, fazer exercício físico regularmente e evitar o tabaco são formas de melhorar a saúde geral e reduzir o risco de vários tipos de cancro.
  • Contraceção oral: Alguns estudos indicam que o uso prolongado de pílulas anticoncecionais pode reduzir o risco de cancro do ovário e do endométrio. No entanto, o seu uso deve ser discutido com o médico, considerando os potenciais efeitos secundários.
  • Monitorização de fatores de risco genéticos: Mulheres com histórico familiar de cancro ginecológico devem considerar a realização de exames genéticos para identificar mutações genéticas, como as do gene BRCA, que aumentam o risco de cancro dos ovários e do útero.

O cancro ginecológico é uma realidade que pode afetar mulheres de todas as idades, mas a sua deteção precoce é a chave para um tratamento eficaz e uma maior taxa de sobrevivência. Estar atenta aos sintomas, realizar exames de rastreio regularmente e adotar um estilo de vida saudável são medidas essenciais para reduzir o risco. No caso de diagnóstico, existem várias opções de tratamento que podem ser adaptadas a cada caso, destacando a importância de um acompanhamento médico regular e personalizado.

Fontes: 

CUF. Proteja-se dos cancros ginecológicos mais comuns. https://www.cuf.pt/mais-saude/proteja-se-dos-cancros-ginecologicos-mais-comuns

Sociedade Portuguesa de Ginecologia. Cancro Ginecológico. https://spginecologia.pt/wp-content/uploads/2021/07/spg-consenso-nacional-cancro-ginecologico-2020.pdf

Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos (MOG). Cancros ginecológicos. https://mogportugal.pt/cancros-ginecologicos/

Hospital da Luz. Cancro da Vagina. https://www.hospitaldaluz.pt/pt/dicionario-de-saude/cancro-vagina

 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nuno Osório selecionado para a Strategic Educators Enhancement Fellowship
Nuno Osório, professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho, é o primeiro membro de uma instituição fora dos Estados...

O NBME selecionou para esta edição oito professores dentre muitos candidatos altamente qualificados. Os outros sete eleitos são de prestigiadas escolas médicas de universidades norte-americanas: Duke, Eastern Virginia, Kentucky, Texas Tech, Kaiser Permanente, Vermont e Virginia Commonwealth. Estes docentes vão colaborar em projetos com a mentoria de profissionais de renome, como Jennifer Kogan e Larry Gruppen, respetivamente das universidades da Pensilvânia e de Michigan, tendo ainda o apoio dos cientistas e recursos do NBME.

O NBME é fulcral nos EUA, ao elaborar e aplicar os exames que avaliam as competências de médicos e estudantes de medicina, certificar profissionais para práticas de saúde com qualidade, segurança e eficácia, além de contribuir para elevar os padrões neste âmbito.

Nuno Osório está “muito entusiasmado” por se juntar a esta comunidade inovadora que partilha a paixão pela educação médica. “Ser fellow da SEEF permite uma progressão científica e pedagógica, mas também competências melhoradas pela colaboração com profissionais de várias origens”, refere. “Ter sido escolhido testemunha o excelente trabalho que está a ser feito na Escola de Medicina da UMinho e é um orgulho representar a minha instituição e o país neste palco internacional”, enaltece.

Nuno Osório nasceu há 43 anos no Porto. É licenciado em Biologia Aplicada e doutorado em Ciências da Saúde pela UMinho, tendo realizado parte da sua formação nas universidades de Wageningen (Países Baixos), Rochester e Texas (EUA). Leciona há mais de 15 anos na UMinho, onde atualmente coordena unidades curriculares nas áreas de ciência de dados, bioinformática e ómicas. Participa em projetos internacionais de educação e ensina regularmente em cursos de curta duração em vários países, incluindo nações em desenvolvimento.

Coordena ainda uma comunidade académica dedicada ao uso de realidade virtual, aumentada e mista na educação. Como investigador principal no ICVS – Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, orienta estudantes de mestrado e doutoramento, e lidera ou integra diversos projetos de investigação sobre a biologia molecular de doenças infeciosas, como a tuberculose e a SIDA. Publicou mais de 50 artigos científicos em revistas de renome, incluindo a Nature Medicine e The Lancet Infectious Diseases, recebeu várias distinções e cofundou a spin-off Petridish Software. Além disso, colabora em iniciativas cívicas de promoção da saúde e da literacia científica.

Iniciativas do município incentivam o uso de transportes sustentáveis
O Município de Guimarães, em parceria com o Laboratório da Paisagem, assinala até domingo, 22 de setembro, a Semana Europeia da...

As atividades da Semana Europeia da Mobilidade em Guimarães arrancaram a 16 de setembro com o PARK(ing) Day e jogos de rua na Escola Martins Sarmento. A iniciativa, pretendeu promover o Clube "Escola com Pedalada" para incentivar modos de transporte no âmbito da mobilidade ativa e sustentável como caminhar, andar de bicicleta ou o uso de transportes públicos. Durante a semana, atletas do Vitória Sport Clube irão promover a utilização do transporte público, através de iniciativas surpresa, em detrimento da utilização do automóvel privado.

Sob o mote “Combina e Move-te!”, o programa inclui a apresentação na sexta-feira, dia 20 de setembro, às 14h00, do Metrominuto nas Taipas, projeto desenvolvido pelo Laboratório da Paisagem e com a colaboração das escolas EB 2/3 e Secundária das Taipas. Refira-se que o Metrominuto irá integrar um mapa com indicação das distâncias a pé entre diferentes pontos da cidade, e irá ser afixado em locais estratégicos no centro das Taipas. Após a apresentação, está previsto um passeio com os alunos para promover a mobilidade pedonal.

Dia Mundial Sem Carros a 22 de setembro

O ponto alto da Semana Europeia da Mobilidade em Guimarães será celebrado no Dia Mundial Sem Carros, a 22 de setembro, com o corte ao trânsito no Toural Superior, Alameda de São Dâmaso e Rua de Santo António, entre as 10h00 e as 12h00. Sublinhe-se que o Teleférico de Guimarães estará disponível gratuitamente durante este período. Haverá ainda atividades como a “Educabicla e Ciclo Oficina”, bem como animação de rua, promovida pelo Laboratório da Paisagem.

Desafio às escolas e comunidade

Durante toda a semana, até 20 de setembro, as escolas do concelho estão a ser desafiadas a incentivar os alunos a irem de bicicleta, partilharem boleias ou utilizarem o autocarro para se deslocarem até à escola. As escolas que aderirem a esta iniciativa são convidadas a partilhar fotografias nas redes sociais com a hashtag #SemanaEuropeiadaMobilidade ou mencionando o @labpaisagem.pt.

Adicionalmente, as escolas deverão promover “manifestações” simbólicas, apelando a boas práticas de mobilidade, como a prioridade aos peões, o respeito pelos limites de velocidade em zonas escolares e a acessibilidade inclusiva.

A Semana Europeia da Mobilidade é uma oportunidade para Guimarães reforçar o seu compromisso com um futuro mais sustentável, promovendo soluções de mobilidade que contribuem para a qualidade de vida dos seus habitantes. A iniciativa deverá contribuir para a sensibilização dos jovens para comportamentos compatíveis com o desenvolvimento sustentável, a proteção da qualidade do ar, a mitigação do aquecimento global e a redução do ruído, promovendo um ambiente urbano mais saudável e agradável.

Guimarães na rota da Capital Verde Europeia 2026

Recorde-se que Guimarães foi recentemente anunciada como uma das três cidades finalistas na corrida ao título de Capital Verde Europeia 2026. O município, que já havia chegado à fase final da competição no ano passado, disputa o título com Heilbronn (Alemanha) e Klagenfurt (Áustria). A cidade vencedora será conhecida este ano, numa cerimónia que terá lugar em Valência, Capital Verde Europeia em 2024.

A candidatura de Guimarães ao título de Capital Verde Europeia 2026 tem como objetivo principal afirmar o município como referência nacional e internacional em termos de sustentabilidade, promovendo a economia verde, a mobilidade sustentável e a qualidade de vida dos cidadãos.

Caminhada nacional assinala Dia Mundial do Coração a 29 de setembro
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) e o Grupo de Estudo da Reabilitação Cardíaca da SPC (GEFERC) vão...

A caminhada nacional “Rehab for life – Passo a passo por um coração saudável” é uma iniciativa conjunta da APIC e do GEFERC da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), que teve início em 2023, e desta farão parte todos os hospitais públicos que integram a via verde coronária e têm programas de reabilitação cardíaca ativos, nomeadamente a ULS Trás-os-Montes e Alto Douro, a ULS de Braga, a ULS de Santo António, a ULS da Região de Leiria, a ULS de Coimbra, a ULS de São José (Hospital Santa Marta), a ULS Santa Maria (Hospital Santa Maria), e a ULS Almada-Seixal.

De acordo com Rita Calé Theotónio, presidente da APIC, “com esta iniciativa pretendemos reforçar a consciencialização para a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares, com ênfase no Enfarte Agudo do Miocárdio. A primeira edição foi muito participada, contando com cerca de 500 participantes, pelo que nesta segunda edição, na qual vamos voltar a falar da atuação correta da população em caso de sintomas sugestivos de Enfarte Agudo do Miocárdio, bem como da importância da Reabilitação Cardíaca pós-Enfarte Agudo do Miocárdio, esperamos que o número de participantes seja superior”, afirma Rita Calé Theotónio, presidente da APIC.

Segundo Luísa Bento, coordenadora do GEFERC da SPC, “o nosso objetivo a médio e longo prazo é promover e perpetuar a prática de exercício físico para a vida, fazendo com que os doentes cardíacos o integrem no quotidiano. A Reabilitação Cardíaca é um programa com foco na prevenção cardiovascular, que inclui na sua estrutura o exercício físico, sob supervisão e monitorização médicas, e uma vertente educacional, com o objetivo de modificar todos os fatores de risco. Contribui, assim, para a melhoria da qualidade de vida do doente cardíaco”.

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e no mundo. Após um enfarte, o comportamento e os cuidados pós-enfarte são cruciais para a recuperação e prevenção de futuros problemas cardíacos.

Os participantes serão sobretudo doentes pós-Enfarte Agudo do Miocárdio, porém, a iniciativa está aberta a todos os doentes cardíacos que integram programas de reabilitação.

A cannabis deve ser liberalizada? Os telemóveis devem ser permitidos nas escolas? E a educação sexual?
A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) vai realizar, entre 25 e 27 de Setembro, o VI Congresso da OPP e o XIII Congresso...

Os telemóveis devem ser permitidos nas escolas? A cannabis deve ser liberalizada? Os discursos de ódio e as quotas de género são alguns dos temas que vão ser abordados neste evento, que conta com oradores dos diferentes países ibero-americanos.

O belga Tom Van Daele vai falar sobre os impactos da tecnologia na saúde mental e a britânica Karen Douglas a psicologia das teorias de conspiração. O chileno Alfonso Morales aborda a saúde mental da população migrante e Wilson Lopes a psicologia pela paz e direitos humanos.

A “educação sexual: quando? Porquê? Para quem?” vai ser o tema abordado por Tânia Graça e Alexandre Poço. Vai ainda debater-se os telemóveis nas escolas com a participação de Daniel Sampaio, Pedro Dantas da Cunha, Beatriz Imperatori e Raquel Raimundo. O discurso de ódio tem limite(s)? vai ser o tema debatido por João Miguel Tavares, Fernanda Freitas e Maria Luísa Lima. A Liberalização da Cannabis vai juntar as perspetivas de Luís Fernandes, João Goulão e Miguel Costa Matos.

Na manhã do primeiro dia, 25 de Setembro, vão ser feitas visitas a projetos, como a Associação Pais em Rede, a Associação VilacomVida / Café Joyeux, a Associação de Intervenção Comunitária CRESCER ou o Serviço Jesuíta aos Refugiados.  

O VI Congresso da OPP e o XIII Congresso Ibero-americano de Psicologia contam com o Alto Patrocínio do Presidente da República. 

 
Contribuição para a qualidade dos cuidados prestados e para a sustentabilidade do SNS
No âmbito do Dia Internacional do Farmacêutico, que se assinala no próximo dia 25 de setembro, e do Dia Nacional do...

Os Farmacêuticos Hospitalares estão envolvidos em todas as fases do tratamento dos doentes, desde a gestão dos medicamentos até ao acompanhamento do doente em regime de  ambulatório. "O nosso trabalho é essencial para garantir que cada tratamento seja eficaz, seguro e adaptado às necessidades individuais de cada doente, trabalhando com os restantes elementos da equipa de saúde", afirma Patrícia Cavaco, presidente da Direção da APFH. “Desempenhamos um papel determinante no funcionamento do Sistema Nacional de Saúde, contribuindo significativamente para a melhoria dos resultados clínicos com tratamentos cuidadosamente selecionados”, acrescenta.

O trabalho do Farmacêutico Hospitalar começa muito antes do medicamento chegar ao doente, garantindo que se encontram disponíveis no hospital os medicamentos certos para cada tratamento.

O Farmacêutico Hospitalar tem um papel ativo nos Ensaios Clínicos, sendo responsável por todo o circuito do medicamento experimental no Hospital. “A inovação terapêutica é parte fundamental do nosso trabalho, permitindo-nos participar ativamente no desenvolvimento de tratamentos que têm o potencial de transformar a vida de muitos doentes”, refere a Farmacêutica Hospitalar da ULS Lisboa Ocidental. 

Outro aspeto chave do trabalho da Farmácia Hospitalar é a farmacocinética, área dedicada ao estudo do caminho do fármaco no corpo humano, desde a administração até à metabolização ou excreção. Este processo garante que o tratamento seja personalizado, maximizando a eficácia e minimizando os riscos. 

Cada doente é único, e o nosso trabalho consiste também em ajustar o tratamento para que este funcione de forma ideal para cada um.

O Farmacêutico Hospitalar também está presente na produção de medicamentos personalizados, como é o caso da quimioterapia e da nutrição parentérica. A Dr.ª Patrícia Cavaco salienta que os Farmacêuticos Hospitalares “são altamente qualificados e comprometidos, estando na linha da frente no que diz respeito a doenças complexas ou terapêuticas específicas que exigem que o doente receba um tratamento à medida”.

O Farmacêutico Hospitalar desempenha ainda um papel fundamental no acompanhamento do doente em regime de ambulatório, prestando informação ao doente sobre os efeitos secundários esperados durante o seu tratamento, no uso correto dos seus medicamentos em casa e na promoção da adesão à terapêutica prescrita. 

Nos Dias Internacional e Nacional do Farmacêutico, a APFH visa sensibilizar todos os cidadãos para a existência e importância do Farmacêutico Hospitalar , destacando a sua contribuição para a qualidade dos cuidados prestados e para a sustentabilidade do SNS. “A nossa missão é garantir que o nosso trabalho seja compreendido, valorizado e que reconheçam o impacto que temos na saúde dos doentes”, conclui.  

 
Longevidade continua a aumentar mas saúde das mulheres ainda é esquecida
Em Portugal, cerca de três mil mulheres são diagnosticadas com cancro ginecológico a cada ano. Normalmente silenciosos e...

Os números apresentados revelam que as mulheres são diagnosticadas mais tarde do que os homens em relação a 700 doenças diferentes. Esta disparidade no diagnóstico reflete a necessidade urgente de consciencializar para a importância da prevenção, do rastreio regular e da atenção aos sinais de alerta. Ao aliar esta diagnóstico tardio ao facto de os tumores ginecológicos serem detetados tardiamente, por se tratarem de doenças silenciosas, percebemos a urgência de investir na saúde das mulheres - um dos melhores investimentos que os países podem fazer nas suas sociedades e economias.

Fazer regularmente o exame do Papanicolau é uma estratégia essencial para monitorização da saúde ginecológica, apesar deste método de rastreio não ser eficaz para todas as doenças ginecológicas, tal como a realização de exames sempre que haja alterações nas citologias. Para além de priorizarem uma visita regular ao ginecologista, as mulheres devem ter conhecimento e estar atentas a fatores de risco para os diferentes cancros ginecológicos, podendo reduzir a possibilidade de consequências mais graves.

“É fundamental que cada mulher saiba ouvir o seu corpo e não ignore sintomas que ao princípio podem não ser nada de especial. Aumentar a consciencialização de todas as mulheres para os principais fatores de risco e sinais de alarme é neste momento a única arma que temos para antecipar os tumores ginecológicos. Nesse sentido, a MOG deixa o seu apelo para que todas as mulheres, visitem com regularidade o médico ginecologista para monitorizar de perto a sua saúde”, alerta Cláudia Fraga, Presidente da Associação MOG e sobrevivente de cancro do ovário.

Ao longo dos últimos séculos a longevidade sofreu um enorme avanço com a esperança média de vida a passar dos 30 para os 73 anos entre 1800 e 2018. Ainda assim, e apesar de existir uma esperança média de vida superior, em média, uma mulher passará nove anos com problemas de saúde, mais 25% em relação aos homens.

Os cancros do endométrio, colo do útero, ovário, vulva e vagina são os cinco principais tumores ginecológicos em Portugal, sendo o do endométrio o mais frequente e o do ovário o mais letal. Em especial, o cancro do ovário que progride de forma silenciosa e com sintomas inespecíficos, pelo que adotar estratégias para aumentar o diagnóstico precoce é um passo decisivo para garantir um prognóstico mais favorável.

Segundo aponta este estudo uma melhor saúde global, com foco na saúde da mulher, reflete-se em prosperidade económica. Em causa está uma lacuna que equivale a 75 milhões de anos de vida perdidos devido a problemas de saúde ou morte prematura por ano, o que corresponde a sete dias por ano na vida de cada mulher. Colmatá-la poderia gerar um impacto equivalente ao acesso de 137 milhões de mulheres a empregos a tempo inteiro até 2040, segundo a informação avançada pela Associação MOG .

 
Dia Mundial da Retina assinala-se a 29 de setembro
Celebra-se no dia 29 de setembro o Dia Mundial da Retina com o qual se pretende sensibilizar pacient

A retina é a camada interna do nosso olho que tem como função converter o estímulo visual em impulso nervoso que é transmitido ao cérebro para interpretação e análise formando a visão.

As doenças da retina são a primeira causa de perda irreversível de visão e cegueira em Portugal, na idade adulta. E em mais de 80% dos casos essa esta perda de visão e a cegueira poderiam ter sido evitadas com uma prevenção, um diagnostico e tratamento atempados. Podemos dizer que as doenças da retina não podem esperar, não podem ficar em lista de espera. E de que doenças ou situações clínicas estamos a falar? São sobretudo quatro: a retinopatia diabética, a degenerescência macular da idade, a neovascularização macular por outras causas alem da degenerescência macular da idade e o o descolamento da retina. É importante conhecermos os sinais e sintomas de cada uma destas doenças. A resposta terapêutica adequada e no tempo certo pode evitar, na grande maioria dos casos a perda grave e irreversível de visão.

A retinopatia diabética afeta cerca de 350 000 portugueses e aproximadamente 10% têm perda de visão ou cegueira. Um diabético nunca deve esperar por sentir que a sua visão foi afetada para procurar um médico Oftalmologista. Os sinais e sintomas são demasiado tardios para serem indicadores de que é preciso procurar um medico oftalmologista. Deve existir uma avaliação anual que pode ocorrer no rastreio da retinopatia diabética ou na consulta com o medico oftalmologista. Por sua vez, um bom controlo da diabetes atrasa o aparecimento e a progressão da retinopatia diabética. Quando a doença já esta instalada é importante tratar atempadamente as lesões causadoras de perda de visão. Os tratamentos existentes incluem as injeções intravítreas de medicamentos, a fotocoagulação laser e a cirurgia. A escolha do tratamento adequado será determinada pelo médico oftalmologista, com base na avaliação individual de cada paciente. Os tratamentos atuais permitem parar a progressão da perda de visão na maioria dos casos e mesmo recuperar visão perdida numa grande percentagem de doentes. Nos casos que iniciam o tratamento numa fase mais avançada a perda de visão pode ser irreversível.

A degenerescência macular da idade -DMI – afeta cerca 400 000 portugueses. Surge depois dos 50 anos. Felizmente, a grande maioria dos casos a doença está numa fase precoce ou intermedia que não provoca perda significativa de visão. Cerca 40 000 pessoas têm formas mais avançadas da doença com perda grave de visão que pode impedir a condução, a leitura ou mesmo identificar o rosto da pessoa com quem estamos a falar. Há uma forma avançada da doença – a forma neovascular ou húmida que tem tratamento e dá sinais que devem ser valorizados. Estes sinais instalam-se em horas ou poucos dias e são a distorção das imagens (por exemplo: as linhas retas aparecem onduladas, os umbrais das portas deixam de ser retilíneos), perda de visão que pode afetar a leitura. Na presença destes sinais é importante procurar com urgência um médico oftalmologista.  Confirmando-se a presença de neovascularização macular na DMI é importante que o tratamento se inicie nas duas semanas seguintes ao início dos sintomas e que seja mantido de forma adequada durante o tempo necessário.

A neovascularização macular por outras causas tais como miopia patológica, doenças inflamatórias, estrias angióides apresenta sinais e sintomas semelhantes aos da neovascularização associada à DMI. As pessoas com esta patologia devem igualmente iniciar o tratamento nos 15 dias a seguir ao início dos sintomas.

O descolamento da retina é uma situação clínica grave que requer em regra tratamento cirúrgico. A sua profilaxia é importante. Qualquer pessoa que note pela primeira vez fotópsias (imagens tipo flash de camara fotográfica ou relâmpagos) ou moscas volantes (sombras tipo cabelos ou moscas, a passar à frente do campo de visão) deve recorrer ao médico oftalmologista. Muitas vezes é um descolamento posterior do vítreo, uma situação relativamente benigna que não requer tratamento. Mas pode tratar-se também de uma rasgadura da retina que deve ser tratada em ambulatório, com fotocoagulação Laser. Não sendo tratada pode evoluir para descolamento da retina. Os mesmos sintomas podem também traduzir já um descolamento da retina e com a sua progressão há uma sombra que vai ocupando o campo de visão até que a pessoa pode apresentar uma perda de visão muito grave . Na presença destes sintomas com ou sem baixa de visão é importante que haja uma avaliação por um oftalmologista nas 24 horas seguintes ao início dos sintomas.

Em mais de três quartos dos casos a prevenção pode evitar a perda grave de visão e a cegueira que resultam destas doenças da retina. No dia mundial da retina, é fundamental conhecer os sintomas a valorizar e saber quais as atitudes a tomar para evitar a perda de visão irreversível.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Bolsa no valor de 15 mil euros
O prazo de submissão de candidaturas da 6.ª edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo foi prolongado até ao próximo...

Os projetos de investigação apresentados podem ser realizados por investigadores nacionais ou estrangeiros com exercício em instituições portuguesas, sendo encorajada a colaboração e parceria entre várias instituições, bem com a interdisciplinaridade. Todas as candidaturas devem ser enviadas para o seguinte e-mail: [email protected], até às 24 horas de dia 1 de outubro de 2024.

Todos os projetos submetidos serão avaliados por um júri idóneo, composto por peritos de reconhecido mérito em investigação científica e experiência profissional e/ou académica em hemato-oncologia em Portugal e/ou internacional, nomeado pela APCL e SPH. O regulamento da bolsa de investigação em Mieloma Múltiplo pode ser consultado nos sítios dos parceiros.

A Bolsa de Investigação, no valor de 15 mil euros, tem como objetivo promover e premiar projetos de investigação nacional que contribuam para o progresso do conhecimento científico e estado da arte numa doença hemato-oncológica rara, sem cura até ao momento - o Mieloma Múltiplo.

 

 

Esta é uma doença neurológica rara com impacto na qualidade de vida
No próximo dia 22 de setembro assinala-se o Dia Mundial da Narcolepsia, uma doença neurológica crónica que afeta cerca de 1 em...

A narcolepsia caracteriza-se principalmente por uma sonolência diurna intensa e difícil de controlar, resultado de uma alteração nos mecanismos cerebrais que regulam a transição entre a vigília e o sono. "Trata-se de uma condição em que o cérebro tem dificuldade em manter a vigília e controlar a transição para o sono, especialmente o sono REM," explica a Ana Catarina Brás, membro da direção da Associação Portuguesa de Sono e neurologista especialista em Medicina do Sono no Centro de Medicina do Sono de Coimbra. 

A doença afeta igualmente ambos os sexos e manifesta-se habitualmente na adolescência e início da idade adulta. 

A narcolepsia tem impacto na vida dos doentes, podendo comprometer não só o bem-estar pessoal, mas também as suas relações familiares, o desempenho escolar ou profissional e a vida social.

Além da sonolência diurna excessiva, os sintomas típicos, apesar de nem sempre presentes, incluem cataplexia (perda súbita de força muscular relacionada com as emoções), alucinações ao adormecer ou ao acordar, paralisia do sono e sono fragmentado. Alguns doentes também podem apresentar sono agitado, aumento do apetite e do peso, comportamentos automáticos, irritabilidade, apatia, sintomas depressivos, isolamento social, défice de concentração e diminuição do rendimento escolar ou profissional.

Um dos desafios associados à narcolepsia é o risco maior de acidentes, devido aos ataques súbitos de sono e aos episódios de cataplexia. A Marta Rios, membro da direção da Associação Portuguesa de Sono e pediatra especialista em Medicina do Sono no Centro Materno-Infantil do Norte, sublinha a importância da deteção precoce e do tratamento adequado: "Identificar os sintomas precocemente e iniciar o tratamento é crucial para minimizar o impacto da doença na vida dos doentes. É também importante que familiares, amigos, professores e empregadores estejam devidamente informados sobre esta condição e saibam como agir.”

O tratamento inclui medidas comportamentais, tais como a realização de sestas programadas, uma boa higiene do sono com horários adequados e evicção de trabalhos por turnos, além do recurso a fármacos para controlar os sintomas.  "Com a combinação certa de estratégias comportamentais e medicamentosas, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes", refere Marta Rios.

Para assinalar esta data, a Associação Portuguesa de Sono e a Associação Portuguesa de Narcolepsia irão organizar, no dia 22 de setembro (domingo), entre as 15h00 e as 18h00, na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto, o 1.º Encontro Nacional de Doentes com Narcolepsia. Será uma oportunidade única para doentes e familiares se reunirem, trocarem experiências e esclarecerem algumas dúvidas junto de profissionais de saúde.

A participação na iniciativa, destinada sobretudo a pessoas com narcolepsia, seus familiares e amigos, é gratuita, carecendo de inscrição prévia, que pode ser feita através do preenchimento do formulário.

Dia 29 de setembro assinalando o Dia Mundial do Coração
Segundo o Relatório de Saúde da Comissão Europeia para Portugal (Public Health) e dados da World Heart Federation (Federação...

Indo ao encontro do objetivo global da Ingka Centres, de oferecer um dia a dia mais acessível e saudável, o MAR Shopping Matosinhos assinala o Dia Mundial do Coração, com o objetivo de sensibilizar a comunidade local para práticas de vida saudável. No dia 29 de setembro, os visitantes poderão participar numa ação de rastreio gratuita e em atividades de educação para a saúde, desenvolvidas pela Unidade de AVC da Unidade Local de Saúde de Matosinhos.

De acordo com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, os principais fatores de risco que contribuem para as doenças cardiovasculares na população portuguesa são: hipertensão Arterial,  já que uma parte significativa da população portuguesa sofre de hipertensão não controlada; níveis elevados de colesterol, que promovem o desenvolvimento de aterosclerose, que pode levar a ataques cardíacos e AVCs; obesidade (cada vez mais comum nas camadas mais jovens da população); diabetes (Portugal apresenta uma elevada prevalência); tabagismo; e estilo de vida sedentário e má alimentação.

Para combater estes fatores de risco, no Dia Mundial do Coração, entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 17h00, profissionais da equipa médica e de enfermagem dedicada ao cuidado e tratamento do doente cardiovascular (Medicina E) da Unidade Local de Saúde de Matosinhos estarão a desenvolver rastreios no Atrium (piso 0) do MAR Shopping Matosinhos, onde será medida a Tensão Arterial dos participantes. Além disso, serão promovidas ações de aconselhamento e informação sobre fatores de risco; distribuição de informação “Cuide do seu Coração”; e de sensibilização para o sal usado na alimentação (exemplos de consumo de sal no dia a dia), tabagismo e importância da atividade física.

Onda de calor e incêndios
A exposição prolongada a temperaturas elevadas é prejudicial à saúde, em geral, e, em particular, ao aparecimento ou...

Vários estudos demonstram que, nos dias de calor excessivo, ocorre um aumento da mortalidade, sobretudo por doenças respiratórias e cardiovasculares. Na época de Verão, principalmente nos dias de temperaturas muito elevadas, associada à poluição automóvel, é produzida uma grande quantidade de ozono que contribui para a descompensação das doenças respiratórias crónicas em ambientes urbanos. Já nos meios rurais, esta altura do ano é marcada por incêndios que libertam grandes quantidades de poluentes com repercussões importantes na qualidade do ar e com consequências gravosas na saúde das populações expostas.

Para prevenir complicações respiratórias nestes dias de temperaturas mais elevadas e durante os incêndios, a SPP divulga um conjunto de recomendações para a população:

  • Siga atentamente as instruções das autoridades. Se não houver instruções em contrário, permaneça no interior das habitações, mantendo as portas, janelas e tampas de lareiras fechadas. Se necessário, tapar frinchas existentes com panos molhados.
  • Utilize sistemas de purificação de ar, se os tiver. Se tem ar condicionado, deve acionar a opção de recirculação de ar.
  • Se for imprescindível ter que se deslocar para fora de edifícios e habitações (e cumprindo as instruções das autoridades), deverá utilizar uma máscara de tipo FP2 (N95), sempre que a exposição seja inevitável. Note, contudo, que estas máscaras apenas protegem da inalação de partículas, não tendo qualquer eficácia quanto à inalação de gases tóxicos, nomeadamente do monóxido de carbono. O uso prolongado destas máscaras também pode aumentar o esforço respiratório. As máscaras FP2 com uma válvula unidirecional podem ser mais fáceis de usar nestas circunstâncias.
  • Se a temperatura estiver muito elevada dentro de casa e se não tiver ar condicionado, procure outro abrigo, se houver condições de segurança ou tente ser evacuado para uma zona com menos fumo.
  • Se permanecer em casa, não fume, não acenda velas nem qualquer aparelho que funcione a gás ou a lenha. Evite tudo o que puder aumentar a poluição do ar dentro de casa.
  • Se tem de atravessar de carro uma zona com fumo, mantenha as janelas e os ventiladores fechados. Se o carro tiver ar condicionado, ligue-o em recirculação. Todas as viagens indispensáveis devem ser evitadas, pois muitas situações de risco humano extremo podem ocorrer na deslocação em veículos.
  • Perante uma atmosfera com fumo, respire devagar, controle-se e não entre em pânico.
  • Não deve interromper a medicação habitual. Deve ter consigo a medicação de socorro (SOS) e usá-la, caso necessário. Se tiver ou mantiver as queixas, deve recorrer ao médico ou ao serviço de urgência mais próximo. Contacte SNS24: 808 24 24 24. Em caso de emergência ligue o 112.
  • As pessoas que sofrem de doença grave ou de outra situação que as debilite nas situações de calor, não devem colaborar no combate aos incêndios.

5 Conselhos para os dias de temperaturas elevadas: 

  • Evite permanecer no exterior e exposto ao sol, sobretudo entre as 11 e as 17 horas.
  • Use roupas frescas e largas, sem grande exposição da superfície corporal ao sol. Opte por tecidos naturais, como algodão, e cores claras. Tecidos sintéticos não são recomendados.
  • Hidrate-se bem (atenção às crianças e aos idosos): beba sobretudo água ou sumos de fruta natural, bebendo mesmo sem ter sede, evite bebidas alcoólicas, gaseificadas, com cafeína, ricas em açúcar ou quentes.
  • Faça atividade física com reservas e nunca se esqueça da hidratação: os exercícios devem ser feitos em horários com menos intensidade de radiação e em local fresco e deve tentar sempre repor os sais minerais e o sal. Algumas populações mais vulneráveis, nomeadamente doentes crónicos devem atividades desportivas nestes dias, sobretudo no exterior.
  • Esteja atento aos sintomas de agudização de doença crónica de que sofra: tome diária e corretamente a sua medicação, siga os conselhos do seu médico e consulte-o se houver agravamento das queixas.
 
Plataforma da Medicare
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 300 mil mulheres sofrem de complicações graves relacionadas com a...

Criados por especialistas nas áreas da saúde materna e desenvolvimento infantil, os novos  workshops Mastercare fornecem ferramentas essenciais para viver esta fase com mais confiança e tranquilidade, ajudando as famílias a encarar esta etapa única com confiança e conhecimento

Entre os temas abordados, destacam-se a preparação para uma gravidez saudável, os cuidados pós-parto, o desenvolvimento cerebral dos bebés e dicas práticas para lidar com o sono infantil. Com conteúdo completamente gratuito e de acesso prático, os workshops da Mastercare são uma excelente oportunidade para as famílias se prepararem melhor para os desafios da maternidade.

Entre os temas destacam-se: 

"Gravidez - O Antes, o Durante e o Depois", com Marisa Couto, enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstétrica.

"O que vai na cabeça do meu bebé?", com Clementina Almeida, psicóloga clínica especializada no desenvolvimento infantil.

"Socorro! O meu bebé não dorme", com Clementina Almeida, oferece soluções práticas para o sono dos bebés.

"Mala emocional para a maternidade", com Catarina Canelas Martins, psicóloga clínica, focada na preparação emocional para a maternidade.

Algumas aprendizagens que poderá adquirir nestes workshops:

Nestes workshops pode aprender: 

  • Como planear uma gravidez saudável: Compreender os fatores que afetam a fertilidade e as mudanças físicas e emocionais durante a gestação.
  • A importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento cognitivo e emocional.
  • Técnicas para otimizar o sono dos bebés e promover o descanso da família.
  • Preparação emocional para a parentalidade: Como gerir as mudanças nos diferentes trimestres da gravidez e no período pós-parto.

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