Inflamação crónica pruriginosa

Dermatite atópica

Atualizado: 
17/09/2014 - 16:59
A dermatite atópica é uma inflamação pruriginosa da pele, também conhecida como eczema atópico.
Dermatite atópica

A dermatite atópica (também conhecida de eczema atópico) é uma inflamação crónica pruriginosa nas camadas superficiais da pele. Ocorre principalmente na infância e em 80 por cento dos casos manifesta-se durante o primeiro ano de vida. Afecta maioritariamente o sexo masculino e é frequente encontrar histórico de uma destas doenças nos familiares. A causa do seu aparecimento é desconhecida mas a hereditariedade parece ser um factor preponderante

Em Portugal, estima-se que cerca de 10 por cento das crianças são atingidas pela doença, sendo neste grupo etário a doença dermatológica crónica mais frequente, embora apenas 1 a 2 por cento sofram de queixas graves. Na maior parte das situações a doença tende a melhorar muito e até a desaparecer com a idade, embora possa permanecer por toda a vida. A persistência desta entidade é mais observada nos casos onde o aparecimento é mais tardio.

Sintomas
O principal sintoma é a comichão, que pode começar antes mesmo das lesões cutâneas se manifestarem. Outra característica da pele do doente atópico é a tendência a ficar ressequida que, por si só, pode dar origem à sensação de comichão e consequente descamação.

A maior vermelhidão, inflamação, estrias vermelhas e febre são os primeiros sinais da infecção cutânea provocada pela dermatite atópica.

Na infância as lesões são avermelhadas e descamativas. Podem atingir a face, tronco e membros. Com o acto de coçar, tornam-se escoriadas e podem sofrer infecção secundária. Nos bebés são muito frequente na zona das fraldas e couro cabeludo.

Nos adolescentes e adultos, as lesões localizam-se preferencialmente nas áreas de dobras da pele, como a região posterior dos joelhos, pescoço e dobras dos braços. A pele destes locais torna-se mais grossa, áspera e escurecida. Usualmente localizada nestas áreas, a dermatite atópica pode generalizar-se, atingindo grandes áreas corporais.

Diagnóstico
Não existe nenhuma análise para detectar a dermatite atópica. O médico faz o diagnóstico em função das características próprias das lesões e com frequência tem em conta a existência de possíveis alergias noutros membros da família. Apesar de a dermatite atópica poder parecer-se muito com a dermatite seborreica das crianças, há que fazer a distinção, pois as suas complicações e tratamento são diferentes.

Causas
Não se sabe ao certo o motivo pelo qual muitas pessoas desenvolvem dermatite, embora já se saiba que se deve a um problema do sistema imunitário. Este problema desencadeia uma reacção da pele quando há contacto com uma série de substâncias de utilização habitual.

Factores de risco
Foram identificadas muitas substâncias desencadeantes; variam de pessoa para pessoa e nos diferentes tipos da doença. Entre os desencadeantes frequentes encontram-se:

  • Materiais ásperos sobre a pele e fibras sintéticas;
  • O calor húmido;
  • Certos sabões, detergentes ou desinfectantes;
  • O sumo de certas frutas;
  • O pó das casas;
  • A saliva, o pêlo e a descamação da pele dos animais;
  • As infecções, como constipações ou gripe;
  • O tempo frio;
  • A tensão emocional;
  • Pólen.

Estes factores podem desencadear uma reacção da pele através do contacto com a pele ou por inalação. Também podem provocar rinite alérgica ou asma, em vez de, ou além de, dermatite.

Tratamento
Apesar de não existir cura para a dermatite atópica, é importante como medida de prevenção identificar e evitar os factores desencadeantes específicos de cada caso. Por si só, esta medida pode melhorar a doença sem mais nenhum tratamento.

Contudo, é importante a hidratação da pele, devendo-se evitar sabonetes agressivos e banhos quentes. Alguns indivíduos com dermatite atópica descobrem que o banho piora a erupção: a água, o sabão e também o facto de secar a pele, especialmente ao esfregá-la com uma toalha, pode causar irritação. Nestes casos, lavar-se com menos frequência, secar ligeiramente a pele com uma toalha e aplicar óleos ou lubrificantes inodoros.

As lesões são tratadas com o uso de cremes e pomadas à base de corticosteróides ou outras substâncias que ajudam a combater a inflamação. Em caso de infecção secundária, devem ser usados antibióticos. Medicação com anti-histamínicos ajudam a controlar a comichão. Como estes fármacos podem causar sonolência, é aconselhável a sua toma à noite.

Tipos de eczema e sua frequência
Estima-se que as dermatites, em geral, têm uma prevalência superior a 10 por cento, ou seja, que num dado momento afecta essa percentagem da população. Entre os tipos de eczema mais frequentes encontram-se:

Eczema atópico (ou dermatite atópica)
Frequente em crianças; estima-se que afecta num dado momento entre 10 e 20 por cento da população infantil, enquanto a prevalência nos adultos se situará entre 1 e 3 por cento. Sem que sejam conhecidas rigorosamente as causas, nas últimas décadas a prevalência nos países industrializados duplicou ou triplicou, enquanto é menos frequente em países com economia agrícola.

Dermatite alérgica de contacto
Ocorre fundamentalmente em adultos, e cuja prevalência estima-se entre 2 e 9 por cento da população.

Dermatite irritativa de contacto
Ocorre frequentemente nas mãos e que se deve a irritantes químicos, como os detergentes.

Dermatite seborreica
Mais frequente nos homens do que nas mulheres, estima-se que afecta 5 por cento da população.

Fonte: 
Manual Merck
dermatologia.net
Bayer
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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