Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos vai propor ao parlamento uma alteração à lei da amamentação que permita que todas as mães tenham direito a...

Depois dos polémicos casos de mulheres forçadas a fazer prova de amamentação e tendo em conta a necessidade de incentivar a natalidade, o bastonário da Ordem enviou a todos os grupos parlamentares uma carta em que sugere dispensa para amamentação até aos três anos dos bebés, independentemente de as mulheres amamentarem ou não.

“A iniciativa partiu da evidência de que a legislação que concede o direito à amamentação das mulheres levanta alguns problemas e é geradora de algumas desigualdades entre as mulheres. Abusivamente algumas instituições exigiam a demonstração no local de que ainda tinham leite para amamentar, uma comprovação feita violando a lei. E urge evitar que situações dessas se repitam no futuro”, declarou o bastonário José Manuel Silva.

O bastonário lembra ainda que muitas instituições exigem, depois de a criança completar um ano de idade, a apresentação de um atestado médico que comprove que a mulher ainda amamenta, sendo que nenhum dos métodos a que o médico pode recorrer é “100% inequívoco”.

Para a Ordem dos Médicos, mais do que apenas privilegiar as mães que podem continuar a amamentar, deve “privilegiar-se a relação mãe/criança e permitir maior tempo de contacto entre a mãe e o filho”.

“É importante definir em lei algumas medidas que sejam favorecedoras e estimuladoras da maternidade e deem direitos jurídicos à mãe. A Ordem considera que todas as mães devem ter a concessão de duas horas do seu horário de trabalho para a relação mãe/criança, independentemente de estarem ou não a amamentar, até aos três anos, altura em que o sistema imunológico da criança está mais desenvolvido”, explicou José Manuel Silva.

Segundo o bastonário, esta proposta resolve “vários problemas e dá um sinal positivo de estímulo à natalidade”.

Um dos problemas que ficava ultrapassado era o da pressão e custos sobre os serviços de saúde, na medida em que se reduziria “a carga burocrática dos atestados”.

Apesar de reconhecer que será difícil concretizar esta proposta na atual legislatura, José Manuel Silva diz que haverá sempre alguma continuidade nos grupos parlamentares, que poderão desde já começar a analisar estas sugestões, além de que a proposta pode ser também discutida como tema de campanha eleitoral.

Vencedores serão conhecidos em outubro
A segunda edição do Prémio João Cordeiro – Inovação em Farmácia, promovido pela Associação Nacional das Farmácias, conta com um...

As novas categorias de Responsabilidade Social e Comunicação tiveram, cada uma delas, seis candidaturas. Os projetos vencedores serão conhecidos em outubro.

O principal objetivo passa por apoiar projetos originais no âmbito da intervenção e do conhecimento em Saúde, que incentivem à inovação e desenvolvimento nas farmácias portuguesas.

Na categoria “Responsabilidade Social” pretende-se reconhecer projetos ou iniciativas de intervenção social nas Farmácias. Relativamente ao prémio para a “Comunicação Social”, o objetivo é premiar trabalhos publicados na imprensa, rádio, televisão ou meios digitais que tenham como tema, ou um dos temas principais, o papel das farmácias e o que delas espera a sociedade portuguesa.

Os trabalhos selecionados serão avaliados por um júri presidido por Diogo de Lucena e composto por um conjunto de personalidades de relevo em várias áreas, sobretudo atentas às questões do empreendedorismo e inovação.

Ao atribuir ao Prémio o nome de João Cordeiro, a Associação Nacional das Farmácias (ANF) presta homenagem à visão empreendedora do líder histórico das farmácias, para que o seu exemplo seja um estímulo ao desenvolvimento do setor.

Mais informações em:
www.premiojoaocordeiro.pt

Um problema bem atual
A gravidez na adolescência mantém-se um problema presente na sociedade atual, não existindo predefin
Duas raparigas adolescentes

Podemos indicar como prováveis causas a necessidade urgente de o adolescente se afirmar na sociedade, o facto de não conhecer a sua fisiologia no que diz respeito à reprodução, a não utilização de contraceção por falta de informação, inconsciência ou medo de reprimendas por parte dos pais, ou o seu uso incorreto.

No entanto, temos também como fatores de risco que influenciam o início precoce da atividade sexual, que acarretam por sua vez gravidezes na adolescência, o abuso do álcool e de drogas ilícitas, a permissividade no que diz respeito a saídas com o grupo de pares, e o abandono escolar devido ao insucesso.

Mas no final de tudo, o que mais interessa é intervir e prevenir!

A gravidez na adolescência, por norma, não é um ato programado e pode desde logo intervir negativamente na vida da rapariga, provocando diversas consequências. O facto de se encontrar grávida vai mudar todas as suas rotinas, pode interferir com a continuidade dos seus estudos, pode refletir-se na dificuldade em arranjar emprego, e pode criar conflitos com os seus familiares e amigos.

Consequências físicas e psicológicas

A grávida adolescente não se encontra psicologicamente preparada para uma tão grande responsabilidade, o que lhe pode trazer sentimentos de medo, de insegurança ou depressivos.

Quando analisada a situação já com uma gravidez instalada temos também que ter em conta as suas consequências para a mãe e para o bebé. Uma gravidez na adolescência pode trazer consequências à gestante, e entre elas podem encontrar-se:

  • alterações hematológicas;
  • tensão arterial elevada durante a gravidez;
  • sistema emocional descontrolado;
  • dificuldade no trabalho de parto, sendo provável a necessidade de uma cesariana (intervenção cirúrgica) devido às condições físicas e psicológicas da grávida.

No que diz respeito à criança que irá nascer, deve ter-se em conta que:

  • o recém-nascido pode nascer com baixo peso;
  • poderão existir dificuldades na vinculação afetiva;
  • poderão surgir maus tratos e negligência;
  • poderão surgir problemas comportamentais.

Como tal, existe uma necessidade efetiva de implementação de métodos para a prevenção desta situação, entre eles:

  • Criar um ambiente familiar de confiança mútua;
  • Difundir a informação sobre as consultas de planeamento familiar nos cuidados de saúde primários;
  • Informar sobre contracepção, e como se usam corretamente os contracetivos;
  • Esclarecer todas as dúvidas relativamente à sexualidade, em especial a maneira como se engravida;
  • Evitar desvalorizar o conceito de vida sexual às crianças, não fazer deste assunto, em casa, um tema tabu;
  • Desmistificar ideias incutidas pelos grupos de pares;
  • Incutir no adolescente que tudo na sua vida tem um tempo certo para acontecer, em especial o início da sua atividade sexual;

Contracetivos à disposição nas unidades de cuidados de saúde primários

Existem no mercado vários métodos contracetivos, disponíveis nas Unidades de Saúde dos Cuidados de Saúde Primários, entre eles, a pílula, o anel vaginal, o implante, os sistemas intrauterinos, os adesivos contracetivos e o preservativo.

Qualquer um dos métodos se pode adaptar a uma adolescente, no entanto esta deve procurar a sua equipa de saúde para se poder aconselhar e usar o método mais adequado à situação. É de valorizar nestas informações que os métodos naturais, como o coito interrompido, a avaliação do muco cervical, a avaliação da temperatura basal e o calendário, não são de todo métodos seguros para adolescentes, pelo que não devem ser utilizados para prevenir gravidezes.

A pílula do dia seguinte, utilizada até 72 horas após a relação sexual, e a interrupção voluntária da gravidez, até às 10 semanas de gestação, são situações que também poderão ser utilizadas, mas nunca como métodos de contraceção. Ambas as situações provocam alterações no organismo da mulher, pelo que deverão ser utilizadas só como último recurso para resolução da situação, por exemplo se houver rompimento do preservativo ou em caso de abuso sexual, e nunca como prevenção.

Se, mesmo assim, a gravidez acontecer, temos que ter em conta que a grávida ainda é uma criança, e que precisa de um apoio multidisciplinar efetivo. Necessita de uma vigilância pré-natal apertada, um acompanhamento terapêutico e psicológico incisivo, e muito apoio dos seus pais e dos seus amigos e da sua equipa de saúde.

Ajuda disponível na Unidade de Saúde

Qualquer esclarecimento ou informação a adolescente pode dirigir-se à sua Unidade de Saúde e falar com o seu enfermeiro de família e com o seu médico de família, ou consultar a informação disponível nos seguintes sites:

Existem dados nacionais que indicam que a contracepção hormonal em associação com o preservativo tem vindo a aumentar, o que faz com que se depreenda que a consciencialização para a prevenção da gravidez e para a prevenção das Infeções Sexualmente Transmissíveis tem vindo a aumentar. Denota-se também que o número de grávidas adolescentes tem diminuído de uma forma gradual, assim como a interrupção da gravidez nessas idades.

Referências bibliográficas:
- Avery L., Lazdane G. What do we know about sexual and reproductive health of adolescents in Europe? Eur J Contracept Health Care. 2010 Dec: 15 Suppl2:S54-66
- Position paper on mainstreaming adolescent pregnancy in efforts to make pregnancy safer. Geneva, World Health Organization, 2010
- 4º Inquérito Nacional de Saúde 2005-2006. Instituto Nacional de Estatística
- Consenso sobre contracepção 2011. Disponível em http://www.spdc.pt

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Especialista afirma
Um novo tratamento para o cancro, baseado na ativação do sistema imunológico, através de moléculas biológicas, tem &quot...

"Estes tratamentos são uma grande revolução e estão indicados para cancros mais avançados, pois para cancros em fases iniciais temos outras alternativas", disse o vice diretor do Instituto de Medicina Molecular (IMM).

Bruno Silva Santos avançou que o tratamento, na área da imunoterapia, chamado pembrolizumab, vai estar disponível em Portugal a partir deste mês e "é necessário que o Sistema Nacional de Saúde tenha dinheiro para comparticipar", uma decisão que "tem de ser tomada ao mais alto nível nos vários hospitais", pois é "realmente caro", custando cerca de 100 mil euros.

Já o ipilimumab, o outro tratamento que segue o mesmo princípio, já está aprovado nos EUA e na Europa e é usado em Portugal para o melanoma metastático e "é impressionante o efeito que essa molécula teve", acrescentou.

O investigador falava a propósito de um encontro marcado para sábado, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, para informar profissionais ligados à investigação pré-clínica e à prática clínica acerca do avanço desta alternativa.

"Trata-se de anticorpos, moléculas biológicas produzidas por células vivas", diferentes dos tratamentos feitos com drogas químicas, como a quimioterapia, e que começaram por ser usadas no tratamento do melanoma metastático, referiu.

No último ano, os resultados foram alargados a outros tipos de cancro, incluindo o do pulmão, e atualmente decorrem ensaios clínicos para perceber em que cancros sólidos estes anticorpos têm resultados mais interessantes.

"O que eles fazem é remover o travão que impede que o sistema imunitário, neste caso os linfócitos T, esteja ativamente a combater o cancro", explicou, e o objetivo é "reverter o processo em que o sistema imunitário está a perder a batalha para o cancro".

Até agora, tentava-se focar a luta nas células cancerígenas, eliminando-as com quimioterapia, radioterapia ou com cirurgia, mas em muitos casos os cancros são resistentes a estas terapias.

Para poder receber este tratamento, o doente não pode estar demasiado debilitado ou ter doenças autoimunes.

"Se tivermos um tumor em estadio 1 e 2, os estados iniciais, ainda são relativamente fáceis [de ser] alvejados pelos outros tratamentos mais baratos, mais estabelecidos na clínica e de mais fácil acesso", enquanto a imunoterapia "surge para os estadios 3 e 4 que são casos mais avançados".

E para o cancro do pulmão, "tipicamente induzido pelo fumo do tabaco, este tratamento pode dar uma nova esperança", realçou o responsável do IMM, um dos especialistas a participar no encontro.

Acerca do valor do novo tratamento, Bruno Silva Santos defendeu ser necessário fazer as contas ao custo dos outros tratamentos, nomeadamente quando se prolongam por vários anos.

"Os locais credenciados para tratamentos médicos de saúde têm todos e por igual acesso a este tratamento, depois é a questão de quem é que consegue pagar", admitiu.

Perante a taxa de sucesso entre 50% e 60% apresentada pela imunoterapia, os investigadores procuram "biomarcadores, parâmetros biológicos, que permitam prever a resposta dos doentes para otimizar os recursos".

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
Portugal teve oito casos de suspeita de ébola e já este ano dois casos suspeitos de Síndrome Respiratória do Médio Oriente ...

Os dados foram salientados no âmbito de um simulacro organizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em Lisboa, com a participação do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, duas entidades especialistas em ameaças com origem biológica.

A ação decorreu inserida num seminário do Instituto sobre equipamento de proteção individual, na intervenção em situações de origem nuclear, radiológica e biológica e química. Os elementos do GIPS mostraram como agir no caso de ser detetado um agente potencialmente perigoso, desde o conhecimento de que tipo de produto se trata, à descontaminação e ao transporte.

O comandante do GIPS, Luís Rego, garantiu que o material de deteção, identificação e transporte de um potencial vírus - por exemplo, os fatos e outros equipamentos usados - são o que de mais eficiente existe no mundo. E deu um exemplo desse uso: “no caso de um morto, vítima de ébola, somos nós quem faz a descontaminação do corpo e de tudo o que esteja relacionado com ele”.

O seminário foi organizado pela Unidade de Resposta a Emergências e Biopreparação do Departamento de Doenças Infecciosas do Instituto Ricardo Jorge, cuja coordenadora, Sofia Núncio, garantiu que Portugal está preparado e tem meios para fazer face a qualquer ameaça.

O Instituto – salientou - está preparado para detetar todos os tipos de bactérias, vírus ou toxinas classificadas como potenciais armas biológicas. No país, disse, tomam-se todas as precauções, “até mais do que as necessárias”, a todos os níveis, e o sistema de segurança “é dos mais rígidos”.

Sofia Núncio lembrou que entidades de referência estrangeira estiveram em Portugal a avaliar os métodos utilizados, fazendo o percurso desde um caso suspeito até ao processamento dos resultados ou ao tratamento de doentes, e as avaliações não podiam ser melhores.

Por isso, diz, os níveis de segurança usados são tão eficientes em Lisboa como em qualquer parte do país, seja para um doente suspeito seja para um produto. O mesmo garante Luís Rego, explicando que o GIPS, a secção mais recente da GNR (a primeira intervenção foi em 2010) tem sede em Lisboa e equipas em Braga, Viseu, Pombal e Tavira.

No ano passado, foi chamado para 38 intervenções e só este ano já participou em 13, mas, até hoje, nunca teve de atuar no caso de um atentado. Uma das ações mais recentes foi num caso de desmaios de várias pessoas que respiraram perto de um contentor com um produto desconhecido.

O GIPS é formado por elementos especializados e tem certificação europeia, e o Instituto também tem “pessoal altamente treinado”, nas palavras de Sofia Núncio. E mesmo dentro do próprio Instituto as medidas de segurança aumentaram: hoje já nem todos têm acesso aos laboratórios, disse.

Desde 2001, o Instituto Ricardo Jorge já recebeu mais de mil amostras com suspeita de ameaça biológica. A de hoje, porque era um simulacro, revelou-se falsa.

Mas se fosse real lá estariam os GIPS e a equipa de reconhecimento, a identificar se seria um produto radioativo, outra a avançar em caso afirmativo, uma viatura para identificar a ameaça, uma unidade de descontaminação, e outra para transportar o produto. Provavelmente para o Instituto Ricardo Jorge.

Autoridade de Saúde do Alentejo
Um total de 64 vagas para médicos está a concurso em unidades de Saúde do Alentejo, em Évora, Beja, Portalegre e litoral, numa...

Em declarações, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo, disse esperar que “o resultado deste concurso seja melhor” do que os de procedimentos idênticos lançados no passado, já que, “muitas vezes, as vagas ficam desertas”.

“De qualquer forma, ultimamente temos conseguido arranjar mais alguns profissionais da área médica, o que está a criar algum equilíbrio na região do Alentejo”, afirmou, acrescentando esperar que, com este novo concurso, se “continue a evoluir nesse sentido”.

De acordo com a Administração Regional de Saúde do Alentejo, os interessados no concurso, publicado em Diário da República na passada sexta-feira, podem candidatar-se às vagas até 13 de julho.

Do total de vagas abertas, 21 dizem respeito ao Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) e 15 são para a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA).

Das restantes, 14 são direcionadas para a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), 13 para a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) e uma para o Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central (ACES).

A concurso estão vagas para 23 especialidades médicas, a maioria das quais para medicina interna (10 vagas), seguindo-se pediatria (sete), psiquiatria (seis), cirurgia geral (quatro), ginecologia e obstetrícia (quatro) e ortopedia (quatro).

“As áreas sempre mais críticas” ao nível da falta de médicos “são sempre as de anestesiologia e de medicina geral e familiar”, disse José Robalo.

Anatomia patológica, cardiologia, endocrinologia, gastrenterologia, dermatovenereologia, hematologia, imunoalergologia, medicina física e reabilitação, neurologia, oftalmologia, oncologia, otorrinolaringologia, patologia clínica, pneumologia, reumatologia, saúde pública e urologia são as outras especialidades com vagas abertas.

Universidade de Coimbra
O Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde da Universidade de Coimbra desenvolveu uma molécula "bastante eficaz...

O Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), a partir de uma equipa de radioquímicos coordenada por Antero Abrunhosa, desenvolveu um marcador "bastante eficaz" na identificação do cancro da próstata, estando pela primeira vez disponível para utilização em hospitais portugueses, depois de a molécula já ser aplicada noutros países, disse o diretor do instituto, Miguel Castelo Branco.

Esta molécula marca "uma proteína de superfície das células" do carcinoma da próstata, ao invés de outros marcadores mais usados que são "menos específicos", sublinhou.

"É um marcador muito recente, validado este ano, e que agora vamos começar a disponibilizar à comunidade", referiu.

O diretor clínico do ICNAS, João Lima, sublinha as "grandes vantagens" deste radiofármaco no acompanhamento e avaliação do reaparecimento de cancro da próstata após um primeiro tratamento, estando sensível à deteção de alterações a partir de uma intervenção não evasiva.

A substância radioativa, gálio-68, permite que, num único estudo, se detetem "lesões na proximidade da próstata ou em locais afastados", tendo já sido testada e utilizada na Alemanha, Áustria e França, sendo agora também produzida em Portugal graças ao desenvolvimento do radiofármaco no ICNAS, explicou.

O diretor do ICNAS, Miguel Castelo Branco, toma posse na sexta-feira para cumprir o seu terceiro mandato à frente da instituição.

Os objetivos para o futuro do ICNAS centram-se em consolidar "a rede nacional de imagiologia nacional, a investigação clínica de elevada qualidade", continuar a participar em projetos internacionais e "manter a investigação aplicada com intervenção em hospitais e empresas".

Ipsen
A filial de Portugal da Ipsen (Euronext: IPN; ADR: IPSEY) anunciou que o Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e...

A nova indicação é o tratamento de tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos (GEP-NETs) de grau 1 e de um subgrupo de grau 2 (índice Ki67 até 10%) do intestino médio, pâncreas ou de origem desconhecida, quando se tenha excluído o intestino posterior, em doentes adultos com doença localmente avançada inoperável ou metastática.

A decisão do Infarmed assenta nos dados fundamentais do estudo CLARINET® que demonstram uma redução de 53% do risco relativo a nível da progressão da doença e morte quando os doentes são tratados com Somatulina® Autogel® 120 mg versus placebo.

Guillaume Gaud, Diretor Geral da Ipsen Iberia declarou: "Estou satisfeito com a aprovação desta nova indicação para a Somatulina®, que prova a qualidade científica dos nossos resultados clínicos. A Ipsen está neste momento a lançar a Somatulina® Autogel em Portugal como o primeiro e único análogo da somatostatina aprovado como agente antitumoral para o tratamento de tumores neuroendócrinos do pâncreas e do intestino médio.”

Sobre a Somatulina® (lanreotida) Autogel®
A Somatulina encontra-se presentemente aprovada em Portugal como tratamento para tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos (GEP-NETs) de grau 1 e de um subgrupo de grau 2 (índice Ki67 até 10%) do intestino médio, pâncreas ou de origem desconhecida, quando se tenha excluído o intestino posterior, em doentes adultos com doença localmente avançada inoperável ou metastática.

A substância ativa de Somatulina® é o acetato de lanreotida, um análogo da somatostatina que inibe a secreção de diversas funções endócrinas, exócrinas e parácrinas. Tem demonstrado ser eficaz na inibição da secreção de GH e de determinadas hormonas segregadas pelo sistema digestivo.

Os efeitos antitumorais diretos do fármaco resultam do bloqueio do ciclo celular e apoptose, e os indiretos resultam da supressão da secreção dos fatores de crescimento e dos fatores angiogénicos, bem como dos efeitos imunomoduladores2,3. O crescimento tumoral e as metástases são também indiretamente inibidos por um efeito antiangiogénico dos análogos da somatostatina sobre as células endoteliais tumorais2,3.

As reações adversas medicamentosas que se podem esperar com mais frequência após o tratamento com Somatulina® Autogel® são perturbações gastrointestinais (reportadas com mais frequência: diarreia e dores abdominais, geralmente ligeiras ou moderadas e transitórias), colelitíase (geralmente assintomática) e reações no local da injeção (dor, nódulos e induração)1.

Para obter uma lista completa de efeitos indesejáveis, avisos e precauções e contra indicações de utilização, deverá ser consultado o Resumo das Características do Medicamento.

A dose recomendada para utilização da Somatulina® Autogel® 120 mg como agente antitumoral no tratamento de GEP-NET é de uma injeção subcutânea profunda cada 28 dias. O tratamento deve manter-se durante o tempo que for necessário para o controlo tumoral1.

A Somatulina® Autogel® é fornecida sob a forma de seringa pré-cheia, pronta a utilizar, de pequeno volume (<0,5 ml)1, que não requer reconstituição e, consequentemente, evita o risco de entupimento e de desperdício potencial, proporcionando um processo simplificado que permite a administração da totalidade da dose. O dispositivo inclui também um sistema incorporado de retração da agulha, para ajudar a evitar lesões por picadas de agulha acidentais, cumprindo desta forma as Diretrizes de HSE da Diretiva 2010/32/UE4. A administração é feita por injeção subcutânea profunda cada 28 dias.1

Sobre os Tumores Neuroendócrinos Gastrointestinais e Pancreáticos
Tumores Neuroendócrinos (NET) é o termo geral que se aplica a um grupo de cancros relativamente pouco frequentes que têm origem nas células neuroendócrinas. São encontrados com mais frequência no trato gastrointestinal, mas também podem ter origem noutras partes do corpo como o pâncreas, os pulmões, os ovários, a tiróide e as glândulas supra-renais e pituitária.

Os dados epidemiológicos sobre a condição doença são limitados, mas as estimativas atuais sugerem uma incidência de 5,25 casos por cada 100.000 indivíduos e uma prevalência de 35 casos por 100.000 para todos os NETs5, apresentando os tumores NET gastroenteropancreáticos uma incidência estimada de 2,5 casos por 100.000 indivíduos e uma prevalência de 20 casos por 100.0006. Pensa-se que a incidência esteja a aumentar, mas verifica-se geralmente um atraso no diagnóstico de até 5-7 anos em relação ao aparecimento inicial dos sintomas, que, regra geral, são relativamente não específicos7.

Informações sobre a aprovação
A aprovação da Somatulina® Autogel 120 mg nesta nova indicação baseou-se na demonstração de uma maior sobrevivência livre de progressão (PFS), no estudo CLARINET®, que se tratou de um estudo internacional, multicêntrico, aleatorizado (1:1), de dupla ocultação e controlado por placebo que envolveu 204 doentes com GEP-NET inoperável, bem ou moderadamente diferenciado, localmente avançado ou metastático, não funcional.8

Informações sobre o estudo CLARINET®
CLARINET® foi um estudo de Fase III, aleatorizado, de dupla ocultação e controlado por placebo, sobre a resposta antiproliferativa da lanreotida em doentes com tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos (ClinicalTrials.gov NCT00353496). Este estudo internacional, com uma duração de 96 semanas, foi realizado em colaboração com a UK & Ireland Neuroendocrine Tumour Society (UKI NETS) e a European Neuroendocrine Tumour Society (ENETS). Os resultados do estudo CLARINET® foram publicados na edição de 17 de julho de 2014 do The New England Journal of Medicine.8

Um total de 204 doentes de 48 centros em 14 países, com tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos não funcionais, bem ou moderadamente diferenciados, e um índice de proliferação (Ki 67) de <10% foram seleccionados de forma aleatória para tratamento com Somatulina® Autogel® 120 mg de 4 em 4 semanas (n=101) ou placebo (n=103). No momento da inclusão no estudo, as localizações primárias dos tumores eram o pâncreas (45%), o intestino médio (36%), o intestino grosso (7%) e local desconhecido (13%). Trinta por cento dos doentes tinha um Ki 67 de 3% a 10% (subgrupo de grau 2 da OMS) e 33% tinha uma carga tumoral hepática >25%.

O parâmetro de avaliação primário da eficácia foi o tempo decorrido até à progressão da doença (avaliado centralmente através dos Critérios de Avaliação de Resposta em Tumores Sólidos (RECIST 1.0 - Response Evaluation Criteria In Solid Tumors) ou à morte. No início foram realizadas duas tomografias computorizadas, seguindo-se outros exames (tomografias ou ressonâncias magnéticas) em intervalos de 12 semanas durante o primeiro ano, e intervalos de 24 semanas durante o segundo ano do estudo, até à semana 96.

Os dados revelaram que os doentes tratados com placebo tiveram uma PFS mediana de 18 meses e em 33% não se registou progressão da doença ou morte ao fim das 96 semanas, enquanto a PFS mediana dos doentes tratados com Somatulina® Autogel® não foi atingida e em 65,1% não se registou progressão da doença ou morte ao fim das 96 semanas (teste de log-rank estratificado, p<0,001). Isto representou uma redução relativa de 53% do risco de progressão da doença ou morte, com base num Hazard Ratio de 0,47 (IC de 95%: 0,30-0,73). Estes efeitos antitumorais da Somatulina® Autogel®, significativos tanto em termos estatísticos como clínicos, foram observados numa vasta população de doentes com GEP-NET de grau G1 ou G2 baixo (Ki-67 < 10%; classificação 2010 da Organização Mundial de Saúde). As medidas de sobrevivência global e qualidade de vida não foram diferentes entre os grupos tratados com Somatulina® Autogel® e com placebo. Os dados de segurança gerados a partir do estudo são compatíveis com o perfil de segurança conhecido da Somatulina®. As reações adversas mais frequentes (>10%) foram diarreia (26%), dores abdominais (14%) e colelitíase (10%). As taxas de interrupção devido a reações adversas relacionadas com o tratamento foram de 1% (1/101 doentes) no grupo de Somatulina® Autogel®  120 mg e de 0% (0/103 doentes) no grupo de placebo.

Assim sendo, este é o primeiro e único estudo que mostra a melhoria significativa da sobrevivência livre de progressão nos tumores do pâncreas e do intestino médio.  O benefício foi claramente demonstrado tanto nos tumores G1 como G2 baixo (índice Ki 67 até 10%) e foi independente da carga tumoral hepática.

Informações sobre a Ipsen
A Ipsen é uma empresa farmacêutica global especializada com um volume total de vendas que ultrapassou os 1,2 mil milhões de euros em 2014. A Ipsen vende mais de 20 medicamentos em mais de 115 países, com uma presença comercial direta em 30 países. O objetivo da Ipsen é tornar-se líder em soluções especializadas de cuidados de saúde, para doenças debilitantes específicas. A sua estratégia de desenvolvimento é suportada por três franchises: neurologia, endocrinologia e uro-oncologia. O compromisso da Ipsen para com a oncologia encontra-se bem exemplificado pelo seu crescente portfólio de terapêuticas-chave na melhoria dos cuidados dos doentes com cancro da próstata, cancro da bexiga ou tumores neuroendócrinos. A Ipsen tem também uma presença significativa ao nível dos cuidados primários. Além disso, o Grupo tem uma política ativa de parcerias. A área de Investigação e Desenvolvimento da Ipsen está centrada em plataformas inovadoras e tecnologicamente diferenciadas, péptidos e toxinas, e situa-se no centro dos mais avançados centros de ciências biotecnológicas e de ciências da vida (Les Ulis, França ; Slough/Oxford, Reino Unido; Cambridge, EUA). Em 2014, o gasto total deste departamento atingiu quase 187 milhões de euros, o que representa cerca de 15% do volume de vendas do Grupo. O Grupo tem cerca de 4.500 funcionários em todo o mundo. As ações da Ipsen são negociadas no segmento A da Euronext Paris (código de ações: IPN, código ISIN: FR0010259150) e são elegíveis para o "Service de Règlement Différé" ("SRD"). O Grupo faz parte do índice SBF 120. A Ipsen implementou um Programa Patrocinado da American Depositary Receipt (ADR) de Nível I nos Estados Unidos, que negoceia fora da bolsa sob o símbolo IPSEY. Para mais informações sobre a Ipsen, visite www.ipsen.com.

Declarações da Ipsen relativamente ao futuro
As declarações relativamente ao futuro, os objetivos e as metas apresentados neste documento baseiam-se na estratégia de gestão, nos pontos de vista atuais e nos pressupostos do Grupo. Estas declarações envolvem riscos e incertezas, conhecidos e desconhecidos, que podem levar a que os resultados, o desempenho ou os eventos propriamente ditos sejam materialmente diferentes dos previstos. Todos estes riscos podem afetar a capacidade do Grupo atingir, no futuro, os seus objetivos financeiros, que são definidos assumindo condições macroeconómicas razoáveis que se baseiam nas informações atualmente disponíveis. A utilização das palavras "acredita", "prevê" e "espera", bem como de expressões semelhantes, destina-se a identificar declarações relativamente ao futuro, nomeadamente as expetativas do Grupo em relação a acontecimentos futuros, incluindo determinações e apresentações obrigatórias de documentos. Além disso, os objetivos descritos neste documento foram preparados sem ter em consideração pressupostos de crescimento externo e potenciais aquisições futuras, que podem alterar todos estes parâmetros. Estes objetivos baseiam-se em dados e pressupostos que o Grupo considera serem razoáveis. Os objetivos dependem de condições ou de factos que é provável que ocorram no futuro, e não exclusivamente de dados históricos. Os resultados reais podem divergir significativamente desses objetivos devido à ocorrência de certos riscos e incertezas, nomeadamente o facto de um produto promissor numa fase inicial de desenvolvimento, ou um ensaio clínico, poder acabar por não ser lançado no mercado ou não atingir os seus objetivos comerciais por questões regulamentares ou relacionadas com a concorrência. O Grupo tem, ou pode ter, de enfrentar a concorrência dos produtos genéricos, o que se pode traduzir numa perda de quota de mercado. Além disso, o processo de Investigação e Desenvolvimento engloba várias etapas, sendo que cada uma delas envolve o risco significativo do Grupo não conseguir cumprir os seus objetivos e ser forçado a abandonar os seus esforços relativamente a um produto no qual tenha investido quantias elevadas. Assim, o Grupo não pode ter a certeza de que os resultados favoráveis obtidos durante a fase de ensaios pré-clínicos se confirmem posteriormente durante os ensaios clínicos, ou que os resultados dos ensaios clínicos sejam suficientes para demonstrar a segurança e eficácia do produto em questão. Não podem ser dadas garantias de que um produto obtenha as aprovações regulamentares necessárias ou que esse produto prove a sua viabilidade comercial. Caso os pressupostos subjacentes revelem inexatidão, ou os riscos ou incertezas se materializem, os resultados efetivos podem diferir materialmente dos previstos nas declarações relativamente ao futuro. Outros riscos e incertezas incluem, mas não se limitam a, condições gerais da indústria e concorrência; fatores económicos gerais, incluindo flutuações das taxas de juro e das taxas de câmbio; o impacto da regulamentação da indústria farmacêutica e da legislação sobre cuidados de saúde; tendências globais de contenção de custos nos cuidados de saúde; avanços tecnológicos, novos produtos e patentes da concorrência; desafios inerentes ao desenvolvimento de novos produtos, incluindo a obtenção de aprovação regulamentar; a capacidade do Grupo prever com exatidão futuras condições de mercado; dificuldades ou atrasos de produção; instabilidade financeira de economias internacionais e risco soberano; dependência da efetividade das patentes do Grupo e outras proteções de produtos inovadores; e exposição a litígios, incluindo litígios relacionados com patentes, e/ou ações regulamentares. O Grupo também depende de terceiros para desenvolver e comercializar alguns dos seus produtos que podem, potencialmente, gerar royalties elevados; esses parceiros podem ter comportamentos prejudiciais para as atividades e resultados financeiros do Grupo. O Grupo não pode garantir que os seus parceiros irão cumprir as suas obrigações e pode não conseguir tirar qualquer proveito desses acordos. Um incumprimento por parte de qualquer um dos parceiros do Grupo pode originar receitas inferiores às previstas. Este tipo de situações pode ter um impacto negativo nos negócios, na posição financeira ou no desempenho do Grupo. O Grupo rejeita expressamente qualquer obrigação ou compromisso em atualizar ou rever quaisquer declarações relativamente ao futuro, objetivos ou previsões incluídas no presente comunicado de imprensa, para refletir qualquer alteração de acontecimentos, condições, pressupostos ou circunstâncias nos quais as ditas declarações se baseiem, a menos que tal seja exigido pela legislação aplicável. Os negócios do Grupo estão sujeitos aos fatores de risco indicados nos respetivos documentos de registo junto da Autorité des Marchés Financiers francesa.

Referências:
1RCM da Somatulina Autogel disponível em www.infarmed.pt
2Barbieri F, et al. Drug discovery today 2014;19:458-68.
3Chalabi M, et al. TEM 2014;25:115-27.
4Health and Safety (Sharp Instruments in Healthcare) Regulations 2013, Health Services Information Sheet 7
5Yao JC, et al. J Clin Oncol 2008;26: 3063-3072
6van der Zwan, JM et al. European Journal of Cancer 2013;49:(11); 2565-257
7Modlin IM et al. Lancet Oncol 2008;9:61-72
8Caplin ME et al. N Engl J Med 2014; 2: 224-233

Infarmed
O Infarmed recebeu 152 candidaturas ao Fundo para Investigação em Saúde que conta com um capital de um milhão de euros e...

O Fundo destina-se ao financiamento de atividades e projetos de investigação dirigidos para a proteção, promoção e melhoria da saúde das pessoas.

Serão selecionados projetos de investigação em saúde pública e serviços de saúde. Designadamente nas intervenções preventivas e terapêuticas, nas áreas das doenças oncológicas, diabetes e doenças cérebro-cardiovasculares.

Ao fundo podem candidatar-se equipas de investigação ou investigadores integrados em estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou em outras instituições e serviços dependentes do Ministério da Saúde.

As candidaturas foram apresentadas entre o dia 1 de junho e as 13:00 de terça-feira, através de um 'site' próprio que o Infarmed disponibilizou.

Este fundo foi anunciado em fevereiro de 2013 pelo secretário de Estado e Adjunto da Saúde, Fernando Leal da Costa, que na altura disse que o objetivo do mesmo é “evitar que a investigação fique dependente do dinheiro que não é gasto nos programas assistenciais”.

Investigador de Castelo Branco
Um professor e investigador do Instituto Politécnico de Castelo Branco está a desenvolver um projeto pioneiro ao nível da...

O docente e investigador do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) João Valente iniciou o projeto há cerca de oito meses e, neste momento, está a trabalhar em parceria com o Centro de Apoio Tecnológico Agro Alimentar (CATAA) no teste de produtos a nível agroalimentar.

"Nos testes de prova de novos produtos, estudamos a reação cerebral das pessoas e a partir daqui conseguimos estratificar o posicionamento de um produto, se gostam mais ou menos, mas isto vai muito além do inquérito escrito tradicional", explicou hoje à agência Lusa, João Valente.

O investigador recorre a três equipamentos de diagnóstico médico (Eye-Traking, Biofeedback e Eletroencefalografia ou EEG) para efetuar o estudo.

"Basicamente, o que tento associar é qual a resposta cerebral a determinadas questões e com o recurso a estes três equipamentos consegue-se fazer uma coisa que não é possível de outra forma, que é monitorizar em cada momento o que está a acontecer a nível cerebral", explica.

Segundo o investigador, o projeto tem imensas aplicações, mas neste momento está focado ao nível dos produtos alimentares e da publicidade.

"Isto vai trazer uma grande mais-valia, que é perceber até que ponto é que uma publicidade, por exemplo, está a criar uma imagem negativa ou positiva de um produto", afirma.

João Valente sublinha ainda que "são respostas que não se conseguem retirar de um questionário tradicional" e adianta existir “aqui uma resposta em tempo real do que é que está a influenciar a pessoa".

Este projeto permite que as agências de marketing, por exemplo, percebam em tempo real o que é que está errado num determinado anúncio.

A partir daí, permite evitar erros em campanhas de marketing e, claro, poupanças enormes para as empresas, além de evitar ainda que haja uma publicidade negativa a um produto.

"Estamos a falar de respostas na ordem dos milissegundos que consigo medir. O que é verdadeiramente inovador é podermos estudar e perceber quais são as reações que as pessoas estão a ter aos produtos ou vídeos em tempo real", concluiu.

O investigador está também a desenvolver uma ideia de negócio no Centro de Empresas Inovadoras (CEI) de Castelo Branco, precisamente para colocar no mercado esta investigação.

Entre 2008 e 2012
O Ministério Público acusou um médico de abortos ilegais, alegadamente praticados no Hospital Amadora/Sintra e no Centro...

O despacho de acusação do Ministério Público (MP), foi deduzido a 10 de dezembro de 2014, mas passado mais de meio ano, o médico especialista de ginecologia/obstetrícia, atualmente com 51 anos e natural de Cuba, ainda não foi notificado da acusação pelo Tribunal de Loures, por se encontrar fora de Portugal.

A acusação descreve três situações de alegados abortos ilegais praticados a troco de dinheiro: um em 2008, no Hospital Amadora/Sintra, e dois no Centro Hospitalar de Torres Vedras, ambos em 2012, sendo que uma das pacientes é a mesma que havia realizado o aborto em 2008.

O médico residia em Portugal desde 2002, tendo exercido a sua especialidade em diversas clínicas e hospitais nacionais, nomeadamente na Clínica dos Arcos, em Lisboa - “onde procedia à realização de intervenções de interrupção voluntária de gravidez (IVG) -, no hospital Amadora/Sintra e posteriormente no Centro Hospitalar de Torres Vedras.

Segundo o MP, antes de março de 2008, o arguido “concebeu um plano que contemplava a realização de abortos a mulheres grávidas que se lhe apresentassem para o efeito da Clínica dos Arcos, estabelecimento reconhecido oficialmente para a realização da IVG, mediante a entrega de contrapartidas monetárias, com o objetivo de obter benefícios económicos”.

A acusação refere que, quando atendia as utentes, o médico, embora acedendo em realizar a IVG – porque as mesmas se encontravam nas dez primeiras semanas de gravidez -, “recusava-se a realizá-las na Clínica dos Arcos, procedendo ao seu encaminhamento para os hospitais públicos”: Hospital Amadora/Sintra e mais tarde para o Centro Hospitalar de Torres Vedras, onde exercia funções idênticas, em regime de prestação de serviços.

“Nesse encaminhamento, o arguido instruía essas mulheres, indicando-lhe concretamente que se deveriam dirigir aos serviços de urgência de tais hospitais, nos dias em que aí se achasse de serviço, queixando-se de dores ou hemorragias, caso em que seriam pelo mesmo atendidas, sujeitas a uma ecografia e (…) submetidas ao pretendido aborto”, explica o MP.

No registo clínico das pacientes o médico justificava o ato médico como “meras intervenções cirúrgicas de dilatação e curetagem do útero após parto ou aborto espontâneo”.

O arguido informava ainda as mulheres que a realização do aborto nestas situações, “implicava o pagamento de uma contrapartida financeira, que se podia situar entre os 300 e os 2.500 euros, a ser-lhe entregue imediatamente antes da sua concretização, em dinheiro”.

O MP deduziu acusação contra uma outra médica, por alegada cumplicidade com o principal arguido. Contudo, a médica requereu a abertura de instrução, tendo o Tribunal de Loures determinado o arquivamento dos autos relativos a esta profissional.

O médico está acusado de dois crimes de aborto agravado, de dois crimes de falsificação de documento, de cinco crimes de peculato, e de três crimes de recebimento indevido de vantagem.

Quando o tribunal conseguir notificar o arguido da acusação do MP, este pode ainda requerer a abertura de instrução.

Estudo
Os doentes na Europa estão a sofrer atrasos significativos no acesso a dispositivos cardiovasculares já aprovados devido a...

O artigo, da autoria do presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia e recém-eleito presidente da Faculdade de Medicina de Lisboa, o português Fausto Pinto, aponta para uma correlação direta entre a diminuição da mortalidade devido a doenças cardiovasculares e a introdução de técnicas e dispositivos inovadores.

“Estes dispositivos são seguros, aprovados pelos organismos reguladores e incluídos nas orientações, mas a sua inclusão no sistema de reembolsos fica para trás”, refere Fausto Pinto, concluindo que “os doentes podem ver atrasado o acesso aos tratamentos recomendados de vido a atrasos burocráticos”.

O efeito deste atraso, adiantou o presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia, é que o retorno do investimento é reduzido, levando as empresas a diminuir o investimento em investigação e desenvolvimento para futuras terapias com dispositivos.

“A inovação em dispositivos cardiovasculares é desesperadamente necessária para travar uma epidemia de doenças cardiovasculares que são a principal causa de morte na Europa”, frisou o cardiologista.

Fausto Pinto alertou para o envelhecimento da população e consequente aumento de doenças como a diabetes ou a obesidade que agrava ainda mais o problema.

O estudo publicado aponta para 40% da população que, em 2030, sofrerá de pelo menos uma doença cardiovascular.

Em Portugal
Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde criaram a Associação Respiratória de Língua Portuguesa, que é apresentada em...

Liderada pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a associação pretende estabelecer relações multilaterais com outras sociedades científicas, tendo por base a criação de parcerias, a partilha de conhecimentos e experiências, assim como a promoção da língua portuguesa enquanto elemento de intercâmbio científico nos países lusófonos.

Em declarações, o presidente da SPP, Carlos Robalo Cordeiro, explicou que, destes cinco países, apenas Portugal e o Brasil têm sociedade científicas de pneumologia formalmente constituídas.

“A sociedade angolana de pneumologia está a ser constituída”, mas Moçambique e Cabo Verde não têm, sendo, por isso, também objetivo da Associação Respiratória de Língua Portuguesa (ARELP) dinamizar a criação de associações e sociedades científicas na área respiratória nos países onde não existem, adiantou.

“O que se pretende é criar parcerias a diversos níveis”, desde parcerias clínicas, investigação na área das doenças respiratórias e um maior apoio à formação nos países em desenvolvimento em áreas da patologia respiratória deficitárias, sublinhou.

O apoio à formação pode ser feito através da realização de ações locais, mas também através da promoção de estágios de formação específica nos “países com mais dificuldades ou com défices particulares”, explicou o pneumologista.

Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde são os primeiros signatários da Associação Respiratória de Língua Portuguesa, à qual se prevê que se venham a associar Timor e Macau.

Relatório
A grande maioria da população já não depende de hospitais psiquiátricos de estadia prolongada, contudo nos hospitais gerais que...

Estas são as principais conclusões do primeiro relatório nacional e do relatório europeu sobre transição dos cuidados de saúde mental para a comunidade que serão apresentados na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Os relatórios da “EU Joint Action on Mental Health and Wellbeing” focam os aspetos positivos e negativos da transição de modelos institucionais para modelos baseados na comunidade.

Como positivo, apontam o facto de mais de 75% da população depender de cuidados prestados por serviços com base em hospitais gerais, que substituíram os hospitais psiquiátricos como elemento central do sistema de saúde mental.

O relatório nacional destaca que se encerrou o mais antigo hospital psiquiátrico do país (Hospital Miguel Bombarda), através de um processo que levou à sua substituição por um conjunto de novos serviços de saúde mental na comunidade e em vários hospitais gerais, como os do Barreiro, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Cascais, Amadora, Almada, Setúbal, Évora e Beja.

O objetivo desta transição era passar a utilizar modelos baseados na comunidade e socialmente inclusivos, como o internamento de curta duração e cuidados ambulatórios nos hospitais gerais, nos centros de saúde mentais e em centros de dia, para garantir às pessoas o direito de viver na comunidade, a escolher o local de residência e ter acesso a serviços residenciais, domiciliários e a outros serviços comunitários.

No entanto, são apontados vários aspetos a melhorar, entre os quais se destaca o facto de a maior parte dos serviços de saúde portugueses, incluindo os baseados nos hospitais gerais, continuarem a concentrar a maior parte dos seus recursos em atividades intra-hospitalares e a ter “uma escassa atividade na comunidade, privilegiando modelos de cuidados há muito ultrapassados”.

“As equipas de saúde mental verdadeiramente implantadas na comunidade continuam a existir num número restrito de departamentos de saúde mental”, conclui o relatório.

Por outro lado, os programas colaborativos com os cuidados primários, os programas integrados para doentes mentais graves, os centros de saúde mental e os programas de intervenção domiciliária “continuam a ter uma expressão muito modesta, em comparação com a realidade dos outros países europeus, e estão muito longe do mínimo aceitável”, sublinha.

Na Austrália
Cerca de 11 mil australianos foram instados a realizar testes de despistagem por receios de que tenham sido expostos ao VIH e...

As autoridades de saúde de New South Wales indicaram que 12 dentistas de quatro clínicas de Sydney foram acusados de falhas na higiene e nas práticas de esterilização do equipamento, pelo que recomendam aos pacientes que realizem análises de sangue para despistar VIH, bem como a hepatite A, B e C, por precaução.

Embora não haja casos de contágio e a probabilidade de ocorrer seja baixa, as autoridades advertem que existem riscos de infeções, em particular para pacientes sujeitos a procedimentos invasivos.

Seis dentistas foram suspensos e igual número de profissionais autorizados a continuar a trabalhar sob condições.

O caso foi desencadeado por uma queixa em novembro, tendo as consequentes investigações revelado “consideráveis” violações.

Estudo
O medicamento injetável para diabetes Liraglutide, que os reguladores norte-americanos aprovaram o ano passado para a perda de...

A maior parte dos pacientes conseguiram perder peso durante as 56 semanas da investigação realizada com vista a comercialização do medicamento, segundo o estudo divulgado no New England Journal of Medicine.

O estudo foi conduzido em 191 cidades de 27 países da Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia, África e Austrália.

Os 3.731 pacientes que participaram no estudo tinham mais de 18 anos e uma massa corporal superior a 30. A massa corporal saudável deve situar-se entre os 19 e os 25.

Kevin Williams, chefe do departamento de endocrinologia, diabetes e metabolismo da Universidade de Saúde de Temple, descreveu a perda de peso com a utilização do medicamento como “significativa”.

Com a utilização do medicamento foram detetados efeitos secundários, incluindo problemas gastrointestinais, na vesícula e um ligeiro risco de aumento do cancro na mama.

Os investigadores salientaram ser necessário estudar melhor os efeitos secundários, nomeadamente o risco de aumento do cancro na mama.

O Liraglutide tem sido usado em pequenas doses para tratar diabéticos e alguns pacientes notaram que a droga os ajudou a perder peso.

Cerca de 35% dos adultos norte-americanos, cerca de 100 milhões de pessoas, são obesos.

Dois outros medicamentos para combater a obesidade foram lançados em 2012 nos Estados Unidos, mas os tratamentos provocam efeitos secundários e não são muito utilizados.

APDP
A Associação Protetora de Diabéticos de Portugal vai desenvolver dois projetos no concelho de Sintra, destinados à divulgação e...

O município de Sintra vai assinar, na sexta-feira, dois protocolos com a Associação Protetora de Diabéticos de Portugal (APDP) para o desenvolvimento dos projetos "Ter Diabetes 1 na Escola" e "Capacitação Integrada da Pessoa Idosa com Diabetes Tipo 2".

"Os projetos têm como objetivo colmatar necessidades e barreiras da gestão diária da diabetes" e "melhorar a qualidade de vida das crianças e idosos" que padecem desta doença crónica e da sua família, acrescentou uma nota da autarquia.

A diabetes foi considerada um problema de saúde de intervenção prioritária no âmbito do Plano Local de Saúde 2015-2017, em preparação, e a APDP vai desenvolver, durante um ano, com o apoio da autarquia, dois projetos financiados pelo Programa Nacional para a Diabetes.

Segundo uma proposta do vereador da Solidariedade e Inovação Social, Eduardo Quinta Nova, estima-se que no concelho de Sintra existam cerca de 130 crianças/jovens com diabetes tipo 1, patologia que surge maioritariamente em idade escolar.

A iniciativa nas escolas do concelho visa, entre outros objetivos, "melhorar a integração social e a rede de suporte das crianças e jovens com diabetes tipo 1 em ambiente escolar", "desenvolver competências da comunidade escolar" em relação ao tratamento da doença e "aumentar a literacia em diabetes".

A diabetes tipo 2 afeta "mais de 25% dos portugueses acima dos 60 anos", observando-se na população idosa "complicações da diabetes, comorbilidades [associação de doenças], limitações cognitivas e mobilidade condicionada", salientou outra proposta do autarca.

O projeto, enquadrado na intervenção municipal junto de populações vulneráveis, pretende também "colmatar necessidades e barreiras da gestão diária da diabetes" e "desenvolver competências das pessoas com diabetes e dos respetivos cuidadores informais".

Unidades de Saúde de Loulé e Albufeira
A Administração Regional de Saúde do Algarve anunciou que as Unidades de Saúde Familiar de Loulé e de Albufeira vão atribuir...

A disponibilização de médicos de família a estes utentes vai ser possível devido à passagem das Unidades de Saúde Familiar (USF) de Loulé e Albufeira do modelo A (fase de aprendizagem e de aperfeiçoamento do trabalho em equipa) para o B (equipas com maior amadurecimento em termos de organização e desempenho mais exigente).

A alteração foi consumada com um despacho dos gabinetes da ministra de Estado e das Finanças e do ministro da Saúde, que “fixa o número máximo de Unidades de Saúde Familiar a constituir no ano de 2015 e determina o número máximo que transitam do modelo A para o modelo B”, precisou a Administração Regional de Saúde (ARS).

“A passagem para modelo B destas unidades vai permitir atribuir médico de família a cerca de 2.700 utentes dos concelhos de Loulé (1.500) e de Albufeira (1.200)”, considerou a ARS num comunicado.

Ao mesmo tempo, a alteração permite “o alargamento das atividades previstas no âmbito dos programas de prevenção e promoção da Saúde”, o que constitui “uma mais-valia para a população abrangida” e contribui para “a obtenção de ganhos em saúde”.

O Modelo B é, segundo a ARS, “o indicado para equipas com maior amadurecimento organizacional”, para as unidades em que “o trabalho em equipa de saúde familiar seja uma prática efetiva” e nas quais os profissionais estejam “dispostos a aceitar um nível de contratualização de patamares de desempenho mais exigente”.

A ARS observou que a USF de Loulé conta com seis médicos, seis enfermeiros e cinco assistentes técnicos, para um total de 9.900 utentes, enquanto na de Albufeira trabalham cinco médicos, cinco enfermeiros e quatro assistentes técnicos, para dar assistência a 8.300 utentes.

A mesma fonte frisou ainda que esta passagem do Modelo A para o Modelo B contou com pareceres técnicos da equipa regional de apoio e acompanhamento da ARS Algarve, da presidente do conselho clínico do Agrupamento de Centros de Saúde Central, tendo os indicadores disponíveis “comprovado o bom desempenho das equipas destas unidades” em 2014.

Além do Agrupamento de Centros de Saúde Central, o Algarve conta com outros dois Agrupamentos de Centros de Saúde, o do Sotavento e o do Barlavento.

Amanhã à tarde na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Iniciativa pretende revisitar as paisagens da saúde mental a partir da experiência de trabalho e do olhar da câmara do...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organiza, amanhã (dia 2 de julho), o colóquio/debate “Esta é a minha casa: vi(ver) n(a) comunidade”.

O colóquio, com início às 14h30, no Polo A da ESEnfC, tem o objetivo de “revisitar as paisagens da saúde mental a partir da experiência de trabalho e do olhar da câmara do enfermeiro Pedro Renca”, cujo documentário sobre o quotidiano de doentes mentais no meio rural, intitulado “Esta é a Minha Casa”, será visionado logo após a sessão de abertura, que estará a cargo da Presidente da Escola, Maria da Conceição Bento.

“São também revisitados alguns espaços conceptuais comuns como são as questões da ‘psicofobia’, dos critérios subjacentes à definição do ‘normal’ e do ‘patológico’, assim como à forma como se reconhecem e desconhecem os problemas e territórios da saúde mental”, refere a organização do colóquio/debate, da responsabilidade da Unidade Cientifico-Pedagógica (UCP) de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.

“Psicofobia ou o medo de nós?” (pelo professor Luís Loureiro), “Saúde Mental: a ‘maior das minorias’” (pela professora Ana Paula Monteiro) e “Reconhecimento versus desconhecimento dos problemas de saúde mental” (pelo professor Amorim Rosa), são os títulos das comunicações que se seguem.

“As questões relacionadas com o encerramento progressivo dos grandes hospitais psiquiátricos e consequente desinstitucionalização dos doentes mentais e seu regresso às famílias e à comunidade assumiram lugar de destaque ao longo da última década e são uma realidade atual. Estas medidas, defendidas por ‘uns’ como tendo um caráter mais humanista e sendo mais eficazes do ponto de vista terapêutico (com continuidade de cuidados e acompanhamento técnico na comunidade), parecem indiciar que a institucionalização não deve ser vista como “uma medida cómoda para gente que incomoda”. Contudo, ‘outros’ têm questionado os critérios de pendor economicistas destas medidas que transformam o doente num peso para as famílias que vivem já na esteira do estigma e da discriminação sociais. Além disso, as respostas comunitárias de apoio a doentes e famílias e os sistemas de apoio em saúde mental são ainda escassos, pouco articulados e tendem a não acompanhar as necessidades emergentes de uma desinstitucionalização em massa”, constata a comissão científica e organizadora do colóquio, composta pelos professores Luís Loureiro, Amorim Rosa e Ana Paula Monteiro.

O colóquio/debate termina pelas 17h00.

Direção-Geral da Saúde
Os últimos dias que foram marcados por altas temperaturas tiveram um “pequeno aumento da mortalidade”, mas os efeitos do calor...

De acordo com Graça Freitas, o calor que se registou nos últimos dias poderá ter causado perto de uma centena de mortos, que é o aumento da mortalidade registado nesse período, mas que ainda não foi oficialmente atribuída às altas temperaturas recentes.

A especialista em saúde pública ressalvou que Portugal ainda não enfrentou nesta época uma onda de calor, apesar das altas temperaturas que se registaram nos últimos dias.

No entanto, esclareceu, os dias seguidos de calor foram poucos, além do arrefecimento noturno que se tem registado e que impede piores consequências na saúde das pessoas.

Graça Freitas adiantou que a Direção-Geral da Saúde (DGS) tema acompanhado a resposta das instituições de saúde – hospitais e centros de saúde – a um eventual aumento da procura devido aos efeitos do calor.

“Está tudo dentro do que é expetável”, afirmou.

A Linha de Saúde 24 registou, desde o dia 20 de junho, um aumento de chamadas devido a sintomas relacionados com as altas temperaturas, passando da média de nove chamadas diárias para as 13.

Segundo Sérgio Gomes, que coordena esta linha de aconselhamento telefónico, o maior número de chamadas relacionadas com o calor registou-se no dia 21, com 26 telefonemas.

Desde 15 de maio que Portugal tem acionado o módulo calor do Plano de contingência para temperaturas extremas adversas.

Da responsabilidade da DGS, este plano visa “promover a proteção da saúde das populações contra os efeitos negativos dos períodos de calor intenso, através de uma avaliação eficaz do risco e do desenvolvimento de respostas apropriadas pelas entidades competentes da saúde, baseada num sistema de previsão, alerta e resposta adequada”.

Trata-se da 11ª edição deste plano desde que o Ministério da Saúde elaborou o primeiro documento que visou responder a situações como a registada em 2003.

Nesse ano, uma onda de calor que ocorreu em algumas zonas do país por mais de duas semanas ficou associada a um excesso de mortalidade de 1.953 óbitos.

Segundo a DGS, em 2010 estimou-se um excesso de mortalidade nos períodos de calor intenso de 2.167 óbitos e em 2013 foi determinado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) um excesso de mortalidade de 1.684 óbitos.

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