Ministro da Saúde
O ministro da Saúde recusou a ideia de aplicar uma taxa aos produtos alimentares mais nocivos para a saúde, considerando que...

“Achamos que não é pela parte das taxas em novos alimentos que podem resultar consequências mais positivas de imediato”, afirmou Paulo Macedo aos jornalistas, no final de uma sessão, em Lisboa, sobre a extensão do Plano Nacional de Saúde a 2020.

Durante a sessão, a diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Zsuzsanna Jakab, considerou que a prevenção de doenças é essencial nos próximos anos, designadamente na área alimentar, uma das que mais contribui para anos de vida perdidos em Portugal.

Questionado pelos jornalistas sobre a introdução de taxas em produtos alimentares ou bebidas mais nocivos para a saúde, o ministro Paulo Macedo lembrou que os alimentos essenciais têm uma taxa de IVA mais baixa, enquanto as bebidas açucaradas, por exemplo, têm uma taxa mais elevada, considerando que esta já é uma forma de diferenciação.

“Entendemos que, independentemente das taxas, designadamente nos produtos que contêm demasiado sal, o que é importante é conseguir pôr em prática uma melhoria da informação para o consumidor. Está previsto o início de um grupo de trabalho entre os ministérios da Economia, Agricultura e Saúde, que espero que comece a funcionar ainda este mês, para dar um novo avanço no que deve ser a redução de sal”, afirmou.

Paulo Macedo insiste que “não basta apenas ir pela parte da tributação”, até porque “nem sempre as taxas são a maneira mais eficaz ou ideal”, propondo antes medidas de “monitorização do consumo” e de aumento de informação aos consumidores.

Sobre os produtos nocivos, recordou que o governo já tributou adicionalmente o tabaco e o álcool, fazendo-o “de maneira equilibrada”.

No final da cerimónia, em declarações aos jornalistas, a diretora regional da OMS repetiu que Portugal precisa de “fazer um esforço na área do tabagismo, da obesidade, da obesidade infantil e de todos os problemas associados à alimentação e à nutrição, como o excessivo consumo de sal, açúcar e gorduras, e ainda em relação à promoção do exercício físico”.

Aliás, a extensão do Plano Nacional de Saúde para 2020 traça precisamente o combate à obesidade infantil como uma das principais metas, a par com a redução do tabagismo, com o aumento da esperança de vida saudável aos 65 anos e com o decréscimo da mortalidade antes dos 70 anos (mortalidade prematura).

“Estão a fazer um bom progresso no que toca à esperança média de vida e à redução da mortalidade prematura. No entanto, como acontece em todo o mundo, as doenças crónicas não transmissíveis são um grande desafio, um grande problema, portanto, é preciso de continuar o nosso trabalho nessa área”, declarou Zsuzsanna Jakab.

Contudo, a responsável avisou que os comportamentos ao nível da saúde não podem ser dissociados das circunstâncias e condições de vida: ”há que trabalhar de modo próximo com os setores das políticas sociais, do emprego e da educação, de modo a gerar um bom progresso nestas áreas”.

Zsuzsanna Jakab considera as políticas portuguesas na área da saúde “um exemplo” para os outros países europeus, sublinhando que Portugal “está no caminho certo”.

Baixo risco público
Um caso de gripe aviária da estirpe H7N7, “altamente patogénica” para as aves, foi confirmada numa quinta do noroeste do Reino...

“O serviço de saúde pública de Inglaterra confirmou que o risco em termos de saúde pública para esta estirpe é muito fraco”, disse Nigel Gibbens, o veterinário chefe do Ministério do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (DEFRA), num comunicado.

“A agência de proteção alimentar declarou que não havia qualquer risco para os consumidores em matéria de segurança alimentar”, adiantou.

Foi criada uma zona de restrição de 10 quilómetros, na qual é proibido deslocar os animais, à volta da quinta de criação de frangos perto da cidade de Preston, no Lancashire, e as aves estão a ser abatidas como medida de precaução, precisou Gibbens.

A gripe aviária é mortal para as aves e, conforme as estirpes, pode afetar os seres humanos que lidem com animais infetados.

Em 2003, a estirpe H7N7 dizimou quintas de criação na Holanda e levou ao abate de mais de 25 milhões de aves.

A Organização Mundial da Saúde Animal apelou em meados de maio para o reforço da luta contra a gripe aviária que se propagou a todos os continentes, causando a morte de dezenas de milhões de aves e significativas perdas económicas e alimentares.

Em Portugal
Ondas de calor são cada vez mais frequentes e intensas no mundo. Alertas multiplicam-se sobre os seus efeitos na saúde pública....

No primeiro dia do mês, as campainhas de alarme começaram a soar em vários países europeus: o Reino Unido bateu o recorde do dia mais quente, quando os termómetros a chegaram aos 36,7ºC, França acionou o plano de emergência ao ver as temperaturas a aproximarem-se dos 40ºC, e a Alemanha começou a preparar-se para o Verão mais escaldante das últimas décadas. Com registos de pequenas vagas de calor em Maio e Junho, refere o jornal Público, Portugal escapou incólume a esta mega-onda de calor europeu. Mas o que vai acontecer no resto do Verão? É impossível prever, mas é bom estar preparado, avisam os especialistas.

Certo é que os períodos prolongados de temperaturas extremas provocam mortalidade em excesso. Este ano, têm-se multiplicado os avisos para os efeitos das ondas de calor – que são cada vez mais visíveis e frequentes. Portugal não tem sido exceção. Só numa década, há registo de quatro anos com excessos de mortalidade significativos (2003, 2006, 2010 e 2013) devido a ondas de calor prolongadas em território nacional, de acordo com os dados da Direcção-Geral da Saúde (ver gráfico). Antes disso, os registos dão conta de anos complicados apenas em 1981 e 1991.

A maior parte dos sistemas de alerta europeus surgiu justamente após o Verão de 2003, quando uma onda de calor prolongada provocou a morte de milhares de pessoas em vários países europeus. França e Portugal foram, então, os mais afetados. As ondas de calor são definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como períodos de seis dias consecutivos com temperaturas máximas diárias superiores a 5ºC ao valor médio diário para essa época do ano.

Este ano, os alertas subiram de tom. Em Junho, uma comissão internacional de peritos concluía, num relatório publicado na revista The Lancet, que o impacto das alterações climáticas na saúde poderá revelar-se “catastrófico”, pondo em causa “os ganhos obtidos nos últimos 50 anos”, se nada for feito entretanto.

Até 2100, estimam os especialistas, naquele que é o cenário mais pessimista, o número de pessoas com mais de 65 anos expostas a ondas de calor poderá ultrapassar os três mil milhões por ano, quando hoje não chega a 500 milhões. “As alterações climáticas são uma emergência médica”, enfatizava um dos coordenadores da comissão, Hugh Montgomery.

Citando projeções da OMS que apontam para um aumento de 250 mil mortes por ano devido às alterações climáticas, em consequência dos seus efeitos diretos ou indiretos, os peritos lembram que uma parte ficará a dever-se às ondas de calor.

No início deste mês, a Organização Meteorológica Mundial e a OMS lançaram também, e pela primeira vez, um alerta conjunto sobre o impacto das ondas de calor na população, na sequência da morte de milhares de pessoas na Índia e no Paquistão devido às elevadíssimas temperaturas (por volta dos 50ºC) registadas em Junho.

Para responder a estes fenómenos, as duas organizações recomendam a adoção generalizada de sistemas de alerta como os que já existem em vários países europeus, Portugal incluído. As ondas de calor “não têm o carácter espetacular nem a violência repentina de outros fenómenos, como os ciclones ou as inundações, mas as suas repercussões podem ser graves”, argumentam, recordando que 14 dos 15 anos mais quentes observados até à data aconteceram neste século e que, à escala global, 2014 foi mesmo o mais quente (desde que há registos –1850).

Em Junho, até o Papa Francisco apelou a uma mudança global do estilo de vida, numa encíclica pioneira em que abordou quase todos os aspetos da crise ambiental mundial. Colocando-se ao lado dos cientistas na questão das alterações climáticas, recordou que “existe um consenso científico muito consistente que indica que estamos perante um preocupante aquecimento climático”.

Os alertas surgem quando falta meio ano para a conferência climática de Paris, onde se aguarda um acordo mundial que suceda ao protocolo de Quioto e que leve o maior número de países a adotar medidas para conter o aquecimento global, até ao final do século. O objetivo é o de que a temperatura média global não aumente mais do que 2ºC, mas, mesmo com um acréscimo de 1ºC, "haverá muitas pessoas afetadas nos países mais pobres", observa Filipe Duarte Santos, da Universidade de Lisboa, um dos revisores do relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) e coordenador dos primeiros estudos sobre o impacto das alterações climáticas em Portugal.

Pôr assunto na ordem do dia
“A ação do homem em termos da emissão de gases com efeito de estufa acabou por acelerar fenómenos naturais que sempre aconteceram”, corrobora Paulo Diegues, o chefe da Divisão de Saúde Ambiental da Direção-Geral da Saúde (DGS), um dos responsáveis pelo plano de contingência para temperaturas extremas em Portugal.

Cenários já delineados por especialistas indicam que “vamos ter um clima mais desértico nalgumas regiões, como o Alentejo e o Algarve e maior stress hídrico tendo em conta a água disponível”, agravado por alterações na precipitação que, em vez de ocorrer ao longo do tempo, será mais concentrada, lembra Paulo Diegues. Doenças tropicais provocadas por vetores, como a malária e o dengue, podem aparecer no território nacional.

Citando a Agência Europeia do Ambiente, os autores da última versão do plano português de contingência destacam, aliás, que a década de 2002-2011 “foi a mais quente na Europa, tendo a temperatura média da atmosfera à superfície sido 1,3ºC mais quente do que a média no período pré-industrial”.

“Há de facto um potencial de ameaça, mas este é um cenário extremo, que só poderá concretizar-se se não tomarmos medidas”, desdramatiza o epidemiologista da DGS Paulo Nogueira, referindo-se às previsões mais pessimistas traçadas no artigo da Lancet. Admitindo que é um “aviso importante”, Paulo Nogueira prefere destacar a ideia de que esta é “uma grande oportunidade para a saúde abordar estas questões”, pô-las na ordem do dia. “Se dissermos às pessoas que o que está em causa é questão de saúde pública, de vivermos mais tempo, elas percebem melhor”, acredita.

Filipe Duarte Santos não tem dúvidas. As ondas de calor estão a tornar-se mais frequentes praticamente em todos os pontos do mundo provocando efeitos diretos e indiretos na saúde pública, diz. Quanto às alterações climáticas, lembra que há dois tipos de resposta a considerar: a "mitigação" reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa, e a "adaptação". As respostas, destaca, estão nas mãos de todos: “Cada um de nós pode contribuir poupando energia, com a climatização das casas, diminuindo a velocidade nas auto-estradas e com gestos tão simples como o de não deixar a televisão ligada quando não estamos na sala.”

Segundo projeções
Projeções estimam que Portugal possa tornar-se em 2050 o segundo país mais envelhecido do mundo, a seguir ao Japão. Atualmente...

Segundo o jornal Público, atualmente 64% das pessoas em Portugal morrem em hospitais. A manter-se esta tendência, daqui a 15 anos esse número poderá aumentar para os 75%, o que significaria que três em cada quatro pessoas morreriam em camas hospitalares. Além de não respeitar as opções da maioria da população, que preferia morrer em casa, o aumento das mortes hospitalares coloca um problema de sustentabilidade do sistema de saúde, alerta Bárbara Gomes, investigadora do King’s College de Londres que liderou a investigação divulgada na revista científica Palliative Medicine.

“As pessoas vão para os ambientes onde se sentem seguras e apoiadas e onde há disponibilidade de recursos”, constata a investigadora. Por isso, morrem mais em hospitais. Esta é uma tendência que se intensifica com o envelhecimento da população. O aumento das mortes em ambiente hospitalar poderá subir 27,7% até 2030, num cenário mais otimista, e 52%, num mais pessimista. Mas nas pessoas com mais de 85 anos – que representam 33% do total das mortes – a subida de óbitos nos hospitais tem sido ainda mais acentuada: passou de 28% em 1988 para 54% em 2010. De acordo com este estudo, o número de pessoas com 85 anos ou mais a morrer em hospitais pode duplicar até 2030.

Portugal tem atualmente a sétima população mais envelhecida no mundo, refere a publicação, ao lado de países como a Dinamarca, Alemanha e França, com 24% da população com mais de 60 anos. Espera-se que esta proporção suba para 40% em 2050, tornando Portugal no segundo país mais envelhecido do mundo, apenas superado pelo Japão. Essa tendência vai intensificar o problema do aumento das mortes em ambiente hospitalar, sublinha-se na investigação a que o jornal Público teve acesso.

Escolher morrer em casa
A autora principal do estudo, Vera Paiva Sarmento, diz: “Somos um dos países mais envelhecidos do mundo e temos uma das mais acentuadas tendências de morte hospitalar – isto é preocupante, sobretudo se considerarmos que os mais idosos são os que mais preferem morrer em casa e, no entanto, os que mais morrem no hospital.”

Bárbara Gomes, que foi autora do estudo Preferências e Locais de Morte em Regiões de Portugal em 2010, divulgado em 2013, lembra que, caso pudessem escolher, numa situação de doença avançada, 51% dos portugueses preferiam morrer na sua própria casa, a juntar a 1% que escolheria a casa de familiares e amigos; 36% dos entrevistados escolheram uma unidade de cuidados paliativos.

“As tendências vão contra as preferências e na direção de um cenário que não é, a longo termo, insustentável”, diz. A inversão da tendência crescente das mortes hospitalares é possível com a existência de cuidados paliativos prestados em ambiente familiar, sublinha. “De acordo com dados de outros países, [o acompanhamento de] uma equipa de cuidados paliativos duplica a chance de morrer em casa.”

Há países que conseguiram inverter a tendência e aumentar o número de pessoas que morrem em casa, com apoio de equipas especializadas, diz-se. Foi o caso da Inglaterra, Bélgica, Canadá e Estados Unidos. Na Alemanha, por exemplo, espera-se que os números de mortes hospitalares se irão manter estáveis, refere a investigação que foi feita em colaboração com o Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra e financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Bárbara Gomes nota que em Portugal houve um desenvolvimento importante no ano passado, com um despacho do Ministério da Saúde que instou todos os hospitais a terem uma equipa de cuidados paliativos própria. “O que é uma medida positiva tem um lado menos positivo, [porque] não foram criadas respostas comunitárias." O ideal seria agora pensar na mesma medida mas ao nível comunitário, “para as pessoas poderem ficar em casa apoiadas. Mas que se planeie já, para que os agrupamentos de centros de saúde as assegurem”, defende. “É necessário estabelecer um novo programa nacional de cuidados paliativos focado no desenvolvimento dos cuidados domiciliários, já que o último data de 2010.”

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos dá conta de 61 serviços de cuidados paliativos no país. Os que dão apoio no domicílio são apenas 20, o que resulta "numa equipa por 520 mil habitantes, quando as recomendações internacionais apontam para a existência de uma por cada 100 mil habitantes”.

O panorama nacional, a este nível, “mudou muito pouco”, adverte Bárbara Gomes, apontando para o facto de este ano terem avançado quatro projetos de cuidados paliativos domiciliários financiadas pela Gulbenkian, “que estão a preencher o buraco a descoberto de iniciativa governamental”.

Outro problema é o facto de os projetos no terreno não estarem integrados no sistema de saúde como um todo. As razões são sobretudo quatro, elenca a investigadora: falta de recursos; não identificação, pelos profissionais de saúde, das necessidades de cuidados paliativos; falta de formação na área nos cursos de medicina e de enfermagem e a referenciação tardia dos doentes. “Às vezes são referenciados tarde de mais, nos últimos dias de vida, quando já é difícil fazer a diferença.”

Estudo
Cientistas dos Estados Unidos e da Suíça afirmam que conseguiram reverter alguns tipos de surdez em cobaias com o uso de um...

O estudo com camundongos, segundo o Diário Digital,  foi publicado na revista especializada Science Translational Medicine e mostrou que um vírus pode corrigir o problema genético e restaurar parte da audição.

Segundo os especialistas, os resultados poderão levar à disponibilização de um tratamento dentro de dez anos.

A pesquisa concentrou-se em analisar os pelos minúsculos dentro do ouvido, que convertem os sons em sinais elétricos que podem ser interpretados pelo cérebro. Mas mutações no ADN podem fazer com que estes pelos não consigam criar o sinal elétrico, o que leva à surdez.

A equipa de pesquisadores desenvolveu um vírus geneticamente modificado que pode infetar as células dos pelos do ouvido e corrigir este erro.

A nova terapia foi testada em camundongos que sofriam de surdez profunda, que não ouviriam nada nem durante um concerto de rock, com níveis de som a chegar aos 115 decibéis.

Injeções do vírus modificado nos ouvidos levaram a uma “melhoria considerável” na audição, apesar de não ter restaurado os níveis normais.

Depois do tratamento, os animais conseguiam ouvir o equivalente de ruído dentro de um carro em movimento, ou cerca de 85 decibéis. Eles também apresentaram alteração no comportamento em resposta a sons durante o período de 60 dias do estudo.

“Estamos muito animados, mas também estamos com um otimismo cauteloso, pois não queremos dar esperanças falsas. Seria prematuro dizer que encontramos uma cura”, disse à BBC Jeffrey Holt, um dos pesquisadores participantes do estudo e que trabalha no Hospital Infantil de Boston, nos EUA.

“Mas num futuro não tão distante poderia transformar-se num tratamento para a surdez genética. Por conseguinte, esta é uma descoberta importante”, acrescentou.

A equipa afirmou que a pesquisa ainda não está pronta para o início de testes clínicos em humanos.

Os cientistas querem provar que o efeito é duradouro. Por enquanto, sabem que a terapia funciona por alguns meses, mas o objetivo é que o tratamento funcione para a vida toda do paciente.

Estudo
Porque é que é tão difícil comer só um pouco de chocolate e conter-se diante de uma porção de batata frita? Um estudo realizado...

Pesquisadores da Universidade da Georgia, da Universidade de Binghamton e da Washington State University descobriram que a ingestão de alimentos com alto teor de gordura muda rapidamente os circuitos cerebrais responsáveis por nos dar a sensação de saciedade, diz o Diário Digital. Com isso, a hipótese de comer além da conta aumenta, e torna-se o caminho mais curto para o excesso de peso.

Os cientistas observaram essa mudança ao introduzirem alimentos ricos em açúcar e gordura na alimentação de ratos de laboratório. Com a nova dieta, a quantidade de bactérias localizada no intestino dos animais aumentou, enquanto a de nutrientes diminuiu. O resultado disso foi o aparecimento de inflamações que atingiram as células nervosas responsáveis por 'avisar' ao cérebro que estamos satisfeitos com o que comemos.

“O cérebro é alterado pela ingestão de alimentos não saudáveis. Isso induz a uma inflamação nas regiões do cérebro responsáveis pelo comportamento alimentar, o que pode alterar a sinalização de saciedade”, explicou Krzysztof Czaja, professor de neuroanatomia da Faculdade de Medicina da Universidade da Georgia.

“Quando começamos a alimentar os ratos com uma dieta diferente, houve um efeito imediato. De repente, diferentes nutrientes estavam a deixar o microambiente no intestino e algumas bactérias começaram a surgir em demasia. Algumas bactérias sensíveis começaram a morrer e a desaparecer. Essa mudança significativa no microambiente intestinal desencadeou uma cascata de situações que levam a esse aumento da população de bactérias”, completa.

De acordo com Czaja, o corpo humano ainda não se adaptou à dieta industrializada, já que há poucas décadas comíamos mais alimentos integrais derivados de fontes naturais. No entanto, neste processo, há a hipótese de algumas pessoas permanecerem durante anos a comer mal sem se sentirem doentes, ao passo que outras podem ter problemas de saúde mais facilmente.

O estudo não conseguiu concluir se a mudança na resposta à saciedade é permanente ou reversível à medida que os ratos voltem a alimentar-se corretamente. Esta experiência será realizada numa nova etapa da pesquisa.

Food and Drug Administration
O estatuto de medicamento órfão é concedido pela FDA a produtos que se destinam a tratar doenças raras, através de incentivos...

Segundo o Sapo, o composto experimental BLZ-100 da farmacêutica Blaze Bioscience recebeu o estatuto de medicamento órfão por parte do regulador de saúde norte-americano (FDA) para o tratamento de tumores do cérebro.

Heather Franklin, CEO da Blaze Bioscience, reforça que "as melhorias na cirurgia de cancro do cérebro representam uma das maiores necessidades médicas não atendidas para adultos e crianças com cancro no cérebro", motivo pelo qual esta decisão foi tão bem recebida pela farmacêutica que considera que esta se assume como um forte estímulo para poder atender às necessidades destes doentes.

De momento, a farmacêutica está a registar pacientes adultos e pediátricos com cancro no cérebro num ensaio clínico de Fase 1, com o objetivo de “avançar rapidamente com o desenvolvimento do BLZ-100”, para o qual conta com o apoio dos programas da FDA, revelou ainda Heather Franklin.

O estatuto de medicamento órfão é concedido pela FDA a produtos que se destinam a tratar doenças raras, através de incentivos aos fabricantes de medicamentos ou produtos biológicos.

Infarmed
A Agência Europeia do Medicamento iniciou a revisão de segurança das vacinas contra o papiloma vírus humano. Esta revisão tem...

Em Portugal, encontram-se comercializadas as vacinas Cervarix e Gardasil, indicadas na prevenção das doenças causadas pela infeção por papiloma vírus humano (HPV), como o cancro do colo do útero e outras complicações.

A vacina contra o HPV pertence ao Plano Nacional de Vacinação desde 2008.

Em todo o mundo, estas vacinas já foram utilizadas por cerca de 72 milhões de pessoas.

Esta revisão de segurança vai analisar os dados sobre duas condições que, apesar de raras, têm sido notificadas após a vacinação, mas que também podem ocorrer em indivíduos não vacinados: síndrome de dor regional complexa (SDRC) e síndrome de taquicardia ortostática postural (STOP).

Em Portugal, não há casos notificados destas síndromes após esta vacinação.

A revisão, realizada pelo Comité de Gestão do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia do Medicamento (EMA), visa caracterizar a frequência de ocorrência de SDRC e STOP após a vacinação, identificar alguma relação causal ou grupos de doentes com risco acrescido.

Até que esteja concluída a avaliação de todos os dados disponíveis, os doentes devem continuar a ser vacinados de acordo com o previsto no Plano Nacional de Vacinação e com as recomendações do seu médico.

A EMA e o Infarmed continuarão a acompanhar e a divulgar todas as informações pertinentes relativas a esta matéria.

Infarmed
A empresa Hikma Farmacêutica (Portugal), S.A. irá proceder à recolha voluntária do lote nº 418061, com a validade 04/2017, do...

Esta recolha deve-se à deteção de um resultado fora das especificações aprovadas no parâmetro “soma das impurezas desconhecidas”, durante os estudos de estabilidade de rotina após 12 meses.

Assim, o Infarmed determina a suspensão imediata da comercialização deste lote.

Atendendo a que este medicamento é utilizado apenas em meio hospitalar, as entidades que disponham deste lote não o poderão vender ou administrar, devendo proceder à sua devolução.

Patient Innovation
Uma plataforma portuguesa de partilha de ideias - algumas muito simples -, que simplificam a vida de pessoas afetadas por...

Em 16 meses, a plataforma portuguesa Patient Innovation (Doentes Inovadores) analisou e avaliou 300 inovações, vindas de 30 países, sendo os principais contribuidores oriundos dos Estados Unidos, de Portugal, do Reino Unido, da Austrália e do Brasil.

Um dos seis distinguidos, entre os que conceberam essas três centenas de soluções, é a portuguesa Joaquina Teixeira, mãe de uma criança com Síndrome de Angelman, que afeta o desenvolvimento motor, que conseguiu fazer com que o seu filho começasse a andar, ao espalhar balões coloridos pela casa.

O exemplo é citado por um dos responsáveis da plataforma, Pedro Oliveira, do Programa Avançado de Empreende­dorismo e Gestão da Inovação da Católica–Lisboa, que desenvolveu a Patient Innovation com a participação da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, do Massachusetts Institute of Technology - MIT Sloan School of Management e da Carnegie Melon University, dos Estados Unidos.

Pedro Oliveira explicou à agência Lusa que, "quando é suposto estas crianças [com Síndrome de Angelman] começarem a andar, não têm massa muscular para o fazer". Joaquina Teixeira não conseguia, por isso, que o filho se levantasse, começasse a andar ou sequer a gatinhar e, numa festa, surpreendeu-se com o entusiasmo da criança com os balões coloridos cheios de hélio, que flutuavam no ar: saltava para apanhar as bolas de cores.

Joaquina Teixeira adquiriu então muitos balões de diferentes cores, espalhou-os pela casa e, pouco tempo depois, o filho começou a andar, relata Pedro Oliveira, apontando este como um exemplo da simplicidade de algumas soluções encontradas na plataforma "online", lançada em fevereiro de 2014.

Entre os outros premiados na categoria de cuidadores está "uma senhora de Israel, que já fez 14 inovações - tem um filho com paralisia cerebral e fez umas sapatas grandes", que ficam presas a um adulto, permitindo à criança fazer o movimento de andar.

Um artista norte-americano de teatro, também distinguido, produziu uma mão mecânica. A ideia chegou através da internet até um sul-africano que tinha perdido alguns dedos, num acidente na sua oficina. E a solução, mais barata do que uma prótese, já foi adotada por 1.500 pessoas de todo o mundo.

Entre os doentes inovadores está também um cidadão britânico, engenheiro mecânico, com um problema na aorta, que desenhou um suporte para colocar à volta da artéria e conferir-lhe uma maior resistência, trabalhando em conjunto com os médicos, na solução que propunha. "Salvou a vida dele e de 52 outras pessoas que até hoje receberam o mesmo suporte aórtico", salientou Pedro Oliveira.

"Uma jornalista norte-americana, que teve cancro da mama e fez mastectomia, desenvolveu uma 'tshirt' 'super sofisticada', para poder tomar banho depois da operação", prosseguiu o responsável da plataforma e professor da Universidade Católica, recordando ainda um canadiano com fibrose quística que concebeu uma máquina para limpar os pulmões.

O sítio da plataforma na internet convida as pessoas a registar-se e a partilhar a solução que encontrou. A proposta é depois avaliada por uma equipa médica, liderada pela professora Helena Canhão, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, antes de ser aprovada e ficar disponível "online".

A ideia surgiu quando "descobrimos que há uma quantidade enorme de doentes que fizeram soluções fantásticas para os ajudar" a lidar com as suas condições de vida, e "um enorme potencial nas coisas que faziam, mas não havia espaço para partilharem estas soluções", explicou Pedro Oliveira à Lusa.

Depois, "começámos a ter apoios completamente inesperados e temos um conselho consultivo com dois prémios Nobel" - o Nobel da Medicina Richard Roberts e o da Quimica Aaron Ciechanover - e outros especialistas, nacionais e internacionais, como aquele cientista que "tem mais patentes" registadas em todo o mundo, realçou Pedro Oliveira.

O projeto já foi destacado no âmbito do Harvard Health Acceleration Challenge, organização conjunta das faculdades de Medicina e de Economia e Negócios de Harvard, entre mais de 400 projetos a nível mundial.

A entrega dos prémios aos seis distinguidos pela Patient Innovation, realiza-se hoje, em Lisboa, em associação com "a melhor conferência de inovação aberta e de utilizador do mundo", como destaca Pedro Oliveira, referindo-se à Open and User Innovation Society Meeting (OUI), a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian.

A 13ª edição da conferência, que habitualmente se realiza nas grandes universidades dos Estados Unidos, tem lugar em Portugal, pela primeira vez, e reúne cerca de 200 especialistas, académicos, representantes de empresas e investigadores de várias áreas do conhecimento, que vão do diretor de inovação da NASA, ao comissário europeu para a Investigação, a Ciência e a Inovação, Carlos Moedas.

Alunos propõem
O concurso FAQtos, para alunos do ensino secundário, recebeu candidaturas com trabalhos sobre comportamento dos estudantes em...

O prémio enquadra-se no projeto FAQtos, desenvolvido pelo INOV-INESC, e é um concurso lançado para todas as escolas de ensino secundário, público e privado, visando o conhecimento acerca do impacto da radiação eletromagnética emitida por sistemas de comunicações na saúde e ambiente, e este ano o tema é "Agarra a Onda RF" (radio frequência).

"Os temas têm sido muito variados e os trabalhos excecionais. Tivemos 58 candidaturas, mais do que costume, felizmente", abrangendo áreas como física, informática, biologia, português ou matemática, e foi constituído um júri com professores do ensino secundário", explicou o coordenador do projeto, Luís Correia.

As candidaturas recebidas, em maior número do que as 51 de 2014, correspondem a um total de 214 alunos e 41 professores orientadores de 37 escolas secundárias de 13 distritos e das duas regiões autónomas.

Os alunos que realizaram os 10 melhores trabalhos, vindos de todo o país, desde Lisboa, Porto, Aveiro, Madeira ou Açores, vão hoje apresentá-los perante o júri que seleciona três - aqueles a receber prémios entre 500 e 1.500 euros, assim como bilhetes para festivais de verão.

Os professores orientadores dos projetos vencedores e as respetivas escolas também recebem prémios.

Luís Correia avançou que os trabalhos candidatos incluem desde páginas ou portais na internet sobre as radio frequências ou vídeos sobre temas como a história das telecomunicações nos Açores ou o estudo do comportamento dos estudantes em relação ao telemóvel.

"Temos uns óculos para possibilitar a pessoas cegas detetar obstáculos, um outro [trabalho] é uma pulseira para medir a poluição do ar e outros estudaram os efeitos das radiações nos animais, com experiências com ratinhos. Outros ainda [estudaram] os efeitos em plantas", continuou o investigador do INOV-INESC e professor do Instituto Superior Técnico.

O objetivo do concurso é motivar os alunos para este tipo de trabalhos pois, "infelizmente, não há muitos concursos a nível nacional para estudantes do ensino secundário, faz com que olhem para a questão das radio frequências de uma maneira que não é exclusivamente aquela do faz bem ou faz mal, como a [radiação] dos telemóveis", defendeu.

Trata-se, acrescentou, de "olhar de um ponto de vista global, com uma visão alargada do que são as radio frequências e as telecomunicações em geral".

No caso dos telemóveis, por exemplo, as radiações "não fazem mal porque os valores são muito baixos, mas as radiações de um forno microondas, lá dentro, fazem mal", clarificou.

O projeto "contribui de facto para desmistificar e criar maior conhecimento nesta área", resumiu Luís Correia.

ONU
Os países da África Ocidental mais afetados pela epidemia de Ébola – Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri – receberam promessas...

Estes são “números preliminares” relativos a novos fundos, que elevam o total prometido por países dadores para 5,18 mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros), especificou a administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Helen Clark.

“É um resultado muito encorajador”, estimou.

“O esforço de recuperação (dos países afetados pelo Ébola) teve uma partida prometedora”, declarou à imprensa depois de realizada a conferência de dadores na sede da Organização das Nações Unidas.

Os três países esperavam recolher na sexta-feira 3,2 mil milhões de dólares para financiar os seus programas nacionais de recuperação, para além de outros quatro mil milhões aplicados em projetos regionais.

Estes fundos devem cobrir as necessidades por um período inicial de dois anos.

A epidemia causou mais de 11 mil mortos desde o final de 2013, na sua maioria nestes três países, e desorganizou os seus sistemas de saúde, destruiu as suas economias e afugentou os investidores.

Faixas etárias dos 15 e 18 anos
Os resultados dos novos estudos de prevalência das doenças orais entre crianças e jovens até aos 24 anos comprovam uma...

A gravidade da cárie dentária na dentição permanente aos 15 e aos 18 anos tem vindo a diminuir consistentemente desde o ano 2000.

Aos 18 anos, os níveis de doença, medidos através do índice CPO – número de dentes cariados e extraídos por doente revelam uma quebra de 4,7 para 2,5. A percentagem de jovens com pelo menos um selante em dentição permanente, aumentou de apenas 19,8% para 29,3%.

O número de jovens com 15 e 18 anos com gengivas saudáveis praticamente duplicou de 21,1% para 41,8%, confirmando a importância que cada vez mais é dada à higiene oral, pois 96% dos jovens de 18 anos referem escovar os dentes todos os dias.

Já em março, os dados revelados sobre as crianças de seis e 12 anos mostravam uma redução da prevalência das doenças orais. Aos seis anos, 79% das crianças afirma escovar os dentes todos os dias, aos 12 anos são quase 90%

Para o secretário-geral da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Paulo Melo, “esta melhoria que se tem verificado na saúde oral dos portugueses mais jovens deve-se a três fatores. Em primeiro lugar, a existência de um programa público de saúde oral que inclui o cheque dentista e permite que os mais jovens sejam acompanhados regularmente por médicos dentistas. Em segundo lugar porque esse programa permite ensinar a prevenir as doenças orais e introduzindo o hábito de escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia e permite também que estes jovens sejam tratados quando a doença ainda está no seu início. Depois, este estudo comprova a importância do papel dos médicos dentistas portugueses na saúde oral dos jovens portugueses e que estão no caminho certo no ensinamento dos cuidados preventivos e no tratamento dos casos de doença”.

Face a estes bons resultados, Paulo Melo considera “que deve ser estudado um alargamento do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral por forma a abranger mais faixas carenciadas da população. As consultas de medicina dentária são praticamente inexistente no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e é por isso imperativo criar condições para que todos os portugueses tenham acesso a cuidados de saúde oral. Seja com a integração de médicos dentistas nos hospitais públicos e centros de saúde, seja através de convenções entre o Estado e os consultórios e clínicas privadas”.

Os dados sobre a prevalência de doenças orais integram o relatório apresentado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) ‘A Saúde dos Portugueses - Perspetiva 2015’ que evidencia a necessidade de haver uma abordagem, integrada, com as várias especialidades da medicina, na prevenção e tratamento das doenças que mais atingem os portugueses.

O relatório da DGS concluiu que a má alimentação é o fator que rouba mais anos de vida saudável aos portugueses, e como sublinha o secretário-geral da OMD “é também o principal fator de risco, a par do tabaco, para a saúde oral. O médico dentista pode desempenhar um papel decisivo já que as nossas bocas refletem exatamente os alimentos que ingerimos com perigos graves para doenças como a diabetes e as cardiovasculares, que condicionam especialmente a saúde oral e também são condicionadas pelas doenças orais. Há aqui um trabalho de promoção da saúde em geral que a saúde oral pode e deve desempenhar, dando um contributo muito importante para prolongar a vida, e sobretudo a qualidade de vida, dos portugueses”. 

Sindicato Independente dos Médicos
O Sindicato Independente dos Médicos considerou importantes todas as iniciativas para colocar mais clínicos no sistema,...

Em declarações, o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Paulo Roque da Cunha, comentou desta forma a informação avançada na quinta-feira pela Administração Central do Sistema de Saúde, segundo a qual foi concluído o processo de avaliação de 51 novos médicos de família, que serão distribuídos por 23 agrupamentos dos centros de saúde de todo o país.

Os concursos, para o SIM, são importantes para a consolidação da carreira, quer ao nível da contratação, quer da progressão profissional.

O dirigente do SIM considerou que a medida agora anunciada “mitiga a grande falta de recursos médicos”, que resultou das restrições ao acesso à formação académica na última década e meia.

“O princípio que foi retomado há três anos, de contratação médica por concurso, é fundamental para a solidificação da carreira médica, defendeu.

Roque da Cunha salientou que, “além dos concursos que existem para a saída de especialistas (dois por ano), é também importante os concursos a que pode concorrer toda a gente, já que, não havendo restrições, haverá maior possibilidade de mobilidade dos próprios médicos”.

Contactada, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) indicou que a estrutura terá uma reunião, na qual este tema será abordado, pelo que remeteu para depois uma posição.

Segundo a informação oficial divulgada na quinta-feira, a entrada em funções destes profissionais permitirá “reforçar a cobertura em médicos de família, com mais 1.900 utentes por médico que venha a ser contratado pelas administrações regionais de saúde”.

Tribunal de Contas
As administrações regionais de saúde do Centro e Alentejo aumentaram os pagamentos em atraso em 2013, não cumprindo o “objetivo...

Esta é uma das principais conclusões de uma auditoria do Tribunal de Contas, cujo relatório foi divulgado e que foi realizada para verificar o impacto da lei dos compromissos e pagamentos em atraso nas administrações regionais de saúde (ARS).

A lei dos compromissos surgiu na sequência do programa de assistência financeira a Portugal e veio estabelecer regras aplicáveis a entidades públicas no que se refere a pagamentos em atraso e assunção de compromissos financeiros, com o objetivo de assegurar maior controlo e disciplina orçamental.

Segundo o relatório do Tribunal de Contas, os pagamentos em atraso nas administrações regionais de saúde ascenderam a 44,5 milhões de euros no final de 2013, ainda assim registando um decréscimo de 47% face ao verificado em 2012.

Contudo, as ARS do Centro e do Alentejo aumentaram os pagamentos em atraso de 2012 para 2013 em 3,4 milhões de euros e 0,6 milhões de euros respetivamente, “não cumprindo o objetivo fundamental” da lei dos compromissos de não aumentar os pagamentos em atraso.

Em termos percentuais, a ARS do Centro aumentou em 25% os pagamentos em atraso, enquanto a do Alentejo subiu 590%.

Na globalidade, o subsetor da saúde era o que apresentava um maior volume de pagamentos em atraso no fim de 2011 (1.991 milhões de euros), representando 37,8% do total nacional.

No final de 2013, este subsetor da saúde conseguiu uma redução de 57,5% dos pagamentos em atraso face a 2011.

O montante de pagamentos em atraso passou a ser, no final de 2013, de 847 milhões de euros, continuando ainda assim a representar 37% do total nacional.

Estudo revela
Conhecido por causar cancro e doenças cardiovasculares, os cigarros podem afinal aumentar também o risco de transtornos...

Uma "associação" estatística entre o consumo (passivo ou ativo) de tabaco e a ocorrência de psicoses, em especial de origem esquizofrénica, já tinha sido descoberta em estudos anteriores, lembram os investigadores europeus que assinam este novo trabalho.

No entanto, segundo o Sapo, este estudo adianta que as pessoas com transtornos psiquiátricos graves são significativamente mais propensas ao vício do tabaco, com taxas de tabagismo entre os doentes psiquiátricos três vezes maiores do que na população em geral.

Mas as razões pelas quais as pessoas com psicose são mais propensas a fumar do que o resto da população são ainda desconhecidas, lê-se no artigo.

Várias teorias têm sido colocadas, porém há uma que de destaca: o cigarro pode ajudar a compensar os efeitos secundários dos medicamentos nos níveis da dopamina, um neurotransmissor associado ao mecanismo de recompensa.

Mas outros investigadores concentraram-se também na ideia de que o próprio cigarro "pode aumentar o risco da ocorrência destas doenças".

Este estudo agora publicado procurou especificamente testar esta hipótese e determinar se a psicose é declarada mais cedo em fumadores do que entre não-fumadores.

Tabaco bastante presente na vida dos doentes psicóticos
Deste trabalho de "meta-análise" epidemiológica (que consiste na análise de vários estudos já realizados, envolvendo um total de 14.555 fumadores e de 273.162 não-fumadores), foi extraído um resultado bastante claro.

"O consumo diário está associado a um risco aumentado de psicose e ao início mais precoce dos transtornos e surtos psicóticos", escreveram os autores do artigo, Pedro Gurillo, do hospital de Torrevieja, no leste da Espanha, e Sameer Jauhar, do King's College de Londres.

No início da doença, os doentes são três vezes mais propensos a serem fumadores do que o resto da população.

"Embora seja sempre difícil determinar a causalidade, os nossos resultados mostram que o tabagismo deve ser seriamente considerado como um possível fator de risco no desenvolvimento de psicoses e não como uma simples consequência da doença", explicou James MacCabe, do King's College, que também colaborou no estudo.

Um "nexo de causalidade" precisa todavia ser plenamente demonstrado, mas os cientistas apontam para uma possível explicação: a dopamina.

"É possível que a exposição à nicotina aumente a liberação de dopamina, o que resulta no desenvolvimento de psicoses", já que o excesso de dopamina no corpo é uma das hipóteses para explicar a esquizofrenia, afirmou Robin Murray, da King's College.

Este estudo e outro trabalho sueco publicado recentemente sobre tabagismo e esquizofrenia, "argumentam fortemente a favor de uma relação causal entre tabagismo e esquizofrenia", avaliou ainda o psiquiatra Michael Owen, da Universidade de Cardiff, cita a agência France Presse.

Mas para Michael Bloomfield, da University College London, "ainda há muito trabalho a ser feito antes que os cientistas possam declarar com certeza que fumar realmente aumenta o risco de esquizofrenia".

Testado no Brasil
Uma nova arma contra o mosquito da dengue está a ser testada no Brasil: trata-se de uma modificação genética em mosquitos Aedes...

Mais de seis milhões de mosquitos modificados foram libertados esta semana em Piracicaba (São Paulo), e testes efetuados noutras cidades comprovam que a população do mosquito diminuirá dentro de alguns meses, diz o Diário Digital.

O controlo funciona da seguinte forma: o mosquito geneticamente modificado - popularmente conhecido como ‘Aedes aegypti amigável’ - é sempre macho. Quando uma fêmea da espécie, a responsável pela transmissão de doenças, cruza com um dos mosquitos mutantes, os genes do macho impedem que as larvas geradas pelo cruzamento se desenvolvam até à fase adulta, impedindo o crescimento da população mosquito, resultando em menos pessoas picadas e em menos doentes.

A modificação genética também “pinta” as larvas do mosquito: a versão mutante da larva do inseto fica vermelha quando exposta a luzes ultravioleta, tornando fácil saber se a modificação está a dar resultados.

O inseto modificado foi criado pela Oxitec, uma empresa britânica de controlo de insetos e doenças, e são produzidos em massa numa fábrica em Campinas (São Paulo). A empresa tem autorização para libertar os mosquitos mutantes em qualquer lugar do Brasil, e procura autorização para colocá-los à solta na Florida, nos EUA, como uma medida de prevenção da doença.

Educação parental
Um programa de educação parental desenvolvido para crianças com hiperatividade e défice de atenção está a ser dirigido em...

Numa relação onde a paralisia ocupa um papel central, os pais podem demitir-se da "imposição de regras e limites" por sentirem que a vida "já castigou demasiado o seu filho", explica Joana Lobo, psicóloga da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), instituição que, em parceria com a Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra, decidiu implementar o programa de educação parental "Anos Incríveis", que desenvolve estratégias para reduzir distúrbios em crianças com hiperatividade, défice de atenção ou agressividade.

"Porque é que estes pais precisam do programa? Porque são pais. A paralisia é uma coisa na vida, mas não é a vida", sublinha uma das coordenadoras do programa em Portugal, Filomena Gaspar, referindo que as estratégias utilizadas pretendem fazer com que o foco dos pais "não seja no que a criança não faz bem, mas no que faz bem".

Segundo a também docente da Faculdade de Psicologia, os pais precisam de "se focar no essencial e não gastar tempo no que não interessa", dando atenção positiva ao mesmo tempo que impõem limites e consequências para desobediências e birras.

Numa sala da sede da APCC, pais de 13 crianças com paralisia cerebral, dos três aos oito anos, começaram em abril a receber formação deste programa, em que se procura "acabar com a frustração e insegurança" que os progenitores possam sentir, diz à Lusa Joana Lobo.

Durante as formações, que ocorrem uma vez por semana e que são dinamizadas por investigadores da Faculdade de Psicologia, os pais põem-se no lugar dos filhos, aprendem a impor limites e a brincar, numa sala onde reina o pensamento positivo, que segue depois para casa, como conta Susana Pires, mãe da Carolina, de sete anos.

"Foco-me mais nos aspetos positivos, aproveito melhor o tempo que tenho com a Carolina, mas também percebi que estava a fazer algumas coisas bem", diz a mãe, de 25 anos, da Guarda, que nota sinais de melhoria na sua filha que diz ser "um bocadinho manipulativa".

O pouco tempo que tem com a filha, devido ao trabalho, aproveita agora "da melhor forma", refere.

"Não aproveitávamos tanto para brincar. Agora, chego a estar duas horas só a brincar", salienta Sofia Gouveia, de 39 anos, referindo que está "mais feliz".

Maria Filomena Gaspar acrescenta: "Custa menos que uma caixa de antidepressivos".

Miguel Monteiro, pai do David, de seis anos, afirma que a paralisia "é como uma tragédia que se abate" no seio da família.

"Vivemos centrados nesse problema e esquecemo-nos de que são crianças normais. O meu filho é muito acompanhado, está rodeado de técnicos, mas só tem uns pais. Não podemos esquecer a afetividade, temos de lhe dar carinho", salienta.

"É uma espécie de vacina", explica a coordenadora do programa.

A formação termina na quinta-feira e a APCC e a Faculdade de Psicologia vão realizar uma segunda fase do projeto, com outras 13 famílias da região Centro, a qual irá arrancar em outubro.

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos defendeu que é preciso melhorar as condições de contratação de clínicos reformados e travar a emigração de...

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) anunciou na quinta-feira, num comunicado, a conclusão do processo de avaliação de 51 novos médicos de família, que serão distribuídos por 23 agrupamentos dos centros de saúde de todo o país.

Porém, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, acredita que a maioria dos médicos já estaria no sistema, pelo que, na prática, não serão 51 novos médicos de família.

O Jornal de Notícias afirma que o Governo abriu concurso para contratar 115 médicos de família, frisando que apenas 51 vagas foram preenchidas e que só 16 clínicos não estavam no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De acordo com os dados oficiais, entre estes 51 médicos, seis são espanhóis, o que para José Manuel Silva demonstra também que, apesar de ter sido aberto concurso em Espanha, Portugal não oferece condições atrativas de contratação.

“Em Portugal, os médicos estão muito mal pagos”, disse o responsável pela OM.

Segundo José Manuel Silva, serão mais 1.700 a 1.800 utentes que receberão médico de família, com a medida agora anunciada, o que classificou de positivo, mas insuficiente.

“É preciso melhorar as condições de contratação de médicos reformados para permitir dar um médico de família a todos os portugueses”, defendeu, sublinhando que Portugal tem capacidade para cumprir este objetivo.

O sistema precisa de mais 700 médicos de família, frisou José Manuel Silva, referindo que só nos últimos cinco anos reformaram-se 1.500 profissionais, “a esmagadora maioria antecipadamente”, com cerca de 60 anos de idade.

“Se lhes oferecessem condições minimamente dignas, não se importariam de voltar a trabalhar durante dois, três ou quatro anos”, o "tempo necessário para entrarem em funções novos médicos de família para preencher todo o país", argumentou.

Atualmente, "há quase 2.000 novos médicos de família a tirar a especialidade”, declarou o bastonário.

“As necessidades estão garantidas no curto prazo, era preciso que durante esta fase de transição, o ministério adotasse medidas suficientes para garantir aquela que foi a única promessa do ministro [da Saúde] e que, por este andar, não vai ser cumprida – dar um médico de família a todos os portugueses”, criticou.

José Manuel Silva reiterou que é possível dar um médico de família a todos os portugueses até ao fim da legislatura.

“Algumas dezenas de jovens médicos de família estão a emigrar e não é por falta de emprego em Portugal, é por falta de condições dignas”, lamentou.

A Administração Central do Sistema de Saúde anunciou que os candidatos selecionados vão iniciar funções “muito proximamente”, mas sem adiantar uma data concreta, até porque cabe às ARS celebrar ainda os respetivos contratos de trabalho.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra comemora aniversário de projeto com uma atividade dedicada aos pais e mães que...

Para cima de uma centena de participantes (mães e casais) já frequentou o projeto “Terna Aventura”, que amanhã (sábado, dia 11 de julho) comemora cinco anos de sessões de preparação para o parto e parentalidade, mas também de acompanhamento haptonómico pré e pós-natal e, ainda, de recuperação pós-parto e cuidados ao recém-nascido.

É com um “Encontro de casais”, para o qual também são convidados os filhos que entretanto nasceram, que a equipa da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) que dinamiza o “Terna Aventura” pretende assinalar este aniversário, a partir das 16h00, no Polo B da instituição, em S. Martinho do Bispo.

Do programa consta a realização de dois workshops para grávidas/casais (a partir das 16h30) – um sobre “A alimentação diversificada do bebé – Hábitos saudáveis” e outro sobre “Criopreservação de células estaminais do cordão umbilical” –, bem como de uma mesa-redonda (pelas 17h30) que revisitará alguns dos mais marcantes momentos do projeto, fazendo um balanço dos seus principais resultados.

E “o balanço, sem dúvida, é positivo”, para os responsáveis deste projeto, que se tem “mantido sempre com o objetivo de complementar a formação de enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, criando as condições necessárias ao desenvolvimento de competências nesta área”.

Neste momento, o “Terna Aventura” está “a apoiar a atualização de conhecimentos de enfermeiras especialistas que pretendem implementar e desenvolver projetos de preparação para o parto e parentalidade e de recuperação pós-parto nos seus locais de trabalho”.

O projeto tem, ainda, ajudado a complementar a oferta existente nas unidades de saúde, que ainda não conseguem dar uma resposta cabal à procura existente por parte da população.

Por outro lado, “tem sido possível inovar nas estratégias, usando o conhecimento mais atual na área. A haptonomia tem sido uma experiência inovadora bem aceite pelos casais que a procuram, com profissionais que são reconhecidas pelo Centro Internacional de Investigação e Desenvolvimento da Haptonomia”, prossegue a equipa do “Terna Aventura”.

Quanto à avaliação que é feita pelos casais, estes revelam tratar-se de “uma experiência positiva, que os ajuda a viver a gravidez de forma mais saudável e a sentirem-se mais preparados para enfrentarem a experiência do nascimento”, concluem os responsáveis pelo projeto.

No domínio da investigação, o “Terna Aventura” integra um dos projetos estruturantes da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), acolhida na ESEnfC.

Integram a equipa do projeto o “Terna Aventura” as professoras Rosa Maria Santos Moreira, Teresa Maria de Campos Silva, Ana Maria Poço dos Santos, Ana Bela de Jesus Roldão Caetano, Júlia Maria das Neves Carvalho e Isabel Margarida Marques Monteiro Dias Mendes.

Um projeto com três programas
O projeto “Terna Aventura” começou por compreender dois programas: um de “Preparação para o Parto e Parentalidade” (dirigido a grávidas/casais a partir das 28 semanas de gestação, é composto por exercícios que promovem o relaxamento, o autocontrolo e ajudam a grávida/casal a preparar-se para o trabalho de parto); o outro de “Acompanhamento Haptonómico Pré e Pós-Natal” (com início entre as 16 e 28 semanas de gestação, decorre em sessões individuais com o casal, onde a mãe e o pai aprendem a contactar afetivamente com o seu filho, e em que o pai tem uma participação ativa e fundamental durante todas as sessões).

Desde 2015 que existe um novo programa, de “Recuperação Pós-parto e Cuidados ao Recém-nascido” (aborda questões como a promoção da recuperação física da mulher após o parto, a reorganização da vida conjugal e afetiva do casal, a amamentação e prevenção de complicações, a alimentação, sono e repouso do bebé e da mãe, a vigilância de saúde infantil e a segurança e prevenção de acidentes).

As sessões decorrem na ESEnfC - Polo B (Rua 5 de Outubro, junto ao Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, em S. Martinho do Bispo).

As inscrições, neste momento encerradas para alguns programas, são feitas por telefone (927 501 116 ou 962 659 147), ou por correio eletrónico ([email protected] – neste caso deve ser indicado nome e contacto telefónico).

Páginas