Conheça as principais:
As principais doenças hematológicas na terceira idade são a anemia, as hemorragias, as leucopenias,
Idoso internado com soro em cama de hospital

As doenças hematológicas são aquelas que afectam o sangue e os elementos figurados do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, mas também os órgãos onde o sangue é produzido - medula óssea, gânglios linfáticos e baço.

Uma das principais funções do sangue é, através dos glóbulos vermelhos transportar oxigénio dos pulmões para os tecidos e "retirar” o dioxido de carbono dos tecidos para ser eliminado pelos pulmões. Através dos seus glóbulos brancos participa activamente da defesa do organismo, contra as infecções. Para além disso, outras funções do sangue é conter as proteínas que regulam o sangramento e, também, transportar os anticorpos, nutrientes, açúcar, gorduras, vitaminas e sais minerais.

O exame hematológico que permite identificar as inúmeras doenças do sangue é o hemograma, um exame que estuda as células do sangue e permite identificar as enfermidades, como a anemia, a leucemia, ou mesmo, as infecções e doenças alérgicas.

Anemia

A anemia é a diminuição do número e/ou da produção de glóbulos vermelhos ou de seu conteúdo (hemoglobina) ou ainda quando há destruição exagerada. A principal causa de anemia é a deficiência de ferro (anemia ferropénica), substância básica na formação da hemoglobina. Pode também ocorrer na deficiência de vitamina B12, de cobre e de zinco e é também uma grave consequência da desnutrição.

Na terceira idade a anemia é de extrema importância embora seja muitas vezes subdiagnosticada ou quando diagnosticada mal orientada.

A perda contínua e discreta de sangue pelas fezes (devida a um tumor intestinal silencioso, por exemplo) pode levar à anemia com poucas manifestações clínicas porque surge lentamente. O mesmo pode ocorrer na perda sanguínea vaginal continuada (mioma uterino, por exemplo).

A anemia na terceira idade está com frequência está relacionada a tumores, mas pode também ser devida a erros alimentares. Dietas pobres em ferro e em vegetais podem ser causa da anemia. Por outro lado, situações em que há má absorção de alimentos (doenças do estômago, por exemplo) também podem levar a anemia por deficiência de vitamina B12.

A deficiência de vitamina C pode também ser uma causa de anemia na terceira idade e é favorecida pelo alcoolismo, bem como a doença renal e os distúrbios da tiróide.

Por outro lado, são várias as classes de medicamentos que podem provocar a anemia.

As manifestações da anemia são variáveis e podem ser ligeiras, sem graves consequências, ou podem ocorrer manifestações cardíacas, vasculares e pulmonares. Contudo, a fadiga e falta de disposição são os sintomas mais frequentes. Há também emagrecimento e palidez.

O diagnóstico da anemia é feito através do hemograma, onde se observa diminuição na taxa de hemoglobina. A dosagem de ferro no sangue e a pesquisa de sangue oculto nas fezes também fazem parte do estudo da anemia. Algumas vezes há necessidade de se examinar a medula óssea, local formador das células componentes do sangue.

O tratamento correcto da anemia deve basear-se no diagnóstico, ou seja, que tenha em conta a causa exacta. No entanto, é frequente o tratamento inespecífico da anemia com a utilização de complexos vitamínicos sem qualquer critério. Em certas situações deve ser feita a reposição de ferro, ácido fólico ou vitamina B12. Noutros casos, mais graves, há necessidade de transfusão de sangue.

Hemorragias

São várias as situações que podem levar a hemorragias, desde simples doenças vasculares cutâneas (púrpuras) até graves distúrbios da coagulação do sangue. A hemofilia, a leucemia e inúmeras doenças como o cancro e infecções graves podem evoluir com hemorragias, principalmente entre a população idosa.

Também a deficiência de vitaminas C e K são também causas de hemorragia. A aspirina (ácido acetil-salicílico) pode levar a hemorragias em pessoas que já apresentem tendência a sangramentos. Certos antibióticos derivados da penicilina também podem aumentar a tendência de hemorragia.

Nesta faixa etária também é comum o aparecimento de manchas de sangue (ou púrpuras) nos braços e mãos e ocorrer hemorragia nasal. É um processo benigno denominado púrpura senil. É uma manifestação da pele que acontece devido à fragilidade dos vasos sanguíneos da derme, facto decorrente, entre outros factores, devido ao envelhecimento do organismo. Este tipo de problema acontece quando os idosos sofrem alguma pequena lesão, como batidas, apertões ou até mesmo a comichão. O resultado é uma região da pele avermelhada ou arroxeada, conforme a quantidade de vasos rompidos.

O aspecto pode assustar e causar a impressão de um grande trauma à pele, mas na realidade trata-se apenas de uma mancha passageira, que em até 15 dias, em média, desaparece. Este tipo de manifestação pode ocorrer em qualquer região do corpo, mas é mais comum em braços e pernas. O tamanho também irá variar de acordo com a extensão da lesão. As manchas da púrpura senil são indolores, não dão comichão e não modificam a superfície da pele. Apesar de surgirem após pequenos traumas na pele, as manchas avermelhadas da púrpura senil não devem ser confundidas com hematomas.

Leucopenia

A leucopenia é a diminuição de glóbulos brancos, ou leucócitos, abaixo da sua concentração normal no sangue, situação que provoca uma diminuição das defesas orgânicas contra as infecções.

Fala-se de leucopenia quando a concentração de leucócitos é inferior ao seu limite mínimo normal, ou seja, a cerca de 4 mil por milímetro cúbico de sangue. Todavia, é possível distinguir vários tipos específicos de leucopenia, de diferente significado, consoante o tipo de glóbulos brancos cujo número diminui:

Neutropenia

Situação que corresponde a uma diminuição do número de granulócitos neutrófilos presentes no sangue. De acordo com a intensidade da diminuição de concentração destas células, fala-se de neutropenia ligeira, de neutropenia moderada e de neutropenia grave. O total desaparecimento dos neutrófilos no sangue denomina-se agranulocitose, uma situação muito grave, pois implica uma extrema sensibilidade às infecções bacterianas.

Eosinopenia

Corresponde à diminuição do número de granulócitos eosinófilos presentes no sangue, por vezes ao seu total desaparecimento, tal como acontece caracteristicamente na fase aguda de algumas infecções (febre tifóide, brucelose) e também ao longo do tratamento com determinados fármacos, em especial os corticosteróides.

Basopenia

Consiste na diminuição do número de granulócitos basófilos presentes no sangue, como acontece em determinadas doenças endócrinas (síndrome de Cushing, hipertiroidismo) e também ao longo do tratamento com medicamentos antitiróideos e determinados anticoagulantes (heparina).

Linfopenia

Corresponde a uma diminuição significativa do número de linfócitos presentes no sangue ou da sua relativa relação com o resto dos glóbulos brancos. Esta situação observa-se de forma passageira no período inicial de quase todas as infecções agudas (como determinadas pneumonias), após tratamentos com fármacos citostáticos (anticancerosos) e após sessões de radioterapia, enquanto se estabelece de forma mais persistente ao longo de determinadas doenças infecciosas (como a tuberculose), em determinadas doenças auto-imunes (como o lúpus eritematoso disseminado), na doença de Hodgkin, em algumas formas de imunodependência hereditária e na anemia aplásica.

Monocitopenia

Consiste numa redução significativa do número de monócitos presentes no sangue ou da sua relativa relação com o resto dos glóbulos brancos em determinadas formas de leucemia, durante o tratamento com glucocorticóides e na anemia aplásica.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Instituto Português do Sangue e Transplantação
O Instituto Português do Sangue alertou para a quebra de dádivas de sangue devido ao alarme na opinião pública relacionado com...

Ouvido na Comissão de Saúde, para prestar informação e esclarecimentos na sequência das medidas tomadas para aumentar o aproveitamento de plasma em Portugal, o presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), Hélder Trindade, mostrou-se preocupado com o alarme lançado na opinião pública por causa de notícias na comunicação social relacionadas com o desperdício de plasma e consequente diminuição de dádivas.

Esta preocupação assume proporções mais gravosas para o responsável pelo facto de se estar a entrar no verão, época de habitual redução do número de dádivas.

A título de exemplo, citou os dados mais recentes, relativos a terça-feira, segundo os quais estavam previstas 817 inscrições, mas houve apenas 728 inscrições efetivas, das quais, resultaram pouco mais de 500 colheitas.

“Toda esta campanha, vejo-a com enormíssima preocupação, porque vai influenciar de forma negativa a opinião pública e os dadores, sobretudo num altura complicada em que está a iniciar-se o verão”, alertou.

Hélder Trindade lamentou ainda ver instituto enredado numa “teia” por causa do desperdício de plasma, um problema que existe em Portugal há vários anos e que só conheceu um real avanço desde que está à frente do IPST.

“Há um trabalho de três anos que nunca tinha sido feito para chegarmos onde chegámos. Temos feito um trabalho o mais correto e o mais célere possível, para termos plasma inativado português [desde final de 2014], algo nunca feito até agora e vemo-nos enrolados nesta teia”, afirmou, acrescentando: “estamos a falar de plasma, plasma, plasma, mas o que é preciso todos os dias é de sangue e plaquetas”.

Instituto Português do Sangue e Transplantação
O presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação anunciou que há uma verba de cinco milhões de euros para o...

Hélder Trindade falava aos deputados da Comissão Parlamentar da Saúde sobre o ponto da situação do aproveitamento do plasma português no país.

Segundo o responsável, o concurso para fracionar o plasma (programa que permitirá a transformação deste produto em medicamentos) está a decorrer.

“As firmas, os peritos vão entregar os dossiers a explicar o que vão fazer”, designadamente explicar se têm inativação, que tipo ou se é seguro”, disse.

Perante o “diálogo concorrencial”, o júri reúne-se e já sabe o que a indústria tem para oferecer, acrescentou, considerando que este processo está a ser “absolutamente transparente e diferente de tudo o que foi feito até agora”.

Segundo Hélder Trindade, este programa completa o trabalho que o instituto fez ao longo dos últimos anos, seguindo-se à inativação do plasma português para transfusões, que já é feita desde o final de 2014.

Faltava ainda o tratamento do plasma remanescente como matéria-prima para a produção de medicamentos derivados do plasma, para o que foi lançado um concurso que está a correr, do qual deverá resultar a empresa que irá fracionar o plasma, a começar pelos 30 mil litros que o IPST tem colhidos e conservados.

No entanto, “se se chegar a setembro e as empresas começarem a fazer perguntas e perguntas com má fé, não vamos cumprir prazos”, alertou.

“O que nós vamos pedir é: para rentabilizar ao máximo o plasma que temos, o que é que nos vão dar?”, sublinhou.

Trata-se de 120 mil unidades, que irão dar 30 mil litros, é o mínimo para que o plasma dê mais valias, disse.

“Quanto maior a quantidade que eu der para fracionar, mais barato me sairá”, acrescentou.

Hélder Trindade referiu ainda que o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) enviou ofícios aos hospitais a saber quanto é que gastam de plasma inativado e que nem todos responderam, mas o número final “foi qualquer coisa como 10 mil unidades”.

Entretanto, o Bloco de Esquerda requereu hoje a audição do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Cunha Ribeiro, sobre a “inutilização do plasma em Portugal”, pedido que foi chumbado pelos partidos da maioria (PSD e CDS).

“Atendendo à gravidade das notícias que têm vindo a público, o Bloco de Esquerda entende que, em nome da transparência e do esclarecimento cabal desta situação, se deve ouvir, no âmbito deste processo, o presidente da ARSLVT, Luís Cunha Ribeiro”, lê-se no requerimento do BE.

Para o Bloco, este chumbo impede “que sejam prestados os esclarecimentos necessários sobre a questão da utilização de plasma em Portugal”.

Especialista afirma
O antigo responsável pelo serviço nacional de saúde inglês Nigel Crisp considera que “não existe margem” para aumentar as taxas...

Num artigo intitulado o “Futuro do Sistema de Saúde Português”, publicado na revista Ata Médica Portuguesa, Nigel Crisp afirma que “não existe margem para aumentar as taxas moderadoras, uma vez que os pagamentos não comparticipados (franquias ou taxas moderadoras) – aqueles que não são reembolsados pelo seguro ou pelo SNS – são muito elevados em Portugal, ascendendo a 27% do total de gastos com a saúde”.

De igual modo, o especialista considera que “existe uma escassa margem para um aumento dos impostos”, exceto no que se refere aos impostos sobre o tabaco, o álcool e outros produtos nocivos para a saúde.

Esta situação significa que “é necessário acentuar a importância decisiva da gestão de custos, reduzindo desperdícios e duplicações, reformulando serviços e melhorando a relação qualidade/preço”, defende Nigel Crisp, que presidiu à comissão que elaborou o Relatório o Futuro da Saúde em Portugal, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian.

Para o especialista, que esteve dois anos em Portugal a estudar o sistema de saúde português, o futuro do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “irá certamente depender da natureza dos problemas de saúde que o país terá que enfrentar”.

“O sistema de saúde português apresenta consideráveis mais-valias e um impressionante historial de sucesso, embora enfrente atualmente importantes constrangimentos associados ao aumento da procura e às restrições relativamente ao seu financiamento”, sublinha.

A continuação do sucesso do SNS irá depender do modo como os portugueses e os médicos vierem a “dar resposta” a estes constrangimentos, mas também de “uma visão clara relativamente ao futuro” e de “uma gestão conjunta qualificada dos profissionais de saúde, políticos e outros decisores na sociedade em geral”.

“O SNS não será sustentável a menos que seja aliviado algum do constrangimento por meio de uma abordagem mantida e sistemática de prevenção dos problemas de saúde e promoção da saúde e bem-estar físico e mental. O SNS, só por si, não poderá fazê-lo”, sublinha.

Na análise, Nigel Crisp considera o SNS “particularmente robusto” em termos de serviços hospitalares, mas menos em cuidados primários e continuados, com muitos doentes a usarem as urgências hospitalares por “não terem acesso a cuidados primários ou por terem pouca expectativa na sua qualidade”.

“Apesar de existirem muitos serviços de muito boa qualidade um pouco por todo o país, os dados disponíveis sugerem que existe uma ampla variação no que se refere à prática e resultados clínicos”, sublinha no artigo publicado na revista científica da Ordem dos Médicos.

Sociedade Portuguesa da Contraceção
A Sociedade Portuguesa da Contraceção avisou hoje que aplicar taxas moderadoras à Interrupção Voluntária da Gravidez poderá...

A propósito do debate parlamentar sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) que se realiza na sexta-feira, a Sociedade Portuguesa da Contraceção lembra, em comunicado, que o grande objetivo da despenalização do aborto foi a diminuição da mortalidade materna, uma meta atingida.

Citando dois relatórios da Direção-Geral da Saúde, aquela sociedade científica refere que entre 2002 e 2007 houve 14 mortes maternas notificadas relacionadas com o aborto clandestino, enquanto em 2011 e 2012 não se registou nenhum caso.

No debate parlamentar de sexta-feira vão ser analisadas as propostas da iniciativa de cidadãos “Pelo Direito a Nascer”, entre as quais o fim da equiparação entre IVG e maternidade para efeitos de prestações sociais e a aplicação de taxas moderadoras.

Relativamente às taxas, a Sociedade de Contraceção considera que a sua aplicação levanta problemas de concretização e teme um desvio de mulheres “novamente para o aborto clandestino”.

Lembrando que toda a atividade no âmbito da saúde sexual e reprodutiva está isenta de taxa moderadora, o comunicado refere ainda que, se as mulheres optarem pelo aborto clandestino, se perde a oportunidade de intervir no aconselhamento contracetivo.

“Em Portugal a interrupção da gravidez é também uma oportunidade de aconselhamento contracetivo. A maioria das mulheres está motivada e aceita o aconselhamento”, dizem estes especialistas, indicando que atualmente 90% das mulheres após um aborto escolhe um método contracetivo e que um terço opta por um método de longa duração.

A Sociedade de Contraceção afirma que Portugal é reconhecido internacionalmente como um exemplo na acessibilidade, na segurança da IVG e na promoção da contraceção.

“Contraceção não significa limitar a natalidade mas sim dar a oportunidade às famílias e às mulheres de planearem gravidez. A interrupção da gravidez não é um método contracetivo e não é entendido como tal pela grande maioria das utentes”, indica a associação científica, que tem como objetivo a formação, difusão de informação, promoção e estudo científico no âmbito da saúde sexual e reprodutiva.

É também lembrado que entre 2008 e 2013 houve um decréscimo de 1,6% no número de abortos por opção da mulher e que em 2014 se manteve a tendência decrescente – menos 9,5% em relação ao ano anterior.

No debate parlamentar de sexta-feira vão ser analisadas as propostas do movimento “Pelo Direito a Nascer”, que propõe que, no âmbito do consentimento informado para realizar um aborto, seja mostrada à mulher a ecografia necessária para confirmação das semanas de gravidez, devendo a grávida assinar essa ecografia.

Sobre esta proposta, a Sociedade de Contraceção refere que, durante a realização da ecografia para a datação da gravidez, é perguntado à mulher se deseja ou não ver a imagem no ecrã ecográfico.

“A obrigatoriedade de ver o ecrã ou assinar a imagem ecográfica constitui um atentado ao princípio ético da autonomia: o doente tem o direito de saber tudo o que quiser e de tomar livremente uma decisão. Também tem direito a não querer ser informado”, indicam os especialistas.

A iniciativa legislativa de cidadãos do movimento “Pelo Direito a Nascer” recolheu cerca de 50 mil assinaturas, 38 mil das quais reconhecidas.

Estudo
Quase meio século depois de rigorosos estudos mostrarem que medicamentos que diminuem a pressão sanguínea previnem ataques do...

“Sabemos que tratar a hipertensão é bom, mas não temos a certeza de quão agressivos devemos ser”, explica Michael Lauer, diretor da Divisão de Ciências Cardiovasculares do Instituto Nacional de Coração, Pulmão e Sangue.

O instituto, segundo o Diário Digital, está a procurar por respostas definitivas como parte da sua missão para diminuir as mortes por doenças cardiovasculares, para continuar com as décadas de queda nas taxas dessa patologia que é líder de mortalidade.

Os resultados de um grande e rigoroso estudo, chamado SPRINT (de Systolic Blood Pressure Intervention Trial ou Teste de Intervenção da Pressão Sanguínea Sistólica, em tradução livre), devem sair em 2017. Os investigadores estão a analisar nove mil adultos com pressão sanguínea alta.

Metade deles teve como tarefa trazer a sua pressão sistólica - o maior número, que mede a pressão quando o coração contrai – para menos de 120 (o que vulgarmente chamamos de 12) enquanto outros deveriam chegar a menos de 140. O estudo vai medir não apenas os ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças nos rins, mas também os efeitos no cérebro. 

Estudo
Um ensino secundário mais extenso pode ser um método eficaz e económico para reduzir o número de casos de Sida nos países mais...

Segundo o estudo, publicado esta segunda-feira na revista médica The Lancet Global Health, um ano escolar a mais permite diminuir em 8% o risco de infeção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (VIH) ao longo dos dez anos seguintes, refere o Sapo.

A investigação foi realizada com a participação de 7 mil homens e mulheres com mais de 18 anos no momento da entrevista.

O Botswana é um dos países com as mais altas taxas de novas infeções pelo VIH: estima-se que 22% dos habitantes com idades entre os 15 e os 40 anos sejam seropositivos.

O país modificou o sistema escolar em 1996 para prolongar o tempo de escola em mais seis meses. O impacto dessa extensão na escolaridade foi "particularmente claro entre as mulheres", informam os autores do estudo, escreve a agência France Presse.

O papel dos fatores sócioeconómicos na progressão da Sida já eram conhecidos, mas nenhum estudo tinha até agora demonstrado a importância da escolaridade.

Segundo um dos co-autores do estudo, Jan-Walker de Neve, da Escola de Saúde Pública de Boston, a educação permite especialmente "aumentar as oportunidades económicas e reduzir a participação das mulheres em relações sexuais consideradas de alto risco".

Os autores do estudo ressaltam também que mais tempo na escola secundária pode ser uma medida "muito económica" para prevenir o desenvolvimento da Sida em zonas consideradas endémicas.

"A escola deve fazer parte de uma estratégia multilateral de prevenção da Sida, ao lado de outras intervenções", explicou o outro co-autor do estudo, Jacob Bor.

Estratégia de fiscalização
Para já a medida só vai ser aplicada em alguns festivais de música. Os promotores estão ainda a definir estratégias para...

A época de festivais de música abriu há umas semanas, mas o calendário intensifica-se sobretudo nos meses de julho e agosto. A maioria dos espetadores dos festivais tem entre 17 e 24 anos, segundo dados do perfil do festivaleiro, traçado pelo fórum Talkfest.

Luís Montez, promotor da Música no Coração, afirmou que nos festivais Super Bock Super Rock, em julho em Lisboa, e no Meo Sudoeste, em agosto na Zambujeira do Mar, será implementado o sistema de pulseiras a atribuir a quem tenha mais de 18 anos, para que possa comprar bebidas alcoólicas.

É um sistema que já é utilizado, por exemplo, nos Estados Unidos, onde na maior parte dos estados apenas é permitida a venda de bebidas alcoólicas a maiores de 21 anos.

Pontos de colocação de pulseiras
Sem adiantar muitos pormenores, Luís Montez explicou que, no recinto dos festivais que organiza, existirão pontos de colocação de pulseiras, mediante apresentação de identificação dos consumidores.

"Vamos cumprir a lei, claro", disse Luís Montez, referindo que para aqueles dois festivais, a promotora articulou-se com a principal patrocinadora, uma marca de cervejas.

Quanto ao Sumol Summer Fest, que decorrerá já no próximo fim-de-semana na Ericeira, Luís Montez referiu apenas que o assunto estava a ser estudado.

A norte, no festival Paredes de Coura, o promotor João Carvalho explicou que ainda está a ser afinado o método a utilizar no recinto.

De acordo com o promotor, ou será criada uma pulseira a atribuir a quem tem menos de 18 anos ou a organização recorrerá à identificação com cartão do cidadão.

"A verdade é que o Paredes de Coura não tem assim tanta gente com menos de 18 anos, mas a lei é para cumprir", disse.

Para a Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja, cabe a cada promotor ou a qualquer outro "interveniente no processo de venda a clientes finais" tomarem as "medidas preventivas que entenderem adequadas, nomeadamente formação profissional, para evitar a venda de álcool a menores.

Numa declaração, a associação volta a dizer que a alteração da lei foi precipitada.

"Não é indiferente um jovem de 16 ou de 18 anos iniciar-se através do consumo de uma cerveja com quatro ou cinco graus de álcool ou começar por ingerir bebidas de forte conteúdo alcoólico", afirma a representante das cervejeiras.

Segundo a associação, a fiscalização da venda e consumo de bebidas alcoólicas a menores depende “da vontade das entidades fiscalizadoras a efetuarem ou não".

Contactada, Ana Oliveira, inspetora chefe da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), explicou que "durante as épocas festivas, nomeadamente festivais de verão", há habitualmente um "reforço de fiscalização" e um ajustamento das equipas de inspetores, sem, contudo, especificar quantos elementos farão essa inspeção.

"A falta de afixação de aviso de forma visível, com a menção de proibição" e o incumprimento dos requisitos em relação aos avisos, são duas das infrações mais comuns, referiu a mesma fonte.

A ASAE considera que a fiscalização feita nos locais de venda é "determinante no controlo do consumo de álcool" pelos adolescentes.

A partir de quarta-feira é proibida a venda e consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica a quem tenha menos de 18 anos.

Este diploma vem acabar com a diferenciação entre as bebidas espirituosas, permitidas a partir dos 18 anos, e as restantes (vinho e cerveja), que podiam até aqui ser consumidas a partir dos 16 anos.

De acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado em maio, Portugal foi o quinto país que mais baixou o consumo de álcool entre 1992 e 2012, com uma redução superior a 20%.

Segundo o documento, em 2012 Portugal apresentou uma média de consumo de bebidas alcoólicas a rondar os 11 litros ‘per capita’, quando a média da OCDE se situava nos 9,1%.

Em Coimbra
A evidência científica em Saúde, a sua relevância presente e futura, e suas implicações na prestação de cuidados aos cidadãos,...

Para debater o tema, “Futuro (d) (n) a evidência”, foi convidado o Prof. Doutor António Vaz Carneiro, Diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina de Lisboa.

Trata-se de uma sessão integrada no evento “Conversas na Ordem”, da Secção Regional do Centro (SRC), que tem como orador residente o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE), Enfº Germano Couto. Terá lugar pelas 17h00 do dia 3 de julho, no auditório da Secção Regional do Centro, em Coimbra.

“A ‘Prática baseada na Evidência’ e a sua importância ainda não é completamente conhecida por todos os cidadãos, e nem mesmo por todos os profissionais de saúde”, afirma o Enfº Ricardo Ferreira, membro do Conselho Diretivo Regional do Centro da SRC e moderador da tertúlia.

Este conceito – acrescenta - “surge com o advento das tecnologias de informação e com a ‘explosão’ na publicação de artigos científicos. No meio dos milhares de artigos científicos publicados em cada dia, só na área da saúde, como definir quais os que são ou não de qualidade? Quais podem ser úteis para mim ou para o meu doente?”.

Segundo o moderador, na tertúlia serão debatidas estratégias para identificação dos artigos que poderão ser úteis para o profissional de saúde e cidadão, e como conseguir implementar mais facilmente na prática diária de cuidados o que de melhor se conhece no mundo.

O Prof. Doutor António Vaz Carneiro tem a particularidade de direcionar as suas palestras, não apenas para o profissional de saúde, mas também para o cidadão, utilizando exemplos do quotidiano do consumidor comum.

“O cidadão é quem deve estar melhor informado sobre as suas opções. Em primeiro lugar através do profissional de saúde, mas também de forma autónoma”, para conseguir interpretar a informação difundida pelos meios de comunicação social e internet, sobre a evidência científica associada a suplementos de cálcio, vitamina D ou cartilagem de tubarão, exemplifica.

“Conversas na Ordem” tem como objetivo promover a reflexão informal sobre assuntos de interesse nacional e que tenham impacto na saúde e na vida dos cidadãos. Nelas já participaram o então Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Marinho e Pinto, o presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Dr. Jorge Simões, o fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Dr. António Arnaut, e o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Dr. Manuel Machado.

Projeto de português
Um investigador português vai receber uma bolsa de 10 mil euros para desenvolver um projeto que visa acabar com a dor provocada...

A Bolsa para Jovens Investigadores em Dor 2015 vai ser entregue hoje, pela Fundação Grünenthal, a David Ângelo, um investigador português da Faculdade de Medicina de Lisboa, que está a desenvolver um projeto na área da "disfunção temporomandibular", anunciou a fundação.

Esta disfunção é tida como a causa mais comum de dor orofacial de origem não dentária, que afeta cerca de 30% da população, e que está relacionada com um funcionamento anormal da articulação temporo-mandibular, ligamentos, músculos da mastigação, ossos maxilar-mandíbula, dentes e estruturas de suporte dentário.

A disfunção temporomandibular pode provocar dores faciais, de cabeça, de ouvido ou pescoço.

O projeto desenvolvido pelo jovem médico está relacionado com a regeneração de tecidos, bioengenharia de materiais e técnicas de cirurgia minimamente invasiva, e envolve uma equipa multidisciplinar que conta com um grupo de médicos do Centro Hospitalar Lisboa Norte e do Hospital Infanta Cristina (Espanha), uma equipa de investigação na área dos biomateriais do CDRSP-Instituto Politécnico de Leiria, um grupo do Instituto de Medicina Molecular (iMMLisboa) e da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa.

O projeto foi apreciado por um júri, composto por cinco elementos, que avaliou a originalidade da pergunta de investigação, incluindo a importância e possíveis repercussões científicas e sociais, assim como a qualidade do plano de investigação.

Nos centros de saúde
A vacina Prevenar passa a partir de hoje a estar disponível gratuitamente nos centros de saúde, para todas as crianças nascidas...

A vacina Prevenar previne doenças provocadas pela bactéria pneumococo, como a pneumonia, meningite, otite e septicemia, entre outras.

O esquema de vacinação recomendado fica completo com três doses da vacina, devendo ser administrada aos dois meses, quatro meses e 12 meses.

Além das crianças, a Prevenar 13 é igualmente gratuita para “os adultos com doenças crónicas e considerados de alto risco, nomeadamente os portadores do vírus VIH e de certas doenças pulmonares obstrutivas, além do cancro do pulmão”.

Para a restante população, nomeadamente os adultos e as crianças nascidas antes de 1 de janeiro deste ano, o Estado vai comparticipar 15% do custo da vacina.

A partir de hoje
A disponibilização, venda e consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica a todos os menores de 18 anos são proibidos a partir...

A nova lei do álcool termina com a diferenciação entre as bebidas espirituosas, até agora permitidas a partir dos 18 anos, e as restantes (vinho e cerveja), que podiam ser consumidas a partir dos 16 anos.

A alteração constante de um decreto-lei publicado no Diário da República de 16 de junho, que entra hoje em vigor, decorreu da avaliação prevista na legislação em vigor desde 2013.

Segundo o texto do decreto-lei, a evidência científica demonstra a existência de padrões de consumo de alto risco de bebidas alcoólicas, como a embriaguez e o consumo ocasional excessivo, também designado por 'binge drinking', especialmente em adolescentes e jovens adultos.

Da mesma forma, está demonstrado cientificamente que “a experimentação do álcool é cada vez mais precoce em crianças” e que “a precocidade do início de consumo é responsável por uma maior probabilidade de ocorrência de dependência alcoólica”.

Em termos de consequências para o desenvolvimento das crianças e jovens, a precocidade no consumo de álcool tem “consequências diretas a nível do sistema nervoso central, com défices cognitivos e de memória, limitações a nível da aprendizagem e, bem assim, ao nível do desempenho escolar e profissional”.

A exposição prolongada e continuada ao álcool está também associada a uma probabilidade de desenvolvimento de cancro, acrescenta ainda o diploma.

Estes fatores estiveram na base da proibição de vender bebidas espirituosas a menores de 18 anos e outras bebidas alcoólicas a menores de 16, mas “não ocorreram alterações relevantes no padrão de consumo”, após a entrada em vigor da lei (abril de 2013).

Segundo o decreto-lei, verificou-se mesmo a continuação dos “comportamentos de risco e excesso de consumo”, sendo que “foram os jovens de 16 anos, em particular, os que mais mencionaram um aumento da facilidade de acesso a bebidas alcoólicas, com qualquer graduação e álcool”.

O Governo justifica assim a necessidade de “melhores medidas de proteção dos menores no que toca ao acesso a bebidas alcoólicas”, salientando não pretender “sancionar ou penalizar comportamentos”, mas minimizar o consumo por adolescentes de foram progressiva.

Organização Mundial de Saúde
A Organização Mundial de Saúde declarou oficialmente Cuba o primeiro país do mundo a eliminar a transmissão do vírus da sida e...

“Eliminar a transmissão de um vírus é um dos maiores feitos em matéria de saúde pública”, afirmou a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, num comunicado.

“É uma grande vitória na nossa longa luta contra o vírus de imunodeficiência humana (VIH) e as infeções transmitidas sexualmente, assim como um passo importante para conseguirmos uma geração sem sida”, acrescentou.

O êxito alcançado por Cuba “mostra que um acesso universal a cuidados médicos é possível e é, na verdade, a chave do êxito contra desafios tão grandes como a sida”, destacou por seu lado a diretora da Organização Pan-americana de Saúde (OPS), Carissa Etiènne, em conferência de imprensa.

A eliminação da transmissão do VIH de mãe para filho “prova que é possível pôr fim à pandemia da sida e esperamos que Cuba seja, entre vários outros países, o primeiro a conseguir eliminar esta epidemia entre as crianças”, disse o diretor-geral da ONU sida, Michel Sidibé.

Segundo a OMS, em todo o mundo, cerca de 1,4 milhões de mulheres infetadas com o VIH engravidam a cada ano, na maioria em países em desenvolvimento, especialmente na África subsaariana.

Sem tratamentos antirretrovirais, há um risco de 15% a 45% de transmitirem o vírus ao bebé durante a gravidez, o parto ou a amamentação.

Em contrapartida, esse risco é praticamente eliminado, caindo para um pouco mais de 1%, se a mãe for tratada com antirretrovirais durante a gravidez e o bebé receber o mesmo tipo de tratamento a partir do nascimento.

O número de bebés que nascem seropositivos no mundo baixou para metade entre 2009 e 2013, passando de 400.000 para 240.000 por ano.

Os Estados membros da OMS comprometeram-se em 2010 a eliminar a transmissão do VIH de mãe para filho até 2020.

No caso da sífilis, quase um milhão de mulheres grávidas são infetadas em cada ano, o que pode causar morte fetal, morte perinatal ou infeções neonatais graves.

Para o evitar, basta que a grávida seja diagnosticada e tratada com penicilina.

Para o reconhecimento oficial da OMS, o número de nascimentos de bebés infetados com o VIH tem de ser inferior a 2 por cada 100 bebés nascidos de mães seropositivas e, no caso da sífilis, igual a 1 caso para cada 2.000 nascimentos.

Autoridades de saúde
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo admitiu não haver relação entre os sintomas na pele das crianças...

Em resposta a algumas questões, o gabinete de comunicação da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) esclareceu que, após análises feitas pelas autoridades de Saúde e "face à avaliação da situação, não parece haver relação entre o aparecimentos das queixas e a prática balnear".

A ARSLVT explicou que a Autoridade de Saúde de Cascais foi alertada para "um conjunto de crianças com queixas de prurido e alterações cutâneas", cerca das 12:00 de ontem.

Deslocados ao local, conta a ARS, a Autoridade de Saúde apurou que se tratava de "de 64 crianças, que integravam um grupo de 250, que tinham estado na véspera no Parque Dos Moinhos da Ajuda, tendo algumas delas iniciado queixas semelhantes".

"As queixas atenuavam-se quando as crianças ficavam abrigadas da exposição solar (o que configura que ocorreu reação de exacerbação por fotossensibilização cutânea).Duas crianças que integravam outro grupo de jovens apresentaram queixas de prurido relacionadas com exposição solar e prurido localizado", refere a nota.

A ARSLVT assegurou ainda que as Autoridades de Saúde estão ainda a acompanhar a situação, "não havendo até ao momento motivos de preocupação relacionados com a prática balnear".

Ordem dos Médicos no Norte lamenta
O presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos lamentou a “falência” de informação sobre o Testamento Vital que...

“Praticamente não se ouve falar no testamento vital. Falou-se muito na altura em que ele foi regulamentado há três anos, depois quando se constituiu o registo nacional eletrónico, (Rentev), mas depois foi uma acalmia enorme”, assinalou Miguel Guimarães.

Para o responsável “a baixa inscrição no registo nacional do testamento vital tem a ver com a falta de informação”, assistindo-se no Norte, como em todo o país, a uma “falência muito grande de informação e divulgação, não só da parte do Ministério da Saúde e do Governo, mas também da parte das instituições como hospitais e centros de saúde”.

“E até das próprias associações como a Ordem dos Médicos ou a Ordem dos Enfermeiros que também, depois de uma fase inicial em que se envolveram nesta questão do testamento vital, se afastaram e não tem sido feito o número suficiente de ações que permita chamar a atenção para isto”, criticou.

Miguel Guimarães reagia desta forma aos números divulgados na passada semana por um estudo realizado pela Universidade Católica Portuguesa, em parceria com a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), segundo o qual 78% desconhecem o que é o Testamento Vital e no Norte apenas 16,9% dos inquiridos disseram saber em que consiste o documento.

“Se olharmos para os dados recentemente apresentado pela Universidade Católica Portuguesa, mostram claramente que a grande maioria das pessoas em Portugal, e isto inclui os próprios profissionais de saúde, não estão exatamente informados sobre o que é o Testamento Vital e também não sabem exatamente como se faz”, sustentou o clínico em jeito de balanço do primeiro ano do Rentev.

Foi precisamente para colmatar essa lacuna que a secção do Norte da Ordem dos Médicos organiza quarta-feira, a partir das18:00, um seminário sobre Testamento Vital, em conjunto com a Associação Portuguesa de Bioética e com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Para além do seminário, Miguel Guimarães adiantou que no Norte a ordem pretende levar a cabo mais medidas para a informação sobre o tema, nomeadamente organizando debates e associando-se a iniciativas conjuntas com outras ordens profissionais e instituições que ajudem na divulgação do que é o testamento vital.

“Estamos a falar de um direito fundamental, de uma conquista civilizacional mas, sobretudo, estamos a falar de as pessoas manterem a dignidade do que é a sua essência em situações em que já não conseguem ter a capacidade intelectual para poderem dar uma resposta se querem ou não querem continuar a vegetar”, salientou.

Um testamento vital, também designado como diretiva antecipada de vontade, tem como objetivo deixar expressa a vontade em relação aos cuidados de saúde que se quer, ou não, receber em fim de vida, caso se esteja impossibilitado de o expressar de forma autónoma.

Na prática, a hipótese de fazer um testamento vital já existia desde 2012, mas cada pessoa tinha que redigir o seu documento e ir a um notário para o documento ser juridicamente válido. Desde o início de julho de 2014, que esse procedimento pode ser feito no Rentev (Registo Nacional do Testamento Vital), disponível no Portal do Utente do Ministério da Saúde.

Especialista alerta
O professor jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Walter Osswald disse que há hoje um risco de se perder...

“É irresponsável pôr em dúvida e querer dizer que estas vacinas têm mais riscos ou têm menos riscos. Não há nada que não tenha riscos, até a água. Mas os benefícios são de tal maneira superiores aos riscos que, como em tudo na vida, se justifica correr um mínimo risco por causa de um grande benefício”, disse Walter Osswald, que na sexta-feira vai participar no encontro sobre vacinação do ciclo “Conversas com Ética” no Instituto de Bioética da Universidade Católica do Porto.

O antigo diretor do Instituto de Farmacologia e Terapêutica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) sublinhou que o facto de haver quem opte por não vacinar os filhos coloca em causa o prolongamento da esperança média de vida, que se deve “aos avanços da medicina, mas fundamentalmente às vacinações, mais do que aos medicamentos”.

“Sabe-se muito bem que a difteria provocava mortes de crianças em idade escolar com sofrimento horrível por sufocação, uma coisa trágica. Isto é totalmente evitável”, afirmou Walter Osswald, referindo-se à doença que levou à morte de uma criança de seis anos não vacinada por escolha dos pais em Espanha, no primeiro caso detetado naquele país desde 1987.

O especialista em bioética recordou que “doenças como a difteria eram doenças muitas vezes fatais, ou doenças que eram provocadas por vírus e que depois davam encefalites, doenças gravíssimas, desapareceram”, sublinhando ainda que “ninguém vê escarlatina, já não há doentes com escarlatina”.

“Em muitos países vai-se assistindo a uma erosão progressiva do conceito da obrigatoriedade das vacinações. Na maior parte dos países há planos nacionais de vacinação, em Portugal há um plano excelente, que funciona bastante bem e que levou a uma enorme adesão e a um ganho em saúde extraordinário”, disse Walter Osswald.

O académico, agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Sant'Iago e Espada, lembrou que se criou, em particular nos Estados Unidos, o “mito” dos riscos da vacinação tríplice (difteria, tétano e tosse convulsa), “o que é um disparate completo” sem base científica.

“O resultado foi que milhares de pais têm recusado a vacinação e isso cria naturalmente um problema muito sério, não só para aquelas crianças, mas depois para toda a comunidade”, alertou o especialista.

Associações de defesa das mulheres
A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres e a União de Mulheres Alternativa e Resposta pedem que a lei do aborto...

Em comunicado, a Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) defende que se a iniciativa legislativa de cidadãos “Lei de apoio à maternidade e paternidade – do direito a nascer” for aprovada vai introduzir “formas de coação intoleráveis (…) e sofrimentos psicológicos ou económicos às mulheres que optem por interromper a gravidez ao abrigo da atual legislação”.

A PpDM lembra que a atual legislação entrou em vigor depois de um longo debate na sociedade portuguesa e sublinha que o número de Interrupções Voluntárias de Gravidez (IVG) tem vindo a diminuir sistematicamente.

Aponta que “é totalmente falaciosa a associação que se pretende estabelecer entre a diminuição da natalidade e o número de IVG feitas em Portugal” e lamenta que “se tenha perdido uma oportunidade para discutir o que poderia efetivamente contribuir para aumentar a natalidade”.

Para a PdDm, o aumento da natalidade poderia ser conseguido através da erradicação da violência doméstica, da não discriminação no mercado de trabalho, da eliminação da precariedade laboral ou do aumento do rendimento das famílias, entre outras.

No entender da associação, “sem igualdade de género não se resolve eficazmente o problema da natalidade em Portugal” e que, por isso, “esta deveria ser a questão em cima da mesa”.

“Esta iniciativa não promove nenhum destes objetivos, limitando-se a tentar alterar, sem fundamento, uma lei que é um marco na história dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres em Portugal e propondo, de caminho, formas inaceitáveis de coação contra as mulheres”, acusa a PpDM.

Opinião partilhada pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), para a qual a iniciativa legislativa cidadão “constitui um atentado ao direito das mulheres interromperem uma gravidez não desejada nos serviços públicos de saúde”.

Do ponto de vista da associação, esta iniciativa cidadã pretende “empurrar de novo as mulheres para o aborto clandestino” e “culpabilizar as mulheres ao estabelecer a obrigatoriedade destas assinarem as ecografias dos fetos”.

Entendem igualmente que é objetivo conseguir retardar a decisão de interrupção de gravidez, com risco de se ultrapassar o prazo legal das 10 semanas, e de por em causa a gratuitidade da saúde sexual e reprodutiva ao querer introduzir taxas moderadoras.

“A UMAR condena veementemente esta proposta que penaliza e pune as mulheres: trata-se de um retrocesso num direito referendado e amplamente debatido na sociedade portuguesa”, lê-se no comunicado.

Nesse sentido, a associação apela a todos os deputados para que não aprovem esta iniciativa legislativa e “não permitam que este retrocesso se transforme em lei”, lembrando que cabe ao Estado garantir condições de saúde e segurança a todas as mulheres.

“A UMAR alerta a sociedade portuguesa para não se deixar enganar com propostas mascaradas de apoio à natalidade e maternidade, mas que colocam em causa o exercício de uma maternidade e paternidade responsáveis”, conclui.

A iniciativa legislativa de cidadãos vai a discussão no Parlamento no dia 03 de julho. O grupo de cidadãos pretende, entre outros, o fim da equiparação entre IVG e maternidade para efeitos de prestações sociais e aplicação de taxas moderadoras, bem como que seja mostrada à mulher a ecografia necessária para confirmação das semanas de gravidez, devendo a grávida assinar essa ecografia.

Infarmed
O Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias da Saúde, que deverá baixar o preço dos medicamentos e incentivar os fármacos...

De acordo com um comunicado da autoridade que regula o setor do medicamento, uma das novidades do Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias da Saúde (SiNATS) é que “os novos medicamentos que tenham uma composição qualitativa idêntica à de outros já existentes no mercado apenas serão comparticipados pelo Estado se propuserem uma redução de preço de, pelo menos, 10% face aos produtos já em comercialização”.

“Além da redução dos preços dos novos comparticipados, o novo sistema conduzirá a descidas de preço da ordem dos 30% nos genéricos hospitalares e de 20% nos biossimilares”, prossegue o comunicado.

Segundo o Infarmed, “estas poupanças permitirão alocar mais recursos do orçamento da Saúde aos medicamentos inovadores, cujos verdadeiros benefícios passam, aliás, a ser identificados de forma rigorosa e transparente através dos mecanismos criados pelo SiNATS”.

O presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, considera que “o SiNATS vem estabelecer um novo paradigma no setor dos medicamentos e dispositivos médicos”.

“Ao abrir a possibilidade de reavaliação, após a entrada no mercado, e ao conferir prioridade ao estabelecimento de contratos de fornecimento focados na obtenção de resultados, o sistema introduz rigor e transparência, daí resultando uma melhor utilização dos dinheiros públicos”.

Para o Presidente do Infarmed, “este novo sistema de avaliação será um instrumento poderoso de promoção da verdadeira inovação em saúde, na medida em que, através da avaliação e reavaliação, conheceremos, com exatidão, qual a real efetividade dos medicamentos, ou seja, quais os resultados obtidos, os benefícios face ao investimento realizado”.

Através do SiNATS serão realizadas “avaliações técnicas, terapêuticas e económicas das tecnologias de saúde (medicamentos e dispositivos médicos, numa primeira fase), as quais disponibilizarão informação para todas as entidades, nomeadamente as que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que pretendam tomar decisões com informação credível sobre os reais custos e benefícios desses produtos”

O SiNATS entra quarta-feira em vigor, mas hoje foram publicadas as respetivas portarias regulamentadoras.

Estudo
Cientistas suecos conseguiram produzir um dispositivo bio eletrónico orgânico que transmite sinais próximos aos de um neurónio.

O estudo de neurocientistas do Instituto Karolinska, da Suécia, em colaboração com colegas da Universidade de Linköping, foi publicado recentemente na revista científica Biosensors and Bioelectronics e pretende tornar possível, no futuro, a utilização do recurso em pacientes que tiveram os nervos danificados, além de ajudar a tratar lesões e enfermidades.

A técnica, refere o Diário Digital, poderá ser utilizada, inclusive, em pessoas que tiveram membros amputados, por permitir a ligação entre próteses e o tecido humano restante.

Os neurónios são células do sistema nervoso capazes de processar e transmitir estímulos e informações a outras células. Libertam substâncias químicas, conhecidas como neurotransmissores, no espaço entre as células, num processo chamado de sinapse. Outras células captam essas substâncias e transformam-nas em sinais elétricos que, por sua vez, passam pelo corpo do neurónio e voltam a ser convertidos num sinal químico, num processo que é cíclico.

Para imitar essa atividade, os cientistas do Instituto Karolinska usaram em laboratório moléculas condutoras de sinais elétricos, os polímeros, em dois ambientes distintos. "Num prato, o componente de deteção do neurónio artificial encontrou uma alteração nos sinais químicos e converteu-os num sinal elétrico. Este sinal elétrico foi de seguida convertido na libertação da acetilcolina, um tipo de neurotransmissor. Isso aconteceu num segundo prato, onde os seus efeitos sobre células humanas vivas puderam ser monitorizadas", explicou a responsável pelo estudo Agneta Richter-Dahlfors, professora de Microbiologia Celular, num comunicado publicado pelo Instituto Karolinska.

Segundo ela, o próximo passo é diminuir as dimensões do dispositivo para permitir que seja testado dentro do corpo humano. “Prevemos que, no futuro, adicionando o conceito de comunicação sem fios, o biossensor possa ser colocado numa parte do corpo, e desencadear a libertação de neurotransmissores em locais distantes. Usando essa deteção autorregulada, podemos prever novas e excitantes oportunidades para futuras pesquisas e tratamento para distúrbios neurológicos”, acrescentou.

Sessenta e quatro têm lesões na pele
Cerca de 250 crianças foram assistidas numa praia de Carcavelos, em Cascais, por apresentarem comichão no corpo e vermelhidão,...

As crianças pertencem a uma escola de Belém e estavam na praia quando os sintomas foram notados, mas, de acordo com informação do comandante da Polícia Marítima Mário Domingues, o problema não está ligado a condições verificadas na praia.

Sessenta e quatro crianças assistidas apresentavam lesões na pele, segundo o balanço feito pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), cerca das 13:45.

De acordo com o INEM, estas crianças tinham “lesões cutâneas urticariformes”.

Uma menina de oito anos e um menino de seis anos foram transportados para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, com “pruridos na pele”, enquanto as restantes foram levadas, em autocarros, para a Junta de Freguesia de Belém, a fim de serem entregues aos pais, disse o INEM.

Para o local foram deslocados “todos os meios necessários e disponíveis” para fazer face à situação, incluindo a Unidade de Planeamento e Crise, sublinhou o INEM, acrescentando que o delegado de saúde deverá agora proceder no local à recolha de água para análise.

Segundo o INEM, a Direção-Geral da Saúde e o Instituto Ricardo Jorge também já foram informados da situação.

Segundo a mesma fonte da Polícia Marítima, a causa dos sintomas terá a ver com uma alergia causada pela lagarta do pinheiro.

O alerta foi dado por volta das 11:30 de hoje, tendo sido chamados ao local o INEM, os bombeiros e a Polícia Marítima.

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