Estudo
Um estudo da Universidade de Toronto sugere que a ingestão de paracetamol ou acetaminofeno pode prejudicar a sua capacidade de...

Para a realização do estudo, foram analisados 62 voluntários – metade ingeriu 1 grama de paracetamol e os restantes tomaram apenas placebo. Depois, todos tiveram de executar as mesmas tarefas: carregar num botão quando a letra F aparecesse e não pressionar caso o ecrã mostrasse a letra E.

O grupo que tomou paracetamol, escreve o jornal i, não só carregou mais vezes no botão quando aparecia a letra E, como deixaram passar várias vezes a letra F sem pressionar o dispositivo.

Para os investigadores, este efeito secundário é perigoso principalmente por passar despercebido à maior parte dos pacientes.

No ano passado
Banco português ajudou pacientes portugueses e estrangeiros no ano passado. Estão inscritas 385 mil pessoas e é o segundo maior...

Portugal tem o segundo maior banco de dadores de medula do mundo por milhão de habitantes, apenas atrás dos Estado Unidos, com 385 323 de inscritos. Um número que não tem parado de crescer e que nos últimos cinco anos (2011-2015) permitiu realizar 565 transplantes em doentes em Portugal e no resto do mundo. No ano passado as dádivas nacionais ajudaram pacientes de 18 países estrangeiros, escreve o Diário de Notícias.

Em 1998 o banco de dadores de medula (Cedace) tinha 597 inscritos. Em 2011 eram mais de 277 mil e no ano passado a fasquia estava nos 385 mil inscritos. "Um caso de sucesso", afirma Hélder Trindade, presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST). Dádivas que atravessam fronteiras. No ano passado realizaram-se 104 transplantes nacionais e internacionais com dadores do Cedace. Das colheitas, 32 ficaram em Portugal e as restantes foram para doentes de 18 países, com destaque para os Estados Unidos, Itália, Alemanha, Espanha ou Inglaterra.

Um intercâmbio possível porque Portugal faz parte do registo internacional que junta os bancos de dadores de medula de vários países - 23 milhões de inscritos -, aumentando as probabilidades de se encontrar um dador. E é por isso que dos 77 transplantes de medula que se realizaram em hospitais portugueses no ano passado com recurso a dadores não aparentados, 43 foram com estrangeiros. A larga maioria (32) da Alemanha e dos Estados Unidos (5). Os restantes foram colheitas de Espanha, Bélgica, França, Itália, Inglaterra e Israel.

Existem dois tipos de transplantes de medula: autólogo (que usa sangue do próprio) e alogénico (usa material de pessoas geneticamente diferentes do doente e que podem ser familiares ou não aparentados). Dos seis hospitais em Portugal que realizam transplantes de medula, apenas três fazem transplantes alogénicos: Santa Maria, IPO do Porto e IPO de Lisboa. "A área da transplantação de medula em Portugal está a funcionar muito bem, com um aumento de 21% de 2014 para 2015", refere Hélder Trindade.

Obras para aumentar resposta
O serviço mais antigo é o do IPO de Lisboa, criado em 1987. Já fez mais de 2000 transplantes a adultos e crianças: o doente mais novo tinha três meses, o mais velho 71 anos. A média de internamento é de 25 dias. "Atualmente temos nove quartos e prevemos expandir para 12. O valor do investimento é de 1,5 milhões de euros", explica Nuno Miranda, médico do serviço. O objetivo é evitar esperas. "O tempo de espera, após identificado e estudado um eventual dador é, habitualmente, inferior a três meses. A falta de capacidade de resposta para as solicitações que temos é o motivo para a expansão da unidade", refere. Nos casos urgentes os transplantes são antecipados e quando necessário os doentes são reencaminhados para outros hospitais, o que "ocorre em menos de dez casos por ano".

O segundo mais antigo e o maior é o do IPO do Porto. Foi criado em 1989 e até ao início do ano tinha realizado 2300 transplantes de medula. Dos 171 que fez no ano passado, 33 foram em crianças. O serviço tem "15 unidades de isolamento", com médias de internamento superior a 20 dias. "Não existe lista de espera. Existe uma lista de doentes em programa de transplante e que vão acedendo ao tratamento de acordo com vários critérios. Por exemplo, data de referenciação, gravidade da doença base, disponibilidade do dador. Para alguns doentes consegue-se selecionar e estudar um dador em 30 dias, para outros pode demorar meses", diz António Campos Júnior, diretor do serviço. A unidade recebe também pacientes do norte e centro do país.

O serviço do Centro Hospitalar S. João iniciou-se em 1994 e fez 70 transplantes autólogos em adultos. Tem quatro quartos de isolamento e dois suplementares. O Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra também só faz transplantes autólogos em adultos e foi o único que em 2015 desceu a produção, o que poderá ser explicado com maiores períodos de internamento. Tem dois quartos de imunossupressão e mais três individuais. Desde 1996 já realizaram 502 transplantes.

Associação de Bioética
Presidente da Associação de Bioética defende alteração do Código Deontológico. Petição pela despenalização de morte assistida...

Para “contornar a polémica sobre a eutanásia”, o presidente da Associação Portuguesa de Bioética (APB), Rui Nunes, avançou nesta quarta-feira com uma proposta muito controversa. O professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto sugere que se altere “pontualmente” o Código Deontológico dos Médicos, de modo a permitir que a decisão de praticar ou não a morte assistida seja “exclusivamente uma questão de consciência individual”. A decisão deve ficar, portanto, ao critério do médico, na opinião de Rui Nunes, um dos impulsionadores do testamento vital (diretivas antecipadas de vontade) em Portugal, escreve o jornal Público.

Apesar de o Código Deontológico proibir expressamente a morte assistida (eutanásia e suicídio medicamente assistido), “muitos médicos são favoráveis à eutanásia”, argumenta em comunicado Rui Nunes, que já defendeu que a despenalização desta prática, a avançar, deveria ser primeiro sujeita a referendo popular. Um estudo feito em 2007 sobre a eutanásia e o suicídio assistido indicava nessa altura que 40% dos oncologistas (450 inquiridos) que assistem doentes terminais eram favoráveis à legalização desta forma antecipada de morte em doentes incuráveis, embora apenas 20% admitissem recorrer a tal prática, no caso de esta ser legalizada. Ao contrário da eutanásia, o papel do médico no suicídio assistido fica-se pela prescrição do medicamento letal.

O que Rui Nunes propõe agora é que seja retirado o número 2 do artigo 57.º do Código Deontológico da classe (que estipula que “ao médico é vedada a ajuda ao suicídio, a eutanásia e a distanásia”), ficando assim apenas o ponto 1 ("o médico deve respeitar a dignidade do doente no momento do fim da vida"). Desta forma, enfatiza, seria preservada “a integridade da profissão médica, a independência do ato médico e os valores centrais da Medicina", além de que o Código Deontológico ficaria "neutro" e remeteria as decisões para “o domínio da consciência individual".

Quanto à realização de um referendo aos profissionais, hipótese já equacionada pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Rui Nunes manifesta “enormes reservas” sobre a exequibilidade de uma consulta deste tipo. A ética médica “corresponde ao consenso existente na classe sobre determinadas práticas", frisa, mas considera que qualquer decisão deve ser antecedida de “um profundo debate”, até porque é necessário avaliar “as consequências negativas” especialmente no que se refere à “possibilidade de a eutanásia voluntária resvalar para práticas de eutanásia involuntária, nomeadamente de crianças e de pessoas com competência diminuída".

A tomada de posição de Rui Nunes antecede uma conferência sobre as eventuais mudanças à legislação (marcada para o próximo dia 20, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto) e acontece numa altura em que o debate sobre a despenalização da eutanásia continua aceso, depois de o movimento “Direito a morrer com dignidade” ter posto a circular um manifesto pela despenalização da morte assistida e que foi assinado por mais de uma centena de figuras públicas.

Este movimento lançou entretanto uma petição pela despenalização e regulamentação da morte assistida que obteve já mais de oito mil assinaturas, o dobro das necessárias para obrigar a debate no plenário do Parlamento. A data da entrega da petição está marcada para o próximo dia 26, na Assembleia da República. A petição seguirá para a 1.ª Comissão e, depois, será discutida em plenário, sem votação.

O movimento tenciona agora reunir com os grupos parlamentares para os convidar a apresentar projetos de lei para a despenalização da morte assistida e vai promover um seminário para definir os pontos fundamentais a que a futura lei e regulamentação deve obedecer, com a participação de profissionais de saúde, filósofos, juristas e bioeticistas.

Em todo o país
Iniciativa pretende alcançar um milhão de pais e cerca de 900 mil jovens em todo o país.

Promover comportamentos responsáveis e moderados no consumo de bebidas alcoólicas pelos jovens é o objetivo do Projeto Falar Claro, desenvolvido pela Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV) em parceria com três entidades e lançado nesta quinta-feira em Lisboa. A iniciativa materializa-se no manual Falar Claro: conversas sobre o álcool entre pais e filhos, que será hoje apresentado no auditório da Escola Secundária D. Pedro V, contando ainda com a assinatura de protocolos entre as várias entidades participantes.

A Associação Nacional de Professores, a Confederação Nacional das Associações de Pais e o Instituto Português do Desporto e Juventude são os parceiros do sector cervejeiro neste projeto que, através da assinatura de um protocolo, se comprometem a desenvolver ações de prevenção e sensibilização sobre o consumo do álcool.

“Estes protocolos refletem um compromisso das quatro entidades, que se comprometem, cada uma na sua área de ação, a desenvolver iniciativas que promovam esta causa e a façam chegar ao maior número de jovens”, revelou ao jornal Público Francisco Gírio, secretário-geral da APCV. 

O manual pretende ser “uma base de conversas entre pais e filhos, professores e alunos, e dirige-se essencialmente aos educadores”, explicou. O documento, com cerca de 40 páginas e certificado pela Direcção-Geral de Educação, alerta para os perigos do consumo excessivo de álcool intercalando com dicas e sugestões para abordar o problema de forma mais fácil.

“O projeto deverá atingir um milhão de pais e cerca de 900 mil jovens”, estimou o membro da direção da APCV.

Na apresentação desta quinta-feira estarão representantes do Fórum Álcool e Saúde, como o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco e Instituto da Segurança Social.

Estudo
O desenvolvimento de doenças sexualmente transmissíveis pode ter influenciado o surgimento da monogamia, de acordo com um...

"O nosso estudo mostra que as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) se desenvolvem de forma diferente, dependendo do tamanho dos grupos humanos e se são monogâmicos ou polígamos", explicou à agência de notícias France Presse Chris Bauch, da Universidade de Waterloo, no Canadá, coautor da investigação.

De acordo com o estudo publicado na revista Nature Communications, a poligamia era a norma em pequenas sociedades de caçadores-coletores, mas esta realidade passou a ser cada vez menos frequente à medida que as sociedades cresciam com o advento da agricultura e do sedentarismo. A monogamia passou a ser dominante, escreve o Sapo.

Com base em dados demográficos de caçadores-coletores e dados epidemiológicos sobre este tipo de doenças, Chris Bauch e os seus colegas modelaram a evolução de diferentes normas familiares.

Destacam-se dois casos. Quando uma sociedade é grande (cerca de 300 pessoas), a prevalência de doenças sexualmente transmissíveis torna-se endémica na população e a taxa de fertilidade cai. Nessa situação surge o padrão monogâmico. O estilo de vida polígamo passa a ser estigmatizado.

No entanto, num pequeno grupo (máximo de 30 pessoas), as doenças sexualmente transmissíveis são caracterizadas por surtos de curta duração que não se tornam endémicos. A taxa de fecundidade continua a ser elevada e a poligamia é a norma social dominante.

"Este estudo mostra como os eventos naturais, tais como a propagação de doenças contagiosas, podem influenciar fortemente o desenvolvimento de normas sociais e julgamentos", explica o investigador.

Segundo ele, erradicar as DSTs não nos faria passar a um estilo polígamo. "Há vários outros fatores que fazem a sociedade impor a monogamia", reconhece.

Em 2015
No ano passado, o Serviço Nacional de Saúde assegurou mais 8500 cirurgias do que no ano anterior, um aumento de 1,5%. Ao todo,...

Estes números incluem operações tanto nos hospitais públicos como nos hospitais convencionados ou nos que têm protocolo com o Estado para operações mais específicas, escreve o jornal i. Mas tem sido à conta do aumento da atividade nas unidades públicas que o número de operações tem subido. No ano passado houve mais um incentivo: o desbloqueio de verbas para a realização de 16 mil operações adicionais, na altura justificadas pelo facto de estar a aumentar o número de inscrição para operação, mas também por haver casos mais complexos. Ainda não houve um balanço oficial desse programa de cirurgias.

Sobre as listas de espera, os últimos dados são do primeiro semestre de 2015. Na altura estavam à espera de operação 192 630 pessoas, um número que aumentou sucessivamente desde a chegada da troika, em 2011 (nesse ano, no final do primeiro semestre, havia 166 mil pessoas à espera). Em 11% dos casos ultrapassam-se os tempos médios de resposta garantida – no caso da oncologia, ultrapassam-se os prazos em 16,8% dos casos.

O Algarve tem o maior tempo de espera: em média, os doentes esperam 4,35 meses por operação. O melhor desempenho surge na região Norte, com uma espera média de 2,66 meses. A espera é maior nas especialidades de ortopedia, cirurgia geral e oftalmologia, que abrangem mais de dois terços dos doentes a aguardar cirurgia.

Estudo
Um estudo publicado na revista "Stem Cells Trans Med" sugere que a administração de células estaminais mesenquimais...

Segundo os investigadores, estas conclusões podem ser o início de uma revolução na abordagem terapêutica da patologia que pode, mesmo, vir a ser erradicada, escreve o Sapo.

"A investigação científica no campo das células estaminais está a produzir resultados a um ritmo alucinante. Praticamente todos os meses são divulgados novos estudos sobre possíveis avanços científicos relativamente à utilização deste recurso no tratamento ou reversão de diferentes patologias. Neste caso em concreto, o que as conclusões revelam é que a aplicação de células estaminais mensenquimais pode, mais do que ser uma opção terapêutica, vir a revolucionar completamente a medicina, ao conseguir adiar indefinidamente o aparecimento da osteoporose", explica Patrícia Cruz, diretora do Banco de Tecidos e Células do Laboratório Cytothera.

O estudo, conduzido por investigadores da Universidade de Toronto, começou por indiciar uma relação causal entre o aparecimento de osteoporose tipo 2 (em ratinhos) e a baixa presença de células estaminais mesenquimais. Com base nesses resultados, os investigadores decidiram confirmar se o transplante de células estaminais mesenquimais poderia impedir ou tratar a patologia. Assim, foram administradas células estaminais mesenquimais de animais saudáveis em ratinhos com osteoporose e, após seis meses, verificou-se que os ossos se transformaram em ossos saudáveis e funcionais.

A Cytothera foi a primeira empresa, em Portugal, a garantir o serviço de isolamento de células estaminais mesenquimais. As células estaminais mesenquimais representam menos de 0,1% da totalidade das células presentes no tecido do cordão umbilical. Para o processo de criopreservação ser considerado bem sucedido, têm de ser atingidas 3 milhões de células estaminais, sem qualquer tipo de contaminação bacteriana ou fúngica detetada. Estas células ficam imediatamente disponíveis para utilização em futuras terapias celulares.

A osteoporose afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo e, em Portugal, calcula-se que existem entre 700 a 800 mil diagnósticos positivos, segundo a Associação Nacional Contra a osteoporose (APOROS).

A osteoporose é uma doença esquelética sistémica que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e uma alteração da qualidade microestrutural do osso, levando a uma diminuição da resistência óssea e ao consequente aumento do risco de fraturas. Na forma de osteoporose associada à idade, a estrutura interna do osso diminui, tornando o osso mais fino e menos denso. A doença é responsável por cerca de 9 milhões de fraturas em todo o mundo.

Cientistas concluem
Doze é o número mágico para quem faz dieta na esperança de eliminar de vez os quilos extra, concluíram cientistas, que...

Após 12 meses de dieta rigorosa, o estudo constatou que a atividade das hormonas causadoras de fome em pessoas obesas caiu drasticamente, ajudando-os a manter longe o peso que tinham perdido.

Comparando a luta contra a fome com a luta contra a dependência de drogas, os investigadores disseram que as suas descobertas eram uma mensagem para os que seguem uma dieta: “Você não deve desistir”.

Anteriores estudos de programas de mais curto prazo registaram que, segundo o Diário Digital, muitas pessoas que tentam emagrecer voltam frequentemente ao seu antigo peso, à medida que as hormonas da “fome” se ativam e começam a guardar mais calorias como gordura.

A investigação da Universidade de Copenhaga sugere que este mecanismo pode ser derrotado.

Signe Sorensen Torekov, professor associado de ciências biomédicas na universidade, disse que o enorme aumento na disponibilidade de alimentos nas últimas décadas influenciaram o aumento de peso em todo o mundo.

“É muito difícil lutar contra a fome, é como uma droga contra a qual você está a lutar”, afirmou, acrescentando: “Tal teria sido um excelente mecanismo há 50 anos, mas o problema é que agora temos tanta comida disponível que se pode comer o tempo todo”.

“Fomos capazes de mostrar que não se deve desistir. Se você é fiável para manter o seu peso em baixo por um ano, ele muda e torna-se mais fácil”.

O estudo envolveu 20 adultos obesos numa dieta de batidos enriquecidos e sopas em pó por um período inicial de oito semanas, ajudando-os a perder uma média de cerca de 12,8 quilogramas.

Ao longo dos próximos 12 meses, seguiram um plano de alimentação rigorosa e, no final do estudo, os cientistas descobriram que o corpo dos participantes se comportou muito melhor a produzir hormonas que reduzem o apetite após as refeições.

Normalmente, duas hormonas específicas contêm a fome depois de comer, enquanto uma hormona diferente chamada grelina – responsável  pelo aumento do apetite - diminui.

No entanto, em muitas pessoas com excesso de peso e obesidade, as hormonas não funcionam corretamente e mantê-las com mais fome por mais tempo significa que é fisicamente mais difícil para eles reduzir a ingestão de alimentos.

O estudo, publicado no Jornal de Endocrinologia Europeu, concluiu que os participantes produziram 65% mais hormonas para acabar com o apetite após 12 meses.

Investigadores norte-americanos confirmam
Investigadores norte-americanos estabeleceram pela primeira vez com certeza que o vírus Zika pode provocar microcefalia no feto...

"Agora fica claro que o vírus do Zika causa microcefalia", declarou Tom Frieden, diretor dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), em conferência de imprensa na quarta-feira.

Considerou tratar-se de uma relação "sem precedentes" entre uma doença transmitida por uma picada de mosquito e defeitos congénitos graves.

Publicado no New England Journal of Medicine, no estudo dos CDC conclui-se que existe um vínculo: as mulheres grávidas infetadas com o vírus do Zika correm o risco de ter bebés com defeitos cerebrais, mas nem todas darão à luz bebés com microcefalia ou problemas congénitos.

Outras complicações associadas ao Zika reportadas até agora são a morte fetal, a redução do líquido amniótico, danos no crescimento fetal e no sistema nervoso do feto, incluindo uma potencial cegueira.

Apesar da confirmação, Frieden sublinhou que ainda restam muitas dúvidas sobre os efeitos do vírus no feto.

"Ainda precisamos de mais respostas, que podem demorar anos, como o alcance completo das deficiências à nascença relacionadas com o Zika e em que momento da gravidez é maior o risco", disse o diretor dos CDC.

Esta confirmação chega depois de um grupo de cientistas brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto D'Or divulgar, na segunda-feira, um estudo que relacionava o Zika e os casos de microcefalia em recém-nascidos.

A microcefalia caracteriza-se por um desenvolvimento insuficiente do crânio e do cérebro dos bebés e é irreversível.

A confirmação dos CDC baseia-se, explicou Frieden, numa análise alargada dos melhores indicadores científicos realizados pelos CDC e por outros especialistas em saúde materna, do feto e em doenças transmitidas por mosquitos.

"Investigações epidemiológicas, clínicas e moleculares produziram novos dados que nos ajudaram a resolver o puzzle", disse o responsável, acrescentando que os estudos continuam.

Os investigadores, coordenados por Sonja Ramussen, ainda não conseguiram estabelecer com certeza uma ligação entre a infeção por Zika e a síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica grave que provoca uma paralisia temporária em adultos.

O CDC indicou que as recomendações destinadas a proteger as grávidas se mantêm: devem evitar visitar países de risco.

Como se sabe que existe também transmissão sexual da doença, os parceiros de mulheres grávidas ou que podem engravidar devem usar preservativo durante seis meses após regressar de países de risco.

O vírus do Zika, transmitido pelo mosquito 'Aedes aegypti', provoca sintomas gripais benignos, mas está também associado a microcefalia, doença em que os bebés nascem com o crânio anormalmente pequeno e défice intelectual, assim como à síndroma de Guillain-Barré, uma doença neurológica grave.

O Brasil, o país mais afetado pelo atual surto de Zika na América do Sul, já registou mais de um milhão e meio de casos da doença e, desde outubro do ano passado, mais de mil casos de microcefalia foram confirmados, sendo que mais de 220 bebés acabaram por morrer.

UNICEF
As desigualdades entre as crianças mais desfavorecidas e as restantes têm vindo a aumentar em muitos países ricos, denuncia a...

Intitulado "Equidade para as crianças: Uma tabela classificativa das desigualdades de bem-estar das crianças nos países ricos", o relatório classifica 41 países, incluindo os da União Europeia e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

Em geral, o estudo conclui que os rendimentos das famílias que estão abaixo da média têm aumentado mais lentamente do que os que estão na metade superior, o que aumenta a desigualdade e acentua a pobreza entre as crianças do primeiro grupo.

Em numerosos países, "o fosso aumentou ainda mais entre as crianças mais desfavorecidas e os seus pares desde os anos 2000", pode ler-se no documento.

Em 19 dos países analisados, incluindo Portugal, Espanha, Grécia, e Itália, as crianças mais pobres dispõem de menos de metade dos rendimentos da criança média do seu país.

Um dos dados que mais se destaca é que dois dos países mais ricos do mundo, o Japão e os Estados Unidos, estão no terço inferior da classificação de desigualdade segundo o rendimento.

O relatório da UNICEF mede os níveis de desigualdade entre as crianças, não só em função dos rendimentos das famílias, mas também em função da educação, da saúde e do nível de satisfação que eles próprios manifestam.

Uma das conclusões é que "nenhum país conseguiu verdadeiramente reduzir a desigualdade no que diz respeito aos problemas de saúde sinalizados pelas crianças" (dores de cabeça, de costas, de barriga, insónia).

Em 25 dos países abrangidos as desigualdades agravaram-se mesmo, em particular na Irlanda, Malta, Polónia e Eslovénia.

Entre os adolescentes, "as disparidades entre sexos são generalizadas e persistentes" em questões de saúde, com as raparigas a manifestar mais problemas de saúde.

Em dez países, as disparidades de género aumentaram desde 2002, nomeadamente no Canadá, Estados Unidos da América, Reino Unido e Suécia. Estas diferenças tendem a manter-se na idade adulta.

Na educação, "muito poucos países conseguiram reduzir simultaneamente a taxa de sucesso escolar e o número de alunos com dificuldades na leitura".

Alguns países considerados exemplares, como a Finlândia e a Suécia, viram mesmo aumentar as desigualdades e baixar o desempenho escolar.

Em todos os países da OCDE, as crianças mais desfavorecidas têm um atraso equivalente a três anos de escolaridade na leitura em relação à média.

Quanto à "satisfação na vida", a desigualdade agravou-se em mais de metade dos países.

Mas também há boas notícias: as desigualdades nos níveis de atividade física e dos hábitos alimentares diminuíram na maioria dos países ricos.

A UNICEF reconhece em conclusão que o nível de rendimento e a situação familiar condiciona de forma relevante as oportunidades de êxito de uma criança.

Magnata Sean Parker
O magnata da tecnologia Sean Parker anunciou que vai doar 250 milhões de dólares norte-americanos para financiar investigação...

Parker, que fundou o serviço de partilha de música Napster e que foi um dos principais investidores e executivos do Facebook – vai criar um centro para a imunoterapia – que visa usar o sistema imunitário do corpo humano para combater a doença – colaborando com seis instituições de investigação sobre o cancro com sede nos Estados Unidos.

“Estamos num ponto de inflexão na investigação sobre o cancro e agora é chegada a hora de maximizar o potencial único da imunoterapia para transformar todos os cancros em doenças ‘manejáveis’, salvando milhões de vidas”, afirmou Parker, que criou, no ano passado, uma fundação com o seu nome.

“Acreditamos que a criação de um novo financiamento e modelo de investigação pode ultrapassar muitos dos obstáculos que atualmente impedem avanços na investigação. Ao trabalhar de perto com os nossos cientistas e mais de 30 parceiros da indústria, o Instituto Parker está posicionado para disseminar amplamente descobertas e, acima de tudo, oferecer mais rapidamente tratamento aos pacientes”.

Parker, de 36 anos, e a sua mulher, Alexandra, assinalaram o lançamento com um jantar de gala na sua mansão em Beverly Hills, que adquiriram à apresentadora de televisão e comediante Ellen DeGeneres em 2014.

Estrelas como Tom Hanks, Katy Perry, Orlando Bloom, Sean Penn e Bradley Cooper marcaram presença, a par com líderes da indústria da tecnologia como Jack Dorsey (Twitter), Anne Wojcicki (Google) e Laurene Jobs, mulher de Steve Jobs.

O novo Instituto Parker para a Imunoterapia vai trabalhar com mais de 40 laboratórios e mais de 300 cientistas e imunologistas. Toda a investigação e propriedade intelectual vai ser partilhada, “permitindo aos investigadores ter acesso imediato a uma ampla série de descobertas fundamentais”, segundo um comunicado.

O centro vai ser liderado pelo cientista Jeffrey Bluestone, da Universidade da Califórnia, que foi nomeado para um painel para ajudar a orientar a iniciativa ‘moonshot’ contra o cancro anunciada este ano pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

“A imunoterapia representa um fundamental novo avanço no paradigma do tratamento contra o cancro. Aproveita o poderoso sistema imunitário do próprio corpo para mobilizar o seu refinado arsenal de combate à doença para se envolver e eliminar as células cancerígenas”, afirmou Jeffrey Bluestone.

“Os nossos cientistas são líderes no terreno e vão agora trabalhar juntos para fazer descobertas para tratar – e potencialmente curar – o cancro”.

Estudo
Cientistas australianos descobriram que a reparação do ADN em partes importantes do genoma humano pode oferecer novas pistas...

“O estudo também nos diz que, apesar de o corpo humano ter uma grande capacidade de se reparar, há certas partes do nosso genoma que não o fazem bem quando são danificadas por mutagénicos como os raios ultravioletas ou o tabagismo”, afirmou o seu autor, Jason Wong, a Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW, na sigla em inglês).

Os investigadores da UNSW, cujo estudo foi publicado na revista científica Nature, analisaram mais de 20 milhões de mutações de ADN em 1.161 tumores de 14 tipos de cancro, segundo o comunicado enviado pela instituição de ensino superior australiana.

Os cientistas descobriram que em muitos tipos de cancro, especialmente no da pele, o número de mutações era particularmente elevado nas zonas do genoma conhecidas como “genes promotores”, que controlam a forma como os genes se expressam, determinando assim o tipo de célula e as suas funções.

O estudo constatou que o número de mutações de ADN aumenta nos genes promotores porque as proteínas que unem o ADN ao controlo da expressão do gene bloqueiam um dos sistemas de reparação celular responsável por corrigir os danos no ADN afetado, explicou a UNSW.

Este sistema a que se refere o estudo é conhecido como o mecanismo de reparação por excisão de nucleótidos – as unidades mais simples do ADN – (NER, na sigla em inglês), que se dá nas células humanas e o único capaz de reparar os danos produzidos pela exposição aos raios ultravioletas.

Segundo Wong, o estudo recolhe fortes evidências que apontam que o aumento das mutações nas regiões dos genes promotores ocorre quando o sistema NER se encontra comprometido, pelo que recomenda que se evite os fatores ambientais nocivos para minimizar estes danos passíveis de provocar cancro.

Até agora, a comunidade científica tinha identificado apenas um promotor da mutação conhecido como transcríptase inversa da telomerase (TERT, na sigla inglês) que contribui para o cancro, recorda o comunicado da UNSW.

Wong instou a que se promovam investigações sobre o impacto das mutações dos genes promotores no desenvolvimento do cancro, a fim de ajudar os médicos a entender por que se desenvolvem determinados tipos de cancro, a prevenir a doença e ainda a conceber tratamentos mais ajustados às necessidades dos pacientes.

Nos EUA
Um jovem norte-americano, que ficou tetraplégico após um acidente, recuperou a mobilidade nos dedos e na mão, graças a um ...

A investigação com sensores, que captam a atividade neuronal, tinha permitido, até agora, transmitir sinais cerebrais a braços articulados externos, mas é a primeira vez que é recuperada a mobilidade nas extremidades de membros de uma pessoa com paralisia.

Uma equipa da Universidade Estatal de Ohio e do Instituto Feinstein para a Investigação Médica, ambos nos Estados Unidos, conseguiu ligar um implante cerebral a um dispositivo com 130 elétrodos capazes de gerar movimento na mão.

O sistema funciona como um ‘bypass’ eletrónico que contorna a lesão na espinal medula do jovem, sem mobilidade nas pernas e nos braços há cinco anos, e liga de novo o cérebro aos músculos.

A partir de algoritmos de autoaprendizagem, um computador descodifica a atividade neuronal de Ian Burhart, de 24 anos, e deteta quando o jovem está a pensar em realizar determinado movimento.

Com esta informação, o ‘software’ dá a ordem em tempo real aos elétrodos do braço para que os músculos executem ações, como fechar a mão, contrair o dedo ou rodar o pulso.

Quando o sistema está operacional, Ian Burhart pode levantar uma garrafa e verter o líquido num copo, ou carregar nos botões de um instrumento musical.

Segundo os cientistas, a tecnologia pode permitir, no futuro, que pessoas com paralisia se possam vestir e alimentar sozinhas.

"Ian pode, agora, realizar movimentos funcionais, o tipo de movimentos necessários para as atividades diárias que as pessoas sem paralisia dão por adquiridas", afirmou, citado pela agência Efe, o coordenador da investigação, Chad Bouton, apontando como "um dos avanços mais importantes" do trabalho o facto de a sua equipa ter conseguido que o jovem mova cada dedo, individualmente.

Ian Burhart ficou tetraplégico depois de ter sido atingido por uma onda, numas férias na praia na companhia de amigos. Durante mais de um ano, submeteu-se a três sessões de treino semanais, para que a terapêutica fosse aperfeiçoada.

A equipa de Chad Bouton demorou dez anos a desenvolver o microchip cerebral, os algoritmos para interpretar os sinais cerebrais e o dispositivo com elétrodos para traduzir a informação em movimentos.

Estudo
Quase metade dos países em desenvolvimento deverão falhar as metas para o investimento em saúde em 2040, o que poderá deixar...

Coordenados pelo investigador Joseph Dieleman do Instituto para a Métrica e a Avaliação da Saúde, em Seattle, EUA, e publicados na revista britânica The Lancet, os dois estudos fazem a projeção dos gastos nacionais em saúde, no primeiro, e da ajuda financeira ao desenvolvimento dedicada ao setor da Saúde, no segundo.

A conclusão é que o financiamento da Saúde nos países em desenvolvimento enfrenta uma crise que resulta, tanto de um baixo investimento doméstico, como da estagnação da ajuda internacional.

Mesmo em 2040, os governos de 35 dos 80 países de baixo e médio-baixo rendimento abrangidos pelo estudo ficarão abaixo dos 86 dólares (75 euros) por pessoa considerados como mínimo para assegurar que os serviços de saúde estão universalmente disponíveis.

Além disso, apenas um dos países de baixo rendimento (Ruanda) e um terço (36 de 98) dos países de médio rendimento alcançarão a meta que estipula que, até 2040, a despesa dos governos na saúde deve representar 5% do Produto Interno Bruto.

Segundo o estudo sobre investimento doméstico, a diferença entre os gastos em saúde dos países de baixo e de alto rendimento não tem tendência a diminuir, mantendo-se praticamente inalterada ao longo de quase 50 anos.

Tal como em 1995 e 2013, os países de baixo rendimento deverão dedicar à Saúde, em 2040, apenas três cêntimos por cada dólar investido por pessoa nos países de alto rendimento.

“Apesar de enormes necessidades, os nossos resultados mostram que a maioria dos países mais pobres e que enfrentam o maior peso das doenças registarão apenas crescimentos tépidos nos gastos com saúde nos próximos 25 anos", disse Joseph Dieleman, citado num comunicado da revista The Lancet.

Perante este panorama, e ao contrário do que aconteceu no passado, a ajuda ao desenvolvimento está a estagnar e dificilmente permitirá colmatar o fosso existente.

Entre 2000 e 2009, após a definição dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, a ajuda internacional aumentou a um ritmo de cerca de 11% ao ano.

No entanto, desde 2010 o crescimento anual tem sido de apenas 1,2%, com cinco anos consecutivos de pouca mudança no montante dirigido ao setor da saúde dos países em desenvolvimento - 35 mil milhões de dólares (30 mil milhões de euros).

Os modelos usados pelos investigadores preveem que a ajuda internacional poderá variar muito, com uma estimativa média de 64 mil milhões de dólares (56 mil milhões de euros) em 2040.

No entanto, o estudo admite uma grande margem de incerteza, com as taxas anuais a variarem entre 0,72 e 5,96%.

Estas projeções, afirma Dieleman, poderão ter "um sério impacto em mais de 15 milhões de pessoas que tomam antirretrovirais nos países em desenvolvimento e nos serviços de saúde em alguns dos países de baixo rendimento, particularmente na África Subsaariana, onde o VIH/SIDA, a tuberculose e a malária continuam entre as maiores ameaças à saúde".

Os dois estudos em causa, ambos patrocinados pela Fundação Bill e Melinda Gates, serão discutidos esta semana no Fórum Anual de Financiamento do Grupo Banco Mundial sobre Cobertura Universal de Saúde.

Num comentário aos estudos, Tim Evans, do Grupo Banco Mundial, e Ariel Pablos-Méndez, da agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional, escrevem que "embora o desafio seja gigantesco, alcançar a cobertura universal de saúde e a sua sustentabilidade financeira até 2030 é exequível para a maioria dos países".

"O sucesso vai depender de os governos e os parceiros alinharem os seus objetivos num esforço estratégico coordenado", concluem.

Saiba quais são
A constipação cursa com um conjunto de sintomas variáveis com o doente que importa caracterizar por

Dor de garganta

Os sintomas da constipação resultam da inflamação da mucosa da orofaringe e nasal e não surgem todos em simultâneo. Geralmente, o primeiro sintoma a surgir é a irritação faríngea, em 50% dos casos, em que o doente refere garganta irritada, “arranhada”. A dor de garganta pode não se distinguir de uma infecção bacteriana ou amigdalite apesar de em 70% dos casos ser de origem vírica e seja de curta duração e autolimitada. A gravidade do desconforto, a duração dos sintomas, a presença de mal estar geral e a aparência da garganta permite distinguir entre o tratamento com recurso a medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) ou dirigir o doente para o médico. Embora as dores de garganta estejam geralmente associadas à constipação, elas podem significar situações ou infecções mais graves, que importa identificar e diferenciar, para dirigir o doente ao médico, se for o caso. Das situações mais graves de dor de garganta em que o médico deve ser consultado, destacam-se:

  • Febre glandular (mononucleose infecciosa): infecção vírica com dor de garganta, edema dos gânglios e febre, mais comum em adolescentes;
  • Amigdalite: geralmente por estreptocos beta hemolítico com aspecto purulento, febre e mal-estar;
  • Reacções adversas por fármacos: que provocam agranulocitose, em que um dos primeiros sinais de imunossupressão é a dor de garganta: captopril, carbimazol, tiouracilo, citotóxicos, neurolépticos (ex.: clozapina), penicilamina, sulfassalazina e antibacterianos sulfurados (ex.: cotrimoxazol, sulfadiazina).

Clinicamente é difícil distinguir entre faringite vírica e a bacteriana. A presença de pontos brancos sobre as amígdalas, por exemplo, não é necessariamente indicativa de infecção bacteriana porque na faringite estreptocócica é possível que a faringe tenha uma aparência quase normal, sem exsudado, tornando-se difícil o diagnóstico diferencial apenas pelo aspecto da faringe, também, por outro lado, é impraticável na prática clínica fazer-se a pesquisa sistemática do agente causal, o que mais dificulta o diagnóstico. De um modo geral, o médico, quando medica, presume que a faringite é de origem bacteriana por isso prescreve um antibiótico, embora saiba que provavelmente não seria necessário, visto tratar-se de uma infecção viral; no entanto os riscos de deixar uma infecção estreptocócica sem tratamento são elevados pelo que ele não os quer correr.

Pelo segundo dia da constipação, a dor de garganta atenua-se e surge a sintomatologia nasal (80 a 100% dos casos), que se traduz espirros, rinorreia (pingo no nariz) e congestão nasal (nariz tapado). Podem ainda ocorrer mialgias e mal-estar geral.

Espirros

Podem ocorrer na constipação e na rinite alérgica. Nesta, os espirros adquirem uma frequência repetitiva e paroxística, sendo acompanhados de formigueiro ou prurido nasal, o que ajuda a distinguir dos espirros da constipação que são ocasionais e geralmente não se acompanham de prurido.

Rinorreia

A rinorreia surge na constipação e na rinite alérgica.

Na constipação, a rinorreia no início é transparente e fluida, mas à medida que a constipação prossegue torna-se espessa, opaca e amarelada, devido ao grande número de células epiteliais mortas e aos leucócitos, podendo ter aspecto purulento sem que isso signifique que haja infecção bacteriana secundária. O início, frequência e gravidade sintomática da rinorreia depende do tipo de vírus infetante. 

Congestão nasal

Constitui um sintoma muito desagradável da constipação, o muco excessivo que pode acompanhá-la, particularmente quando purulento, sugere infecção. Na rinite alérgica o muco é geralmente claro e aquoso, tal como sucede nas fases iniciais da constipação.

A congestão nasal também pode ser provocada por alguns medicamentos que inibem o fluxo simpático, como anti-hipertensores (ex.: metildopa e clonidina), bloqueadores beta adrenérgicos e por contracetivos orais.

Tosse

A inflamação da traqueia ou dos brônquios pode manifestar-se por uma sensação de irritação e de congestão do peito. A tosse surge em cerca de 20% dos casos de constipação, devido à conjunção de diversos fatores: inflamação dos brônquios e estimulação dos receptores da tosse a nível da faringe e laringe, pela inflamação e pela rinorreia posterior, sendo esta última a principal causa da tosse se agravar à noite, com o doente na posição deitada. A tosse segue um padrão ao longo do tempo, no início é seca e, à medida que o tempo passa torna-se produtiva, pelo aumento das secreções brônquicas e de restos da atividade fagocitária. No final da constipação, a tosse volta a ser seca, residual.

As vias aéreas constituem um sistema defensivo com três tipos de acção que constituem as defesas naturais e que podem relacionar-se com o aparecimento da tosse. Assim, as três linhas de defesa são:

  • 1ª linha de defesa: eliminação das partículas estranhas presentes na corrente aérea através da filtração do ar inspirado, com retenção das partículas aéreas, por impacto ou por sedimentação. Os cílios das fossas nasais servem de filtro mas, são as variações de calibre das vias aéreas que, criando zonas de remoinho, onde a velocidade da corrente aérea se reduz consideravelmente, condicionam a deposição das partículas mais densas, por sedimentação. As partículas não sedimentadas são projetadas sobre a superfície das vias aéreas, nos pontos onde estas mudam de direção, dando-se a deposição por impacto, graças à força centrífuga gerada. A tosse aparece como um reforço desta primeira linha de defesa.
  • 2ª linha de defesa: remoção das partículas estranhas e depuração do sistema. Esta segunda linha, mais fisiológica e biológica do que a primeira, procura remover as partículas depositadas. Os seus elementos fundamentais são os macrófagos e o sistema de transporte ou aparelho mucociliar, constituído pelos cílios vibráteis e por uma camada de revestimento líquido, "tapete" contínuo desde os alvéolos até às fossas nasais, onde se fixam as partículas depositadas.
  • 3ª linha de defesa: isolamento e sequestração das partículas que conseguiram passar pelas duas primeiras linhas e se instalaram no aparelho respiratório. Esta terceira linha de defesa consiste no isolamento e sequestração das partículas que se instalaram em qualquer ponto das vias aéreas (mucosa nasal, parede brônquica ou no próprio interstício pulmonar). Enquanto as duas primeiras linhas, quando eficientes e suficientes, conseguem a depuração de partículas sem qualquer inconveniente para o aparelho respiratório, a terceira, como linha de recurso que é, deixa cicatrizes e, pode levar, à disfunção grave da função respiratória, como é o caso das fibroses pulmonares, causadas pela inalação de partículas estranhas.

Uma mucosa bem húmida é condição fundamental para a mucocinese. O aquecimento e a humidificação do ar na cavidade nasal, bucal e traqueia são condições indispensáveis ao seu bom funcionamento, facilitando, por consequência, a eliminação das partículas estranhas.

O reflexo da tosse é um, dos diversos mecanismos de defesa, do aparelho respiratório, desencadeando-se por zonas reflexogéneas que, uma vez estimuladas a desencadeiam. Este reflexo tem três componentes nervosos:

1. Receptores na mucosa do trato respiratório superior, sensíveis à estimulação química ou mecânica, que ativam a descarga de impulsos aferentes (vagais) colinérgicos das fibras nervosas, dirigidos ao centro da tosse;

2. Centro da tosse;

3. Impulsos eferentes que partem do centro da tosse e, são transmitidos, através dos nervos colinérgicos, originando contracções do diafragma, dos músculos abdominais e intercostais, da qual resulta, a rápida expulsão de ar dos pulmões, levando consigo o muco e as partículas irritantes, presentes na superfície da mucosa respiratória.

O acto de tossir implica três mecanismos consecutivos:

1. Inspiração profunda que termina com a oclusão da glote;

2. Contracção de musculatura torácica e abdominal, com a glote ainda fechada, o que faz com que aumente consideravelmente a pressão intratorácica;

3. Expulsão ruidosa de ar (tosse) quando o ar é expulso a grande velocidade, provocando o "ruído da tosse" ocorrendo quando a pressão intratorácica é suficiente para vencer a resistência da glote.

A mucocinese corresponde ao movimento dos cílios que atapetam as vias respiratórias. As mucosidades da árvore traqueobrônquica quando são colocadas em movimento pelos cílios vibráteis transportam as partículas estranhas, através do aparelho respiratório, eliminando-as. Associada ao reflexo da tosse, a mucocinese constitui também um mecanismo de defesa importante. A mucocinese necessita para se efetuar efetivamente, de uma tosse adequada, do movimento ciliar, de boa consistência do muco e, finalmente, que as vias respiratórias estejam em bom estado. A função protetora do muco exerce-se por uma tripla acção:

  • Hidratação da mucosa brônquica;
  • Secreção local de anticorpos (IgA) e enzimas que asseguram a proteção contra as infecções;
  • Captura e eliminação de partículas estranhas por acção ciliar.

O muco produzido pelas células caliciformes e glândulas de mucosa brônquica, é constituído por duas camadas: uma viscosa, de dois micra de espessura, que flutua sobre a camada aquosa, de cinco micra de espessura, como um "óleo à superfície da água". A secreção das células caliciformes não está sob dependência do sistema nervoso, nem do sistema hormonal e, é quase impossível intervir farmacologicamente nesta função.

As glândulas seromucosas, provavelmente responsáveis pela fase aquosa do muco, são enervadas pelo sistema colinérgico.

No decurso de, certos processos patológicos (infecção, bronquite crónica, etc.) as células mucossecretoras sofrem transformações como hiperplasia, hiperatividade e por vezes, metaplasia (em células anormais), que têm, como efeito, o aumento, da produção de mucosidades, difíceis de remover.

A tosse é originariamente um sintoma de alerta e um reflexo de proteção, tendente a expulsar substâncias estranhas contidas nas vias áreas.

A tosse, aguda ou crónica, não deve ser considerada como um fenómeno banal porque pode representar um reflexo de defesa benéfico (eliminação duma hipersecreção brônquica patológica), um reflexo de alarme (inalação dum corpo estranho, substância irritante ou alergénica) ou ser o sintoma revelador duma afecção benigna ou maligna.

A causa mais comum da tosse é a infecção minor, do trato respiratório superior causada por invasão bacteriana ou, mais vulgarmente vírica.

Existe ainda uma tosse de causa iatrogénica, quando induzida por exemplo, pelos inibidores da enzima de conversão da angiotensina I em II, numa frequência que atinge os quinze por ceno dos doentes submetidos a esta terapêutica. É uma tosse seca, penosa, porque muitas vezes é quase permanente, surge algumas semanas ou meses após o início do tratamento e, desaparece poucos dias até 3 semanas, após a sua interrupção. Os bloqueadores beta adrenérgicos, mesmo sob a forma de colírio, podem igualmente estar na origem duma tosse iatrogénica, o mesmo sucedendo com uso de diversos aerossóis.

Classificação da tosse

Para classificar a tosse podem considerar-se vários critérios, quanto à expectoração, duração e características da expectoração:

1. Quanto à expectoração:

  • Tosse congestionada produtiva: quando associada a congestão do peito e expectoração de mucosidades. A tosse produtiva é útil para remover as secreções acumuladas e outros detritos mucosos do trato respiratório inferior. Não deve ser evitada já que é um auxiliar importante, na resolução da congestão brônquica;
  • Congestionada não produtiva associada a congestão e com pouca expectoração;
  • Seca não produtiva se não existir congestão nem expectoração: pode tornar-se excessiva, desconfortável e, tende a perpetuar-se devido ao facto da expulsão rápida do ar contribuir para a irritação das mucosas, da traqueia e da faringe. Se a tosse, se tornar muito repetitiva, a pressão resultante sobre a glote, pode mesmo impedir a circulação venosa ao coração originando síncope, como resultado de diminuição do débito cardíaco. A tosse seca pode provocar irritação da mucosa do trato respiratório e faringe com edema da mucosa após dor de garganta ou pelo escorrer de muco a partir do espaço pós nasal, que irrita a garganta perpetuando a tosse. Esta tosse é comum na faringite, traqueíte, constipação e bronquite. É uma tosse cansativa que dificulta o sono e irritante para as pessoas que acompanham o doente. Na tosse seca, a procura da sua origem é indispensável e deve ser debelada o mais precocemente possível.

2. Quanto à duração:

  • Aguda: surge geralmente como consequência de uma broncopneumopatia infeciosa aguda, de uma virose respiratória ou, com menor frequência, de uma tuberculose ou mesmo, pelo vírus da imunodeficiência humana. Mais raramente, a tosse aguda pode aparecer num contexto não infecioso, que na criança, é geralmente resultante de inalação de um corpo estranho e no adulto, de uma doença pleural grave; 
  • Crónica: é prolongada e requer identificação da etiologia. A mais frequente resulta de afecções da orofaringe (ORL), asma, refluxo gastroesofágico e presença de doenças brônquicas crónicas, como a bronquite crónica, cujo principal responsável é o tabagismo e ainda da mucoviscidose e de bronquiectasias, conducentes a uma tosse produtiva intensa.

3. Quanto às características da expectoração:

As características da expectoração podem dar indicações sobre a gravidade da situação respiratória, sendo um auxiliar precioso na orientação do diagnóstico e da terapêutica a seguir. A expectoração pode ser:

  • Clara e translúcida: com fraco significado clínico;
  • Copiosa, branca e mucóide: surge em doentes com bronquite crónica ou asma;
  • Esverdeada ou acastanhada: sugestiva de infecção bacteriana;
  • Cheiro fétido: associada geralmente a infecção por anaeróbios, como no abcesso pulmonar pútrido;
  • Rançosa: típica de pneumonia pneumocócica;
  • Cor rosada: sugestiva de edema pulmonar;
  • Copiosa, em camadas (estratos): característica da bronquiectasia;
  • Raiada de sangue: após um violento acesso de tosse é “normal” o aparecimento de sinais de sangue na expectoração, mas sinais de sangue persistentes ou uma perda de sangue mais óbvia, requerem uma investigação detalhada, a fim de se excluírem problemas como o carcinoma, a tuberculose ou o embolismo pulmonar.

Outros sintomas da constipação

A constipação é geralmente afebril no entanto o doente pode sentir-se febril e ter arrepios e febre baixa. Na criança pode surgir febre, entre 38 e 39ºC. O envolvimento dos seios perinasais pode provocar dor de cabeça. Podem ainda estar presentes: mialgias e sintomas de sinusite (rigidez e edema dos sinus, tonturas, sensação de cabeça cheia juntamente com muco purulento).

Situações para referenciar ao médico o doente com constipação

Apesar da constipação ser uma infecção benigna, há circunstâncias que requerem avaliação clínica pelo que o doente deve ser encaminhado para uma consulta médica, destacando-se:

  • Tosse nocturna na criança (não comum na constipação e que pode indiciar asma); 
  • Criança com respiração ruidosa (pode ser indícios de asma); 
  • Asmáticos, porque a constipação pode induzir crise de asma; 
  • Doentes brônquicos, porque a infecção pode complicar-se com infecção bacteriana; 
  • Tosse por mais de 2 semanas ou que se agrava rapidamente; 
  • Dispneia num idoso com insuficiência cardíaca;
  • Dor intensa ao tossir ou inspirar que pode significar embolia pulmonar; 
  • Suspeita de reacções adversas a medicamentos (tosse seca pelos IECA); 
  • Expectoração amarela/esverdeada/acastanhada, indício de infecção bacteriana; 
  • Manutenção da febre durante 48 horas; 
  • Dor de garganta; 
  • Durante mais de 1 semana com rouquidão persistente e ou disfagia (pode indicar carcinoma);
  • Suspeita de reacções adversas, como a dor de garganta que pode ser sinal de discrasia sanguínea; 
  • Dor de ouvidos, catarro nasal que provoca a sensação de surdez. A dor significa geralmente otite bacteriana do ouvido médio, mais frequente em crianças.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Com se transmite
De todas as afecções respiratórias do trato superior, a constipação é sem dúvida a mais frequente, p

A constipação também vulgarmente designada por resfriado é infecção catarral aguda do trato respiratório que, apesar de não ser grave, ser autolimitada e com raras complicações, constitui um problema de saúde incómodo e altamente prevalente, particularmente nas épocas mais frias.

A constipação é muito mais frequente na criança abaixo dos 5 anos, surgindo com uma frequência de 4 a 9 episódios anuais (com o pico de incidência por volta dos 1-2 anos), diminuindo progressivamente até à idade adulta com 1 a 3 episódios anuais. O pico de incidência das constipações é no inverno, mas uma percentagem substancial de casos surge no verão (10 a 15%). As mulheres entre 20 e 30 anos têm mais constipações do que os homens, por duas razões: maior exposição às crianças e maior suscetibilidade às infecções no período pré-menstrual.

O carácter benigno da constipação e, o facto do seu tratamento ser apenas sintomático faz com que este problema de saúde seja um excelente candidato ao campo dos autocuidados, de indicação farmacêutica, e do tratamento com medicamentos que não requerem receita médica (MNSRM). A sua elevada prevalência e diversidade de sintomas que ocasiona explica a frequência com que o farmacêutico é chamado a intervir e a grande variedade de medicamentos existentes com esta indicação.

Convém não esquecer ainda que, devido a esta quota de mercado e aos princípios ativos que estes medicamentos contêm, eles têm enorme responsabilidade no conjunto de reacções adversas decorrentes da sua utilização, agravando o facto de os doentes os considerarem como “inofensivos”, quase como se não fossem medicamentos. A abordagem à terapêutica da constipação é efetuada pelos sintomas habituais que acompanham esta infecção, designadamente: febre, mialgias, congestão nasal, rinorreia, laringite, faringite, tosse, entre outros.

A constipação é frequentemente confundida com a gripe, no entanto esta é uma infecção muito mais grave e com complicações mais delicadas em que o doente se sente incapaz de sair da cama pela febre alta e mialgias intensas, embora ambas as situações sejam tratadas com recurso a medicamentos de alívio sintomático.

Transmissão
O vírus da constipação é transmitido de pessoa a pessoa por via aérea, através do espirro e tosse devido às gotículas aerossolizadas de secreções contaminadas. A transmissão por contacto mão-mão ou com objetos contaminados é hoje considerada como uma das principais vias de transmissão e a prevenir. A inoculação do vírus acontece por inalação do vírus aerossolizado e quando a pessoa leva as mãos contaminadas à zona do nariz. O risco de contágio é muito superior em ambientes fechados e cheios de pessoas (ex.: creches, escolas, lares, centros de dia, etc.). Como fatores predisponentes para a infecção destacam-se: arrefecimento corporal (ex.: pés frios, cabeça molhada, etc.), fadiga, mau estado nutricional, doença respiratória de base (ex.: rinite alérgica, doença pulmonar, asma, etc.), deficiência imunitária por doença ou medicamentos, etc.

O período de incubação é geralmente de 1 a 2 dias e dura cerca de 5 a 7 dias apesar de poder atingir duas semanas em 25% dos casos.

As complicações da constipação são pouco frequentes, sendo na sua maioria infecções bacterianas secundárias:

  • Rinite bacteriana, sinusite: com rinorreia purulenta, cefaleias por cima dos olhos (por envolvimento dos seios frontais) e dor ao pressionar as zonas da face correspondentes ao seio perinasal envolvido;
  • Otite média aguda: particularmente no lactente e na criança com febre, dor de ouvido;
  • Exacerbação infeciosa de uma bronquite ou de DPCO;
  • Exacerbação da asma: porque a constipação produz uma hiperreatividade brônquica.

Etiologia
A constipação é uma infecção a vírus, sendo na maioria dos casos (30-40%) um Rinovirus (família com mais de 100 serotipos). Outras variedades de vírus envolvidos são: Coronavirus, vírus sincicial respiratório, vírus Coxsackie, Echovirus, vírus Influenza A e B, Parainfluenza e Adenovírus (nestes 3 últimos casos, surge sintomatologia sistémica e/ou das vias aéreas inferiores para além das vias superiores, típica da constipação). O vírus invade a mucosa nasal ou da faringe, laringe, podendo atingir também porções do trato respiratório inferior como a traqueia e os brônquios.

A infecção vírica desenrola-se em várias fases, iniciando-se pela entrada do vírus nas células da mucosa respiratória, onde se replica, libertando novas partículas víricas com lise e destruição da célula hospedeira e invasão de novas células, perpetuando o ciclo. A destruição das células da mucosa respiratória ativa os mecanismos de defesa do organismo, traduzindo-se numa reacção inflamatória local que é a responsável pelos sintomas que acompanham a constipação. Durante a invasão vírica são libertados vários mediadores pro-inflamatórios tais como as quininas (bradiquinina) e as interleucinas (IL1ß, IL6, IL8). É de salientar que não se deteta aumento da concentração de histamina nas secreções nasais, o que leva a crer que os mastócitos não desempenhem aqui um papel preponderante, ao contrário do que se passa na rinite alérgica. O efeito combinado dos diferentes mediadores induz um conjunto de reacções locais, nomeadamente:

  • Aumento do fluxo sanguíneo (hiperemia), aumento da permeabilidade capilar e extravasamento de fluidos para o espaço intersticial, fenómenos que provocam o edema da mucosa responsável pela congestão nasal e de outras áreas afetadas;
  • Aumento da secreção glandular, com rinorreia, resultante da estimulação colinérgica reativa à infecção;
  • Irritação da mucosa nasal e faríngea, com estimulação das vias nervosas sensoriais e consequente sensação de dor, de “pico” ou de “arranhado” no nariz e garganta;
  • Infiltração por células inflamatórias no local afetado.

Em linhas gerais, a constipação inicia-se com sensação de formigueiro nasal, faríngeo, e eventualmente dos olhos, progredindo para espirros e rinorreia seguida de congestão nasal. A garganta manifesta inflamação com dores e tosse reflexa que pode ser provocada pelo corrimento nasal pela orofaringe para os brônquios. A febre pode surgir mas de baixa intensidade.

As infecções por rinovírus estão associadas a sintomas que se desenvolvem rapidamente atingindo o auge 2 a 3 dias após a infecção, as do vírus sincicial respiratório estão associadas a sintomas que se desenvolvem lentamente ao longo de 5 ou mais dias. Pode estar associada a rouquidão, afonia, sendo estas resultantes da inflamação da laringe designada por laringite. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa
A Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa, em parceria com a biofarmacêutica Gilead Sciences, assinala...

Na terceira e atual etapa do projeto, a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP/UNL)pretende revisitar e reavaliar os resultados do estudo, tendo em perspetiva um modelo de financiamento e organizacional adaptado às novas necessidades em saúde da população com VIH/SIDA em tratamento e que apresenta uma longevidade e uma nova condição de saúde, o que inevitavelmente exigirá uma resposta renovada do Sistema de Saúde.

O presente estudo, a implementar no decurso do ano 2016, pretende mapear o percurso do doente com VIH/SIDA nos serviços de saúde, identificar estratégias para resolver os pontos de estrangulamento nesse percurso e definir indicadores de medição de qualidade de vida do doente.

Este modelo teórico acompanha a meta 90-90-90 estabelecida pela ONUSIDA, que pretende que até 2020 90% das pessoas infetadas sejam diagnosticadas, 90% das pessoas com o diagnóstico de infeção por VIH estejam em tratamento e 90% das pessoas em tratamento estejam controladas, com carga viral suprimida.

O estudo acrescenta uma quarta dimensão a estes objetivos, que passa por procurar alcançar a meta de 90% de doentes com VIH/SIDA controlados, com um nível satisfatório de bem-estar físico, psíquico e social.

Committed to Cure
Hoje é lançada na Europa uma nova iniciativa, Committed to Cure, para assinalar o facto de, pela primeira vez, ser possível...

Committed to Cure tem como objetivo destacar a importância da cura da hepatite C e homenagear as pessoas e famílias que vivem com a hepatite C, os profissionais de saúde que cuidam destas e a ciência que fez com que a cura fosse uma realidade.

Liderado por uma coligação de especialistas europeus, Committed to Cure pretende aumentar o conhecimento sobre a cura da hepatite C, através da partilha de histórias reais de pessoas que vivem com a doença e do convite a todos para se envolverem fazendo um “compromisso” com a cura.

Com o lançamento no Congresso Internacional do FígadoTM 2016, em Barcelona, a maior reunião de profissionais da área da doença hepática da Europa, a iniciativa irá reunir o apoio de mais de 19 milhões de pessoas na Europa1 com hepatite C, muitas das quais não estão diagnosticadas. A importância de uma cura disponível ainda não é totalmente conhecida e muitas pessoas continuam sem saber que os novos medicamentos podem curar mais de 90% de pessoas com hepatite C.2,3

“A hepatite C é uma doença caracterizada pelo estigma. Ao construirmos uma comunidade para aumentar a sensibilização para a doença e promover o apoio às pessoas que vivem com a doença, destacamos a importância e necessidade da cura” disse Ana Cláudia Miranda, do Hospital Egas Moniz em Lisboa. “Pedimos que apoie as pessoas afetadas na Europa fazendo um ”compromisso” com a cura e apoiando um futuro sem hepatite C”, continua a especialista.

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Ao visitar www.committedtocure.org, todos podem partilhar o seu apoio no Mural da Cura da iniciativa ao partilhar um "C" pela Cura. Pode ser uma fotografia de uma placa de rua, uma obra de arte original ou até mesmo uma "selfie" com a letra "C". Committed to Cure também permite que as pessoas, que tenham sido pessoalmente afetadas pela hepatite C, partilhem as suas próprias histórias numa plataforma. Visite as Cure Stories no Website da iniciativa para conhecer as histórias das pessoas afetadas e a forma como a cura teve impacto nestas.

1World Health Organization. Guidelines for the screening, care and treatment of persons with hepatitis C infection. WHO Geneva 2014. Available from: http://www.who.int/hiv/pub/hepatitis/hepatitis-c-guidelines/en/. Last accessed: 24 March 2016.
2Mohamed AA. Hepatitis C virus: A global view. World J Hepatol. 2015;7:2676-2680.
3McConachie SM, et al. New direct-acting antivirals in hepatitis C therapy: a review of sofosbuvir, ledipasvir, daclatasvir, simeprevir, paritaprevir, ombitasvir and dasabuvir. Expert Rev Clin Pharmacol. 2016;9(2):287–302.

ISQua e GS1
A ISQua, International Society for Quality in Health Care, e a GS1, a organização internacional de standards conhecida pelos ...

A colaboração entre a ISQua e a GS1 visa promover e encorajar a ligação entre a acreditação e a implementação de standards harmonizados em hospitais, para a identificação automática de pacientes, prestadores de produtos e de serviços de Saúde em hospitais.

O fornecimento de cuidados de Saúde de alta qualidade é vital para os hospitais. Contudo, assume-se ao mesmo tempo como um grande desafio para as mesmas unidades de Saúde, confrontadas amiúde com aumentos constantes em volume de trabalho, legislação, alterações demográficas e também em patologias e custos. É exatamente por essa razão que as entidades que acreditam os hospitais em todo o mundo dependem, cada vez mais, do uso dos standards de acreditação ISQua e da força dos standards GS1 para melhorar a segurança do paciente e atuar sobre as eventuais ineficiências em processos.

Miguel Lopera, CEO e Presidente da GS1, afirmou: “o empenho nesta colaboração comprova o papel crescente dos standards GS1 enquanto garante da qualidade em hospitais, dado que ajudam a evitar os erros e a criar processos mais eficientes, permitindo assim que o pessoal hospitalar se concentre nos cuidados aos paciente”.

A ISQua é a líder global responsável pela avaliação dos standards credenciados por agências locais, nacionais e globais. Em contrapartida, estas agências de acreditação definem os parâmetros de referência (benchmarks) em segurança na Saúde e na qualidade de hospitais, lutando pela respetiva acreditação pela ISQua. Posteriormente, os hospitais optam por colaborar com agências acreditadas pela ISQua, por forma a conquistarem um estatuto que lhes permite assegurar a pacientes e outros Stakeholders que os serviços normalizados prestados oferecem a maior segurança e qualidade.

Peter Carter, CEO da ISQua, disse: “uma abordagem global à melhoria da qualidade da Saúde é essencial aos interesses dos pacientes e das suas famílias e uma parceria entre a ISQua e a GS1 vai permitir-nos atingir mais facilmente este objetivo importante e vital”.

A vasta maioria dos produtos de Saúde, dispositivos médicos e consumíveis médicos utilizados em hospitais e outras unidades prestadoras de cuidados de Saúde, inclui, hoje, códigos de barras GS1, permitindo assim uma mais segura administração, encomenda, troca, devolução e rastreabilidade. Por outro lado, as agências de regulação e jurisdição em mais de 65 países reconhecem os standards GS1 para a identificação medicamentos e dispositivos médicos. Os standards GS1 são, em simultâneo, a chave para identificação do prestador de cuidados de Sapela ISI e os standards CEN (CEN/ISO TS 18530).

Cientistas chineses
Uma equipa de cientistas da Universidade de Medicina de Cantão, sul da China, anunciou que conseguiu criar embriões humanos...

Os testes, efetuados em 26 embriões "defeituosos e inaptos a tratamentos de fertilidade" segundo o líder da equipa de cientistas, Fan Yong, permitiram criar quatro embriões imunes ao Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), enquanto os restantes revelaram mutações "não planeadas", informou um jornal oficial.

A investigação foi publicada no último número do Journal on Assisted Reproduction and Genetics, e detalha que todos os embriões foram destruídos no espaço de três dias.

É a segunda vez que um grupo de médicos chineses causa controvérsia através de experiências com a modificação genética de embriões.

No ano passado, uma equipa da Universidade Zhongshan, também em Cantão, disse ter conseguido alterar pela primeira vez na história o genoma humano em embriões.

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