Hospital de D. Estefânia
O Hospital D. Estefânia analisou processos de crianças e jovens internados entre 2012 e 2014, com perturbação do comportamento...

Era filha única e uma excelente aluna, apesar de já ter no seu percurso dois episódios de internamento psiquiátrico. Sofria de anorexia nervosa grave, “com risco iminente de morte”, quando foi internada na Unidade de Pedopsiquiatria do Hospital de D. Estefânia, em Lisboa. Ficou três meses. Já teve alta, mas continua até hoje a ser tratada, “com avanços e recuos”, conta a médica Cláudia Cabido, do Serviço de Pedopsiquiatria. O caso da jovem “Z.”, chamemos-lhe assim, é relatado numa das dezenas de comunicações que serão apresentadas no 7.º Congresso Internacional de Psicologia da Criança e do Adolescente, em Lisboa, que arranca nesta quarta-feira. E foi pela gravidade do caso dela que a equipa da Estefânia decidiu mergulhar nos processos de outros doentes.

São essencialmente raparigas (91%), com uma idade média de 14 anos que, em 60% dos casos, têm um diagnóstico de anorexia nervosa do tipo restritivo. É este, em traço grosso, o perfil dos doentes que entre 2012 e 2014 foram internados no Hospital de D. Estefânia, do Centro Hospitalar de Lisboa Central, com uma perturbação do comportamento alimentar.

Ter havido lugar a internamento significa que estamos a falar de crianças e adolescentes com um risco elevado de complicações médicas e/ou psiquiátricas (a anorexia é uma perturbação psiquiátrica complexa, mas, em geral, privilegia-se o tratamento em ambulatório; hospitalização, só em situações particularmente complicadas).

A média de duração do internamento foi de 51 dias — “são internamentos longos”, sublinha Cláudia Cabido, em resposta ao jornal Público. E 23,3% dos jovens foram internados mais do que uma vez ao longo do período em análise.

Chama-se Doentes com Perturbação do Comportamento Alimentar internados entre 2012 e 2014 — Casuística da Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria do Hospital de D. Estefânia a comunicação que será apresentada na quinta-feira, segundo dia do congresso. É assinada por oito elementos daquele hospital, das áreas da pedopsiquiatria, psicologia e pediatria, entre os quais Cláudia Cabido. “Encontrámos 43 processos clínicos, analisámo-los e seis meses depois fomos fazer um follow-up”, explica.

A boa notícia é que, na altura do “follow-up”, em 95% dos casos os doentes tinham atingido um índice de massa corporal normal. “Não quer dizer que estejam curados, mas é um bom sinal.” Mais: 72% não já não tinham sintomas.

“Cada vez mais precoce”
A anorexia é uma doença “silenciosa” — entre o início dos sintomas dos doentes internados na Estefânia e o início do acompanhamento passaram-se, em média, 9,5 meses. “E é cada vez mais precoce”, diz Cláudia Cabido.

É também a terceira doença crónica mais comum entre as adolescentes, depois da obesidade e da asma, matando cerca de 2% dos que dela sofrem, “o que é uma taxa de mortalidade importante”. “Morrem de desnutrição, ou porque se suicidam.”

Na lista das perturbações do comportamento alimentar dignosticadas entre os jovens internados na Estefânia há algumas que não “cabem” totalmente em nenhuma definição (25%), nem anorexia, nem bulimia, e, por fim, outros tipos de anorexia, que não do "tipo restritivo", e a bulimia nervosa.

Quem sofre de "anorexia nervosa tipo restritivo", a mais comum das perturbações na amostra analisada, como se viu, reduz a ingestão de alimentos, tem uma perturbação da perceção da imagem, medo de aumentar de peso, mas, ao contrário do que se passa na “anorexia tipo purgativo”, tende a não recorrer ao vómito e a laxantes (é isso que distingue os dois tipos da doença).

Os resultados podem ser devastadores: cerca de metade dos doentes no D. Estefânia (51,2%) tinha na altura do internamento um índice de massa corporal inferior ao percentil 5.

As doentes são em geral alunas excelentes, como era “Z.”. “Têm traços muito obsessivos, são muito preocupadas com o seu desempenho em várias áreas, são muito rigorosas”, diz Cláudia Cabido.

Outra característica comum: muitos dos que o D. Estefânia acompanhou (39%) sofrem, além de perturbação alimentar, uma perturbação do humor (depressão, por exemplo) ou uma perturbação de ansiedade. É por isso que os internamentos neste tipo de patologia exigem equipas multidisciplinares, sublinha Cláudia Cabido, e “são habitualmente longos”. A continuidade no acompanhamento em ambulatório é essencial.

“Z.” esteve, numa fase inicial, separada da família. “Havia naquele caso uma fragilidade muito grande. E uma ausência de consciência dessa fragilidade e isso impressionou-nos muito, porque atingiu características muito impressionantes. Havia um misto de desnutrição, com ausência de crítica em relação à doença e várias tentativas de tratamentos prévios, que não tinham sido bem sucedidos...”

Desde então, “Z.” tem sido sujeita a “intervenções psicoterapêuticas individuais e em grupo e a sessões familiares semanais”. A evolução é lenta.

Congresso com 300 participantes
O 7.º Congresso Internacional de Psicologia da Criança e do Adolescente decorre na Universidade Lusíada, em Lisboa, nestas quarta e quinta-feira. Inclui largas dezenas de apresentações e tem mais de 300 profissionais inscritos — psicólogos, assistentes sociais, médicos, enfermeiros, explica ao jornal Público a coordenadora, Tânia Gaspar, diretora do Instituto de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade Lusíada de Lisboa.

Todos os anos o congresso tem um tema central. Apesar de este ano ser “Risco psicossocial: investigação e boas práticas”, em cima da mesa estarão também muitos outros assuntos — da parentalidade, aos comportamentos aditivos, passando pela motivação dos alunos na escola.

Há vários investigadores a apresentar dados de trabalhos ainda em curso. Por exemplo, Ana Xavier, do Centro do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental, da Universidade de Coimbra, falará sobre “comportamentos auto-lesivos não suicidários” num grupo de 786 adolescentes com idades compreendidas entre os 12 e 18 anos de idade.

“Os estudos internacionais apontam para prevalências que vão dos 10% a 40% em amostras da comunidade”, explicou ao jornal Público esta oradora do congresso. “No nosso caso, numa amostra de [786] alunos de escolas da zona Centro do país, encontrámos uma prevalência de 20% destes comportamentos auto-lesivos, ou seja, os jovens reportaram ter tido pelo menos uma vez ao longo da vida algum tipo de comportamento auto-lesivo.”

Estes comportamentos, que implicam magoar o próprio corpo, explica, “estão associados a estados dolorosos, à sintomatologia depressiva, ao sentir-se sozinho, a sentimentos de desvalorização, de não se sentir amado”.

Comportamento anti-social “é quase normal”
Já Alice Murteira Morgado, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, mergulhou nos comportamentos anti-sociais, que, na adolescência, são relativamente comuns — agressões, roubos, destruição de objetos, ameaças físicas e verbais, por exemplo. Mas quão comuns? Num grupo de 489 jovens de três escolas do distrito de Coimbra, 27% admitiram que já tinham tido algum tipo de comportamento anti-social.

As agressões físicas, “na maioria dos casos em contexto escolar”, são o comportamento anti-social mais frequente.

“É uma prevalência importante, mas como a literatura nos diz, diversos autores consideram que o comportamento anti-social na adolescência é quase normativo, ou seja, é quase normal, ou expectável que durante a adolescência uma grande quantidade de jovens vá contra as normas sociais”, explica Alice Morgado, que se encontra a estudar este tema com uma bolsa de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Alguns dos resultados do seu trabalho serão também apresentados no 7.º Congresso Internacional de Psicologia da Criança e do Adolescente.

“É uma etapa em que querem ser adultos, mostrar um estatuto de maturidade que ainda não possuem completamente, valorizam muito o que é valorizado pelos pares, enfim, há muitos aspectos que ajudam a explicar... Por outro lado, o facto de haver 27% de jovens que dizem que já causaram algum tipo de comportamento anti-social, não quer dizer que, quando chegarem à idade adulta, terão esse comportamento. Diz-nos a literatura que só uma minoria, felizmente, irá continuar.”

Alice Morgado diz ainda que certos traços de personalidade e a avaliação que os jovens fazem do seu contexto familiar aparecem associados às atitudes anti-sociais. Por isso, uma das dicas que deixa a quem tem filhos adolescentes é esta: “As famílias devem perceber que há muitos fatores que explicam estes comportamentos". E que “com a entrada na idade adulta e o apoio dos pais”, a maioria desses comportamentos simplesmente deixarão de existir.

16 de Abril - Dia Mundial da Voz
Exames regulares permitem o diagnóstico atempado de doenças, como por exemplo, o cancro da laringe.

A antecipar o Dia Mundial da Voz, que se celebra a 16 de Abril, o Hospital Egas Moniz, em Lisboa, fará rastreios de voz gratuitos a todas as pessoas que lá se desloquem nos dias 14, 15 e 16 deste mês. A realização do rastreio é fundamental, escreve o Sapo, pois através dele as patologias são identificadas mais cedo.

“É crucial para a saúde vocal dos portugueses que as pessoas, regularmente, façam um exame às suas cordas vocais. É isso que permite fazer o diagnóstico precoce de várias doenças, entre as quais o cancro da laringe”, afirma, num comunicado daquela unidade de saúde, Clara Capucho, cirurgiã otorrinolaringologista que coordena a Unidade de Voz do Egas Moniz. “Estes rastreios, não só se deviam multiplicar ao longo do ano, como se deviam também estender a todos os distritos do país e regiões autónomas”, defende ainda médica.

Além dos rastreios, vão decorrer em simultâneo "pequenas atuações" no Egas Moniz com atores no âmbito de um projeto de prevenção de saúde vocal nesta unidade hospitalar: Pedro Giestas interpretará um monólogo quinta-feira, pelas 10h30 e Paulo Pires representará uma parte de uma peça de teatro sexta-feira, às 15h. Também no Teatro Ibérico, em Lisboa, decorrerá o espetáculo A Voz no Espaço da Representação, no dia 15 de Abril, a partir das 21h30.

As iniciativas comemorativas do Dia Mundial da Voz são promovidas pela Fundação Gestão dos Direitos dos Artistas, pela Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz e pelos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa.

Segundo especialista
"A mononucleose atinge o seu pico de incidência entre os 15 e os 25 anos, sendo muito rara a manifestação da doença a...

Embora não seja comum a manifestação de quaisquer sintomas, quando estes surgem podem confundir-se com os de uma gripe como, por exemplo, febre, fadiga, aumento dos gânglios linfáticos, dor de garganta, náuseas e mialgias.

Ana Teresa Boquinhas acrescenta ainda que "ocasionalmente, o envolvimento do fígado e do baço pode gerar sintomas menos frequentes como dor abdominal e icterícia e algumas complicações do sistema nervoso central poderão ocorrer, mas de forma muito rara".

Para evitar o contágio, a médica aconselha: "Não devem ser partilhados os copos e os talheres, por exemplo, uma vez que a transmissão do vírus Epstein-Barr é feita através do contacto com secreções corporais, nomeadamente a saliva".

Na presença do vírus, uma análise ao sangue revela um aumento dos linfócitos e das enzimas hepáticas, sendo posteriormente necessário, segundo o Sapo, confirmar o diagnóstico da doença através de um monoteste, um exame que permite mostrar se ocorreu uma infeção recentemente.

O tratamento da mononucleose é realizado por meio de antipiréticos e analgésicos, associados a repouso, sendo que a resolução da doença é espontânea entre duas a três semanas.

A mononucleose infeciosa é geralmente benigna e, sem tratamento dirigido, não evolui para uma doença grave.

Estudo
Substituir as gorduras animais por óleos vegetais reduz os níveis de colesterol, mas não a mortalidade por doença...

Há vários anos que os nutricionistas recomendam que se privilegie os óleos vegetais em detrimento dos animais. Estudos demonstraram que os primeiros ajudam a reduzir o nível de colesterol e que, por isso, são melhores para o coração.

Essa hipótese é agora posta em xeque pelo British Medical Journal (BMJ), que publica uma série de trabalhos de uma equipa norte-americana cujas conclusões fogem a essa regra, escreve o Sapo.

A equipa retomou uma investigação sobre o tema, feita em Minnesota, nos Estados Unidos, entre 1968 e 1973. Os resultados dessa investigação ainda não tinham sido divulgados.

Os participantes foram distribuídos de forma aleatória pelos grupos de controlo e não controlado.

O estudo comparou quase 10.000 pessoas: metade recebeu uma alimentação que incluía, sobretudo, gorduras saturadas (carne, manteiga, margarina); e a outra, óleos vegetais ricos em ácido linoleico (ómega 6), como o óleo de milho ou de girassol.

Nessa investigação, os investigadores norte-americanos observaram uma queda na taxa de colesterol na ordem dos 13%, mas não na redução das doenças cardiovasculares, nem na mortalidade.

Pelo contrário, constataram que quanto maior o consumo de óleos vegetais e menor o nível de colesterol, maior era risco de mortalidade: aumentando 22% cada vez que o colesterol caía 30mg/dL.

Consultando dados não publicados de outros estudos, entre eles um feito em Sydney entre 1966 e 1973, os cientistas encontraram resultados similares. "Os dados existentes procedentes de estudos randomizados mostram que a substituição das gorduras saturadas por óleos vegetais reduz o nível do colesterol, mas não as mortes cardiovasculares ou outras", destacam.

Entre as hipóteses antecipadas, os especialistas citam fenómenos de "oxidação" que podem aumentar o risco cardíaco, mesmo que o nível de colesterol "mau", o LDL, caia. Essa oxidação pode ser mais significativa em alguns grupos de risco, como os fumadores, pessoas que bebem muito álcool ou idosos.

O professor de Medicina Frank M. Sachs, da Harvard Medical School, em Boston, considera que o estudo "não é confiável". Jeremy Pearson, da British Heart Foundation, aconselha uma "alimentação equilibrada rica em frutas, legumes e cereais complexos para ter um coração saudável", cita a agência de notícias France Presse.

Estudo
A utilização da internet em idades muito precoces aumenta o risco de dependência desta rede em idade adulta, assim como o seu ...

O estudo, que decorreu entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, envolveu 1.105 internautas, com idades entre os 16 e os 75 anos, de vários países, incluindo Portugal, que representou um terço da amostra, disse o investigador português Halley Pontes, da Nothingham Trent University, no Reino Unido.

A partir do uso de “uma metodologia estatística robusta e sofisticada”, os investigadores verificaram que uma grande parte da adição à internet pode ser explicada pelas variáveis “idade”, “idade de iniciação ao uso da Internet” e “tempo despendido online semanalmente por lazer”.

“Concluímos que, de um modo geral, a adição à internet está muito desenvolvida pelo fator da idade e iniciação ao uso da internet”, disse Halley Pontes, que participa na quinta-feira, em Lisboa, no VII Congresso Internacional de Psicologia da Criança e Adolescente, promovido pelo Instituto de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade Lusíada de Lisboa.

Segundo o investigador, as crianças que utilizam a internet antes dos cinco, seis anos “estão potencialmente em maior risco para desenvolvimento da adição à internet”.

“Estes resultados revelam que os pais têm que ter alguma preocupação sobre o modo como deixam os filhos utilizarem essa ferramenta, que inclui os videojogos, porque de facto há aqui uma associação clara entre idades precoces, utilização dessas ferramentas e problemas futuros”, sublinhou.

Nesse sentido, os pais devem exercer esse controlo e ajudar os filhos a autorregularem o uso dessas ferramentas, defendeu Halley Pontes, sublinhando que, em Portugal, o acesso à internet é muito frequente em idades mais novas.

“Os pais ou os guardiões legais deverão ter em conta a idade com a qual permitem que os seus filhos acedam à internet”, sendo que, quanto mais precoce for permitido esse acesso, “maior a tendência para o desenvolvimento subsequente em idade adulta da adição à Internet”, refere o estudo.

O estudo adverte que a dependência à internet “gera variados prejuízos psicológicos e sociais aos sujeitos”, incluindo disfunções comportamentais, tal como suportam a maioria dos estudos recentes.

Também “o uso desregulado e excessivo” desta tecnologia é um fator de risco importante para o desenvolvimento da dependência à internet, especialmente nos casos em que “os internautas apresentam um uso disfuncional, persuasivo e descontextualizado da internet”.

Esse comportamento pode explicar-se como “navegar apenas por navegar sem haver uma necessidade académica ou profissional inerente ao uso”.

O estudo aponta como exemplos deste tipo de utilização “o uso constante e excessivo” das redes sociais online, como o Facebook e o Twitter, serviços de mensagens instantâneas, ‘streaming’ de conteúdos online, etc.

Sobre as taxas de prevalência das adições tecnológicas em Portugal, Halley Pontes disse que não são muito elevadas, rondando os 1,2% e os 5%, dependendo do tipo de amostra e do método de recolha de dados utilizados, indo ao encontro dos resultados reportados em estudos internacionais.

Eleições: 31 de Março de 2016
No dia 31 de Março, a RESPIRA, elegeu uma nova direção para o quadriénio 2016-2019. Os novos órgãos sociais prometem tornar a...

O testemunho e o legado da RESPIRA - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas -, foi passado ao Dr. José Albino e à Dra. Isabel Saraiva, que iniciam agora o mandato como Presidente e Vice-Presidente, respetivamente, para o quadriénio 2016-2019.

“A nova direção pretende dar continuidade ao trabalho realizado pela RESPIRA na área das doenças respiratórias crónicas, contribuindo para a prevenção e tratamento das pessoas com DPOC e para a defesa dos seus interesses e direitos tendo como orientação os valores institucionais. Tendo sempre como lema a promoção da literacia em saúde, nomeadamente, na área da saúde respiratória”, explica o novo Presidente Dr. José Albino.

“Pretendemos ter uma maior aproximação aos nossos associados e, principalmente, aumentar a visibilidade e projeção da RESPIRA junto da comunidade científica  e  das organizações europeias e internacionais. Estabelecer novas parcerias ao nível dos cuidados primários, prevenção e diagnóstico precoce, e ao nível do acesso a tratamento e reabilitação respiratória, é um dos nossos grande objetivos. A promoção e a melhoria da qualidade de vida dos nossos associados, bem como, a sua inserção na vida familiar e na comunidade, será um desafio que queremos alcançar durante o presente mandato”, conclui a vice-presidente Dra. Isabel Saraiva.

Já no próximo mês de Maio, a nova direção da RESPIRA, lança uma nova Campanha de Sensibilização sob o mote “Previne a DPOC. Não Fume!”. A Campanha será desenvolvida no âmbito das celebrações do Dia Mundial Sem Tabaco - 31 de Maio - e disponibilizará espirometrias gratuitas à população, a nível nacional.

Com o apoio da Fundação Portuguesa de Cardiologia
A Fundação Portuguesa de Cardiologia desenvolveu um projeto específico para empresas, o “Dia do Coração”, que tem como objetivo...

Na data escolhida pela empresa, são realizadas diversas iniciativas como ações de divulgação, rastreios cardiovasculares, ginástica laboral, dicas de alimentação saudável, distribuição de material didático e ações de formação.

A realização de rastreios cardiovasculares é uma das formas que a Fundação utiliza no sentido de sensibilizar a população a controlar os fatores de risco mais importantes, que condicionam o aparecimento das doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, sedentarismo ou hipercolesterolemia.

Nestes rastreios doseia-se o nível de colesterol total no sangue, avalia-se a pressão arterial, mede-se o peso e a altura para calcular o índice de massa corporal e mede-se o perímetro abdominal. Estas ações são realizadas por equipas constituídas por enfermeiros e nutricionistas, que fazem as avaliações técnicas e estão aptos a dar aconselhamento nutricional.

Uma alimentação saudável, variada, equilibrada e adequada às necessidades individuais, é fundamental para prevenir o aparecimento das doenças cardiovasculares. Assim, a Fundação pretende sensibilizar a população para, entre outras regras, fazer várias refeições por dia, merendar a meio da manhã e da tarde, que ajuda a controlar o apetite e a evitar os “grandes” almoços e jantares.

Paralelamente, caso a empresa disponha de refeitório e em parceria com a empresa de restauração, estará à disposição dos utentes do refeitório uma “Sugestão para o Coração”, ou seja, uma refeição confecionada segundo as recomendações da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

OMS
Por cada euro investido no tratamento da depressão e da ansiedade ganham-se quatro em saúde e capacidade de trabalho, revela e...

Publicado na revista científica The Lancet Psychiatry e coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o estudo estima, pela primeira vez, os benefícios de investir em tratamentos para as formas mais comuns de doença mental a nível global, tanto para a saúde, como para a economia.

"Sabemos que o tratamento da depressão e da ansiedade faz sentido em termos de saúde e bem-estar. Este novo estudo confirma que faz muito sentido a nível económico também", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, citada num comunicado conjunto da OMS e do Banco Mundial.

Para a dirigente, é agora preciso "encontrar maneira de assegurar que o acesso aos serviços de saúde mental se torna uma realidade para todos os homens, mulheres e crianças, onde quer que eles vivam".

O número de pessoas que sofre de depressão e/ou ansiedade aumentou quase 50% entre 1990 e 2013, de 416 milhões para 615 milhões em todo o mundo.

Atualmente, cerca de uma em cada dez pessoas sofre de doenças mentais e estas representam 30% do peso global das doenças não fatais.

As situações de emergência e de conflito contribuem ainda mais para o problema, estimando a OMS que, durante essas crises, cerca de uma em cada cinco pessoas seja afetada por depressão e ansiedade.

O estudo agora publicado calcula os custos do tratamento e os respetivos benefícios em 36 países de baixo, médio e alto rendimento entre 2016 e 2030.

O custo de apostar no tratamento, sobretudo em aconselhamento psicossocial e medicação antidepressiva, é estimado em 147 mil milhões de dólares (128 mil milhões de euros).

No entanto, escrevem os autores do estudo, o retorno compensa largamente o custo.

Um aumento de cinco por cento na participação da força de trabalho e na produtividade é valorizada em 399 mil milhões de dólares (349 mil milhões de euros) e a melhoria na saúde equivale a mais 310 mil milhões de dólares (271 mil milhões de euros) em retorno.

O problema é que o investimento atual em serviços de saúde mental está muito abaixo das necessidades.

Segundo a OMS, os governos investem em saúde mental uma média de três por cento dos seus orçamentos para a saúde, variando entre menos de um por cento nos países de baixo rendimento e cinco por cento nos países de alto rendimento.

"Apesar de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo viverem com doenças mentais, a saúde mental continua na sombra", disse o presidente do Grupo Banco Mundial, Jim Yong Kim, citado no mesmo comunicado.

"Não é apenas uma questão de saúde pública, é uma questão de desenvolvimento. Temos de atuar agora porque a perda de produtividade é algo que a economia global simplesmente não pode pagar".

Os resultados deste estudo estarão em debate numa série de eventos coorganizados pela OMS e pelo Banco Mundial, que decorrem entre quarta e quinta-feira em Washington, no âmbito das Reuniões de Primavera do Banco Mundial - Fundo Monetário Internacional.

Ministros das finanças, agências de desenvolvimento, especialistas em desenvolvimento, académicos e médicos vão discutir como colocar a saúde mental no centro da agenda da saúde e do desenvolvimento, tanto a nível global, como a nível nacional.

Durante estes eventos, alguns países que tiveram êxito a apostar na saúde mental, incluindo o Brasil que desenvolveu uma rede de cuidados psicossociais, vão partilhar os desafios que enfrentaram e como os ultrapassaram.

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
A investigadora Mariana Pintalhão, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, é a vencedora da primeira edição do...

Em comunicado, a autarquia explica que o trabalho distinguido com aquele galardão, entre 34 candidaturas, intitula-se Papel da Relaxina na Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEP): Do Laboratório à Prática Clínica".

O Prémio Príncipe da Beira Ciências Biomédicas foi instituído pela Fundação D. Manuel II, pela Universidade do Minho e pelo município de Guimarães para distinguir um investigador de excelência na área, com menos de 40 anos, pretendendo apoiar o seu plano de pós-graduação a realizar numa instituição de I&D nacional e/ou estrangeira. Objetivo do galardão é também premiar anualmente a excelência da investigação, contribuindo para abrir novos caminhos na investigação aplicada e ética no domínio das ciências biomédicas.

O projeto vencedor, explica o texto, pretende "avaliar o papel da relaxina circulante [uma molécula] como um novo biomarcador de diagnóstico e prognóstico nos doentes com ICFEP, bem como caracterizar o efeito da relaxina na função miocárdica e vascular humana".

Segundo o referido comunicado "este conhecimento poderá ser de grande valor para o diagnóstico precoce destes doentes e abrir novos horizontes para o desenvolvimento de Estratégias terapêuticas que permitam uma melhoria dos cuidados de saúde dos doentes com ICFEP".

A ICFEP, aponta o texto, "é um crescente problema de saúde pública, representando cerca de metade dos doentes com insuficiência cardíaca" mas, salienta, "o seu diagnóstico é difícil e não existem, até ao momento, terapêuticas eficazes".

O primeiro Prémio Príncipe das Beiras em Ciências Biomédicas, que tem o valor pecuniário de 15 mil euros, será entregue na quarta-feira, pelas 12.00, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Guimarães.

Apesar de risco baixo
A Direção-Geral da Saúde reforça a recomendação da vacina contra a febre-amarela aos viajantes para áreas afetadas e sugere...

Num comunicado divulgado, apesar de considerar expectável a ocorrência de casos importados de febre-amarela, a Direção-geral da Saúde (DGS) sublinha que o risco de introdução da doença em Portugal é considerado baixo, “atendendo à inexistência de mosquitos” que provoquem a patologia em Portugal Continental e nos Açores.

Além disso, na Madeira, os mosquitos que podem transmitir febre-amarela têm “fraca densidade populacional”.

Verifica-se ainda, segundo a DGS, poucos casos de mobilidade entre Angola e Portugal por parte de cidadãos não vacinados.

Para avaliar o risco da febre-amarela em Portugal, reuniram-se hoje na DGS vários especialistas, entre eles a diretora do departamento de epidemias da Organização Mundial da Saúde, bem como os representantes das autoridades de saúde da Região Autónoma da Madeira, onde existe o mosquito “aedes aegypti”.

No comunicado emitido no final da reunião, a DGS aconselha a um reforço da recomendação da vacinação contra a febre-amarela a todos os que viagem para áreas endémicas.

É ainda sugerido que se testem, através de exercícios de simulação, os planos de contingência para doenças transmitidas por vetores (mosquitos).

Deve ser também mantida e reforçada a vigilância das populações de mosquitos, tal como dos dispositivos para identificar precocemente casos importados.

A 21 de janeiros, o ministro da Saúde de Angola informou a Organização Mundial da Saúde sobre um surto de febre-amarela em Luanda. Pelo menos 230 pessoas já morreram até ao momento, entre mais de 1.600 casos suspeitos.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
A Liga Portuguesa Contra o Cancro, em parceria com a Garnier Ambre Solaire e o Ministério da Educação, apresentaram esta 2ª...

Este ano a missão da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e de Garnier Ambre Solaire torna-se mais ambiciosa, pois a ‘Hora do Sol Saudável’ passa a integrar o movimento nacional ‘Juntos Por Um Sol Saudável’, iniciativa que pretende angariar 100 mil euros em donativos para a LPCC, por cada embalagem vendida durante o ano de 2016.

Para dar voz a estes projetos, as duas instituições contam com a participação dos D.A.M.A. A reconhecida banda portuguesa juntou-se a esta causa e criou uma música e respetivo videoclip, onde figuram algumas mensagens importantes sobre proteção solar, numa versão alegre, divertida e com uma visão consciente dos perigos de uma exposição solar incorreta. Com a associação a esta banda musical, a 3ª edição da ‘Hora do Sol Saudável’ desafiará assim todos os alunos do 1º ciclo, do ensino público e privado, a fazer um vídeo, inspirando-se na música do movimento ‘Juntos Por um Sol Saudável’.

Segundo Margarida Condado, Diretora de Marketing da Garnier Ambre Solaire, ”Estamos unidos à LPCC há 16 anos, pela mesma causa que é proteger a pele das nossas crianças. Juntos, queremos levar esta causa a todas as escolas do ensino básico em Portugal para que todas as crianças entre os 6 e os 10 anos adotem comportamentos solares mais responsáveis e saudáveis. A pele tem memória e segundo a OMS os primeiros anos de vida, até aos 18 anos, são decisivos, pois é nesta idade que o sol tem maior impacto na saúde”.

Portugal tem a cada ano 10.000 novos casos de cancro de pele. De acordo com a OMS, independentemente da hereditariedade e do tipo ou cor de pele, 70% dos casos de cancro de pele poderiam ser evitados se houvesse uma mudança no comportamento e hábitos de exposição ao sol.

Perante este número, Vítor Veloso, Presidente da LPCC, refere que “ainda há um longo caminho a percorrer para que o número de casos de cancro de pele comece a diminuir. Sendo Portugal um dos países com maior exposição solar e com mais dias de sol a nível europeu, a Liga Portuguesa Contra o Cancro tem apostado continuamente em ações de prevenção primária. Todos os anos, procuramos informar e sensibilizar a população e tentamos envolver, cada vez mais, os mais novos, para que as gerações futuras cresçam com hábitos saudáveis”.  

O concurso arrancou ontem, dia 11 de abril e, após a inscrição, as turmas recebem um kit pedagógico sobre a campanha. As mesmas têm até dia 16 de maio para participar fazendo o upload do vídeo em www.horadosolsaudavel.pt.

Os vencedores serão divulgados no dia 1 de junho (Dia da Criança) e a escola vencedora receberá um prémio de 2.500€, juntamente com um tablet que será atribuído ao professor responsável pela turma vencedora, e ainda bilhetes para um concerto dos D.A.M.A. Adicionalmente, o 2º lugar receberá 1000€ e para o 3º lugar, um prémio no valor de 500€.

O júri será composto por um elemento representante das partes envolvidas, LPCC, Direção-Geral da Educação, Garnier Ambre Solaire e pelos D.A.M.A.

Iniciativa do Núcleo de Doenças Autoimunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
O Núcleo de Doenças Autoimunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna vai atribuir um prémio e duas bolsas no valor total...

Durante esta reunião serão analisadas as principais novidades nas doenças autoimunes desde a visão da ciência básica como a do clínico, serão colocadas em comum as dificuldades práticas que os internistas sentem na síndrome antifosfolipidico, serão partilhadas experiências na utilização dos fármacos biológicos assim como das pequenas moléculas na artropatia inflamatória, não esquecendo o estado atual em doenças como a esclerose sistémica e doença mediada por IgG4.

Como novidade, este ano os trabalhos dos finalistas do Prémio e Bolsas NEDAI serão apresentados na modalidade de comunicação oral numa sessão especial como forma de reconhecimento do trabalho realizado.

António Marinho, coordenador do Núcleo de Doenças Autoimunes (NEDAI) explica que “o destaque que damos este ano aos prémios e bolsas de investigação tem como objetivo evidenciar a verdadeira missão do NEDAI, que é incentivar os internistas a dedicar-se (ainda) mais à investigação básica e clínica na área das doenças autoimunes. Estas patologias caracterizam-se por ser sistémicas e muito diversas entre si, o que as torna um objeto apetecível para os projetos de investigação, pois muito ainda está por descobrir”.

O internista refere ainda que “a medicina interna ocupa-se da atenção integral e global do doente, sustentada numa capacitação teórica e técnica de máximo nível, o que nos permite caminhar para excelência em áreas tão especiais como as doenças autoimunes. Neste percurso para atingir a competência iremos debater sobre a realidade em ambos lados da fronteira da Península Ibérica, partilhando a experiência do NEDAI e do Grupo de Trabajo de Enfermedades Autoinmunes (GEAS) ao longo destes anos”.

Prémio Sanofi - Sociedade Portuguesa de Diabetologia
O Prémio Carreira Sanofi, promovido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia, foi este ano atribuído a António Machado Saraiva...

O galardão, lançado há nove anos pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) para premiar a excelência do controlo clínico da diabetes por parte de individualidades ou instituições, distinguiu assim em 2016 uma vida dedicada à prática clínica, aos doentes e ao estudo da diabetes.

António Machado Saraiva foi Chefe de Serviço de Endocrinologia do Hospital de Egas Moniz desde 1995, integrou, em 3 mandatos a direção do Colégio da Especialidade de Endocrinologia da Ordem dos Médicos, participou em centenas de trabalhos e tem algumas dezenas de trabalhos publicados, particularmente na área da diabetes e dislipidemias e recebeu em 7 de abril de 2015 a “Medalha de Serviços Distintos Grau “Prata”, atribuída pelo Sr. Ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo.

Fernando Sampaio, country chair da Sanofi Portugal, refere que “na área da diabetes em Portugal, trabalhamos com a dupla missão de melhorar a qualidade de vida da pessoa com diabetes e contribuir para minorar o impacto social e económico desta doença crónica. O nosso objetivo prioritário é apoiar o doente e os profissionais de saúde em todas as suas necessidades, daí continuarmos a distinguir anualmente os profissionais de saúde que dedicaram a sua carreira ao tratamento da diabetes no nosso país”.

O júri que atribuiu o prémio foi constituído por José Luís Medina (Presidente da SPD), José Silva Nunes, Rui Duarte e Jorge Dores (membros da SPD) e Carla Pereira, representante da Direção Médica da Sanofi.

A Profissão na Sétima Arte
Caro Cidadão: Tomei a liberdade de escolher para si uma seleção de 10 filmes e uma série televisiva

A sétima arte já mostrou a profissão de enfermagem através de um sem número de ângulos, os quais refletem o papel da enfermagem em diferentes tempos históricos e em diferentes regiões e culturas. Porque a enfermagem esteve sempre presente, acompanhando os grandes momentos da história da humanidade.

Contudo, a Enfermagem foi (e ainda é) uma das profissões com mais estereótipos no que respeita à sua divulgação nos meios de comunicação, particularmente no cinema e na televisão. Em Portugal foi bem notória esta questão na novela “Jardins Proibidos” que passou na TVI em 2014 e que causou alguma discussão dentro e fora da própria classe. Mais recentemente, a enfermagem voltou à caixa mágica, através da série de drama portuguesa “Aqui Tão Longe”. Protagonizada pelos atores Fátima Belo e Filipa Areosa, esta série foi produzida pela SP Televisão e começou a ser exibida na RTP1 em março de 2016. Esta série retrata em certa medida a experiência dos enfermeiros portugueses emigrados no Reino Unido, em busca de novas oportunidades de trabalho. A enfermagem ganha corpo e alma na personagem Cristina Lindo (Filipa Areosa), enfermeira com 26 anos, que deixa Portugal e vai para Londres trabalhar.

Para promover alguma reflexão sobre o que fazem os enfermeiros e sobre as suas representações construídas no cinema nas últimas décadas, selecionamos um conjunto de filmes que poderão de certa forma representar uma “re-significação” da enfermagem e da sua trajetória histórica, ética e legal. A seleção de filmes sugeridos, contextualizados com alguns dados técnicos e com a respetiva sinopse, dá-nos um panorama como o cinema tem exposto a profissão de enfermagem no último meio século (1966-2016). Por outro lado, tenta ilustrar a evolução da profissão e a sua imagem social, assim como o desenvolvimento das suas competências clínicas e liderança.

É comummente aceite que ao longo da história do cinema, a enfermagem foi uma das profissões mais vezes retratada no grande écran. No início, a figura da enfermeira estava conotada a alguns estereótipos eróticos. Mas com a entrada no século XX entramos num novo período, no chamado cinema histórico-documental e biográfico. Este será o grande ponto de viragem na forma como a profissão é retratada no grande écran, reconhecendo-se pela primeira vez, as vidas exemplares de muitas enfermeiras que voluntariamente haviam assistido feridos nos diferentes conflitos bélicos dessa época. Mesmo assim, os seus atos heroicos difundidos no cinema nessa altura, não foram suficientes para contrariar os estereótipos que afetaram negativamente a imagem da enfermagem. Estes estereótipos forem originados a partir de mitos e crenças culturalmente e fortemente enraizados na sociedade.

Mas com a entrada no período do cinema moderno, o retrato da enfermagem normaliza-se e aparecem novos papéis, menos heroicos, mas mais humanos. As personagens que representam os enfermeiros estão cada vez mais presentes e assumem um papel de grande protagonismo.

Por último, para alguns críticos o problema de retratar a imagem social da enfermagem é que não existe tal imagem. Pois existe a imagem que cada enfermeiro gera no utente/doente/cliente, e por isso, são tantas as imagens como tantos os encontros enfermeiro-utente.

Tantos enfermeiros, tantos filmes, tantos retratos para uma realidade inabarcável… Um mundo cheio de imagens que reflete os diferentes rostos de um único personagem – o(a) Enfermeiro(a).

Domingo à Tarde
“Domingo à Tarde” (1966) é um filme português de António de Macedo, a sua primeira longa metragem de ficção e a quarta do movimento do Novo Cinema. Macedo teve confrontos sérios com os Serviços de Censura para poder estrear o filme. A estreia foi em Lisboa, no Cinema Império, a 13 de abril de 1966.

Sinopse: Excelente filme para conhecer a Enfermagem Portuguesa na década de 60. Filme baseado no romance homónimo de Fernando Namora. "Jorge dirige o departamento de Hematologia de um hospital. Um dia, chega Clarisse, que sofre de leucemia em estado avançado. Apaixona-se, e Jorge procura, pela primeira vez, salvar um doente. Clarisse morre, apesar de todos os esforços de Jorge que, cada vez mais desencantado, prossegue os seus trabalhos, com experiências de rotina, que sabe serem inúteis".

Voando sobre um Ninho de Cucos
Voando sobre um Ninho de Cucos é um filme dramático, intitulado originalmente One Flew Over a Cuckoo´s Nest. Realizado por Milos Forman em 1975, o filme é baseado no romance com o mesmo nome de 1962 escrito por Ken Kesey, e protagonizado por Jack Nicholson, Louise Fletcher, Brad Dourif, Danny DeVito, Christopher Lloyd e Vincent Schiavelli.

Sinopse: O filme conta uma estranha história sobre Randle Patrick McMurphy (Nicholson), um jovem delinquente que, para escapar a uma pena de trabalhos forçados, resolve fingir-se de doente mental. Quando chega à instituição psiquiátrica onde é internado, começa a confrontar-se com os abusos físicos e psicológicos praticados pela calculista enfermeira-chefe Ratched (Fletcher) e resolve desafiar as autoridades, incitando os doentes a revoltarem-se contra os tratamentos pouco ortodoxos da enfermeira. A inusitada temática, aliada a uma excelente interpretação dos atores principais e também secundários, saldou-se por uma enorme receita de bilheteira e serviu para alertar a opinião pública americana para questões relacionadas com os Direitos Humanos. Para conferir maior realismo às cenas, Milos Forman exigiu fazer as gravações no interior de um hospital psiquiátrico. A obra, apesar de incómoda para as autoridades governamentais da época, foi premiada com 5 Óscares nas categorias principais (Filme, Realização, Ator, Atriz e Argumento Adaptado), o que não acontecia desde 1934.

O Paciente Inglês
O Paciente Inglês é um filme norte-americano e britânico de 1996, do género drama, realizado por Anthony Minghella e baseado no romance homónimo de Michael Ondaatje de 1992.

Sinopse: No final da Segunda Guerra Mundial, um desconhecido (Ralph Fiennes) que teve queimaduras generalizadas quando o seu avião foi abatido, e é conhecido apenas como o paciente inglês, acaba por receber os cuidados de uma enfermeira canadiana (Juliette Binoche). Gradualmente ele começa a narrar o grande envolvimento que teve com a mulher (Kristin Scott Thomas) de um colega (Colin Firth) e de como este amor foi fortemente correspondido. Mas da mesma forma que determinadas lembranças lhe surgem na mente, outros detalhes parecem não vir à memória, como se ele quisesse que tais fatos continuassem enterrados e esquecidos. Foi o filme mais vencedor na gala dos Prémios Óscar de 1997 com um total 9 estatuetas de 12 candidaturas. Venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora - Drama e Melhor Mixagem de Som.

Espírito de Coragem
Espírito de Coragem é um filme norte-americano produzido pela HBO e dirigido por Mike Nichols no ano de 2001.

Sinopse: Conta a história de uma professora universitária de literatura (Emma Thompson) portadora de um cancro do ovário em fase avançada. Os médicos dizem-lhe que o seu caso será objeto de estudo, devido à sua forte condição física e psicológica. Profissional rígida, ela muda a sua perspetiva e o modo como encara a vida ao descobrir a doença. Como professora era muito exigente, admirada por colegas e temida por alunos. Mas no leito da morte tudo tem um novo significado e a sua vida é vista por um prisma diferente. Valeram a pena tantas atitudes frias e implacáveis com os estudantes? Transmitira só conhecimentos ou ferramentas para pensar? Um dos médicos que a examina, fora seu aluno. Fizera a sua disciplina por opção, para ampliar a cultura geral. Mas era pouco humano com os doentes, com uma conduta distante, interessando-lhe mais a investigação, tal como a sua professora se preocupava muito com os seus projetos de estudo e menos com os seus estudantes. Na cama de um hospital ela descobre o significado real da palavra, que até aí receava pronunciar: “bondade”. Com tanto medo de a referir, sussurra, enfrentando diretamente a câmara. Mas di-la frontalmente e no filme, veremos como uma enfermeira se torna num contraponto do jovem médico e no final, ela vencerá contra a opinião do jovem médico recém-licenciado.

Pearl Harbor
Pearl Harbor é um filme americano de 2001 produzido por Jerry Bruckheimer e dirigido por Michael Bay.

Sinopse: Conta o que aconteceu em Pearl Harbor no dia 7 de dezembro de 1941, um ato que chocou o mundo e que afetou milhares de pessoas, colocando definitivamente os Estados Unidos da América na Segunda Guerra Mundial. Foi lançado no Memorial Day de 2001, feriado norte-americano para lembrar aqueles que morreram em serviço militar por seu país. A trama é baseada na vida de dois ousados pilotos do Tennessee que se conheciam desde a infância, Rafe McCawley e Danny Walker. Ambos se alistam na marinha e treinam como pilotos de caça, e conhecem a bonita e dedicada enfermeira Evelyn (Kate Beckinsale). Rafe e Evelyn iniciam um romance. Com a guerra na Europa, Rafe se voluntaria para lutar juntamente com a Royal Air Force na Batalha da Inglaterra para defender o Reino Unido da Luftwaffe, insistindo para que seu amigo Danny ficasse nos Estados Unidos, cuidando da sua amada Evelyn. Tanto Evelyn como Danny são transferidos para o Havai, um lugar distante da guerra, com aparência paradisíaca. Evelyn recebe a notícia de que o avião de Rafe foi abatido, e por não haver mais notícias, ele foi considerado morto em combate. Após algum tempo, Evelyn e Danny iniciam um romance, e surpreendentemente Rafe reaparece. Ele sobrevivera à queda, sendo resgatado por um barco francês e não pôde enviar notícias. Rafe e Danny discutem num bar, e acordam no dia seguinte com o início do ataque a Pearl Harbor. Com muita dificuldade, conseguem subir para os seus aviões, e abatem sete aviões japoneses. Os três voltam para os Estados Unidos, e tanto Rafe como Danny são convocados para um treino secreto, no que seria o Ataque Doolittle. Antes de partirem para o ataque secreto, Evelyn confidencia à Rafe que está grávida de Danny. Com dificuldades, a incursão completa seus objetivos, e os aviões têm um pouso forçado na China ocupada, com falta de combustível e sem pista de aterragem. Danny é preso e morto pelas tropas japonesas, e apenas Rafe volta com vida. Evelyn e Rafe casam, e dão o nome de Danny para o filho que ela estava à espera.

Fala Com Ela
Fala Com Ela é um filme melodramático espanhol de 2002, escrito e realizado por Pedro Almodóvar que debate questões como o coma e o estupro.

Sinopse: Em Madrid vive Benigno Martin (Javier Cámara), um enfermeiro cujo apartamento fica em frente da academia de ballet comandada por Katerina Bilova (Geraldine Chaplin). Ele fica à janela de sua casa olhando com especial atenção para uma das estudantes de Katerina, Alicia Roncero (Leonor Watling). Quando Alicia é ferida num acidente de carro, acaba internada no hospital onde ele trabalha. Benigno cuida dela, em coma, com um cuidado acima do normal. Ele acaba por ficar amigo de Marco Zuluaga (Darío Grandinetti), um jornalista que visita rotineiramente a namorada toureira em estado crítico. Em 2003, este filme venceu o Óscar na categoria de melhor roteiro original. Também foi indicado na categoria de melhor diretor.

A Vida Secreta das Palavras
A Vida Secreta das Palavras é um filme espanhol de 2005, dirigido por Isabel Coixet.

Sinopse: Hanna (Sarah Polley) é uma jovem parcialmente surda e solitária que trabalha numa fábrica têxtil. O seu chefe pede que ela tire férias. Nos dias da sua licença, casualmente, ela consegue um emprego como enfermeira numa plataforma de petróleo em alto mar, para cuidar de Josef (Tim Robbins), um trabalhador acidentado que perdeu temporariamente a visão. Entre estes personagens, e outros trabalhadores na plataforma, desenrola-se a vida secreta das palavras.

 

Expiação
Expiação é um filme de Joe Wright dos géneros drama, romance e guerra, lançado em 2007, com James McAvoy e Keira Knightley. Baseado no best-seller homónimo do escritor britânico Ian McEwan, Expiação aborda temas como criatividade, os horrores da Segunda Guerra Mundial, o sentimento de culpa, o arrependimento e a esperança.

Sinopse: Briony Tallis é uma menina de 10/11 anos na Inglaterra de 1935. Vive confortavelmente numa casa gigantesca e prepara uma peça de teatro para ser apresentada em homenagem à chegada do irmão, Leon Tallis. Enquanto se esforça para terminar a peça e conseguir a atenção dos convidados da família os gémeos Pierrot e Jackson, mais a irmã deles, Lola Quincey para ensaiá-la, Briony descobre um possível jogo de atração entre a sua irmã Cecília e o filho do antigo empregado da família, Robbie Turner. Apaixonada por Robbie, Briony acusa-o injustamente de abusar sexualmente de Lola, levando-o à prisão e mais tarde a alistar-se no exército britânico para lutar na Segunda Guerra Mundial como alternativa ao cárcere. Já em plena guerra, Robbie reencontra Cecília, que agora é enfermeira, e os dois trocam promessas de amor eterno. As constantes permutas temporais, uma grande trilha sonora aliada ao grande roteiro e o fim inesperado fizeram deste filme o vencedor do Globo de Ouro para melhor filme dramático de 2008.

Florence Nightingale
Florence Nightingale é um filme dramático realizado por Norman Stone e que estreou na BBC One a dia 1 de junho de 2008.

Sinopse: O filme passa-se entre 1837, ano em que a enfermeira Florence Nightingale pela primeira vez sonha em prestar ajuda humanitária, e 1854-55 quando Florence Nightingale coordena o sector de enfermagem na Guerra da Crimeia. Neste filme, Florence foi interpretada por Laura Fraser, e seu pai por Michael Pennington. Desafiando a tradição e contrariando os desejos da família, uma nobre inglesa do século XIX se despoja de todos os privilégios da aristocracia para se dedicar aos doentes. Determinada a melhorar as condições dos enfermos nos hospitais e nos campos de batalha, Florence tornou-se uma heroína nacional e uma verdadeira lenda, tornando-se a "Pioneira da Enfermagem". Alguém que encontrou a sua razão de viver em outras vidas, e ser, apesar de todas as privações, profundamente feliz.

Esta é a Minha Casa
Esta é a Minha Casa é um filme documentário, realizado e produzido pelo enfermeiro Pedro Renca em 2014, Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica. A obra estreou no Encontro Nacional de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, que decorreu nos dias 20 e 21 de novembro de 2014, no Pólo A da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

Sinopse: No mais interior de Portugal, encontram-se lugares que a sociedade quer esconder do resto do mundo. Nesses lugares, encontramos diferentes sensibilidades, emoções únicas, olhares fortes transportados por rostos de pessoas que, por alguma razão, não escolheram o que são. Fernando, Joaquina, António e Adelino são exemplo daquelas pessoas que transportam em si um enorme vazio, forçado e incutido por uma sociedade que escolhe só os melhores. O estigma persegue-os diariamente como se fossem criminosos em fuga constante. Esta é a minha casa visa suscitar uma reflexão sobre alguns aspetos sociais e culturais que envolvem as histórias vividas, emoções e dificuldades de doentes do foro mental a residir no próprio domicílio, em localidades rurais da Beira Interior, do distrito da Guarda e que estão integrados no Serviço Comunitário do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE. Deste modo, são visitados pela Equipa de Enfermagem do mesmo departamento, refletindo assim, o trabalho e as dificuldades que estes profissionais enfrentam quando pretendem exercer a sua atividade junto do doente, família e sua comunidade. Com eles, pretende-se apresentar um retrato dos que, à sua semelhança, vão vivendo em alguns dos meios mais periféricos da margem interior, periférica, do Portugal contemporâneo.

Nurse Jackie
Nurse Jackie é uma série americana, de drama e comédia satírica, que estreou no dia 8 de junho de 2009 no canal Showtime, Movie Central e The Movie Network, produzida por Liz Brixius, Linda Wallem e Evan Dunsky A série é abrilhantada por Edie Falco interpretando a personagem título Jackie Peyton, uma enfermeira do All Saints' Hospital de Nova Yorque.

Sinopse: Jackie é uma das enfermeiras mais dedicadas aos doentes do hospital onde trabalha. Entre um caso e outro, muitas vezes, ela precisa passar por cima da administração e das regras do hospital, além de ter que lidar com a excentricidade ou incompetência de alguns médicos à sua volta. Mas é na sua vida amorosa que as complicações atingem o pico, gerando situações que fazem de Nurse Jackie uma das mais novas promissoras séries de drama e comédia da televisão americana.

 

 


Seleção cinéfila realizada por Pedro Quintas, Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária, [email protected].

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Quatro em cada cinco alunos que fumam querem deixar o hábito, mas não procuram ativamente ajuda, revela um estudo que analisou...

O estudo, apoiado pela Direção-Geral da Saúde, decorreu no ano letivo 2013/2014 e envolveu cerca de 4.000 alunos de 31 escolas do país, numa amostra representativa da população portuguesa.

Quando questionados sobre se pensam deixar de fumar, 20% dos jovens disseram que não, “dados muito próximos dos que encontramos nos adultos, onde, em geral, os estudos indicam que cerca de 70% dos fumadores querem deixar de fumar”, disse Paulo Vitória, coordenador do estudo e professor da Universidade da Beira Interior.

Os dados, que serão apresentados na quarta-feira no VII Congresso Internacional de Psicologia da Criança e Adolescente, apontam também que apenas 15% dos jovens disseram que nunca tentaram reduzir ou deixar de fumar, “o que sugere que existe potencial em termos de ajuda”.

“Os jovens precocemente manifestam descontentamento com o facto de fumarem e manifestam a intenção de reduzir ou deixar de fumar”, mas “não partem para a ação, não procuram ajuda, mas isso é normal nesta faixa etária”, disse o investigador.

Mesmo que os jovens pensem deixar de fumar, não lhes ocorre que podem pedir ajuda a um médico, uma situação que exige “mais proatividade dos profissionais de saúde”, que devem ir às escolas e explicar aos jovens que podem beneficiar de ajuda médica, “uma coisa que não se faz”.

“Quando muito vamos à escola fazer prevenção na perspetiva de evitar ou atrasar a iniciação, mas raramente vamos à escola com o objetivo de ajudar os jovens a deixar de fumar”, frisou.

Segundo Paulo Vitória, “os profissionais de saúde, em geral, quando trabalham na cessação tabágica desistem desta faixa etária com o argumento de que os jovens nesta faixa etária não procuram ajuda”, um preconceito que é preciso combater.

O estudo demonstrou também a necessidade de encontrar estratégias mais eficazes para a prevenção do tabagismo.

“Quando perguntamos coisas simples aos jovens como se está de acordo com a afirmação que fumar prejudica a saúde”, cerca de 10% disseram estar em total desacordo.

Estes jovens podiam responder não sei, mas respondem estar em desacordo, o que quer dizer que têm “uma opinião formada”, baseada “em crenças erradas, mas que para os jovens são crenças definidas”.

Para Paulo Vitória, estes dados reforçam a necessidade de um trabalho de “prevenção de continuidade a iniciar precocemente, o mais tardar no terceiro ciclo”, que deve ser realizado por professores e profissionais da saúde.

Os resultados do estudo confirmam ainda que a iniciação tabágica dispara entre o 7.º e o 9.º ano.

No 7.º ano, cerca 70 a 80% dos jovens nunca fumaram um cigarro, uma percentagem que baixa para os 40% no 9.º ano.

Estes dados demonstram que “é fundamental colocar barreiras à iniciação tabágica”, disse Paulo Vitória, lembrando que a iniciação precoce é uma “forte determinante do comportamento, do hábito e da dependência que pode verificar-se dois, três, quatro anos mais tarde”.

Partidos querem
A disponibilização de bombas de insulina a todas as crianças com diabetes e o reforço das medidas de prevenção e combate à...

PS, PCP, BE e PAN recomendam ao Governo algumas medias relacionadas com a diabetes, a propósito de a Organização Mundial de Saúde ter decidido que o dia mundial da saúde de 2016 seria dedicado à diabetes e de a prevalência da doença estar a aumentar de ano para ano.

Assim, o PCP e o BE querem ver alargado a mais crianças o sistema de perfusão contínua de insulina (SPCI), vulgarmente designado como bomba de insulina, considerando que este sistema melhora a terapêutica, a qualidade de vida e o controlo da diabetes.

Recordando que o SPCI dirige-se preferencialmente a crianças com diabetes tipo 1 e que ainda não chegam a metade os que têm acesso a este tratamento, o BE recomenda ao Governo que tome as medidas necessárias para garantir o acesso de todas estas crianças até aos 14 anos às bombas de insulina.

O PCP, além de querer igualmente ver reforçada a cobertura de SPCI, recomenda uma maior aposta na prevenção, nomeadamente o combate aos fatores de risco, no diagnóstico precoce e no tratamento adequado.

No âmbito dos fatores de risco, o PCP sugere a articulação do Ministério da Saúde com as autarquias locais para promover hábitos de vida saudáveis, com especial enfoque na alimentação e na atividade física.

Os comunistas preconizam a correção das insuficiências existentes no rastreio da retinopatia diabética e o tratamento atempado daquelas a quem for diagnosticada.

O PS quer que o Governo assuma as recomendações da Resolução do Parlamento Europeu, no que respeita a aplicar programas nacionais para a diabetes, a prevenir a diabetes tipo 2 e a obesidade (fator de risco para a doença), a garantir acesso permanente dos doentes a equipas interdisciplinares de alta qualidade, bem como um apoio contínuo ao financiamento de ações relativas à doença.

Tal como o PCP, os socialistas querem uma maior aposta em iniciativas públicas de sensibilização da população, como campanhas sobre a importância de estilos de vida saudáveis.

O PS sugere que se promova a identificação sistemática de pessoas potencialmente diabéticas ou pré-diabéticas e que sejam desencadeadas formações específicas na área aos profissionais de saúde nos cuidados de saúde primários.

A prevenção deve ser a prioridade e deve alicerçar-se em programas transversais com outros ministérios, defendem os socialistas, que gostariam de ver as autarquias envolvidas a desenvolver planos municipais de combate à diabetes.

O PS defende que sejam quantificados os custos da diabetes e os ganhos e poupanças associados à sua prevenção e tratamento.

Para o PAN, são também fundamentais as campanhas de sensibilização da população, sendo que este partido defende campanhas em escolas e universidades, e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes de modo a prevenir a evolução da doença.

Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto descobriram um novo composto a partir de um fungo marinho isolado nos mares da...

“A descoberta de um novo composto - Neofiscalina A - com uma potente ação antibiótica representa uma boa notícia”, declarou Paulo Martins da Costa, professor e investigador no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (ICBAS), a instituição da Universidade do Porto (UP) que estudou o novo composto, no âmbito de um projeto do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR).

O composto tem forte ação inibitória sobre bactérias responsáveis por importantes infeções hospitalares, designadamente as bactérias ‘Staphylococcus aureus’ e ‘Enterococcus faecalis’, multirresistentes aos antibióticos usados na prática clínica, e os direitos sobre a descoberta estão já protegidos por uma "patente provisória", estando-se a desenvolver esforços para a sua internacionalização”, avançou o cientista.

A Neofiscalina A foi isolada a partir de culturas de um fungo marinho isolado nos mares da Tailândia e estudada no ICBAS, ao abrigo de um protocolo de cooperação com a Universidade de Kasetsart em Banguecoque (Tailândia), explicou o especialista.

O “inusitado da descoberta reside no facto destas bactérias, e dos genes que transportam, não estarem descritos em algum isolado clínico hospitalar obtido em Portugal”, observou o investigador, referindo que a descoberta tem uma “grande relevância em termos de saúde pública pelo facto de acentuar a convicção destas bactérias com grande capacidade de resistir aos antibióticos emergirem em primeiro lugar no meio ambiente e, somente mais tarde, serem detetadas no meio hospitalar.

“Trata-se de uma corrida contra o tempo, em virtude de estarmos a perder a batalha no tratamento das infeções microbianas. A rápida emergência e disseminação de bactérias resistentes a antibióticos de última linha tem assumido proporções inimagináveis e está a deixar os médicos sem opções terapêuticas”, explica Paulo Martins da Costa.

Estão a aparecer vagas sucessivas de surtos de bactérias multirresistentes, quer em hospitais, quer na comunidade, como por exemplo aconteceu na Alemanha em 2011, em Gaia em 2015, ou ainda hoje no Centro Hospitalar de São João (Porto), onde foram detetados nove casos de doentes portadores de bactérias que não estão a responder aos antibióticos.

Estas crises têm como denominador comum o facto de não existirem antibióticos eficazes para o tratamento destas infeções.

O projeto, denominado ‘Marbiotech – Pesquisa de compostos naturais extraídos de microrganismos marinhos para aplicações ecológicas e farmacológicas’, foi parcialmente financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte, ao abrigo do Quadro de Referência Estratégico Nacional.

O Gabinete de Inovação da Universidade do Porto iniciou os contactos com empresas farmacêuticas no sentido de se dar continuidade às próximas etapas até à disponibilização para uso médico.

Recentemente foram isoladas na água do Rio Ave, Norte de Portugal, quatro estirpes de bactérias todas 'Escherichia coli', com grande capacidade de resistência aos antibióticos, incluindo aqueles que se usam apenas nos hospitais para tratamento de infeções graves. Em 2010, o mesmo grupo de investigação isolou no rio Ave uma estirpe portadora dos genes de resistência que viriam a ser identificados na “Klebsiella pneumoniae”, que causou o surto de infeção hospitalar de Vila Nova de Gaia.

Na ESEnfC
Estudantes finalistas da Escola de Coimbra aprendem a administrar cuidados culturalmente sensíveis, melhorando o potencial para...

As especificidades da saúde e dos sistemas de saúde na Bélgica, na Noruega e na Estónia estarão em debate, quarta-feira (dia 13 de abril), na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), num painel com professores daqueles países.

A iniciativa, a partir as 9h00, no Auditório do Polo A da ESEnfC (zona de Celas), enquadra-se na Semana Transcultural que hoje se iniciou na ESEnfC, no âmbito da qual os estudantes do 4º ano da licenciatura em Enfermagem estão a comparar, contrastar e analisar informação relacionada com o desenvolvimento da Enfermagem e da educação em Enfermagem em diversos países.

O que se pretende, neste seminário coordenado pela professora Ananda Maria Fernandes, é que os futuros profissionais de saúde aumentem competências para prestarem cuidados de Enfermagem culturalmente congruentes e culturalmente específicos, melhorando o potencial para o exercício da Enfermagem além-fronteiras, em contextos multiculturais.

Analisar os fatores históricos, sociológicos e ideológicos que influenciam a saúde e a doença, bem como o impacto que têm no planeamento e promoção da saúde, explorando criticamente o papel, status e funções do enfermeiro nos diversos países, são outros objetivos da Semana Transcultural na ESEnfC.

A visualização do filme Crash (Paul Haggis, 2004), o espetáculo documental “O meu país é o que o mar não quer” (criação do ator e encenador Ricardo Correia em torno da problemática da nova vaga de emigração qualificada), pelo grupo A Casa da Esquina, e uma mesa-redonda sobre a “Crise dos Refugiados na Europa: desafios para os profissionais e sistemas de saúde” são algumas das atividades que, até ao final da semana, ocuparão os estudantes finalistas da ESEnfC.

Colaboram, ainda, na Semana Transcultural da ESEnfC os professores Jorge Apóstolo, Ana Paula Monteiro, João Apóstolo, Rosa Moreira e Ana Filipa Cardoso.

Porto apresenta
A Câmara e a Universidade do Porto lançaram a candidatura da região à classificação de Sítio de Referência Europeu na Área do...

“Esta iniciativa constitui uma oportunidade magnífica de mostrarmos à Europa a excelência da intervenção das nossas instituições públicas e privadas nesta área”, disse o presidente da Câmara do Porto, na cerimónia oficial de apresentação da candidatura à Comissão Europeia, no âmbito da iniciativa European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing.

Por outro lado, acrescentou Moreira, “só o facto de ter sido constituído um consórcio de cerca de 70 instituições de vários quadrantes, universidades, centros de investigação, municípios, Instituições Particulares de Solidariedade Social e empresas, já por si é um ganho”.

No âmbito desta candidatura está a ser criado um Centro de Excelência em Envelhecimento Ativo e Saudável, o Porto4Ageing, que tem como objetivo ser um centro agregador e um espaço de discussão de questões relacionadas com o envelhecimento ativo e saudável na região metropolitana do Porto, agrupando os diversos atores regionais que trabalham e que têm interesse nesta área.

“Estamos a criar um espaço de discussão de questões relacionadas com o envelhecimento ativo e saudável na região metropolitana com a participação de instituições locais e regionais que trabalham e têm interesse nesta área, ou seja, estamos a construir a política de rede de que nós falamos há uns anos e que agora se começa a concretizar aqui e noutras áreas”, disse o autarca.

Esta candidatura e a formação do consórcio Porto4Ageing constituem “uma oportunidade para criar um espaço agregador com envolvimento de todos os agentes relevantes que, num quadro de compromisso duradouro e estrutural, são chamados a gerar as mudanças necessárias para enfrentar os desafios dos sistemas e mecanismos formais e informais, nacionais e locais”, sublinhou Rui Moreira.

Também o reitor da Universidade do Porto considerou que a iniciativa representa “uma colaboração institucional muito grande”, na medida em que “são 76 parceiros do mais variado tipo. A região toda e o país vão beneficiar”.

Segundo Sebastião Feyo de Azevedo, este projeto, caso seja aprovado, constitui-se também “como oportunidade para avaliar, sistematizar e consolidar projetos e atividades promotores da coesão e inclusão social”.

“Espero que, a partir daqui, sejam desenvolvidas parcerias assentes em modelos cooperativos e materializados numa distribuição de responsabilidades, promovendo respostas sociais adequadas para todos”, frisou.

Além da Câmara e Universidade do Porto, o consórcio tem entre os seus parceiros a CCDR-N, a Área Metropolitana do Porto, o Centro Hospitalar São João, o Centro Hospitalar do Porto, o IPO, a Santa Casa da Misericórdia do Porto, a Escola Superior de Enfermagem Santa Maria e diversas ordens profissionais (Médicos, Enfermeiros, Psicólogos, Farmacêuticos).

Centro Hospitalar de São João
O diretor clínico do Centro Hospitalar de São João, Porto, disse terem sido detetados nos últimos dias nove casos de doentes...

“Em dois dos nove casos essa bactéria está a provocar infeção, mas são infeções que nesta altura parecem não ameaçadoras de vida”, esclareceu José Artur Paiva, referindo tratar-se de “infeções da pele e de tecidos moles, nada de grave no sentido de ser ameaçador da vida”.

Segundo o diretor clínico do “São João”, trata-se de uma bactéria que habita no nosso tubo digestivo, no intestino, e que faz parte do que se designa de microbioma, ou seja, grupo de bactérias que vive em simbiose com o organismo, mas que “quando exposta a antibióticos estabelece uma modificação e passa a produzir uma enzima nova, que habitualmente não produz”.

Estas enzimas, a que se chamam carbapenemases, fazem-na ser capaz de destruir um dos antibióticos mais potentes que existe.

“Foi feito rastreio a todos os doentes que tiveram contacto com os doentes positivos e a situação está nesta altura controlada, embora ainda tenhamos rastreios em curso. Não excluo a hipótese de haver mais alguns casos detetados nestes rastreios que falta ter o resultado. Penso que no prazo de 48 a 72 horas teremos os resultados definitivos”, acrescentou.

De acordo com a fonte, foram instituídas as medidas de controlo para estes casos de forma “a manter a continuidade da atividade assistencial do hospital sem pôr em causa a segurança dos doentes”.

“Esta situação está a ser acompanhada permanentemente por um grupo de trabalho interno constituído especificamente para o efeito”, afirmou.

O Centro Hospitalar de São João já deu conhecimento às estruturas regionais (ARS) e centrais (DGS) do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência a Antimicrobianos.

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