Bastonário defende
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, defendeu a criação de medidas de “discriminação positiva” para promover a...

José Manuel Silva falava à entrada do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, que visitou a convite do presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, para se inteirar dos problemas relacionados com a falta de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) neste concelho do distrito de Coimbra.

O bastonário criticou a falta de médicos de família, neste e noutros concelhos do interior, que considerou “um problema de contratação” destes profissionais para o SNS.

“Haja vontade de apostar no Serviço Nacional de Saúde”, disse, ao defender que esta “é a forma mais eficiente e mais barata de prestar cuidados de saúde à população” portuguesa.

Para José Manuel Silva, que prestava declarações aos jornalistas, trata-se de “uma responsabilidade dos governos e um direito que as câmaras municipais têm de exigir” uma cobertura mais equilibrada do território pelos cuidados de saúde primários que devem ser assegurados pelo SNS.

Até 2017, cerca de 750 médicos “vão acabar a especialidade”, salientou, ao lembrar que um elevado número de profissionais emigrou ou optou pela reforma antecipada nos últimos anos e que, mesmo assim, Portugal “é o quarto país da Comunidade Europeia com mais médicos”.

O bastonário realçou a importância de o atual Governo tentar inverter o problema da escassez de médicos no setor público, ao permitir, através do Orçamento de Estado deste ano, que os reformados regressem ao trabalho no SNS, auferindo 75% do vencimento, a acumular com a pensão de reforma.

“Vamos resolver os problemas do país”, desde que “numa “fase transitória” sejam tomadas “medidas minimamente atrativas” que levem os médicos a fixar-se nos municípios do interior, preconizou.

José Manuel Silva sublinhou que “o vencimento médico é tão baixo em Portugal” que os médicos “preferem emigrar” para países da Europa onde “a sua qualidade é reconhecida e apreciada”.

“Provavelmente, no próximo ano todos os portugueses já terão médico de família”, acrescentou.

Portugal “não tem falta de médicos”, os quais estão a ser formados “muito acima das necessidades” do país, afirmou o bastonário.

“Oliveira do Hospital tem seis mil pessoas sem médico de família”, lamentou José Carlos Alexandrino, durante a visita, em que participou o médico Avelino Pedroso, presidente do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte (ACES PIN).

O autarca, eleito pelo PS na condição de independente, deu ainda o exemplo de Lagares da Beira, freguesia do concelho “sem médico de família há dois anos”.

José Carlos Alexandrino mostrou-se convicto de que a falta de médicos tem originado “um aumento do número de mortes” no concelho, sobretudo entre “famílias mais pobres que não têm voz para reivindicar” o direito constitucional a cuidados básicos de saúde, como no litoral e nos grandes centros urbanos.

Em Oliveira do Hospital, o bastonário da Ordem dos Médicos visitou o Centro de Saúde, a extensão de saúde de Lagares da Beira, o hospital privado da Fundação Aurélio Amaro Dinis e a sua Unidade Móvel de Saúde.

Cuidados alimentares
A doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crónica e progressiva.

Caracterizada pela degeneração do sistema nervoso central, a doença de Parkinson afeta sobretudo o sistema motor.

Sem causa conhecida, esta doença não tem cura. De difícil tratamento, progressiva e lenta, ela afeta a qualidade de vida de quem dela padece.

Sendo considerada como o segundo distúrbio neurológico mais comum na terceira idade, apresenta sintomas como tremores, rigidez, acinesia ou bradicinesia e alterações posturais.

Dificuldade de locomoção ou dificuldade em se alimentar são as principais barreiras do doente, que resultam na perda de peso ou má nutrição, prejudicando o seu estado de saúde.

Devido aos diversos sintomas da doença, o paciente torna-se dependente, necessitando de cuidados e atenção dos familiares ou outros cuidadores.

Para que todos possam contribuir para a melhoria do seu estado de saúde, é essencial estarem elucidados a respeito de várias questões, sendo a alimentação um aspeto fundamental.

Na realidade, uma alimentação correta pode aumentar o bem-estar do doente e prevenir ou evitar outras complicações resultantes da doença.

Um regime alimentar adequado, para além de fornecer mais energia, pode ajudar a que a medicação tenha uma ação mais efetiva ou eficiente, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

De facto, os fármacos utilizados no tratamento da doença prejudicam, de várias formas, a ingestão de alimentos e, como consequência, o estado nutricional do doente, podendo contribuir para o aumento da mortalidade.

A droga mais utilizada é a levodopa. Perda de apetite, náuseas, vómitos, perda de olfato e boca seca são os efeitos colaterais desta medicação, que interferem diretamente com a ingestão de alimentos.

Quando se utiliza este fármaco, aconselha-se o máximo de cuidado com alimentação, na medida em que, por exemplo, a ingestão de grandes quantidades de proteína reduz a eficiência do medicamento.

Deste modo, o aporte de proteínas deve ser adequado a cada caso.

Se, por um lado, quando é ingerida uma grande quantidade de proteína se perde o controlo sobre os sintomas, por outro, um baixo consumo de proteína pode provocar o aumento dos movimentos involuntários do doente.

A redistribuição ou redução da quantidade diária de proteína, que resulta assim em maior eficiência do medicamento, pode promover melhorias na mobilidade dos pacientes que apresentam flutuações motoras.

Também a ingestão de alimentos ricos em vitamina B6 deve ser controlada. Quando administrada sozinha, a levodopa é transformada em dopamina antes de atingir o cérebro. A vitamina B6 acelera esta transformação. Deste modo, os alimentos ricos neste nutriente – como é o caso dos cereais – devem ser evitados pelos doentes que tomam levodopa como medicação única.

A prisão de ventre é outra queixa que o doente com Parkinson apresenta. Embora não se saiba se esta condição deriva da doença ou se é agravada pela reação a algum medicamento, recomenda-se a ingestão de alimentos ricos em fibra – legumes e frutas – e a ingestão de, pelo menos, dois litros de água (ou outros líquidos) por dia.

Hidratos de carbono são ainda essenciais ao combate à perda de peso, e os suplementos hipercalóricos devem ser consumidos sempre que a ingestão de alimentos não for suficiente para a manutenção do peso ideal, devido ao aumento do gasto energético provocado pelos movimentos involuntários e os efeitos colaterais da medicação.

De acordo com vários estudos, a vitamina E, C e o selénio ajudam a reduzir a progressão da doença, sendo a sua ingestão, por isso, também aconselhada pelos especialistas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Programa Gilead GÉNESE
A edição de 2015 do Programa Gilead GÉNESE contou com o Alto Patrocínio de Sua Excelência, o Presidente da República, vendo...

O Programa Gilead GÉNESE foi criado em 2013, com o desígnio de incentivar em Portugal a investigação translacional e clínica, a geração de dados e a implementação de boas práticas de acompanhamento dos doentes. Em paralelo, é promovido o apoio a projetos nas áreas de educação para a saúde, bem como a intervenção comunitária e cívica.

A esta edição do Programa Gilead GÉNESE candidataram-se cerca de 60 projetos nacionais submetidos por diferentes entidades científicas, académicas e da sociedade civil. O rigor, a excelência e a transparência são valores chave neste programa.

A avaliação das candidaturas submetidas foi assegurada por duas Comissões externas de Avaliação que selecionaram 13 projetos, 8 de natureza Científica e 5 de Iniciativa Comunitária, pelo seu potencial contributo para a otimização da prática clínica, da melhoria da qualidade de vida dos doentes e dos resultados em saúde. O montante global de financiamento atribuído ascendeu a 280.000€.

Vítor Papão, Diretor Geral da Gilead Portugal, refere, a propósito deste Programa: Incentivamos Ciência. Fomentamos Saúde. Isto é o que define o Programa Gilead GÉNESE. Faz parte do nosso DNA estimular e dar oportunidade a que a inovação e a criatividade de outros possa ganhar corpo, possibilitando a geração de conhecimento em prol da Sociedade pela qual possamos fazer mais.

Projetos Científicos:

CEDOC da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa
Lesão tubular renal em doentes VIH: progressão e interação

Egas Moniz Cooperativa de Ensino Superior, CRL
Resposta em anticorpos neutralizantes induzida em coelhos por uma nova vacina contra o HIV-1

FARM-ID Associação da Faculdade de Farmácia para a Investigação e Desenvolvimento
RecycleDrug: Validação de fármacos antigos para o tratamento e erradicação do HIV-1

Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Previsão da Eficácia Clínica de Fármacos Moduladores da Proteína CFTR Usando Organoídes Intestinais e Células Nasais de Pacientes com Fibrose Quística

INEB - Instituto de Engenharia Biomédica, Universidade do Porto
Filmes vaginais contendo nanopartículas carregadas com fármacos como alternativa à profilaxia de pré exposição oral com tenofovir/emtricitabina

Instituto de Medicina Molecular
Preservação da produção de linfócitos T no timo humano mediada por fatores de restrição do hospedeiro durante a infeção por HIV

Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil
Caracterização de variáveis clínicas e biológicas que identificam doentes com linfoma folicular agressivo

Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil
Linfomas Double-Hit – a experiência do IPO-Porto

Projetos de Iniciativa Comunitária:

AJPAS - Associação de Intervenção Comunitária, Desenvolvimento Social e de Saúde
Avaliação dos benefícios da intervenção do ICAT (Intervenção Comunitária para a Adesão à Terapêutica)

Associação Existências
Projeto Acolher

Associação Portuguesa de Fibrose Quística
Programa de Fisioterapia e exercício físico no domicílio para pessoas com Fibrose Quística (FQ)

Fundação Portuguesa A Comunidade Contra a SIDA
In.Porto.Me – Rastreio e Promoção da Qualidade de Vida de Seniores VIH+ da região do Porto

Positivo - Grupos de Apoio e Auto-ajuda
ConVihda – Avaliação e Promoção da Qualidade de Vida em PVVS

A evidência gerada pelos projetos apoiados no âmbito do Programa Gilead GÉNESE poderá contribuir para a otimização da prática clínica, melhoria da qualidade de vida dos doentes e dos resultados em saúde, ganhos de eficiência e adequação de políticas de saúde.

O Programa Gilead GÉNESE destina-se a apoiar projetos nacionais desenvolvidos por Instituições, Organizações ou Grupos da Sociedade Civil que se dediquem à investigação científica ou ao desenvolvimento de iniciativas dirigidas à Comunidade.

No próximo dia 2 de maio inicia-se o período de candidaturas para a edição de 2016 do Programa Gilead GÉNESE.

Nova esperança para os doentes
Um dia muito importante para a farmacêutica Intercept e um marco importante para as vidas dos doentes com Colangite Biliar...

O Comité Consultivo da FDA teve uma votação unânime (17-0) para aprovação acelerada do novo medicamento da Intercept, o ácido obeticólico.

A data prevista para a FDA tomar a decisão é 29 de maio de 2016. A FDA não é obrigada a seguir a orientação do Comité Consultivo, mas leva o seu conselho em consideração na revisão de medicamentos. Se aprovado, este será o primeiro novo tratamento para Colangite Biliar Primária (CBP) em quase 20 anos.

CBP é uma doença crónica do fígado, uma doença hepática auto-imune rara que afeta predominantemente mulheres com idade superior a 40 anos. Se os doentes tiverem uma resposta inadequada à única terapêutica que existe ou deixados sem tratamento, a doença normalmente progride para fibrose hepática, cirrose, insuficiência hepática e morte (se não receberem um transplante de fígado).

A Intercept está a aguardar aprovação acelerada de ácido obeticólico para o tratamento de CBP em doentes com uma resposta inadequada ou que são incapazes de tolerar, a única terapia aprovada para esta doença até à data – 20 anos.

Estudo conclui
Um estudo sobre obesidade envolvendo 20 milhões de adultos de 186 países concluiu que nos últimos 40 anos a obesidade entre os...

A investigação, acabada de publicar na revista The Lancet, revela que entre 1975 e 2014 a obesidade entre os homens triplicou (de cerca de 3%, em 1975, para quase 11%, em 2014) e que nas mulheres mais do que duplicou (de mais de 6% para perto de 15%), anunciou a Universidade de Coimbra (UC).

Conduzida pelo Imperial College London, a pesquisa, que contou com a colaboração da investigadora Cristina Padez, do Centro de Investigação em Antropologia da Saúde (CIAS), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, “envolveu perto de 20 milhões de adultos de 186 países”.

Os dados relativos a Portugal são “compostos por uma amostra de mais de 820 mil jovens adultos de todo o país, com idades compreendidas entre os 18 e 20 anos, de vários estratos sociais, que participaram nas inspeções militares, no período 1985-2000”, refere a especialista do CIAS, citada pela UC numa nota divulgada.

“Mais de um em cada dez homens e uma em cada sete mulheres, em todo o mundo, estão agora obesos”, concluiu o estudo.

“Em quatro décadas, a obesidade entre os homens triplicou, de 3,2% em 1975 para 10,8% em 2014” e “nas mulheres, mais do que duplicou, passando de 6,4% em 1975 para 14,9% em 2014”.

Isto é, em 2014, “266 milhões de homens e 375 milhões de mulheres em todo o mundo eram obesos, significando também que a população mundial tornou-se mais pesada em cerca de 1,5 quilogramas em cada década subsequente desde 1975”, explicita a UC.

Além disso, 2,3% dos homens e 5% de mulheres de todo o mundo têm a “classificação de obesidade grave, colocando-os em risco acrescido para o desenvolvimento de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares e vários tipos de cancro”.

O estudo, que envolveu a Organização Mundial de Saúde (OMS), previu igualmente as tendências globais de evolução da obesidade, indicando que, em 2025, 18% dos homens e 21% das mulheres sofrerão de obesidade, acrescenta a UC.

A pesquisa “mostra um cenário tremendamente assustador, indicando que vai ser praticamente impossível atingir a meta global estabelecida pela OMS no sentido de até 2025 estabilizar os valores da obesidade nos níveis de 2010”, salienta Cristina Padez.

“Tem de haver uma política global de combate à obesidade por parte dos governos e não centrada apenas nos indivíduos”, adverte a investigadora.

A obesidade é “um dos grandes fatores de risco para um conjunto vasto de patologias, com custos sociais e económicos brutais para os países”, observa a especialista da UC em obesidade.

Estudo
A mortalidade materna, neonatal e infantil poderia ser praticamente eliminada numa geração se fosse generalizado um conjunto de...

Realizado por alguns dos maiores especialistas mundiais em saúde materna e infantil, o estudo, publicado na revista Lancet, foi apresentado na conferência do Consórcio de Universidades pela Saúde Global, que decorre em São Francisco, EUA.

As medidas em causa vão desde a melhoria dos cuidados na gravidez e no parto, ao tratamento de doenças infeciosas como a pneumonia, a diarreia ou a malária, passando pela melhoria da nutrição infantil, três áreas da saúde que, apesar de terem registado assinaláveis progressos nas últimas décadas, ainda representam milhares de mortes entre mulheres, recém-nascidos e crianças todos os anos.

Segundo o estudo, o número total de mortes maternas desceu 43%, de 532 mil em 1990 para 303 mil em 2015, e a taxa de mortalidade materna diminuiu 44%, de 385 mortes maternas por 100 mil nados vivos em 1990 para 216 por 100 mil nados vivos em 2015.

No entanto, apesar dos progressos, a meta de reduzir a mortalidade materna em 75% até 2015, definido em 2000 nos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) não foi alcançado.

Também na mortalidade infantil, o objetivo de reduzi-la em dois terços até 2015 não foi concretizado, apesar de se ter registado um declínio de 90,4 mortes de crianças com menos de cinco anos por 1000 nados vivos em 1990 para 42,5 por 1000 nados vivos.

Segundo a ONU, apenas 24 dos 82 países de baixo e médio-baixo rendimento alcançaram este objetivo.

Os investigadores, liderados por Robert Black da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos EUA, usaram um modelo matemático chamado ‘Instrumento Vidas Salvas’ para estudar o potencial impacto no número de mortes e os custos de generalizar 66 intervenções chave em 74 países de baixo e médio rendimento que, juntos, representam mais de 95% de todas as mortes maternas e infantis.

No estudo agora apresentado, os cientistas estimaram o número de mortes que poderiam ser evitadas com intervenções essenciais individualmente e agrupadas em três pacotes: saúde reprodutiva, saúde materna e neonatal e saúde infantil.

A medida com maior efeito no pacote da saúde reprodutiva seria alargar os serviços de contraceção a 90% das necessidades por cobrir atualmente, o que teria evitado quase 28 milhões de nascimentos indesejados em 2015.

Esta redução, por seu lado, levaria a evitar 67 mil mortes maternas, 440 mil mortes neonatais e 473 mil mortes infantis, assim como 564 mil nados-mortos.

Como metade das gravidezes não desejadas resultam em aborto, esta medida reduziria também em milhares o número de abortos, muitos dos quais teriam sido realizados sem segurança, estimam os investigadores.

Em alternativa, alargar a 90% a cobertura de todas as medidas previstas nos outros dois pacotes - saúde materna e neonatal e saúde infantil - permitiria salvar quatro milhões de vidas por ano, o equivalente a metade de todas as mortes maternas, neonatais e infantis no mundo, e um terço de todos os nados-mortos.

Entre as intervenções mais eficazes nestes dois pacotes, contam-se a melhoria da gestão da gravidez e do parto, os cuidados dos bebés prematuros e o tratamento de doenças infeciosas e da malnutrição aguda.

Apesar da dimensão do problema, os autores estimam todas as medidas previstas poderiam ser alargadas a quase todas as pessoas que delas necessitam com um investimento de 6,2 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros) nos países de baixo rendimento, 12,4 mil milhões de dólares (10,8 mil milhões de euros) em países de médio-baixo rendimento e oito mil milhões de dólares (sete mil milhões de euros) em países de médio-alto rendimento.

Isto equivale a 4,7 dólares (4,1 euros) anuais por pessoa, concluem os autores do estudo, estimando que os custos pudessem aumentar ligeiramente até 2035, como reflexo dos aumentos populacionais.

Os cientistas sublinham ainda que a maioria destas intervenções poderia ser concretizada por trabalhadores comunitários, e centros de saúde, que juntos poderiam prevenir quase três quartos das mortes maternas, neonatais e infantis.

Especialista defende
O enfermeiro de cuidados paliativos Bruno Fonseca defendeu serem necessárias em Portugal mais equipas de cuidados paliativos...

“É preciso facultar a medicação e, acima de tudo, é absolutamente fundamental implementar equipas comunitárias de cuidados paliativos”, porque, “infelizmente, em termos geográficos, os cuidados paliativos ainda estão muito mal distribuídos em Portugal”, afirmou.

Bruno Fonseca, enfermeiro que integra a Equipa de Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos, falava à margem da 12.ª edição dos Encontros da Primavera, um congresso especializado em oncologia, em Évora.

O enfermeiro foi um dos oradores, numa sessão sobre dor oncológica, e interveio acerca da “Gestão da Dor Oncológica em Cuidados Paliativos Domiciliários”.

À margem da sessão, Bruno Fonseca explicou que trabalha, essencialmente, “com doentes oncológicos em fase terminal que estão em casa” e cuja doença provoca dor oncológica.

“É uma dor intensa e, muitas vezes, uma dor mista, em que há vários mecanismos de dor envolvidos, pelo que é difícil de tratar”, com o tratamento a requerer “diferentes fármacos”, disse.

E, com uma rede de cuidados paliativos “desigual” em Portugal e a existência de “mecanismos burocráticos”, nem sempre é fácil aceder a medicamentos e opiáceos para tratar a dor oncológica.

“Na minha instituição, até porque somos uma ULS, o fornecimento de medicamentos e opiáceos é pela farmácia hospitalar, portanto, é muito fácil para nós, se tivermos um doente em casa que está descompensado, acedermos a medicação para a administrarmos na hora”, indicou.

Contudo, alertou, “há outras zonas do país em que isso é difícil”, porque “há mecanismos burocráticos que impedem o normal aviamento dos opiáceos, nomeadamente as morfinas, que são medicação de controlo obrigatório, e há outras dificuldades com as receitas”, pois, “muitas vezes, os próprios médicos de família têm dificuldades em aviá-las”.

Segundo Bruno Fonseca, em termos burocráticos e legais, um dos obstáculos é a inexistência de protocolos nas administrações regionais de Saúde (ARS) para que um centro de Saúde se abasteça desta medicação na farmácia hospitalar da sua zona.

Se um centro de Saúde precisar de ir buscar esta medicação, “é necessário que exista algum tipo de protocolo na ARS que permita levantar os medicamentos na farmácia hospitalar”, para fornecer ou administrar aos doentes, mas, “muitas vezes, estes protocolos não existem”, dificultando o acesso a fármacos para tratar doentes oncológicos que estão em casa, argumentou.

“É necessário os fármacos estarem mais disponíveis. Se não houver fármacos disponíveis, não vale a pena dizerem que é possível controlar doentes com dor oncológica em casa porque não é”, avisou.

E outro problema é não haver equipas de cuidados continuados na comunidade disseminadas pelo país, realçou o enfermeiro, defendendo que é preciso ter “mais pessoas treinadas no terreno, principalmente médicos e enfermeiros”, capazes de apoiar os doentes terminais e as suas famílias.

“Há equipas aqui e ali, há focos, mas, infelizmente, não estão ainda generalizadas. Tal como temos cardiologia e consultas de ortopedia pelo país, também devíamos ter cuidados paliativos na comunidade, porque é em casa que as pessoas querem estar na fase final da vida. Mas com qualidade de vida”, afirmou.

Os Encontros da Primavera, que juntaram em Évora mais de mil profissionais de saúde especializados em oncologia, desde quinta-feira, são o primeiro congresso português da especialidade acreditado pelo European Accreditation Council for Continuing Medical Education.

Melhorar capacidade de resposta
Dois dos cinco laboratórios de alta segurança do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge foram recentemente...

Nestes laboratórios de elevado nível de segurança biológica são realizados, entre outros procedimentos, o diagnóstico do vírus Ébola e de “outros agentes passíveis de apresentarem grande risco para a saúde pública”, segundo uma nota do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

O Instituto dispõe atualmente de cinco laboratórios de segurança biológica de nível 3, dois dos quais “foram recentemente alvo de uma intervenção de requalificação e remodelação”.

“Os trabalhos realizados nestes dois espaços laboratoriais consistiram na ampliação de uma das salas e na instalação de novos sistemas de climatização e equipamentos laboratoriais diversos, tais como esterilizadores/autoclaves e uma câmara de segurança biológica de classe III, entre outros”.

Esta requalificação implicou um investimento de cerca de 300 mil euros, adianta a nota informativa.

Num destes laboratórios é realizada a rotina laboratorial do Laboratório de Referência da Tuberculose e no outro, que está adstrito à Unidade de Resposta a Emergências e Biopreparação (UREB), é realizado o diagnóstico do vírus Ébola e de outros agentes passíveis de causarem grande risco para a saúde pública.

“Apesar de possuírem equipamento específico para a utilização diferenciada, os dois laboratórios partilham características comuns, o que permite que em caso de necessidade possam ser utilizados como apoio um do outro”, lê-se na nota.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou querer “melhorar muito” os indicadores nacionais das infeções...

“Queremos melhorar muito os nossos indicadores que, infelizmente, são muito maus neste domínio. Contamos convosco, com a vossa competência, com a vossa motivação e com a capacidade de partilharem”, afirmou o ministro no Porto.

Presente num encontro que reúne mais de 200 profissionais de saúde, a decorrer até sábado no Porto, no âmbito do projeto da Fundação Calouste Gunbenkian “STOP Infeção Hospitalar”, Adalberto Campos Fernandes referiu desejar que, ”daqui por um ano”, seja possível “ver resultados efetivos” contra as infeções hospitalares.

“Nós não teremos um Serviço Nacional de Saúde (SNS) de sucesso se não tivermos a humildade de reconhecer que a partilha é o ingrediente fundamental para um sistema de saúde de sucesso”, disse, “espero que, daqui por um ano, quando aqui voltarmos, possamos ver resultados efetivos, materializados em indicadores de um trabalho desta verdadeira tropa de elite que luta contra o inimigo que está infelizmente por toda a parte e tem tido até agora mais força do que nós”.

Lembrando o protocolo firmado na quinta-feira com a Fundação Gulbenkian, que prevê a colaboração com o Ministério na área das infeções hospitalares, entre outras, o ministro afirmou que “o sistema de saúde não é apenas o Estado, é a sociedade, são os parceiros, são as entidades que, no domínio da sociedade civil, são capazes de reconhecer que todos temos um papel, um papel decisivo em fazer do SNS algo que proteja as pessoas, que diminua os riscos de morbilidade e mortalidade”, bem como de tornar o SNS “mais económico e mais eficiente”.

“Nós sabemos bem qual é o impacto na economia do sistema da infeção hospitalar e a insegurança que ela provoca no plano clínico”, frisou.

Para o ministro, o “ambiente de multidisciplinaridade e de entreajuda” presente naquele encontro faz “jus àquilo que é uma ambição do SNS, de ser, não apenas mais eficiente, mas mais seguro e mais capaz de lutar contra esta grande ameaça [a infeção hospitalar] que afeta os sistemas de saúde em todo o mundo”.

O projeto da Gulbenkian, que arrancou no final de 2015 com o objetivo de reduzir em 50% as infeções hospitalares em três anos, conta com a participação de 12 centros, que integram 19 hospitais, “o que corresponde a entre 25% e 30% do total do internamento dos hospitais do SNS”, disse Paulo Sousa, da Escola Nacional de Saúde Pública.

A ideia é que os profissionais de saúde destes 12 centros e unidades de saúde “sejam precursores de uma metodologia” e possam “contagiar” outros hospitais em Portugal.

“Tem que haver uma mudança cultural, [os profissionais] têm que perceber o problema, e este projeto uniformiza e padroniza boas práticas, tem uma cultura de medição e a partilha de conhecimento e experiencias entre os vários hospitais”, concluiu Paulo Sousa.

A partir de agosto
A partir de agosto, os doentes encaminhados para os hospitais pelos centros de saúde ou pela linha Saúde 24 passam a ter...

O despacho, assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, assinala que no âmbito do Orçamento do Estado para este ano, o Governo promove a redução do valor das taxas moderadoras, dispensando de pagamento os utentes referenciados pela rede de cuidados de saúde primários e pelo Centro de Atendimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a linha Saúde 24.

Pretende-se, assim, “orientar de forma adequada o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde no SNS”, bem como investir na articulação dos cuidados de saúde primários (CSP) com os hospitais e na melhoria do processo de referenciação dos utentes, para evitar que recorram às urgências hospitalares em situações que devem ser objeto de avaliação pela equipa de saúde nos centros de saúde.

Neste âmbito, os hospitais do SNS, independentemente da sua natureza jurídica, devem dar prioridade ao atendimento dos utentes que sejam referenciados através dos Cuidados de Saúde Primários ou da Linha Saúde 24, dentro do mesmo grau de prioridade.

Estes doentes encaminhados têm obrigatoriamente que ter impresso nas vinhetas de identificação o registo com a sua origem (‘CSP’ ou linha ‘Saúde 24’).

Também as pulseiras que identificam a cor de prioridade da triagem devem assinalar a origem dos doentes dos CSP ou da linha Saúde 24 e, assim, garantir a sua efetiva prioridade no atendimento.

No que respeita ao atendimento nos Serviços de Urgência (SU) de doentes classificados com a cor branca (que caracterizam um atendimento eletivo, ou seja, procedimento que pode ser programado), “não deve ultrapassar os 5 % do atendimento global desses serviços no ano de 2016 e de 2 % no ano de 2017”, define o despacho.

O objetivo é desincentivar os doentes na cor branca de se dirigirem aos SU e os hospitais de promoverem o tratamento nesses serviços de situações que não são urgentes.

Caso aquela percentagem seja ultrapassada, os hospitais devem desenvolver medidas corretivas com vista a cumprir o objetivo fixado.

A partir de 2017, os hospitais que não consigam cumprir o objetivo dos menos de 2 % de doentes nos SU com classificação de cor branca serão penalizados, no âmbito dos contratos-programa estabelecidos anualmente com as Administrações Regionais de Saúde.

No que se refere à aplicação de taxas moderadoras a doentes transferidos dentro do mesmo centro hospitalar, apenas é considerada a admissão no primeiro SU onde o doente é atendido.

O diploma legal determina ainda que sempre que o doente seja transferido entre serviços de urgências, deve voltar a ser triado na chegada à urgência de destino, como fator de segurança do doente, face a um eventual agravamento da sua situação clínica durante o transporte.

Publicado em Diário da República
Os rastreios de base populacional do cancro colo-retal, do colo do útero, da mama e da retinopatia diabética têm de começar a...

A cobertura regional total para todos aqueles rastreios de base populacional tem de ser garantida até 31 de dezembro de 2017, define ainda o diploma assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo.

“As administrações regionais de saúde (ARS) devem desenvolver na respetiva área geográfica, durante o ano de 2016, medidas coordenadas para implementar os rastreios de base populacional nas áreas do cancro da mama, do cancro do colo do útero, do cancro do cólon e reto e da retinopatia diabética”, refere o despacho.

As ARS terão de elaborar a cada semestre um relatório sobre a evolução da cobertura destes rastreios na sua área geográfica.

Caberá ainda à Direção-Geral da Saúde promover a formação e informação dos utentes sobre as vantagens da adesão a estres rastreios.

No preâmbulo, o diploma do Ministério da Saúde recorda que continua a haver assimetrias significativas na cobertura geográfica dos rastreios para os cancros da mama, do colo do útero e do cólon e reto.

Além disso, houve também uma diminuição, em 2014, do número de pessoas com diabetes abrangidas pelos programas de rastreio da retinopatia diabética.

“Os rastreios de base populacional (…) permitem a identificação de lesões percursoras de situações malignas ou estádios iniciais da doença, através do diagnóstico precoce e com utilização de técnicas terapêuticas menos agressivas”, lê-se no despacho.

União das Misericórdias Portuguesas
O secretário nacional da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Caldas de Almeida, disse que as regiões de Lisboa e Porto...

"Temos um levantamento das zonas mais carenciadas e onde o apoio é mais necessário. Lisboa e Porto são as zonas com maior carência de cobertura no apoio aos idosos, estando muito carenciadas de respostas de longa duração. Para a rede funcionar, quando as pessoas terminam a reabilitação têm de ter para onde ir, porque nem sempre podem ir para casa. É preciso haver respostas de longa duração em lares", disse Manuel Caldas de Almeida, à margem das "Jornadas de Cuidados Continuados Integrados", que decorrem em Fátima, Ourém, no distrito de Santarém.

As Misericórdias são responsáveis por um total de 4.169 camas (57% do total da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados) e têm capacidade para aumentar mais 420 camas, o que representaria um aumento de 10% na capacidade das Santas Casas da rede, o que equivale a 5,8% da capacidade total, refere uma informação disponibilizada pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP), salientando que "há unidades prontas, mas que ainda não estão em funcionamento".

Manuel Caldas de Almeida confirmou que a rede "não está completa". Faltam unidades" e "algumas situações do país são dramáticas".

No entanto, o secretário nacional da UMP destacou o "nível de competência das unidades de cuidados continuados" (UCC) de Portugal, referindo que o país "se deve orgulhar", em comparação com os outros países europeus.

"O Estado não abriu UCC, mas contratualizou com os prestadores desses serviços. Tem sido uma excelente estratégia. Estão instaladas UCC por todo o país e a preços competitivos, até demasiado para as Misericórdias", acrescentou.

Segundo Manuel Caldas de Almeida, "para o padrão de qualidade da rede de UCC", o que as misericórdias recebem como contrapartida é insuficiente. "Basta ver que nos pagam, numa unidade de longa duração, uma diária de hotel de duas estrelas, e estamos a prestar cuidados de reabilitação e enfermagem especializados. Não chega".

O encontro servirá para debater algumas áreas que preocupam as Misericórdias, como a "qualidade, o controlo de infeção, que é um dos problemas de todas as instituições hospitalares, e a certificação de qualidade de uma área que implica novas competências profissionais e de sustentabilidade" e carece de "mais exigência".

A reflexão sobre o envelhecimento em Portugal é outro dos temas abordado. "São precisas respostas totalmente diferentes das que existem, porque hoje as pessoas envelhecem de maneira diferente e temos de ir ao encontro das suas necessidades", considerou Manuel Caldas de Almeida.

Este responsável lembrou que há mais gente a viver mais anos, mas nem todas as pessoas necessitam de cuidados paliativos. "Temos de ter estas respostas, mas também outras para as pessoas que vivem muitos anos e pretendem continuar a ter uma vida preenchida com amigos e querem continuar a fazer as coisas que faziam".

Por isso, a UMP deseja procurar dar resposta não só ao nível do apoio domiciliário com banhos e alimentação, mas também proporcionar o convívio destas pessoas com amigos quer no domicílio quer em lares.

"Temos de definir estruturas para que todos possam envelhecer com qualidade", reforçou, acrescentando que a UMP é a "principal operadora na área dos cuidados continuados" e que oferece "qualidade e competência".

Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa
A investigadora do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, Susana Magalhães, alertou para os riscos de...

“Quando a lei [de legalização da eutanásia] foi promulgada [na Bélgica, Luxemburgo e Holanda] concebia-se apenas a eutanásia em doentes com sofrimento intolerável, em estado terminal ou para quem a medicina não encontrava uma resposta que os satisfizesse. Hoje, os dados estatísticos, que inclusivamente levaram um dos grandes defensores da eutanásia na Holanda a mudar de posição, mostram que o critério já não é o sofrimento intolerável, mas uma espera pela morte sem sentido”, frisou a especialista.

Tal tem levado à eutanásia de “doentes de Parkinson, reumáticos, com problemas cardiovasculares ou com depressão, para já não falar da eutanásia para crianças, o maior absurdo moral que pode existir”, destacou a investigadora, em declarações à agência Lusa, à margem da sessão “Mate-me, por favor”, que hoje abriu um novo ciclo de debates “Conversas com Ética” do Instituto de Bioética da Universidade Católica do Porto.

Para Susana Magalhães, “estes abusos”, verificados nos “pouquíssimos países onde a eutanásia foi legalizada”, têm de se levar “para cima da mesa” do debate sobre o tema.

Defendendo que “a morte assistida deve ser defendida como um processo de morrer acompanhado”, a investigadora sustentou que a eutanásia ou o suicídio assistidos “não devem ser legalizados ou despenalizados”, porque “o direito à vida é inalienável”.

“Um dos grandes princípios para a defesa da eutanásia é a autonomia. Confunde-se autonomia com autodeterminação. Autonomia é o estádio moral que nos permite tomar decisões tendo em consideração o seu impacto em nós e nos outros. Autodeterminação é fazer o que a nossa vontade nos dita, livres de pressão externa”, observou.

De acordo com a especialista, quando alguém está doente, “a autonomia está vulnerável e diminuída”.

“Tomar uma decisão absoluta, que implica que outro ser humano confirme essa decisão, terminando a vida dessa pessoa, ainda que a pedido dela, parece-nos um absurdo, porque é uma decisão, é irrevogável e nós, enquanto seres humanos, somos limitados, não temos o conhecimento para tomar esse decisão”, afirmou.

De acordo com a investigadora, legalizar a eutanásia significa, também, “partir do pressuposto de que há doenças que são um fardo e que quando o doente pede que se termine a vida dele, mais não está a fazer do que ser lúcido em relação ao fardo que é a vida dele”.

“Quem pratica eutanásia confirma que a vida da outra pessoa perdeu o seu valor, que já não tem dignidade”, avisa.

Susana Magalhães nota ainda que “legalizar é partir do pressuposto que medicina é uma ciência totalmente objetiva”, mas “a subjetividade e incerteza são características da humanidade”.

Aliança Europeia Contra a Depressão
Em 2015, venderam-se 11 milhões de embalagens de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos. "É uma vergonha”, diz responsável...

Na União Europeia, os portugueses estão entre os maiores consumidores de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos. O problema é que, apesar dos sucessivos alertas, a prescrição deste tipo de medicamentos não está a diminuir de forma significativa e sustentada em Portugal, escreve o jornal Público. Por isso, a Aliança Europeia Contra a Depressão - uma organização não governamental cuja associação representante em Portugal é a Eutimia e que apoia pessoas com depressão e em risco de suicídio - propõe que estes fármacos deixem pura e simplesmente de ser comparticipados pelo Estado, a não ser em casos especiais.

Mas vai mais longe e sugere que o preço destes medicamentos, que agora ronda os dois a três euros por embalagem, aumente de forma “generalizada e progressiva”. O dinheiro obtido com a poupança gerada desta maneira (cerca de “20 milhões de euros por ano”, em média) seria utilizado no financiamento de “tratamentos de desintoxicação e sensibilização da população e dos profissionais”, explica o presidente da Eutimia, o psiquiatra Ricardo Gusmão, para quem estes medicamentos apenas devem ter comparticipação estatal no caso de “prescrição seletiva por psiquiatras”.

Os ansiolíticos, sedativos e hipnóticos (benzodiazepinas na designação científica) são comparticipados pelo Estado em 37%. Para os pensionistas com rendimento inferior ao salário mínimo nacional esta comparticipação é acrescida de 15%, explica a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

Descomparticipar os tranquilizantes (como estes fármacos são comummente conhecidos) não é uma medida radical, tendo em conta a quantidade de pessoas que necessitam destes medicamentos para dormir e controlar os níveis de ansiedade? O presidente da Eutimia considera que não. As benzodiazepinas “não saem de valores absurdamente elevados de consumo há mais de 10 anos”, justifica. “Se temos motivos para nos orgulhar da redução da taxa de mortalidade infantil, temos razão para ter vergonha do consumo de benzodiazepinas”, considera mesmo.

Apesar de mais ambiciosa, esta proposta vem no sentido da apresentada pelo diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Álvaro Carvalho, que na semana passada sugeriu a diminuição da comparticipação de tranquilizantes, além da formação em prescrição de psicofármacos (boas práticas) em articulação com o Infarmed e a Ordem dos Médicos.

No ano passado, segundo os dados do Infarmed, venderam-se perto de 11 milhões de embalagens de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos em Portugal, um pouco menos do que no ano anterior, depois de anos de descidas e subidas, mas os valores continuam muito elevados, porque em simultâneo a prescrição de antidepressivos (que são usados em certos casos no controlo da ansiedade) disparou e esse acréscimo substancial não se refletiu na diminuição do uso de tranquilizantes, como era previsível.

"Por embalagens é equívoco, pois não sabemos se grandes ou pequenas. A redução é diminuta, não acompanhando a esperada e desejada descida inversa à subida dos antidepressivos, ao contrário do verificado no resto da Europa", lamenta Álvaro Carvalho.

Diabolizar é arriscado
Admitindo que em Portugal há um uso excessivo de benzodiazepinas, prescritas e não prescritas por médicos (há quem compre sem receita), o psiquiatra Pedro Varandas até aceita a proposta da Eutimia, mas teme que seja um pouco radical, porque há pessoas que tomam tranquilizantes há muitos anos. “A maior parte usa estes medicamentos de forma controlada, não abusa”, diz o psiquiatra.

Numa "primeira terapêutica" a idosos, Pedro Varandas, que é vice-presidente da Sociedade de Psiquiatria e Saúde Mental, assume, porém, que não receitaria este tipo de fármacos. Ainda assim, e falando a título individual, não concorda com a "diabolização" destes medicamentos, porque isso pode ter efeitos perversos. Em Inglaterra, onde houve uma restrição da prescrição há alguns anos, houve pessoas que mudaram para outros fármacos, como os betabloqueantes (usados no tratamento de problemas cardíacos), recorda.

As normas internacionais e nacionais - a Direcção-Geral da Saúde tem guidelines para a prescrição de benzodiazepinas desde 2011 - especificam que estes fármacos só devem ser usados em períodos curtos de tempo: 12 semanas no máximo. Mas não é isso que acontece em Portugal em muitos casos.

“Os valores elevados de consumo podem significar que os tratamentos são mais prolongados do que o indicado”, explicava já em 2014 uma especialista do gabinete de estudos e projetos do Infarmed, Cláudia Furtado, nas conclusões de um estudo em que analisou a utilização de psicofármacos em Portugal ao longo de mais de uma década (2000 a 2012).

No período estudado por Claúdia Furtado, as benzodiazepinas cresceram 6%. E, na comparação então efetuada com três países europeus (Itália, Noruega e Dinamarca), era no consumo de tranquilizantes que Portugal se destacava pela negativa (96 doses diárias consumidas por mil habitantes). Nos outros países analisados, a utilização era muito inferior - 62 doses diárias por mil habitantes, na Noruega, 53, em Itália e 31, na Dinamarca.

“As benzodiazepinas são fármacos com um bom perfil de segurança e efetivos nas indicações para as quais estão aprovados, quando administrados por curtos períodos de tempo”, referia, mas destacava ao mesmo tempo que o seu uso crónico, “para além dos riscos de dependência, tem efeitos ao nível das capacidades psicomotoras, estando demonstrado que aumenta o risco de fraturas e acidentes de viação”. Nos idosos, os efeitos secundários ainda são mais flagrantes. Quedas, acidentes, pior qualidade de vida, mortalidade aumentada, provável demência, elenca Ricardo Gusmão.

A par do aumento do preço, a Eutimia defende a limitação na prescrição de ansiolíticos ao tempo previsto nas normas, à exceção da feita por psiquiatras, e propõe  a criação de uma autoridade de auto-regulação e revisão para o controlo da prescrição continuada. O jornal Público tentou obter uma reação do Ministério da Saúde a estas propostas, sem sucesso.

Sucessoras dos barbitúricos
Usadas para controlar a ansiedade e combater as insónias e sintomas de pânico, as benzodiazepinas vieram substituir os barbitúricos (calmantes) a partir dos anos 60 do século passado, por causarem menos efeitos secundários e menor dependência. Ao contrário do que acontecia com os barbitúricos, as benzodiazepinas são mais seguras, porque em sobredosagem habitualmente não são letais. No entanto, mesmo em doses leves, podem provocar dificuldades na coordenação de atividades motoras.

Dentro desta categoria, há vários grupos de substâncias que se distinguem de outros fármacos porque não deprimem de modo generalizado o sistema nervoso, mas apenas partes do mesmo. A combinação com álcool é desaconselhada porque potencia os efeitos.

Cuide da sua saúde
A adopção de um estilo de vida saudável é a melhor arma para o combate a doenças como a diabetes, ob

Está cientificamente provado que a mudança de hábitos alimentares e do estilo de vida pode conduzir a uma vida mais longa e com mais qualidade.

Dormir bem, comer melhor e praticar exercício físico são alguns aspetos que o vão ajudar a ser mais saudável.

1. Coma melhor: o elevado consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, sódio e açúcar é responsável pelo aparecimento de doenças como a diabetes, hipertensão, obesidade e, até mesmo, cancro. Por isso, ter cuidado com aquilo que come vai ajudá-lo a prevenir várias complicações.

Alguns especialistas recomendam que inclua na sua alimentação diária as oleaginosas.

Cientistas da Universidade Park, nos Estados Unidos, concluíram que consumir nozes, castanhas, avelãs, amêndoas e pistachos ajuda a reduzir, entre 25 a 34 por cento, o risco de problemas cardiovasculares, sobretudo quando consumidos cinco vezes por semana.

Ricas em ómega-3 contribuem para a regulação dos níveis de mau colesterol e evitam a formação de placas de gordura que bloqueiam as artérias.

O Centro de Pesquisas Médicas de Cardiff, no País de Gales, recomenda ainda a ingestão de peixe rico em ómega-3, como o salmão ou cavala, pelo menos duas vezes por semana. De acordo com os investigadores, a ingestão destes alimentos ajuda a proteger o seu coração.

2. Prefira alimentos integrais: além de melhorarem o funcionamento do intestino, os produtos integrais demoram mais tempo a serem digeridos, o que faz com que se sinta saciado durante mais tempo.

3. Aumente a ingestão de líquidos: mas dê preferência à água. A ingestão continua de líquidos mantém o metabolismo em movimento, aumenta a atividade celular e o bom funcionamento do intestino.

No entanto, evite os refrigerantes. A sua ingestão está associada a doenças como diabetes ou obesidade.

4. Durma, pelo menos, 7 horas por noite: um estudo da American Academy of Sleep demonstrou que dormir bem é um dos segredos para a longevidade. Mas dormir muito (muitas horas seguidas) não garante uma boa qualidade de sono. De acordo com os investigadores, o ideal é que durma pelo menos sete horas por noite.

5. Pratique exercício físico: o sedentarismo é um dos maiores inimigos da nossa saúde. A ele estão associadas doenças como obesidade, hipertensão e diabetes.

Por isso, pela sua saúde, mexa-se! Vários estudos mostram que uma boa caminhada é suficiente para colher alguns benefícios, como a diminuição da pressão arterial.

Por outro lado, um estudo recente publicado na revista Neuroscience mostrou que quando praticamos exercício o nosso corpo produz uma substância que estimula o nascimento de novos neurónios. Deste modo, para além de nos ajudar a estar em boa forma, o exercício físico melhora as nossas capacidades cognitivas, atuando ao nível da memória, por exemplo.

6. Passe pouco tempo sentado: uma pesquisa levada a cabo nos Estados Unidos veio a demonstrar que não é apenas a falta de exercício físico que faz mal à saúde.

De acordo com os investigadores, o tempo que passamos sentados é igualmente prejudicial. Como explica, quando ficamos frequentemente muito tempo sentados o nosso metabolismo sofre alterações profundas, influenciando a pressão arterial ou os níveis de colesterol.

Para quem trabalha sentado recomendam-se simples exercícios de alongamento, que vão trazer mais oxigenação e ajudar no equilíbrio postural.

7. Faça sexo: ter uma vida sexualmente saudável traz vários benefícios para a saúde. Um estudo da Universidade de Bristol refere que fazer sexo com frequência diminui os riscos de enfarte.

Por outro lado, ter uma vida sexual ativa melhora o humor, alivia o stress, reduz as dores, relaxa o corpo e traz inúmeros benefícios à pele.

Além disso, os orgasmos fazem com que durma melhor.

8. Não fume: esta medida contribui não só para a sua saúde, como para a dos que estão ao seu redor.

De acordo com investigadores da University College of London, no Reino Unido, a exposição ao fumo do cigarro dos outros pode aumentar em 50 por cento os riscos de sofrimento psicológico.

Por outro lado, o fumo passivo aumenta em 40 por cento os casos de sinusite crónica.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Previously Treated Advanced Renal Cell Carcinoma
Bristol-Myers Squibb Company (NYSE: BMY) announced today that the European Commission has approved Opdivo (nivolumab)...

Opdivo is the first and only PD-1 immune checkpoint inhibitor approved in Europe to demonstrate an overall survival (OS) benefit versus a standard of care in this patient population. This approval allows for the expanded marketing of Opdivo in previously treated advanced RCC in all 28 Member States of the European Union.   Emmanuel Blin, senior vice president, Head of Commercialization, Policy and Operations, Bristol-Myers Squibb, commented, “Today’s approval is reflective of our commitment to bring Opdivo and the potential for long-term survival to broad patient populations, including previously treated advanced renal cell carcinoma. Opdivo is the only PD-1 inhibitor approved in Europe to demonstrate a significant survival advantage in this patient population. At Bristol-Myers Squibb, we are driven to work with speed to deliver new treatment options to help more patients, and in less than a year, we have expanded the approval of Opdivo in Europe to include three distinct types of advanced cancer.”  This approval is based on the results of the Phase 3 study CheckMate -025, which were published in The New England Journal of Medicine. In CheckMate -025, Opdivo was evaluated in patients with advanced clear-cell RCC who received prior anti-angiogenic therapy compared to everolimus. Patients treated with Opdivo achieved a median OS of 25 months versus 19.6 months for everolimus (HR: 0.73 [98.5% CI: 0.57-0.93; p=0.0018]), representing a greater than five month improvement over a current standard of care. CheckMate -025 also evaluated patients’ quality of life (QoL) and found that patients treated with Opdivo had improved survival and quality of life compared to everolimus throughout the duration of treatment.  Dr. Bernard Escudier, Chair of the Genitourinary Oncology Committee, Institut Gustave Roussy in Villejuif, France, commented, “For the first time, previously treated advanced renal cell carcinoma patients in Europe will now have access to an Immuno-Oncology agent that has demonstrated a significant overall survival benefit along with a favorable safety profile compared to everolimus. In addition to the clinical efficacy results, patients treated with Opdivo experienced an improvement in their health-related quality of life and had significantly lower symptom burden throughout treatment compared to patients receiving everolimus. Combined, these data support the use of Opdivo in clinical practice and represent important progress toward establishing a new standard of care in Europe.”

First PD-1 Inhibitor to Demonstrate Significant Overall Survival Benefit In Previously Treated Advanced RCC
CheckMate -025 is an open-label, randomized Phase 3 study, which evaluated Opdivo versus everolimus in patients with advanced clear-cell renal cell carcinoma (RCC) who have received prior anti-angiogenic therapy, with overall survival (OS) as the primary endpoint. Objective response rate (ORR) was evaluated as a secondary endpoint. In the study, patients were randomized to receive Opdivo (3 mg/kg administered intravenously every two weeks) compared to everolimus (10 mg administered orally daily). The prespecified interim analysis was conducted when 398 events were observed (70% of the planned number of events for final analysis).  Results from CheckMate -025 showed that patients treated with Opdivo achieved a more than five month improvement in OS, with median OS of 25 months for Opdivo and 19.6 months for everolimus (HR: 0.73 [98.5% CI: 0.57-0.93; p=0.0018]). An OS benefit was seen regardless of PD-L1 expression. In addition to improving overall survival, Opdivo demonstrated a superior ORR compared to everolimus (25.1% [95% CI: 21-29.6] vs. 5.4% [95% CI: 3.4-8.0]). Forty-nine (47.6%) of Opdivo responders had ongoing responses of up to 27.6 months.  In addition to the OS benefit observed with Opdivo, patients treated with the drug also experienced an improvement over time in disease related symptoms and non-disease specific quality of life (QoL) compared to patients receiving everolimus. Patients were assessed using validated and reliable scales in the Functional Assessment of Cancer Therapy-Kidney Symptom Index-Disease Related Symptoms (FKSI-DRS) and the EuroQoL EQ-5D. Results showed that as early as week 20, patients receiving Opdivo had a significant improvement in disease related symptoms, while patients receiving everolimus showed a significant deterioration by week 4.   The safety profile of Opdivo in CheckMate -025 was consistent with prior studies. Serious adverse events occurred in 47% of patients receiving Opdivo. The most frequent serious adverse reactions reported in at least 2% of patients receiving Opdivo were acute kidney injury, pleural effusion, pneumonia, diarrhea, and hypercalcemia. In the study, the most common adverse reactions (≥20%) reported in patients receiving Opdivo versus everolimus were asthenic conditions (56% vs. 57%), cough (34% vs. 38%), nausea (28% vs. 29%), rash (28% vs. 36%), dyspnea (27% vs. 31%), diarrhea (25% vs. 32%), constipation (23% vs. 18%), decreased appetite (23% vs. 30%), back pain (21% vs. 16%), and arthralgia (20% vs. 14%).

About Renal Cell Carcinoma
Renal cell carcinoma (RCC) is the most common type of kidney cancer in adults, accounting for more than 100,000 deaths worldwide each year. Clear-cell RCC is the most prevalent type of RCC and constitutes 80% to 90% of all cases. RCC is approximately twice as common in men as in women, with the highest rates of the disease in North America and Europe. Globally, the five-year survival rate for those diagnosed with metastatic, or advanced kidney cancer, is 12.1%.

Bristol-Myers Squibb & Immuno-Oncology: Advancing Oncology Research
At Bristol-Myers Squibb, we have a vision for the future of cancer care that is focused on Immuno-Oncology, now considered a major treatment choice alongside surgery, radiation, chemotherapy and targeted therapies for certain types of cancer.  We have a comprehensive clinical portfolio of investigational and approved Immuno-Oncology agents, many of which were discovered and developed by our scientists. Our ongoing ImmunoOncology clinical program is looking at broad patient populations, across multiple solid tumors and hematologic malignancies, and lines of therapy and histologies, with the intent of powering our trials for OS and other important measures like durability of response. We pioneered the research leading to the first regulatory approval for the combination of two Immuno-Oncology agents, and continue to study the role of combinations in cancer. We are also investigating other immune system pathways in the treatment of cancer including CTLA-4, CD-137, KIR, SLAMF7, PD-1, GITR, CSF1R, IDO, and LAG-3. These pathways may lead to potential new treatment options – in combination or monotherapy – to help patients fight different types of cancers. 

Our collaboration with academia, as well as small and large biotech companies, to research the potential of Immuno-Oncology and non-Immuno-Oncology combinations, helps achieve our goal of providing new treatment options in clinical practice.  At Bristol-Myers Squibb, we are committed to changing survival expectations in hard-to-treat cancers and the way patients live with cancer.  

About Opdivo
Cancer cells may exploit “regulatory” pathways, such as checkpoint pathways, to hide from the immune system and shield the tumor from immune attack. Opdivo is a PD-1 immune checkpoint inhibitor that binds to the checkpoint receptor PD-1 expressed on activated T-cells, and blocks the binding of PD-L1 and PD-L2, preventing the PD-1 pathway’s suppressive signaling on the immune system, including the interference with an anti-tumor immune response. Opdivo’s broad global development program is based on Bristol-Myers Squibb’s understanding of the biology behind Immuno-Oncology. Our company is at the forefront of researching the potential of Immuno-Oncology to extend survival in hard to treat cancers. This scientific expertise serves as the basis for the Opdivo development program, which includes a broad range of Phase 3 clinical trials evaluating OS as the primary endpoint across a variety of tumor types. The Opdivo trials have also contributed toward the clinical and scientific understanding of the role of biomarkers and how patients may benefit from Opdivo across the continuum of PD-L1 expression. To date, the Opdivo clinical development program has enrolled more than 18,000 patients. Opdivo was the first PD-1 immune checkpoint inhibitor to receive regulatory approval anywhere in the world in July 2014, and currently has regulatory approval in 48 countries including the United States, Japan, and in the European Union. 

U.S. FDA approved indications
OPDIVO® (nivolumab) is indicated for the treatment of patients with advanced renal cell carcinoma (RCC) who have received prior anti-angiogenic therapy.

Important safety information

Immune-Mediated Pneumonitis
Immune-mediated pneumonitis, including fatal cases, occurred with OPDIVO treatment. Across the clinical trial experience with solid tumors, fatal immune-mediated pneumonitis occurred with OPDIVO. Monitor patients for signs with radiographic imaging and symptoms of pneumonitis. Administer corticosteroids for Grade 2 or greater pneumonitis. Permanently discontinue for Grade 3 or 4 and withhold until resolution for Grade 2. In Checkmate 025, pneumonitis, including interstitial lung disease, occurred in 5% (21/406) of patients receiving OPDIVO and 18% (73/397) of patients receiving everolimus. Immune-mediated pneumonitis occurred in 4.4% (18/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 4 (n=1), Grade 3 (n=4), Grade 2 (n=12), and Grade 1 (n=1).

Immune-Mediated Colitis
Immune-mediated colitis can occur with OPDIVO treatment. Monitor patients for signs and symptoms of colitis. Administer corticosteroids for Grade 2 (of more than 5 days duration), 3, or 4 colitis. As a single agent, withhold OPDIVO for Grade 2 or 3 and permanently discontinue for Grade 4 or recurrent colitis upon restarting OPDIVO. In Checkmate 025, diarrhea or colitis occurred in 25% (100/406) of patients receiving OPDIVO and 32% (126/397) of patients receiving everolimus. Immune-mediated diarrhea or colitis occurred in 3.2% (13/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 3 (n=5), Grade 2 (n=7), and Grade 1 (n=1). 

Immune-Mediated Hepatitis
Immune-mediated hepatitis can occur with OPDIVO treatment. Monitor patients for abnormal liver tests prior to and periodically during treatment. Administer corticosteroids for Grade 2 or greater transaminase elevations. Withhold for Grade 2 and permanently discontinue for Grade 3 or 4 immunemediated hepatitis. In Checkmate 025, there was an increased incidence of liver test abnormalities compared to baseline in AST (33% vs 39%), alkaline phosphatase (32% vs 32%), ALT (22% vs 31%), and total bilirubin (9% vs 3.5%) in the OPDIVO and everolimus arms, respectively. Immune-mediated hepatitis requiring systemic immunosuppression occurred in 1.5% (6/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 3 (n=5) and Grade 2 (n=1). 

Immune-Mediated Endocrinopathies
Hypophysitis, adrenal insufficiency, thyroid disorders, and type 1 diabetes mellitus can occur with OPDIVO treatment. Monitor patients for signs and symptoms of hypophysitis, signs and symptoms of adrenal insufficiency during and after treatment, thyroid function prior to and periodically during treatment, and hyperglycemia. Administer corticosteroids for Grade 2 or greater hypophysitis. Withhold for Grade 2 or 3 and permanently discontinue for Grade 4 hypophysitis. Administer corticosteroids for Grade 3 or 4 adrenal insufficiency. Withhold for Grade 2 and permanently discontinue for Grade 3 or 4 adrenal insufficiency. Administer hormone-replacement therapy for hypothyroidism. Initiate medical management for control of hyperthyroidism. Administer insulin for type 1 diabetes. Withhold OPDIVO for Grade 3 and permanently discontinue for Grade 4 hyperglycemia.

In Checkmate 025, hypophysitis occurred in 0.5% (2/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 3 (n=1) and Grade 1 (n=1). Adrenal insufficiency occurred in 2.0% (8/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 3 (n=3), Grade 2 (n=4), and Grade 1 (n=1). Thyroid disease occurred in 11% (43/406) of patients receiving OPDIVO, including one Grade 3 event, and in 3.0% (12/397) of patients receiving everolimus. Hypothyroidism/thyroiditis occurred in 8% (33/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 3 (n=2), Grade 2 (n=17), and Grade 1 (n=14). Hyperthyroidism occurred in 2.5% (10/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 2 (n=5) and Grade 1 (n=5). Hyperglycemic adverse events occurred in 9% (37/406) patients. Diabetes mellitus or diabetic ketoacidosis occurred in 1.5% (6/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 3 (n=3), Grade 2 (n=2), and Grade 1 (n=1). 

Immune-Mediated Nephritis and Renal Dysfunction
Immune-mediated nephritis can occur with OPDIVO treatment. Monitor patients for elevated serum creatinine prior to and periodically during treatment. For Grade 2 or 3 increased serum creatinine, withhold and administer corticosteroids; if worsening or no improvement occurs, permanently discontinue. Administer corticosteroids for Grade 4 serum creatinine elevation and permanently discontinue. In Checkmate 025, renal injury occurred in 7% (27/406) of patients receiving OPDIVO and 3.0% (12/397) of patients receiving everolimus. Immune-mediated nephritis and renal dysfunction occurred in 3.2% (13/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 5 (n=1), Grade 4 (n=1), Grade 3 (n=5), and Grade 2 (n=6). 

Immune-Mediated Rash
Immune-mediated rash can occur with OPDIVO treatment. Severe rash (including rare cases of fatal toxic epidermal necrolysis) occurred in the clinical program of OPDIVO. Monitor patients for rash. Administer corticosteroids for Grade 3 or 4 rash. Withhold for Grade 3 and permanently discontinue for Grade 4. In Checkmate 025, rash occurred in 28% (112/406) of patients receiving OPDIVO and 36% (143/397) of patients receiving everolimus. Immune-mediated rash, defined as a rash treated with systemic or topical corticosteroids, occurred in 7% (30/406) of patients receiving OPDIVO: Grade 3 (n=4), Grade 2 (n=7), and Grade 1 (n=19). 

Immune-Mediated Encephalitis
Immune-mediated encephalitis can occur with OPDIVO treatment. Withhold OPDIVO in patients with new-onset moderate to severe neurologic signs or symptoms and evaluate to rule out other causes. If other etiologies are ruled out, administer corticosteroids and permanently discontinue OPDIVO for immune-mediated encephalitis. 

Other Immune-Mediated Adverse Reactions
Based on the severity of adverse reaction, permanently discontinue or withhold treatment, administer high-dose corticosteroids, and, if appropriate, initiate hormone-replacement therapy. In < 1.0% of patients receiving OPDIVO, the following clinically significant, immune-mediated adverse reactions occurred: uveitis, pancreatitis, facial and abducens nerve paresis, demyelination, polymyalgia rheumatica, autoimmune neuropathy, Guillain-Barré syndrome, hypopituitarism, systemic inflammatory response syndrome, gastritis, duodenitis, and sarcoidosis. Across clinical trials of OPDIVO as a single agent administered at doses of 3 mg/kg and 10 mg/kg, additional clinically significant, immunemediated adverse reactions were identified: motor dysfunction, vasculitis, and myasthenic syndrome.

Infusion Reactions
Severe infusion reactions have been reported in <1.0% of patients in clinical trials of OPDIVO. Discontinue OPDIVO in patients with Grade 3 or 4 infusion reactions. Interrupt or slow the rate of infusion in patients with Grade 1 or 2. In Checkmate 025, hypersensitivity/infusion-related reactions occurred in 6% (25/406) of patients receiving OPDIVO and 1.0% (4/397) of patients receiving everolimus.

Embryo-fetal Toxicity
Based on its mechanism of action, OPDIVO can cause fetal harm when administered to a pregnant woman. Advise pregnant women of the potential risk to a fetus. Advise females of reproductive potential to use effective contraception during treatment with an OPDIVO- containing regimen and for at least 5 months after the last dose of OPDIVO. 

Lactation
It is not known whether OPDIVO is present in human milk. Because many drugs, including antibodies, are excreted in human milk and because of the potential for serious adverse reactions in nursing infants from an OPDIVO-containing regimen, advise women to discontinue breastfeeding during treatment.

Serious Adverse Reactions
In Checkmate 025, serious adverse reactions occurred in 47% of patients receiving OPDIVO. The most frequent serious adverse reactions reported in ≥2% of patients were acute kidney injury, pleural effusion, pneumonia, diarrhea, and hypercalcemia. 

Common Adverse Reactions
In Checkmate 025, the most common adverse reactions (≥20%) reported in patients receiving OPDIVO vs everolimus were asthenic conditions (56% vs 57%), cough (34% vs 38%), nausea (28% vs 29%), rash (28% vs 36%), dyspnea (27% vs 31%), diarrhea (25% vs 32%), constipation (23% vs 18%), decreased appetite (23% vs 30%), back pain (21% vs 16%), and arthralgia (20% vs 14%).

Renegociação do preço
A Europacolon Portugal - Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, no seguimento das declarações do Ministro da Saúde na Comissão...

Embora não seja intenção nem missão da Europacolon Portugal participar na discussão técnica do formato de preços da comparticipação dos exames de colonoscopia, estamos interessados e disponíveis para participar ativamente e acompanhar as próximas reuniões entre a tutela e os profissionais de saúde.

A Associação mostra-se preocupada e defende que esta intenção pode prejudicar gravemente o cidadão:

·         Ao dificultar ou até impossibilitar o acesso ao diagnóstico;

·         Ao comprometer as promessas do Ministro da Saúde relativamente à realização já no próximo ano - 2016 - de um Rastreio de Base Populacional ao Cancro do Intestino.

“Esta medida da tutela é incongruente numa altura em que se fala na realização de um rastreio de base populacional. A nossa maior preocupação é o cidadão e o acesso à realização de um exame de diagnóstico fundamental para o rastreio de um cancro que mata 11 portugueses por dia. Esta indefinição e impasse entre a tutela, a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia e a Ordem dos Médicos pode prejudicar o serviço prestado ao utente e provocar um retrocesso ao passado, com novas filas de espera e diminuição de locais para a realização do exame. Embora reconheçamos as dificuldades na gestão do orçamento do Ministério da Saúde em Portugal, não pode nem deve ser, a contínua e crescente suborçamentação dos cuidados em oncologia em Portugal, o foco principal da diminuição das despesas em Saúde”, explica Vítor Neves, Presidente da Europacolon Portugal.

“O cancro do intestino é um dos tumores malignos que mais mata em Portugal e, segundo dados recentes do Registo Oncológico Nacional, é o tipo de cancro que mais tem vindo a aumentar na população portuguesa, todos os anos se registam aproximadamente oito mil novos casos. No entanto, o cancro do intestino se detetado a tempo, tem cura em 90% dos casos”, relembra Vítor Neves.

No Rio Ave
Quatro estirpes de bactérias foram isoladas na água do Rio Ave, todas 'Escherichia coli', com grande capacidade de...

Em declarações, via telefónica, o cientista Paulo Martins Costa, um dos membros da investigação desenvolvida em parceria entre o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e a Universidade de Friburgo na Suíça, afirmou que os genes responsáveis pelas resistências das bactérias descobertas "são idênticos aos identificados em bactérias isoladas em hospitais, como, por exemplo, a 'Klebsiella pneumoniae', no Hospital de Gaia.

“As estirpes eram resistentes a todos os 20 antimicrobianos testados, incluindo o imipenem, um antibiótico de última linha que se usa com muita contenção e apenas quando o tratamento com outros antibióticos de primeira e segunda linha não seja eficaz”, explicou Paulo Martins Costa, médico veterinário e professor no ICBAS.

A recolha de amostras de água foi feita em seis pontos do rio Ave, desde a nascente até um troço abaixo de Santo Tirso, onde já em 2010 a mesma equipa tinha isolado uma outra estirpe (também resistente ao imipenem), portadora do mesmo gene identificado na bactéria responsável por um grave surto de infeção no Hospital de Vila Nova de Gaia em Agosto 2015 e que, segundo informou o Ministério da Saúde, colonizou um total de 103 doentes.

Para os investigadores, o impressionante neste estudo foi o isolamento simultâneo de diversas estirpes multirresistentes num pequeno volume de água (200 mililitros), recolhido num açude em Azenha Velha (Riba D’Ave), sendo legítimo extrapolar que estas perigosas bactérias estivessem presentes em grande número no caudal do rio, alto devido às chuvas de inverno.

Dos contactos que os investigadores estabeleceram com unidades de saúde na bacia do rio Ave, nenhuma tinha isolado anteriormente bactérias semelhantes.

Por outro lado, mesmo admitindo que os exemplares encontrados no Ave possam ter origem em pessoas que estiveram em países em que estas as bactérias têm vindo a ser encontradas (EUA, Colômbia ou França), fica por explicar a “abundância” num caudal de inverno, segundo o especilista.

Outra hipótese remete para a possibilidade de aquelas bactérias poderem ser enriquecidas por algum poluente químico existente no rio.

Em termos científicos, o estudo elege o meio ambiente como um ponto crítico em que as bactérias podem evoluir e ficarem mais perigosas e resistentes aos antibióticos.

Numa perspetiva mais orientada para a saúde pública, Paulo Martins indica que não se pode esquecer que a água dos rios é utilizada para a irrigação de culturas agrícolas e para atividades de recreio.

"Adicionalmente, aves e outros animais que vivam nas imediações deste curso de água, podem vetorizar estes microrganismos para outras paragens. Significa, portanto, que estas bactérias poderão infetar e colonizar animais e humanos, diminuindo a eficácia dos antibióticos e deixando os sistemas de saúde mais fragilizados para o tratamento de infeções", concluiu.

O cientista considera a “batalha difícil”, mas necessária para que as bactérias multirresistentes não cheguem aos cursos de água, aconselhando, por exemplo, que as autoridades portuguesas da Saúde, como do Ambiente, a evitarem tratamentos com antibióticos, que podem não estar a ser usados de forma correta.

O objetivo da investigação foi traçar a “contaminação fecal" do rio Ave e “qual era o paralelismo entre essa contaminação orgânica e a presença de macro-invertebrados, pequenos animais que são indicadores da qualidade da água.

O estudo conclui que à medida que as recolhas de água no rio Ave se vão aproximando da foz daquele curso de água, há “mais presença de contaminação fecal”.

O cientista considera a “batalha difícil”, mas necessária para que as bactérias multirresistentes não cheguem aos cursos de água, aconselhando, por exemplo, que as autoridades portuguesas da Saúde, como do Ambiente, estejam mais atentas aos efluentes hospitalares, onde as fezes e urinas dos doentes que consomem antibióticos, podem não estar a ser tratados de forma correta.

Especialista diz
A oncologista médica Ana Castro, do Centro Hospitalar do Porto, destacou que a imuno-oncologia já tem “benefícios muito...

“A imuno-oncologia é um conceito um bocadinho diferente do que tínhamos até agora. Antes, tínhamos tratamentos dirigidos ao tumor, mas na inumo-oncologia treinamos o sistema imunitário para responder ao tumor, ou seja, são as nossas células T que vão ser os ‘soldados’ que matam as células tumorais”, explicou.

Trata-se de “um princípio que, em si só, é muito atrativo”, até porque a imuno-oncologia é menos agressiva do que as terapêuticas tradicionais, como as que recorrem aos quimioterápicos, e já tem resultados muito positivos, referiu.

“Temos áreas com benefícios muito comprovados”, frisou Ana Castro, que falava à margem da 12.ª edição dos Encontros da Primavera, um congresso especializado em oncologia que está a decorrer em Évora até sábado.

A imunoterapia, que inclui a inumo-oncologia, foi o tema de um dos cursos pré-congresso realizados hoje, ao longo do dia.

Em declarações, Ana Castro considerou que a oncologia como existe até agora deverá “deixar de fazer sentido no futuro”, graças aos avanços na imuno-oncologia, que pode passar a ser “o backbone (espinha dorsal)” da atuação oncológica.

A investigadora destacou que, todos os dias, surge inovação nesta área, exemplificando que, na quarta-feira, as autoridades europeias aprovaram a utilização do “nivolumab”, uma nova terapêutica de imuno-oncologia para o cancro do rim com metástases.

“Foi uma das aprovações mais rápidas a que assistimos nos últimos tempos. Isto prende-se com o facto de, nos ensaios clínicos, comparados com a terapêutica que tínhamos disponível, termos conseguido observar um ganho em termos de sobrevivência global mediana de 12 meses”, congratulou-se.

Em Portugal, revelou, existem doentes com cancro do rim em tratamento com esta terapêutica, por uso compassivo: “Na minha instituição, temos oito doentes em tratamento, mas em Portugal acredito que até haja mais. Os resultados clínicos foram tão bons que, antes da aprovação, o laboratório disponibilizou” a terapêutica, caso “as instituições pedissem”.

O rápido acesso a estes novos fármacos é importante para que os doentes possam ter ganhos de sobrevivência e de qualidade de vida, disse, defendendo a importância dos Programas de Acesso Precoce (PAP) para estas terapêuticas: “Já vamos tendo vários PAP para a imunoterapia, mas ainda um bocadinho aquém daquilo que gostaríamos”.

Segundo a médica, “tão importante como a negociação dos preços”, por parte das autoridades nacionais, “é garantir que os doentes tenham acesso” a estas terapêuticas inovadoras.

“Os recursos são finitos e não sabemos ainda quais são ou serão os preços destas terapêuticas. Seguramente, serão dispendiosas, mas, se calhar, é importante que quem regulamenta esta área pense que é fundamental termos os PAP até a avaliação e as negociações estarem concluídas, porque não é legítimo deixar os doentes por tratar”, argumentou.

No curso, também João Paulo Cruz, gestor do medicamento no Hospital de Santa Maria, abordou as mais-valias da imuno-oncologia, referindo que “pode ser interessante” para atuar em vários tipos de cancro, mas “não é a panaceia para todos os cancros”.

Por outro lado, estes fármacos “vêm com preços quase proibitivos”, o que levanta o desafio de “como é que nos hospitais se acomoda esta despesa”, disse, frisando: ”Acima dos hospitais estão a tutela, os governos e as agências reguladoras, que, muitas vezes, deviam ter um papel mais atuante”, mas ao invés disso deixam aos hospitais “quase todo o ónus” de decisão.

Nos Encontros da Primavera, que juntam mais de mil profissionais de saúde especializados em oncologia, são analisadas e debatidas as mais recentes inovações científicas nesta área médica.

A partir de 2017
A partir de janeiro do próximo ano, todos os pacotes de açúcar distribuídos na cafeteria e restauração terão menor quantidade,...

O acordo estabelece uma redução por cada pacote, que passará a conter entre cinco e seis gramas de açúcar, em vez dos atuais seis a oito gramas, segundo explicou o presidente da Associação de Refinadores de Açúcar de Portugal.

Contudo, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, admite que o ideal será conseguir que a quantidade de açúcar máxima em cada pacote seja de quatro gramas.

Francisco George frisou que o principal objetivo deste acordo é "dar um sinal a todos os portugueses" de que devem diminuir a ingestão de açúcar na sua alimentação, lembrando os seus efeitos na produção de insulina e o contributo para o desenvolvimento de diabetes, doença que é o tema central do Dia Mundial da Saúde, que hoje se assinala.

Para o representante dos industriais do açúcar, Francisco Avillez, esta mudança não será sentida de forma significativa pelos consumidores, mas admite que terá impactos na indústria.

"As empresas vão reduzir a sua rentabilidade, mas estão conscientes de que é o melhor para os portugueses", afirmou, não adiantando contudo o montante das perdas com a redução da quantidade de açúcar nas embalagens.

Os protocolos assinados para "o consumo responsável e equilibrado de açúcar" integram também a Associação Industrial e Comercial do Café e a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.

O comissário europeu da Saúde, presente nas comemorações oficiais do Dia Mundial da Saúde em Portugal, elogiou os acordos com a indústria, considerando “uma excelente ideia” e uma boa medida, que pode e deve encorajar os outros estados-membros.

Em declarações à agência Lusa, Vytenis Andriukaitis, disse que Portugal está a transmitir uma boa mensagem e a dar um bom exemplo, sublinhando a importância da luta contra a diabetes, lembrando que a doença cresce a um ritmo acelerado.

O comissário europeu da Saúde e Segurança Alimentar indica que a diabetes é uma preocupação para a Europa, mas especialmente para países como Portugal, onde a mortalidade provocada pela patologia é quase o dobro da média da União Europeia.

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