Ministro da Saúde admite
O ministro da Saúde admitiu que a ADSE venha a ter autonomia e que até à sua eventual mutualização tenha uma fase transitória...

"O Governo prevê dar autonomia à ADSE e tem de o fazer com segurança", afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes, questionado pela oposição sobre notícias que dão conta que o plano de atividades do subsistema dos funcionários públicos admite voltar a ser financiada pelo Estado.

Para o ministro da Saúde, até à eventual mutualização da ADSE poderá haver uma fase transitória em que o subsistema passe a ter duas tutelas (Finanças e Saúde).

O relatório da comissão de reforma do modelo de assistência na doença aos servidores do Estado deverá ser conhecido no dia 30 deste mês, acrescentou Campos Fernandes.

Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
Os pólenes vão estar em níveis elevados e muito elevados em todas as regiões de Portugal Continental, a partir de sexta-feira e...

De acordo com o Boletim Polínico, entre sexta-feira e o dia 30 de junho, os níveis de pólenes vão manter-se em níveis muito elevados em todo o Continente, sendo baixos na Região Autónoma da Madeira e moderados nos Açores.

Na região de Trás-os-Montes e Alto Douro os pólenes vão estar em níveis muito elevados, predominando os pólenes das ervas gramíneas, do castanheiro e da erva parietária.

Na zona do Porto, também com níveis muito elevados, terão predomínio as ervas gramínea, parietária e tanchagem e as dos castanheiros.

Já na Beira Interior o predomínio será de gramíneas, paritária e castanheiros e muito elevados os níveis de pólenes.

Com níveis de pólenes elevados, na região de Lisboa e Setúbal, as previsões apontam para um predomínio das ervas gramíneas e parietária.

No Alentejo, os pólenes estarão em níveis muito elevados, devido às ervas gramíneas.

Na região do Algarve, onde os pólenes terão níveis elevados, predominarão as gramíneas.

Zika:
Cientistas europeus anunciaram hoje a descoberta de anticorpos que atacam o Zika, um passo que esperam vir a permitir o...

Os anticorpos - os "soldados da frente" do sistema imunitário - "neutralizaram eficazmente" o Zika em células humanas em laboratório, e foram também eficazes contra um outro vírus semelhante, a dengue, anunciou a equipa.

A descoberta “pode levar ao desenvolvimento de uma vacina universal” contra as duas doenças, esperam os cientistas.

As moléculas capazes de neutralizar o Zika foram retiradas de pessoas que já tinham sido infetadas com dengue e cujos sistemas imunitários produziram anticorpos para combater a doença.

“Os anticorpos poderiam ser usados, por exemplo, para proteger mulheres grávidas com risco de contrair o vírus Zika”, disse Felix Rey, especialista em virologia no Instituto Pasteur, em França, coautor dos estudos.

“Nunca esperámos descobrir que os vírus da dengue e do Zika são tão próximos que alguns anticorpos produzidos contra o vírus da dengue possam também neutralizar o vírus do Zika de forma tão potente”, acrescentou.

No entanto, Rey admitiu que até se conseguir uma vacina eficaz, há um longo caminho a percorrer: “Ainda há muito a fazer, nomeadamente realizar um ensaio clínico. Isto pode levar algum tempo”, explicou.

Benigno para a maioria das pessoas, o Zika tem sido ligado a lesões cerebrais severas – microcefalia – em bebés, e a um raro problema neurológico em adultos, tal como a síndrome de Guillain-Barre, que pode causar paralisia e morte.

Num surto que começou no ano passado, cerca de 1,5 milhões de pessoas foram infetados com Zika no Brasil, num total mundial de cerca de dois milhões de pessoas, e mais de 1.600 bebés nasceram com cabeças e cérebros anormalmente pequenas.

O Zika e a dengue são transmitidos pelo mosquito ‘Aedes aegypti’, e pertencem à mesma família de vírus (‘Flaviviridae’).

Ainda não existe qualquer prevenção para o Zika, mas há uma vacina contra a dengue, que causa sintomas semelhantes a uma gripe, como febre, dores de cabeça, náusea, vómitos, dores musculares e uma urticária parecida com sarampo.

Em 1% dos casos, a dengue causa uma febre hemorrágica, responsável pela morte de cerca de 22.000 pessoas por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença é endémica no Brasil.

A investigação fez uma revelação preocupante: para além dos dois anticorpos que destroem o Zika, a maioria das moléculas ativas contra a dengue podem aumentar a potência do Zika.

Isto sugere que uma prévia exposição ao vírus da dengue “pode aumentar a infeção por Zika”, disse Gavin Screaton, do Imperial College London, outro dos autores dos estudos.

“Isto pode explicar por que o atual surto tem sido tão severo e por que ocorre em áreas onde a dengue é prevalecente”, referiu.

Esta descoberta sublinhou a importância de utilizar os anticorpos corretos na vacina contra o Zika, disse Rey.

Doença rara progressiva e incapacitante
Conhecida como uma epilepsia genética da infância, a Síndrome de Dravet é uma doença rara, progressi
Dravet

A Síndrome de Dravet é “uma epilepsia genética da infância caracterizada por convulsões resistentes a fármacos, muitas vezes induzidas por febre” e que frequentemente resulta na deterioração cognitiva e motora.

Estima-se que tenha uma prevalência de 1 em 20 mil nascimentos, com maior incidência no sexo masculino, e que, em Portugal, afete 500 pessoas. “Das quais mais de 80 por cento não estará identificada”, avança a Associação Síndrome de Dravet – Portugal, em comunicado.

De acordo com Ana Isabel Dias, Neurologista Pediátrica no Hospital Dona Estefânea, esta síndrome “é uma doença genética, sendo cerca de 85 por cento dos caso devidos a uma mutação ou deleção no gene SCN1A, que codifica os canais de sódio que interferem na excitabilidade dos neurónios. Os restantes casos serão devidos a alterações em outros genes, muitos deles ainda desconhecidos”.

Manifestando-se  durante o primeiro ano de vida, “geralmente entre os cinco e os oito meses, em crianças previamente saudáveis”, as suas crises podem apresentar-se como “estado de mal epilético febril, com duração de mais de 20 minutos, sobretudo nos primeiros anos de vida”.

Cada criança pode registar até 500 ataques por dia, sendo que, em casos mais graves, uma crise pode deixá-la em coma.

Os dados revelam ainda que 15 por cento das crianças com esta síndrome morre antes de atingir a adolescência.

A especialista Ana Isabel Dias explica que o dianóstico “é baseado em achados clínicos e electroencefalográficos (EEG). No ínicio o EEG é geralmente normal e as alterações só surgem mais tarde”.

O diagnóstico precoce é fundamental sendo designado como “uma questão de vida”.

Patrícia Fonseca, presidente da Associação Síndrome de Dravet – Portugal afirma que “a síndrome de Dravet não pode ser confundido com outras formas de epilepsia. É urgente diagnosticar e identificar corretamente as pessoas com Síndrome de Dravet e é imprescindível um diagnóstico precoce que combine o diagnóstico clínico com um diagnóstico genético”.

“O teste genético pode identificar uma alteração SCN1A, confirmando o diagnóstico”, acrescenta a neurologista.

“Nas famílias com uma mutação conhecida SCN1A, a hereditariedade é autossómica dominante e o aconselhamento genético é possível, embora a variação das manifestações clínicas numa família possa ser grande. Nos caso com mutações de novo, o aconselhamento genético pode ajudar no processo de tomada de decisão para futuros filhos”, explica Ana Dias.

A dificuldade no diagnóstico, que muidas vezes confunde esta síndrome com outras patologias pode levar a prescrição de medicamentos contraindicados e fatais para os portadores da doença.

O impacto desta patologia em bebés e crianças é severo, levando à necessidade de um acompanhamento diário 24 horas por dia. “Uma pequena distração e uma crise pode surgir. E dependendo do tipo de crise, se não houver intervenção imediata, a criança poderá não sobreviver”, avança a Associação.

Distúrbios de coordenação, crescimento e nutrição, transtornos cognitivos ou perturbações do comportamento são os principais problemas ao longo da vida.

“Pelos dois anos de idade o atraso no desenvolvimento é já muitas vezes aparente, com atraso na linguagem, desequílibrio e dificuldades na coordenação motora. Podem surgir perturbações do sono”, revela a especialista em neurologia.

“São frequentes também as perturbações de comportamento, com agitação e dispersão da atenção”, acrescenta.

No tratamento da doença podem ser usados alguns medicamentos epiléticos, que devem ser adaptados caso a caso.

“O principal objetivo do tratamento é reduzir a frequência das crises e prevenir a ocorrência do estado de mal epilético”, explica Ana Isabel Dias.

No entanto, “alguns medicamentos,  como a carbamazepina, a fenitoína e a lamotrigina, devem ser evitados pois podem agravar o quadro”.

“Para melhorar a sua qualidade de vida, estes doentes deverão beneficiar de apoios especializados e individualizados, eventualmente em instituições de ensino especial, com terapias de estimulação global, de modo a otimizar as suas capacidades”, acrescenta a especialista, revelando a importância destas famílias terem uma vida tão normal quando possível. “É importante ter um ou mais cuidadores alternativos e integrar os irmãos nas atividades”, revela.

“A associações de familiares têm um papel essencial nestes e noutros aspetos, nomeadamente em dar visibilidade à Síndrome de Dravet e incentivar a investigação científica para o desenvolvimento de novas terapêuticas”, conclui.

Pedro esperou até aos dois anos pelo diagnóstico

Pedro teve as primeiras crises convulsivas aos cinco meses e “esperou” até aos dois anos para ter o diagnóstico certo que lhe permitia ter acesso à medicação adequada à sua doença. “Uma sorte”, nas palavras da mãe.

“A síndrome apareceu na nossa vida aos cinco meses e meio. O Pedro era aparentemente uma criança normal até que teve a sua primeira convulsão”, começa por explicar Sandra Tavares, mãe do menino.

“Depois dessa crise seguiram muitas outras sempre diagnosticadas como convulsões febris”, conta, revelando que uma das mais graves durou cerca de uma hora.

“O Pedro fez vários exames e pensou-se que sofresse de epilepsia”, acrescenta Sandra.

No entanto, com o aumento do número de episódios os pais começaram a investigar. “Os próprios médicos não sabiam do que se tratava. Nós decidimos procurar informações e acabámos por ir a um especialista no Porto, no Hospital de São João”, conta.
O Pedro tinha 20 meses quando fez um teste genético que permitia identificar a doença de que sofria. Sete meses depois confirmava-se o diagnóstico.

“Foi uma sorte termos ido ao Porto porque foi imediatamente medicado para o Dravet”, afirma a mãe. “A medicação para a epilepsia era contraindicada para o caso do Pedro”, acrescenta.

Antes de diagnosticada a patologia, as crises apareciam sem aviso. “Era um sufoco. Nós não conseguíamos controlar. Confesso que tínhamos uma vida de loucos. No entanto, ainda hoje o Pedro tem de ser vigiado 24 horas por dia. Costumo dizer que os pais do Dravet não dormem. Eu e o pai acordamos, à vez, várias vezes por noite só para ver se o nosso filho está a respirar”, revela.

Apesar de não o eliminar totalmente, a medicação controla o número de crises. “Cada caso é um caso. O medicamento que funciona para uma criança pode não funcionar para a outra. E há várias condicionantes”, afirma Sandra.

“A medicação deixa de funcionar e tem de se adaptar uma nova. O próprio crescimento das crianças leva a que a medicação deixe de fazer efeito, por exemplo”, justifica.

“O Pedro antes de fazer a medicação podia ter 10 crises por semana. Ainda hoje em dia, sempre que há um quadro febril, há convulsão”, diz.

Sandra explica que por isso mesmo sabe quando Pedro está a ficar doente. “Nós damos conta que ele vai ficar doente quando faz convulsão. E só como exemplo, na última virose que durou quatro dias, o Pedro teve três crises por dia”, revela.

Sempre que surge uma crise a criança é colocada na posição lateral de segurança e os pais esperam que ela passe por si. “Esperamos dois ou três minutos para que passe. Se não passar utilizamos um medicamento administrado via retal, que tem de andar sempre com o Pedro”, explica.

“Em Portugal só existe este medicamento. Sabemos que noutros países há medicação que não tem de ser administrada via retal mas se o quisermos temos de o pagar na totalidade”, revela. “Por enquanto, nós conseguimos dar alguma privacidade ao nosso filho, mas e quando ele tiver 15 anos e tiver uma crise e tivermos de usar este fármaco na rua? Não sei que consequências isso vai ter para o Pedro. Em termos sociais não é fácil...”, acrescenta.

Sandra admite que não tem sido fácil lidar com a doença mas que faz o possível para ter uma vida normal.

“Depois do diagnóstico primeiro passamos pela fase da negação, depois do desespero e há um dia em que acordamos, lavamos a cara e pensamos «ok, é com isto que temos de viver!». Há uma tomada de consciência e fazemos o que podemos para que a nossa vida seja o mais normal possível”, diz.

“Não nos privamos de fazer as atividades que temos de fazer diariamente, mas tomamos sempre as devidas precauções”, acrescenta a mãe.

Ao contrário do que acontece com crianças com quadros mais graves, Pedro frequenta um colégio.

“Por opção, ao contrário de outras familias que não têm mesmo hipótese, eu não deixei de trabalhar e vou trabalhar completamente descansada porque sei que o Pedro tem um acompanhamento excelente. São muito vigilantes e estão despertos desde o início para a sua situação”, afiança.

Com cinco anos, Pedro expressa-se como uma criança de três. “O Pedro iniciou a terapia da fala aos três anos, e eu como sou professora, embora dentro das minhas limitações também, fui começando a fazer essa terapia. Embora não tenha o discurso de uma criança de cinco anos tem muito vocabulário e para nós foi uma conquista”, revela.

“Se estivermos à espera do diagnóstico mais consequências existirão no futuro para estas crianças”, alerta, mostrando a importância de um diagnóstico precoce.

“Apesar de todo o drama do Dravet, o Pedro tem um quadro «simpático» porque é autónomo. E todo este processo se ficou a dever a termos tido um diagnóstico cedo”, afirma.

“Quanto mais tarde a medicação é ajustada à doença mais consequências terá. Por isso, quanto mais cedo existir um diagnóstico mais rápida é a intervenção. E o teste genético é a única forma que existe de confirmar a doença”, conclui Sandra Tavares.

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Epilepsia

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto Nacional de Estatística
Cerca de 2,5 milhões de portugueses (um quarto da população) deslocam-se a pé diariamente e cerca de 75 mil utilizam a...

Contudo, a maioria da população com 15 ou mais anos não praticava qualquer atividade desportiva de forma regular (5,8 milhões), adianta o “Inquérito Nacional de Saúde 2014” realizado em todo o país, entre setembro e dezembro de 2014, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Os dados referem também que 1,4 milhões de pessoas praticavam exercício físico, um a dois dias por semana, enquanto para 422 mil portugueses esta era uma prática diária.

Cerca de 4,2 milhões de pessoas com 15 ou mais anos (47%) desempenhavam as suas tarefas diárias sentadas ou em pé, em atividades que envolviam um esforço físico ligeiro.

Já cerca de 923 mil (10,4%) exerciam trabalhos fisicamente exigentes, adianta o inquérito, que tem como objetivo principal caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três grandes domínios: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida.

Os resultados do inquérito revelam ainda que, em 2014, mais de metade da população com 18 ou mais anos (4,5 milhões) tinha excesso de peso ou era obesa,

Para cerca de 3,8 milhões de pessoas (44%) o índice de massa corporal correspondia à categoria de peso normal e cerca de 155 mil pessoas (1,8%) tinham baixo peso.

Segundo o estudo, a obesidade atingia 1,4 milhões de pessoas com 18 ou mais anos, sendo as mulheres mais afetadas do que os homens.

Ainda de acordo com os resultados do inquérito, a obesidade afetava principalmente a população entre 45 e 74 anos.

Eram sobretudo as mulheres residentes nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira e no Alentejo que registavam as proporções mais elevadas de população obesa.

O inquérito revela também que cerca de metade da população residente com 15 ou mais anos (4,5 milhões de pessoas) mostrava-se satisfeita ou bastante satisfeita com a vida no final de 2014.

O grau de satisfação com a vida aumentava com o nível de escolaridade: 39,5% das pessoas sem qualquer nível escolar e 62,4% das pessoas que tinham terminado o ensino superior estavam satisfeitas ou bastante satisfeitas.

Mais de metade da população residentes nas regiões autónomas e na região Norte referiu estar satisfeita ou bastante satisfeita com a vida.

 

As regiões do Alentejo, Algarve e Área Metropolitana de Lisboa destacavam-se por uma maioria de pessoas menos satisfeitas com a vida, refere o INE.

Instituto Nacional de Estatística
Mais de metade (55,1%) da população portuguesa consumiu, em 2014, legumes ou saladas diariamente e cerca de um terço ingeriu...

Segundo o “Inquérito Nacional de Saúde 2014”, realizado em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), 4,9 milhões de portugueses, com 15 ou mais anos, consumiram, em média, 1,8 porções de legumes ou saladas por dia.

“As mulheres faziam-no mais frequentemente (60,7%) do que os homens (48,8%), sendo também mais frequente o consumo diário de legumes ou saladas pela população entre 55 e 74 anos (60,8%)”, refere o inquérito realizado em todo o país, entre setembro e dezembro de 2014.

Apenas 37,5% dos jovens entre 15 e 24 anos consumia diariamente legumes ou saladas, refere o estudo, observando ainda que um por cento da população disse não ter consumido estes alimentos.

Em relação ao consumo de fruta, o inquérito refere que cerca de 6,3 milhões portugueses (70,8%) ingeriram, em média, 2,3 porções diariamente, sendo este consumo menos frequente entre os jovens (15 a 24 anos) e mais frequente a partir dos 45 anos.

Os resultados do inquérito revelam também que cerca de 6,2 milhões de pessoas (70%) disseram ter consumido bebidas alcoólicas nos 12 meses anteriores à entrevista, sendo que 2,1 milhões fizeram-no diariamente (34,5%), 1,7 milhões (27,3%) regularmente, mas não todos os dias, e 1,1 milhões (17,1%) apenas ocasionalmente.

Houve ainda 2,1 milhões de pessoas (33,2%) que referiram ter consumido seis ou mais bebidas alcoólicas numa única ocasião ou evento pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores.

Sobre o consumo de tabaco, o INE refere que, em 2014, 20% da população com 15 ou mais anos era fumadora, 21,7% era ex-fumadora e a maioria, 58,2%, nunca tinha fumado.

Os resultados do inquérito evidenciam ainda que 1,5 milhões de pessoas (16,8%) fumavam diariamente e 288 mil faziam-no ocasionalmente.

A média diária de cigarros para os fumadores regulares era de 14,3, mais elevada no caso dos homens (15,8 cigarros/dia) do que nas mulheres (11,6 cigarros/dia).

A publicação “Inquérito Nacional de Saúde 2014” está organizada em três áreas temáticas: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde.

Organização das Nações Unidas
A produção mundial de ópio diminuiu quase 40 por cento no último ano mas o mundo continua mergulhado em heroína, a droga que...

“A heroína continua a ser a droga que mais mata pessoas e o seu reaparecimento deve ser falado urgentemente”, disse Yury Fedotov, chefe da Agência das Nações Unidas para as Drogas e para o Crime (UNODC, na sigla inglesa), num novo relatório.

A produção de ópio, que é transformado em heroína, caiu para 4.770 toneladas em 2015, uma queda de 38% desde o último ano.

Contudo, 2014 foi um dos anos mais fortes alguma vez registados e o último ano viu uma colheita pobre no Afeganistão, o maior produtor de ópio do mundo, com 70% da produção mundial.

No relatório também se assinala como improvável que a queda acentuada levasse a “maior escassez” no abastecimento de heroína, uma vez que os traficantes acumularam a produção dos últimos anos.

“Não há razão para pensar que a produção de heroína no Afeganistão acabou”, disse à agência francesa France Press a investigadora Angela Me. “Ainda há muita heroína no mercado”, continuou.

Dentro dos 29 milhões de consumidores de drogas pesadas em todo o mundo, 17 milhões são viciados em opiáceos, que incluem heroína, ópio e morfina.

A Ásia continua a ser o maior mercado para derivados do ópio, com cerca de dois terços de todos os utilizadores.

Nos últimos dois anos, o aumento da procura nos EUA levou a um grande aumento no fornecimento de heroína barata do Afeganistão e levou também a que os cultivos de papoila tenham crescido no México - o terceiro produtor mundial da planta com a qual se produz a heroína, depois do Afeganistão e do Myanmar.

A Organização das Nações Unidas (ONU) assinala que na América Latina a produção de ópio entre 1998 e 2015 duplicou até às 500 toneladas, representando cerca de 11% da produção mundial.

Enquanto o Afeganistão abastece os mercados da Europa, Médio Oriente, África e Canadá; o Myanmar foca-se no mercado chinês e a produção do México dirige-se aos EUA.

Como resultado do aumento do consumo nos Estados Unidos, as mortes relacionadas com a heroína atingiram o maior nível numa década, quase duplicando de 5.925 em 2012 para 10.800 em 2014 nos EUA.

O UNODC disse que a epidemia dos EUA ainda não mostrava sinais de diminuição.

O relatório também revelou que havia sinais de que o embarcamento de heroína na Europa estivesse a aumentar, com um grande número de apreensões registadas nas alfândegas em Itália e em França.

Contudo, o mercado global de cocaína parece estar a diminuir apesar da maior produtora, a Colômbia, ter aumentado a produção recentemente, disse a agência da ONU.

O cultivo mundial de cocaína caiu mais do que 30% entre 1998 e 2014, devido, em parte, aos esforços de erradicação e desenvolvimento de programas alternativos para agricultores.

Num estudo publicado em julho, a UNODC disse o cultivo na Colômbia aumentou 44% em 2014 para 69.000 hectares - 175.000 propriedades – pouco mais de metade da área de crescimento mundial, mas ainda bastante abaixo dos níveis alcançados há duas décadas.

Mas o aumento ainda não foi traduzido na entrada de mais cocaína no mercado global, e o consumo tanto nos EUA como na Europa continua a diminuir, lê-se no mais recente relatório.

O UNODC disse que a vaga colombiana pode estar ligada às conversações de paz entre o governo e as forças de guerrilha FARC.

Os rebeldes foram ensinados a encorajar os agricultores a cultivar cocaína para depois beneficiarem de programas de desenvolvimento alternativos assim que o acordo fosse alcançado.

Os rebeldes, que iam assinar hoje um cessar-fogo definitivo com o governo, tinham dito anteriormente que iriam cortar todas as ligações com o tráfico de cocaína, atualmente a maior fonte de rendimento.

IKEA
O grupo sueco de mobiliário e decoração IKEA pediu aos clientes para que devolvam as cancelas de segurança PATRULL, produto...

Em comunicado, o grupo IKEA lamenta a situação e pede aos clientes que tenham adquirido aquele modelo de cancela de segurança que a devolvam na loja mais próxima, onde serão reembolsados na totalidade, não sendo necessária a apresentação do comprovativo de compra.

A decisão surge na sequência de “situações reportadas ao IKEA, a nível global, de que o fecho da grade de segurança se abriu inesperadamente, tendo havido casos de incidentes”.

“A avaliação de segurança levada a cabo por uma entidade externa revelou que, apesar de todos os nossos artigos serem testados em conformidade com os padrões de segurança aplicáveis e de acordo com a legislação em vigor, os mecanismos de fecho não são suficientemente fortes”, salientou o grupo, justificando assim a decisão de pedir a devolução daquele produto.

Destacando que “as crianças são as pessoas mais importantes do mundo para a IKEA”, o grupo frisou que tem “tolerância zero em relação à segurança dos produtos”.

O IKEA referiu ainda que, para prevenir outros incidentes, as grades de segurança PATRULL, PATRULL KLÄMMA e PATRULL FAST foram retiradas de todas as lojas e já não se encontram à venda.

Universidade do Porto
O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto está a participar num projeto para perceber o papel do...

"Durante muitos anos o cancro era estudado olhando apenas para as características genéticas das células tumorais e para o seu comportamento, em função do qual se desenvolviam terapias específicas para essas células alteradas", disse Maria José Oliveira, coordenadora do projeto.

Verificou-se, nas últimas décadas, que para se ter "uma visão mais complexa e integradora do problema", é necessário considerar não só as células tumorais mas também as que estão na sua vizinhança, no que se designa o microambiente tumoral.

Dentro deste microambiente encontram-se os macrófagos, células de defesa responsáveis pela limpeza e deteção de agentes estranhos no organismo, que sofrem alterações potenciadas pela célula tumoral, transformando-se de macrófagos pró-inflamatórios (ativos) em anti-inflamatórios (mais passivos).

Estes últimos são "muito eficientes a estimular a invasão das células tumorais, a formação de novos vasos e a degradação da matriz e do tecido onde se encontram", explicou a investigadora.

Na maior parte dos casos, "o sistema imune defende o organismo de agressões, seja uma ferida, uma infeção ou na formação de um tumor", existindo, no entanto, situações em que as células tumorais "escapam ao sistema de defesa e continuam a crescer, a proliferar e a coabitar no nosso corpo".

O objetivo desta investigação é então perceber o que leva o sistema de defesa, neste caso os macrófagos, em determinada altura, a deixar de reconhecer as células estranhas, a coabitar com as mesmas e a parar de desenvolver mecanismos de proteção.

Até à data, os resultados foram obtidos através de testes ‘in vitro' realizados com amostras humanas, provenientes de sangue de dadores saudáveis mas também de material cirúrgico de doentes com cancro colorretal, coletados no Hospital São João, no Porto.

Iniciada em 2009, a investigação entrou agora noutra fase, na qual a equipa pretende adaptar a terapia desenvolvida para a aplicação em ratos portadores de cancro intestinal que se pode alastrar para o fígado, modelo que se assemelha à progressão da doença no homem.

Essa adaptação é necessária visto que nos animais há a corrente sanguínea, um sistema de defesa, alterações de oxigénio e de acidez dos próprios tecidos, "situações que têm que ser ultrapassadas para que a terapia consiga resistir", referiu Maria José Oliveira.

Durante a primeira fase da investigação, verificou-se ainda que existem outros sistemas de terapia - como a radioterapia -, que atuam sobre as células tumorais mas também sobre os macrófagos, tornando-os mais eficientes no reconhecimento das células cancerígenas.

Para a investigação foi criada uma equipa multidisciplinar, com elementos das áreas da biologia, da clínica e da engenharia, pertencentes ao INEB, ao IPATIMUP, ao IBMC, ao Hospital São João, ao Instituto Clínico Humanitas, em Milão, Itália, à Universidade de Ghent, na Bélgica, e à Universidade de Dundee, na Escócia.

Foi financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), pela Fundação L'Óreal, pela Unesco e pelas organizações EMBO, ESTRO e UICC.

Vem aí a estimulação magnética
A Unidade de Neuropsiquiatria do Centro Champalimaud vai avançar ainda este ano com a nova terapia transcraniana e não invasiva.

Um novo tratamento por ondas magnéticas, que são aplicadas junto da cabeça do doente, e que consegue resultados positivos contra a depressão em mais de metade dos casos graves que não respondem a nenhuma outra terapia, vai chegar este ano a Portugal, pela mão da Fundação Champalimaud.

A estimulação magnética transcraniana (EMT, ou TMS na sigla de língua inglesa), como é designada a nova terapia, foi aprovada em 2008 nos Estados Unidos. Desde então, já foram tratados milhares de doentes com as formas mais graves de depressão, que não respondem às terapias farmacológicas convencionais nem às psicoterapias. Em mais de metade dos casos, segundo indicam os estudos, os sintomas de depressão melhoraram graças à EMT.

A aquisição do equipamento pela Fundação Champalimaud para esta estimulação externa e não invasiva do cérebro, "deverá ser feita ainda este ano", adiantou ao Diário de Notícias o psiquiatra, investigador e diretor da Unidade de Neuropsiquiatria do Centro Champalimaud, Albino Maia. O especialista é coautor de um estudo internacional publicado hoje na revista científica The Journal of Clinical Psychiatry, cujo objetivo foi o de comparar a eficácia de dois tipos de equipamentos diferentes que já estão a ser utilizados para tratamentos de EMT, nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.

O estudo contou com uma amostra de 154 doentes, que foram tratados com a EMT no centro de estimulação cerebral não invasiva do departamento de neurologia da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e comparou os resultados obtidos por dois tipos de equipamentos distintos de EMT, que já estão licenciados.

"Os nossos resultados mostram que não existem diferenças entre os dois equipamentos quanto à eficácia do tratamento dos doentes", afirma Albino Maia.

Tratamento aprovado em 2008
A estimulação magnética transcraniana para tratamento de depressões graves começou a ser investigada de forma sistemática na primeira década do novo milénio e o primeiro equipamento para fazer estes tratamentos foi aprovado e licenciado nos Estados Unidos pela FDA, a agência que aprova medicamentos naquele país, em 2008.

"Neste momento, seguramente, muitos milhares de pessoas já foram tratadas desta forma contra a depressão nas centenas de centros que disponibilizam esta terapia nos Estados Unidos, e também em alguns países da Europa, e a tendência é para os números crescerem" afirma o diretor da Unidade de Neuropsiquiatria do Centro Champalimaud.

Na Europa, por exemplo, o tratamento contra a depressão por estimulação magnética transcraniana já está disponível em Madrid e em Barcelona.

Alternativa para casos graves
"Os números mais pessimistas apontam para que cerca de metade das depressões não respondam aos tratamentos farmacológicos, nem às psicoterapias", afirma Albino Maia. Mas, para mais de metade destes casos mais graves, a EMT já revelou ser uma alternativa terapêutica com bons resultados.

"Entre 50% e 60% dos doentes tratados por EMT há uma melhoria dos sintomas de depressão", adianta o especialista, sublinhando que o tratamento "não é invasivo e não tem riscos associados".

Um ciclo de tratamento típico decorre entre quatro e seis semanas, com sessões diárias de EMT que podem durar entre 15 e 30 minutos diários.

"O doente fica sentado e está perfeitamente consciente", adianta Albino Maia. É-lhe então aplicado um capacete, no caso de um dos equipamentos já utilizados, ou aproximado da cabeça um dispositivo em forma de oito, para fazer a estimulação magnética do córtex cerebral no ponto definido pelo médico. "Não existe dor, nem sequer desconforto", assegura o especialista e "só em casos muitíssimo raros pode ocorrer uma convulsão", nota.

Há ainda casos em que os doentes se queixam de cefaleias, "mas essa é uma situação temporária e de fácil solução", conclui Albino Maia.

Publicado em Diário da República
O Governo decidiu criar um Grupo de Acompanhamento dos Hospitais que integram o Serviço Nacional de Saúde para apoiar e...

De acordo com o despacho, o Grupo de Acompanhamento dos Hospitais (GAH) integra o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em articulação com a Administração Central do Sistema de Saúde, as Administrações Regionais de Saúde e as Coordenações da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários, Hospitalares e Continuados.

O objetivo é, segundo o despacho, apoiar “o alinhamento do desempenho das unidades hospitalares face às metas definidas e aos recursos disponibilizados pelas entidades tutelares”.

No documento é referido que o GAH deve “apoiar a função das entidades tutelares, designadamente o processo integrado de planeamento de atividades, o controlo de gestão e a avaliação do desempenho assistencial e económico-financeiro de cada unidade”.

De acordo com o despacho, o grupo deve também acompanhar a atividade do SNS, propor políticas gerais de melhoria mediante o desenvolvimento de programas de melhoria operacional e promoção das transferências das melhores práticas.

“Promover o desenvolvimento de projetos especiais transversais a todos os hospitais do SNS, estimular a melhoria da articulação das unidades entre si e destas com outros níveis de prestação de cuidados com outros setores sociais, propor a mobilidade de recursos humanos e maximizar a utilização de equipamentos”, são outros dos objetivos a levar a cabo pelo GAH.

O grupo deve também propor “medidas de eliminação de redundâncias e desperdícios no SNS, o aperfeiçoamento do modelo de contratualização e de financiamento, a partilha de resultados dos Centros Médicos e a definição de sistema de incentivos institucionais e individuais”.

O GAH vai funcionar na dependência da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e vai ser constituído por dois elementos designados pelo Conselho Diretivo da ACSS, um elemento pelo gabinete do ministro da Saúde, um pelo gabinete do secretário de Estado da Saúde e um de cada Administração Regional de Saúde.

“Os elementos que integram o GAH exercem as suas funções no horário de trabalho, não lhes sendo devida remuneração adicional, mas têm direito à afetação de tempo específico para a realização dos trabalhos, bem como ao abono de ajudas de custo e deslocações suportadas pelos seus respetivos locais de origem”, é ainda referido no despacho.

De acordo com o Governo, o GAH deve apresentar relatórios mensais de atividade.

Universidade de Coimbra
Uma equipa internacional coordenada pelo investigador português Rodrigo Cunha descobriu como eliminar os primeiros sintomas da...

A descoberta foi possível porque “pela primeira vez os cientistas focaram o estudo na causa dos primeiros sintomas da doença”, que são as perturbações na memória, causadas por modificações da chamada “plasticidade das sinapses no hipocampo”.

“O hipocampo desempenha um papel essencial na memória, funcionando como o gestor do gigantesco centro de informação recebida pelo cérebro. Das dezenas de milhões de sinais recebidos, o hipocampo tem de selecionar a informação relevante e validá-la, atribuindo-lhe uma espécie de ‘carimbo de qualidade’. Quando ocorrem falhas, este gestor assume que toda a informação é irrelevante”, segundo uma nota da Universidade de Coimbra (UC).

Sendo as sinapses “as responsáveis pela transmissão de informação no sistema nervoso”, ao garantirem a comunicação entre neurónios, “a equipa utilizou um modelo animal duplo mutante (com a modificação de dois genes da proteína APP, que causam doença de Alzheimer em humanos) para rastrear toda a atividade destas ligações e identificar o que impede o hipocampo de processar e gerir corretamente” a informação obtida.

O estudo, entretanto publicado na revista científica “Nature Communications”, foi coordenado por Rodrigo Cunha, do Centro de Neurociências e Biologia Celular e da Faculdade de Medicina da UC, tendo a equipa integrado 15 investigadores portugueses e franceses.

Os resultados desta investigação representam “um avanço extraordinário para o desenvolvimento de estratégias de combate à doença de Alzheimer, pois conseguiu-se recuperar o funcionamento sináptico”, afirma Rodrigo Cunha, citado na nota.

O cientista de Coimbra entende que, “do ponto de vista ético, é criticável se não se prosseguir para ensaios” em humanos e garante que estes são seguros para os doentes.

Na sua opinião, existem em Coimbra “todas as condições para avançar”, embora seja necessário assegurar financiamento para o efeito.

Financiado pelo Prémio Mantero Belard de Neurociências da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pela Association Nationale de Recherche de França, o estudo foi desenvolvido ao longo de três anos.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde comprometeu-se a alterar o valor do pagamento das horas extraordinárias dos médicos, atualmente pagas a 50...

Adalberto Campos Fernandes falava na Comissão Parlamentar da Saúde, onde respondeu às questões do deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira sobre o recurso às empresas de médicos, o qual criticou.

O ministro subscreveu as críticas, lembrando que este recurso custa atualmente 80 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), além de ser uma situação injusta para os médicos, que, trabalhando nas instituições, recebem menos do que esses clínicos das empresas.

“Não somos imprudentes ao ponto de pensar que podemos resolver isto de uma vez”, afirmou, sublinhando “a injustiça” do valor da hora extraordinária dos médicos, que é paga a 50 por cento.

“Esta é uma situação que urge corrigir no próximo Orçamento do Estado”, afirmou, deixando perante os deputados esse contributo.

A partir do próximo ano
Os hospitais vão ficar inibidos de passar cheques-cirurgia para o setor convencionado, a partir do próximo ano, a menos que...

Adalberto Campos Fernandes, que está a ser ouvido na Comissão Parlamentar da Saúde sobre a política geral do seu ministério, revelou que os hospitais vão ter de fazer prova da real necessidade de recorrer ao setor convencionado para dar resposta cirúrgica aos seus utentes.

O ministro referia-se aos cheques-cirurgia previstos no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), criado em 2004 para combater as listas de espera.

“A partir de 01 de janeiro, os hospitais ficarão inibidos de passar cheques para o setor convencionado, a menos que façam disso prova”, disse Adalberto Campos Fernandes.

Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto estão a estudar alterações físicas em pessoas que realizaram cirurgia bariátrica ...

A cirurgia bariátrica "é um procedimento cirúrgico geralmente destinado a pessoas com obesidade de grau III, definida por um índice de massa corporal igual ou superior a 40 quilos por metro quadrado", indicou o coordenador do projeto, Hélder Fonseca.

De acordo com o investigador, apesar dos benefícios deste procedimento cirúrgico no controlo do peso e na redução de fatores de risco cardiovascular associados à obesidade, como por exemplo a diabetes tipo 2 e a hipertensão arterial, os doentes submetidos a esta cirurgia podem, a longo prazo, desenvolver perdas significativas de massa óssea e de massa muscular.

"Estas alterações podem diminuir a resistência óssea e aumentar o risco de fraturas ósseas em consequência de quedas ou de outras situações traumáticas", indicou o investigador.

O exercício físico tem demonstrado ser "um excelente meio para contrariar essas alterações noutros contextos patológicos, não se conhecendo, até agora, nenhuma outra alternativa terapêutica eficaz", acrescentou.

Um dos objetivos do projeto BaSEIB Clinical Trial, iniciado a 01 de abril de 2016, é compreender melhor as alterações físicas, metabólicas e de composição corporal, que ocorrem durante o primeiro ano após a cirurgia bariátrica.

Por outro lado, pretende-se avaliar o efeito de um programa de exercício físico, adaptado a pessoas que realizaram a cirurgia, na prevenção da perda de massa óssea e muscular e no risco de quedas.

Para o estudo são recrutados pacientes com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, divididos aleatoriamente num grupo de controlo - que para além da cirurgia apenas recebe os cuidados e seguimento médico habituais - e outro de intervenção.

Os selecionados para este último grupo estão sujeitos a sessões de exercício físico (que só se iniciam um mês após a cirurgia e decorrem durante 11 meses consecutivos), três vezes por semana, com a duração de 60 minutos em cada sessão.

De forma a cumprir os objetivos do projeto são realizadas avaliações da composição corporal e da densidade mineral óssea do paciente, da resistência óssea, da força muscular dos membros inferiores e do tronco, da aptidão cardiorrespiratória, do equilíbrio estático e dinâmico e da atividade física diária.

Para além disso, analisam o estado nutricional, a qualidade de vida, o estado geral de saúde, a ansiedade e a depressão.

Colheitas de sangue são também realizadas com o intuito de analisar um conjunto de marcadores bioquímicos relacionados com o metabolismo energético, ósseo e hormonal.

Até ao momento, foram recrutados e estão a ser seguidos 25 pacientes, residentes no norte de Portugal (para que se possam deslocar facilmente à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, onde o estudo é desenvolvido), que realizaram cirurgia bariátrica no Hospital de São João (HSJ).

O recrutamento de participantes prolonga-se por mais um ano, esperando os investigadores incluir no estudo um total de 120 pacientes.

Este projeto resulta de uma colaboração entre o Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer e do Laboratório de Biomecânica do Porto da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, bem como o Serviço de Cirurgia Geral do HSJ.

A investigação, cuja previsão de fim é março de 2019, é financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do COMPETE - Programa Operacional Fatores de Competitividade, em cerca de 159 mil euros.

Centro Hospitalar do Porto
O Centro Hospitalar do Porto divulgou que irá formar, nos próximos dois dias, vários médicos estrangeiros numa “técnica...

A formação está inserida no curso da Sociedade Europeia de Anestesia Intravenosa, um encontro onde “muitos médicos estrangeiros se deslocam ao Porto para, em conjunto com médicos portugueses do Serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar do Porto, transmitir conhecimentos desta área”, refere nota do hospital.

Durante o evento, vai ser ministrado um curso dedicado a formar anestesiologistas “numa técnica de anestesia geral muito diferenciada, nomeadamente médicos provenientes dos Estados Unidos e da China, onde está técnica ainda não é utilizada”, acrescenta.

A técnica em causa incide em novos métodos de monitorização do cérebro durante a anestesia geral, “usando o electroencefalograma e a vigilância da oxigenação do cérebro não invasiva, de modo a que cada doente submetido a anestesia geral ou sedação seja apenas administrada a dose de fármacos que ele realmente necessita, evitando a sobredosagem e a subdosagem”.

Nesta formação vão participar três médicos portugueses do Serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar do Porto, que inclui o Hospital Geral de Santo António.

Adalberto Campos Fernandes
O ministro da Saúde anunciou que a sua equipa está a trabalhar para que qualquer cargo de diretor de serviço passe a ser objeto...

Adalberto Campos Fernandes falava na Comissão Parlamentar da Saúde a propósito de um requerimento apresentado pelo PCP sobre “os problemas existentes no Hospital Distrital de Santarém”.

Os deputados dos vários grupos parlamentares questionaram o ministro sobre as dificuldades neste hospital, que têm sido divulgadas na comunicação social, e que resultam, em parte, da falta de profissionais.

Para Adalberto Campos Fernandes, contribui para esta dificuldade em angariar profissionais “a degradação da imagem do hospital, das suas condições de funcionamento e da sua reputação”.

A este propósito, anunciou que este governo está a trabalhar para que os cargos de diretor de serviço sejam objeto de concurso público, isto porque “a nomeação por convite fecha competências”.

Segundo o ministro, se um hospital tem uma posição de direção de serviço em aberto, deve disso dar conhecimento para que outras pessoas possam concorrer.

Além deste ponto específico do Hospital de Distrital de Santarém, o ministro responde aos deputados da Comissão de Saúde sobre a política geral do Ministério e outros assuntos de atualidade.

Associação Síndrome de Dravet – Portugal
A Associação Síndrome de Dravet – Portugal defendeu ser urgente diagnosticar precocemente esta doença rara, alertando que a...

O alerta da associação surge na véspera de se assinalar o Dia Internacional do Síndrome de Dravet, uma doença rara, de origem genética, que se manifesta como uma epilepsia grave, progressiva e incapacitante.

Para alertar para esta doença, que se estima afetar 500 pessoas em Portugal, das quais mais de 80% não estará identificada, a associação vai lançar na quinta-feira uma campanha informativa e de sensibilização junto dos meios clínicos e hospitalares, adianta a Associação Síndrome de Dravet – Portugal (ASDP) em comunicado.

“O Síndrome de Dravet não pode ser confundido com outras formas de epilepsia. É urgente diagnosticar e identificar corretamente as pessoas com Síndrome de Dravet (…) é uma questão de vida”, afirma a presidente da associação Patrícia Fonseca

Até chegar ao diagnóstico correto, os doentes e as suas famílias “enfrentam um difícil percurso”.

“Para estes doentes obter o diagnóstico correto é fundamental, uma vez que a confusão com outras patologias ou com outro tipo de epilepsias pode levar à prescrição de medicamentos contraindicados” que podem ser fatais para estes doentes, defende a associação.

Em Portugal, adianta, o processo que decorre desde a suspeita clínica até à realização do teste genético é moroso. No entanto, a partir de agora, será possível realizar o teste genético de forma mais célere com o apoio da associação recém-criada.

“Estamos conscientes de que há muito a fazer para melhorar a qualidade de vida dos pacientes (…) e das suas famílias. Acreditamos que é também cientificamente possível desenvolver um fármaco que permita atenuar de forma expressiva os sintomas da doença e encontrar uma solução definitiva na raiz do problema da síndrome”, diz Patrícia Fonseca.

Esta doença, também conhecida como epilepsia mioclónica grave da infância, manifesta-se no primeiro ano de vida e é frequentemente confundida com convulsões febris, refere a associação, adiantando que 15% das crianças com esta síndrome morre antes de atingir a adolescência.

Cada criança pode registar até 500 ataques por dia, com duração variável (de um minuto até várias horas, ou até entrar em coma) e com maior incidência no período noturno, sendo que estes doentes precisam de ser acompanhados 24 horas por dia.

Além de provocar um “importante atraso no desenvolvimento psicomotor”, esta doença manifesta-se “através de crises epiléticas de diversos tipos, não controláveis com os fármacos disponíveis até ao momento”, salienta a associação.

O Síndrome de Dravet tem sido associado a mutações no gene SCN1A que impedem a produção da proteína responsável pela construção dos canais de sódio nos neurónios e o correto funcionamento cerebral.

A mutação deste gene tem sido verificada em cerca de 80% dos pacientes e, até à atualidade, já foram descritas mais de 1200 mutações diferentes em pessoas com SD.

Estima-se que esta doença tenha uma prevalência de 1/22.000 nascimentos, com maior incidência no sexo masculino.

Em Portugal
Mais de metade dos inquiridos num estudo sobre adição à internet em Portugal apresentavam “risco elevado” e “médio risco” de...

O estudo, que decorreu entre agosto de 2014 e maio de 2015 e envolveu 641 internautas portugueses, visou “adaptar para Portugal uma metodologia científica que auxilie o diagnóstico da adição internet em contexto clínico”, disse o coordenador da investigação, Halley Pontes.

Procurou também caracterizar os padrões comportamentais online referentes ao uso “excessivo e disfuncional” da internet, adiantou o investigador da Nothingham Trent University, no Reino Unido.

O estudo, que foi publicado na revista ‘Computers in Human Behavior’, conclui que 12,6% dos inquiridos apresentavam “risco elevado” de desenvolvimento da adição à internet, 40,7% “médio risco” e 46,7% “risco reduzido”.

“Se considerarmos a população em Portugal, isto significa que dos 10.562.178 residentes, cerca de 1.330.834 portugueses poderão estar em situação de elevada vulnerabilidade e risco de virem a desenvolver adição à Internet futuramente”, advertiu Halley Pontes.

O investigador explicou que esta dependência pode ser resultado do “contexto comunicacional único oferecido pela internet”, mas também, e na maior parte das vezes, do “uso excessivo e problemático” de conteúdos e aplicações específicos, como conteúdos para adultos, apostas online, videojogos, entre outros.

Analisando os resultados do estudo, o psicólogo clínico disse que demonstram que existe “um conjunto de variáveis e padrões de utilização da internet que fazem com que as pessoas não estejam necessariamente com adição à internet”.

“Mas só o facto de utilizarem essa ferramenta de um modo descontrolado e com certos objetivos específicos faz com que essas pessoas se tornem alvos mais fáceis para virem a desenvolver este problema”, acrescentou.

Para Halley Pontes, estes dados “são preocupantes”, no sentido de que, “ao mínimo problema que possa surgir”, estas pessoas “poderão resvalar para uma via mais psicopatológica”.

Caracterizando os utilizadores com “risco elevado” de desenvolver dependência, o investigador disse que apresentam um padrão de uso da Internet de “automedicação”.

“Utilizam a internet para se sentirem melhor e fugirem a estados de humor desfavoráveis, depressivos”, explicou.

Por outro lado, usam a Internet de “um modo compulsivo e desregulado” que agrava os sintomas de adição e exibem “uma constante preocupação” com o uso dessa ferramenta que domina a sua vida.

Estes utilizadores apresentavam mais “consequências negativas” resultantes do uso da internet em vários contextos, como o educacional, profissional, familiar, e até mesmo a nível da saúde física e mental.

O estudo aponta ainda que os rapazes e os homens que utilizam a internet com “elevada intensidade diária” e que apresentam problemas de depressão, ansiedade e o stress são “os mais predispostos a desenvolverem adição à Internet”, embora também possa ocorrer nas mulheres.

Dentro de três anos
A utilização do sistema dos códigos de barras nos medicamentos vai ser obrigatória dentro de três anos, o que pode reduzir...

Segundo João Castro Guimarães, responsável da GS1 (entidade sem fins lucrativos que introduziu os códigos de barras em Portugal há 30 anos), trata-se atualmente de uma tecnologia mais evoluída do que os códigos de barras simples e que permite transmitir um maior número de dados.

As implicações da diretiva europeia e a forma da sua aplicação em Portugal vão ser discutidas na quinta-feira num debate na Autoridade do Medicamento, Infarmed, em Lisboa.

Obrigar à utilização de um sistema de rastreabilidade em todos os medicamentos é uma forma de potenciar a luta contra os fármacos falsificados. Além disto, nota Castro Guimarães, a tecnologia semelhante aos códigos de barras aumenta a segurança para o doente e permite reduzir até cerca de 40% dos erros de medicação.

No fundo, trata-se de aplicar à saúde a experiência conseguida na área do comércio a retalho, com melhorias tecnológicas.

O sistema de código a ser aplicado nos medicamentos permite a completa rastreabilidade de um produto, contendo a data e local de fabricação, as matérias-primas e também a data de validade.

Num hospital permite, por exemplo, gerir de forma eficaz a utilização de monodoses, indicou João Castro Guimarães.

“Atualmente a rastreabilidade é vital. E desta forma temos a garantia de detetar qualquer medicamento”, explicou o responsável.

Quanto aos fármacos falsificados e contrafeitos, o sistema permitirá identificá-los de forma automática.

Um estudo de 2014 desenvolvido pela consultora do economista Augusto Mateus mostrou que há um potencial de poupança em 10 anos entre 560 milhões e 790 milhões de euros com a aplicação de uma tecnologia como a dos códigos de barras na área da saúde.

Na Europa, segundo Castro Guimarães, a grande maioria dos países usa já esta tecnologia na saúde, seja em medicamentos ou em dispositivos médicos, um sistema que permite imaginar um hospital ou uma farmácia como um hipermercado a nível da gestão e identificação de ‘stocks’.

Em Portugal existem projetos a usar esta tecnologia ao nível dos dispositivos médicos, por exemplo, no Centro Hospitalar de Lisboa Norte, onde a experiência vai ser apresentada no debate de quinta-feira no Infarmed.

O responsável da GS1 considera perfeitamente viável implementar a tecnologia em Portugal no prazo de três anos e afirma que o investimento “será sempre residual”, ficando os custos “certamente abaixo” dos 10% das poupanças que o sistema permitirá.

Em fevereiro foram publicados no Jornal Oficial da União Europeia os atos delegados da Diretiva de Falsificação de Medicamento, tornando obrigatório que, a 9 de fevereiro de 2019, laboratórios e produtores de medicamentos em toda a Europa tenham de usar um identificador único para os medicamentos e garantir que o produto está inviolado, através de um dispositivo de segurança à escolha do produtor.

De acordo com dados internacionais citados pela GS1, cerca de 60% dos medicamentos comprados online são falsificados, contrafeitos ou não conformes, enquanto que 15% do mercado é composto por medicamentos falsificados.

A falsificação ou contrafação de medicamentos rende aos seus autores mais de 45 mil milhões de euros por ano, segundo estimativas de 2011, as mais atuais até ao momento.

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