Universidade do Porto
O Grupo de Infeção e Sepsis, organização que atribui este galardão, premiou com uma bolsa no valor de 10 mil Euros o projeto ...

O projeto de investigação vencedor da bolsa de Investigação em Micologia Clínica será trabalhado por Sofia Costa de Oliveira, Ana Pinto e Silva, Isabel Marco Miranda, Cidália Pina Vaz e Acácio Gonçalves Rodrigues, do Serviço de Microbiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

A equipa de investigadores vai aprofundar os estudos sobre o conhecimento dos mecanismos de resistência das equinocandinas. “As equinocandinas promovem a redução de um componente fundamental da parede fúngica que é o glucano. No entanto, alguns fungos têm a capacidade de compensar essa diminuição produzindo mais quitina, o que torna o tratamento com equinocandinas ineficaz. Acreditamos que existe possibilidade de modular esse mecanismo de escape à ação do antifúngico, potenciando deste modo o seu efeito” avança Sofia Costa de Oliveira, investigadora principal do trabalho.

“Se conseguirmos uma resposta positiva numa melhor utilização dos tratamentos já existentes na infeção fúngica, podemos estar a dar uma resposta que pode significar ganhos para o Serviço Nacional de Saúde, na medida em que não terão de investir em investigação de novas moléculas para tratamento destas doenças. Por vezes, cabe-nos a nós potenciar as moléculas já existentes para aumentar a sua eficácia no tratamento. Os medicamentos já existentes têm ainda muito potencial para serem explorados. Os resultados obtidos com este projeto irão fornecer dados valiosos que permitirão o desenho de novas estratégias terapêuticas para ultrapassar a problemática da resistência ou tolerância às equinocandinas, pelos fungos patogénicos, com implicações na Saúde Pública, Biotecnologia e Agricultura.”, explica Sofia Costa de Oliveira.

Apesar de todos os esforços já desenvolvidos, a mortalidade por candidemia pode chegar aos 40%. Doentes com o sistema imunitário debilitado têm um elevado risco de desenvolver infeção fúngica invasiva, sendo que o número de pessoas que registam esta doença fúngica pode mesmo chegar aos 200 mil casos por ano.

Esta bolsa de investigação foi criada para uma melhor resposta na área da micologia e no tratamento dos fungos que afeta muitas pessoas, especialmente em ambiente hospitalar, por se encontrarem já muito fragilizadas. 

Health4Moz
A 6ª Missão da Health4MOZ, leva perto de uma dezena de médicos portugueses em missão com o objetivo de diminuir os números da...

Os médicos portugueses voltam a Moçambique, este mês, em missão de voluntariado, com o objetivo de intervir ativamente na zona de Nampula e Maputo. Nesta missão da Health4Moz a vigilância na gravidez, a assistência ao parto, o suporte básico de vida e as técnicas de laboratório serão as principais áreas de atuação, justificadas pela elevada taxa de mortalidade infantil registada em Moçambique.

Os técnicos de saúde portugueses juntam-se novamente no sentido de melhorar as condições de assistência médica neste país, onde a expectativa de vida é de 49 anos. Com o apoio de simuladores de tecnologia de ponta vão transmitir os seus conhecimentos a alunos, a jovens recém-licenciados e a profissionais no terreno, em ações de formação de forte componente prática.

A Health4Moz é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos e já deu apoio a mais de 500 técnicos de saúde, entre os quais, médicos (de clínica geral e familiar e de outras especialidades como ginecologia, pediatria, cardiologia), enfermeiros e, ainda, um farmacêutico e dois médicos dentistas.

Nos últimos três anos, em parceria com a Universidade de Lúrio (UniLúrio) e com o Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU), a Health4Moz tem vindo a desenvolver uma forte intervenção em Moçambique, onde os indicadores de saúde estão muito aquém da maioria dos seus vizinhos africanos, sendo considerado um dos mais baixos a nível mundial.

O apoio financeiro que suporta estas missões resulta das iniciativas realizadas ao longo do ano nas mais diversas áreas e de variadas formas, desde as artes plásticas ao setor empresarial.

Esta 6ª missão conta com o apoio da VISABEIRA, parceiro da Health4MOZ desde o início e da Sociedade Comercial C. Santos (Mercedes), que organizou um jantar solidário cujo valor reverteu integralmente a favor da Helth4MOZ e do IPO Porto.

A decorrer até 2019
Foram aprovadas 12 candidaturas que recebem financiamento para projetos de investigação que vão decorrer até 2019.

A Universidade da Beira Interior (UBI) viu aprovados 12 projetos de investigação PTDC, que têm gestão e financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e COMPETE. Os projetos terão uma duração de três anos, terminam em 2019, e uma dotação de 918.374 euros.

Deste conjunto, sete são liderados pela UBI e os restantes vão funcionar em consórcio com outras instituições, nomeadamente as universidades de Aveiro, Lisboa, Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro e a FARM ID – Associação da Faculdade de Farmácia.

A área da saúde teve o maior número de candidaturas aprovadas, num total de cinco. Segue-se engenharia informática com quatro, engenharia mecânica com três e uma de ciências sociais e humanas.

Os resultados do PTDC conhecidos agora mostram francas melhorias face aos dois concursos anteriores. Em 2010 foram também aprovados 12 projetos, com liderança na UBI em sete, mas com um financiamento global de aproximadamente metade: 569.358 euros. Em 2012, a UBI esteve envolvida em sete projetos apoiados – com um montante de 276.296 euros –, tendo coordenado dois.

“As aprovações de projetos deste ano estão dentro da média das outras instituições, mas temos de aumentar a taxa de sucesso porque temos o potencial para isso”, considera Paulo Moniz, vice-reitor para Área da Investigação. O também responsável do Instituto Coordenador de Investigação (ICI) considera que “é muito importante ter projetos da FCT, quando contribuem com quase um milhão de euros”.

No futuro, Paulo Moniz deseja “ter mais projetos e consequente transferência de conhecimento e tecnologia, na forma de patentes, e parcerias com empresas, em programas doutorais e de mestrado”. O vice-reitor conclui: “Darei todo o apoio que for necessário. Neste momento temos estes 12 e serão acarinhados com toda a devoção que possamos dar. Aceitamos todos estes desafios e tenhamos confiança na UBI”.

Médicos Sem Fronteiras
Cerca de 60 mil refugiados sírios, metade deles crianças, estão encurralados numa faixa desértica na fronteira da Jordânia com...

Num comunicado, a diretora de operações dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), Benoit De Gryse, apelou à retoma "imediata e urgente" do apoio humanitário e à criação de garantias de proteção internacional.

A ajuda foi suspensa a 21 deste mês na sequência de um ataque suicida na região, que matou sete soldados jordanos e 14 outros feridos.

Desde então que o campo de refugiados improvisado na região, também conhecida por "Berma", não dispõe de alimentos ou de assistência médica e a quantidade de água potável está "muito limitada"

"Essas pessoas - das quais mais da metade são crianças - precisam desesperadamente do retorno imediato do fornecimento de alimentos, água e assistência médica. Isso não pode demorar", disse De Gryse.

"No entanto, a assistência por si só não é suficiente. As pessoas que fogem das guerras deveriam receber proteção internacional e ter a perspetiva de um lugar com segurança para se realocarem. Nem a Síria nem a fronteira são locais seguros agora", sublinhou diz De Gryse.

Para a responsável dos MSF, trata-se de uma "responsabilidade coletiva" para tentar ultrapassar a "tremenda falha" da comunidade internacional.

"A Jordânia não pode arcar sozinha com as consequências da guerra na Síria. Há muitos países dentro e fora da região que deveriam oferecer um lugar seguro para os refugiados", apelou.

Antes de ser forçada a suspender suas atividades, depois do ataque, os MSF mantinham desde 16 de maio uma clínica móvel de saúde para atender os refugiados na região, tendo, desde então, assistido 3.501 pessoas, em que os principais problemas de saúde eram doenças de pele, diarreia e desnutrição.

Segundo os MSF, das 1.300 crianças menores de cinco anos diagnosticadas com desnutrição, 204 sofriam de desnutrição moderada e 10 desnutrição severa. Além disso, 24,7 por cento das crianças atendidas pela equipa médica dos MSF apresentava diarreia aguda.

"As condições antes da suspensão da ajuda eram extremamente difíceis e muitos dos pacientes atendidos pela nossa equipa contaram que se mudaram para essa área tão inóspita porque enfrentavam níveis altíssimos de violência e insegurança", relatou De Gryse.

"A ideia de que existem, na Síria, áreas seguras para onde essas pessoas possam retornar não faz sentido. Isso não é uma opção. Ficar no acampamento também não. A área não é segura para ninguém, especialmente para milhares de mulheres e crianças. Os países com capacidade para recebê-las não deveriam virar as costas. É urgente que ofereçam asilo aos refugiados", concluiu De Gryse.

Estudo
Um estudo recente demonstra que, para os homens, há um fator decisivo na hora de escolher a utilização do preservativo ou não:...

Um estudo das Universidades de Bristol e Southampton, publicado no British Medical Journal, revela que a vontade de um homem usar preservativo numa relação sexual casual varia consoante a beleza física da parceira.

A investigação foi feita com base numa amostra pequena: 51 homens entre os 19 e os 61 anos.

Os investigadores convidaram os homens heterossexuais a avaliar fotos de 20 mulheres diferentes e a dizer com as quais concordariam ter sexo sem proteção, escreve o Sapo. Segundo as conclusões do estudo, para os homens, quanto mais atraente fosse a mulher, menores seriam as hipóteses de terem uma doença sexualmente transmissível e portanto maior seria a probabilidade de se deitarem com as mesmas sem proteção.

O estudo conclui que, de maneira geral, as pessoas tendem a associar a boa aparência à saúde.

No entanto, as doenças sexualmente transmissíveis são democráticas: afetam feios, bonitos, pobres e ricos.

O inquérito demonstrou que, em média, os homens perdem a virgindade aos 18, sendo que o participante mais precoce perdeu aos 14 e o mais velho aos 30.

No que toca ao número de parceiras sexuais, um homem tem em média nove, sendo que o máximo de parceiras registado pelo estudo foram 60.

Estudo
A utilização de células estaminais em transplantes que visam tratar doenças do sangue (leucemias e alguns géneros de anemias) e...

Um estudo publicado pelo banco público de células estaminais de Nova Iorque reforça a importância das células estaminais hematopoiéticas no tratamento eficaz de mais de 80 patologias e dá relevo aos descobrimentos nesta área.

“A investigação científica no campo das células estaminais está a produzir resultados a um ritmo alucinante. Praticamente todos os meses são divulgados novos estudos sobre possíveis avanços científicos relativamente à utilização deste recurso no tratamento ou reversão de diferentes patologias”, explica Patrícia Cruz, diretora do Banco de Tecidos e Células - Laboratório Cytothera.

Neste momento estão a ser efetuados estudos que comprovam o alargamento do espetro de ação e aplicação das células estaminais hematopoiéticas, apontando-as como um fator decisivo no tratamento de doenças como a paralisia cerebral, o autismo, diabetes tipo 1 e displasia broncopulmonar, escreve o Diário Digital.

Outro tipo de células estaminais cujos avanços têm sido notáveis são as células estaminais mesenquimais que, utilizadas em conjunto com as já referidas células estaminais hematopoiéticas, potenciam o sucesso dos transplantes alogénicos (em que existe grande risco de rejeição do transplante no paciente).

Existem, de momento, mais de 400 estudos que visam comprovar e aprofundar as possibilidades de atuação das células mesenquimais em casos de diabetes, colite ulcerosa, cirrose hepática, cardiomiopatias, esclerose múltipla, lúpus e doença do enxerto contra o hospedeiro.

Estes avanços reforçam a importância da criopreservação das células estaminais do tecido e do sangue do cordão umbilical, garantindo o futuro do bebé e permitindo que este tenha à sua disposição um recurso promissor no tratamento de um leque cada vez mais alargado de patologias.

Estudo
Os cães podem ser grandes parceiros de pacientes com diabetes; e se treinados, são capazes de alertar sobre quadros iminentes...

Os nossos companheiros caninos possuem cerca de 25 vezes mais recetores olfativos do que nós. Se tivéssemos essa capacidade, poderíamos perceber uma colher de chá de açúcar dissolvida em duas piscinas olímpicas. Tamanha sensibilidade permite que os cães avisem quando os níveis de açúcar no sangue estão baixos.

Pessoas com diabetes tipo 1 podem ter tremores, desorientação e fadiga quando passam por hipoglicemia. Se não receberem glicose rapidamente, escreve o Diário Digital, o quadro pode avançar para convulsões e até mesmo perda de consciência. Alguns pacientes sofrem ataques repentinos, e os cães ajudam a evitar esses casos, alertando os seus donos ao realizar uma tarefa predeterminada, como latir, deitar ou colocar a pata sobre um dos ombros.

Mas como é que eles sabem que os seus donos precisam de ajuda? Um estudo da Universidade de Cambridge e do Instituto de Ciência Metabólica da Wellcome Trust finalmente encontrou a resposta: cães conseguem identificar um químico natural presente na respiração humana, o isopreno.

Os cientistas conduziram um estudo com oito mulheres que possuem diabetes tipo 1 e, sob condições controladas, reduziram os níveis de açúcar no sangue delas. Utilizando espectrometria de massa, eles procuraram por assinaturas químicas para detetar a presença de moléculas específicas.

Ao observar os dados, os cientistas descobriram que os níveis de isopreno subiram significativamente durante a hipoglicemia – em alguns casos, chegavam a duplicar. Eles acreditam que o isopreno é um subproduto da produção de colesterol; mas ainda não sabem ao certo porque a sua presença aumenta quando os níveis de açúcar caem.

Com esta descoberta, os pesquisadores pretendem desenvolver novos sensores médicos que poderiam realizar a mesma tarefa dos cães. Além disso, um dispositivo desse tipo poderia substituir a atual glicemia capilar, o teste da picada no dedo.

É importante também não superestimarmos as habilidades dos cães em detetar doenças. Eles parecem ser muito bons em indicar certos tipos de cancro (como cancro urológico e da mama), além da diabetes. Porém, muitas das pesquisas relacionadas com essas habilidades caninas ainda estão nos seus primeiros estágios. Alegações de que cães conseguem farejar cancro do pulmão, colorretal e até mesmo a doença de Parkinson ainda estão sob investigação e longe de serem provadas.

Ainda assim, é um tipo de pesquisa muito promissora que pode levar a novas descobertas científicas e novas tecnologias.

Estudo
Cientistas britânicos anunciaram um tratamento potencialmente revolucionário no tratamento de tumores cerebrais, que tem como...

Geoff Pilkington e Richard Hill, da Universidade de Portsmouth, no sul do Reino Unido, apresentaram as conclusões da sua pesquisa numa convenção para especialistas em tumores cerebrais, em Varsóvia (Polónia).

Os cientistas argumentam que o composto “IP1876B”, cuja fórmula tem ainda dois ingredientes não revelados, mostrou em testes ser 10 vezes mais eficiente no combate aos tumores do que qualquer combinação de drogas já conhecida. Todos os componentes, segundo os cientistas, já são aprovados para uso clínico, escreve o Diário Digital.

Os testes foram feitos usando células cancerosas de adultos e crianças. Neles, o “IP1876B” matou as células comprometidas sem ter efeito sobre células normais. E um dos grandes trunfos da nova fórmula - que combina os dois ingredientes com aspirina líquida - desenvolvida em parceria com a companhia Innovate Pharmaceuticals, é que esta aumentou de forma significativa a habilidade das drogas de cruzar a barreira hematoencefálica, uma membrana que protege o cérebro, mas que também bloqueia o caminho de muitas drogas anticancerígenas mais convencionais.

Outro obstáculo importante que Pilkington e Hill parecem ter superado é o desenvolvimento de uma forma verdadeiramente líquida de aspirina.

As alternativas atualmente no mercado não são totalmente solúveis e ainda contêm resíduos que podem causar efeitos colaterais gástricos.

Pilkington e Hill dizem que os resultados dos testes sugerem que o “IP1876B” pode ser altamente eficaz contra o glioblastoma, uma das formas mais agressivas de tumor cerebral e que normalmente mata pacientes por ano. Mas o composto ainda precisa de mais testes para determinar se pode ser usado com segurança em humanos.

“Temos uma potencial alteração crucial na pesquisa sobre tumores cerebrais e isso mostra que ciência bem financiada pode conseguir. É a mesma ciência que vai permitir um dia que encontremos a cura para essa doença devastadora”, diz Sue Farrington Smith, directora da Brain Tumour Research, ONG que arrecada fundos para pesquisas em tumores cerebrais.

Estudos concluem
Dois estudos do Instituto Gulbenkian de Ciência concluíram, numa experiência com células de ratinhos, que a resistência de...

Os investigadores Paulo Durão e Ricardo Ramiro, do Grupo de Biologia Evolutiva, coordenado pela cientista Isabel Gordo, descobriram que "a adaptação de bactérias ao sistema imune influencia o espetro de resistência a antibióticos", a ponto de as bactérias se tornarem "mais resistentes a alguns antibióticos, mas também mais sensíveis a outros", refere o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) em comunicado.

Os cientistas usaram, como modelo de bactéria, estirpes benéficas da E. coli, que habita no intestino, mas em que "muitas mutações" genéticas que lhe dão resistência a antibióticos "são muito parecidas às que aparecem em bactérias patogénicas", que causam doenças como a tuberculose, explicou Paulo Durão.

O investigador e outros colegas estudaram "a capacidade de bactérias resistentes a vários antibióticos de sobreviverem" na presença das células imunitárias que "respondem primeiro à infeção bacteriana", assinala a nota do IGC.

Estas células chamam-se macrófagos e são capazes de reconhecer e matar microrganismos.

O ponto de partida de Paulo Durão foi perceber como é que uma bactéria multirresistente a um antibiótico se comporta em contacto com os macrófagos.

O cientista utilizou estirpes de E. coli com mutações genéticas que lhe dão resistência aos antibióticos rifampicina e estreptomicina, em culturas de macrófagos de ratinhos.

Os investigadores "observaram que estas bactérias poderiam sobreviver melhor dentro dos macrófagos do que as bactérias não resistentes" aos dois antibióticos.

Paulo Durão propõe-se, de futuro, confirmar a conclusão num modelo de ratinho 'in vivo' e com uma bactéria má para o organismo.

Ricardo Ramiro quis saber o que acontece quando as bactérias se tornam resistentes ao sistema imunitário.

O investigador e outros elementos do mesmo laboratório 'forçaram', em experiências 'in vitro' e 'in vivo' com ratinhos, estirpes de E. coli a "evoluírem na presença de macrófagos", esclarece o IGC, acrescentando que as bactérias se tornaram, por isso, "capazes de sobreviver melhor dentro dessas células".

Como consequência, as bactérias, "inicialmente sem qualquer resistência a antibióticos, tornaram-se mais resistentes a uma classe específica de antibióticos, os aminoglicósidos, e mais sensíveis a outras classes de antibióticos", nomeadamente as tetraciclinas.

No caso de as bactérias serem mais sensíveis a antibióticos, tal significa que serão mais facilmente mortas por estes medicamentos.

Ricardo Ramiro explicou que o grupo observou que a população de bactérias E. coli diminuiu em ratinhos tratados com antibióticos para os quais essas bactérias eram mais sensíveis e, em contrapartida, aumentou quando os roedores receberam antibióticos para os quais as estirpes de E. coli eram mais resistentes.

Para o investigador, o estudo pode dar pistas para se "tentar perceber qual é o antibiótico que funciona melhor, para tratar uma determinada infeção" bacteriana, atendendo ao aumento da resistência das bactérias aos antibióticos.

O próximo passo será ver como bactérias patogénicas, como as que provocam infeções pulmonares e urinárias, interagem com o sistema imunitário.

Os resultados das investigações foram publicados nas revistas científicas Antimicrobial Agents and Chemotherapy e Evolutionary Applications.

Estudo
Um estudo realizado pela Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos conclui que 40,5% destes profissionais apresenta sinais de...

O estudo, feito a partir de um inquérito em que participaram 1.577 médicos (20% do total de inscritos na secção - 8.042), refere que 40,5% tem sinais de exaustão emocional, 17,1% dos médicos apresenta despersonalização (atitudes negativas, cinismo, insensibilidade e irritação) e 25,4% não realização profissional.

Sete em cada cem dos inquiridos apresentam sinais de ‘burnout’ elevado (conjugação de exaustão, despersonalização e não realização profissional), sendo que, desses, mais de metade têm idades compreendidas entre os 26 e os 35 anos, aponta o estudo.

O estudo identificou ainda que 24,5% dos profissionais de saúde obtiveram pontuação elevada na escala de depressão, 16,5% na escala de ansiedade e 16,4% de stress.

Dos inquiridos, 14,6% "é ou já foi acompanhado em consultas de psiquiatria" e um em cada dez é ou já foi acompanhado em consultas de psicologia clínica.

A doença crónica mais referida no inquérito da SRCOM é a hipertensão arterial (17,4%), seguindo-se de asma (14,2%) e diabetes (6,5%).

Apenas 11,8% dos médicos pratica meditação ou técnicas de relaxamento e 44% afirma que pratica uma atividade desportiva.

O estudo sugere que mulheres e profissionais na faixa dos 36 aos 45 anos apresentam valores de exaustão emocional mais elevados.

O presidente da secção regional da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, afirma que estava "à espera de resultados desta dimensão", contando que nas várias visitas que faz na região Centro encontra "o impacto do ‘burnout' nos médicos".

Para Carlos Cortes, "todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde estão expostos ao risco de ‘burnout', em maior ou menor grau".

"Ninguém está imune", alertou, considerando que, "se não houver uma reversão muito rápida", promovida pela própria tutela, poderão surgir "situações muito gravosas", que afetam a própria qualidade e eficiência do serviço prestado nos hospitais e centros de saúde do país.

Segundo o presidente do Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos (SRCOM), o estudo foi também realizado com o intuito de se fazer um "levantamento do problema e criar um dispositivo para prevenir o ‘burnout'" e instrumentos para tratar os médicos que sofrem desta doença.

O estudo desenvolvido pela secção decorreu de janeiro a dezembro de 2015, tendo sido realizadas sete sessões de sensibilização em diferentes locais da região Centro sobre fatores que potenciam o ‘burnout’ e estratégias de prevenção do mesmo.

63,2% dos médicos presentes no estudo são mulheres e a idade média da amostra é de 42,83 anos.

A participação foi voluntária e anónima e foram utilizados instrumentos de medida "internacionais", permitindo que o estudo "possa ser usado do ponto de vista científico", frisou Carlos Cortes.

Estudo
Um estudo da Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos centrado na problemática do ‘burnout' conclui que 18,7% dos...

O estudo, que abrangeu 1.577 médicos (20% do total de médicos inscritos na secção), refere que 15,9% dos inquiridos trabalha 60 a 80 horas por semana, 2,8% mais de 80 horas e 53,2% entre 40 a 60 horas, sendo que mais de metade dos profissionais que participou no estudo faz serviço de urgência.

Os médicos de medicina geral e familiar são os que apresentam mais sinais de ‘burnout’ nas suas três dimensões (exaustão, despersonalização e não realização profissional), seguindo-se os profissionais de medicina interna, cirurgia geral e neurologia, aponta o estudo.

Os médicos mais novos apresentam níveis mais elevados de exaustão emocional, bem como aqueles que trabalham mais de 40 horas e os profissionais que realizam trabalho noturno e serviço de urgência.

Os resultados do estudo sugerem que os profissionais da zona Centro que têm atividade médica hospitalar e que trabalham em instituições públicas apresentam maiores níveis de exaustão.

"Tem havido uma pressão crescente sobre os médicos e profissionais de saúde" em torno de questões "que têm muito pouco a ver com a ideia que os médicos têm da sua profissão", disse o presidente da secção regional da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.

A pressão para uma "produção desenfreada de dados médicos", o "excesso de burocratização do Serviço Nacional de Saúde", a sua desorganização, a falta de "meios complementares de diagnóstico, de meios farmacológicos e de recursos humanos", bem como as "disfuncionalidades dos sistemas informáticos" vêm dificultar o trabalho do médico e potenciar situações de ‘burnout', sublinhou.

Segundo Carlos Cortes, a carga horária e de trabalho a que os médicos estão sujeitos têm uma "implicação imediata", considerando que o facto de haver cerca de 20% dos médicos a trabalhar mais de 60 horas é "um dado que tem de obrigar o Ministério da Saúde a refletir".

Para o responsável da Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos (SRCOM), o fenómeno do ‘burnout' foi amplificado com a crise económica d "a desorganização que reina no Serviço Nacional de Saúde tem um impacto muito negativo sobre os médicos".

O estudo, que alerta para o facto de 40% dos médicos apresentarem sinais de exaustão emocional, vem "mostrar à tutela que tem responsabilidade”.

“Isto não é uma gripe que se apanha. A tutela tem a obrigação de saber combater este problema", salientou, alertando que todos os profissionais de saúde estão expostos ao risco de ‘burnout'.

O estudo, que decorreu de janeiro a dezembro de 2015, vai agora ser divulgado às entidades.

A secção regional oferece a sua "disponibilidade" para colaborar na criação de mecanismos de prevenção do ‘burnout' nos profissionais de saúde, juntamente com a tutela.

De acordo com Carlos Cortes, serão também necessários "mecanismos de maior discrição e de maior proximidade entre o médico e quem o irá tratar", para que este não seja exposto e não tenha de recorrer ao serviço de psiquiatria no local onde trabalha.

"Os médicos estão conscientes deste problema e de que têm de ajudar a resolvê-lo", realçou, considerando que a diminuição de situações de ‘burnout' também levará a incrementos da própria eficiência do Serviço Nacional de Saúde.

Relatório revela
Cerca de 3.200 crianças e jovens que se encontravam em instituições de acolhimento em 2015 tinham problemas de comportamento,...

Segundo o Relatório de Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens – CASA 2015, dos 8.600 menores institucionalizados no ano passado, 3.258 (37,8%) apresentavam problemas comportamentais, mais 1.094 do que em 2014.

Mais de metade (51%) dos jovens com este padrão de comportamento (1.670) tinha entre os 15 e os 17 anos, mais 510 do que em 2014.

Esta problemática também assume “relevância significativa” nas faixas etárias dos 12-14 anos e 18-20 anos, ambas com 20% das situações.

O relatório classifica esta problemática em três dimensões: comportamentos ligeiros (uso da mentira para evitar obrigações, fugas breve e intimidações), comportamentos médios (pequenos furtos, destruição de propriedade sem grandes prejuízos, agressões físicas) e comportamentos graves (roubos, utilização de armas brancas e destruição de propriedade com prejuízos consideráveis).

“Os problemas de comportamento de tipo ligeiro são claramente predominantes” (69% das crianças e jovens, de forma mais evidente na faixa dos 15-17 anos (47% das situações definidas como ligeiras)”, sublinha.

Já os comportamentos com uma gravidade média representam 29% do total e os graves 4%.

"Os problemas de comportamento de tipo ligeiro são claramente predominantes, estando identificados em 69% das crianças e jovens, de forma mais evidente na faixa dos 15-17 anos (47% das situações definida como ligeiras)", refere o relatório do Instituto da Segurança Social (ISS).

Para a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, esta situação coloca “o grande desafio” de se proceder a “uma melhor articulação” com saúde.

Muitos destes jovens tiveram percursos de vida difíceis e “precisam de acompanhamento na área da saúde mental” para poderem “reencontrar o seu equilíbrio”, disse Ana Sofia Antunes num encontro com jornalistas no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A governante destacou ainda o aumento de 38%, em 2015, das situações de jovens que apresentam comportamento antissociais.

Presente no encontro, um técnico do ISS defendeu que os jovens precisam de uma "resposta adequada" ao seu problema, que já não se pode basear "em casa, comida e roupa lavada".

Terá que haver um "reestruturação do serviço de acolhimento", defendeu o técnico, adiantando que a rede está a ter "algumas dificuldades" em receber estes jovens com necessidades específicas.

Os autores do relatório também analisaram o acompanhamento prestado em termos de saúde mental (pedopsiquiátrico e psicológico) às crianças e jovens e o recurso a medicação psicotrópica, verificando que 1.214 beneficiam de “acompanhamento irregular, ou a nível psicoterapêutico ou a nível psiquiátrico (ou ambos)”.

Verificaram ainda que 5.032 situações são acompanhadas regularmente em pedopsiquiatria ou psicoterapia (ou em simultâneo) e que foi prescrita medicação a 2.014 crianças, o que corresponde a 23,4% das crianças em situação de acolhimento.

Os autores do relatório também analisaram o acompanhamento prestado em termos de saúde mental (pedopsiquiátrico e psicológico) às crianças e jovens e o recurso a medicação psicotrópica, verificando que 1.214 beneficiam de “acompanhamento irregular, ou a nível psicoterapêutico ou a nível psiquiátrico (ou ambos)”.

Verificaram ainda que 5.032 situações são acompanhadas regularmente em pedopsiquiatria ou psicoterapia (ou em simultâneo) e que foi prescrita medicação a 2.014 crianças, o que corresponde a 23,4% das crianças em situação de acolhimento.

União Europeia
A Comissão Europeia propôs a renovação da licença para a utilização do herbicida glifosato, até final de 2017, no máximo, prazo...

A decisão de Bruxelas de autorizar, até no máximo o final do próximo ano, o uso do glifosato, resulta da falta de uma decisão, por maioria qualificada, entre os 28 Estados-membros, sobre o uso do herbicida na União Europeia (UE).

Assim, considerando o parecer da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar e das agências nacionais dos Estados-membros, Bruxelas decidiu renovar temporariamente a licença.

"Até final de 2017, é esperada uma opinião adicional sobre as propriedades da substância ativa por parte da Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA)", segundo um comunicado de imprensa de Bruxelas.

A Comissão Europeia propôs ainda aos Estados-membros que restrinjam as condições de uso do glifosato na UE, incluindo a proibição do uso de taloamina, que potencia o efeito do herbicida, nos subprodutos, o reforço do controlo do uso antes das colheitas e ainda minimizar a utilização em áreas específicas, como parques públicos e parques infantis.

Em Portugal, uma petição a favor da proibição do herbicida já reuniu 15 mil assinaturas.

A Quercus, uma das entidades que é contra a utilização do glifosato, lançou uma campanha a incentivar as autarquias a deixar este produto, tendo obtido a adesão de seis municípios, incluindo Porto e Braga, e 14 freguesias.

Depois dos alertas, o Ministério da Agricultura anunciou que iria retirar do mercado a taloamina e todos os produtos fitofarmacêuticos que contenham aquela substância, por constituírem um risco grave para a saúde humana, para a animal e para o ambiente.

Todavia, no mês passado o ministro da Agricultura indicou, em Bruxelas, que Portugal deveria abster-se na votação em sede do comité de peritos, pois os "dados científicos são contraditórios".

Dados divulgados pela imprensa, em abril, referiam que, pelo menos 89 câmaras municipais usam o pesticida para tratamento de vias públicas e que, em 2014, foram vendidas em Portugal cerca de 1.600 toneladas do produto.

Fórum Empresarial do Atlântico
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, participa no encerramento do Fórum Empresarial do Atlântico dedicado ao tema ...

O encontro tem como mercados-alvo os que se encontram na orla do Oceano Atlântico, nomeadamente América Latina e África. Os embaixadores e encarregados comerciais vão apresentar oportunidades de negócio nos países de ambas as regiões geográficas e as empresas apresentarão as respetivas estratégias de internacionalização. A iniciativa permite às empresas portuguesas contactarem diretamente com algumas das economias do mundo que mais têm crescido nas últimas décadas – e que mais atenção têm merecido por parte dos agentes económicos e políticos nacionais – além de receberem informação rigorosa e atualizada sobre estes países.

Este seminário dá sequência ao Fórum Empresarial ’Medicamento e Produtos de Saúde’, organizado em Outubro de 2013 pelo IPDAL e pela Ordem dos Farmacêuticos. Nessa ocasião - onde esteve o então presidente da AICEP, Pedro Reis - os organizadores juntaram as maiores empresas da indústria portuguesa de saúde com os embaixadores da América Latina.

A iniciativa conta, para além da presença do ministro da Saúde de Portugal, com o Administrador da AICEP Luís Castro e Henriques, da Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, do Presidente do IPDAL, Paulo Neves, do Infarmed e do Health Cluster de Portugal, além dos embaixadores e diplomatas da América Latina e de África residentes em Portugal.

Programa

16H00
Trabalhos – I Parte
Abertura
Paulo Neves, Presidente IPDAL
Ana Paula Martins, Bastonária Ordem Farmacêuticos
Luís Castro e Henriques, Administrador Executivo AICEP

Apresentações Empresas
Espaço: Biblioteca

17H30
Pausa para Café
Espaço: Biblioteca

18H00
Trabalhos – II Parte
Apresentações Embaixadas

Encerramento
Adalberto Campos Fernandes, Ministro da Saúde de Portugal
Espaço: Biblioteca

19H00
Cocktail
Espaço: Jardim

Autoridade da Concorrência
A Autoridade da Concorrência recomenda ao Governo que isente a acupuntura de pagamento de IVA, equiparando esta terapêutica não...

A Autoridade da Concorrência (AdC) recomenda ao Ministro das Finanças e ao Ministro da Saúde que seja promovida “a regulamentação do enquadramento fiscal a que estão sujeitas as prestações de serviços de acupuntura, de modo a assegurar a neutralidade da tributação destas prestações de serviços em sede de IVA, independentemente de as mesmas serem fornecidas por médicos, no âmbito das competências reconhecidas pela respetiva Ordem, ou por profissionais de terapêutica não convencional (TNC)”.

Esta recomendação da AdC dá resposta a uma queixa apresentada pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Acupuntura (APPA) contra o Estado Português.

Na queixa, a APPA alega que ao sujeitar a IVA os serviços de acupuntura prestados por profissionais de TNC enquanto isenta os médicos que utilizam a mesma prática terapêutica, este regime fiscal introduz uma distorção da concorrência.

Com efeito, a AdC conclui que ao isentar de IVA as prestações de serviços de acupuntura quanto realizadas por médicos nas condições estabelecidas pela respetiva Ordem, ao mesmo tempo que sujeita a tributação em sede de IVA as prestações de serviços de acupuntura quando efetuadas por profissionais de TNC, “o regime fiscal nacional em causa cria uma distorção da concorrência na medida em que aumenta os custos de um grupo de prestadores do serviço, colocando-os em desvantagem concorrencial”.

“Esta situação diminui a pressão concorrencial entre profissionais que aplicam a mesma terapia, podendo, no extremo, condicionar a aplicação da terapia a apenas um tipo de profissionais, face ao diferencial de custo das prestações para os utentes”, considera a AdC.

Acresce que desta distorção concorrencial podem resultar “perdas de eficiência na prestação do serviço, menos pressão para a inovação e piores condições de prestação do serviço para os utentes”, afirma, acrescentando não ter sido identificado “nenhum interesse público que permita justificar esta distorção da concorrência”.

No início deste mês, vários profissionais das TNC manifestam-se em frente à Assembleia da República para exigir a isenção de IVA, à semelhança do que acontece com os profissionais da medicina convencional.

O protesto foi organizado pelos Osteopatas Portugueses (OP) e pela APPA, sob o lema “A Saúde não Paga IVA”.

Em causa está o facto de a Autoridade Tributária ter passado a cobrar o imposto de 23% à generalidade das terapêuticas não convencionais, com juros e multas relativas aos últimos quatro anos, considerando que não estão isentas do pagamento deste imposto, como era entendido até aqui.

Estes profissionais contestam o facto de não estarem isentos do pagamento de IVA, ao contrário do que acontece com a medicina e terapêuticas tradicionais.

Imposto aumenta a partir de julho
O Estado arrecadou 569,2 milhões de euros nos primeiros cinco meses do ano com o imposto sobre o tabaco, mais 75% do que em...

Os dados foram publicados na semana passada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), uma semana antes de entrar em vigor o aumento deste imposto já previsto no Orçamento do Estado para 2016 (OE 2016).

O tabaco ao preço ainda em vigor à data só pode ser vendido até 30 de junho, escreve o Observador, tendo de ser praticado o novo preço, que reflete o aumento do imposto inscrito no OE 2016, a partir do primeiro dia do mês de julho.

Segundo uma portaria do Ministério das Finanças, publicada a 4 de abril, “as embalagens individuais de cigarros, que tenham aposta a estampilha especial referida no número anterior [antigas], só podem ser objeto de comercialização e venda ao público até 30 de junho de 2016”.

O aumento do Imposto sobre o Tabaco deverá resultar num aumento médio de um maço de cigarros de cerca de sete cêntimos, segundo cálculos efetuados pela consultora PricewaterhouseCoopers para a Lusa no início de fevereiro.

Partindo de um valor base de 1,63 euros para um maço de 20 cigarros, o imposto específico, face à proposta do OE 2016, aumentará de 1,76 euros para 1,82 euros. Já o elemento sobre o valor do tabaco deverá manter-se nos 0,28 cêntimos. Tudo somado, o acréscimo de tributação será de cinco cêntimos (de 2,04 euros para 2,09 euros).

A este valor ainda acresce a aplicação do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), pelo que o total dos impostos sobre este maço de cigarros atingirá 2,95 euros em 2016 face aos 2,89 euros de 2015. Ou seja, o maço de cigarros que custava 4,52 euros em 2015 passará para cerca de 4,59 euros em 2016, um aumento de sete cêntimos ou de 1,4%.

Além do aumento do preço, a estampilha de selagem do tabaco deixa de ser vermelha, como tinha sido definida em julho de 2015, para ser de cor verde.

Segundo a mesma consultora, o aumento para o tabaco de enrolar também deverá ser de cerca de 1,4%.

Especialista diz
O presidente do Congresso de Pneumologia do Centro, Carlos Robalo Cordeiro, disse que a região está bem posicionada ao nível...

O especialista, diretor interino do serviço de pneumologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), salientou que, ao nível da tuberculose, a região tem uma taxa de incidência abaixo da média nacional, que é de 19 casos por 100 mil habitantes.

"Desde 2015 que Portugal foi declarado um país de baixa incidência, mas na região de Coimbra a taxa é inferior à média nacional, com 10 a 12 casos anuais", referiu o médico à agência Lusa, considerando tratar-se do "melhor indicador nacional".

No entanto, Carlos Robalo Cordeiro lamentou o "desinvestimento" verificado na especialidade, nomeadamente ao nível de equipamentos e de recursos humanos no serviço que dirige, associando-o à débil situação económica do país, que foi alvo de um "resgate financeiro" por parte da 'troika'.

"A renovação dos equipamentos e a sua atualização é o nosso maior desafio, porque é uma situação que se reflete a todos os níveis, desde os atrasos nos exames complementares de apoio como no aumento de dias de internamento", exemplificou o pneumologista.

A falta de recursos humanos, médicos e enfermeiros, também preocupa o especialista, que prevê uma agudização da situação com o retorno às 35 horas de trabalho semanal.

Carlos Robalo Cordeiro falava a propósito do sétimo Congresso de Pneumologia da Região Centro, que se realiza na quinta-feira e sexta-feira em Coimbra, com a participação de 300 médicos especialistas.

O congresso, que se realiza de dois em dois anos em Coimbra e roda nos outros anos por diversas cidades da região Centro, vai discutir novas capacidades diagnósticas e novidades terapêuticas e abordar temas como patologia respiratória no idoso, nomeadamente as particularidades do diagnóstico e os limites da terapêutica.

Outros dos temas fortes da iniciativa passam pela discussão da reabilitação pulmonar, as competências em pneumologia ou os conflitos de interesse e a abordagem da nova imagiologia respiratória na perspetiva da medicina nuclear, da eco-endoscopia e da intervenção.

O congresso, que tem a particularidade de discutir os temas com base em casos clínicos tratados nos respetivos serviços hospitalares, assinala nesta edição as 40.ª Jornadas de Atualização Pneumológica, que estiveram na sua origem e são a mais antiga ação pós-graduada regular de toda a Universidade de Coimbra, segundo Carlos Robalo Cordeiro.

"As jornadas sempre foram uma janela aberta para fora do país, com grande internacionalização e atualização de temas importantes com grandes nomes", sublinhou o médico, referindo que "não existe nenhum outro evento com tanta regularidade".

Novo estudo abre portas a terapias hormonais contra a doença
Por ocasião do Dia Mundial da Esclerose Sistémica, que se celebra a 29 de junho, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia destaca...

Os resultados de um estudo, apresentado este mês no Congresso Anual da Liga Europeia contra as Doenças Reumáticas (EULAR 2016), demonstraram, pela primeira vez, o efeito benéfico dos estrogénios em modelos experimentais de pele com fibrose, representativos da esclerose sistémica. Estes resultados podem explicar uma maior incidência da esclerose sistémica em mulheres após a menopausa, uma maior gravidade entre homens e criam a possibilidade de serem desenvolvidas terapias hormonais para esta doença difícil de tratar1.

A esclerose sistémica (também reconhecida como esclerodermia) é uma doença auto-imune que envolve vários órgãos, afetando sobretudo mulheres (num rácio face aos homens de 9 para 1)2. O espessamento da pele é uma das caraterísticas da doença: a produção excessiva de proteínas como o colagénio pelos fibroblastos resulta no endurecimento da pele3.

O envolvimento da pele pode ser limitado à face e às extremidades mas em alguns doentes a extensão da doença pode ser maior e com progressão rápida envolvendo órgãos internos, também com fibrose. A extensão de pele envolvida no caso da esclerose sistémica correlaciona-se inversamente com a sobrevivência e é considerada como um marcador válido para avaliar a gravidade da doença3. Atualmente, não existe medicação que trate todas as manifestações da doença mas há medicamentos com eficácia e estão em curso vários ensaios clínicos com novos fármacos promissores, tanto ao nível da pele como do pulmão.

Dado as claras evidências de diferença entre sexos na esclerose sistémica, os especialistas envolvidos no estudo decidiram avaliar se bloquear a ação dos estrogénios (hormonas femininas cuja produção diminui na menopausa) tem impacto no desenvolvimento ou vulnerabilidade à doença. 

Em modelos de doença avaliou-se a diferença entre ter estrogénios e estimular a sua produção ou bloqueá-los geneticamente ou com determinados fármacos, verificando-se que o bloqueio destas hormonas femininas podem agravar a fibrose.

Assim confirmando-se o potencial efeito protetor dos estrogénios na fibrose da pele em modelos experimentais representativos de esclerose sistémica abre-se mais uma linha de investigação na terapêutica desta doença.

Em http://worldsclerodermaday.org é possível ver como por todo o mundo está a ser celebrado o Dia Mundial da Esclerose Sistémica, que atinge em Portugal mais de três mil pessoas.

Muito debilitante, a esclerose sistémica é uma doença crónica que se carateriza sobretudo pelo endurecimento e/ou espessamento da pele, a que se chama fibrose, mas que também pode envolver outros órgãos, como os pulmões, o intestino, os rins e o coração. Para sensibilizar para a doença, foi lançado o vídeo “De mãos dados para um futuro melhor”:

Referências

1EULAR 2016; London: Abstract OP0304
2Gabrielli A, Avvedimento EV, Krieg T: Scleroderma. N Engl J Med. 2009, 360: 1989-2003
3Krieg T, Takehara K: Skin disease: a cardinal feature of systemic sclerosis. Rheumatology (Oxford). 2009, 48: iii14-iii18.

Receitas médicas
Médicos impedidos de prescrever receitas, utentes que não conseguem levantar medicamentos nas farmácias, cartões esquecidos nos...

Há conhecimento de casos de utentes que não puderam ter acesso aos seus fármacos, pois os médicos não tinham disponível o seu cartão do cidadão com assinatura digital qualificada ativada, nem o cartão da Ordem dos Médicos com chip, com os quais podem passar receitas.

Nestes casos – considerados de exceção – os médicos podem recorrer ao papel, mas em alguns casos, os médicos não tinham disponíveis receitas em papel e os utentes ficaram sem as suas receitas.

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) classificaram de “residuais” as dificuldades neste processo que visa acabar com as receitas em papel.

O coordenador da receita médica sem papel dos SPMS, António Alexandre, disse ter tido conhecimento de “dificuldades momentâneas e que, entretanto, foram imediatamente corrigidas”.

Fonte oficial da Ordem dos Médicos disse ter conhecimento de “várias dificuldades de prescrição que decorrem dos prazos irrealistas colocados pela SPMS e cujas consequências são da sua exclusiva responsabilidade”.

“Há situações que têm sido relatadas à Ordem dos Médicos em que o médico prescreve na Prescrição Eletrónica Médica (PEM), o doente recebe a mensagem no seu telemóvel e, uma vez na farmácia, não consegue a dispensa do fármaco, porque não se faz o reconhecimento dos respetivos códigos, nomeadamente em fármacos comparticipados a 100%”, adiantou a mesma fonte.

A Ordem dos Médicos aconselha “menos pressa e mais cuidado” e refere que já emitiu cerca de 36 mil cédulas com chip, o que corresponde a aproximadamente 75% dos médicos inscritos.

Outra situação relatada pela Ordem é a perda de cartões que “ficam esquecidos nos computadores, nomeadamente nos serviços de urgência, o que tem criado dificuldades adicionais de prescrição”.

Para a Ordem, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de ter condições para permitir a prescrição médica em quaisquer circunstâncias. É admissível que um médico a quem roubem a carteira fique impedido de prescrever no SNS”.

“A Ordem faculta por iniciativa própria e com espírito de colaboração um meio de prescrição desmaterializada, como é o cartão da Ordem dos Médicos, mas é o SNS que tem a obrigação de garantir as condições de prescrição, visto que a prescrição médica é um direito dos utentes”, adiantou a mesma fonte.

Este organismo considera que poderia ter sido adotada outra solução, como o controlo biométrico, “pois o dedo não se perde em lugar nenhum e a impressão digital não permite falsificações”.

Os SPMS mantêm a meta de, até ao final deste mês, 80 por cento das receitas prescritas já não usarem papel.

A prescrição eletrónica é obrigatória no SNS desde o dia 01 de abril.

Helena Roseta
A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa afirmou que o ministro da Saúde se comprometeu a que o Hospital Dona Estefânia...

Esta posição foi transmitida a Helena Roseta por Adalberto Campos Fernandes, numa reunião que aconteceu "há relativamente pouco tempo" e a pedido da presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (AML).

O futuro Centro Hospitalar de Lisboa Oriental acolherá os atuais hospitais de São José, Santa Marta, Curry Cabral, Capuchos, Maternidade Alfredo da Costa e Dona Estefânia.

O "compromisso do Ministério da Saúde [vai] no sentido de defender intransigentemente que o espaço onde está o Hospital Dona Estefânia será sempre um espaço dedicado às crianças e à saúde das crianças", afirmou Helena Roseta na reunião plenária.

"Foi-me confirmado pelo senhor ministro da Saúde que a intenção do Ministério relativamente a esta matéria é, em primeiro lugar, inscrever no Orçamento [de Estado] de 2017 verbas para arrancar com o processo do Hospital Oriental de Lisboa e manter o Hospital Dona Estefânia em funcionamento enquanto o Hospital Oriental não existir", acrescentou.

Na quarta-feira o ministro foi ouvido na Comissão Parlamentar da Saúde, onde se defendeu das críticas nos últimos anos foram ouvidas contra a integração do Dona Estefânia no novo hospital, afirmando que a autonomia pediátrica está salvaguardada no plano funcional da unidade de saúde, que deverá ser conhecido em breve.

Helena Roseta indicou também que o ministro lhe transmitiu estar a "estudar a possibilidade de o futuro hospital pediátrico ser autónomo mas próximo de um hospital central", possivelmente o Hospital Oriental, dado que "há necessidade de complementaridade de serviços prestados às crianças".

Na sessão de ontem, os deputados municipais aprovaram por unanimidade uma recomendação do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) que visa a restituição do Monumento ao Calceteiro ao espaço público, quase dez anos depois de ter sido retirado.

Este monumento composto por duas estátuas em bronze, representando um calceteiro e um ajudante, e foi inaugurado em dezembro de 2006, na Rua da Vitória, entre a Rua da Prata e a Rua dos Douradores, frente à Igreja de S. Nicolau.

Cerca de um mês depois da inauguração, o monumento foi vandalizado, tendo sido recolhido pelos serviços do município para ser recuperado.

Outra recomendação do PEV que mereceu votação unânime prevê que o município faça um "estudo técnico sobre a viabilidade de colocação de painéis solares na Casa dos Animais de Lisboa, de modo a permitir a redução dos consumos energéticos" e promova "a sua instalação nos diversos edifícios municipais".

A mesma votação mereceu a recomendação do Partido Comunista para que o executivo de maioria socialista "envide esforços para a manutenção das árvores previstas no projeto de requalificação do Eixo Central" da cidade.

Os comunistas pediam também a "elaboração do relatório fitossanitário", cujos resultados deviam ser comunicados à AML, mas este ponto do texto foi aprovado por maioria, merecendo a abstenção do Partido Socialista.

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